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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO Câmpus Birigui Física II Relatório Experimental 1 Cálculo da gravidade em queda livre usando o software Tracker Video Analysis Discente(s): André Luiz da Silva Conde Breno Mazzali Medeiros Tomazelli Vinicius de Souza Santos Docente: Esp Altemir A. Pereira Jr. Birigui 2021 Resumo Menções Históricas dizem que quando Newton observou a maçã caindo da árvore, ele concluiu que se o fruto é atraído para o centro da terra, deve haver uma atração que força o fruto a cair em sua direção. O objetivo deste experimento é encontrar o valor experimental efetivo da gravidade local usando o software Tracker Video Analyzes para analisar vídeos curtos. Os materiais utilizados são celular / filmadora, bola de borracha, lápis vermelho, computador e software Tracker Video Analisys. 1. Introdução Na antiguidade, filósofos explicavam a queda dos corpos expondo que os corpos tendem a voltar ao seu lugar natural. Apenas no século XVII surge uma teoria de gravitação como uma força de atração mútua entre todos os corpos, a qual dependeria de suas massas e da distância entre estes corpos. Alguns relatos históricos mencionam que Newton, ao observar uma maçã cair da árvore, concluiu que se a fruta era atraída para o centro da Terra, deveria haver uma força de atração que a obrigasse a cair em sua direção (PIRES, 2011). Newton foi o primeiro a perceber a lei fundamental que seria básica para a compreensão de vários fenômenos, posteriormente comprovados e, para o caso da gravidade, aperfeiçoado por Albert Einstein (PIRES, 2011). Para o caso da queda livre, Thornton e Marion (2012) explicam que podemos modelar o movimento dos corpos a partir da segunda Lei de Newton: (Equação I)𝐹 → 𝑅 = 𝑚. 𝑎 → A queda de um objeto pode ser esquematizada conforme a figura I, onde a resistência do ar estará sendo considerada. Para este caso, a Força Resultante ( ) sobre o objeto será dada pela subtração da Força Peso ( ) e𝐹 𝑅 → 𝑃 → da Força de Resistência do ar, ou Força de Arraste, ( ).𝐹 → 𝑟 Figura I: Esquematização da queda de um objeto sob influência da gravidade e recebendo resistência do ar contrária ao sentido de movimento. (Equação II)|𝐹 → 𝑅 | = |𝑃 → | − |𝐹 → 𝑟 | Para situações em que a resistência do ar pode ser desprezada, a Força Resultante sobre o objeto será exclusivamente dada pela ação da Força Peso ( ), conforme mostra a figura II.𝑃 → Figura II: Esquematização da queda livre de um objeto sob influência exclusiva da gravidade, desprezando-se a resistência do ar. (Equação III)|𝐹 → 𝑅 | = |𝑃 → | No caso da queda livre podemos assumir o movimento unidirecional e com único sentido, vertical para baixo. Isso permite que o tratamento do problema possa ser feito sob uma perspectiva escalar. Assim, a equação I pode ser reescrita e desenvolvida da seguinte maneira: 𝐹 → 𝑅 = 𝑚. 𝑎 → 𝐹 𝑅 = 𝑚. 𝑎 Sendo, a Força Peso dada por: (Equação IV)𝑃 = 𝑚. 𝑔 Temos, unindo as Equações III e IV: 𝑚. 𝑎 = 𝑚. 𝑔 (Equação V)𝑎 = 𝑔 Uma vez que , a equação V pode ser desenvolvida para:𝑎 = 𝑑𝑣𝑑𝑡 𝑎 = 𝑔 𝑑𝑣 𝑑𝑡 = 𝑔 𝑑𝑣 = 𝑔. 𝑑𝑡 𝑣 0 𝑣 ∫ 𝑑𝑣 = 𝑡 0 𝑡 ∫ 𝑔. 𝑑𝑡 (Equação VI)𝑣 − 𝑣 0 = 𝑔. (𝑡 − 𝑡 0 ) Tomando nulos os valores de contorno para v0 e t0 dentro deste contexto de queda livre, temos: (Equação VII)𝑣 = 𝑔. 𝑡 A equação VII descreve uma equação de primeiro grau, y = A.x + B (Equação VIII), onde o coeficiente linear B = 0, e o coeficiente angular A = g. Dessa forma, se obtivermos, para este estudo, um gráfico vxt, podemos determinar o valor da gravidade por meio do coeficiente angular A desse gráfico. Ainda, assumindo que (Equação IX), podemos unir as equações𝑣 = 𝑑𝑥𝑑𝑡 VIII e IX e obter: 𝑣 = 𝑔. 𝑡 𝑑𝑥 𝑑𝑡 = 𝑔. 𝑡 𝑑𝑥 = 𝑔. 𝑡. 𝑑𝑡 𝑥 0 𝑥 ∫ 𝑑𝑥 = 𝑡 0 𝑡 ∫ 𝑔. 𝑡. 𝑑𝑡 (Equação X)𝑥 − 𝑥 0 = 𝑔2 . (𝑡 2 − 𝑡 0 2) Tomando nulo o valor de contorno para t0 em um contexto de queda livre, e assumindo x0 também igual a zero, temos: (Equação XI)𝑥 = 𝑔2 . 𝑡 2 A equação XI descreve uma equação de segundo grau, y = A.x2 + B.x + C (Equação XII), onde os coeficientes B = C = 0 e o coeficiente A = ½ g. Dessa forma, se obtivermos um gráfico xxt, podemos determinar o valor da gravidade por meio do coeficiente angular A desse gráfico. O software denominado Tracker Video Analysis (TVA) é uma ferramenta cuja uma de suas potencialidades destaca-se a confecção rápida de gráficos a partir de dados obtidos em vídeos, permitindo o ajuste de curvas para os fenômenos físicos em estudo (UFRGS, 2009). Basicamente, o software primeiramente apresenta um frame por vez. Em cada um deles, é possível destacar os aspectos importantes do fenômeno, como, por exemplo, a posição de um determinado objeto. Por fim, o programa constrói gráficos com as variáveis escolhidas pelo usuário (IBIDEM). Dessa forma, dados as equações e o software apresentados, o presente experimento propõe o cálculo de um valor válido para a gravidade local por meio dos gráficos confeccionados pelo TVA e suas linearizações. 2. Objetivos Encontrar um valor experimental válido para a gravidade local através da análise de um vídeo curto por meio do software Tracker Video Analysis. 3. Procedimento experimental 3.1. Materiais utilizados ● Celular/Câmera filmadora; ● Bola de borracha (“Bolota”); ● Lápis vermelho; ● Computador; ● Software Tracker Video Analysis. 3.2. Montagem e descrição experimental. Para realizarmos o experimento, inicialmente foram efetuadas uma marcação na parede, com cerca de 0,5 metro, para servir de régua para o software Tracker, e outra para posicionarmos a bola de borracha a uma altura qualquer. Utilizamos a câmera, fixada em uma superfície plana para evitar distorções causadas por eventos externos, então iniciamos a gravação e posicionamos a bola na posição marcada anteriormente e soltamos a bolinha. Após a primeira queda da bola, finalizamos a gravação do vídeo e iniciamos a análise com o Tracker. Primeiramente, selecionamos o vídeo gravado, e indicamos ao software o intervalo de frames, no caso deste experimento usamos o intervalo de 95 a 116. Configuramos o bastão de medição com o tamanho de nossa marcação, para que o TVA possa reconhecer as distâncias envolvidas, por fim, posicionamos o eixo coordenado onde a bola de borracha está posicionada. Selecionamos então, a opção de centro de massa, que nos permitirá seguir a imagem da bola de borracha, frame a frame, até que ela chegue ao chão, e mostrará, em um painel lateral as informações em relação ao eixo coordenado, a distância, o tempo, e o número da seleção. 4. Resultados A análise do vídeo realizada pelo TVA (figura III) resultou na confecção das seguintes tabelas e gráficos: Figura III: Simulação no Tracker sobre a queda de uma bola de borracha. Tabela I: Tabela gerada pela compilação do gráfico II reproduzido no aplicativo Tracker. Tabela II: Tabela gerada pela compilação do Gráfico II reproduzido no aplicativo Tracker. Gráfico I: Apresenta o gráfico produzido a partir da equação XI, usando o Tracker. Gráfico II: Apresenta o gráfico produzido a partir da equação VII, usando o Tracker. Pelos resultados apresentados no Gráfico I, podemos determinar o valor da gravidade utilizando a equação XI: (Equação XI)𝑥 = 𝑔2 . 𝑡 2 𝑔 2 = 𝐴 𝑔 2 = 4, 682 𝑔 = 9, 364 𝑚 𝑠2 Também, por meio dos resultados apresentados no Gráfico II, podemos determinar o valor da gravidade, para comparativo de métodos, utilizando a equação VII: (Equação VII)𝑣 = 𝑔. 𝑡 𝑔 = 𝐴 𝑔 = 9, 372 𝑚 𝑠2 5. Conclusões O objetivo proposto foi alcançado. Utilizando os resultados dos fit de cada gráfico obtivemos os resultados: 1. 𝑔 = 9, 364 𝑚 𝑠2 2. 𝑔 = 9, 372 𝑚 𝑠2 Tomando como referência o valor médio da gravidade terrestre como 9,78m/s² (HALLIDAY, RESNICK e WALKER, 2016) podemos verificar que o primeiro resultado obtido apresenta um desvio de 4,25% para menos e, osegundo resultado com desvio de 4,17% também para menos. Assim, uma vez que os resultados obtidos apresentam um desvio menor que 5%, podemos considerar que estes são resultados válidos para o experimento proposto, uma vez que neste experimento desconsideramos a resistência do ar, a variação pode ser atribuída a ele. Considerações Finais Para o melhor aproveitamento do Experimento e preciso: ➔ Uma Câmera com maior qualidade em pixel e frame rate. ➔ Uma Régua com melhor medição para marcação. ➔ Um software com maior ferramenta para análise de vídeo. 6. Bibliografia HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. 10ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, v. I, 2016. PIRES, A. S. T. Evolução das ideias da Física. 2ª. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2011. THORNTON, S. T.; MARION, J. B. Dinâmica Clássica de partículas e sistemas. 5ª (tradução). ed. São Paulo: CENGAGE Learning, 2012. UFRGS. Laboratório Didático de Física. Analisando imagens e vídeos com o computador, 2009. Disponivel em: <http://www.if.ufrgs.br/cref/uab/lab/tracker.html>. Acesso em: 1 Abril 2021.
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