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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
LEI 13.869/19 – ABUSO DE AUTORIDADE.......................................................................................................... 2 
2. CRIMES EM ESPÉCIE – ARTS. 9° a 38.......................................................................................................... 2 
2.4 – CRIME DO ART. 13 ............................................................................................................................ 2 
2.5 – CRIME DO ART. 15 ............................................................................................................................ 3 
2.6 – CRIME DO ART. 16 ............................................................................................................................ 3 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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LEI 13.869/19 – ABUSO DE AUTORIDADE 
2. CRIMES EM ESPÉCIE – ARTS. 9° A 38 
2.4 – CRIME DO ART. 13 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, 
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade 
pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não 
autorizado em lei; 
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem 
prejuízo da pena cominada à violência. 
Conduta Típica. Estamos diante da conduta do agente público que constrange/obriga 
preso ou detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de 
resistência a: 
Exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública. 
Ex.: autoridade policial que, diante do pedido de populares, 
moradores da região, constrange pessoa presa, mediante grave 
ameaça, a exibir-se aos mesmos como sendo o autor de uma 
série de crimes de furto ocorrida na localidade. 
Submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei. 
Ex.: Agente de Polícia que, com violência, algema uma pessoa 
sem justo motivo e em desacordo com a Súmula Vinculante 11 
do STF (resistência, fundado receio de fuga ou perigo à 
integridade física). 
Produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. 
Ex.: Escrivão de Polícia que constrange pessoa detida, mediante 
grave ameaça, a fornecer um fio de seu cabelo para que se 
realize exame de DNA, necessário a comprovar a materialidade 
de um crime de estupro (Art. 213 CP). 
Sem prejuízo da pena cominada à violência. Observe que, se para cometer o delito do 
Art. 13 o agente público se valer do emprego de violência1 à vítima, teremos concurso de 
crimes por expressa disposição legal. 
Ex.: Escrivão de Polícia que constrange pessoa detida, 
submetendo-a a choques elétricos, com o objetivo que ela 
forneça padrões grafotécnicos para realização de exame pericial 
necessário à comprovação da materialidade do crime. 
Nesse caso, o policial responderá por dois crimes em concurso: 
Lesão Corporal (Art. 129 CP) e Abuso de Autoridade (Art. 13 
Lei 13.869/19). 
 
1 No caso do delito do Art. 13 ser praticado mediante grave ameaça, o crime do Art. 147 CP restará absorvido. 
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Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que praticar a conduta prevista no 
tipo penal. Sujeito passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por 
parte do agente público. 
2.5 – CRIME DO ART. 15 
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, 
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar 
segredo ou resguardar sigilo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o 
interrogatório: 
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou 
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou 
defensor público, sem a presença de seu patrono. 
Conduta Típica. O Art. 15, inicialmente, pune o agente público que constrange/obriga a 
depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, 
deva guardar segredo/sigilo. 
São exemplos de pessoas que, em razão do ofício, devem guardar segredo, sendo 
impedidas de depor na forma do Art. 207 do CPP: psicólogo, padre, pastor, etc. 
Figuras equiparadas. No parágrafo único nós temos algumas figuras equiparadas, ou 
seja, cada inciso constitui um crime autônomo, mas que receberá a mesma consequência 
penal da conduta prevista no caput, incorrendo na mesma pena quem prossegue com o 
interrogatório de pessoa: 
. Que tenha decidido exercer o direito ao silêncio. Quando do início de seu 
interrogatório, seja em sede policial ou judicial, o réu é cientificado do seu direito ao silêncio. 
Caso opte por permanecer em silêncio, sua escolha deve ser respeitada. Assim, não cabe ao 
interrogador iniciar o ato, realizando perguntas a fim de instigar o interrogando a desistir da 
sua opção de calar-se, por exemplo. 
. Que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença 
de seu patrono. Conforme Art. 7°, XXI da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), em regra, é direito 
do advogado assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações. Portanto, 
caso o interrogando compareça diante da autoridade policial para interrogatório e opte por 
ser assistido por seu defensor durante a realização do ato, mas a autoridade policial ignore tal 
opção, quando admitida, e inicie o interrogatório imediatamente, sem a presença da defesa 
técnica, comete o crime do Art. 15. 
Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que possuir competência/atribuição 
para praticar as condutas previstas no tipo penal (caput ou parágrafo único), ex.: Autoridade 
Policial. Sujeito passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte 
do agente público. 
2.6 – CRIME DO ART. 16 
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao 
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante 
sua detenção ou prisão: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como 
responsável por interrogatório em sede de procedimento 
investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso 
ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. 
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Conduta Típica. O Art. 16, em seu caput, prevê a conduta do agente público que não se 
identifica ou o faz falsamente (proferindo nome falso) ao preso quando de sua captura, 
detenção ou prisão. O crime em questão encontra fundamento no Art. 5°, LXIV da CF que 
dispõe: o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial. 
Note que quando o agente “não se identifica” pratica uma omissão (crime omissivo 
próprio), por outro lado quando se identifica falsamente comete uma ação (crime comissivo). 
Em ambas as formas de conduta o objetivo é inviabilizar a identificação do agente público 
quando da captura, detenção ou prisão do sujeito. 
Figura equiparada. No parágrafo único nós temos uma figura equiparada, a qual 
constitui crime autônomo, mas que receberá a mesma consequência penal da conduta 
prevista no caput, incorrendo na mesma pena quem: 
Não se identifica ao preso ou o faz falsamente quanto à identidade, cargo ou função, 
quando da realização de interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração 
penal a que seja responsável. Da mesma forma que o caput, temos a possibilidade de a 
conduta ser praticada tanto por omissão quanto por ação. 
Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que possuir competência/atribuição 
para praticar as condutas previstas no tipo penal (caput ou parágrafo único), ex.: Autoridade 
Policial. Sujeito passivo: tanto o Estado quantoa pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte 
do agente público. 
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