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FACULDADE NORTE PARANAENSE CURSO DE PEDAGOGIA ANA CLAUDIA ROSSETTO SILVA MARIN PLANEJAMENTO: razões do descompasso entre o planejado e o executado no ensino na Educação Infantil LONDRINA 2013 1 ANA CLAUDIA ROSSETTO SILVA MARIN PLANEJAMENTO: razões do descompasso entre o planejado e o executado no ensino na Educação Infantil Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Uninorte – Faculdade Norte Paranaense de Ensino, como requisito para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Prof. Ms. Joaquim Pacheco de Lima LONDRINA 2013 2 ANA CLAUDIA ROSSETTO SILVA MARIN PLANEJAMENTO: razões do descompasso entre o planejado e o executado no ensino na Educação Infantil Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Uninorte – Faculdade Norte Paranaense de Ensino. COMISSÃO EXAMINADORA _______________________________ Prof. Ms. Joaquim Pacheco de Lima Orientador Uninorte–Faculdade Norte Paranaense de Ensino _______________________________ Prof. Componente da Banca Uninorte–Faculdade Norte Paranaense de Ensino _______________________________ Prof. Componente da Banca Uninorte–Faculdade Norte Paranaense de Ensino Londrina, _____de novembro de 2013. 3 Dedicatória: Toda dedicação é à minha mãe que esteve ao meu lado em todos os momentos. Eu te amo mãe! 4 AGRADECIMENTO(S) Em primeiro lugar ao meu Deus que desde o ventre da minha, cuida de mim e nunca me desamparou, que mesmo tendo o mundo inteiro para cuidar, seus olhos permanecem atentos sobre mim. Um Deus que fez muitos milagres em minha vida, que me abriu portas, que me deu condições de ter chegado até aqui. A Ti Senhor, seja toda Honra, toda Glória e todo o meu Louvor! À minha mãe Tânia, que é minha companheira, minha amiga, minha confidente, que em todos os momentos, incluse aqueles em que a vontade de desistir era amior do que a de continuar, esteve ao meu lado. À minha mãe querida, que não desistiu em nenhum momento de mim, que não apenas lutou ao meu lado, mas lutou por mim, mesmo antes de eu vir a nascer. Que abdicou de sua própria vida em meu favor e em favor do meu irmão. Me amou incondicionalmente. Obrigada minha mãe, por nunca me abandonar! Agradeço também ao meu pai (avô) Edson, e a minha avó (mãe) Tereza, que mesmo em meio a tantas dificuldades ajudaram minha mãe a me criar. Que me deram todo amor e o carinho que eu precisei. E ainda mais, me abençoaram com suas orações. Eu amo vocês! Ao meu irmão Victor que sempre cuidou de mim, que do seu jeito me ama e mostra todo o seu amor e cuidado todos os dias. Ao meu marido Rinaldo que veio fazer parte da minha vida no meio do curso mas que sempre me apoiou e esteve ao meu lado. Agradeço por ter me aguentado nos dias em que eu estava estressada. Eu te amo muito meu amor. As minhas amigas Nathália Rosseto e Sandra Oliveira, nossas risadas, palhaçadas e momentos que passamos juntos irão ficar guardados eternamente na minha memória e no meu coração. Ao meu orientador Joaquim, que mesmo eu sumindo várias vezes, e fugindo algumas também, sempre esteve pronto pra sanar qualquer dúvida que eu viesse a ter. Eu amo todos vocês! 5 Deus dos vales, Deus dos montes Deus de perto, Deus de longe Deus dos vales, Deus dos montes Deus de perto, Deus de longe Tens o mundo inteiro nas mãos Mas Teus olhos podem ver o meu coração Por isso me prostro aos Teus pés E Te adoro por tudo que és Tu és, não há palavras pra descrever A imensidão do Teu poder Tu és, e não há Deus além de Ti Tens o mundo inteiro pra cuidar Mas o Teu olhar está sobre mim Tu és Jeová Jireh, Tu és Jeová Rafá Tu és Jeová Shalom, Tu és Jeová Shamah Tu és Jeová Nissí, Tu és Adonai, Tu és Elohim Mas o Teu olhar está sobre mim Deus dos Vales, Deus dos Montes Eyshila, 2009 6 MARIN, Ana Claudia Rossetto Silva. Planejamento: razões do descompasso entre o planejado e o executado no ensino na Educação Infantil. 2013. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Uninorte – Faculdade Norte Paranaense de Ensino, Londrina, 2013. RESUMO O presente estudo vem apresentar, os motivos do professor da Educação Infantil, que planeja as suas aulas e não consegue executá-lo como planejado. Para que essa questão pudesse ser respondida fora feitas pesquisas em livros para ver o que os autores especializados falavam e também foi feita uma pesquisa com 11 questões com professoras de escola particular e filantrópica, para ver se o não cumprimento do planejamento está relacionado com o fato de serem escolas de níveis diferentes. Durante o estudo também foi possível entender de uma melhor forma o que é um planejamento e qual a sua importância, e ver que existem tipos diferentes de planos, e cada um é ligado ao outro. Foi possível perceber que o planejamneto também é feito de acordo com o “estilo” do professor, sendo assim, destacado 3 “estilos” de professores. Com 4 professoras respondendo ao questionário e fazendo uma análise foi possível chegar a um resultado de que independente das escolas serem diferentes, foram encontrados problemas semelhantes e que alguns desses problemas foram citados pelos autores. Palavras-chave: Planejamento. Motivos. Planos. Professor. Resultado. 7 MARIN, Ana Claudia Rossetto Silva. Planning: reasons for the mismatch between the planned and implemented in teaching in kindergarten. In 2013. Total number of sheets. Completion of course work (Undergraduate Education) - Uninorte - Faculty of Education Northern Paraná, Londrina, 2013. ABSTRACT The present study is to present the reasons for the kindergarten teacher who plans their classes and can not run it as planned . For this question could be answered made out research in books to see what the expert authors spoke and was also made a survey of 11 questions with school teachers and private philanthropy , to see whether the breach of planning is related to the fact being schools of different levels. During the study it was also possible to understand in a better way which is planning and why is it important , and see that there are different types of plans , and each is connected to the other . It could be observed that the planejamneto is also done according to the "style " of the teacher , so detached 3 " styles " of teachers . With 4 teachers responding to the questionnaire and the analysis was possible to reach a result that independent schools are different, found similar problems and that some of these problems were cited by the authors . Key words: Planning. Reasons. Plans. Teacher. Result. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09 2 CONCEITO DE PLANEJAMENTO ..................... ................................................. 11 2.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ........................................................... 13 3 OS TRÊS TIPOS DE PLANO .............................................................................. 16 3.1 O PLANO DA ESCOLA ....................................................................................... 16 3.2 O PLANO DE ENSINO ....................................................................................... 17 3.3 O PLANO DE AULA ........................................................................................... 29 4 OS TIPOS DE PROFESSORES,AS RAZÕES, OS MOTIVOS E DIFICULDADES ....................................................................................................... 21 3.1 OS TTIPOS DE PROFESSORES ....................................................................... 21 3.2 AS RAZÕES ....................................................................................................... 22 3.3 OS MOTIVOS E AS DIFICULDADES ................................................................ 24 5 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................... 26 6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 33 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 34 ANEXOS .................................................................................................................. 35 ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ........................................................ 36 9 1 INTRODUÇÃO Os professores na atualidade utilizam de vários recursos metodológicos em suas aulas, conforme a concepção pedagógica de ensino. O principal é planejamento objeto desta pesquisa, cuja abordagem filosófica e pedagógica em estudo ajudará a entender algumas das razões dos descompassos entre o que se planeja e o que se executa. A investigação dos motivos que levam muitos professores a não utilizar o planejamento em suas práticas de ensino ou reduzir a formalidade. Durante o dia-dia das aulas, o planejamento aparece em todos os momentos, pois é nele que é embasado o que pode e o que deve acontecer no decorrer dos alunos na escola. Desde uma brincadeira até uma atividade não tão lúdica, o planejamento está lá. De acordo com Luckesi (1994, p.168): “Para planejar torna-se necessário ter presentes todos os princípios pedagógicos a serem operacionalizados, de tal forma que sejam dimensionados para que se efetivem na realidade educativa”. Sendo assim muito importante cada professor focar no planejamento para que o ensino seja de qualidade para que os alunos compreendam de forma diferenciada. Que o planejamento seja realmente um instrumento pedagógico e não apenas uma formalidade a ser cumprida. Os procedimentos de ensino utilizados pelos professores no processo de aprendizagem e formação dos alunos devem preparar para a vida em sociedade. É indispensável o planejamento. A questão que nos evoca é – quais os fundamentos de tal planejamento. Sem o planejamento uma aula não pode ser dada. A partir disso quais são os motivos que levam os professores a não cumprirem o que é planejado? Para descobrir então, quais são esses motivos e razões desse descompasso que acontece, a pesquisa foi realizada de duas formas: através de pesquisa bibliográfica com base em alguns autores, tais como Luckesi (1994), Libâneo (2001), Martinez (1977) entre outros. A outra forma de investigação é através de questionário realizado com duas professoras de uma escola privada e duas professoras de uma escola filantrópica. 10 O presente estudo tem como objetivo geral conhecer as razões de se montar um planejamento e não executá-lo da forma planejada, e por outro lado compreender o que é um planejamento, verificar os objetivos de um planejamento, quais são os tipos de plano, os tipos de professor e ainda relacionar o resultado da pesquisa com a ideia dos autores. No intuito de cumprir os objetivos propostos o presente trabalho está assim distribuindo: no primeiro capitulo aborda a concepção do que é um planejamento, o que a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) fala sobre o planejamento. No segundo capítulo discutir quais são os tipos de plano seguindo assim para os tipos de professores, descobrir o que é razão, o que são motivos e dificuldades e fazendo finalmente uma análise a partir da pesquisa realizada com as professoras. 11 2 CONCEITO DE PLANJAMENTO “Se projeto é o resultado de projetar, de planejar, parece claro que toda a vida escolar deve ser um projeto.” Zabalza O planejamento escolar é a principal ferramenta de um professor no processo de ensino. Segundo Libâneo (2001) fazer o planejamento escolar é prever as atividades que serão ministradas, é organizar e coordenar os objetivos incluindo a avaliação. Ou seja, o planejamento é pensar em cada detalhe de cada momento do cotidiano escolar. Libâneo (2001) também fala que o planejamento é dividido em três modelos, o primeiro é o plano da escola, o segundo é o plano de ensino e o terceiro é o plano de aulas. Mas esses três tipos serão detalhados no decorrer da pesquisa. Para MARTINEZ e LAHORE (1977, p. 11) o planejamento é: Um processo de previsão de necessidades e racionalização do emprego dos meios materiais e dos recursos disponíveis, a fim de alcançar objetivos concretos, em prazos determinados e em etapas definidas, a partir do conhecimento e avaliação científica da situação original. Entende-se então, que por ela também dito, que o planejamento é o principal meio para esquematizar as atividades e definir os objetivos e os métodos de avaliação. Os objetivos utilizados nos planejamentos escolares são para: ir além da rotina e da improvisação das aulas; melhorar as técnicas pedagógicas e os métodos; apropriar todos os conteúdos de acordo com a vivência e as necessidades dos alunos; melhorar as atividades; e aproveitar de todas as formas e ao máximo de todos os recursos disponíveis. O planejamento no âmbito escolar tem benefícios, vantagens e dificuldades: a)- dos benefícios e vantagens: experiência em diversos aspectos; proporciona atitudes positivas de acordo com a realidade social; gera crítica; e aceita ensaiar novas formas e técnicas de ensino, aprendizagem, avaliação, etc; 12 b)- das dificuldades: fatores socioeconômicos; realidades diferentes dos alunos, etc. (MARTINEZ e LAHORE, 1977, p. ) De acordo com Martinez e Lahore (1977) existem alguns objetivos no planejamento que devem ser alcançados: a) Improvisar, o máximo possível quando não se tem todos os recursos necessários; b) Tentar atender o máximo de necessidades das crianças; c) Melhorar os métodos de aprendizagem, avaliação, ensino; d) Apropriar as tarefas da escola às necessidades dos educandos e as suas estruturas socioeconômicas. O planejamento proporciona analisar como estão sendo utilizados os recursos disponíveis nos espaços de ensino. Martinez e Lahore (1977), diz que podemos dividir os planejamentos em três enfoques: o de caráter administrativo, de caráter socioeconômico e o técnico-pedagógico. Aqui estão cada um deles. 1. O enfoque de caráter administrativo: deste ponto de vista o planejamento é para administração, organização e previsão para alcançar os objetivos, escolhendo os melhores métodos para chegar a isso. Orienta para tornar mais fácil a solução dos problemas administrativos. Em escolas com problemas de administração este é o ponto de partida para qualquer outro planejamento, e ainda podem-se destacar alguns objetivos: a) Acabar com os obstáculos, para tomar decisões que sejam racionais; b) Realizar tarefas economizando tempo e esforços; c) Facilitar o controle de gestão; d) Aproveitar de todos os modos, os recursos humanos e materiais que possam estar disponíveis. Em resumo, este tipo de enfoque, fala que o planejamento visado desta forma permite que os funcionários façam todas as adequações necessárias, tanto de organização, quanto nas distribuições de funções. 13 2. O enfoque de caráter socioeconômico: este enfoque surge dos estudos da economia da educação, visando medir o rendimento do ensino. Para resumir, este enfoque seria “para aplicar métodos e técnicas deanálises de previsão das contribuições que o sistema educacional faz no plano do desenvolvimento econômico- social” (LAHORE e MARTINEZ, p. 17, 1977) 3. O enfoque de caráter técnico-pedagógico: resumindo este enfoque de acordo com Martinez e Lahore (p. 21, 1977) ele é, [...] para aplicação dos princípios, métodos e técnicas da investigação científica à realidade educacional, a fim de avaliar a situação atual, prever as futuras exigências e intervi para alcançar determinados objetivos em prazos definidos e com recursos humanos e materiais disponíveis. A partir disso, os autores propõem alguns objetivos que são atribuídos ao planejamento da educação. Entre eles estão: - Tentar suprir individualmente as necessidades dos educandos; - Melhorar os métodos e os recursos utilizados no processo de ensino, avaliação e aprendizagem; - Adequar-se as necessidades dos alunos juntamente com a escola. Ao pararmos para analisar os três enfoques veremos que cada um tem suas particularidades, mas ambos dão instruções para trabalhar o planejamento. Ao relacionar com o problema em questão, veremos que para tudo é necessário um objetivo, e que se os objetivos não estão claros não adianta planejar. 2.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO Libâneo (1994) diz que o planejamento é o meio pelo qual o professor irá racionalizar, organizar e coordenar as atividades escolares e a problemática da escola. O planejamento é político, pois trata de questões sociais e que os elementos de um planejamento – objetivos, conteúdos e metodologias – estão 14 ligados a essas questões. Por esses motivos é que os docentes devem estabelecer razões (objetivos) acerca dos rumos que querem ter com seus alunos. É preciso ter foco. LIBÂNEO (p. 222, 1994) diz que: A razão de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo; é, antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas [...]. Então, a partir do que o autor expõe, pode-se entender que o professor ao planejar deve considerar todas as situações já vivenciadas por ele e também todas as situações que possam vir a ocorrer, a ação de planejar, não pode ser apenas o preenchimento de formulários, tem que ser uma atividade pautada em fundamentos político-pedagógicos, onde as referências são situações cotidianas, contando com as situações sociais, econômicas e culturais. Das funções do planejamento citadas por Libâneo (1994), são elas: a. Tornar mais prática e rápida a preparação da aula, fazendo a seleção dos materiais a serem usados antecipadamente, preparando os conteúdos e tarefas que os alunos irão fazer; b. Estar sempre com outro planejamento preparado, caso, no decorrer das aulas apareça alguma nova situação em que o planejamento precise ser alterado; c. Estar fazendo sempre uma atualização dos conteúdos, levando em conta, os progressos feitos em sala de aula pelos alunos; d. Atualizar também, os métodos, as técnicas e os recursos utilizados para melhor atender as necessidades dos alunos; e. Fazer com que o trabalho do professor seja coerente com o planejado, inter-relacionando os elementos de um planejamento, tais como: os objetivos, os conteúdos, os alunos, os métodos e a avaliação; 15 f. Garantir, que o planejamento esteja totalmente organizado para que não ocorram improvisações e que haja uma qualidade maior no ensino. Essas são algumas das funções que um planejamento escolar deve ter, e, em nenhum momento o professor pode esquecer-se de colocar em pratica essas funções ao planejar suas aulas, lembrando-se de abordar todos os aspectos citados. Esses objetivos de acordo com Libâneo (1994) devem servir como ferramentas para criar os planos e nas mãos dos professores, direcionar as aulas tendo uma “ordem sequencial, objetividade, coerência, flexibilidade” (LIBÂNEO, 1994, p.223). Primeiramente o planejamento é um guia para orientar os professores, já que nele estão todas as informações necessárias para que se consiga realizar o trabalho, e por esse motivo é que ele não pode ser inflexível, pois a todo instante ele estará sofrendo alterações, já que se deve considerar a realidade da sala. Segundo, o planejamento deve seguir certa ordem. “Para alcançar os objetivos, são necessários vários passos, de modo que a ação docente obedeça a uma sequencia lógica” (LIBÂNEO, 1994, p. 224). Assim caso aconteça algum erro, logo será identificado e reparado, pois já foi apontado anteriormente. Em terceiro lugar, é bom tratar da objetividade, fazendo a correlação do plano com a realidade. “[...] é somente tendo conhecimento das limitações da realidade que podemos tomar decisões para superação das condições existentes” (LIBÂNEO, 1994, p.224). Ou seja, é conhecendo as limitações que os alunos têm que o professor pode começar o seu trabalho. Quarto, não pode esquecer-se da coerência que precisa haver entre todos os objetivos, conteúdos, métodos e avaliações, todo planejamento deve relacionar eles. E, em quinto e ultimo lugar, o plano deve ter flexibilidade, para que no decorrer da prática, o professor possa ir ajustando, incrementando e organizando de melhor forma. 16 3 OS TRÊS TIPOS DE PLANOS “Planejar corresponde a vislumbrar uma situação futura melhor, a dispor-se a construir essa realidade e, efetivamente, fazê-lo.” Heloísa Lück 3.1 O PLANO DA ESCOLA Libâneo (1994) relata que há três modalidades de planejamento, o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aula. O plano da escola serve como uma direção durante o processo de ensino, que é utilizado pelos professores como uma orientação para desenvolverem seu trabalho. “[...] o plano da escola deve expressar os propósitos dos educadores empenhados em uma tarefa comum” (LIBÂNEO, 1994 p. 23). Ou seja, para que o plano da escola seja realmente efetivo, é necessário que ele seja elaborado em conjunto, com os coordenadores, orientadores e professores. Se isso não ocorre, pode causar várias repercussões negativas até em sala de aula. A LDBEN 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) fala que: “[...] os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica [...]. E também de acordo com o Art. 13 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; 17 II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. Pode-se perceber então, que tanto o docente, como o estabelecimento de ensino, devem, estar trabalhando juntos para que os planejamentos possam ser realmente cumpridos durante o cotidiano escolar. 3.2 O PLANO DE ENSINO O plano de ensino é o guia, roteirodas atividades propostas para um determinado tempo. Ele pode ser feito para um semestre ou até mesmo, para o ano todo, e é por meio dele que os planos diários são elaborados (Libâneo, 1994). [...] contém os seguintes componentes: justificativa da disciplina em relação aos objetivos da escola; objetivos gerais; objetivos específicos; conteúdo (com a divisão temática de cada unidade); tempo provável e desenvolvimento metodológico (atividades do professor e dos alunos) (LIBÂNEO, 1994, p. 232 e 233). A elaboração pode ser feito de acordo com o quadro abaixo. PLANO DE ENSINO (ANUAL/SEMESTRAL) Disciplina:............................................................................................... Série:...................................................................................................... Ano:........................................................................................................ N.º de aulas no ano:.................................. No semestre....................... Professor:............................................................................................... Justificativa da disciplina (uma ou mais páginas) 18 Objetivos gerais: Objetivos Conteúdos N. ° de aulas Desenvolvimento metodológico específicos Unidade I 1)....... 2)....... 3)........ 4)........ Unidade II 1)...... 2)...... 3)....... Quadro 1: Esboço de Plano de Ensino (LIBÂNEO, 1994, p. 232) • Justificativa da disciplina: Este é o momento do plano em que deverá ser explicado, por qual motivo aquele conteúdo, daquela disciplina é importante no desenvolvimento e no processo de aprendizagem (Libâneo, 1994). Libâneo (1994), atenta em dizer que é na justificativa que serão descritos os motivos, para quê e como será realizada a atividade, é aqui que os objetivos gerais são especificados. • Delimitação dos conteúdos: anteriormente, foi explicado de uma forma geral os objetivos de escolher uma determinada matéria e Libâneo (1994) comenta que é preciso escolher os conteúdos que serão trabalhados, dividindo-os em unidades e temas de cada uma. “Devemos lembrar-nos de que os conteúdos não consistem apenas de conhecimentos, mas também de habilidades, capacidades, atitudes e convicções” (LIBÂNEO, 1994, p. 234). Ou seja, o autor deixa claro que se deve atentar para que os conteúdos selecionados abordem todas essas áreas e não apenas chegar a uma sala de aula e ensinar um conteúdo aos alunos, sem trabalhar as habilidades, as capacidades dos alunos. • Os objetivos específicos: após escolher os conteúdos, agora o professor nesta etapa, irá delimitar os objetivos específicos, que são os resultados que o professor quer alcançar com as crianças. 19 (Libâneo, 1994). Libâneo (1994) também fala que é através dos objetivos específicos que o professor será direcionado, e são os objetivos específicos que irão determinar os resultados que o professor quer alcançar com seus alunos. “Os resultados são conhecimentos (conceitos, fatos, princípios, teorias, interpretações, ideias organizadas etc.)” (LIBÂNEO, 1994, p. 235). Todos esses conhecimentos serão trabalhados no decorrer das aulas. Todos os resultados que o professor quer alcançar devem ser descritos no planejamento. • Desenvolvimento metodológico: o desenvolvimento metodológico é a prática do planejamento. É no desenvolvimento metodológico que os objetivos e os conteúdos elaborados pelo professor serão trabalhados. O desenvolvimento metodológico de objetivos e conteúdos estabelece a linha que deve ser seguida no ensino (atividade do professor) e na assimilação (atividade do aluno) da matéria de ensino (LIBÊNEO, 1994, p. 238). Libâneo (1994) também fala que quando o professor preenche esse item no plano de ensino ele estará respondendo algumas questões muito importantes, como quais atividades serão trabalhadas para que os alunos assimilem o conteúdo a ser ensinado e que responda aos objetivos propostos, e que atividade que o professor irá desenvolver para direcionar os conteúdos e os objetivos. 3.3 PLANO DE AULA O plano de aula é o plano de ensino detalhado, e é nele que todos os objetivos e conteúdos que foram previstos no plano de ensino são colados em prática (Libâneo, 1994). O plano de aula tem que ser um documento escrito, que servirá como auxilio aos professores e esse plano deve levar em consideração de que a aula acontece num período de tempo e que durante esse tempo acontecem várias situações diferentes. 20 O professor ao montar seu plano de aula tem que considerar muitas vezes uma aula só, não será suficiente para iniciar e finalizar o conteúdo. E com sabedoria deve desdobrá-lo em varias partes sem deixar que perca a sequência dos conteúdos (Libâneo, 1994). Libâneo (1994) ressalta aos professores que cada conteúdo, capítulo novo deve dar continuidade ao anterior, e para isso é preciso ter conhecimento sobre o que os alunos sabem ou não, e isto também deve estar previsto no plano de aula. “Precisa lembrar que a avaliação é feita no início (o que o aluno sabe antes do desenvolvimento da matéria nova), durante e no final de uma unidade didática” (LIBÂNEO, 1994, p. 242). Ou seja, a avaliação acontecerá a todo instante, e é ela que auxiliará o professor para descobrir se o aluno desenvolveu naquele conteúdo ou não. O mais importante, é o professor fazer uma auto avaliação da sua aula. A aprendizagem dos alunos não depende exclusivamente do professor, mas de vários fatores que irão influenciar, tais como: realidade social do aluno, recursos disponibilizados pela escola, fatores sociais, psicológicos, etc. A auto avaliação ajudará o professor a entender em que lugares está errando, assim melhorará suas aulas para que os alunos possam assimilar melhor os conhecimentos. 21 4 OS TIPOS DE PROFESSORES, AS RAZÕES, OS MOTIVOS E DIFICULDADES 4.1 OS TIPOS DE PROFESSORES Qual professor você é? Podemos destacar três estilos, tipos de professores. Quem os ressalta é Cortella (2003), qualificando em três tipos de professores: o professor otimista ingênuo, o professor pessimista ingênuo e o professor otimista crítico. O primeiro professor, que é o otimista ingênuo é aquele que em vê a escola como a salvadora da humanidade, que através dela o mundo vai se transformar. Mas infelizmente não é assim, por mais que o professor faça a sua parte, cumpra com o currículo que é previsto pela Resolução n° 5 do art. 3° da Constituição Federal (2009), o mundo não gira apenas em torno da escola. O mundo acontece de acordo com as transformações ocorridas em sociedade, isso inclui, falando de crianças, a vida que ele leva, em casa com os pais, vizinhos, na igreja, inclusive com os amigos dentro da escola, onde cada dia é uma vivência diferente. Cortella (2003), explica que essa visão é otimista, pois visa uma escola que pode transformar um cidadão, valorizando-a, mas é ao mesmo tempo ingênua, visto que toda essa autonomia não pode ser dada apenas, neste caso, um estabelecimento de ensino, e sim deve ser distribuída a todas as entidades vigentes. O segundo professor é o pessimista ingênuo. Nesse contexto, diferentemente ao primeiro, trazendo o oposto, a escola tem como “a tarefa primordial de servir ao Poder e não de atuar no âmbito global da Sociedade, por isso, não é nada mais que um instrumento da dominação” (CORTELLA, 2003, p. 133). Analisando a fala do autor, entende-se que a escola é dominada pela sociedade (Poder das Elites), logo, o educador é apenas mais um “objeto” dominado pelo poder (Cortella, 2003). O pessimismo é encontrado aí, quando o professor tenta cumprir seu papel, mas por ser apenas mais um “objeto”, nãopode fazer tanto quanto gostaria. 22 A ingenuidade está em não perceber que tal visão pessimista é imposta pela elite dominante pelos seus meios de comunicação e inclusive pela escola. Ao acreditar que a estrutura é estática, isto é, não muda, ou altera promove e fortalece o poder dominante. Na realidade as classes subalternas, pobres, também promovem suas ações na busca pela liberdade, autonomia. A ingenuidade do pessimista está em acreditar que não é possível modificar a sociedade dividida e desigual. O otimista crítico é a junção do otimista com o pessimista, essa visão valoriza a escola e ao mesmo tempo não a coloca em um “altar” (Cortella, 2003). Portanto, assim deve ser o professor, que é otimista e sabe valorizar a escola, e com isso, também tem motivação nas suas aulas. Cortella (2003) diz que o professor é crítico, pois ao não colocar a escola como uma “deusa”, ele tem a capacidade de lidar com a escola e ainda não se deixa dominar pelo poder das elites, independente de todo controle que o poder possa ter sobre a instituição escolar, dentro da sala de aula é o professor quem decide como irá conduzir as suas aulas. Considerando esses três modelos, é possível associar um deles com a alienação. Filosoficamente falando, a alienação é quando um grupo de sujeitos cria uma forma de sociedade, vivenciando-a tão intensamente, que acaba acreditando que não foram eles próprios que a criaram, que isso vem de algum outro ser criador. Essa visão aplica-se ao modelo pessimista ingênuo, onde o professor sendo um ser dominado planeja suas aulas levando seus alunos e si próprio a se tornarem sujeitos alienados, aceitando assim, as condições impostas pelo poder. 4.2 A RAZÃO Não podemos falar das razões, dos motivos e das dificuldades de planejar as atividades sem entender o que é razão, o que é motivo e o que é dificuldade. Muitas vezes, os três podem parecer que têm o mesmo significado, mas eles são diferentes. De acordo com o Dicionário Aurélio, razão significa “s.f. Mente ou uma função usada para pensar; por exemplo, pedimos a alguém que use sua razão 23 e não suas emoções; prova para uma crença, opinião ou juízo; faculdade que permite o processo para se chegar a uma decisão ou conclusão, o raciocínio.” A palavra razão se origina do grego e do latim. Do latim vem a palavra Ratio que significa: “contar, reunir, , juntar e separar” (CHAUÍ, 1997, p. 59). Do grego vem a palavra Logos que têm significado semelhante à palavra latina: “contar, reunir, juntar, calcular” (CHAUÍ, 1997, p.59). Chauí (1997) diz que a razão é o ato de pensar, falar e agir racionalmente, de forma ordenada e clara, de uma maneira que seja acessível aos outros. Ou seja, a razão é o ato, a forma, como se expressa de maneira racional, tornando a realidade compreensível. A filósofa Marilena Chauí, em seu livro “Convite à Filosofia”, relata que há quatro princípios racionais, e são eles: “O Princípio da Identidade, O Princípio da Não Contradição, O Princípio do Terceiro-excluído e O Princípio da Razão Suficiente” (CHAUÍ, 1997, p. 60 e 61). O primeiro princípio que O Princípio da Identidade vem tratar da “[...] condição para que definamos as coisas e passamos conhece-las a partir de suas definições”. (CHAUÍ, 1997, p.60) Ou seja, é a individualidade de cada ser. Ele trata das características pessoais de cada um. O Princípio da Não Contradição relata que “sem o princípio da não contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar” (CHAUÍ, 1997, p.60), já que ele descreve que não há como uma pessoa B ser ela mesma e ao mesmo tempo ser B e A. Cada indivíduo, e também cada coisa, tem suas características e suas individualidades, e não há como uma pessoa B ter exatamente ao mesmo tempo, as mesmas características de A e B. O terceiro princípio citado é o princípio do terceiro-excluído, que vem trazendo a concepção de que não há outra opção, “este princípio define a decisão de um dilema” (CHAUÍ, 1997, p.60). Um exemplo que pode ser citado, é de que sempre há o certo e o errado, não existe um talvez. Só se pode escolher entre uma ou outra opção. O último princípio é O Princípio da Razão Suficiente, que é “o que afirma que tudo existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para acontecer [...]” (CHAUÍ, 1997, p. 61). Exemplificando isso, se 24 uma pessoa fica gripada, algum motivo existe, ou ela bebeu muita coisa gela, ou tomou um vento em uma noite mais fria, ou seja, nada acontece por acaso. Trazendo todos esses princípios para um olhar pedagógico, podemos dizer que o primeiro e o segundo princípio, trata de olhar para a individualidade de cada aluno, que o planejamento deve ser feito pensando que cada aluno é único, e que cada um tem as suas qualidades e suas características. Não se pode fazer um planejamento pensando apenas na criança que é mais desenvolvida, sendo que na mesma sala onde esse plano será desenvolvido, existe outra criança que tem certas dificuldades, nesse ponto é que entra o princípio da não contradição que Chauí (1997) trata. Que ninguém é igual a ninguém, que o aluno “João” sendo “João”, possa ser o aluno “José”, e nem o aluno “José” sendo ele mesmo possa ser o aluno “João”. O outro princípio que deve ser usado no processo de planejamento é o do terceiro-excluído que segundo Chauí (1997), aborda que não há uma terceira opção, e assim deve ser com o planejamento. Ou ele é realizado ou não é realizado. Não pode existir um meio termo. E o ultimo princípio, da razão suficiente Chauí (1997) diz que tudo que acontece é porque tem um motivo, uma razão (causa) para acontecer. Sendo assim, ao planejar, tem que levar em consideração, as várias ocorrências que podem acontecer durante as aulas, as dificuldades que serão encontradas, as dificuldades que surgirão, as dúvidas dos alunos. “É preciso atentar que a construção de uma realidade corre paralelamente à imagem que se tem ou que se vai construindo idealmente dessa mesma realidade” (GANDIN, 1994, p. 41). É necessário que ao planejar leve em consideração a realidade que está presente em volta e a que está sendo construída pelo docente, pelos alunos, pelas circunstâncias e pelas experiências vivenciadas a cada dia. 4.3 MOTIVOS E DIFICULDADES Já que já entendemos o que é razão, vamos entender agora o que são os motivos e as dificuldades. Os dois estão interligados, pois as dificuldades só acontecem por que existe algum motivo. 25 Primeiramente vamos ver qual o significado da palavra motivo. Para o Dicionário Aurélio, motivo significa “adj. Que pode ou faz mover; Que é causa ou origem de alguma coisa; Razão, móvel; aquilo que nos leva a fazer algo, ou justifica o nosso comportamento; explicação, justificativa”. Podemos ver também, que o Dicionário Aurélio diz que dificuldade é: “s.f. Qualidade do que é difícil; Impedimento, obstáculo; Apuro, aperto”. Dificuldades podem aparecer durante o processo de ensino, e Lück (2003), diz que um dos motivos para isso ocorrer é que os professores fazem muitos planos e na hora de executá-los acabam ficando perdidos, pois não sabem qual executar primeiro e acabam por deixá-los incompletos. Não cumprem nenhum com um mínimo de excelência. Ele denomina isso com o “A prática exagerada na gestão por projetos” (LÜCK, 2003, p. 30). HELOÍSA LÜCK (2003, p. 32) diz que “projetos que estabelecem objetivos e metas, sem efetivamente levar em consideração as condições para implementá-los, podem não passar de sonho”. Essas condições que a autora fala, são os recursos que são utilizados pelo professor. Ou seja, planos de aula que o professor não considera que nem sempre, todos os recursos necessários irão estar disponíveis, podem muitas vezes não sair do papel. Esse é mais um motivo e mais uma dificuldade que pode aparecer. Outro motivo que Lück (2003) conta, éque alguns professores na hora de planejar invertem os valores, trocam os objetivos. Esquecem de pequenos detalhes, esquecem do básico e do que é necessário. Criam planos de aulas espetaculares, e perdem aquilo que realmente é importante. E é por isso que muitos planos não são executados completamente. 26 5 ANÁLISE DE DADOS Para verificar se o que os professores planejam está sendo realmente cumprido, foi realizada uma pesquisa com 11 perguntas. A entrevista realizada contou com a participação de 4 (quatro) professoras do maternal e/ou EI3, duas de uma escola filantrópica – professora A e B – e duas de uma particular – professora C e D. Para constatar se há diferença no cumprimento do planejamento entre uma escola e outra. Questão 1 – Periodicidade de elaboração do planejamento ______________________________________________________________ As quatro professoras responderam que o planejamento é feito semanalmente. Olhando para essa informação é possível notar que tanto em uma escola particular quanto em uma pública, a forma escolhida para planejar é a mesma, querendo facilitar assim o cumprimento do planejamento feito pelo professor. Questão 2 – Execução do planejamento As professoras A e D disseram que conseguem executar o seu planejamento em torno de 70% a 90%. Esse é um valor razoável, já que como citado anteriormente existem inúmeros fatores que podem dificultar a execução do planejamento. A professora B disse que consegue executar 100% do seu planejamento, ou seja, totalmente. Isso é um resultado muito bom, mas não se pode deixar de considerar todas as dificuldades que surgem durante o processo de execução. A professora C executa seu planejamento em torno de 40% a 70%, esse é um resultado parcial, não é tão ruim, mas também não é um bom resultado, 27 pois indica que as dificuldades estão influenciando demais na execução do seu planejamento. Questão 3 – Motivo da não execução do planejamento As professoras A e B não responderam os motivos do não cumprimentam, considerando que a professora A tem o cumprimento entre 70% e 90%, e a professora B 100%. A professora C alegou que o não cumprimento de seu planejamento é devido à falta de interesse dos alunos e a falta de materiais por parte da escola. A professora D disse que o motivo do não cumprimento do seu planejamento é por falta de tempo e por falta de recursos necessários. Mais uma vez observa-se que as dificuldades já citadas. Questão 4 – Motivo da execução do planejamento Novamente as professoras A e B não responderam a questão, assim como também a professora D não respondeu. A professora C respondeu que quando consegue cumprir o seu planejamento é porque improvisa os materiais e cria dinâmicas de sala, tudo de acordo com o tempo das crianças, respeitando cada uma. Aí podemos ver que quando um professor tem exatamente claro o que quer, utiliza de várias formas para que seu planejamento seja executado da melhor forma tentando chegar aos 100% de aproveitamento. Questão 5 – Grau de satisfação 28 As quatro professoras disseram que estão satisfeitas, mas em uma escala de 0 a 10 cada uma marcou um resultado diferente. A professora A disse que de 0 a 10 seu grau de satisfação é 8. Esse resultado é compatível com o cumprimento do seu planejamento. A professora B marcou que de 0 a 10 o seu grau de satisfação é 9, o que é um resultado ótimo considerando que ela marcou 100% de cumprimento do planejamento. A razão de ela não ter marcado que o grau de satisfação é 10 deve ser por algum motivo que a mesma não citou, como por exemplo, a insatisfação por não conseguir algo que está planejado, ou por algum problema que ocorre dentro de sala, ou por algum problema com os seus superiores. Podem existir vários motivos pra que essa professora não tenha dado nota 10, e até, ela mesma não tenha percebido. Já a professora C deu a uma nota 7, que analisando mais atentamente, pode-se dizer que é compatível com a porcentagem de execução apontada por ela, basta olhar para a questão 3 e ver que as dificuldades que a professora citou estão lhe incomodando muito, mesmo se dizendo satisfeita. A professora D, assim como a professora A, avaliou a sua satisfação com uma nota 8, sendo compatível coma porcentagem de execução apontada por elas. Questão 6 – Mudanças necessárias no planejamento para ser realizado com maior sucesso. Ao responder esta questão, a professora A e B deixaram claro alguns motivos de não conseguir cumprir seu planejamento 100%. Elas citaram que seriam necessários um tempo maior, mais recursos, livros e apostilas, novas ideias e mais dedicação. Esse tempo maior citado por ela pode ser interpretado de duas formas: uma é o tempo dentro de sala de aula utilizado para a execução e o tempo fora da sala de aula utilizado para planejar as aulas. Os recursos que ele diz necessitar dependerão da aula planejada, assim como também os livros e apostilas. Novas ideias não são tão fáceis, mas também 29 não são impossíveis de se conseguir, e a dedicação é um ato natural que o professor deve desenvolver durante a prática de ensinar. A professora C respondeu que por ser um trabalho que é realizado com crianças pequenas o planejamento é bastante flexível, então citou apenas uma mudança que ela considera que seria necessária, que é o tempo “ocioso” para que as crianças através das brincadeiras possam ser estimuladas. A professora D disse que é necessária mais atenção do professor ao planejar, que ele deve rever se o tempo disponível para cumprir o planejamento vai sanar todos os seus objetivos. Esse é um dos pontos muito importantes, pois mostra que o professor tem clareza em seus objetivos, e que levam em consideração quaisquer dificuldades que possam vir a acontecer. Questão 7 – Opinião sobre o que é um planejamento Ao responder esta questão a professora A disse que para ela o planejamento é a buscar novas formas de retrabalhar os temas, e que venham contribuir na sua prática do dia-a-dia. Podemos perceber que ela não tem nem um mínimo de noção do que seja realmente um planejamento, e talvez seja por isso que estão aparecendo às dificuldades e ela não está sabendo lidar com elas. A professora B já conseguiu descrever de forma melhor o que é um planejamento, dizendo que é uma forma de planejar o que o professor irá trabalhar com seus alunos. Olhando para isso, entendemos o porquê que essa professora consegue executar 100% do seu planejamento. A professora C respondeu dizendo que é se preparar para em entrar em uma sala de aula, e ter objetivos a serem desenvolvidos. Uma parte está certa, mas o planejamento como já explicado, não apenas isso. Já a professora D disse que o planejamento é a previsão das atividades, tanto pedagógicas quanto qualquer decisão que o professor tomar. Mas assim como no caso da professora C, o planejamento não apenas isso. 30 Questão 8 – Objetivos e fins do planejamento Respondendo apenas o que são os objetivos a professora A disse que objetivo é quando o professor antecipadamente busca informações sobre o tema proposto para que na prática consiga obter bons resultados. Vemos que essa professora continua perdida em relação ao que é realmente um planejamento. A professora B respondeu dizendo que o professor deve entrar em sala de aula sabendo o que aplicar para seus alunos, pois ao final do dia ele irá ver se conseguiu alcançar o objetivo desejado. Isso é um ponto muito importante, mas o objetivo do planejamento não é apenas averiguar se tudo o que foi planejado aconteceu de fato, o objetivo do planejamento é auxiliar o professor no processo de ensino. E a partir disso é que o professor irá verificar se os objetivos propostos dentro do planejamentoforam alcançados, e verificar como foi o aprendizado dos alunos através de avaliação. A professora C respondeu de uma forma simples e mais clara que o objetivo do planejamento é se programar para saber o que pode ser feito e não esperar para pensar em algo na hora que estiver dentro da sala de aula, é desenvolver ações com as crianças, mas ações que já estejam planejadas. Exatamente, esse é o objetivo do planejamento, é a preparação do professor antes que ele entre em uma sala de aula. Mas isso não quer dizer que não possa acontecer imprevistos e alterações no decorrer da aula, mas o professor deve estar preparado para qualquer imprevisto que possa vir a ocorrer. Infelizmente a professora D não respondeu a essa questão. Questão 9 – Utilidade do planejamento na atualidade 31 As quatro professoras responderam que sim, o planejamento tem utilidade na atualidade, isso mostra que elas têm ciência da importância do planejamento no processo de ensino. Questão 10 – Razões do planejamento não ter utilidade Como todas as professoras responderam que o planejamento tem utilidade na atualidade, essa questão não foi respondida. Apenas a professora C respondeu dizendo que pra ela tem utilidade, pois serve como um roteiro para nortear a aula. Questão 10 – Dificuldades para elaborar o planejamento Essa questão todas as professoras responderam apontando algumas das dificuldades que elas encontram ao elaborar o seu planejamento. A professora A disse que uma das maiores dificuldades que ela encontra, está em encontrar formas diferentes de aplicar as atividades. Essa dificuldade se resolve com pesquisa da professora. Se ela pesquisar, em livros apostilas, internet ela encontra várias dicas pra aplicar suas atividades, ela deve explorar sua criatividade. A professora B disse que a sua dificuldade está em sua falta de criatividade, mas disse também que tem buscado na internet, opções para melhorar o seu planejamento. A professora C ao responder essa pergunta deixou claro que a sua dificuldade está ligado diretamente com um dos motivos de não cumprir o seu planejamento, que é não saber se a escola irá disponibilizar os materiais diferenciados e necessários para a execução do seu planejamento. 32 A professora D disse que a dificuldade que ela encontra é a falta de tempo para planejar, pois não da aula apenas em uma escola, e precisa fazer o planejamento das duas e falta tempo, e a outra dificuldade também que ela encontra, é que ela nunca sabe se a escola irá disponibilizar o material necessário. O professor que têm dúvidas quanto à disponibilidade de materiais, deve elaborar um esboço do planejamento e mandar para a coordenadora da escola e verificar se será possível utilizar os materiais que se pede, e se não for, nesse caso a professora ou deverá mudar o sue planejamento ou adequá-lo conforme os materiais que são disponibilizados pela escola. 33 6 CONCLUSÃO Com base nas pesquisas, nas bibliografias de vários autores e com as pesquisas realizadas pode se chegar a algumas conclusões. Podemos perceber que alguns dos motivos do professor não cumprir o seu planejamento de acordo com o que foi previamente planejado, é devido há varios fatores, que envolvem os alunos, os professores, a escola. Quando falamos que os motivos envolvem a escola, percebemos que o plano da escola deve estar muito bem traçado, para assim ser uma escola organizada, e poder atender aos requisitos dos professores, pois uma das reclamaçãoes das professoras entrevistadas é de que as escolas não disponibilizam recusrsos suficientes. Quando falamos os alunos, é que os professores não levam em consideração a realidade dos alunos e acabam planejando com se todos os seus alunos fossem iguais, esquecendo que cada um deles é único, e que cada um tem suas habilidades, mas também tem suas dificuldades. E ao falarmos que um dos fatores é o professor, é porque muitas vezes os professores não se planejam adequadamente, e invertem valores, e não tem consciência da importancia do planejamento. Concluímos então que os professores precisam se organizar de forma melhor, e precisam ter claro os seus objetivos, para que assim seus planejamento sejam executados de forma completa, e não haja descompasso entre o que se planeja e o que se realiza. 34 REFERÊNCIAS CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia, 12° Edição, São Paulo, Ática, 1997. GANDIN, Danilo, A prática do planejamento Participativo, 9° Edição, Petrópolis/RJ, Vozes, 2001. http://www.dicionariodoaurelio.com/Dificuldade.html - acessado em 17/09/2013 às 16:18 http://www.dicionariodoaurelio.com/Motivo.html - acessado em 17/09/2013 às 16:06 http://www.dicionariodoaurelio.com/Razao.html - acessado em 16/09/2013 às 23:15 LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo, Cortez, 1994 LÜCK, Heloísa, Metodologia de Projetos: uma ferramenta de planejamento e gestão, Petrópolis/RJ, Vozes, 2003. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo, Cortez, 1994. (Coleção magistério, 2° grau. Série formação do professor). MARTINEZ, Maria Josefina; Lahore, Carlos E. Oliveira. Planejamento Escolar. Tradução Maria Aparecida Viggiani Bicudo e Sandra Machado Lunardi. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 1977. http://www.dicionariodoaurelio.com/Dificuldade.html%20-%20acessado%20em%2017/09/2013%20às%2016:18 http://www.dicionariodoaurelio.com/Dificuldade.html%20-%20acessado%20em%2017/09/2013%20às%2016:18 http://www.dicionariodoaurelio.com/Motivo.html%20-%20acessado%20em%2017/09/2013%20às%2016:06 http://www.dicionariodoaurelio.com/Motivo.html%20-%20acessado%20em%2017/09/2013%20às%2016:06 http://www.dicionariodoaurelio.com/Razao.html%20-%20acessado%20em%2016/09/2013%20às%2023:15 http://www.dicionariodoaurelio.com/Razao.html%20-%20acessado%20em%2016/09/2013%20às%2023:15 35 ANEXOS 36 ANEXO A QUESTIONÁRIO DE PESQUISA – CURSO DE PEDAGOGIA Prezado Segue questionário de pesquisa sobre PLANEJAMENTO: as razões do descompasso entre o planejado e o executado do ensino na Educação infantil, da acadêmica Ana Claudia Rossetto, do curso de Pedagogia da Faculdade Norte Paranaense – UNINORTE, sob orientação do Prof. Joaquim P. de Lima. Visa o estudo contribuir com o processo de planejamento escolar. Agradecemos e contamos com sua colaboração. QUESTIONÁRIO 1) Como é feito o seu planejamento? Mensal semanal Diário Semestral trimestral bimestral não faz. 2) Você consegue cumprir o seu planejamento? (sim); (não). SIM (em %) NÃO Precariamente Parcialmente Razoavelmente Totalmente Entre 5% a 40% entre 40% a 70% ente 70% a 90% 100% 0% 3) Se NÃO consegue realizar, aponte dois principais motivos? Motivo Descrição dos motivos do por que não TOTAL 1º 2º 4) Se SIM consegue realizar, aponte dois principais motivos? Motivo Descrição dos motivos 1º 2º 5) Qual o grau de satisfação – quanto a execução do plano de ensino? Insatisfeito ( ) Satisfeito ( ) Anote Grau de Satisfação de 0 a 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 37 6) Para você, que mudanças seriam necessárias no planejamento (no processo de planejar, no ato de planejar, no instrumento de planejamento de ensino) para que possa ser realizado com maior sucesso? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7) Em sua opinião o que é um planejamento? ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8) Quais são os objetivos e os fins do planejamento na prática do ensino? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9) Pra você concretamente o planejamento na atualidade tem utilidade? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez 10) Se não tem utilidade quais são as razões? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 11) Quais as maiores dificuldades que você encontra ao elaborar o seu plano de ensino? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
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