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Ficha Técnica Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica Módulo 06 - Edição 01 - Novembro de 2019 Equipe Técnica do Projeto Angela Barbara Tischner Geovana Maria Gasparoto Silva Milena Cornelio Olivi Poliana Cristina Correa Vacy Álvaro Pedrosa Junior Gerente do Projeto Rolf Massao Satake Gugisch Núcleo de Inteligência Territorial - NIT Parque Tecnológico Itaipu - PTI Coordenador Técnico do Projeto Kleber Vanolli Departamento de Proteção Ambiental Superintendência de Gestão Ambiental Diretoria de Coordenação - CD Itaipu Binacional Redação e Revisão Angela Barbara Tischner Cássia Santana Ribeiro Cristiane Fracaro Penzin Geovana Maria Gasparoto Silva Leilane Dalla Benetta Kleber Vanolli Mariana Smanhotto Schuchovski Gaziri Milena Cornelio Olivi Poliana Cristina Correa Vacy Álvaro Pedrosa Junior Vanessa Bordin Vanessa Weber Leite Validação Técnica Ariel Scheffer da Silva Kleber Vanolli Silvana Vitorassi Realização Escola Internacional para Sustentabilidade Núcleo de Inteligência Territorial - NIT Parque Tecnológico Itaipu – PTI Superintendência de Gestão Ambiental Diretoria de Coordenação - CD Itaipu Binacional Projeto Educacional e Projeto Gráfico VG Educacional GESTÃO TRANSPARENTE A Itaipu é uma Entidade Binacional criada e regida, em igualdade de direitos e obrigações, pelo Tratado assinado em 26 de abril de 1973, entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai. A empresa busca atuar em consonância com os padrões internacionais, brasileiros e paraguaios em matéria de transparência, mediante deliberações consensuais que envolvem brasileiros e paraguaios. A Itaipu tem políticas, diretrizes e objetivos que prevêem a gestão transparente e o acesso à informação, destacando-se as seguintes inciativas: o Código de Ética da Itaipu e o respectivo Comitê de Ética Binacional; a aderência à Lei Sarbanes-Oxley (SOX); a implantação do Portal de Compras Eletrônicas; o Código de Conduta para os fornecedores, a adoção de um Sistema Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Planning -ERP), da empresa SAP; a Ouvidoria; o Canal de Denúncias Externo; e o menu de Acesso à Informação, contendo informações como os documentos oficiais da entidade, informações sobre os Recursos Humanos, informações institucionais, Relatórios Financeiros, Anuais e de Sustentabilidade, diretrizes do Planejamento Estratégico e perguntas frequentes. Código de Ética O Código de Ética da Itaipu visa explicitar o conjunto de valores, os princípios éticos e os padrões de conduta que devem nortear o relacionamento entre os conselheiros, diretores, empregados da Itaipu e toda sua cadeia de valor, com intuito de gerar e manter um compromisso recíproco na adoção de uma postura transparente que envolva a valorização da ética, contribuindo para a credibilidade da Itaipu perante a sociedade. O Comitê de Ética da Itaipu tem como atribuição – com base no Código de Ética e nos demais instrumentos normativos da Entidade – analisar os casos evidenciados, detectados ou submetidos à consideração do Colegiado e emitir parecer sobre eles para apreciação e providências das autoridades da Itaipu. Sumário Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica INTRODUÇÃO ................................................................................................................9 A Rede Hidrográfica ................................................................................................................................11 O que é Bacia Hidrográfica? ..............................................................................................................13 A Bacia Hidrográfica do Rio Paraná ..................................................................18 A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 - BP3 ......................................................................................21 A Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas: Contexto Histórico e Legislação .............................................................................................24 Como a Itaipu Binacional Realiza a Gestão Integrada por Microbacia Hidrográfica? .............................................................................................................. 31 Planejamento e Ordenamento Territorial no Contexto dos Planos de Bacias ....39 A Gestão Participativa ......................................................................................................................... 42 Gestão Integrada por Microbacias no Paraguai: ..........................................48 PARA REFLETIR… ...................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 51 Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica Módulo 06 Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica Módulo 06 OBJETIVOS DO MÓDULO Compreender a importância estratégica da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 para a Itaipu Binacional; Conhecer o contexto histórico e a legislação da Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas; Compreender a forma como a Itaipu Binacional realiza a Gestão Integrada por Microbacia Hidrográfica, as ferramentas utilizadas e os critérios de seleção das microbacias, assim como o estudo detalhado das ações necessárias; Entender o Plano de Controle Ambiental (PCA), bem como o planejamento e o ordenamento territorial dentro do contexto dos planos de bacias. Entender a composição das Redes Hidrográficas, das Bacias Hidrográficas e como elas estão dispostas no Paraná, especialmente na região de atuação da Itaipu Binacional; 9 INTRODUÇÃO Sabemos que a água doce é muito importante para a manutenção dos seres vivos no planeta e seus múltiplos usos. Por exemplo, na segurança alimentar, em processos industriais, transporte de cargas e pessoas, segurança energética, saneamento básico, lazer ou para subsistência. Dessa maneira, é preciso que o manejo sustentável dos recursos hídricos seja efetuado de forma planejada e coordenada, para que os diferentes grupos de interesse sejam atendidos de forma satisfatória. Os múltiplos usos da água doce Fonte: PRH P2P3 (s/d, on-line). A gestão dos recursos hídricos é de grande importância para a Itaipu Binacional, uma vez que a usina hidrelétrica precisa de água com qualidade e quantidade, para a geração de energia. A mesma água que é utilizada em todo o território de abrangência do reservatório como elemento vital para a vida humana, manutenção da biodiversidade e para o desenvolvimento territorial sustentável é a água utilizada para a geração de hidreletricidade 10 limpa e renovável. Nesse contexto, a água passa a ser um elemento estratégico para o desenvolvimento regional, visto que garante a segurança hídrica e energética para os atores sociais interessados e as futuras gerações. Recursos hídricos utilizados na geração de energia Fonte: Caio Coronel / Arquivo Itaipu Binacional. Atualmente, entende-se que a Segurança Hídrica está associada à Gestão de Riscos dos Recursos Hídricos. Esses riscos estão divididos em quatro categorias: 1. Risco de escassez de água para atender à demanda; 2. Risco da qualidade da água pela deterioração por contaminação dos sistemas hídricos; 3. Risco de excessos das inundações; 4. Riscos da sustentabilidade de sistemas hídricos e ambientais. 11 Segurança Hídrica é “assegurar o acesso sustentável à água de qualidade, em quantidade adequada à manutenção dos meios de vida, do bem-estar humano e do desenvolvimento socioeconômico; garantir proteção contra a poluição hídrica e desastres relacionados à água; preservar os ecossistemas em um clima de paz e estabilidade política” (ONU apud SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS, on-line). Para garantir esses usos múltiplos dos recursos hídricos, a Itaipu Binacional desenvolve uma série de iniciativas para a promoção da segurança hídrica, a fim de comprovarque haja água em quantidade e qualidade suficientes para essas atividades, em longo prazo e de forma sustentável. Dito isso, neste módulo, vamos estudar como a Itaipu e seus parceiros locais realizam a Gestão Integrada por Bacia Hidrográfica. A Rede Hidrográfica As Redes Hidrográficas, ou Redes de Drenagem, compõem um conjunto de cursos d’água (rios) que estão dispostos, conforme sua grandeza, em hierarquias encontradas nas Bacias Hidrográficas. Isto é, a rede é constituída por um rio principal, localizado na parte mais baixa do relevo, e por seus afluentes e subafluentes, caracterizados por rios de primeira ordem, segunda ordem e terceira ordem. 12 Hierarquia Fluvial Quanto maior for a ordem do rio principal, maior será a quantidade de rios existentes e maior será, também, sua extensão. Os rios podem ser de quarta, quinta, sexta ordem e assim por diante, dependendo da ramificação do sistema hídrico. No caso de Itaipu, busca-se trabalhar prioritariamente os rios de primeira ordem, avançando gradativamente para os rios de segunda ordem, e assim por diante. 13 O que é Bacia Hidrográfica? A Bacia Hidrográfica é uma área de captação natural da água de precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída. É composta por um conjunto de superfícies vertentes e por uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar em um leito único no seu exutório (TUCCI, 1997). “A bacia hidrográfica pode ser então considerada um ente sistêmico” (PORTO; PORTO, 2008, p. 45). É onde se realizam os balanços de entrada provenientes da chuva e saída de água, por meio do exutório1, permitindo que sejam delineadas bacias e sub- bacias, cuja interconexão se dá pelos sistemas hídricos. A Itaipu optou por trabalhar as sub-bacias, ou microbacias, possibilitando a participação da comunidade e a facilidade de gestão. 1 Você verá a definição de exutório na página 15. https://drive.google.com/file/d/15bTgvXZ049-qhsR2bb12yBKONtc_LGqD/view https://open.spotify.com/episode/72kfoNMlve36IxVgSsaE90?si=MgbegCXeSAu1P8IqQfOp9w&nd=1 14 Todas as áreas urbanas, industriais, agrícolas ou de preservação fazem parte de alguma Bacia Hidrográfica. Pode-se dizer que, em seu exutório, estarão representados todos os processos que fazem parte do seu sistema. O que ocorre ali é consequência das formas de ocupação do território e da utilização das águas que convergem para esse lugar. Fonte: Arquivo Itaipu Binacional. No caso da Itaipu, o exutório final é justamente o reservatório da usina e, portanto, a vida útil da hidrelétrica depende da forma de ocupação do território e da utilização das águas em seu entorno. Na figura a seguir, temos a representação de uma Bacia Hidrográfica hipotética, formada por um rio principal (leito principal), seus afluentes e os principais elementos que a compõem. 15 Fonte: Adaptado de Elementos... (2018, on-line). Podemos dizer que as áreas mais elevadas são os divisores de água e os pontos menos elevados abrigam o leito dos rios. • Microbacias É possível fragmentar uma sub-bacia em unidades menores, chamadas de Microbacias, onde os rios principais serão, no máximo, de 3ª ordem. Enquanto isso, em grandes Bacias Hidrográficas, como a do rio Tietê (Bacia Hidrográfica do Tietê - Estado de SP), por exemplo, pode-se chegar até a 10ª ordem. Na escala de microbacias, podemos verificar detalhes, como relevo, solo, ocupação humana e, dessa forma, trabalhar localmente na gestão desses recursos locais, favorecendo a sustentabilidade global. http://sustentahabilidade.com/recursos-hidricos-bacias-e-regioes-hidrograficas/ 16 Para a gestão dos recursos hídricos dentro de uma propriedade rural, por exemplo, os marcos legais e a própria Itaipu Binacional consideram a gestão por microbacia. Nas propriedades rurais que formam a microbacia, é possível realizar um planejamento específico dos passivos ambientais existentes e seu respectivo manejo, a fim de cumprir a legislação, compatibilizando as necessidades da propriedade e a garantia de existência futura dessas áreas. Entender sobre a configuração física das características locais e de suas interfaces facilita a gestão dos recursos hídricos em nosso país, no sentido de escalonar também as responsabilidades, os poderes de atuação e, principalmente, a sua execução. • A Divisão Hidrográfica no Território Brasileiro A Resolução 32, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 15 de outubro de 2003, define a divisão hidrográfica nacional em regiões hidrográficas, conforme ilustra a figura a seguir. Regiões hidrográficas brasileiras Fonte: André Koehne / Wikimedia Commons. 17 O Brasil dispõe de 12 regiões hidrográficas. Os estados brasileiros, no âmbito de seus territórios, fizeram divisões hidrográficas para fins de gestão, utilizando diferentes critérios. O Estado de São Paulo está dividido em 22 unidades de gestão hidrográficas; o Estado do Paraná2, em 12; o Estado de Minas Gerais, em 36, e assim por diante. Bacias Hidrográficas do Paraná Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial - NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu. Esses territórios são sistemas complexos, vivos e interdependentes. As Bacias Hidrográficas estão delimitadas, independentemente das divisões políticas nas quais estão inseridas. Tais bacias possuem uma ramificação de rios, que variam em quantidade e extensão, devido a uma série de fatores, tais como: relevo, condições climáticas da região, quantidade de habitantes e uso do solo no local por onde passam, independente do país ou cidade que compõem. 2 O Estado do Paraná possui 12 unidades hidrográficas, e cada uma delas ainda possui outras subdivisões, tudo isso para facilitar a gestão dessas áreas com maior facilidade e eficiência. 18 A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARANÁ A Bacia do rio Paraná foi o recurso base para o projeto de construção da usina, na década de 70. O rio Paraná é o segundo maior rio Sul-Americano. Nasce na confluência de dois importantes rios brasileiros: o rio Grande e rio Paranaíba, entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em relação ao reservatório de Itaipu, nosso foco de estudo, a Bacia do rio Paraná sofre influência de importantes bacias brasileiras, como a do rio Piquiri, rio Ivaí, rio Paraná I, Rio Paraná 2 e Rio Paraná 3, no Estado do Paraná. Em Mato Grosso do Sul, pelas bacias dos rios Iguatemi, Ivenhema e Amambai. Conforme você pode observar no mapa a seguir, da rede incremental da Bacia do rio Paraná. Rede incremental - Bacia do Rio Paraná Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu. https://drive.google.com/file/d/1NgYMTHr50sI_KqDgHaxC8Bivod0nOEec/view 19 Entre os rios que formam a bacia de influência do reservatório de Itaipu, no rio Paraná, lado paraguaio, podemos destacar: Carapá, Itambey, Piratiy, Limoy, Itabo, Pozuelo, e arroios, como: Piraí, Gasory, Abanico, Dos Hermanas, Pira Pyta, Indio, Tembey e Tatiyupi. Sub-bacias de influência do reservatório BR e PY Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu. A Bacia Hidrográfica do rio Paraná foi categorizada em 3 subdivisões para facilitar a gestão, conforme a Política Nacional de Recursos Hídricos. Tais categorias são conhecidas como Bacia do Paraná 1 (BP1), Bacia do Paraná 2 (BP2) e Bacia do Paraná 3 (BP3), as quais serão apresentadas a seguir. 20 Subdivisão da Bacia do Paraná: BP1, BP2 e BP3 Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu. 21 A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 - BP3 Rede Hidrográfica da Bacia do Paraná 3 Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu. Vamos considerar aqui todo o histórico de mobilização e gestão integrada que a Itaipu vem fortalecendo no território da BP3, desde que estabeleceu sua nova missão. Dessa forma, é preciso explorar umpouco mais essa região que dispõe de uma relação mais direta com o reservatório e com os programas socioambientais da binacional, incluindo a Gestão Integrada por Microbacias nos 29 municípios representados. Localização: a bacia do Paraná 3 está situada na mesorregião Oeste do Paraná e abrange uma área de aproximadamente 8.000 km². 22 Principais rios na BP3: os principais rios que compõem a Bacia do Paraná 3 são classificados como rios consequentes (cursos de água determinados pela inclinação da superfície da terra) e drenam para o Oeste, com sua foz diretamente no reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Bacia do Paraná 3, com a sub-bacia do Rio São Francisco verdadeiro e a microbacia do Rio Toledo Fonte: Núcleo de Inteligência Territorial NIT - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu Têm destaque entre os afluentes da BP3 os rios São Francisco, que nasce em Cascavel; o Guaçu, que nasce em Toledo; o São Francisco Falso, que nasce em Céu Azul; e o Ocoí, que nasce em Matelândia. Desse modo, podemos dizer que a BP3 também é uma Bacia. O rio São Francisco verdadeiro, um dos principais afluentes da BP3, é uma sub-bacia. O rio Toledo, afluente do rio São Francisco, uma microbacia. 23 População da BP3: em meados de 2010, a Bacia do Paraná 3 totalizava uma população de 642.684 habitantes, em uma área de 7.979,4 km² (PEREIRA; SCROCCARO, 2010, on-line). • Atividades Econômicas na BP3 A BP3 possui um papel estratégico não só para a região Oeste do Paraná, mas, também, para garantir a eficiência da matriz elétrica brasileira e paraguaia, pois é essa parte da Bacia Hidrográfica do rio Paraná que influencia diretamente no abastecimento do reservatório da usina. O setor de Turismo, em menor escala, aproveita a utilização das águas do reservatório da Itaipu para atividades de lazer e entretenimento, por meio da infraestrutura organizada para turismo rural ou turismo de aventura e lazer, em praias artificiais e balneários. O setor Agroindustrial é formado por empreendimentos que moldam o perfil socioeconômico da região. Historicamente, as práticas agrícolas na BP3 consolidaram-se seguindo características tradicionais de cultivo, ou seja, utilizando recursos hídricos de forma abundante. A agropecuária é a atividade econômica predominante na BP3 São aproximadamente 35 mil pequenas propriedades rurais produzindo principalmente soja e milho; além de propriedades pecuaristas, com um efetivo de 4,5 milhões de unidades de suínos e 106,9 milhões de unidades de galináceos, e agroindústrias que produzem insumos para alimentar esses animais, que são os principais commodities dessa região (FAO, 2017; OESTE EM DESENVOLVIMENTO, 2016, on-line). 24 A agricultura foi responsável, em seus primórdios, por alguns passivos ambientais de relevância negativa para a segurança hídrica da região e da produção de energia por Itaipu. Foi necessário criar normatizações e legislações para o manejo adequado dos diferentes recursos, o que mais tarde será expressado na Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas enquanto Política Pública. A BP3 é um território estratégico para a Itaipu, pois toda e qualquer ação que ali ocorra poderá afetar, positiva ou negativamente, a vida útil de seu reservatório. A GESTÃO INTEGRADA POR BACIAS HIDROGRÁFICAS: CONTEXTO HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO Ao longo do tempo, um território passa por diversas transformações, sejam elas causadas por questões naturais ou relacionadas às atividades humanas. Nos últimos 50 anos, houve um aumento populacional no Brasil de 60 para 200 milhões de habitantes e a taxa de urbanização passou de 45% para cerca de 85% do território (IBGE, 2019, on-line). Por isso, são necessárias iniciativas de conservação e mitigação dos impactos negativos aos recursos hídricos para que, dessa forma, sejam asseguradas as garantias de que esses recursos estejam disponíveis em quantidade e qualidade necessárias para a manutenção da biodiversidade em seus diferentes aspectos da Bacia Hidrográfica, além da questão da segurança energética. 25 Fonte: Igor Zakharevich / 123RF. Historicamente, no Brasil, um modesto movimento em prol da conservação e regramento de ambientes naturais iniciou com a criação do Decreto Federal nº 24.643, de 10 de julho de 1934, conhecido como Código das Águas, o qual considera as águas como recursos naturais renováveis. O Código Florestal de 1965, instituído pela Lei 4.771, evidenciou a importância do cuidado dos recursos hídricos pela definição de Área de Preservação Permanente (APP). Essa legislação também foi um importante passo para a adoção, mais tarde, da Bacia Hidrográfica como unidade de Gestão Integrada, visto que ela se baseia na conservação de um rio central e seu território de influência. Segundo Porto e Porto (2008), no ano de 1987, a Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) produziu as Cartas de Salvador e, dois anos mais tarde, em 1989, as Cartas de Foz do Iguaçu. Essas cartas abordam a criação de um sistema organizado de gestão, especialmente a Carta de Foz do Iguaçu, que delineia os princípios básicos a serem seguidos no estabelecimento da Política Nacional de Recursos Hídricos, como a Gestão Integrada, a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm https://www.abrh.org.br/SGCv3/index.php?P1=2&P2=115&P3=118&P1T=institucional&P2T=cartas&P3T=foz_iguacu_1989 26 bacia como unidade de gestão, o reconhecimento do valor econômico da água e gestão descentralizada e participativa. O reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável e o reconhecimento do valor econômico e da importância da gestão descentralizada e participativa celebram o entendimento de que a gestão dos recursos hídricos deve ser integrada. A gestão de recursos hídricos baseada no recorte territorial das bacias hidrográficas ganhou força em janeiro de 1992, na Irlanda, na Conferência de Dublin, com o tema ‘A água e o meio ambiente’. Nesta reunião preparatória à Rio-92, foram acordados os Princípios de Dublin. Diz o Princípio n.1 que a gestão dos recursos hídricos, para ser efetiva, deve ser integrada e considerar todos os aspectos, físicos, sociais e econômicos. Para que essa integração tenha o foco adequado, sugere-se que a gestão esteja baseada nas bacias hidrográficas (WMO, 1992 apud PORTO; PORTO, 2008, p. 43). Na sequência, veio a Rio 92. Um dos resultados dessa Conferência, conforme já mencionado no módulo 3, foi a construção da Agenda 21 Global. Segundo Dahlem (2011), entre os 40 capítulos da Agenda 21, destacam-se as seguintes preocupações com a água: ▶ Capítulo 12: manejo de ecossistemas frágeis e a luta contra a desertificação e a seca; ▶ Capítulo 17: proteção dos oceanos, de todos os tipos de mares, inclusive mares fechados e semifechados, e das zonas costeiras, proteção, uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos; 27 ▶ Capítulo 18: proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos, aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos; ▶ Capítulo 21: manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas ao esgoto. Em 1997, foi criada a Lei nº 9.433, também conhecida como Lei das Águas, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o SINGREH, com o dever de fazer a gestão dos usos da água de forma democrática e participativa. “Tal lei desvinculou a propriedade da água da propriedade do solo e, com isso, definiu as águas nacionais como recurso natural, quase exclusivo, de domínio público” (DAHLEM, 2011, p. 48). Entre as principais novidades da Lei, está o estabelecimento dos instrumentos que devem ser utilizados para viabilizar a sua implantação: ▶ Os Planos Estaduais de Recursos Hídricos; ▶ O enquadramento dos corpos de águas em classes de usos preponderantes; ▶ A outorga dedireitos de uso dos recursos hídricos; ▶ A cobrança pelo uso dos recursos hídricos; ▶ A compensação aos municípios; ▶ Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. A Lei das Águas tem dois fundamentos essenciais para o entendimento do processo histórico de gestão por bacias: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm 28 ▶ A Bacia Hidrográfica é a unidade territorial para implementação da PNRH e atuação do SINGREH; ▶ A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. A partir da Política Nacional de Recursos Hídricos, no Brasil, esses recursos têm sua gestão organizada por Bacias Hidrográficas em todo o território nacional, levando em consideração as dificuldades em lidar com o recorte geográfico. Em 1999, foi criada a Lei Estadual de Recursos Hídricos no Paraná, que elencou como princípios a adoção da Bacia Hidrográfica como unidade de planejamento, os usos múltiplos, o reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável, o reconhecimento do valor econômico da água e o da gestão descentralizada e participativa. Ainda na década de 90, o Brasil avançou quanto à legislação e domínio da água, buscando o bom uso e aproveitamento dos recursos hídricos. A partir de então, o País empenha esforços em controlar o uso industrial da água e melhorar as técnicas de tratamento, sem prejudicar o desenvolvimento econômico. É preciso ressaltar, ainda, a criação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, em 2006, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, enquanto instrumento que orienta a gestão de águas no Brasil. Tem como principal objetivo dar um tratamento gerencial, ratificando a prioridade da água para o consumo humano. Nesse sentido, a água passa a ser tratada como unidade integrativa e de uso comum e a Bacia Hidrográfica é elevada ao status de unidade territorial para implementação da Política Estadual e de planejamento, uma vez que o território é um sistema complexo, altamente adaptativo e resiliente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm https://drive.google.com/open?id=1ivcqIdCbJSbBc1gxl-Wch9DEZjj4SrDs 29 No Paraná, a Política Estadual de Recursos Hídricos foi instituída pela Lei nº 12.726, de 26 de novembro de 1999, que também criou o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Os instrumentos de gestão, como Plano Estadual de Recursos Hídricos, Plano de Bacias Hidrográficas, Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, cobrança pelo uso da água, enquadramento dos corpos d’água em classes de uso, e o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH)3, promoveram a disseminação da Gestão Integrada, em detrimento das políticas setoriais existentes (AGUASPARANÁ, 2010). A partir dos conflitos relativos à oferta hídrica, torna-se necessária a gestão para suprir demandas do ser humano e da própria natureza. Fonte: PaylessImages / 123RF. 3 Um dos instrumentos de gestão, previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433, de 08 de Janeiro de 1997, conhecida como Lei das Águas. Trata-se de um amplo sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos, bem como fatores intervenientes para sua gestão. http://www.pr.gov.br/ http://www.recursoshidricos.pr.gov.br/ http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=5849&indice=3&anoSpan=2000&anoSelecionado=1999&isPaginado=true http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=5849&indice=3&anoSpan=2000&anoSelecionado=1999&isPaginado=true http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=159 http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=159 30 Uma vez que os recursos hídricos exigem a Gestão Integrada entre administração pública, órgãos de saneamento, instituições ligadas a atividades agropecuárias, gestão ambiental, usuários, entre outros, cada um desses setores participa com seu papel e assume suas responsabilidades perante a Bacia Hidrográfica. Essa movimentação culminou com a criação da Agência Nacional de Águas (ANA), em 2000. Esta apresenta, entre suas atribuições: a cobrança pelo uso da água, constitucionalmente considerada como um bem público. Saiba mais sobre a Agência Nacional de Águas. Assista ao vídeo “Comitê de Bacia Hidrográfica” e saiba mais sobre a ANA. Em 2011, o órgão federal se tornou um importante parceiro da Itaipu Binacional e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), com o projeto “Água: gestão para o conhecimento”, no desenvolvimento de cursos voltados para comunicação, difusão, mobilização social, capacitação e educação para a gestão de recursos hídricos no Brasil e demais países da América Latina. Tal iniciativa é resultado https://www.ana.gov.br/ https://www.ana.gov.br/ https://www.ana.gov.br/ https://www.ana.gov.br/ https://www.ana.gov.br/ https://youtu.be/eyD_YaxEle0 https://youtu.be/eyD_YaxEle0 https://youtu.be/eyD_YaxEle0 https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/projeto-agua-conhecimento-para-gestapso-divulga.2019-03-15.8259079623 https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/projeto-agua-conhecimento-para-gestapso-divulga.2019-03-15.8259079623 https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/projeto-agua-conhecimento-para-gestapso-capacita.2019-03-15.2829385638 31 da Lei das Águas, que trata a capacitação e educação, em especial ambiental, para a Gestão Integrada de Recursos Hídricos. Desenvolver ações de capacitação, voltadas a agentes multiplicadores que possam, pela via de programas descentralizados e capilares de educação ambiental focados em recursos hídricos, difundir conceitos e práticas, além de apoiar transversalmente a própria implementação dos demais programas do PNRH (PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, 2006, on-line). COMO A ITAIPU BINACIONAL REALIZA A GESTÃO INTEGRADA POR MICROBACIA HIDROGRÁFICA? A Itaipu Binacional entende que a Gestão Integrada por Microbacia é responsabilidade de todo o território e, portanto, a gestão deve ser feita de maneira compartilhada. A empresa desenvolveu o Programa Gestão por Bacias Hidrográficas, que integra os municípios da área de abrangência do reservatório (55 municípios), fundamental para garantir a segurança hídrica e energética nos últimos anos. O programa contribui para ampliar os usos múltiplos da água e diminuir a quantidade de sedimentos depositados no reservatório da Itaipu, ampliando sua vida útil. A efetividade das boas práticas sustentáveis, de conservação, do saneamento rural e o fomento aos sistemas de conservação do solo (que você conhecerá, com detalhes, no módulo 7) são percebidos no monitoramento da qualidade das águas do reservatório e seus afluentes. Utilizar a microbacia como unidade de gestão propicia o entendimento integrado dos recursos hídricos e suas relações com o meio e sua utilização naquele território, devido à facilidade de exploração deles. Foi por meio dessa compreensão que a Itaipu elaborou a sua Política de Sustentabilidade. 32 Signatária dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a Itaipu desenvolve programas de Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas, com o intuito de promover as boas práticas com os recursos hídricos, visando o desenvolvimento socioeconômico e garantindo a sustentabilidade do território. Essas práticas foram concentradas em ações focadas na melhoria da condição de vida das pessoas e na sustentabilidade territorial, a partir da água como elemento de conexão e interconexão. A estruturação da Gestão Integrada, realizada pela Itaipu Binacional, é alinhada com documentos reconhecidos globalmente como referência nas áreas de sustentabilidade e de responsabilidade socioambiental. Alinhando a experiência técnica da Itaipu Binacional à tendência mundial em garantir a sustentabilidade do planeta, foram realizados estudos que levarama um modelo participativo de gestão, baseado em arranjos sistêmicos e matriciais que incentivam a participação ativa de múltiplos atores locais e regionais. Cada participante é, ao mesmo tempo, gestor, membro da equipe e beneficiário direto da iniciativa, que culminou em um Programa constituído por diversas ações. Visando alcançar seus objetivos, a Itaipu Binacional tem utilizado ferramentas bases, que são modelos de gestão amplamente difundidas e usuais: ▶ Gestão Ambiental; ▶ Gestão Territorial da Informação; ▶ Gerenciamento de Projetos e Programas (já detalhado no módulo 4); ▶ Gestão Participativa e mobilização (já detalhado no módulo 5). 33 Uma das características marcantes do modelo de gestão desenvolvido foi a centralização da gestão por microbacias, facilitando, assim: ▶ O desenvolvimento de ações pontuais, de acordo com as demandas da localidade; ▶ Maior facilidade de implementação e desenvolvimento de projetos e ações; ▶ Negociação direta com os atores locais envolvidos em todo o processo; ▶ Senso de pertencimento à comunidade local e valorização dos próprios recursos. • Seleção de Microbacias Agora, vamos entender como a Itaipu, no início dos trabalhos de Gestão Integrada por Microbacias, definiu os critérios de seleção das microbacias a serem trabalhadas para promover a conservação nas Bacias Hidrográficas do território de influência do seu reservatório. A seleção de microbacias deve priorizar as fontes d’água que abastecem o município em questão. Critérios de seleção: 1. Microbacias Hidrográficas que contribuem para o sistema público municipal de abastecimento; 2. Microbacias Hidrográficas com concentração da população rural; 3. Microbacias Hidrográficas com maior número de passivos ambientais (altas concentrações de resíduos orgânicos (dejetos animais), perda de fertilidade por solos erodidos, necessidade de prestadores de serviços comunitários de água, más condições rodoviárias, entre outros). 34 Para fazer a gestão da microbacia, é necessário identificar os passivos ambientais e determinar quais ações poderão ser realizadas, de acordo com o contexto local. Entre elas: Depois de selecionada a microbacia, é hora de realizar visitas de campo e desenvolver um estudo detalhado das ações necessárias, baseado em três itens que se inter-relacionam e serão apresentados a seguir. 35 1. Segurança Hídrica A segurança hídrica deve ser entendida como a gestão de risco da escassez da água e das inundações para a sociedade, meio ambiente e economia, o que envolve a gestão de possíveis e diversos eventos (cenários) subdivididos em dois níveis: Projetos e Emergências. ▶ Projetos: para este nível de segurança hídrica, faz-se necessária a prática de projetos de infraestruturas de disponibilidade hídrica para consumo humano, agricultura, energia, entre outros, e para controle de possíveis inundações. ▶ Emergência: para este nível de segurança hídrica, desenvolve-se a gestão do risco superior ao nível de projeto para demanda. Esse nível é específico para situações de crise, como a crise de abastecimento vivida no Brasil, nos anos de 2014 a 2015, mais especificamente na região sudeste, devido às mudanças climáticas. 2. Diagnóstico Socioambiental de Microbacias Diagnóstico em propriedade rural na área de influência da Itaipu Fonte: Arquivo Parque Tecnológico Itaipu 36 Cada Microbacia Hidrográfica selecionada é analisada do ponto de vista socioambiental. Para a familiarização com o território a ser trabalhado, a melhor opção é realizar visitas e entrevistas presenciais com moradores que já têm um histórico e conhecimento daquela localidade. Dessa forma, antes de iniciarem as ações, é necessário: 1. Identificar se algum tipo de programa de gestão de recursos hídricos já foi implementado anteriormente no município; 2. Verificar o nível de mobilização e atividades comunitárias (festas/artistas locais/grupo de dança ou teatro etc.); 3. Verificar o nível de acesso à internet que a comunidade possui; 4. Identificar os principais meios de comunicação e acesso à informação que a comunidade utiliza (rádio, televisão, impresso, entre outros); 5. Definir um facilitador local ou externo para realizar uma efetiva campanha de educação ambiental e mobilização de uma plataforma de ação voluntária (socioambiental e cultural) na comunidade. Em relação ao desenvolvimento produtivo da microbacia, é importante identificar: 1. Que tipo de agricultura predomina na comunidade: familiar, médios ou grandes produtores (convencional ou alternativa?); 2. Presença de associações e/ou cooperativas de pequenos produtores no município/região; 3. Produção de alimentos orgânicos no município; 37 4. Existência de propriedades diversificadas que podem se tornar referência; 5. O histórico de iniciativas de desenvolvimento rural integrado, implementadas no município; 6. Se existem setores vulneráveis que exigem assistência e possuem projetos, no que tange à economia solidária (recicladores, assentamentos etc.), nas redondezas da microbacia. O Diagnóstico Socioambiental elenca a situação atual da bacia, considerando todos os aspectos existentes nela. É de grande importância, pois será a base para a tomada de decisões quanto à necessidade de programas e projetos a serem desenvolvidos na microbacia. 3. Plano de Controle Ambiental - PCA O Plano de Controle Ambiental (PCA) possibilita que sejam levantados/ estudados todos os impactos ambientais, já existentes na área estudada, bem como prevê os potenciais, identificados nos meios físico, biótico e socioeconômico de um empreendimento ou área, podendo ser direcionado a propriedades rurais ou áreas de proteção da biodiversidade. O PCA é exigido pelos órgãos ambientais, como IBAMA e IAP, por exemplo, para subsidiar licenciamentos ambientais, e segue os preceitos da sustentabilidade, em que o agricultor irá direcionar seus esforços de forma conduzida e planejada. 38 Na BP3, paralelo ao diagnóstico socioambiental, são preparados Planos de Controle Ambiental, contendo as informações necessárias para que os agricultores envolvidos obtenham o licenciamento ambiental de suas propriedades. O que é LICENCIAMENTO AMBIENTAL? O licenciamento ambiental é um importante instrumento de gestão da Política Nacional de Meio Ambiente. Por meio dele, a administração pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais. No estado do Paraná, as atividades agropecuárias necessitam de licenciamento ambiental quando se tratam de atividades comerciais, com grande número de animais. Você pode obter mais informações sobre licenciamento ambiental no Paraná, acessando o site do Instituto Ambiental do Paraná. http://www.iap.pr.gov.br/ 39 Planejamento e Ordenamento Territorial no Contexto dos Planos de Bacias Entre a complexa combinação de fatores críticos, referentes aos recursos hídricos e soluções de saneamento ambiental, encontra-se a preservação de mananciais, que passa a exigir esforços analíticos e metodológicos para seu enfrentamento. Entende-se que, para problemas dessa magnitude, os esforços metodológicos voltados à construção participativa do Plano de Bacia4 e real interface com o âmbito social, devem prever a superação do “o que fazer“ para conferir ênfase ao coletivo de “como fazer” (AGUASPARANÁ, 2010). • Planejamento Territorial Planejamento é um processo contínuo que pressupõe a realização de várias atividades preparatórias à deliberação de um projeto, como o levantamento de dados, diagnóstico da realidade, elaboração de alternativas e propostas, e avaliação de custos e benefícios. Planejamento territorial é o instrumento de elaboração da política pública, que trata das questões relacionadas ao uso e ocupação do solo, a localização dos equipamentos públicos e comunitários, a mobilidade urbana, o saneamento,a habitação, a conservação e proteção do meio ambiente, da paisagem e do patrimônio histórico-cultural. 4 Plano de Bacia: é um documento privilegiado para a gestão da água, que se constitui no instrumento central de planejamento territorial dos recursos hídricos. Pode contribuir com os municípios em relação às diretrizes gerais de gestão da água e do uso e ocupação do solo, colaborando para o ordenamento territorial. 40 De acordo com o Ministério Público do Paraná, no planejamento territorial, a deliberação política ocorre por meio da elaboração de um Plano Diretor, após análise prévia das ações prescritas no planejamento. O Plano de Bacia pode complementar o Plano Diretor. No caso da atuação da Itaipu Binacional no seu território de influência, o Plano de Bacia Hidrográfica segue a execução dos programas, de acordo com o Plano Diretor de cada município, e, simultaneamente, o acompanhamento, controle, fiscalização e possíveis ajustes. Ao longo do tempo, as ações executadas e o plano em si sujeitam-se à avaliação, revisão e atualização. Você sabe a diferença entre o Plano Diretor e o Plano de Bacia? O Plano Diretor é um instrumento da política urbana, instituído pela Constituição Federal de 1988, que o define como “instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana”. É um projeto de cidade, no que tange aos seus aspectos físico-territoriais, elaborado pelo Poder Executivo Municipal. Já o Plano de Bacia Hidrográfica é um dos instrumentos da Política Estadual dos Recursos Hídricos, instituída no Paraná pela Lei nº 12.726, de 26 de novembro de 1999. O Plano de Bacia apresenta o planejamento de recursos hídricos. O Poder Público deve promover a descentralização e o compartilhamento das decisões com a sociedade civil, utilizando os Comitês de Bacia como “ponte”. Para a elaboração do Planejamento Territorial, pelo o que orienta o Ministério Público do Paraná, foram definidas algumas etapas: http://www.pr.gov.br http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=5849&indice=3&anoSpan=2000&anoSelecionado=1999&isPaginado=true 41 1. Estudos preliminares: levantamento de dados e avaliação da situação; 2. Diagnóstico: identifica as variáveis que devem ser consideradas para as soluções desses problemas; 3. Plano de diretrizes: metas são definidas, faz-se a seleção dos meios e as diretrizes para a atuação estatal são fixadas; 4. Instrumentação do plano: identifica as medidas capazes de atingir os objetivos escolhidos. É o plano propriamente dito. O planejamento territorial apresenta um papel importante, no sentido de direcionar esforços e prioridades, sendo considerado um diferencial em potencial para a gestão das microbacias. Portanto, o planejamento territorial pode ajudar a considerar as prioridades das comunidades usuárias da Bacia Hidrográfica e transferi-las ao desenvolvimento sustentável do território em questão, a Bacia do Paraná 3. Ou seja, “o planejamento torna-se uma estratégia de reordenamento do território” (CASAGRANDE; SOUZA, 2013, p. 75, on-line). • Ordenamento Territorial A partir do planejamento territorial, os municípios contam com seus Planos Diretores e podem fazer parte, conjuntamente, do planejamento dos Planos de Bacias, que são mais amplos e não consideram fronteiras políticas. Esse tipo de governança participativa garante um ordenamento territorial, que diz respeito a uma visão macro do espaço. O ordenamento territorial é definido como qualquer intenção da sociedade, em particular, o setor público, para influenciar e controlar o ordenamento e o uso econômico da terra, dos recursos hídricos e das florestas (Apostila FAO - Unidade 1). 42 O ordenamento territorial é uma ferramenta que, por meio da legislação, pode regular o uso dos territórios sem ferir os direitos de todos. A proposta de informação e mobilização social das comunidades envolvidas, discutida no módulo 5, é parte integrante do processo de construção e consolidação de seu planejamento territorial. O prescrito no Plano de Bacia Hidrográfica, por exemplo, deve atender diretamente às políticas locais e regionais e, quando não, deve mobilizar a viabilização de novas Políticas Públicas5. Os sistemas de gestão dependem de instrumentos jurídicos e sociais (mobilização), que possam ser desenvolvidos e aplicados de forma a atender às expectativas e aos desejos da comunidade. Vale destacar que os royalties que a Usina fornece aos municípios lindeiros é uma das principais estratégias para viabilizar tal planejamento e ordenamento, tanto dos municípios quanto da própria bacia do rio Paraná, na área de abrangência. Você pode relembrar mais sobre este tema no Módulo 2. A Gestão Participativa No contexto do ordenamento territorial, é fundamental que os atores locais se articulem para conquistar tais expectativas. 5 Políticas Públicas são ações e programas desenvolvidos pelo Estado, para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal de 1988 e em outras leis. São medidas e programas criados pelos governos, dedicados a garantirem o bem-estar da população. 43 Segundo a Lei das Águas, a Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas sugere a metodologia de projetos, estimulando a reflexão conjunta de diferentes atores sobre os problemas ambientais da bacia hidrográfica. Nesse contexto os Comitês de Bacia têm papel fundamental para desenvolver essa integração com as diversas e diferentes possibilidades educativas presentes em um território, além de serem excelentes espaços de avaliação de projetos de Educação Ambiental a serem desenvolvidos na bacia hidrográfica (DAHLEM, 2011, p. 93). Para concretizar os princípios de responsabilidade compartilhada para a gestão dos recursos hídricos, de forma integrada, na área de influência da usina, foram criados Comitês Gestores Municipais, que não substituem o Comitê de Bacias, mas, sim, contribuem para uma Governança participativa, a fim de compreender as expectativas e desejos das comunidades locais, em cada microbacia. Os comitês gestores municipais tinham algumas funções, tais como: planejar e coordenar a gestão e execução do programa no município, por meio de convênios firmados entre a Itaipu Binacional e as prefeituras, articulando com os atores locais a formalização da cooperação técnica e financeira. Também, de apoiar e colaborar na busca de resoluções para as demandas que surgem de outros grupos representantes da sociedade civil organizada, existentes no município e que são de interesse público para a comunidade local. 44 Reunião do Comitê Gestor Municipal. Fonte: Arquivo Itaipu Binacional. Os Comitês Gestores Municipais são grupos formados por representantes de diversos programas e projetos socioambientais da Itaipu, órgãos municipais, estaduais e federais, cooperativas, empresas, sindicatos, entidades sociais, universidades, escolas e agricultores, contemplando a maior participação possível da sociedade civil, que permite criar um ambiente multidisciplinar, com base nas competências individuais, com o propósito de contribuir para as questões técnicas e estratégicas propostas pelo programa. A criação do Comitê Gestor Municipal deve ser aprovada por decreto-lei, elaborado pelo prefeito, de acordo com a lei municipal vigente. • Gestores de Bacias Hidrográficas da Itaipu Binacional Segundo Dahlem (2011), a Itaipu Binacional tem acompanhado as atividades do Programa Gestão por Bacias, nos últimos anos, principalmente na articulação das ações de Gestão Ambiental com as de Educação Ambiental. Para tanto, os municípios contam com o apoio dos Gestores de Bacias, 45 que são funcionários da Binacional e executam diversas atividades junto às prefeituras, órgãos regionais e agricultores lindeiros. Conhecidos como “gestores de bacias”, esses profissionais vão a campo atuar diretamente na gestão das microbacias,com as comunidades, nas ações de conservação do território da BP3. O papel do Gestor de Bacias, enquanto representante da Itaipu, é de mediação no encaminhamento dos processos de Ordenamento Territorial, Planejamento Territorial, Políticas Públicas e, principalmente, no desenvolvimento das ações do Plano de Bacia Hidrográfica. Estes são alguns exemplos de ações coletivas em que os gestores de bacias atuam: apoio técnico e acompanhamento de obras, restauração de mata ciliar, instalação de cercas de isolamento e proteção de nascentes, adequação de estradas, conservação de solos, instalação de abastecedouros comunitários, estações coletivas para tratamento de resíduos, mecanismos para compensação de carbono, participação nas reuniões dos Comitês Gestores, entre outras. A interação do gestor de bacias com os atores sociais do território representa um dos principais pilares de toda a metodologia da Gestão Integrada por Bacias Hidrográficas. 46 Reunião técnica com Gestor de Bacia e produtores rurais Fonte: Arquivo Parque Tecnológico Itaipu O gestor de bacia atua, também, como interlocutor entre a comunidade e os órgãos institucionais que compõem o Comitê Gestor de Bacias. Ainda, promove apoio para o desenvolvimento de programas da Itaipu Binacional, tais como: Agricultura Orgânica, Plantas Medicinais, Gestão de Resíduos Sólidos e Manejo de Dejetos, Cooperativismo e Associativismo, entre outros. • Status Atual dos Comitês Gestores Municipais de Bacias e suas Câmaras Técnicas A partir de 2017, considerando o amadurecimento de tais comitês e o cumprimento da maioria de suas metas iniciais, continuaram na ativa apenas os Comitês Temáticos, visto que são processos que periodicamente replanejam suas ações, adequando-os aos cenários e necessidades atuais de suas especificidades técnicas. Os Comitês Temáticos ativos são: Desenvolvimento Rural Sustentável, Educação Ambiental, Plantas Medicinais e Comunidade de Pescadores. E, a partir de 2017, expandindo para um território de atuação mais abrangente, a ação tem sido desenvolvida entre os 55 municípios A seguir, é possível comparar o histórico do processo de formação dos Comitês Gestores e o histórico mais recente, no qual Itaipu já não atua diretamente: 47 ATIVIDADE ATÉ 2017 A PARTIR DE 2017 Objetivo do Comitê Gestor Possibilitar a participação da comunidade na gestão dos programas e projetos Possibilitar a participação da comunidade na gestão dos programas e projetos Papel da Itaipu 1) Mobilizar, sensibilizar a participação da comunidade; 2) Fomentar a criação das instâncias de gestão participativa (criação dos comitês) e, 3)Contribuir com investimentos financeiros e técnicos em projetos de segurança hídrica aprovados pelos Comitês quando alinhados ao Planejamento estratégico da empresa. 1) Participar dos comitês como integrante do território e, 2)Contribuir com investimentos financeiros e técnicos em projetos de segurança hídrica aprovados pelos Comitês quando alinhados ao Planejamento estratégico da empresa. Gestão Participativa liderada pela Itaipu Participativa liderada pela comunidade e poder público dos municípios Resultados Envolvimento gradativo da comunidade e poder público dos 29 município da BP3 e 25 da AMOP Liderança da comunidade e Poder Público dos 29 municípios da BP3 e 25 da AMOP Evolução histórica dos Comitês Gestores de Bacias Hidrográficas da BP3 48 GESTÃO INTEGRADA POR MICROBACIAS NO PARAGUAI: Da mesma maneira que a gestão integrada por bacias é feita na margem esquerda do rio Paraná (Brasil), também é desenvolvida na margem direita, no (Paraguai), conforme sub-programa do Planejamento Estratégico da empresa. Uma iniciativa piloto tem sido desenvolvida no Paraguai, na bacia do rio Carapã Ypoti, um dos afluentes do rio Paraná, que deságua no reservatório. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa ação de gestão integrada. O nome Carapã Ypoti, do Guarani: “águas limpas”, expressa o objetivo principal do projeto. Para isso, busca recuperar a qualidade dos recursos hídricos de toda a sub-bacia do Rio Carapã, sejam águas superficiais ou subterrâneas. Sub-bacia Carapã Ypoti Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática - Arquivo Parque Tecnológico Itaipu 49 Desenvolvimento Comunitário O sub-programa Carapã Ypoti tem como um dos seus objetivos a criação e o fortalecimento de organismos sociais e culturais da comunidade, bem como realiza o fomento, o treinamento e a capacitação de caráter ambiental. Manejo Integrado por Microbacias: No sentido de alcançar uma agricultura multifuncional, foram consideradas estratégias com diferentes prazos e projeções. Em relação às projeções, o projeto apresenta um inovador processo de avaliação das propriedades, assim como as pontuações possíveis a serem alcançadas de acordo com as diferentes práticas ambientais. O perfil humano é o ponto mais importante para a formulação de estratégias, com três objetivos centrais e estruturais do plano de manejo de microbacias, que são: estradas rurais, bosques ribeirinhos e de reserva legal, e os aspectos organizacionais. Planejamento de Microbacias A sub-bacia do Rio Carapã abrange oito municípios paraguaios: São oito os municípios da sub-bacia do rio Carapã: Ype jhu, Corpus Christi, Francisco Caballero Álvarez, Nueva Esperanza, Curuguaty, La Paloma del Espíritu Santo e Katuete. Tal sub-bacia faz parte da bacia do Rio Paraná 3. Em cada um deles, deve ser escolhida uma microbacia piloto como objeto de estudo mais aprofundado em seus aspectos físico, biológico e antropológico. Tal iniciativa conta com segmentos ambientalistas existentes nas microbacias para a implementação das atividades a serem realizadas, apoiando-os com assistência técnica, organizacional e outros incentivos possíveis. https://youtu.be/1AVjouIm3Eo 50 PARA REFLETIR… A gestão de recursos hídricos, em geral, deve ser descentralizada e participativa, no âmbito dos comitês de bacia, capazes de envolver os usuários da água, a sociedade civil organizada e o poder público, atuantes na bacia. Isso vale especialmente no caso da Gestão Integrada por Microbacias. As metas estabelecidas e as soluções negociadas entre os atores que atuam na Bacia Hidrográfica devem ser acompanhadas pelos membros do respectivo Comitê de Bacia. https://journals.openedition.org/confins/10124?lang=pt 51 AGUASPARANÁ - Instituto das Águas do Paraná. Curitiba. Disponível em: <http://www.aguasparana.pr.gov.br>. Acesso em: 03 nov. 2019. ______. Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Produto 1.5. 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