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Falência - ATUALIZADA (Lei 11 101)

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Lei nº 11.101/2005 - LRF
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: 11/04/21 - Lei 4.112/20 (Obs.1: ficou mantido as questões de concurso, julgados, enunciados das Jornadas, comentários e dicas que acredito que não estarem superados após a vigência da Lei 14.112/20; Obs.2: ao final da Lei 11.101/05 incluí o teor do art. 5º da Lei 14.112/20, que apesar de não ter alterado nenhum dispositivo, traz informações importantes). Obs.3: No dia 11/04/21, atualizei novamente a Lei 11.101/05, incluindo a promulgação pelo CN das partes vetadas).[footnoteRef:1] [1: Fonte: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2020/lei-14112-24-dezembro-2020-790948-promulgacaodevetos-162548-pl.html ] 
Última atualização jurisprudencial: 02/12/20 - Info 651 (art. 45); Info 651 (art. 6º, §4º); Info 651 (art. 192, §3º); Info 652 (art. 48); Info 654 (art. 49, §3º); Info 659 (art. 6º, §1º); Info 661 (art. 5º, I); Info 676 (art. 41, I)
Última atualização questões de concurso: 11/04/2021.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na LRF).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas: MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
LEI No 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
	
	Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. (TJMG-2006) (TJMS-2008) (TJSE-2008) (TJRS-2009) (MPPB-2010) (MPDFT-2011) (MPMS-2011) (Cartórios/TJRN-2012) (MPT-2009/2013) (TCEES-2013) (DPECE-2014) (PGEBA-2014) (Cartórios/TJMT-2014) (PGESE-2017) (DPU-2017) (Cartórios/TJCE-2018) (Cartórios/TJPR-2019)
	(TJPE-2015-FCC): A Lei 11.101/05, que disciplina a falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial, aplica-se tanto às sociedades empresárias quanto aos empresários individuais. BL: art. 1º, LRF.
##Atenção: Pelo teor do art. 1º da LRF, não se exige que seja uma sociedade personificada. Logo, uma sociedade em comum poderá ir à falência. Vale ressaltar que o sujeito ativo que é quem irá pedir a falência, e o sujeito passivo que é o próprio falido.
(TRF2-2013-CESPE): A Lei 11.101/05, que regula as recuperações judicial e extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, se aplicaria a um indivíduo qualquer que, conforme o Código Civil, se enquadre no conceito de empresário.
        Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
        I – empresa pública e sociedade de economia mista; (TJDFT-2007/2008) (PGEPB-2008) (MPPB-2010) (MPDFT-2011) (MPMS-2011) (Cartórios/TJMA-2011) (Cartórios/TJSC-2012) (PGEPA-2012) (MPPR-2013) (DPECE-2008/2014) (TRF2-2013/2014) (MPBA-2015) (TCU-2015) (Cartórios/TJMG-2015/2016) (MPSC-2016) (TJMG-2012/2018) (PCBA-2018) (Cartórios/TJAM-2018) (Cartórios/TJDFT-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (PGM-Contagem/MG-2019)
	(Cartórios/TJDFT-2014-CESPE): A respeito do direito falimentar, assinale a opção correta: Não estão sujeitas à recuperação judicial nem à recuperação extrajudicial as sociedades empresárias constituídas sob a forma de sociedade de economia mista ou de empresas públicas. BL: art. 2º, I, LRF.
(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): A sociedade de economia mista que não honrar os compromissos assumidos junto aos seus fornecedores não poderá pleitear a recuperação judicial ou extrajudicial. BL: art. 2º, I, LRF.
##Atenção: Os institutos da recuperação judicial e extrajudicial (e também a falência) encontram-se disciplinados pela Lei 11.101/05, sendo que tal diploma expressamente exclui de sua incidência as empresas públicas e as sociedades de economia mista (art. 2º, I), sejam elas prestadoras de serviços públicos, sejam as exploradoras de atividade econômica. Logo, está correta a assertiva.
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. (TJDFT-2008) (MPMT-2008) (MPPB-2010) (TJES-2011) (MPMS-2011) (PGERS-2011) (TJMG-2012) (MPRJ-2012) (Cartórios/TJMG-2012) (MPPR-2013) (DPEDF-2013) (TRF2-2013) (Cartórios/TJES-2013) (Proc./BACEN-2013) (DPECE-2008/2014) (Cartórios/TJMG-2015) (PCDF-2015) (TRT8-2015) (TRT21-2015) (TCU-2015) (PFN-2015) (PGESE-2017) (Cartórios/TJAM-2018) (Cartórios/TJDFT-2014/2019) 
	(Cartórios/TJMG-2017-Consulplan): Acerca da recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade empresária, assinale a alternativa correta, nos termos da Lei 11.101/05: a lei 11.101/05 não se aplica à cooperativa de crédito, consórcio e sociedade de capitalização. BL: art. 2º II, LRF.
(PGEBA-2014-CESPE): No que se refere ao direito falimentar, julgue o item a seguir: A lei exclui total e absolutamente do direito falimentar as sociedades de economia mista, as empresas públicas e as câmaras de compensação. BL: art. 2º, I e II, LRF.
##Atenção: Quanto à sociedade de economia mista e à empresa pública não há dúvidas, por previsão expressa. Em relação às câmaras de compensação, há que se saber que elas são equiparadas à instituição financeira, nos termos do art. 2, II, parte final da Lei de Falências.
(MPSP-2012): Em relação à falência, considere: São excluídas da falência as sociedades de economia mista, as empresas públicas, as câmaras de compensação e de liquidação financeira e as entidades fechadas de previdência complementar. BL: art. 2º, I e II, LRF.
(Fiscal de Rendas-SEFAZ/RJ-2008-FGV): Determinada instituição financeira, em sérias dificuldades e com patrimônio líquido negativo, resolve requerer os benefícios da recuperação extrajudicial, com vistas a melhor equacionar os interesses de seus credores. Seria possível propor perante o Poder Judiciário a ação de recuperação extrajudicial nessa hipótese? Assinale a alternativa que responda corretamente à pergunta acima: Não, porque as instituições financeiras não estão autorizadas a requerer a recuperação extrajudicial. BL: art. 1º c/c art. 2º, II, LRF.
##Atenção: As instituições financeiras se submetem à liquidação extrajudicial, prevista na Lei 6.024/74.[footnoteRef:2] [2: Art. 1º As instituições financeiras privadas e as públicas não federais, assim como as cooperativas de crédito, estão sujeitas, nos termos desta Lei, à intervenção ou à liquidação extrajudicial, em ambos os casos efetuada e decretada pelo Banco Central do Brasil, sem prejuízo do disposto nos artigos 137 e 138 do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940, ou à falência,, nos termos da legislação vigente.] 
        Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. (TJDFT-2007) (PGEPI-2008) (TJRO-2011) (TRT15-2011) (MPSP-2012) (Cartórios/TJSC-2012) (PGEPA-2012) (PFN-2012) (TRT23-2012) (TJPR-2013) (Cartórios/TJSE-2014) (TJGO-2015) (TRT21-2015) (TCU-2015) (MPSC-2016) (PGESE-2017)
	(TJMG-2018-Consulplan): Quanto à Falência e Recuperação, segundo a Lei 11.101/05, analise a afirmativa a seguir: É competente para deferir a Recuperação Judicial ou decretar a Falência, o juízo do local do principalestabelecimento do devedor empresário ou sociedade empresária. BL: art. 3º, LRF.
(TJSC-2015-FCC): “FRANGO SAUDÁVEL S.A.”, empresa produtora e exportadora de frangos, com sede em Florianópolis, concentra sua atividade econômica em Blumenau, onde se situa o seu principal estabelecimento. No entanto, todos os seus fornecedores e credores têm domicílio em Itajaí. Nesse caso, a competência para decretar a falência da empresa será do juízo de Blumenau. BL: art. 3º, LRF.
##Atenção: Segundo André Luiz Santa Cruz Ramos (Direito Empresarial Esquematizado, 2014): "Para o direito falimentar, a correta noção de principal estabelecimento está ligada ao aspecto econômico: é o local onde o devedor concentra o maior volume de negócios, o qual, frise-se, muitas vezes não coincide com o local da sede da empresa ou do seu centro administrativo".
(MPSC-2012): A Lei n. 11.101/2005, que trata da recuperação e falência da empresa, disciplina que é competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. BL: art. 3º, LRF.
        Art. 4o (VETADO)
	##Atenção: ##MPRR-20017: ##CESPE: ##MPMG-2017: Algumas considerações acerca da atuação do MP no processo falimentar[footnoteRef:3]: 01). O MP tem uma atuação híbrida/mista: ora como custus legis (fiscalização de alguns procedimentos); ora como parte (na persecução dos crimes falimentares; 02) A atuação do MP não é obrigatória em todos os atos/procedimentos previstos na lei 11.101/05. O art. 4º da lei, que previa a intervenção do MP nos processos de recuperação judicial e falência, bem como nas ações (qualquer uma) em que a massa fosse autora ou ré, foi vetado pela Presidência aos argumentos de que: I) tal medida acarretaria sobrecarga da instituição e redução de sua importância; II) o legislador previu no corpo do texto legal hipóteses razoáveis de intervenção obrigatória; III) o projeto de lei não afasta as disposições do CPC que preveem a possibilidade de o MP intervir em qualquer processo no qual entenda haver interesse público e, então, requerer o que entender de direito; 03) O fundamento da intervenção do MP no procedimento falimentar é o interesse público, consubstanciado na necessidade de tutela do crédito, da fé pública, do comércio, da ordem econômica, da economia pública etc, haja vista que a decretação de falência tem efeitos graves na economia, produzindo, por vezes, quebra de outras sociedades, desemprego e abalo geral na credibilidade do mercado. [3: Fonte: "O Ministério Público e a nova de le falências", de Mario Moraes Marques Junior - Promotor/RJ, o qual pode ser encontrado em http://amperj.temp.w3br.com/artigos/view.asp?ID=86 ] 
##Atenção: ##MPRR-20017: ##CESPE: ##MPMG-2017: A nova atual lei de falências (Lei 11.101/05) reduziu significativamente a atuação do órgão do Ministério Público no processo falimentar, estando ela restrita aos casos em que a lei expressamente determinar a sua participação. A atuação do Parquet ocorrerá, por exemplo: a) quando houver indícios de responsabilidade penal do devedor (art. 22, III, “e”, LRF[footnoteRef:4]) e; b) quando for determinada a alienação de bens do devedor (art. 142, §7º, LRF[footnoteRef:5]). [4: Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: (...) III – na falência: (...) e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;] [5: Art. 142. (...) §7° Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fazendas Públicas serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legislação vigente e respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)] 
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
	##Atenção: ##MPRR-2008: ##CESPE: Habilitação é o procedimento de verificação da validade e exatidão do valor do crédito nos autos da falência ou da recuperação judicial. Por isso não é restrito às situações de falência. 
        Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: 
        I – as obrigações a título gratuito; (TJDFT-2007) (MPPB-2011) (TJGO-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (Cartórios/TJSC-2012) (TCEES-2013) (Cartórios/TJMG-2015/2016) (Cartórios/TJPR-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A empresa “J” tomou dinheiro emprestado junto a um banco e a empresa “E” foi avalista. Antes do vencimento, a empresa “E” entrou em recuperação judicial. Esse crédito do banco deverá ser habilitado na recuperação judicial e poderá ser cobrado da empresa “E” (avalista)? Depende. O art. 5º, I, da Lei 11.101/05 preconiza: “Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: I – as obrigações a título gratuito;” Esse art. 5º, I, tem como objetivo impedir que o devedor, já com dificuldades para adimplir dívidas decorrentes de obrigações de natureza onerosa, seja também compelido a satisfazer aquelas pelas quais não recebera qualquer contrapartida, circunstância que implicaria quebra de isonomia e prejuízo a quem se tornou credor e cumpriu, a contento, a contraprestação respectiva. Assim, será necessário verificar se esse aval prestado pela empresa teve natureza onerosa ou gratuita, para que se determine se a garantia se sujeita ou não ao processo de recuperação judicial. STJ. 3ª T. REsp 1829790-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 19/11/19 (Info 661).
	##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Para dizer se o aval concedido foi gratuito ou oneroso é necessário examinar se houve algum ganho indireto para o avalista: Não se pode considerar o aval como um ato gratuito ou oneroso sem antes analisar as circunstâncias que ensejaram sua concessão. É bastante comum que as relações negociais travadas no âmbito empresarial envolvam a prestação de garantias em contrapartida a algum outro ato praticado (ou a ser praticado) pelo avalizado ou por terceiros interessados. Explicando melhor nas palavras de Luis Felipe Spinelli: “ainda que não exista contraprestação direta pelo aval, existem situações em que a garantia foi prestada com o objetivo de auferir algum ganho, mesmo que intangível, como ocorre na hipótese de aval prestado em benefício de sociedades do mesmo grupo econômico ou para viabilizar operações junto a parceiros comerciais, hipóteses nas quais não se pode considerar tal obrigação como a título gratuito” (O aval na recuperação judicial e na falência. In Direito das garantias. Gisela S. da Cruz Guedes et. al. (coordenação). São Paulo: Saraiva, 2017, p. 156). Nessas hipóteses, – em que a declaração cambiária em questão assume contornos de natureza onerosa –, a norma do art. 5º, I, da LFRE não tem aplicabilidade. Logo, o crédito correspondente ao aval deverá se sujeitar aos efeitos da recuperação judicial.
	(MPPR-2019): Em tema de falência e recuperação judicial, assinale a alternativa correta: As obrigações a título gratuito não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência. BL: art. 5º, I, LRF.
        II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. (TJDFT-2007) (MPPB-2011) (Cartórios/TJSC-2008/2012) (TJGO-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (TRF4-2014) (Cartórios/TJMG-2015) (PCPA-2016) (Cartórios/TJPR-2019)
	(TJMG-2018-Consulplan): Quanto à Falência e Recuperação, segundo a Lei 11.101/05, analise a afirmativa a seguir: Não são exigíveis do devedor as obrigações a título gratuito, as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígiocom o devedor. BL: art. 5º, I e II, LRF.
(TJGO-2015-FCC): Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência, as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. BL: art. 5º, II da LRF.
  Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial implica: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei;  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
	JDCom. nº 43: A suspensão das ações e execuções previstas no art. 6º da Lei n. 11.101/2005 não se estende aos coobrigados do devedor. (Cartórios/TJRR-2013) (TRT1-2014) (TRT/Unificado-2017) (Cartórios/TJDFT-2019)
JDCom. nº 54. O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos. (Cartórios/TJDFT-2019)
        § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. (MPRO-2010) (PGERS-2010) (TRF5-2009/2011) (TJPE-2011) (MPMS-2011) (TJRS-2012) (Cartórios/TJMG-2012) (AGU-2012) (TRT5-2013) (DPEPB-2014) (TJSP-2015) (TRF2-2017) (TJMG-2018) (TJPA-2019) (TJPR-2019) (Cartórios/TJDFT-2019) (Cartórios/TJRS-2019) 
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Compete ao Juízo falimentar decidir sobre os bens do falido dados em garantia em favor de sociedade empresária em recuperação judicial ainda que pendente decisão no juízo arbitral sobre eventual descumprimento de obrigações entre as partes. STJ. 2ª Seção. CC 166591-SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, j. 23/10/19 (Info 659).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPSC-2019: A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de organização judiciária. STJ. 1ª S. REsp 1643856-SP, Rel. Min. Og Fernandes, j. 13/12/17 (recurso repetitivo) (Info 617).
	(MPSC-2019): Segundo entendimento do STJ, a competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de organização judiciária. BL: Info 617, STJ.
##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ: ##Tese 04: ##TJPA-2019: ##CESPE: Os institutos da recuperação judicial e da falência, a despeito de instaurarem o juízo universal, não acarretam a atração das ações que demandam quantia ilíquida - art. 6º, § 1º, da Lei n. 11.101/05.
	(PGEAM-2016-CESPE): Aberto um processo de falência, as ações em que se demande quantia ilíquida contra o falido permanecerão sendo processadas no juízo original da ação. BL: art. 6º, §1º, LRF.
##Atenção: Sendo assim, de acordo com o art. 6º, §1º, da Lei 11.101/05, os processos que versem sobre quantia ilíquidas continuarão tramitando perante os juízos de origem.
        § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. (TJPI-2007) (TJTO-2007) (MPAM-2007) (PGEPI-2008) (TRT1-2010/2011) (AGU-2012) (TRT5-2013) (TRT6-2015) (TRT8-2015) (TRT23-2015) (MPT-2017)
	##Atenção: ##STF/Repercussão Geral – Tese nº 90: ##MPT-2017: I - A questão central debatida no presente recurso consiste em saber qual o juízo competente para processar e julgar a execução dos créditos trabalhistas no caso de empresa em fase de recuperação judicial. II - Na vigência do Decreto-lei 7.661/45 consolidou-se o entendimento de que a competência para executar os créditos ora discutidos é da Justiça Estadual Comum, sendo essa também a regra adotada pela Lei 11.101/05. III - O inc. IX do art. 114 da CF/1988 apenas outorgou ao legislador ordinário a faculdade de submeter à competência da Justiça Laboral outras controvérsias, além daquelas taxativamente estabelecidas nos incisos anteriores, desde que decorrentes da relação de trabalho. IV - O texto constitucional não o obrigou a fazê-lo, deixando ao seu alvedrio a avaliação das hipóteses em que se afigure conveniente o julgamento pela Justiça do Trabalho, à luz das peculiaridades das situações que pretende regrar. V - A opção do legislador infraconstitucional foi manter o regime anterior de execução dos créditos trabalhistas pelo juízo universal da falência, sem prejuízo da competência da Justiça Laboral quanto ao julgamento do processo de conhecimento. STF. Plenário. RE 583955, Min. Rel. Ricardo Lewandowski, j. 28/05/09. Teor da Tese nº 90: Compete ao juízo comum falimentar processar e julgar a execução dos créditos trabalhistas no caso de empresa em fase de recuperação judicial.
	(MPT-2017): Se a empresa reclamada estiver sob o regime da Lei de Recuperação Judicial e Falência (Lei 11.101/05), quanto à regra de competência, é correto afirmar que: São processadas e julgadas na Justiça do Trabalho as ações de natureza trabalhista até a apuração do crédito, cujo montante, determinado em sentença ou aferido em liquidação, será inscrito no quadro geral de credores perante o juízo da recuperação. BL: art. 6º, §2º c/c art. 76[footnoteRef:6] e Entend. STF. [6: Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.] 
        § 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. (TRT6-2015)
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
	      JDCom. nº 42: O prazo de suspensão previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005 pode excepcionalmente ser prorrogado, se o retardamento do feito não puder ser imputado ao devedor. (Cartórios/TJBA-2013) (TRT23-2014) (TJPA-2019) (PGM-Contagem/MG-2019) 
	##Atenção: ##DOD: Esse prazo em que haverá a pausa momentânea das ações e execuções é chamado de stay period e tem por objetivo permitir que o devedor em crise consiga negociar, de forma conjunta com todos os credores (plano de recuperação) e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio do empreendimento, que ficará livre, por um determinado período de respiro, de eventuais constrições (ex: penhora) de bens necessários à continuidade da atividade empresarial. Com isso,minimiza-se o risco de haver uma falência. Desse modo, o prazo do stay period na recuperação judicial é de 180 dias, conforme prevê o art. 6º, § 4º da Lei nº 11.101/2005.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: A Lei 11.101/05, ao erigir o microssistema recuperacional e falimentar, estabeleceu, a par dos institutos e das finalidades que lhe são próprios, o modo e o ritmo pelo qual se desenvolvem os atos destinados à liquidação dos ativos do devedor, no caso da falência, e ao soerguimento econômico da empresa em crise financeira, na recuperação. O sistema de prazos adotado pela Lei 11.101/05 revela a necessidade de se impor celeridade e efetividade ao processo de recuperação judicial, notadamente pelo cenário de incertezas quanto à solvibilidade e à recuperabilidade da empresa devedora e pelo sacrifício imposto aos credores. Não se pode conceber, assim, que o prazo do stay period, previsto no art. 6º, § 4º da Lei 11.101/05, seja alterado, por interpretação extensiva, em virtude da superveniência do CPC/2015, até mesmo porque ele não possui natureza de prazo processual. STJ. 3ª T. REsp 1698283/GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 21/5/19 (Info 649).
	##Atenção: ##DOD: Reforma da Lei de Falência: A Lei nº 14.112/2020 afirmou que todos os prazos da Lei nº 11.101/2005 deverão ser contados em dias corridos: “Art. 189. Aplica-se, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei, o disposto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), desde que não seja incompatível com os princípios desta Lei. § 1º Para os fins do disposto nesta Lei: I - todos os prazos nela previstos ou que dela decorram serão contados em dias corridos; (...)”
##Atenção: ##DOD: ##STJ: Tendo sido decretada a recuperação judicial, as ações e execuções que tramitavam contra a empresa em recuperação serão suspensas. A dúvida que surge é a seguinte: Além da suspensão das ações e execuções, o mero deferimento do PROCESSAMENTO da recuperação judicial acarreta também a retirada do nome da empresa do SPC, SERASA e demais cadastros negativos? A empresa em recuperação judicial tem direito de tirar seu nome dos serviços de restrição de crédito e tabelionatos de protesto pelo simples fato de ter sido deferida a recuperação judicial? NÃO. O deferimento do processamento de recuperação judicial, por si só, não enseja a suspensão ou o cancelamento da negativação do nome do devedor nos cadastros de restrição ao crédito e nos tabelionatos de protestos. O deferimento do processamento de recuperação judicial suspende o curso das ações e execuções propostas em face do devedor. Isso está expressamente previsto no art. 6º, caput e § 4º, da Lei 11.101/05. Contudo, essa providência (suspensão das ações e execuções) não significa que o direito dos credores (direito creditório propriamente dito) tenha sido extinto. A dívida continua existindo. Assim, se a dívida continua existindo (e apenas a execução é que está suspensa), não se pode aceitar a retirada do nome da empresa em recuperação dos serviços de proteção ao crédito e tabelionato de protesto. STJ. 4ª T. REsp 1.374.259-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 2/6/15 (Info 564). Nesse sentido, vejamos o Enunc. 54 da I Jorn. de Dir. Comercial do CJF: “O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos”.
##Atenção: ##DOD: ##STJ: E haverá algum momento a partir do qual será possível retirar o nome da empresa dos cadastros restritivos? SIM. Com a aprovação do plano. Quando o plano de recuperação judicial for aprovado, será possível providenciar a baixa dos protestos e a retirada do nome da empresa dos cadastros de inadimplentes em relação às dívidas que estiverem sujeitas ao referido plano. Isso porque, havendo a aprovação do plano, ocorre a novação dos débitos, ou seja, as dívidas anteriores serão substituídas pelas novas condições firmadas no plano, nos termos do art. 59 da Lei 11.101/05: “O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei.” Ressalte-se, no entanto, que essa baixa dos protestos e retirada do nome dos cadastros ficará sob condição resolutiva, devendo a empresa cumprir todas as obrigações previstas no acordo de recuperação judicial uma vez que, se desatendê-las, será possível reincluí-la nos referidos cadastros. Diante disso, uma vez homologado o plano de recuperação judicial, os órgãos competentes devem ser oficiados a providenciar a baixa dos protestos e a retirada dos cadastros de inadimplentes do nome da recuperanda e dos seus sócios, por débitos sujeitos ao referido plano, com a ressalva expressa de que essa providência será adotada sob a condição resolutiva de a devedora cumprir todas as obrigações previstas no acordo de recuperação. STJ. 3ª T. REsp 1.260.301/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 14/8/12 (Info 502).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPCE-2020: ##CESPE: No plano de recuperação judicial é possível suspender tão somente o protesto contra a recuperanda e manter ativo o protesto tirado contra o coobrigado. STJ. 3ª T. REsp 1630932-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 18/6/19 (Info 651).
	(MPCE-2020-CESPE): Acerca de associações, habilitação de crédito na falência, recuperação judicial e títulos de crédito, julgue os itens a seguir, de acordo com a jurisprudência do STJ: É legítima a cláusula de plano de recuperação judicial que suspenda protesto apenas em relação à sociedade empresária em recuperação, sob a condição resolutiva do cumprimento do plano de recuperação, mas que mantenha ativo o protesto existente em relação a coobrigado. BL: Info 651, STJ.
##Atenção: ##DOD: 
	 Os protestos tirados contra a empresa em recuperação judicial e contra os coobrigados são suspensos com a recuperação judicial?
	Com o deferimento do processamento da recuperação judicial:
NÃO
	Com a aprovação e homologação do plano de recuperação judicial:
DEPENDE
	O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos.
	• O protesto é suspenso com relação à empresa recuperanda.
• O protesto é mantido ativo com relação aos coobrigados.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: O STJ possui precedentes nos quais já admitiu que os processos permaneçam suspensos mesmo depois do decurso do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, § 4º da Lei 11.101/05: Nesse sentido: “(...) 2. De acordo com o entendimento deste Tribunal Superior, admite-se a prorrogação do prazo suspensivo das ações e execuções ajuizadas em face da sociedade em crise econômico-financeira, previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/05.” (...) STJ. 2ª S. CC 111.614/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 12/06/13. Portanto, ainda que o STJ entenda que a regra suspensiva do art. 6º, caput e § 4º, da Lei 11.101/05, em casos excpecionais, possa ser flexibilizada, todavia, não se pode admitir prorrogação genérica e indiscriminada do prazo de suspensão do art. 6º, § 4º para todo e qualquer processo relacionado à empresa recuperanda, sendo sempre necessário analisar as circunstâncias do caso concreto. 
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: A ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento [= processo de recuperação judicial]. STJ. 3ª T. REsp 1710750-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 15/5/18 (Info 627).
	(TJPA-2019-CESPE): Considerando o recente entendimento do STJ a respeito da suspensão do curso da prescrição e das ações e execuções ajuizadas contra o devedor quando do deferimento do processamento da recuperação judicial pelo prazo de cento e oitenta dias, assinale a opção correta: Ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial nãodeve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento. BL: Info 627, STJ.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: A ação de compensação por danos morais NÃO será extinta sem resolução de mérito caso o credor habilite seu crédito na ação de recuperação judicial. A sua ação somente ficará suspensa.
        
	(Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): Uma sociedade empresária realizou pedido de recuperação judicial. O pedido foi processado e deferido pelo juízo competente, e, no mesmo ato, foram ordenadas algumas providências. Nessa situação hipotética, no decorrer do processo de recuperação judicial, o magistrado poderá prorrogar, em situações excepcionais, o prazo de cento e oitenta dias previsto na lei que dispõe sobre recuperação judicial caso o retardamento do feito não possa ser imputado ao devedor. BL: art. 6º, §4º, LRF e Enunciado 42, JDCom (citado acima).
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Diversas modificações foram feitas na Lei de Recuperação Judicial — Lei 11.101/05 —, entre elas, o fim da sucessão empresarial e a busca pela preservação da empresa. Com referência ao disposto na referida norma e em suas alterações, julgue o item a seguir: Apesar de disposição legal em contrário, a jurisprudência permite que seja ampliado o prazo legal de suspensão das execuções contra o devedor no processo de recuperação judicial. BL: art. 6º, §4º, LRF, Entend. Jurisprud. STJ e Enunciado 42, JDCom (citado acima).
##Atenção: ##STJ: ##Anal. Judic./STJ-2018: ##CESPE:O mero decurso do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, § 4º, da LFRE não é bastante para, isoladamente, autorizar a retomada das demandas movidas contra o devedor, uma vez que a suspensão também encontra fundamento nos arts. 47 e 49 daquele diploma legal, cujo objetivo é garantir a preservação da empresa e a manutenção dos bens de capital essenciais à atividade na posse da recuperanda. O processo de recuperação é sensivelmente complexo e burocrático. Mesmo que a recuperanda cumpra rigorosamente o cronograma demarcado pela legislação, é aceitável supor que a aprovação do plano pela Assembleia Geral de Credores ocorra depois de escoado o prazo de 180 dias. Hipótese em que o Tribunal de origem assentou que a prorrogação é necessária e que a recorrida não está contribuindo, direta ou indiretamente, para a demora na realização da assembleia de credores, não se justificando, portanto, o risco de se frustrar a recuperação judicial pela não prorrogação do prazo. STJ. 3ª T., REsp 1610860/PB, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 13/12/16.
§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a deliberação a respeito do plano de recuperação judicial proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º do art. 56 desta Lei, observado o seguinte:      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
I - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo não serão aplicáveis caso os credores não apresentem plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, contado do final do prazo referido no § 4º deste artigo ou no § 4º do art. 56 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
II - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão por 180 (cento e oitenta) dias contados do final do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da realização da assembleia-geral de credores referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os credores apresentem plano alternativo no prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei.   (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4º deste artigo.   (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
        § 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial:
        I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial;
	(MPPR-2019): Em tema de falência e recuperação judicial, assinale a alternativa correta: Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial. BL: art. 6º, §6º, I, LRF.
        II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
§ 7º (Revogado).      (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código.        (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
	##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 37: ##MPF-2015: ##TRT/Unificado-2017: ##FCC: ##MPPR-2019: ##Aud. Fiscal Tribut. Munic.-Campinas/SP-2019: ##VUNESP: Tese 08: O deferimento da recuperação judicial não suspende a execução fiscal, mas os atos que importem em constrição ou alienação do patrimônio da recuperanda devem se submeter ao juízo universal".
	(Aud. Fiscal Tribut. Munic.-Campinas/SP-2019-VUNESP): A pessoa jurídica empresária “ABC Ltda” deixou de satisfazer as obrigações tributárias municipais. Após regular constituição da dívida ativa e ajuizamento das execuções fiscais, foi homologado judicialmente pedido de recuperação judicial. Acerca do caso hipotético relatado, assinale a alternativa correta: O deferimento da recuperação judicial não suspende a execução fiscal, mas os atos que importem em constrição ou alienação do patrimônio da recuperanda devem se submeter ao juízo universal. BL: Jurisprudência do STJ.
(MPF-2015): Em relação à competência e entendimento atual do STJ: A execução fiscal não se suspende com o deferimento da recuperação judicial; todavia, fica definida a competência do Juízo universal para dar seguimento aos atos constritivos ou de alienação de bens. BL: Jurisprudência do STJ.
§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor.     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência não autoriza o administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo ou suspendendo a instauração de procedimento arbitral.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 10. (VETADO).       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 11. O disposto no § 7º-B deste artigo aplica-se, no que couber, às execuções fiscais e às execuções de ofício que se enquadrem respectivamente nos incisos VII e VIII do caput do art. 114 da Constituição Federal, vedados a expedição de certidão de créditoe o arquivamento das execuções para efeito de habilitação na recuperação judicial ou na falência.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 12. Observado o disposto no art. 300 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), o juiz poderá antecipar total ou parcialmente os efeitos do deferimento do processamento da recuperação judicial.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 13.  Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações decorrentes dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados, na forma do art. 79 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, consequentemente, não se aplicando a vedação contida no inciso II do art. 2º quando a sociedade operadora de plano de assistência à saúde for cooperativa médica.    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
Art. 6º-A. É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto no art. 168 desta Lei.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
Art. 6º-B. Não se aplica o limite percentual de que tratam os arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, à apuração do imposto sobre a renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre a parcela do lucro líquido decorrente de ganho de capital resultante da alienação judicial de bens ou direitos, de que tratam os arts. 60, 66 e 141 desta Lei, pela pessoa jurídica em recuperação judicial ou com falência decretada.  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese em que o ganho de capital decorra de transação efetuada com:  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
I - pessoa jurídica que seja controladora, controlada, coligada ou interligada; ou  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
II - pessoa física que seja acionista controlador, sócio, titular ou administrador da pessoa jurídica devedora.  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
Art. 6º-C. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decorrência do mero inadimplemento de obrigações do devedor falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as garantias reais e fidejussórias, bem como as demais hipóteses reguladas por esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
Seção II
Da Verificação e da Habilitação de Créditos
        Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. (TRF5-2011) (TRT1-2011) (TRT22-2013) (Cartórios/TJMG-2015)
	(TJPR-2008): Na recuperação judicial a verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores. BL: art. 7º, LRF.
        § 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. (MPRO-2010) (TJSP-2013) (DPEDF-2013) (Cartórios/TJMG-2015/2017) (TRT/Unificado-2017)
	(TJSE-2015-FCC): A empresa Logística XPTO Ltda. ajuizou pedido de recuperação judicial. Na mesma decisão em que foi deferido o processamento do pedido, o juiz mandou publicar edital contendo a relação nominal dos credores, com a discriminação do valor atualizado e da classificação dos créditos, conforme relação apresentada pelo próprio devedor com a petição inicial. Publicado esse edital, previsto no art. 52, § 1º, da Lei nº 11.101/2005, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao administrador judicial. BL: art. 7º, §1º da LRF.
        § 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação. (TRF5-2011) (DPEDF-2013) (TRT24-2014)
Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as intimações e publicado o edital, conforme previsto, respectivamente, no inciso XIII do caput e no § 1º do art. 99 desta Lei, o juiz instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública credora, incidente de classificação de crédito público e determinará a sua intimação eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao administrador judicial ou em juízo, a depender do momento processual, a relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, acompanhada dos cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual.    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)  
§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se Fazenda Pública credora aquela que conste da relação do edital previsto no § 1º do art. 99 desta Lei, ou que, após a intimação prevista no inciso XIII do caput do art. 99 desta Lei, alegue nos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, possuir crédito contra o falido.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   
§ 2º Os créditos não definitivamente constituídos, não inscritos em dívida ativa ou com exigibilidade suspensa poderão ser informados em momento posterior. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)  
§ 3º Encerrado o prazo de que trata o caput deste artigo:  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I - o falido, os demais credores e o administrador judicial disporão do prazo de 15 (quinze) dias para manifestar objeções, limitadamente, sobre os cálculos e a classificação para os fins desta Lei;      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)  
II - a Fazenda Pública, ultrapassado o prazo de que trata o inciso I deste parágrafo, será intimada para prestar, no prazo de 10 (dez) dias, eventuais esclarecimentos a respeito das manifestações previstas no referido inciso;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)      
III - os créditos serão objeto de reserva integral até o julgamento definitivo quando rejeitados os argumentos apresentados de acordo com o inciso II deste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)  
IV - os créditos incontroversos, desde que exigíveis, serão imediatamente incluídos no quadro-geral de credores, observada a sua classificação;      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
V - o juiz, anteriormente à homologação do quadro-geral de credores, concederá prazo comum de 10 (dez) dias para que o administrador judicial e a Fazenda Pública titular de crédito objeto de reserva manifestem-se sobre a situação atual desses créditos e, ao final do referido prazo, decidirá acerca da necessidade de mantê-la.         (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
§ 4º Com relação à aplicação do disposto neste artigo, serão observadas as seguintes disposições:      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
I - a decisão sobre os cálculos e a classificação dos créditos para os fins do disposto nesta Lei, bem como sobre a arrecadação dos bens, a realização do ativo e o pagamento aos credores, competirá ao juízo falimentar;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
II - a decisão sobre a existência, a exigibilidade e o valor do crédito, observado o disposto no inciso II do caput do art. 9º desta Lei e as demais regras do processo de falência, bem como sobre o eventual prosseguimento da cobrança contra os corresponsáveis, competirá ao juízo da execução fiscal;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
III - a ressalva prevista no art. 76 desta Lei, ainda que o crédito reconhecido não esteja em cobrança judicial mediante execução fiscal, aplicar-se-á, no que couber, ao disposto noinciso II deste parágrafo;    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
IV - o administrador judicial e o juízo falimentar deverão respeitar a presunção de certeza e liquidez de que trata o art. 3º da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III deste parágrafo;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
V - as execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da falência, sem prejuízo da possibilidade de prosseguimento contra os corresponsáveis;      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
VI - a restituição em dinheiro e a compensação serão preservadas, nos termos dos arts. 86 e 122 desta Lei; e       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
VII - o disposto no art. 10 desta Lei será aplicado, no que couber, aos créditos retardatários.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
§ 5º Na hipótese de não apresentação da relação referida no caput deste artigo no prazo nele estipulado, o incidente será arquivado e a Fazenda Pública credora poderá requerer o desarquivamento, observado, no que couber, o disposto no art. 10 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
§ 6º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às execuções fiscais e às execuções de ofício que se enquadrem no disposto nos incisos VII e VIII do caput do art. 114 da Constituição Federal.  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos créditos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
§ 8º Não haverá condenação em honorários de sucumbência no incidente de que trata este artigo.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
        Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. (TJTO-2007) (MPSP-2008) (MPPR-2011) (TRF5-2011) (MPRJ-2012) (MPMG-2013) (TRT5-2013) (MPPE-2014) 
	(Anal. Minist./MPPI-2018-CESPE): De acordo com a legislação que rege a falência e a recuperação judicial, o Ministério Público possui legitimidade para apresentar ao magistrado impugnação contra a relação de credores, oportunidade em que pode apontar a ausência de qualquer crédito ou se manifestar contra a legitimidade, a importância ou a classificação de determinado crédito. BL: art. 8º, LRF.
(MPBA-2015): O Ministério Público pode apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. BL: art. 8º, LRF.
        Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A impugnação de crédito apresentada fora do prazo de 10 dias previsto no caput do art. 8º da Lei 11.101/05 não pode ter seu mérito apreciado pelo juízo. A norma do art. 8º contém regra de aplicação cogente. Trata-se de prazo peremptório específico, estipulado expressamente pela lei de regência. Eventual superação de regra legal deve ser feita de forma excepcional, observadas determinadas condições específicas, tais como elevado grau de imprevisibilidade, ineficiência ou desigualdade, circunstâncias não verificadas na espécie. STJ. 3ª T. REsp 1704201/RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. p/ Acórdão Min. Nancy Andrighi, j. 7/5/19 (Info 649).
        Art. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o, § 1o, desta Lei deverá conter: (Cartórios/TJMG-2015)
        I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;
        II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação;
	(TJMG-2009): Em se tratando de processo falencial, é CORRETA a afirmação: Há relativização dos princípios cambiários, nas habilitações de crédito. BL: art. 9º II c/c art. 52, §1º da LRF[footnoteRef:7]. [7: Art. 52. (...) § 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.] 
##Atenção: Inicialmente, é importante destacar dois dispositivos da Lei 11.101/05. O art. 9º, inciso II determina que, na habilitação de crédito realizada por credores no prazo de 15 dias após a publicação do edital previsto no art. 52, §1º, da mesma lei, deverá constar a origem do crédito. Nestes termos, ocorre a relativização dos princípios da autonomia e abstração dos títulos de crédito, pois uma vez que deverá ser informada a origem do crédito, os vícios que comprometem a relação jurídica documentada podem se estender às demais relações abrangidas no mesmo documento. Isso vai contra o que dizem os princípios (Fonte: Revisaço Magistratura Estadual).
        III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas;
        IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento;
        V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.
        Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. (MPRS-2016) (Cartórios/TJMG-2017)
        Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. (TJTO-2007) (TRT/Unificado-2017)
        § 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. (TJTO-2007) (TJMG-2008) (TRT1-2010) (Cartórios/TJAC-2012) (DPEDF-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (Cartórios/TJMG-2015) (TRT/Unificado-2017)
	##Atenção: Nos termos do §1º do art. 7º da LRF, publicado o edital previsto, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. Não observado este prazo, as habilitações de crédito serão aceitas, porém serão recebidas como retardatárias. E qual a repercussão disto? Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários não terão direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores. Entretanto, no §1º do art. 10 da LRF há UMA EXCEÇÃO: os titulares de créditos derivados da relação de trabalho terão direto a voto, ainda que retardatários. 
        § 2o Aplica-se o disposto no § 1o deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da realização da assembléia-geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário.
        § 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. (TJTO-2007) (MPDFT-2009) (TJSC-2009/2010) (TJRS-2012) (DPEDF-2013) (TRT23-2014)
	(TJMG-2008): Quanto à falência e à recuperação judicial: Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido dehabilitação. BL: art. 10, §3º da LRF.
        § 4o Na hipótese prevista no § 3o deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito.
        § 5o As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei. (TJTO-2007) (DPEDF-2013)
	(TJMG-2008): Quanto à falência e à recuperação judicial: As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação. BL: art. 10, §5º da LRF.
        § 6o Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. (TJTO-2007) (DPEDF-2013)
	(TJMG-2008): Quanto à falência e à recuperação judicial: Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. BL: art. 10, §6º da LRF.
§ 7º O quadro-geral de credores será formado com o julgamento das impugnações tempestivas e com as habilitações e as impugnações retardatárias decididas até o momento da sua formação.    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   
§ 8º As habilitações e as impugnações retardatárias acarretarão a reserva do valor para a satisfação do crédito discutido.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)      
§ 9º A recuperação judicial poderá ser encerrada ainda que não tenha havido a consolidação definitiva do quadro-geral de credores, hipótese em que as ações incidentais de habilitação e de impugnação retardatárias serão redistribuídas ao juízo da recuperação judicial como ações autônomas e observarão o rito comum.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)      
§ 10. O credor deverá apresentar pedido de habilitação ou de reserva de crédito em, no máximo, 3 (três) anos, contados da data de publicação da sentença que decretar a falência, sob pena de decadência.   (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
        Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. (TJRO-2011) (TJRS-2012) (PGM-São José do Rio Preto/SP-2014)
	(TJDFT-2011): Posto que a Lei de Falências preconize que podem contestar a impugnação os credores cujos créditos foram impugnados, o moderno entendimento se direciona no sentido de que qualquer interessado, provando essa sua condição, pode contestar a impugnação no prazo de cinco dias, carreando os documentos que tiver e indicando outras provas que reputar necessárias. BL: art. 11 da LRF.
        Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias.
        Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação.
        Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias.
        Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito.
Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores de que trata o § 2º do art. 7º, ressalvado o disposto no art. 7º-A desta Lei.     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
        Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que:
        I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2o do art. 7o desta Lei;
        II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação;
        III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes;
        IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.
Art. 16. Para fins de rateio na falência, deverá ser formado quadro-geral de credores, composto pelos créditos não impugnados constantes do edital de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei, pelo julgamento de todas as impugnações apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei e pelo julgamento realizado até então das habilitações de crédito recebidas como retardatárias.     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)       
§ 1º As habilitações retardatárias não julgadas acarretarão a reserva do valor controvertido, mas não impedirão o pagamento da parte incontroversa.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
§ 2º Ainda que o quadro-geral de credores não esteja formado, o rateio de pagamentos na falência poderá ser realizado desde que a classe de credores a ser satisfeita já tenha tido todas as impugnações judiciais apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei, ressalvada a reserva dos créditos controvertidos em função das habilitações retardatárias de créditos distribuídas até então e ainda não julgadas.    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
        Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. (TJRO-2011)
        Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia-geral.
        Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. (TRF5-2011)
        Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações.
        Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. (TRT4-2012) (MPMG-2013) (TRT5-2013) (MPPA-2014) (TRT6-2015) (PGM-São José do Rio Preto/SP-2019)
	(MPSC-2019): Segundo redação da Lei 11.101/05 (Lei da Recuperação Judicial), o administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinárioprevisto no CPC, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. BL: art. 19, LRF.
        § 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6o, §§ 1o e 2o, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. (TRT4-2012) (TRT5-2013) (TRT6-2015)
        § 2o Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado.
        Art. 20. As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente responsável processar-se-ão de acordo com as disposições desta Seção. (MPDFT-2009/2013) 
Seção II-A
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)  
Das Conciliações e das Mediações Antecedentes ou Incidentais aos Processos de Recuperação Judicial’ 
Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido contrário ou determinação judicial.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou incidentais aos processos de recuperação judicial, notadamente:     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
I - nas fases pré-processual e processual de disputas entre os sócios e acionistas de sociedade em dificuldade ou em recuperação judicial, bem como nos litígios que envolverem credores não sujeitos à recuperação judicial, nos termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou credores extraconcursais;  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
II - em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de serviços públicos em recuperação judicial e órgãos reguladores ou entes públicos municipais, distritais, estaduais ou federais;    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
III - na hipótese de haver créditos extraconcursais contra empresas em recuperação judicial durante período de vigência de estado de calamidade pública, a fim de permitir a continuidade da prestação de serviços essenciais;      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
IV - na hipótese de negociação de dívidas e respectivas formas de pagamento entre a empresa em dificuldade e seus credores, em caráter antecedente ao ajuizamento de pedido de recuperação judicial.  (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV do caput deste artigo, será facultado às empresas em dificuldade que preencham os requisitos legais para requerer recuperação judicial obter tutela de urgência cautelar, nos termos do art. 305 e seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), a fim de que sejam suspensas as execuções contra elas propostas pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, para tentativa de composição com seus credores, em procedimento de mediação ou conciliação já instaurado perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do tribunal competente ou da câmara especializada, observados, no que couber, os arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
§ 2º São vedadas a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e a classificação de créditos, bem como sobre critérios de votação em assembleia-geral de credores. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
§ 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, observados os critérios desta Lei, o período de suspensão previsto no § 1º deste artigo será deduzido do período de suspensão previsto no art. 6º desta Lei.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação com fundamento nesta Seção deverá ser homologado pelo juiz competente conforme o disposto no art. 3º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
Parágrafo único. Requerida a recuperação judicial ou extrajudicial em até 360 (trezentos e sessenta) dias contados do acordo firmado durante o período da conciliação ou de mediação pré-processual, o credor terá reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito dos procedimentos previstos nesta Seção.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)  
Art. 20-D. As sessões de conciliação e de mediação de que trata esta Seção poderão ser realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc do tribunal competente ou a câmara especializada responsável disponham de meios para a sua realização.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
Seção III
Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores
        Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. (TJMG-2007) (MPSP-2008) (MPGO-2010) (TJPR-2010/2011) (TJPE-2011) (Cartórios/TJMG-2012) (Cartórios/TJSC-2012) (Cartórios/TJBA-2013) (TCEES-2013) (TJPA-2014) (DPEBA-2016)
	(MPPE-2014-FCC): Tanto na falência quanto na recuperação judicial, o juiz poderá nomear pessoa jurídica especializada para o exercício das funções de Administrador Judicial, não sendo obrigatória a nomeação de pessoal natural para o cargo. BL: art. 21 da LRF.
(MPSC-2012): De acordo com a Lei n. 11.101/05, o administrador judicial, tanto para a recuperação judicial quanto para a falência, será nomeado pelo juiz e deverá ser um profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador. Por outro lado, a referida lei admite que, tanto na falência quanto na recuperação judicial, seja nomeada uma pessoa jurídica especializada para exercer as atividades de administrador judicial. BL: art. 21 da LRF.
(Cartórios/TJSP-2011-VUNESP): Sobre o administrador judicial disciplinado na Lei 11.101/05, é correto afirmar que pode ser nomeada como administrador judicial uma pessoa jurídica especializada. BL: art. 21 da LRF.
        Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. (MPSP-2008) (Advogado/Caixa-2010) (TJPA-2014)
        Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: (MPPB-2010)
        I – na recuperação judicial e na falência:
        a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito; (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;
        c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;
	(TJMG-2007): Quanto ao administrador judicial na falência: Compete a ele dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos. BL: art. 22, I, “c”, da LRF.
        d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações; (Cartórios/TJRS-2019)
        e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei;
        f) consolidar o quadro-geral de credoresnos termos do art. 18 desta Lei;
        g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;
        h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
        i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei; (TJSC-2009)
j) estimular, sempre que possível, a conciliação, a mediação e outros métodos alternativos de solução de conflitos relacionados à recuperação judicial e à falência, respeitados os direitos de terceiros, na forma do § 3º do art. 3º da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil);       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
k) manter endereço eletrônico na internet, com informações atualizadas sobre os processos de falência e de recuperação judicial, com a opção de consulta às peças principais do processo, salvo decisão judicial em sentido contrário;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
l) manter endereço eletrônico específico para o recebimento de pedidos de habilitação ou a apresentação de divergências, ambos em âmbito administrativo, com modelos que poderão ser utilizados pelos credores, salvo decisão judicial em sentido contrário; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
m) providenciar, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, as respostas aos ofícios e às solicitações enviadas por outros juízos e órgãos públicos, sem necessidade de prévia deliberação do juízo;    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
        II – na recuperação judicial:
        a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
	(PGEAC-2017-FMP): De acordo com a Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial; a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que ao administrador judicial compete na recuperação judicial fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial. BL: art. 22, II, “a” da LRF.
        b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação; (TJPI-2007) (Cartórios/TJSP-2011) (Cartórios/TJMG-2012)
	(DPECE-2008-CESPE): Na recuperação judicial, o administrador judicial tem competência para requerer a falência do devedor no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação. BL: art. 22, II, “b” da LRF.
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor, fiscalizando a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor;     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)     
        d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei;
e) fiscalizar o decurso das tratativas e a regularidade das negociações entre devedor e credores; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
f) assegurar que devedor e credores não adotem expedientes dilatórios, inúteis ou, em geral, prejudiciais ao regular andamento das negociações;    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
g) assegurar que as negociações realizadas entre devedor e credores sejam regidas pelos termos convencionados entre os interessados ou, na falta de acordo, pelas regras propostas pelo administrador judicial e homologadas pelo juiz, observado o princípio da boa-fé para solução construtiva de consensos, que acarretem maior efetividade  econômico-financeira e proveito social para os agentes econômicos envolvidos;   (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
h) apresentar, para juntada aos autos, e publicar no endereço eletrônico específico relatório mensal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de recuperação judicial, no prazo de até 15 (quinze) dias contado da apresentação do plano, fiscalizando a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor, além de informar eventual ocorrência das condutas previstas no art. 64 desta Lei;   (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     
        III – na falência:
        a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e documentos do falido; (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        b) examinar a escrituração do devedor;
        c) relacionar os processos e assumir a representação judicial e extrajudicial, incluídos os processos arbitrais, da massa falida;     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)      
        d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; (Cartórios/TJMG-2012) (PGEAC-2017)
        e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei; (MPMG-2017) (MPRR-2017)
        f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;
        g) avaliar os bens arrecadados; (Cartórios/TJMG-2012) (PGEAC-2017) (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;
        i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;
j) proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da juntada do auto de arrecadação, sob pena de destituição, salvo por impossibilidade fundamentada, reconhecida por decisão judicial; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)     
        l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; (PGEAC-2017)
        m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos;
        n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores; (Cartórios/TJSP-2011) (TJCE-2018) (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;
        p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10o (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa;
	(Cartórios/TJRS-2019-VUNESP): Em relação ao administrador judicial e comitê de credores, dispõe a Lei Falimentar: Na falência, ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres legalmente estabelecidos, apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa. BL: art. 22, III, “p”, LRF.
        q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;
        r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.
s) arrecadar os valores dos depósitos realizados em processos administrativos ou judiciais nos quais o falido figure como parte, oriundos de penhoras, de bloqueios, de apreensões, de leilões, de alienação judicial e de outras hipóteses de constrição judicial, ressalvado o disposto nas Leis nos 9.703, de 17 de novembro de 1998, e 12.099, de 27 de novembro de 2009, e na Lei Complementar nº 151, de 5 de agosto de 2015.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
        § 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho

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