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Falência (Lei 11 101)

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Lei nº 11.101/2005 - LRF
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: nenhuma.
Última atualização jurisprudencial: 22/07/20 - Info 651 (art. 45); Info 651 (art. 6º, §4º); Info 651 (art. 192, §3º); Info 652 (art. 48); Info 654 (art. 49, §3º); Info 659 (art. 6º, §1º)
Última atualização questões de concurso: 26/08/2020.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na LRF).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas: MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
LEI No 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
	
	Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. (TJMG-2006) (TJMS-2008) (TJSE-2008) (TJRS-2009) (MPT-2009) (MPPB-2010) (DPU-2017)
	(TJPE-2015-FCC): A Lei 11.101/05, que disciplina a falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial, aplica-se tanto às sociedades empresárias quanto aos empresários individuais. BL: art. 1º da LRF.
##Atenção: Pelo teor do art. 1º da LRF, não se exige que seja uma sociedade personificada. Logo, uma sociedade em comum poderá ir à falência.
(TRF2-2013-CESPE): A Lei 11.101/05, que regula as recuperações judicial e extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, se aplicaria a um indivíduo qualquer que, conforme o Código Civil, se enquadre no conceito de empresário.
        Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
        I – empresa pública e sociedade de economia mista; (TJDFT-2007/2008) (DPECE-2008) (PGEPB-2008) (MPPB-2010) (MPMS-2011) (PGEPA-2012) (MPPR-2013) (TRF2-2013) (MPBA-2015) (MPSC-2016) (TJMG-2012/2018)
	(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): A sociedade de economia mista que não honrar os compromissos assumidos junto aos seus fornecedores não poderá pleitear a recuperação judicial ou extrajudicial. BL: art. 2º, I, LRF.
##Atenção: Os institutos da recuperação judicial e extrajudicial (e também a falência) encontram-se disciplinados pela Lei 11.101/05, sendo que tal diploma expressamente exclui de sua incidência as empresas públicas e as sociedades de economia mista (art. 2º, I), sejam elas prestadoras de serviços públicos, sejam as exploradoras de atividade econômica. Logo, está correta a assertiva.
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. (TJDFT-2008) (MPMT-2008) (DPECE-2008) (PGEPB-2008) (MPT-2009) (MPPB-2010) (TJES-2011) (PGERS-2011) (TJMG-2012) (MPPR-2013) (TRF2-2013) (PFN-2015)
	(Fiscal de Rendas-SEFAZ/RJ-2008-FGV): Determinada instituição financeira, em sérias dificuldades e com patrimônio líquido negativo, resolve requerer os benefícios da recuperação extrajudicial, com vistas a melhor equacionar os interesses de seus credores. Seria possível propor perante o Poder Judiciário a ação de recuperação extrajudicial nessa hipótese? Assinale a alternativa que responda corretamente à pergunta acima: Não, porque as instituições financeiras não estão autorizadas a requerer a recuperação extrajudicial. BL: art. 1º c/c art. 2º, II, LRF.
##Atenção: As instituições financeiras se submetem à liquidação extrajudicial, prevista na Lei 6.024/74.[footnoteRef:1] [1: Art. 1º As instituições financeiras privadas e as públicas não federais, assim como as cooperativas de crédito, estão sujeitas, nos termos desta Lei, à intervenção ou à liquidação extrajudicial, em ambos os casos efetuada e decretada pelo Banco Central do Brasil, sem prejuízo do disposto nos artigos 137 e 138 do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940, ou à falência,, nos termos da legislação vigente.] 
        Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. (TJDFT-2007) (PGEPI-2008) (TJRO-2011) (TRT23-2011) (PGEPA-2012) (PFN-2012) (TJGO-2015) (MPSC-2016)
	(TJMG-2018-Consulplan): Quanto à Falência e Recuperação, segundo a Lei 11.101/05, analise a afirmativa a seguir: É competente para deferir a Recuperação Judicial ou decretar a Falência, o juízo do local do principal estabelecimento do devedor empresário ou sociedade empresária. BL: art. 3º, LRF.
(TJSC-2015-FCC): “FRANGO SAUDÁVEL S.A.”, empresa produtora e exportadora de frangos, com sede em Florianópolis, concentra sua atividade econômica em Blumenau, onde se situa o seu principal estabelecimento. No entanto, todos os seus fornecedores e credores têm domicílio em Itajaí. Nesse caso, a competência para decretar a falência da empresa será do juízo de Blumenau. BL: art. 3º, LRF.
##Atenção: Segundo André Luiz Santa Cruz Ramos (Direito Empresarial Esquematizado, 2014): "Para o direito falimentar, a correta noção de principal estabelecimento está ligada ao aspecto econômico: é o local onde o devedor concentra o maior volume de negócios, o qual, frise-se, muitas vezes não coincide com o local da sede da empresa ou do seu centro administrativo".
(MPSC-2012): A Lei n. 11.101/2005, que trata da recuperação e falência da empresa, disciplina que é competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. BL: art. 3º, LRF.
        Art. 4o (VETADO)
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
	##Atenção: ##MPRR-2008: ##CESPE: Habilitação é o procedimento de verificação da validade e exatidão do valor do crédito nos autos da falência ou da recuperação judicial. Por isso não é restrito às situações de falência. 
        Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: 
        I – as obrigações a título gratuito; (TJDFT-2007) (MPPB-2011) (Cartórios/TJMA-2011) (TJGO-2012)
        II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. (TJDFT-2007) (Cartórios/TJSC-2008) (MPPB-2011) (Cartórios/TJMA-2011) (TJGO-2012)
	(TJMG-2018-Consulplan): Quanto à Falência e Recuperação, segundo a Lei 11.101/05, analise a afirmativa a seguir: Não são exigíveis do devedor as obrigações a título gratuito, as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. BL: art. 5º, I e II, LRF.
(TJGO-2015-FCC): Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência, as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. BL: art. 5º, II da LRF.
        Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. (TJDFT-2007)(TJMG-2008) (PGEPE-2009) (MPPB-2010/2011) (TJPE-2011) (PGERS-2011) (TRT8-2011) (TJRS-2012) (TJSC-2013) (MPSP-2014) (TJGO-2009/2012/2015) (TJAM-2016) (TJPA-2019) (MPSC-2019) (Cartórios/TJRS-2019) 
	JDCom. nº 43: A suspensão das ações e execuções previstas no art. 6º da Lei n. 11.101/2005 não se estende aos coobrigados do devedor. (Cartórios/TJDFT-2019)
JDCom. nº 54. O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos. (Cartórios/TJDFT-2019)
	(TJSC-2010): O deferimento do processamento da recuperação judicial é causa suspensiva da prescrição de execução movimentada por credores particulares em face do sócio solidário. BL: art. 6º, LRF.
        § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. (MPAM-2007) (TJPE-2011) (TRT8-2011) (TJRS-2012) (TJSP-2015) (TRF2-2017) (TJMG-2018) (TJPA-2019) (TJPR-2019) (Cartórios/TJRS-2019) (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Compete ao Juízo falimentar decidir sobre os bens do falido dados em garantia em favor de sociedade empresária em recuperação judicial ainda que pendente decisão no juízo arbitral sobre eventual descumprimento de obrigações entre as partes. STJ. 2ª Seção. CC 166591-SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, j. 23/10/19 (Info 659).
##Atenção: ##Jurisprudência em Teses/STJ: ##Tese 04: ##TJPA-2019: ##CESPE: Os institutos da recuperação judicial e da falência, a despeito de instaurarem o juízo universal, não acarretam a atração das ações que demandam quantia ilíquida - art. 6º, § 1º, da Lei n. 11.101/05.
	(PGEAM-2016-CESPE): Aberto um processo de falência, as ações em que se demande quantia ilíquida contra o falido permanecerão sendo processadas no juízo original da ação. BL: art. 6º, §1º, LRF.
##Atenção: Sendo assim, de acordo com o art. 6º, §1º, da Lei 11.101/05, os processos que versem sobre quantia ilíquidas continuarão tramitando perante os juízos de origem.
(Proc./BACEN-2009-CESPE): A empresa Alfa Ltda. teve sua falência declarada pelo juiz competente em 15/4/09. No mesmo ato processual, determinou-se o afastamento imediato dos administradores e a lacração da empresa. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta: A decretação da falência suspende o curso da prescrição e das ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. No entanto, terão prosseguimento, nos juízos nos quais estiverem se processando, as ações que demandarem quantia ilíquida. BL: art. 6º, caput e §1º, LRF.
        § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. (TJPI-2007) (MPAM-2007) (PGEPI-2008)
        § 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria.
        § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. (TJMG-2006/2008) (PGEPE-2009) (MPPB-2010) (TJDFT-2011) (MPSP-2011) (PGERS-2011) (TJMT-2014) (TJPB-2015) (TJSP-2015) (TJPA-2019) (Cartórios/TJRS-2019) 
	JDCom. nº 42: O prazo de suspensão previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005 pode excepcionalmente ser prorrogado, se o retardamento do feito não puder ser imputado ao devedor. (TJPA-2019)
	##Atenção: ##DOD: Esse prazo em que haverá a pausa momentânea das ações e execuções é chamado de stay period e tem por objetivo permitir que o devedor em crise consiga negociar, de forma conjunta com todos os credores (plano de recuperação) e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio do empreendimento, que ficará livre, por um determinado período de respiro, de eventuais constrições (ex: penhora) de bens necessários à continuidade da atividade empresarial. Com isso, minimiza-se o risco de haver uma falência.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: A Lei 11.101/05, ao erigir o microssistema recuperacional e falimentar, estabeleceu, a par dos institutos e das finalidades que lhe são próprios, o modo e o ritmo pelo qual se desenvolvem os atos destinados à liquidação dos ativos do devedor, no caso da falência, e ao soerguimento econômico da empresa em crise financeira, na recuperação. O sistema de prazos adotado pela Lei 11.101/05 revela a necessidade de se impor celeridade e efetividade ao processo de recuperação judicial, notadamente pelo cenário de incertezas quanto à solvibilidade e à recuperabilidade da empresa devedora e pelo sacrifício imposto aos credores. Não se pode conceber, assim, que o prazo do stay period, previsto no art. 6º, § 4º da Lei 11.101/05, seja alterado, por interpretação extensiva, em virtude da superveniência do CPC/2015, até mesmo porque ele não possui natureza de prazo processual. STJ. 3ª T. REsp 1698283/GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 21/5/19 (Info 649).
##Atenção: ##DOD: Além da suspensão das ações e execuções, o mero deferimento do PROCESSAMENTO da recuperação judicial acarreta também a retirada do nome da empresa do SPC, SERASA e demais cadastros negativos? A empresa em recuperação judicial tem direito de tirar seu nome dos serviços de restrição de crédito e tabelionatos de protesto pelo simples fato de ter sido deferida a recuperação judicial? NÃO. O deferimento do processamento de recuperação judicial, por si só, não enseja a suspensão ou o cancelamento da negativação do nome do devedor nos cadastros de restrição ao crédito e nos tabelionatos de protestos. O deferimento do processamento de recuperação judicial suspende o curso das ações e execuções propostas em face do devedor. Isso está expressamente previsto no art. 6º, caput e § 4º, da Lei 11.101/05. Contudo, essa providência (suspensão das ações e execuções) não significa que o direito dos credores (direito creditório propriamente dito) tenha sido extinto. A dívida continua existindo. Assim, se a dívida continua existindo (e apenas a execução é que está suspensa), não se pode aceitar a retirada do nome da empresa em recuperação dos serviços de proteção ao crédito e tabelionato de protesto. Nesse sentido, vejamos o Enunc. 54 da I Jorn. de Dir. Comercial do CJF: “O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos”.
##Atenção: ##DOD: E haverá algum momento a partir do qual será possível retirar o nome da empresa dos cadastros restritivos? SIM. Com a aprovação do plano. Quando o plano de recuperação judicial for aprovado, será possível providenciar a baixa dos protestos e a retirada do nome da empresa dos cadastros de inadimplentes em relação às dívidas que estiverem sujeitas ao referido plano. Isso porque, havendo a aprovação do plano, ocorre a novação dos débitos, ou seja, as dívidas anteriores serão substituídas pelas novas condições firmadas no plano, nos termos do art. 59 da Lei 11.101/05: “O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei.” Ressalte-se, no entanto, que essa baixa dos protestos e retirada do nome dos cadastros ficará sob condição resolutiva, devendo a empresa cumprir todas asobrigações previstas no acordo de recuperação judicial uma vez que, se desatendê-las, será possível reincluí-la nos referidos cadastros. Diante disso, uma vez homologado o plano de recuperação judicial, os órgãos competentes devem ser oficiados a providenciar a baixa dos protestos e a retirada dos cadastros de inadimplentes do nome da recuperanda e dos seus sócios, por débitos sujeitos ao referido plano, com a ressalva expressa de que essa providência será adotada sob a condição resolutiva de a devedora cumprir todas as obrigações previstas no acordo de recuperação. STJ. 3ª T. REsp 1.260.301/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 14/8/12 (Info 502).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPCE-2020: ##CESPE: No plano de recuperação judicial é possível suspender tão somente o protesto contra a recuperanda e manter ativo o protesto tirado contra o coobrigado. STJ. 3ª T. REsp 1630932-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 18/6/19 (Info 651).
	(MPCE-2020-CESPE): Acerca de associações, habilitação de crédito na falência, recuperação judicial e títulos de crédito, julgue os itens a seguir, de acordo com a jurisprudência do STJ: É legítima a cláusula de plano de recuperação judicial que suspenda protesto apenas em relação à sociedade empresária em recuperação, sob a condição resolutiva do cumprimento do plano de recuperação, mas que mantenha ativo o protesto existente em relação a coobrigado. BL: Info 651, STJ.
##Atenção: ##DOD: 
	 Os protestos tirados contra a empresa em recuperação judicial e contra os coobrigados são suspensos com a recuperação judicial?
	Com o deferimento do processamento da recuperação judicial:
NÃO
	Com a aprovação e homologação do plano de recuperação judicial:
DEPENDE
	O deferimento do processamento da recuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos.
	• O protesto é suspenso com relação à empresa recuperanda.
• O protesto é mantido ativo com relação aos coobrigados.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: O STJ possui precedentes nos quais já admitiu que os processos permaneçam suspensos mesmo depois do decurso do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, § 4º da Lei 11.101/05: Nesse sentido: “(...) 2. De acordo com o entendimento deste Tribunal Superior, admite-se a prorrogação do prazo suspensivo das ações e execuções ajuizadas em face da sociedade em crise econômico-financeira, previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/05.” (...) STJ. 2ª S. CC 111.614/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 12/06/13. Portanto, ainda que o STJ entenda que a regra suspensiva do art. 6º, caput e § 4º, da Lei 11.101/05, em casos excpecionais, possa ser flexibilizada, todavia, não se pode admitir prorrogação genérica e indiscriminada do prazo de suspensão do art. 6º, § 4º para todo e qualquer processo relacionado à empresa recuperanda, sendo sempre necessário analisar as circunstâncias do caso concreto. 
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: A ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento [= processo de recuperação judicial]. STJ. 3ª T. REsp 1710750-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 15/5/18 (Info 627).
	(TJPA-2019-CESPE): Considerando o recente entendimento do STJ a respeito da suspensão do curso da prescrição e das ações e execuções ajuizadas contra o devedor quando do deferimento do processamento da recuperação judicial pelo prazo de cento e oitenta dias, assinale a opção correta: Ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento. BL: Info 627, STJ.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: A ação de compensação por danos morais NÃO será extinta sem resolução de mérito caso o credor habilite seu crédito na ação de recuperação judicial. A sua ação somente ficará suspensa.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJPA-2019: ##CESPE: A suspensão (stay period) de que trata o art. 52, III da LRF,[footnoteRef:2] em hipótese alguma, excederá o prazo improrrogável de 180 dias, contados do deferimento do processamento da recuperação judicial, restabelecendo-se após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções independentemente de pronunciamento judicial (art. 6,§ 4º, LRF). Entretanto, cumpre destacar a flexibilização dos tribunais quanto a prorrogação do prazo elencado no art. 6, §4º da LRF que, mesmo afirmando que, em hipótese alguma, o prazo de 180 dias poderá ser prorrogado, na prática tem ocorrido a prorrogação quando o retardamento do feito não for imputado ao devedor, como por exemplo, ocorreu com a empresa OI. Nesse sentido temos a redação do enunciado 42 – I JD Com (citado acima). [2: Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: (...) III - ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º , 2º e 7º do art. 6º desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei;] 
        
	(Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): Uma sociedade empresária realizou pedido de recuperação judicial. O pedido foi processado e deferido pelo juízo competente, e, no mesmo ato, foram ordenadas algumas providências. Nessa situação hipotética, no decorrer do processo de recuperação judicial, o magistrado poderá prorrogar, em situações excepcionais, o prazo de cento e oitenta dias previsto na lei que dispõe sobre recuperação judicial caso o retardamento do feito não possa ser imputado ao devedor. BL: art. 6º, §4º, LRF e Enunciado 42, JDCom (citado acima).
§ 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores. 
        § 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial:
        I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial;
        II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
        § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. (AGU-2007) (TJGO-2009) (PGEPE-2009) (TJPE-2011) (TJDFT-2011) (MPPB-2011) (TJPR-2012/2013) (MPSC-2019) (Cartórios/TJRS-2019) (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019) 
	##Atenção: ##STJ: ##MPF-2015: Segundo o STJ, a execução fiscal não se suspende com o deferimento da recuperação judicial, todavia, fica definida a competência do Juízo universal para dar seguimento aos atos constritivos ou de alienação. Não há violação do art. 97 da Constituição Federal ou desrespeito à Súmula Vinculante n. 10/STF quando se interpreta o art. 6º, § 7º, da Lei n. 11.101/2005, considerando-se o princípio da preservação da empresa. (AgRg no CC 124.052/SP, Rel. Min João Otávio de Noronha, 2ª Seção, j. 22/10/14)
	(MPF-2015): Em relação à competência e entendimento atual do STJ: A execução fiscal não se suspende com o deferimento da recuperação judicial; todavia, fica definida a competência do Juízo universal para dar seguimento aos atos constritivos ou de alienação de bens. BL: Jurisprudência do STJ.
	(TJDFT-2016-CESPE): A execução fiscal, deferido o processamento da recuperação judicial, não se suspende, mas serão da competência do juízo da recuperação os atos de alienação do patrimônio da sociedade. BL: art. 6º, §7º e art. 76 da LRF.(AGU-2004-CESPE): A universalidade do juízo de falência não suspende o andamento das execuções fiscais em curso nem impede o ajuizamento de novos executivos fiscais. BL: art. 6º, §7º e art. 76 da LRF.
        § 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor. (TJPR-2011) (MPSC-2014)
Seção II
Da Verificação e da Habilitação de Créditos
        Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
	(TJPR-2008): Na recuperação judicial a verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores. BL: art. 7º, LRF.
        § 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. (TJSP-2013)
	(PGM-Araguari/MG-2016-IADHED): Realizada a verificação dos créditos, será publicado um edital com a relação de créditos já apurados, para no prazo de 15 (quinze) dias os credores apresentarem ao administrador judicial suas habilitações de créditos que não foram relacionados no edital ou suas divergências em relação aos créditos já verificados e relacionados. BL: art. 7º, §1º LRF.
(TJSE-2015-FCC): A empresa Logística XPTO Ltda. ajuizou pedido de recuperação judicial. Na mesma decisão em que foi deferido o processamento do pedido, o juiz mandou publicar edital contendo a relação nominal dos credores, com a discriminação do valor atualizado e da classificação dos créditos, conforme relação apresentada pelo próprio devedor com a petição inicial. Publicado esse edital, previsto no art. 52, § 1º, da Lei nº 11.101/2005, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao administrador judicial. BL: art. 7º, §1º da LRF.
        § 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.
        Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. (TJTO-2007) (MPSP-2008) (MPRJ-2012) (MPMG-2013) (MPPE-2014) 
	(Anal. Minist./MPPI-2018-CESPE): De acordo com a legislação que rege a falência e a recuperação judicial, o Ministério Público possui legitimidade para apresentar ao magistrado impugnação contra a relação de credores, oportunidade em que pode apontar a ausência de qualquer crédito ou se manifestar contra a legitimidade, a importância ou a classificação de determinado crédito. BL: art. 8º da LRF.
(MPBA-2015): O Ministério Público pode apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. BL: art. 8º da LRF.
        Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A impugnação de crédito apresentada fora do prazo de 10 dias previsto no caput do art. 8º da Lei 11.101/05 não pode ter seu mérito apreciado pelo juízo. A norma do art. 8º contém regra de aplicação cogente. Trata-se de prazo peremptório específico, estipulado expressamente pela lei de regência. Eventual superação de regra legal deve ser feita de forma excepcional, observadas determinadas condições específicas, tais como elevado grau de imprevisibilidade, ineficiência ou desigualdade, circunstâncias não verificadas na espécie. STJ. 3ª T. REsp 1704201/RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. p/ Acórdão Min. Nancy Andrighi, j. 7/5/19 (Info 649).
        Art. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o, § 1o, desta Lei deverá conter:
        I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;
        II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação;
	(TJMG-2009): Em se tratando de processo falencial, é CORRETA a afirmação: Há relativização dos princípios cambiários, nas habilitações de crédito. BL: art. 9º II c/c art. 52, §1º da LRF[footnoteRef:3]. [3: Art. 52. (...) § 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.] 
##Atenção: Inicialmente, é importante destacar dois dispositivos da Lei 11.101/05. O art. 9º, inciso II determina que, na habilitação de crédito realizada por credores no prazo de 15 dias após a publicação do edital previsto no art. 52, §1º, da mesma lei, deverá constar a origem do crédito. Nestes termos, ocorre a relativização dos princípios da autonomia e abstração dos títulos de crédito, pois uma vez que deverá ser informada a origem do crédito, os vícios que comprometem a relação jurídica documentada podem se estender às demais relações abrangidas no mesmo documento. Isso vai contra o que dizem os princípios (Fonte: Revisaço Magistratura Estadual).
        III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas;
        IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento;
        V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.
        Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. (MPRS-2016)
        Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
        § 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. (TJTO-2007) (TJMG-2008) (TRT2-2009)
        § 2o Aplica-se o disposto no § 1o deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da realização da assembléia-geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário.
        § 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. (TJTO-2007) (MPDFT-2009) (TJSC-2009/2010) (TJRS-2012)
	(TJMG-2008): Quanto à falência e à recuperação judicial: Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizadose ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. BL: art. 10, §3º da LRF.
        § 4o Na hipótese prevista no § 3o deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito.
        § 5o As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei. (TJTO-2007)
	(TJMG-2008): Quanto à falência e à recuperação judicial: As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação. BL: art. 10, §5º da LRF.
        § 6o Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito.
	(TJMG-2008): Quanto à falência e à recuperação judicial: Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. BL: art. 10, §6º da LRF.
        Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. (TJRO-2011) (TJRS-2012)
	(TJDFT-2011): Posto que a Lei de Falências preconize que podem contestar a impugnação os credores cujos créditos foram impugnados, o moderno entendimento se direciona no sentido de que qualquer interessado, provando essa sua condição, pode contestar a impugnação no prazo de cinco dias, carreando os documentos que tiver e indicando outras provas que reputar necessárias. BL: art. 11 da LRF.
        Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias.
        Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação.
        Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias.
        Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito.
        Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital de que trata o art. 7o, § 2o, desta Lei, dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei.
        Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que:
        I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2o do art. 7o desta Lei;
        II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação;
        III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes;
        IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.
        Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito impugnado.
        Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte incontroversa.
        Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. (TJRO-2011)
        Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia-geral.
        Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas.
        Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações.
        Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. (MPMG-2013) (MPPA-2014)
	(MPSC-2019): Segundo redação da Lei 11.101/05 (Lei da Recuperação Judicial), o administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no CPC, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. BL: art. 19, LRF.
        § 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6o, §§ 1o e 2o, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito.
        § 2o Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado.
        Art. 20. As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente responsável processar-se-ão de acordo com as disposições desta Seção. (MPDFT-2009)
Seção III
Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores
        Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. (TJMG-2007) (MPSP-2008) (TRT15-2008) (TJPE-2011) (TJPR-2011) (TJPA-2014)
	(MPPE-2014-FCC): Tanto na falência quanto na recuperação judicial, o juiz poderá nomear pessoa jurídica especializada para o exercício das funções de Administrador Judicial, não sendo obrigatória a nomeação de pessoal natural para o cargo. BL: art. 21 da LRF.
(MPSC-2012): De acordo com a Lei n. 11.101/05, o administrador judicial, tanto para a recuperação judicial quanto para a falência, será nomeado pelo juiz e deverá ser um profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador. Por outro lado, a referida lei admite que, tanto na falência quanto na recuperação judicial, seja nomeada uma pessoa jurídicaespecializada para exercer as atividades de administrador judicial. BL: art. 21 da LRF.
(TJPR-2010): O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, sendo admissível que a função do administrador judicial seja exercida por pessoa jurídica especializada. BL: art. 21 da LRF.
        Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. (MPSP-2008) (TJPA-2014)
        Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: (MPPB-2010)
        I – na recuperação judicial e na falência:
        a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito; (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;
        c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;
	(TJMG-2007): Quanto ao administrador judicial na falência: Compete a ele dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos. BL: art. 22, I, “c”, da LRF.
        d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;
        e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei;
        f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;
        g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;
        h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
        i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei; (TJSC-2009)
        II – na recuperação judicial:
        a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
	(PGEAC-2017-FMP): De acordo com a Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial; a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que ao administrador judicial compete na recuperação judicial fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial. BL: art. 22, II, “a” da LRF.
        b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação; (TJPI-2007)
	(DPECE-2008-CESPE): Na recuperação judicial, o administrador judicial tem competência para requerer a falência do devedor no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação. BL: art. 22, II, “b” da LRF.
        c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor; (TJPR-2014)
        d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei;
        III – na falência:
        a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e documentos do falido; (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        b) examinar a escrituração do devedor;
        c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida; (PGEAC-2017)
        d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; (PGEAC-2017)
        e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;
        f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;
        g) avaliar os bens arrecadados; (PGEAC-2017) (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;
        i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;
        j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei; (TJSP-2008)
        l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; (PGEAC-2017)
        m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos;
        n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores; (Aud. Controle Inter.-CGE/CE-2019)
        o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;
        p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10o (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa;
        q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;
        r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.
        § 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
        § 2o Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo, se houver recusa, o juiz, a requerimento do administrador judicial, intimará aquelas pessoas para que compareçam à sede do juízo, sob pena de desobediência, oportunidade em que as interrogará na presença do administrador judicial, tomando seus depoimentos por escrito.
        § 3o Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento. (MPPE-2014) (Advogado/SANEAGO-2018)
	(Aud. Controle Int.-CGE/CE-2019-CESPE): No âmbito da falência empresarial, é vedado ao administrador judicial, em relação ao falido ou à massa falida, abater dívidas não recebidas sem a aprovação do juízo. BL: art. 22, §3º, LRF.
        § 4o Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste artigo apontar responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar conhecimento de seu teor. 
        Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência.
        Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor.
        Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalhoe os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. (TJPR-2010)
        § 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. (TRT15-2008) (TJPR-2010) (MPSP-2011)
	(TJSC-2009): Sobre a esfera falimentar e na recuperação judicial: O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. O total pago ao administrador judicial não excederá cinco por cento do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. BL: art. 24, caput e §1º, LRF.
        § 2o Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A reserva de 40% dos honorários do administrador judicial, prevista no art. 24, § 2º, da Lei 11.101/05, não se aplica no âmbito da recuperação judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1700700-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 5/2/19 (Info 642).
##Atenção: O art. 25, §4º da LRF determina que 40% da remuneração do administrador judicial deve ser reservado para pagamento posterior, após atendidas as previsões dos arts. 154 e 155:
• O art. 154 prevê que, após a realização do ativo e de ser distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 dias.
• O art. 155 afirma que, depois de o magistrado julgar as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 dias.
Os arts. 154 e 155 estão localizados topograficamente na seção XII do capítulo V, ou seja, na parte da lei que trata especificamente do “Encerramento da Falência e da Extinção das Obrigações do Falido”. Uma vez que o art. 24, § 2º, da LRF diz que o pagamento dos honorários somente pode ser feito após a realização de procedimentos que estão relacionados diretamente com a falência, o que se conclui é que este dispositivo não se aplica para os processos de recuperação judicial.
	(TJPR-2010): O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes, sendo que será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após o julgamento das contas e da apresentação do relatório final da falência. BL: art. 24, caput e §2º, LRF.
        § 3o O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração. (TRT15-2008) (MPPE-2014)
	(TJPR-2010): O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas na Lei 11.101/05, hipóteses em que não terá direito à remuneração. BL: art. 24, §3º da LRF.
        § 4o Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
        § 5o  A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno porte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
        Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo. (TJPI-2012)
        Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte composição: (TJRS-2009) (TJSC-2010/2013)
        I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;
        II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; (TJSC-2013)
        III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.
        IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
        § 1o A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudicará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior ao previsto no caput deste artigo.
        § 2o O juiz determinará, mediante requerimento subscrito por credores que representem a maioria dos créditos de uma classe, independentemente da realização de assembléia:
        I – a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda não representada no Comitê; ou
        II – a substituição do representante ou dos suplentes da respectiva classe.
        § 3o Caberá aos próprios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá presidi-lo.
        Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
        I – na recuperação judicial e na falência: (TJRS-2009)
        a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial; (TJRS-2009) (MPPB-2010)
        b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
        c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;
        d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados; (PGESP-2009)
        e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;
        f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
        II – na recuperação judicial:
        a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação; (PGESP-2009)
        b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial; (PGESP-2009)
        c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial. (PGESP-2009)
        § 1o As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor.
        § 2o Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Comitê, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz.
        Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições. (MPPB-2010) (MPSP-2011)
	(TJDFT-2011): O comitê de credores é facultativo, porquanto depende para a sua constituição da complexidade da falência ou da recuperação judicial, recaindo sobre si a fiscalização das atividades do administrador judicial. BL: art. 28 da LRF.
(TJPI-2007-CESPE): No curso da recuperação judicial, não havendo comitê de credores, caberá ao administrador judicial exercer as atribuições do comitê e, na incompatibilidade deste administrador, caberá ao juiz da causa exercer as atribuições do referido comitê. BL: art. 28 da LRF.
        Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorizaçãodo juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa. (TJPI-2012)
        Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
        § 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
        § 2o O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei. (MPMG-2013)
        § 3o O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o requerimento do § 2o deste artigo.
        Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. (PGESP-2009) (TJRO-2011) (MPPE-2014)
	(MPSC-2016): O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos da Lei de Falência, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. BL: art. 31, LRF.
(TJPR-2008): O juiz, de ofício, poderá determinar a destituição do administrador judicial quando verificar omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. BL: art. 31, LRF.
        § 1o No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os suplentes para recompor o Comitê.
        § 2o Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de 10 (dez) dias, nos termos dos §§ 1o a 6o do art. 154 desta Lei.
        Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
        Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.
        Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomeará outro administrador judicial. 
Seção IV
Da Assembléia-Geral de Credores
        Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
        I – na recuperação judicial:
        a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; (MPPB-2010) (TJDFT-2011) (TJES-2011) (PGEAC-2017)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: O juiz está autorizado a realizar o controle de legalidade do plano de recuperação judicial, sem adentrar no aspecto da sua viabilidade econômica, a qual constitui mérito da soberana vontade da assembleia geral de credores. STJ. 3ª T. REsp 1.660.195/PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 04/04/2017.
        b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; (TJDFT-2011) 
        c) (VETADO)
        d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52 desta Lei; (TJPI-2007) (MPSP-2008) (PGEAC-2017) (TJAL-2019) (Cartórios/TJDFT-2019)
	(TJTO-2007-CESPE): Uma das atribuições da assembléia-geral de credores, na recuperação judicial, é a de deliberar acerca da desistência do pedido de recuperação judicial, após o deferimento de seu processamento. BL: art. 35, I, “C” da LRF.
        e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; (PGEAC-2017)
        f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores; (MPPB-2010)
        II – na falência:
        a) (VETADO)
        b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; (TJDFT-2011)
	(PGEAC-2017-FMP): De acordo com a Lei 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que a assembléia geral de credores terá por atribuições deliberar na falência sobre a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição. BL: art. 35, II, “b” da LRF.
        c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei; (TJDFT-2011)
        d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. (MPPB-2010)
        Art. 36. A assembléia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá: (TJES-2011)
	(TJPI-2012-CESPE): O juízo competente convocará a assembleia geral de credores por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de quinze dias. BL: art. 36 da LRF.
        I – local, data e hora da assembléia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira);
        II – a ordem do dia;
        III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembléia.
        § 1o Cópia do aviso de convocação da assembléia deverá ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do devedor.
        § 2o Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação de assembléia-geral. (TJRS-2009)
        § 3o As despesas com a convocação e a realização da assembléia-geral correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do § 2o deste artigo. (TJSC-2010)
        Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes. (TJBA-2012) (TJSC-2013) (MPSP-2019)
        § 1o Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou em outras em que haja incompatibilidade deste, a assembléia será presidida pelo credor presente que seja titular do maior crédito. (PGERS-2011)
        § 2o A assembleia instalar-se-á, em 1a (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, com qualquer número.
	(MPSP-2019): No que diz respeito à Assembleia Geral de Credores, é correto afirmar que a assembleia geral instalar-se-á em primeira convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em segunda convocação, com qualquer número. BL: art. 37, §2º, LRF.
        § 3o Para participar da assembléia, cada credor deverá assinar a lista de presença, que será encerrada no momento da instalação.
        § 4o O credor poderá ser representado na assembléia-geral por mandatário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos doprocesso em que se encontre o documento.
        § 5o Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou por procurador, à assembléia. (TJBA-2012)
        § 6o Para exercer a prerrogativa prevista no § 5o deste artigo, o sindicato deverá:
        I – apresentar ao administrador judicial, até 10 (dez) dias antes da assembléia, a relação dos associados que pretende representar, e o trabalhador que conste da relação de mais de um sindicato deverá esclarecer, até 24 (vinte e quatro) horas antes da assembléia, qual sindicato o representa, sob pena de não ser representado em assembléia por nenhum deles; e (TJBA-2012)
        II – (VETADO)
        § 7o Do ocorrido na assembléia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
        Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2o do art. 45 desta Lei. (PGEPE-2009) (TRT2-2009) (MPSP-2019)
        Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembléia-geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembléia.
        Art. 39. Terão direito a voto na assembléia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da assembléia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 10 desta Lei.
        § 1o Não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação os titulares de créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei.
        § 2o As deliberações da assembléia-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da existência, quantificação ou classificação de créditos.
        § 3o No caso de posterior invalidação de deliberação da assembléia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa.
        Art. 40. Não será deferido provimento liminar, de caráter cautelar ou antecipatório dos efeitos da tutela, para a suspensão ou adiamento da assembléia-geral de credores em razão de pendência de discussão acerca da existência, da quantificação ou da classificação de créditos.
	(TJPR-2012): Apesar da importância da assembleia geral de credores no procedimento recuperatório, não pode o juiz deferir cautelares para sua suspensão, a pedido de eventuais credores, em razão de discussão judicial sobre a validade ou existência de seus respectivos créditos. BL: art. 40 da LRF.
        Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
        I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; (PGEPE-2009) (MPSP-2019)
        II – titulares de créditos com garantia real; (MPSP-2019)
        III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. (MPSP-2019)
        IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.  (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (MPSP-2019)
	(TJPE-2015-FCC): Na recuperação judicial, a assembleia geral de credores será composta por até quatro classes de credores, assim distribuídas: classe I, composta dos titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; classe II, composta dos titulares de créditos com garantia real; classe III, composta dos titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral e subordinados; e classe IV, composta dos titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. BL: art. 41, incisos I a IV da LRF.
        § 1o Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho votam com a classe prevista no inciso I do caput deste artigo com o total de seu crédito, independentemente do valor. 
	(DPU-2007-CESPE): Em assembleia geral de credores, no curso de processo falimentar, o titular de crédito derivado da legislação do trabalho votará com o total de seu crédito, qualquer que seja o seu valor. BL: art. 41,§1º, LRF.
        § 2o Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe prevista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado e com a classe prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante do valor de seu crédito. 
        Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos termos do art. 145 desta Lei. (TJAL-2019) (MPSP-2019)
	##Atenção: O art. 42 da LRF prevê que o quórum das decisões da Assembleia serão consideradas aprovadas quando contarem com votos favoráveis de “mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral”. Todavia, o mesmo artigo excepciona essa regra: “exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei” (artigo este que faz alusão à modificação do plano de recuperação) – justamente porque, neste caso, é necessário o consentimento do devedor (art. 56, §3º, LRF).
        Art. 43. Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% (dez por cento) do capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% (dez por cento) do capital social, poderão participar da assembléia-geral de credores, sem ter direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação.
        Parágrafo único. O disposto neste artigo também se aplica ao cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, colateral até o 2o (segundo) grau, ascendente ou descendente do devedor, de administrador, do sócio controlador, de membro dos conselhos consultivo, fiscal ou semelhantes da sociedade devedora e à sociedade em que quaisquer dessas pessoas exerçam essas funções.
        Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de Credores, somente os respectivos membros poderão votar.
        Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. (TJPR-2011)
        § 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II [obs.: garantia real] e III [obs.: garantia quirografários; com privilégio especial; com privilégio geral ou subordinados.] do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. (MPSP-2019)
        § 2o Na classe prevista no inciso I [obs.: derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho] do art. 41 desta Lei, a proposta deveráser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. (PGEPE-2009) (MPSP-2019)
        § 2o  Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (MPSP-2019)
        § 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Poder Judiciário só faz o controle de legalidade do plano de recuperação judicial: Antes de tudo, é importante esclarecer qual é o controle judicial que se faz em relação ao plano de recuperação judicial. O plano aprovado pela assembleia de credores possui índole predominantemente contratual, sendo, por isso, vedado ao Poder Judiciário se imiscuir (“intrometer”) nas especificidades do conteúdo econômico aprovado entre a empresa devedora e os credores, desde que, obviamente, sejam observados os quóruns previstos no art. 45 da Lei 11.101/05. Assim, a concessão de prazos e descontos para o adimplemento dos débitos faz parte das tratativas, ou seja, das negociações travadas pelas partes envolvidas. Conforme já decidiu o STJ: “Se o plano cumpriu as exigências legais e foi aprovado em assembleia, o juiz deve homologá-lo e conceder a recuperação judicial do devedor, não sendo permitido ao magistrado se imiscuir (intrometer) no aspecto da viabilidade econômica da empresa. A aprovação do plano pela assembleia representa uma nova relação negocial que é construída entre o devedor e os credores. Se os credores aceitaram a proposta e ela preenche os requisitos legais, não cabe ao juiz indeferir a recuperação judicial. Além disso, o magistrado não é a pessoa mais indicada para aferir a viabilidade econômica do plano de recuperação judicial. Isso porque a análise do possível sucesso ou não do plano proposto não é uma questão jurídica propriamente dita, mas sim econômica, e que está inserida na seara negocial da recuperação judicial, o que deve ser tratado entre devedor e credores”. STJ. 4ª T. REsp 1359311-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 9/9/14 (Info 549).
##Atenção: ##DOD: Sobre o tema, vejamos os enunciados 44 e 46 da I Jornada de Direito Comercial CJF/STJ: 
Enunciado 44: A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores está sujeita ao controle de legalidade.
Enunciado 46: Não compete ao juiz deixar de conceder a recuperação judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: É válida a cláusula no plano de recuperação judicial que determina a TR como índice de correção monetária e a fixação da taxa de juros em 1% ao ano. STJ. 3ª T. REsp 1630932-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 18/6/19 (Info 651).
	(TJPR-2011): Na assembleia geral, o credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de recuperação judicial apresentado não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito. BL: art. 45, §3º, LRF.
        Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembléia.
CAPÍTULO III
DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. (TJAL-2008) (PGEPA-2012) (MPSP-2014)
	(TJSC-2013): A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. BL: art. 47 da LRF.
        Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: (TJDFT-2008) (MPMT-2008) (TJGO-2009) (TJAP-2009) (MPDFT-2009) (TJES-2011) (MPPB-2011) (PGEPA-2012) (Cartórios/TJMA-2016)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: O art. 48 da Lei 11.101/05 elenca requisitos que deverão ser cumpridos pelo devedor para que ele possa requerer recuperação judicial. O primeiro requisito é a previsão de que o devedor deverá estar exercendo regulamente suas atividades há, no mínimo, 2 anos no momento do pedido. As sociedades empresárias integrantes de grupo econômico devem demonstrar individualmente o cumprimento do requisito temporal de 2 (dois) anos (art. 48 da Lei 11.101/05) de exercício regular de suas atividades para postular a recuperação judicial em litisconsórcio ativo. STJ. 3ª T. REsp 1665042-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 25/06/19 (Info 652).
	##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Em se tratando de grupo econômico, cada sociedade empresária deve demonstrar o cumprimento do requisito temporal de 2 anos, pois elas conservam a sua individualidade e, por conseguinte, apresentam a personalidade jurídica distinta das demais integrantes da referida coletividade.
##Atenção: ##DOD: A partir de quando se começa a contar esse prazo de 2 anos? Da data de inscrição na junta comercial competente. Logo, no pedido de recuperação judicial, deverá ser juntada uma certidão emitida pela respectiva junta comercial na qual conste a inscrição do empresário individual ou o registro do contrato social ou do estatuto da sociedade. Desse modo, estão proibidos de requerer recuperação judicial, os empresários “de fato” ou “irregulares”, isto é, aqueles que exercem a atividade empresarial de modo informal, sem registro na junta comercial.
##Atenção: ##DOD: Esse requisito temporal deve ser em atividade idêntica ou correlata: Para o processamento da recuperação judicial, a Lei, em seu art. 48, não exige somente a regularidade no exercício da atividade, mas também o exercício por mais de dois anos, devendo-se entender tratar-se da prática, no lapso temporal, da mesma atividade (ou de correlata) que se pretende recuperar. STJ. 4ª T. REsp 1.478.001/ES, Rel. Min. Raul Araújo, j. 10/11/15.
##Atenção: ##DOD: É possível pedido de recuperação judicial em litisconsórcio ativo? SIM.
A Lei 11.101/05, deixou de disciplinar a possibilidade de apresentação conjunta do pedido de recuperação judicial por sociedades empresárias que componham determinado grupo econômico. Portanto, não dispôs acerca da formação do litisconsórcio ativo. Todavia, conforme o art. 189 da LRF, o CPC é aplicável subsidiariamente aos processos de recuperação judicial e de falência. Desse modo, as normas do CPC podem suprir, no que for compatível, eventuais lacunas contidas na Lei nº 11.101/2005. Justamente por isso, é plenamente possível o pedido de recuperação judicial formulado por grupo econômico, em litisconsórcio ativo.
        I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; (TJPR-2012) (PGEPA-2012) (MPAM-2015) (TJAM-2016)
	(TJAP-2009-FCC): No tocante a recuperação judicial da empresa, quem a pleiteia não pode ser falido ou, se o foi, devem ter sido declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades decorrentes da falência. BL: art. 48, I, LRF.
##Atenção: Uma pessoa pode ter passado pelo procedimento da falência, mas neste ter extintas suas obrigações e aí neste caso poderá se valer da recuperação judicial normalmente.
(TJMG-2007): Após a

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