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Módulo 6 Gestão integrada por Bacia Hidrográfica

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Ficha Técnica
Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica
Módulo 06 - Edição 01 - Novembro de 2019
Equipe Técnica do Projeto
Angela Barbara Tischner
Geovana Maria Gasparoto Silva
Milena Cornelio Olivi
Poliana Cristina Correa
Vacy Álvaro Pedrosa Junior
Gerente do Projeto
Rolf Massao Satake Gugisch
Núcleo de Inteligência Territorial - NIT
Parque Tecnológico Itaipu - PTI
Coordenador Técnico do Projeto
Kleber Vanolli
Departamento de Proteção Ambiental
Superintendência de Gestão Ambiental
Diretoria de Coordenação - CD
Itaipu Binacional
Redação e Revisão
Angela Barbara Tischner
Cássia Santana Ribeiro
Cristiane Fracaro Penzin
Geovana Maria Gasparoto Silva
Leilane Dalla Benetta
Kleber Vanolli
Mariana Smanhotto Schuchovski Gaziri
Milena Cornelio Olivi
Poliana Cristina Correa
Vacy Álvaro Pedrosa Junior
Vanessa Bordin
Vanessa Weber Leite
Validação Técnica
Ariel Scheffer da Silva
Kleber Vanolli
Silvana Vitorassi
Realização
Escola Internacional para Sustentabilidade
Núcleo de Inteligência Territorial - NIT
Parque Tecnológico Itaipu – PTI
Superintendência de Gestão Ambiental
Diretoria de Coordenação - CD
Itaipu Binacional
Projeto Educacional e Projeto Gráfico
VG Educacional
GESTÃO TRANSPARENTE
A Itaipu é uma Entidade Binacional criada e regida, em igualdade de direitos 
e obrigações, pelo Tratado assinado em 26 de abril de 1973, entre a República 
Federativa do Brasil e a República do Paraguai. A empresa busca atuar em 
consonância com os padrões internacionais, brasileiros e paraguaios em 
matéria de transparência, mediante deliberações consensuais que envolvem 
brasileiros e paraguaios.
A Itaipu tem políticas, diretrizes e objetivos que prevêem a gestão 
transparente e o acesso à informação, destacando-se as seguintes inciativas: 
o Código de Ética da Itaipu e o respectivo Comitê de Ética Binacional; a 
aderência à Lei Sarbanes-Oxley (SOX); a implantação do Portal de Compras 
Eletrônicas; o Código de Conduta para os fornecedores, a adoção de um 
Sistema Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Planning 
-ERP), da empresa SAP; a Ouvidoria; o Canal de Denúncias Externo; e o 
menu de Acesso à Informação, contendo informações como os documentos 
oficiais da entidade, informações sobre os Recursos Humanos, informações 
institucionais, Relatórios Financeiros, Anuais e de Sustentabilidade, diretrizes 
do Planejamento Estratégico e perguntas frequentes.
Código de Ética
O Código de Ética da Itaipu visa explicitar o conjunto de valores, os princípios 
éticos e os padrões de conduta que devem nortear o relacionamento entre 
os conselheiros, diretores, empregados da Itaipu e toda sua cadeia de valor, 
com intuito de gerar e manter um compromisso recíproco na adoção de uma 
postura transparente que envolva a valorização da ética, contribuindo para a 
credibilidade da Itaipu perante a sociedade. O Comitê de Ética da Itaipu tem 
como atribuição – com base no Código de Ética e nos demais instrumentos 
normativos da Entidade – analisar os casos evidenciados, detectados ou 
submetidos à consideração do Colegiado e emitir parecer sobre eles para 
apreciação e providências das autoridades da Itaipu.
Sumário
Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica
INTRODUÇÃO ................................................................................................................9
A Rede Hidrográfica ................................................................................................................................11
O que é Bacia Hidrográfica? ..............................................................................................................13
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraná ..................................................................18
A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 - BP3 ......................................................................................21
A Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas: Contexto 
Histórico e Legislação .............................................................................................24
Como a Itaipu Binacional Realiza a Gestão Integrada por Microbacia 
Hidrográfica? .............................................................................................................. 31
Planejamento e Ordenamento Territorial no Contexto dos Planos de Bacias ....39
A Gestão Participativa ......................................................................................................................... 42
Gestão Integrada por Microbacias no Paraguai: ..........................................48
PARA REFLETIR… ...................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 51
Gestão Integrada
 por Bacia Hidrográfica
Módulo 06
Gestão Integrada
 por Bacia Hidrográfica
Módulo 06
OBJETIVOS DO 
MÓDULO 
Compreender a importância estratégica da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 
para a Itaipu Binacional;
Conhecer o contexto histórico e a legislação da Gestão Integrada por Bacias 
Hidrográficas;
Compreender a forma como a Itaipu Binacional realiza a Gestão Integrada por 
Microbacia Hidrográfica, as ferramentas utilizadas e os critérios de seleção das 
microbacias, assim como o estudo detalhado das ações necessárias;
Entender o Plano de Controle Ambiental (PCA), bem como o planejamento e 
o ordenamento territorial dentro do contexto dos planos de bacias.
Entender a composição das Redes Hidrográficas, das Bacias Hidrográficas e 
como elas estão dispostas no Paraná, especialmente na região de atuação da 
Itaipu Binacional;
9
INTRODUÇÃO
Sabemos que a água doce é muito importante para a manutenção dos seres 
vivos no planeta e seus múltiplos usos. Por exemplo, na segurança alimentar, 
em processos industriais, transporte de cargas e pessoas, segurança 
energética, saneamento básico, lazer ou para subsistência.
Dessa maneira, é preciso que o manejo sustentável dos recursos hídricos seja 
efetuado de forma planejada e coordenada, para que os diferentes grupos de 
interesse sejam atendidos de forma satisfatória.
Os múltiplos usos da água doce
Fonte: PRH P2P3 (s/d, on-line).
A gestão dos recursos hídricos é de grande importância para a Itaipu 
Binacional, uma vez que a usina hidrelétrica precisa de água com qualidade 
e quantidade, para a geração de energia. A mesma água que é utilizada em 
todo o território de abrangência do reservatório como elemento vital para 
a vida humana, manutenção da biodiversidade e para o desenvolvimento 
territorial sustentável é a água utilizada para a geração de hidreletricidade 
10
 
limpa e renovável. Nesse contexto, a água passa a ser um elemento estratégico 
para o desenvolvimento regional, visto que garante a segurança hídrica e 
energética para os atores sociais interessados e as futuras gerações. 
Recursos hídricos utilizados na geração de energia
Fonte: Caio Coronel / Arquivo Itaipu Binacional.
Atualmente, entende-se que a Segurança Hídrica está associada à Gestão 
de Riscos dos Recursos Hídricos. Esses riscos estão divididos em quatro 
categorias: 
1. Risco de escassez de água para atender à demanda; 
2. Risco da qualidade da água pela deterioração por contaminação dos 
sistemas hídricos; 
3. Risco de excessos das inundações; 
4. Riscos da sustentabilidade de sistemas hídricos e ambientais. 
11
 
Segurança Hídrica é “assegurar o acesso sustentável à água de qualidade, 
em quantidade adequada à manutenção dos meios de vida, do bem-estar 
humano e do desenvolvimento socioeconômico; garantir proteção contra a 
poluição hídrica e desastres relacionados à água; preservar os ecossistemas 
em um clima de paz e estabilidade política” (ONU apud SECRETARIA DO 
MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS, on-line).
Para garantir esses usos múltiplos dos recursos hídricos, a Itaipu Binacional 
desenvolve uma série de iniciativas para a promoção da segurança hídrica, a 
fim de comprovarque haja água em quantidade e qualidade suficientes para 
essas atividades, em longo prazo e de forma sustentável. 
Dito isso, neste módulo, vamos estudar como a Itaipu e seus parceiros locais 
realizam a Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica.
A Rede Hidrográfica
As Redes Hidrográficas, ou Redes de Drenagem, compõem um conjunto 
de cursos d’água (rios) que estão dispostos, conforme sua grandeza, em 
hierarquias encontradas nas Bacias Hidrográficas. Isto é, a rede é constituída 
por um rio principal, localizado na parte mais baixa do relevo, e por seus 
afluentes e subafluentes, caracterizados por rios de primeira ordem, segunda 
ordem e terceira ordem.
12
Hierarquia Fluvial
Quanto maior for a ordem do rio principal, maior será a quantidade de rios 
existentes e maior será, também, sua extensão. Os rios podem ser de quarta, 
quinta, sexta ordem e assim por diante, dependendo da ramificação do 
sistema hídrico. No caso de Itaipu, busca-se trabalhar prioritariamente os 
rios de primeira ordem, avançando gradativamente para os rios de segunda 
ordem, e assim por diante.
13
O que é Bacia Hidrográfica?
A Bacia Hidrográfica é uma área de captação natural da água de precipitação 
que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída. É composta 
por um conjunto de superfícies vertentes e por uma rede de drenagem 
formada por cursos de água que confluem até resultar em um leito único no 
seu exutório (TUCCI, 1997).
“A bacia hidrográfica pode ser então considerada um ente sistêmico” 
(PORTO; PORTO, 2008, p. 45).
 É onde se realizam os balanços de entrada provenientes da chuva e saída de 
água, por meio do exutório1, permitindo que sejam delineadas bacias e sub-
bacias, cuja interconexão se dá pelos sistemas hídricos.
A Itaipu optou por trabalhar as sub-bacias, ou microbacias, possibilitando a 
participação da comunidade e a facilidade de gestão.
1 Você verá a definição de exutório na página 15.
https://drive.google.com/file/d/15bTgvXZ049-qhsR2bb12yBKONtc_LGqD/view
https://open.spotify.com/episode/72kfoNMlve36IxVgSsaE90?si=MgbegCXeSAu1P8IqQfOp9w&nd=1
14
Todas as áreas urbanas, industriais, agrícolas ou de preservação fazem parte 
de alguma Bacia Hidrográfica. Pode-se dizer que, em seu exutório, estarão 
representados todos os processos que fazem parte do seu sistema. O que 
ocorre ali é consequência das formas de ocupação do território e da utilização 
das águas que convergem para esse lugar.
Fonte: Arquivo Itaipu Binacional.
No caso da Itaipu, o exutório final é justamente o reservatório da usina 
e, portanto, a vida útil da hidrelétrica depende da forma de ocupação do 
território e da utilização das águas em seu entorno.
Na figura a seguir, temos a representação de uma Bacia Hidrográfica 
hipotética, formada por um rio principal (leito principal), seus afluentes e os 
principais elementos que a compõem.
15
Fonte: Adaptado de Elementos... (2018, on-line).
Podemos dizer que as áreas mais elevadas são os divisores de água e os 
pontos menos elevados abrigam o leito dos rios.
• Microbacias
É possível fragmentar uma sub-bacia em unidades menores, chamadas de 
Microbacias, onde os rios principais serão, no máximo, de 3ª ordem. Enquanto 
isso, em grandes Bacias Hidrográficas, como a do rio Tietê (Bacia Hidrográfica 
do Tietê - Estado de SP), por exemplo, pode-se chegar até a 10ª ordem. 
Na escala de microbacias, podemos verificar detalhes, como relevo, solo, 
ocupação humana e, dessa forma, trabalhar localmente na gestão desses 
recursos locais, favorecendo a sustentabilidade global.
http://sustentahabilidade.com/recursos-hidricos-bacias-e-regioes-hidrograficas/
16
Para a gestão dos recursos hídricos dentro de uma propriedade rural, por 
exemplo, os marcos legais e a própria Itaipu Binacional consideram a gestão 
por microbacia. Nas propriedades rurais que formam a microbacia, é possível 
realizar um planejamento específico dos passivos ambientais existentes e 
seu respectivo manejo, a fim de cumprir a legislação, compatibilizando as 
necessidades da propriedade e a garantia de existência futura dessas áreas.
Entender sobre a configuração física das características locais e de suas 
interfaces facilita a gestão dos recursos hídricos em nosso país, no sentido 
de escalonar também as responsabilidades, os poderes de atuação e, 
principalmente, a sua execução.
• A Divisão Hidrográfica no Território Brasileiro 
A Resolução 32, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 15 de outubro 
de 2003, define a divisão hidrográfica nacional em regiões hidrográficas, 
conforme ilustra a figura a seguir.
Regiões hidrográficas brasileiras
Fonte: André Koehne / Wikimedia Commons.
17
 O Brasil dispõe de 12 regiões hidrográficas. Os estados brasileiros, no âmbito de 
seus territórios, fizeram divisões hidrográficas para fins de gestão, utilizando 
diferentes critérios. O Estado de São Paulo está dividido em 22 unidades de 
gestão hidrográficas; o Estado do Paraná2, em 12; o Estado de Minas Gerais, 
em 36, e assim por diante.
Bacias Hidrográficas do Paraná
Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial - NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu.
Esses territórios são sistemas complexos, vivos e interdependentes. As Bacias 
Hidrográficas estão delimitadas, independentemente das divisões políticas 
nas quais estão inseridas. 
Tais bacias possuem uma ramificação de rios, que variam em quantidade e 
extensão, devido a uma série de fatores, tais como: relevo, condições climáticas 
da região, quantidade de habitantes e uso do solo no local por onde passam, 
independente do país ou cidade que compõem. 
2 O Estado do Paraná possui 12 unidades hidrográficas, e cada uma delas ainda possui outras subdivisões, tudo 
isso para facilitar a gestão dessas áreas com maior facilidade e eficiência. 
18
A BACIA HIDROGRÁFICA 
DO RIO PARANÁ 
A Bacia do rio Paraná foi o recurso base para o projeto de construção da 
usina, na década de 70. 
O rio Paraná é o segundo maior rio Sul-Americano. Nasce na confluência de 
dois importantes rios brasileiros: o rio Grande e rio Paranaíba, entre os estados 
de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. 
Em relação ao reservatório de Itaipu, nosso foco de estudo, a Bacia do rio 
Paraná sofre influência de importantes bacias brasileiras, como a do rio 
Piquiri, rio Ivaí, rio Paraná I, Rio Paraná 2 e Rio Paraná 3, no Estado do Paraná. 
Em Mato Grosso do Sul, pelas bacias dos rios Iguatemi, Ivenhema e Amambai. 
Conforme você pode observar no mapa a seguir, da rede incremental da 
Bacia do rio Paraná.
Rede incremental - Bacia do Rio Paraná
Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu.
https://drive.google.com/file/d/1NgYMTHr50sI_KqDgHaxC8Bivod0nOEec/view
19
Entre os rios que formam a bacia de influência do reservatório de Itaipu, 
no rio Paraná, lado paraguaio, podemos destacar: Carapá, Itambey, Piratiy, 
Limoy, Itabo, Pozuelo, e arroios, como: Piraí, Gasory, Abanico, Dos Hermanas, 
Pira Pyta, Indio, Tembey e Tatiyupi.
Sub-bacias de influência do reservatório BR e PY
Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu.
A Bacia Hidrográfica do rio Paraná foi categorizada em 3 subdivisões para 
facilitar a gestão, conforme a Política Nacional de Recursos Hídricos. Tais 
categorias são conhecidas como Bacia do Paraná 1 (BP1), Bacia do Paraná 2 
(BP2) e Bacia do Paraná 3 (BP3), as quais serão apresentadas a seguir.
20
Subdivisão da Bacia do Paraná: BP1, BP2 e BP3
Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu.
21
A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 - BP3
Rede Hidrográfica da Bacia do Paraná 3
Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu.
Vamos considerar aqui todo o histórico de mobilização e gestão integrada 
que a Itaipu vem fortalecendo no território da BP3, desde que estabeleceu sua 
nova missão. Dessa forma, é preciso explorar umpouco mais essa região que 
dispõe de uma relação mais direta com o reservatório e com os programas 
socioambientais da binacional, incluindo a Gestão Integrada por Microbacias 
nos 29 municípios representados. 
Localização: a bacia do Paraná 3 está situada na mesorregião Oeste do Paraná 
e abrange uma área de aproximadamente 8.000 km².
22
 
Principais rios na BP3: os principais rios que compõem a Bacia do Paraná 
3 são classificados como rios consequentes (cursos de água determinados 
pela inclinação da superfície da terra) e drenam para o Oeste, com sua foz 
diretamente no reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Bacia do Paraná 3, com a sub-bacia do Rio São Francisco verdadeiro e a microbacia do Rio Toledo
Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu 
Têm destaque entre os afluentes da BP3 os rios São Francisco, que nasce em 
Cascavel; o Guaçu, que nasce em Toledo; o São Francisco Falso, que nasce em 
Céu Azul; e o Ocoí, que nasce em Matelândia.
Desse modo, podemos dizer que a BP3 também é uma Bacia. O rio São 
Francisco verdadeiro, um dos principais afluentes da BP3, é uma sub-bacia. O 
rio Toledo, afluente do rio São Francisco, uma microbacia.
23
 
População da BP3: em meados de 2010, a Bacia do Paraná 3 totalizava uma 
população de 642.684 habitantes, em uma área de 7.979,4 km² (PEREIRA; 
SCROCCARO, 2010, on-line). 
• Atividades Econômicas na BP3
A BP3 possui um papel estratégico não só para a região Oeste do Paraná, mas, 
também, para garantir a eficiência da matriz elétrica brasileira e paraguaia, pois 
é essa parte da Bacia Hidrográfica do rio Paraná que influencia diretamente 
no abastecimento do reservatório da usina.
O setor de Turismo, em menor escala, aproveita a utilização das águas do 
reservatório da Itaipu para atividades de lazer e entretenimento, por meio da 
infraestrutura organizada para turismo rural ou turismo de aventura e lazer, 
em praias artificiais e balneários. 
O setor Agroindustrial é formado por empreendimentos que moldam o perfil 
socioeconômico da região. 
Historicamente, as práticas agrícolas na BP3 consolidaram-se seguindo 
características tradicionais de cultivo, ou seja, utilizando recursos hídricos de 
forma abundante.
A agropecuária é a atividade econômica predominante na BP3
São aproximadamente 35 mil pequenas propriedades rurais produzindo 
principalmente soja e milho; além de propriedades pecuaristas, com um 
efetivo de 4,5 milhões de unidades de suínos e 106,9 milhões de unidades 
de galináceos, e agroindústrias que produzem insumos para alimentar esses 
animais, que são os principais commodities dessa região (FAO, 2017; OESTE 
EM DESENVOLVIMENTO, 2016, on-line). 
24
A agricultura foi responsável, em seus primórdios, por alguns passivos 
ambientais de relevância negativa para a segurança hídrica da região e 
da produção de energia por Itaipu. Foi necessário criar normatizações e 
legislações para o manejo adequado dos diferentes recursos, o que mais tarde 
será expressado na Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas enquanto 
Política Pública. 
A BP3 é um território estratégico para a Itaipu, pois toda e qualquer ação 
que ali ocorra poderá afetar, positiva ou negativamente, a vida útil de seu 
reservatório. 
A GESTÃO INTEGRADA POR BACIAS 
HIDROGRÁFICAS: CONTEXTO HISTÓRICO E 
LEGISLAÇÃO
Ao longo do tempo, um território passa por diversas transformações, sejam 
elas causadas por questões naturais ou relacionadas às atividades humanas. 
Nos últimos 50 anos, houve um aumento populacional no Brasil de 60 para 
200 milhões de habitantes e a taxa de urbanização passou de 45% para 
cerca de 85% do território (IBGE, 2019, on-line). Por isso, são necessárias 
iniciativas de conservação e mitigação dos impactos negativos aos recursos 
hídricos para que, dessa forma, sejam asseguradas as garantias de que esses 
recursos estejam disponíveis em quantidade e qualidade necessárias para 
a manutenção da biodiversidade em seus diferentes aspectos da Bacia 
Hidrográfica, além da questão da segurança energética. 
25
Fonte: Igor Zakharevich / 123RF. 
Historicamente, no Brasil, um modesto movimento em prol da conservação e 
regramento de ambientes naturais iniciou com a criação do Decreto Federal 
nº 24.643, de 10 de julho de 1934, conhecido como Código das Águas, o qual 
considera as águas como recursos naturais renováveis. 
O Código Florestal de 1965, instituído pela Lei 4.771, evidenciou a importância 
do cuidado dos recursos hídricos pela definição de Área de Preservação 
Permanente (APP). Essa legislação também foi um importante passo para 
a adoção, mais tarde, da Bacia Hidrográfica como unidade de Gestão 
Integrada, visto que ela se baseia na conservação de um rio central e seu 
território de influência.
Segundo Porto e Porto (2008), no ano de 1987, a Associação Brasileira de 
Recursos Hídricos (ABRH) produziu as Cartas de Salvador e, dois anos mais 
tarde, em 1989, as Cartas de Foz do Iguaçu. Essas cartas abordam a criação de 
um sistema organizado de gestão, especialmente a Carta de Foz do Iguaçu, 
que delineia os princípios básicos a serem seguidos no estabelecimento 
da Política Nacional de Recursos Hídricos, como a Gestão Integrada, a 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm
https://www.abrh.org.br/SGCv3/index.php?P1=2&P2=115&P3=118&P1T=institucional&P2T=cartas&P3T=foz_iguacu_1989
26
bacia como unidade de gestão, o reconhecimento do valor econômico 
da água e gestão descentralizada e participativa.
O reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável e o reconhecimento 
do valor econômico e da importância da gestão descentralizada e participativa 
celebram o entendimento de que a gestão dos recursos hídricos deve ser 
integrada.
A gestão de recursos hídricos baseada no recorte territorial das 
bacias hidrográficas ganhou força em janeiro de 1992, na Irlanda, 
na Conferência de Dublin, com o tema ‘A água e o meio ambiente’. 
Nesta reunião preparatória à Rio-92, foram acordados os Princípios 
de Dublin. Diz o Princípio n.1 que a gestão dos recursos hídricos, para 
ser efetiva, deve ser integrada e considerar todos os aspectos, físicos, 
sociais e econômicos. Para que essa integração tenha o foco adequado, 
sugere-se que a gestão esteja baseada nas bacias hidrográficas 
(WMO, 1992 apud PORTO; PORTO, 2008, p. 43).
Na sequência, veio a Rio 92. Um dos resultados dessa Conferência, conforme 
já mencionado no módulo 3, foi a construção da Agenda 21 Global. Segundo 
Dahlem (2011), entre os 40 capítulos da Agenda 21, destacam-se as seguintes 
preocupações com a água:
 ▶ Capítulo 12: manejo de ecossistemas frágeis e a luta contra a 
desertificação e a seca;
 ▶ Capítulo 17: proteção dos oceanos, de todos os tipos de mares, inclusive 
mares fechados e semifechados, e das zonas costeiras, proteção, uso 
racional e desenvolvimento de seus recursos vivos;
27
 ▶ Capítulo 18: proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos 
hídricos, aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo 
e uso dos recursos hídricos;
 ▶ Capítulo 21: manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e 
questões relacionadas ao esgoto.
Em 1997, foi criada a Lei nº 9.433, também conhecida como Lei das Águas, que 
instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o SINGREH, 
com o dever de fazer a gestão dos usos da água de forma democrática e 
participativa. “Tal lei desvinculou a propriedade da água da propriedade do 
solo e, com isso, definiu as águas nacionais como recurso natural, quase 
exclusivo, de domínio público” (DAHLEM, 2011, p. 48). 
Entre as principais novidades da Lei, está o estabelecimento dos instrumentos 
que devem ser utilizados para viabilizar a sua implantação:
 ▶ Os Planos Estaduais de Recursos Hídricos; 
 ▶ O enquadramento dos corpos de águas em classes de usos 
preponderantes;  
 ▶ A outorga dedireitos de uso dos recursos hídricos;  
 ▶ A cobrança pelo uso dos recursos hídricos;  
 ▶ A compensação aos municípios;  
 ▶ Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
A Lei das Águas tem dois fundamentos essenciais para o entendimento do 
processo histórico de gestão por bacias:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm
28
 ▶ A Bacia Hidrográfica é a unidade territorial para implementação da 
PNRH e atuação do SINGREH;
 ▶ A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a 
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
A partir da Política Nacional de Recursos Hídricos, no Brasil, esses recursos têm 
sua gestão organizada por Bacias Hidrográficas em todo o território nacional, 
levando em consideração as dificuldades em lidar com o recorte geográfico.
Em 1999, foi criada a Lei Estadual de Recursos Hídricos no Paraná, que 
elencou como princípios a adoção da Bacia Hidrográfica como unidade de 
planejamento, os usos múltiplos, o reconhecimento da água como um bem 
finito e vulnerável, o reconhecimento do valor econômico da água e o da 
gestão descentralizada e participativa.
Ainda na década de 90, o Brasil avançou quanto à legislação e domínio da 
água, buscando o bom uso e aproveitamento dos recursos hídricos. A partir 
de então, o País empenha esforços em controlar o uso industrial da água 
e melhorar as técnicas de tratamento, sem prejudicar o desenvolvimento 
econômico.
É preciso ressaltar, ainda, a criação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, 
em 2006, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, enquanto instrumento 
que orienta a gestão de águas no Brasil. Tem como principal objetivo dar um 
tratamento gerencial, ratificando a prioridade da água para o consumo 
humano. Nesse sentido, a água passa a ser tratada como unidade integrativa 
e de uso comum e a Bacia Hidrográfica é elevada ao status de unidade 
territorial para implementação da Política Estadual e de planejamento, 
uma vez que o território é um sistema complexo, altamente adaptativo e 
resiliente. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm
https://drive.google.com/open?id=1ivcqIdCbJSbBc1gxl-Wch9DEZjj4SrDs
29
No Paraná, a Política Estadual de Recursos Hídricos foi instituída pela Lei nº 
12.726, de 26 de novembro de 1999, que também criou o Sistema Estadual de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
Os instrumentos de gestão, como Plano Estadual de Recursos Hídricos, Plano 
de Bacias Hidrográficas, Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, 
cobrança pelo uso da água, enquadramento dos corpos d’água em classes de 
uso, e o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH)3, 
promoveram a disseminação da Gestão Integrada, em detrimento das 
políticas setoriais existentes (AGUASPARANÁ, 2010).
A partir dos conflitos relativos à oferta hídrica, torna-se necessária a gestão 
para suprir demandas do ser humano e da própria natureza.
Fonte: PaylessImages / 123RF. 
3 Um dos instrumentos de gestão, previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela 
Lei nº 9.433, de 08 de Janeiro de 1997, conhecida como Lei das Águas. Trata-se de um amplo sistema de 
coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos, bem como 
fatores intervenientes para sua gestão.
http://www.pr.gov.br/
http://www.recursoshidricos.pr.gov.br/
http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=5849&indice=3&anoSpan=2000&anoSelecionado=1999&isPaginado=true
http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=5849&indice=3&anoSpan=2000&anoSelecionado=1999&isPaginado=true
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=159
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=159
30
Uma vez que os recursos hídricos exigem a Gestão Integrada entre 
administração pública, órgãos de saneamento, instituições ligadas a 
atividades agropecuárias, gestão ambiental, usuários, entre outros, cada um 
desses setores participa com seu papel e assume suas responsabilidades 
perante a Bacia Hidrográfica. 
Essa movimentação culminou com a criação da Agência Nacional de Águas 
(ANA), em 2000. Esta apresenta, entre suas atribuições: a cobrança pelo uso 
da água, constitucionalmente considerada como um bem público. 
 
Saiba mais sobre a Agência Nacional de 
Águas. 
Assista ao vídeo “Comitê de Bacia 
Hidrográfica” e saiba mais sobre a ANA. 
Em 2011, o órgão federal se tornou um importante parceiro da Itaipu Binacional 
e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), com o projeto “Água: gestão para o 
conhecimento”, no desenvolvimento de cursos voltados para comunicação, 
difusão, mobilização social, capacitação e educação para a gestão de recursos 
hídricos no Brasil e demais países da América Latina. Tal iniciativa é resultado 
https://www.ana.gov.br/
https://www.ana.gov.br/
https://www.ana.gov.br/
https://www.ana.gov.br/
https://www.ana.gov.br/
https://youtu.be/eyD_YaxEle0
https://youtu.be/eyD_YaxEle0
https://youtu.be/eyD_YaxEle0
https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/projeto-agua-conhecimento-para-gestapso-divulga.2019-03-15.8259079623
https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/projeto-agua-conhecimento-para-gestapso-divulga.2019-03-15.8259079623
https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/projeto-agua-conhecimento-para-gestapso-capacita.2019-03-15.2829385638
31
da Lei das Águas, que trata a capacitação e educação, em especial ambiental, 
para a Gestão Integrada de Recursos Hídricos. 
Desenvolver ações de capacitação, voltadas a agentes multiplicadores 
que possam, pela via de programas descentralizados e capilares de 
educação ambiental focados em recursos hídricos, difundir conceitos 
e práticas, além de apoiar transversalmente a própria implementação 
dos demais programas do PNRH (PLANO NACIONAL DE RECURSOS 
HÍDRICOS, 2006, on-line).
COMO A ITAIPU BINACIONAL REALIZA A GESTÃO 
INTEGRADA POR MICROBACIA HIDROGRÁFICA?
A Itaipu Binacional entende que a Gestão Integrada por Microbacia é 
responsabilidade de todo o território e, portanto, a gestão deve ser feita 
de maneira compartilhada.
A empresa desenvolveu o Programa Gestão por Bacias Hidrográficas, que 
integra os municípios da área de abrangência do reservatório (55 municípios), 
fundamental para garantir a segurança hídrica e energética nos últimos anos. 
O programa contribui para ampliar os usos múltiplos da água e diminuir a 
quantidade de sedimentos depositados no reservatório da Itaipu, ampliando 
sua vida útil. A efetividade das boas práticas sustentáveis, de conservação, do 
saneamento rural e o fomento aos sistemas de conservação do solo (que você 
conhecerá, com detalhes, no módulo 7) são percebidos no monitoramento 
da qualidade das águas do reservatório e seus afluentes.
Utilizar a microbacia como unidade de gestão propicia o entendimento 
integrado dos recursos hídricos e suas relações com o meio e sua utilização 
naquele território, devido à facilidade de exploração deles. Foi por meio dessa 
compreensão que a Itaipu elaborou a sua Política de Sustentabilidade.
32
Signatária dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a Itaipu desenvolve 
programas de Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas, com o intuito de 
promover as boas práticas com os recursos hídricos, visando o desenvolvimento 
socioeconômico e garantindo a sustentabilidade do território.
Essas práticas foram concentradas em ações focadas na melhoria da condição 
de vida das pessoas e na sustentabilidade territorial, a partir da água como 
elemento de conexão e interconexão. 
A estruturação da Gestão Integrada, realizada pela Itaipu Binacional, é 
alinhada com documentos reconhecidos globalmente como referência nas 
áreas de sustentabilidade e de responsabilidade socioambiental.
Alinhando a experiência técnica da Itaipu Binacional à tendência mundial em 
garantir a sustentabilidade do planeta, foram realizados estudos que levarama um modelo participativo de gestão, baseado em arranjos sistêmicos e 
matriciais que incentivam a participação ativa de múltiplos atores locais e 
regionais. Cada participante é, ao mesmo tempo, gestor, membro da equipe 
e beneficiário direto da iniciativa, que culminou em um Programa constituído 
por diversas ações. 
Visando alcançar seus objetivos, a Itaipu Binacional tem utilizado ferramentas 
bases, que são modelos de gestão amplamente difundidas e usuais:
 ▶ Gestão Ambiental;
 ▶ Gestão Territorial da Informação;
 ▶ Gerenciamento de Projetos e Programas (já detalhado no módulo 4);
 ▶ Gestão Participativa e mobilização (já detalhado no módulo 5).
33
Uma das características marcantes do modelo de gestão desenvolvido foi a 
centralização da gestão por microbacias, facilitando, assim: 
 ▶ O desenvolvimento de ações pontuais, de acordo com as demandas da 
localidade;
 ▶ Maior facilidade de implementação e desenvolvimento de projetos e 
ações;
 ▶ Negociação direta com os atores locais envolvidos em todo o processo;
 ▶ Senso de pertencimento à comunidade local e valorização dos próprios 
recursos.
• Seleção de Microbacias
Agora, vamos entender como a Itaipu, no início dos trabalhos de Gestão 
Integrada por Microbacias, definiu os critérios de seleção das microbacias a 
serem trabalhadas para promover a conservação nas Bacias Hidrográficas 
do território de influência do seu reservatório. A seleção de microbacias deve 
priorizar as fontes d’água que abastecem o município em questão.
Critérios de seleção:
1. Microbacias Hidrográficas que contribuem para o sistema público 
municipal de abastecimento;
2. Microbacias Hidrográficas com concentração da população rural;
3. Microbacias Hidrográficas com maior número de passivos ambientais 
(altas concentrações de resíduos orgânicos (dejetos animais), perda de 
fertilidade por solos erodidos, necessidade de prestadores de serviços 
comunitários de água, más condições rodoviárias, entre outros).
34
Para fazer a gestão da microbacia, é necessário identificar os passivos 
ambientais e determinar quais ações poderão ser realizadas, de acordo com 
o contexto local. Entre elas:
Depois de selecionada a microbacia, é hora de realizar visitas de campo e 
desenvolver um estudo detalhado das ações necessárias, baseado em três 
itens que se inter-relacionam e serão apresentados a seguir.
35
 
1. Segurança Hídrica
A segurança hídrica deve ser entendida como a gestão de risco da escassez 
da água e das inundações para a sociedade, meio ambiente e economia, o 
que envolve a gestão de possíveis e diversos eventos (cenários) subdivididos 
em dois níveis: Projetos e Emergências. 
 ▶ Projetos: para este nível de segurança hídrica, faz-se necessária a prática 
de projetos de infraestruturas de disponibilidade hídrica para consumo 
humano, agricultura, energia, entre outros, e para controle de possíveis 
inundações.
 ▶ Emergência: para este nível de segurança hídrica, desenvolve-se a 
gestão do risco superior ao nível de projeto para demanda. Esse nível 
é específico para situações de crise, como a crise de abastecimento 
vivida no Brasil, nos anos de 2014 a 2015, mais especificamente na região 
sudeste, devido às mudanças climáticas.
2. Diagnóstico Socioambiental de Microbacias
Diagnóstico em propriedade rural na área de influência da Itaipu
Fonte: Arquivo Parque Tecnológico Itaipu 
36
 
Cada Microbacia Hidrográfica selecionada é analisada do ponto de vista 
socioambiental. Para a familiarização com o território a ser trabalhado, a 
melhor opção é realizar visitas e entrevistas presenciais com moradores que 
já têm um histórico e conhecimento daquela localidade. 
Dessa forma, antes de iniciarem as ações, é necessário:
1. Identificar se algum tipo de programa de gestão de recursos hídricos já 
foi implementado anteriormente no município;
2. Verificar o nível de mobilização e atividades comunitárias (festas/artistas 
locais/grupo de dança ou teatro etc.);
3. Verificar o nível de acesso à internet que a comunidade possui;
4. Identificar os principais meios de comunicação e acesso à informação 
que a comunidade utiliza (rádio, televisão, impresso, entre outros);
5. Definir um facilitador local ou externo para realizar uma efetiva 
campanha de educação ambiental e mobilização de uma plataforma de 
ação voluntária (socioambiental e cultural) na comunidade.
Em relação ao desenvolvimento produtivo da microbacia, é importante 
identificar: 
1. Que tipo de agricultura predomina na comunidade: familiar, médios ou 
grandes produtores (convencional ou alternativa?);
2. Presença de associações e/ou cooperativas de pequenos produtores no 
município/região;
3. Produção de alimentos orgânicos no município;
37
 
4. Existência de propriedades diversificadas que podem se tornar referência;
5. O histórico de iniciativas de desenvolvimento rural integrado, 
implementadas no município;
6. Se existem setores vulneráveis que exigem assistência e possuem 
projetos, no que tange à economia solidária (recicladores, assentamentos 
etc.), nas redondezas da microbacia.
O Diagnóstico Socioambiental elenca a situação atual da bacia, 
considerando todos os aspectos existentes nela. É de grande importância, 
pois será a base para a tomada de decisões quanto à necessidade de 
programas e projetos a serem desenvolvidos na microbacia.
3. Plano de Controle Ambiental - PCA
O Plano de Controle Ambiental (PCA) possibilita que sejam levantados/
estudados todos os impactos ambientais, já existentes na área estudada, 
bem como prevê os potenciais, identificados nos meios físico, biótico e 
socioeconômico de um empreendimento ou área, podendo ser direcionado 
a propriedades rurais ou áreas de proteção da biodiversidade. 
O PCA é exigido pelos órgãos ambientais, como IBAMA e IAP, por exemplo, 
para subsidiar licenciamentos ambientais, e segue os preceitos da 
sustentabilidade, em que o agricultor irá direcionar seus esforços de forma 
conduzida e planejada.
38
 
Na BP3, paralelo ao diagnóstico socioambiental, são preparados Planos 
de Controle Ambiental, contendo as informações necessárias para que 
os agricultores envolvidos obtenham o licenciamento ambiental de suas 
propriedades.
O que é LICENCIAMENTO AMBIENTAL? 
O licenciamento ambiental é um importante instrumento de gestão 
da Política Nacional de Meio Ambiente. Por meio dele, a administração 
pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades humanas 
que interferem nas condições ambientais. No estado do Paraná, as 
atividades agropecuárias necessitam de licenciamento ambiental quando 
se tratam de atividades comerciais, com grande número de animais. Você 
pode obter mais informações sobre licenciamento ambiental no Paraná, 
acessando o site do Instituto Ambiental do Paraná.
http://www.iap.pr.gov.br/
39
 
Planejamento e Ordenamento Territorial no Contexto dos 
Planos de Bacias
Entre a complexa combinação de fatores críticos, referentes aos recursos 
hídricos e soluções de saneamento ambiental, encontra-se a preservação de 
mananciais, que passa a exigir esforços analíticos e metodológicos para seu 
enfrentamento.
Entende-se que, para problemas dessa magnitude, os esforços metodológicos 
voltados à construção participativa do Plano de Bacia4 e real interface com o 
âmbito social, devem prever a superação do “o que fazer“ para conferir ênfase 
ao coletivo de “como fazer” (AGUASPARANÁ, 2010).
• Planejamento Territorial
Planejamento é um processo contínuo que pressupõe a realização de várias 
atividades preparatórias à deliberação de um projeto, como o levantamento 
de dados, diagnóstico da realidade, elaboração de alternativas e propostas, e 
avaliação de custos e benefícios. 
Planejamento territorial é o instrumento de elaboração da política pública, 
que trata das questões relacionadas ao uso e ocupação do solo, a localização dos 
equipamentos públicos e comunitários, a mobilidade urbana, o saneamento,a habitação, a conservação e proteção do meio ambiente, da paisagem e do 
patrimônio histórico-cultural.
4 Plano de Bacia: é um documento privilegiado para a gestão da água, que se constitui no instrumento 
central de planejamento territorial dos recursos hídricos. Pode contribuir com os municípios em relação 
às diretrizes gerais de gestão da água e do uso e ocupação do solo, colaborando para o ordenamento 
territorial.
40
 
De acordo com o Ministério Público do Paraná, no planejamento territorial, 
a deliberação política ocorre por meio da elaboração de um Plano Diretor, 
após análise prévia das ações prescritas no planejamento. 
O Plano de Bacia pode complementar o Plano Diretor.
No caso da atuação da Itaipu Binacional no seu território de influência, o Plano 
de Bacia Hidrográfica segue a execução dos programas, de acordo com o 
Plano Diretor de cada município, e, simultaneamente, o acompanhamento, 
controle, fiscalização e possíveis ajustes. Ao longo do tempo, as ações 
executadas e o plano em si sujeitam-se à avaliação, revisão e atualização. 
Você sabe a diferença entre o Plano Diretor e o Plano de Bacia?
O Plano Diretor é um instrumento da política urbana, instituído pela 
Constituição Federal de 1988, que o define como “instrumento básico 
da política de desenvolvimento e de expansão urbana”. É um projeto de 
cidade, no que tange aos seus aspectos físico-territoriais, elaborado pelo 
Poder Executivo Municipal. 
Já o Plano de Bacia Hidrográfica é um dos instrumentos da Política 
Estadual dos Recursos Hídricos, instituída no Paraná pela Lei nº 12.726, de 
26 de novembro de 1999. O Plano de Bacia apresenta o planejamento de 
recursos hídricos. 
O Poder Público deve promover a descentralização e o compartilhamento das 
decisões com a sociedade civil, utilizando os Comitês de Bacia como “ponte”. 
Para a elaboração do Planejamento Territorial, pelo o que orienta o Ministério 
Público do Paraná, foram definidas algumas etapas:
http://www.pr.gov.br
http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=5849&indice=3&anoSpan=2000&anoSelecionado=1999&isPaginado=true
41
1. Estudos preliminares: levantamento de dados e avaliação da situação;
2. Diagnóstico: identifica as variáveis que devem ser consideradas para as 
soluções desses problemas;
3. Plano de diretrizes: metas são definidas, faz-se a seleção dos meios e as 
diretrizes para a atuação estatal são fixadas;
4. Instrumentação do plano: identifica as medidas capazes de atingir os 
objetivos escolhidos. É o plano propriamente dito.
O planejamento territorial apresenta um papel importante, no sentido de 
direcionar esforços e prioridades, sendo considerado um diferencial em 
potencial para a gestão das microbacias. Portanto, o planejamento territorial 
pode ajudar a considerar as prioridades das comunidades usuárias da Bacia 
Hidrográfica e transferi-las ao desenvolvimento sustentável do território em 
questão, a Bacia do Paraná 3. Ou seja, “o planejamento torna-se uma estratégia 
de reordenamento do território” (CASAGRANDE; SOUZA, 2013, p. 75, on-line).
• Ordenamento Territorial
A partir do planejamento territorial, os municípios contam com seus Planos 
Diretores e podem fazer parte, conjuntamente, do planejamento dos Planos 
de Bacias, que são mais amplos e não consideram fronteiras políticas.
Esse tipo de governança participativa garante um ordenamento territorial, 
que diz respeito a uma visão macro do espaço.
O ordenamento territorial é definido como qualquer intenção da sociedade, 
em particular, o setor público, para influenciar e controlar o ordenamento e 
o uso econômico da terra, dos recursos hídricos e das florestas (Apostila FAO 
- Unidade 1). 
42
 
O ordenamento territorial é uma ferramenta que, por meio da legislação, 
pode regular o uso dos territórios sem ferir os direitos de todos. 
A proposta de informação e mobilização social das comunidades envolvidas, 
discutida no módulo 5, é parte integrante do processo de construção e 
consolidação de seu planejamento territorial. 
O prescrito no Plano de Bacia Hidrográfica, por exemplo, deve atender 
diretamente às políticas locais e regionais e, quando não, deve mobilizar a 
viabilização de novas Políticas Públicas5.
Os sistemas de gestão dependem de instrumentos jurídicos e sociais 
(mobilização), que possam ser desenvolvidos e aplicados de forma a atender 
às expectativas e aos desejos da comunidade.
Vale destacar que os royalties que a Usina fornece aos municípios lindeiros 
é uma das principais estratégias para viabilizar tal planejamento e 
ordenamento, tanto dos municípios quanto da própria bacia do rio Paraná, 
na área de abrangência. Você pode relembrar mais sobre este tema no 
Módulo 2.
A Gestão Participativa
No contexto do ordenamento territorial, é fundamental que os atores locais 
se articulem para conquistar tais expectativas. 
5 Políticas Públicas são ações e programas desenvolvidos pelo Estado, para garantir e colocar em 
prática direitos que são previstos na Constituição Federal de 1988 e em outras leis. São medidas e 
programas criados pelos governos, dedicados a garantirem o bem-estar da população.
43
Segundo a Lei das Águas, a Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas 
sugere a metodologia de projetos, estimulando a reflexão conjunta 
de diferentes atores sobre os problemas ambientais da bacia 
hidrográfica. Nesse contexto os Comitês de Bacia têm papel 
fundamental para desenvolver essa integração com as diversas e 
diferentes possibilidades educativas presentes em um território, além 
de serem excelentes espaços de avaliação de projetos de Educação 
Ambiental a serem desenvolvidos na bacia hidrográfica (DAHLEM, 
2011, p. 93).
Para concretizar os princípios de responsabilidade compartilhada para a 
gestão dos recursos hídricos, de forma integrada, na área de influência da 
usina, foram criados Comitês Gestores Municipais, que não substituem o 
Comitê de Bacias, mas, sim, contribuem para uma Governança participativa, 
a fim de compreender as expectativas e desejos das comunidades locais, em 
cada microbacia. 
Os comitês gestores municipais tinham algumas funções, tais como: planejar 
e coordenar a gestão e execução do programa no município, por meio de 
convênios firmados entre a Itaipu Binacional e as prefeituras, articulando com 
os atores locais a formalização da cooperação técnica e financeira. Também, 
de apoiar e colaborar na busca de resoluções para as demandas que surgem 
de outros grupos representantes da sociedade civil organizada, existentes no 
município e que são de interesse público para a comunidade local. 
44
Reunião do Comitê Gestor Municipal.
Fonte: Arquivo Itaipu Binacional.
Os Comitês Gestores Municipais são grupos formados por representantes de 
diversos programas e projetos socioambientais da Itaipu, órgãos municipais, 
estaduais e federais, cooperativas, empresas, sindicatos, entidades sociais, 
universidades, escolas e agricultores, contemplando a maior participação 
possível da sociedade civil, que permite criar um ambiente multidisciplinar, 
com base nas competências individuais, com o propósito de contribuir para 
as questões técnicas e estratégicas propostas pelo programa. A criação do 
Comitê Gestor Municipal deve ser aprovada por decreto-lei, elaborado pelo 
prefeito, de acordo com a lei municipal vigente. 
• Gestores de Bacias Hidrográficas da Itaipu Binacional
Segundo Dahlem (2011), a Itaipu Binacional tem acompanhado as atividades 
do Programa Gestão por Bacias, nos últimos anos, principalmente na 
articulação das ações de Gestão Ambiental com as de Educação Ambiental. 
Para tanto, os municípios contam com o apoio dos Gestores de Bacias, 
45
 
que são funcionários da Binacional e executam diversas atividades junto 
às prefeituras, órgãos regionais e agricultores lindeiros. Conhecidos como 
“gestores de bacias”, esses profissionais vão a campo atuar diretamente na 
gestão das microbacias,com as comunidades, nas ações de conservação do 
território da BP3.
O papel do Gestor de Bacias, enquanto representante da Itaipu, é 
de mediação no encaminhamento dos processos de Ordenamento 
Territorial, Planejamento Territorial, Políticas Públicas e, principalmente, no 
desenvolvimento das ações do Plano de Bacia Hidrográfica. 
Estes são alguns exemplos de ações coletivas em que os gestores de 
bacias atuam: apoio técnico e acompanhamento de obras, restauração de 
mata ciliar, instalação de cercas de isolamento e proteção de nascentes, 
adequação de estradas, conservação de solos, instalação de abastecedouros 
comunitários, estações coletivas para tratamento de resíduos, mecanismos 
para compensação de carbono, participação nas reuniões dos Comitês 
Gestores, entre outras.
A interação do gestor de bacias com os atores sociais do território representa 
um dos principais pilares de toda a metodologia da Gestão Integrada por 
Bacias Hidrográficas. 
46
Reunião técnica com Gestor de Bacia e produtores rurais
Fonte: Arquivo Parque Tecnológico Itaipu
O gestor de bacia atua, também, como interlocutor entre a comunidade e 
os órgãos institucionais que compõem o Comitê Gestor de Bacias. Ainda, 
promove apoio para o desenvolvimento de programas da Itaipu Binacional, 
tais como: Agricultura Orgânica, Plantas Medicinais, Gestão de Resíduos 
Sólidos e Manejo de Dejetos, Cooperativismo e Associativismo, entre outros.
• Status Atual dos Comitês Gestores Municipais de Bacias e suas 
Câmaras Técnicas 
A partir de 2017, considerando o amadurecimento de tais comitês e o 
cumprimento da maioria de suas metas iniciais, continuaram na ativa apenas os 
Comitês Temáticos, visto que são processos que periodicamente replanejam 
suas ações, adequando-os aos cenários e necessidades atuais de suas 
especificidades técnicas. Os Comitês Temáticos ativos são: Desenvolvimento 
Rural Sustentável, Educação Ambiental, Plantas Medicinais e Comunidade 
de Pescadores. E, a partir de 2017, expandindo para um território de atuação 
mais abrangente, a ação tem sido desenvolvida entre os 55 municípios
A seguir, é possível comparar o histórico do processo de formação dos Comitês 
Gestores e o histórico mais recente, no qual Itaipu já não atua diretamente:
47
ATIVIDADE ATÉ 2017 A PARTIR DE 2017
Objetivo do Comitê Gestor
Possibilitar a participação da 
comunidade na gestão dos 
programas e projetos
Possibilitar a participação 
da comunidade na gestão 
dos programas e projetos
Papel da Itaipu
1) Mobilizar, sensibilizar 
a participação da 
comunidade;
2) Fomentar a criação 
das instâncias de gestão 
participativa (criação dos 
comitês) e,
3)Contribuir com 
investimentos financeiros 
e técnicos em projetos de 
segurança hídrica aprovados 
pelos Comitês quando 
alinhados ao Planejamento 
estratégico da empresa.
1) Participar dos comitês 
como integrante do 
território e,
 2)Contribuir com 
investimentos financeiros 
e técnicos em projetos 
de segurança hídrica 
aprovados pelos Comitês 
quando alinhados ao 
Planejamento estratégico 
da empresa.
Gestão
Participativa liderada pela 
Itaipu
Participativa liderada 
pela comunidade e poder 
público dos municípios
Resultados
Envolvimento gradativo da 
comunidade e poder público 
dos 29 município da BP3 e 
25 da AMOP
Liderança da comunidade 
e Poder Público dos 29 
municípios da BP3 e 25 da 
AMOP
Evolução histórica dos Comitês Gestores de Bacias Hidrográficas da BP3
48
GESTÃO INTEGRADA POR 
MICROBACIAS NO PARAGUAI: 
Da mesma maneira que a gestão integrada por bacias é feita na margem 
esquerda do rio Paraná (Brasil), também é desenvolvida na margem direita, 
no (Paraguai), conforme sub-programa do Planejamento Estratégico da 
empresa. Uma iniciativa piloto tem sido desenvolvida no Paraguai, na bacia do 
rio Carapã Ypoti, um dos afluentes do rio Paraná, que deságua no reservatório.
Vamos conhecer um pouco mais sobre essa ação de gestão integrada.
O nome Carapã Ypoti, do Guarani: “águas limpas”, expressa o objetivo 
principal do projeto. Para isso, busca recuperar a qualidade dos recursos 
hídricos de toda a sub-bacia do Rio Carapã, sejam águas superficiais ou 
subterrâneas. 
Sub-bacia Carapã Ypoti
Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu
49
Desenvolvimento Comunitário
O sub-programa Carapã Ypoti tem como um dos seus objetivos a criação e o 
fortalecimento de organismos sociais e culturais da comunidade, bem como 
realiza o fomento, o treinamento e a capacitação de caráter ambiental. 
Manejo Integrado por Microbacias:
No sentido de alcançar uma agricultura multifuncional, foram consideradas 
estratégias com diferentes prazos e projeções. Em relação às projeções, o 
projeto apresenta um inovador processo de avaliação das propriedades, 
assim como as pontuações possíveis a serem alcançadas de acordo com as 
diferentes práticas ambientais.
O perfil humano é o ponto mais importante para a formulação de estratégias, com 
três objetivos centrais e estruturais do plano de manejo de microbacias, que são: 
estradas rurais, bosques ribeirinhos e de reserva legal, e os aspectos organizacionais.
Planejamento de Microbacias
A sub-bacia do Rio Carapã abrange oito municípios paraguaios: São oito 
os municípios da sub-bacia do rio Carapã: Ype jhu, Corpus Christi, Francisco 
Caballero Álvarez, Nueva Esperanza, Curuguaty, La Paloma del Espíritu Santo 
e Katuete. Tal sub-bacia faz parte da bacia do Rio Paraná 3. Em cada um 
deles, deve ser escolhida uma microbacia piloto como objeto de estudo mais 
aprofundado em seus aspectos físico, biológico e antropológico.
Tal iniciativa conta com segmentos ambientalistas existentes nas microbacias 
para a implementação das atividades a serem realizadas, apoiando-os com 
assistência técnica, organizacional e outros incentivos possíveis.
https://youtu.be/1AVjouIm3Eo
50
PARA REFLETIR…
A gestão de recursos hídricos, em geral, deve ser descentralizada e 
participativa, no âmbito dos comitês de bacia, capazes de envolver os usuários 
da água, a sociedade civil organizada e o poder público, atuantes na bacia. 
Isso vale especialmente no caso da Gestão Integrada por Microbacias. As 
metas estabelecidas e as soluções negociadas entre os atores que atuam na 
Bacia Hidrográfica devem ser acompanhadas pelos membros do respectivo 
Comitê de Bacia.
https://journals.openedition.org/confins/10124?lang=pt
51
AGUASPARANÁ - Instituto das Águas do Paraná. Curitiba. Disponível em: 
<http://www.aguasparana.pr.gov.br>. Acesso em: 03 nov. 2019.
______. Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Produto 1.5. 
Diagnóstico da Dinâmica Social das Bacias Hidrográficas do Paraná. Revisão 
Final, 2010.
______. Plano de Bacia - Paraná 3. Curitiba. Disponível em: <http://www.
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ANA - Agência Nacional de Águas. Brasília. Disponível em: <http://www.ana.
gov.br>. Acesso em: 03 nov. 2019.
______. Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos. Brasília. 
Disponível em: <https://www.ana.gov.br/acesso-a-sistemas/sistema-nacional-
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2013. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/
quando-o-parana-virou-um-inferno-cek86t5u466b3ztyk8vor6jim/#ancora>. 
Acesso em: 03 nov. 2019.
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	INTRODUÇÃO
	A Rede Hidrográfica
	O que é Bacia Hidrográfica?
	A Bacia Hidrográfica
do Rio Paraná 
	A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 - BP3
	A Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas: contexto histórico e legislação
	Como a Itaipu Binacional Realiza a Gestão Integrada por Microbacia Hidrográfica?
	Planejamento e Ordenamento Territorial no Contexto dos Planos de Bacias
	A Gestão Participativa
	Gestão Integrada por 
Microbacias no Paraguai: 
	PARA REFLETIR…
	REFERÊNCIAS

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