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CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA

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Complementação Pedagógica 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
DISCIPLINA 
 
CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO 
FÍSICA NA ESCOLA 
 NAS SÉRIES INICIAIS 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 - CONTEÚDOS DA EDUCACÁO FÍSICA NA ESCOLA 
NAS SÉRIES INICIAIS..................................................................................03 
2 - A DIMENSÃO LÚDICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ...........................05 
3 - O JOGO NA ESCOLA .......................................................................................07 
34 - A DANÇA NA 
ESCOLA......................................................................................10 
5 - O ESPORTE NA ESCOLA .................................................................................. 12 
6 - A LUTA NA ESCOLA .......................................................................................... 14 
7 - A GINÁSTICA NA ESCOLA ................................................................................ 17 
8 - A RECREAÇÃO NA ESCOLA ............................................................................ 21 
9 - O CONHECIMENTO DO CORPO ....................................................................... 23 
10 - AS RELAÇÕES ENTRE AS CRIANÇAS, OS ADULTOS E O BRINCAR ........ 25 
11 - DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................ 28 
REFERÊNCIAS UTILIZADAS E CONSULTADAS .................................................. 36 
 
 
 
 
3 
1. CONTEÚDOS DA EDUCACÁO FÍSICA NA ESCOLA NAS SÉRIES INICIAIS 
 
Para Etchepare, et al (2003, s/p) a escola, enquanto meio educacional, deve 
oferecer a oportunidade de uma ótima prática motora, pois ela é essencial e 
determinante no processo de desenvolvimento geral da criança. A atuação do 
professor principalmente nas séries iniciais deverá ser planejada e coerente. 
Segundo Gallahue, Ozmun (2001) a escola, muitas vezes, é o espaço onde, pela 
primeira vez, as crianças vivem situações de grupo e não são mais o centro das 
atenções, sendo que as experiências vividas nesta fase darão base para um 
desenvolvimento saudável durante o resto de sua vida. Toda a prática pedagógica 
deve ser planejada e possuir objetivos claros. A Educação Física nas séries iniciais 
se constitui uma prática de grande importância para o desenvolvimento da criança e 
nesta fase tanto o professor quanto a escola devem conhecer claramente os 
objetivos e conteúdos a serem trabalhados. 
Coletivo de Autores (1992) defende que cada escola deve ter bem claro em 
seu projeto pedagógico que tipo de aluno quer formar, e também de que este 
questione a função social de cada disciplina no currículo. Os conteúdos devem 
buscar uma contribuição para a explicação da realidade de forma que o aluno possa 
refleti-la, já que, o conhecimento que temos na escola determina uma dimensão da 
realidade e não a sua totalidade que só se constrói no momento em que se articulam 
harmonicamente diversas áreas e disciplinas buscando um objetivo mútuo. Neste 
contexto os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) foram criados para colaborar 
para que escolas e professores traçassem seus objetivos de maneira mais clara e 
coerente com a fase de desenvolvimento dos alunos e segundo eles cada escola 
deve possuir o seu próprio projeto pedagógico e este deve ser adaptado a realidade 
em que a mesma está inserida. Ainda segundo estes Parâmetros a Educação Física 
nas séries iniciais deve-se buscar o desenvolvimento dos conteúdos através de 
brincadeiras que com o tempo devem possuir regras mais complexas. 
(ETCHEPARE, ET AL, 2003, s/p) 
Ainda de acordo com Etchepare (2003, s/p) a proposta pedagógica da escola 
deve ser norteadora do processo de ensino e metodológico da escola. Para Zabala 
(1998), por trás de qualquer proposta metodológica se esconde uma concepção do 
valor que se atribui ao ensino, assim como certas ideias mais ou menos 
4 
formalizadas e explícitas em relação aos processos de ensinar e aprender. A função 
fundamental que a sociedade atribui à educação tem sido a de selecionar os 
melhores em relação à sua capacidade para seguir uma carreira universitária ou 
para obter qualquer outro título de prestígio reconhecido, subvalorizando, deste 
modo, o valor formativo dos processos que os meninos e as meninas seguem ao 
longo da escolarização. 
A discussão sobre o planejamento educacional aparece em sua verdadeira 
dimensão, como um problema fundamentalmente político. Coll (1994) destaca que 
professores, estudantes e grupos sociais convencidos do valor da educação, apesar 
de todo tipo de obstáculos, continuarão abrindo novas brechas, desenvolvendo 
práticas educacionais mais democráticas, nas quais garotos e garotas pertencentes 
a grupos sociais não hegemônicos não serão discriminados. Para Turra, et al (1985) 
um modo de determinar os objetivos ou finalidade da educação consiste em fazê-lo 
em relação às capacidades que se pretende desenvolver nos alunos, e para isto 
existem várias formas de classificar as capacidades do ser humano. Saviani (1985), 
justifica que em relação a educação os problemas sociais e educacionais são vistos 
como técnicas ineficazes da administração de recursos humanos e financeiros. A 
elite dominante fez com que se acredite que a solução para todos os males da 
educação, são reformas em métodos e conteúdos curriculares. A solução política, 
apresentada, aparece como técnica e surge então a ideia de privatização. 
(ETCHEPARE, ET AL, 2003, s/p) 
Concluindo Etchepare, et al (2003, s/p) afirma que desta forma é importante 
saber de que forma as propostas pedagógicas estão sendo seguidas, pela 
dificuldade que passam as escolas, principalmente as públicas, onde as aulas são 
ministradas muitas vezes em condições muito difíceis e até mesmo precárias, 
considerando que a maioria das nossas escolas não possui quadras cobertas nem 
salas vagas para aulas teóricas de Educação Física. Porém não se pode negar o 
direito dos alunos vivenciarem certas atividades, mesmo porque muitos não terão 
mais esta oportunidade em outros períodos escolares ou fora da escola. (...) 
 
 
5 
2. A DIMENSÃO LÚDICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
De acordo com Santos, Kocian (2006, s/p) o lúdico é eminentemente 
educativo no sentido em que constitui meios para desenvolver a curiosidade e o 
princípio de toda descoberta. Apresenta valores específicos para todas as fases da 
vida humana, assim na idade infantil e na adolescência a finalidade é 
essencialmente pedagógica. A criança opõe uma resistência ao ensino, porque 
acima de tudo ela pode deixar de ser lúdica. Referimos-nos aos conteúdos 
observados em aulas de Educação Física Infantil que por muitas vezes, na prática, 
negam todos universos da cultura corporal, do lúdico, dos jogos e brincadeiras. É um 
grande equívoco reduzir todas as possibilidades deste universo da Educação Física 
Infantil à prática de atividades esportivas e ao número reduzido de temas e 
propostas por parte dos Professores. Segundo Schwartz (2002), a criança é 
automotivada para qualquer prática, principalmente a lúdica, sendo que tendem a 
notar a importância de atividades para o seu desenvolvimento, assim sendo, 
favorece a procura pelo retorno e pela manutenção de determinadas atividades. A 
criança não se importa se está indo bem ou mal em uma atividade, o que importa 
para ela é saber se está tendo prazer ou não em determinada atividade. 
 Os conteúdos relacionados ao universo esportivo predominam na cultura da 
Educação Física, sendo a criança condicionada desde as primeiras séries do ensino 
fundamental a associarem aulas de Educação Física com jogos de futebol, vôlei e 
queimada. Sabemos que o esporte se tornou hegemônico nos conteúdos de 
Educação Física escolar. (BETTI, 1995) É válido também salientar a dimensão do 
esporte espetáculo e suas consequências e influências divulgadas através dos 
meios de comunicação de massa, principalmente no Brasil, o futebol,possa estar 
sendo usado como conteúdo principal nas aulas de Educação Física nos ciclos I e II. 
(...) 
A Educação Física tem como um de seus objetivos o estudo do corpo em 
movimento, seus limites e desafios. Entretanto sua importância se deve também ao 
desenvolvimento integral do aluno, que descobrirá seus limites e os diferentes 
modos de executar seus movimentos físicos, desenvolver sua criatividade e 
compreender conceitualmente as atividades corporais produzidas pelos seres 
humanos ao longo de sua história cultural, com liberdade de expressão de seus 
6 
sentimentos. “É difícil imaginar uma atividade humana que não seja culturalmente 
produzida pelo homem, assim como é difícil imaginar uma atividade cultural 
manifesta que não seja corpora.” (RESENDE, SOARES, 1995, p. 11, apud 
SANTOS, KOCIAN, 2006, s/p) 
Assim, segundo Santos, Kocian (2006, s/p) esta disciplina deve proporcionar 
ao aluno diferentes práticas corporais, desenvolver a sociabilização, respeitar 
características próprias e dos outros indivíduos do grupo, adotando atitudes de 
respeito, dignidade e solidariedade, conhecendo, valorizando, respeitando e 
desfrutando da cultura corporal, adotando hábitos saudáveis de higiene, educação 
alimentar, para assim solucionar problemas de ordem corporal, conhecendo a 
diversidade de padrões de saúde, beleza e estética, reconhecendo-as como uma 
necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão. (BRASIL, 1997, apud 
SANTOS, KOCIAN, 2006, s/p) 
Desta forma podemos sugerir àqueles que lecionam a disciplina de Educação 
Física escolar, a realização de uma metodologia que estimule o aluno em todas as 
esferas de seu comportamento humano (motora, cognitiva, afetiva e social) e não 
somente a motora, como se observa atualmente, e possibilitar à criança inúmeras 
possibilidades e vivências descritas nos PCNs. Estudar, conhecer e reconhecer o 
que devemos possibilitar para cada aluno e o que cada um pode potencialmente 
realizar e em quais condições pode apresentar um nível de desenvolvimento que lhe 
permita realizar múltiplas atividades, adequando de forma prática e eficaz, para que 
assim possamos contribuir dentro da Educação Física escolar, para o avanço do 
processo do desenvolvimento pleno da criança. Os PCNs constituem um referencial 
para fomentar a reflexão sobre planejamentos pedagógicos estaduais e municipais 
na coerência das políticas de melhoria da qualidade de ensino (SANTOS, 
LORENZETTO, 1999). Muito distante da divulgação dos PCNs, Rosado (1998) 
afirmava que a Educação Física tinha plena competência para trabalhar atitudes 
positivas como a ética, o desenvolvimento moral, pessoal e social, a discriminação 
social e racial, entre outras. Isso muito se assemelha aos nossos temas transversais 
citados nos PCNs (1997). Ainda citando Rosado (1998) isso tudo pode e deve ser 
tratado como oportunidades que a Educação Física pode oferecer. (...) (SANTOS, 
KOCIAN, 2006, s/p) 
7 
2. O JOGO NA ESCOLA 
 
Para Galvão (1996, p. 117) “(...) a escola, como instituição, parece não ter 
absorvido a Educação Física e o esporte em seus objetivos de formação de um 
homem livre, que se conhece, se experimenta, se vence, respeita o direito dos 
outros e se mantém consciente de seus valores e responsabilidade. ” (FERREIRA, 
1994, p. 21) 
A Educação Física Escolar tem se ocupado muito com o fazer, o executar, o 
ser capaz de e tem se esquecido dos princípios e finalidades que regem a Educação 
Física. Ela é ainda na escola uma disciplina meramente prática que reforça a 
imagem dualista do homem. A mesma se ocupa do corpo do aluno enquanto as 
demais disciplinas ficam com a mente. 
Nesse sentido e com essa preocupação, estudiosos da área vêm tentando 
mudar a posição alienada em que se encontra a Educação Física, buscando sua 
identidade, elaborando teorias e concepções, com a intenção de inseri-la realmente 
dentro do contexto escolar. Assim, sendo incluída efetivamente como componente 
do currículo, a Educação Física, deixa de ser apenas instrução física e passa a 
assumir um papel mais efetivo no processo de desenvolvimento e formação do 
indivíduo através de sua especialidade: o do ensino, o da construção do 
conhecimento, através do movimento humano (SOUZA NETO, 1992, apud 
GALVÃO, 1996, p. 117). 
Os profissionais acima citados preocupam-se com a concretização de uma 
fundamentação mais científica para a disciplina e incorporam referências de 
sociologia, psicologia e pedagogia, com o objetivo da formação integral do ser 
humano. Dentre as propostas surgidas citaremos: a Abordagem Sistêmica, a 
CríticoSuperadora e a Construtivista. Para a abordagem Sistêmica, de acordo com 
Betti (1992, p. 85) a Educação Física tem a “função pedagógica de integrar e 
introduzir o aluno de 1° e 2° graus (fundamental e médio) no mundo da cultura física, 
formando o cidadão que vai usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as 
formas culturais da atividade física (...).” 
Já a abordagem Crítico-Superadora da Educação Física visa a 
conscientização das pessoas diante das injustiças da divisão das classes sociais. Os 
8 
defensores dessa linha referem-se à elaboração de um projeto político pedagógico, 
o qual tem a intenção de refletir sobre a ação dos homens na realidade através da 
educação (COLETIVO DE AUTORES, 1992). 
A Abordagem Construtivista da Educação Física, tem Freire (1989) como seu 
maior divulgador, e esse se encontra fortemente baseado em Piaget. Para esse 
autor quando a criança chega na escola, ela já possui vários conhecimentos 
adquiridos, inclusive o corporal. Ela sabe correr, arremessar, chutar, etc. Assim 
como deve fazer com outras disciplinas, a escola - no caso a Educação Física, deve 
ensinar a criança a fazer um bom uso desse conhecimento corporal e mais do que 
isso deve ampliar e aperfeiçoar esses movimentos de forma que aprenda a fazer 
uso coletivo dessas habilidades. O aluno deve conhecer melhor o próprio corpo para 
tomar conhecimento, respeitar e conviver com o corpo do outro (REVISTA NOVA 
ESCOLA, 1990, apud GALVÃO, 1996, p. 117). 
O jogo é, segundo Galvão (1996, p. 117), o elemento mais adequado e o que 
melhor atende as necessidades de transformação da Educação Física dentro da 
escola, porém as formas tradicionais de ensino não têm dado a devida importância 
para o jogo como afirma Piaget (apud Freire, 1989, p. 115): “O jogo é um caso típico 
das condutas negligenciadas pela escola tradicional, dado o fato de parecerem 
destituídas de significado funcional. Para a pedagogia corrente, é apenas um 
descanso ou o desgaste de um excedente de energia. Mas esta visão simplista não 
explica nem a importância que as crianças atribuem aos seus jogos e muito menos a 
forma constante de que se revestem os jogos infantis, simbolismo ou ficção, por 
exemplo. ” Betti (1991, p. 165) afirma ser o jogo um dos elementos da cultura 
corporal ou cultura física e cita Csikszentmihalyi que o considera de grande 
importância para o indivíduo, pois “(...) ao jogar, o homem está relativamente livre da 
tirania das necessidades”, portanto livre de pressões ambientais, já que jogar é um 
ato relativamente espontâneo do organismo; além do que, para esse autor as 
pessoas são mais humanas, integrais, livres e criativas quando jogam. Piaget (apud 
Carneiro, 1995), faz a seguinte classificação de jogo: 
1. Jogo do exercício: inicia-se durante os primeiros meses de existência, 
a criança repete movimentos por puro prazer, sem qualquer outra finalidade. 
9 
2. Jogo Simbólico: inicia-se durante o segundo ano de vida, implica na 
representação de um objeto, de um conflito, de um desejo que não foi realizado. É o 
jogo do faz de conta. 
3. Jogo com regras: inicia-se dos 4 aos 7 anos de idade e subsiste na 
idade adulta e desenvolve-se mesmo durante toda a vida (jogo social, esportes, 
jogos de cartas, etc ). 
“As regras de acordo com Galvão (1996, p. 108) indicamque as coisas não 
estão prontas, acabadas, mas devem ser descobertas e os obstáculos vencidos, e 
isso estimula a investigação, a análise e o estabelecimento de relações” 
(CARNEIRO, 1995, p. 59). Segundo Freire (1989), a aquisição de uma nova forma 
de jogo - segundo o princípio de Piaget - não exclui a outra, no jogo de regras, 
apesar de parecer uma atividade séria, ela não escapa às fantasias e “aos voos da 
imaginação” e quanto à atividade sensório motora do jogo com regras, fica visível na 
própria atividade. Na nossa concepção e para esse trabalho, o jogo com regras fica 
evidenciado, como o de maior importância. Toda criança brinca, toda criança joga; é 
sua característica a atividade motora intensa e o faz de conta constante. Essas 
frases são comuns à maioria dos livros que se referem à criança e ao seu 
comportamento. Mas será que a escola utiliza-se desses recursos? 
- Autonomia em questão: Para Galvão (1996, p. 118) a autonomia, segundo 
Kamii (1988), significa ser governado por si próprio, ela não é a mesma coisa que a 
liberdade completa; “significa levar em consideração os fatores relevantes para 
decidir agir da melhor forma para todos”. Em nossa opinião, levar as pessoas à 
autonomia deveria ser uma das principais metas da educação e o jogo apareceria, 
então, como um dos mais apropriados meios para se conduzir a essa autonomia, 
pois através dele é possível formar sujeitos capazes de cooperar, de questionar, 
criticar e transformar. 
Portanto, o jogo em nossa visão, tem o papel na Educação Física Escolar, de 
ir além do “simples ato de ensinar e aprender”; a intenção é a construção do 
conhecimento, onde, o que importa é o descobrir, o inventar e o criar, é tanto “o que 
fazer” quanto o “como e porque fazer”. Não importando, nesse sentido, somente a 
explicação da ação, essa deve estar interiorizada, compreendida, conhecida, com 
significados, com sentido. (GALVÃO, 1996, p. 119) 
10 
4. A DANÇA NA ESCOLA 
 
- O que é dança? Para Collier (2005, s/p) a dança apesar de sua origem 
popular e rotineira é considerada Arte, sendo a mais antiga manifestação artística 
criada pelo homem. No resgate da história da dança constatamos que as 
manifestações dançadas (rituais e cultos primitivos) antecedem às formas de 
comunicação verbal, ou seja, em sua evolução, “o ser humano dançou antes de 
falar. Esta foi sua primeira manifestação social que sempre serviu para auxiliá-lo a 
afirmar-se como membro da sociedade.” (FAHLBUSCH, 1990, p. 1, apud 
BREGOLATO, 1994, p. 57) 
A dança nas escolas costuma se limitar às festividades, eventos 
comemorativos e culminâncias. Nestas ocasiões, a professora prepara uma 
coreografia para as alunas apresentarem, escolhe aquelas que têm a melhor 
performance e no dia da festa o “show” acontece. Algumas vezes a música 
escolhida já remete a uma coreografia pronta, veiculada pela mídia. Esta coreografia 
é imitada mecanicamente pelas alunas, que pretensamente dançam bem. Desta 
forma a dança realmente não se enquadra na Educação Física Escolar que pretende 
ser inclusiva e objetiva a formação do cidadão crítico e autônomo. Outro fator que 
influi de forma decisiva é o preconceito contra o homem na dança, difundido pela 
sociedade de forma generalizada. Raramente os meninos participam das 
apresentações de dança na escola. (...) (COLLIER, 2005, s/p) 
De acordo com Collier (2005, s/p) é nítida a resistência inicial em participar 
das atividades propostas que envolvam a dança, às vezes por medo, vergonha ou 
preconceito. Vencida a resistência é notória a dificuldade em usar o seu poder 
criativo, a sua autonomia, capacidade de decisão, fatores desenvolvidos nas 
atividades que se utilizam da dança. Para Dieckert (1980, apud Haselbach, 1988 p. 
5) a dança não deve ser ensinada como disciplina específica, mas como recurso que 
auxilia na formação da personalidade e desta forma ela não é só um atributo do 
campo do conhecimento específico, mas faz parte do campo emocional, 
comunicativo, criativo e cognitivo. 
O que diferencia esta proposta de trabalho de outras que também envolvem a 
dança, é a forma de abordagem. Se começarmos a resgatar a dança enquanto 
11 
movimento natural do ser humano, estaremos contribuindo para este processo. 
Dentro desta perspectiva, vale ressaltar que este resgate não é importante somente 
pelo aspecto de dinamizar ou variar as aulas de Educação Física Escolar. A 
importância maior reside em suas consideráveis contribuições para a formação do 
cidadão autônomo, responsável, crítico e com espírito democrático. 
São inúmeras as possibilidades de atividades que utilizam a dança, a 
expressão corporal e a música em seus procedimentos: 
 Brincadeiras com palmas, batidas de pés ou em diferentes partes do corpo. 
Batidas em instrumentos de percussão (pandeiros, coquinhos, atabaque, etc.) ou 
alternativos (jornal, plástico, bastões, etc.) com ou sem movimentação paralela, 
evitando sempre a imposição de ritmos, o que favorece a inibição e dificulta a 
criatividade; 
 Movimentação corporal iniciando por partes isoladas do corpo até chegar 
ao movimento do corpo como um todo; 
 Caminhada, corrida ou saltitamento, iniciando com movimentos naturais e 
rotineiros a fim de permitir que os alunos vençam os preconceitos e a inibição 
pretendendo a evolução desses movimentos; 
 Brincadeiras como piques, corridas ou jogos que com largada e chegada 
ou início e fim determinados, utilizando a música como comando (início e fim). Com 
isso o aluno acaba começando a dançar sem sentir enquanto está brincando; 
 Jogos de imitação (pantomima) e mímica simulando objetos, sentimentos 
ou situações concretas; contando histórias ou a partir de sugestão musical. Sem 
comunicação verbal, somente pela expressão corporal. Este tipo de atividade pode 
ou não ter acompanhamento musical; 
 Organização de sequências coreográficas com a participação dos alunos 
respeitando suas limitações; 
 Movimentação livre com utilização de diferentes tipos de objetos. 
Ainda de acordo com Collier (2005, s/p) as atividades devem ser propostas 
como tarefas ou desafios, possibilitando a criação individual ou do grupo na solução 
dos problemas. Dieckert (1980, p. 5) sugere: “Os estímulos são dados através da 
12 
apresentação de tarefas para o desdobramento de criatividade e expressão 
individual.” Os movimentos são improvisados, criados na hora individualmente ou 
em grupo. De acordo com Haselbach (1988, p. 7) o ato de improvisar prevê a 
execução de algo sob condições não planejadas previamente; dando uma forma 
espontânea e adaptando-se às dificuldades; é o ponto de partida para uma mudança 
individual ou composição concreta. A criatividade é o fundamento mais importante 
desta proposta de trabalho é a forma de conhecermos as ideias do aluno, deixar ele 
se expressar através dos seus movimentos, é um exercício de cidadania. A partir 
disto os grupos exercitam o respeito entre seus componentes, a capacidade de 
organização e escolha que colaboram com a formação do espírito democrático. É 
importante ressaltar também que a atividade criativa desperta no aluno também o 
sentimento de propriedade, um orgulho, um carinho por aquele movimento ou 
sequência coreográfica que ele ou o grupo criou, não importando a qualidade 
técnica da mesma. É também uma forma de mostrar que o aluno é capaz de 
produzir, o que, sem dúvida, eleva a sua autoestima. 
Paralelo a isto, para Collier (2005, s/p) é nítida a necessidade de reflexão 
para a realização destas tarefas. O raciocínio lógico é imprescindível para atrelar o 
movimento corporal a um ritmo musical ou batida rítmica, e ainda para organizar a 
movimentação dentro de um determinado espaço. A capacidade de abstração é 
explorada, pois se faz necessário imaginar “como vai ficar a coreografia?”, e a 
memória também pela necessidade de “guardar” os passos para repeti-los depois. 
As atividades que envolvem mímica (pantomima)também são ótimos recursos desta 
proposta de trabalho, pois exercitam a capacidade de comunicação e reflexão 
criativa para a resolução de problemas. (COLLIER, 2005, s/p) 
 
 
5. O ESPORTE NA ESCOLA 
 
Menezes, et al, (2007, p. 96) afirmam que com o desenvolvimento do esporte, 
ajudado pelo mundo virtual da mídia, principalmente pela televisão, criam-se 
expectativas e necessidades de consumo e gera padrões de conduta, trazendo 
pronta a sua própria interpretação da realidade, não dando margem nem tempo para 
13 
que o indivíduo o faça. Desta forma, privilegia o esporte espetáculo como resultado 
de tal ato, os alunos acabam levando para escola, mais precisamente para as aulas 
de Educação Física, este modelo de atividade. Conforme Coletivo de Autores (1992, 
p. 54) a influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, 
então, não o esporte da escola, mas sim o esporte na escola. Isso indica a 
subordinação da educação física aos códigos/sentidos da instituição esportiva, 
caracterizando-se o esporte na escola como um prolongamento da instituição 
esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Esses 
códigos podem ser resumidos em: princípios de rendimento atlético/desportivo, 
competição, comparação de rendimento e recordes, regulamentação rígida, sucesso 
no esporte como sinônimo de vitória, racionalização de meios e técnicas etc. 
Já Tubino (1993) de acordo com Menezes, et al (2007, p. 96) afirma que o 
esporte-educação, também chamado de esporte educacional, não deve ser 
compreendido como uma extensão do esporte-performance para a escola. Ao 
contrário, em vez de reproduzir o esporte de rendimento, esta manifestação deve ser 
mais um processo educativo na formação dos jovens, uma preparação para o 
exercício da cidadania. O esporte-educação tem um caráter formativo, por isso, ele 
deve ser desenvolvido na infância e na adolescência, na escola e fora dela, com a 
participação de todos, evitando a seletividade e a competição acirrada. Read (1988, 
apud Pozzobon, Asquith, 1999, p. 15), procura trabalhar separadamente a 
habilidade técnica escolhida, para introduzir posteriormente, em uma situação real 
de jogo. O referido modelo denomina-se de modelo isolado, por basear-se na 
execução repetida de habilidades técnicas específicas, sem se preocupar como 
engajá-las e manejá-las dentro das exigências do esporte, não estabelecendo 
conexões entre as demandas problemáticas e as habilidades específicas. Trata-se 
de um modelo limitado a transferir a aprendizagem técnica à situação contextual do 
jogo propriamente dito. (...) 
Ainda de acordo com Menezes, et al (2007, p. 97) “Esporte ou Desporto é 
toda atividade corporal consciente, lúdica, que envolve o confronto com algum 
adversário humano ou com o próprio indivíduo, de modo a alcançar objetivos no 
plano simbólico e concreto, tendo suas regras estabelecidas e reguladas por 
federações em nível mundial, comuns a todos os países, desde que não oprima, 
destrua ou perturbe qualquer elemento da natureza.” 
14 
O esporte como um direito de todos, pode ser entendido atualmente pela 
abrangência das suas três manifestações: o esporte-educação, o 
esporteparticipação, e o esporte-performance. Essas manifestações representam as 
dimensões sociais do esporte. (TUBINO, 1993, p.26). Segundo Abib (2000, apud 
MENEZES, ET AL, 2007, p. 97) “o desporto não possui nenhuma virtude mágica. Ele 
não é em si, nem socializante, nem antissocializante, ele é conforme o que e fizer 
dele”. Portanto para que possamos afirmar que o esporte educa é preciso uma 
interferência pedagógica crítica e consciente por parte do professor de Educação 
física. Diante desta perspectiva, esporte é um contexto interativo adequado, já que 
permite a aquisição e interiorização de normas, regras e valores, talvez com uma 
maior facilidade que em outros contextos. Santos (2000) afirma que é através do 
esporte que as pessoas podem desenvolver a experiência de grupo, potencializar os 
mecanismos individuais de autocontrole e valorizar a estruturação das relações 
interpessoais. A prática desportiva continuada e bem dirigida pode permitir a 
aquisição de habilidades físicas e cognitivas, além da consecução de hábitos e 
valores para a vida social, contribui ainda, para a superação da resistência à 
frustração e aceitação de normas e tarefas de seu grupo social, respeito e a 
solidariedade comum com os outros. 
Portanto, o esporte pode, sem dúvida nenhuma, se tornar um excelente meio 
para que dentro de um processo educativo, contribua para a formação integral e 
crítica do ser humano. Formação essa que vai muito além do processo atlético 
técnico-tático, mas uma formação que priorize valores como a cooperação, a 
participação, a solidariedade e a criatividade dos alunos que devem ser sujeitos 
desse processo e não meros objetos que apenas reproduzem movimentos dos tipos 
de atividades esportivas. (MENEZES, ET AL, 2007, p. 96) 
 
 
6. A LUTA NA ESCOLA 
 
Para Ferreira (2006, p. 39) a prática da luta nas aulas de educação física 
deve ser considerada, estando inclusa no bloco de conteúdos da disciplina, exposto 
nos PCNs: os conteúdos estão organizados em três blocos, que deverão ser 
15 
desenvolvidos ao longo de todo o ensino fundamental. A distribuição e o 
desenvolvimento dos conteúdos estão relacionados com o projeto pedagógico de 
cada escola e a especificidade de cada grupo. Assim, não se trata de uma estrutura 
estática ou inflexível, mas sim de uma forma de organizar o conjunto de 
conhecimentos abordados, segundo enfoques que podem ser dados: esportes, 
jogos lutas e ginástica; atividades rítmicas e corporais e conhecimentos sobre o 
corpo (BRASIL, 1988). 
Esta prática pode trazer inúmeros benefícios ao usuário, destacando-se o 
desenvolvimento motor, o cognitivo e o afetivo-social. No aspecto motor, 
observamos o desenvolvimento da lateralidade, o controle do tônus muscular, a 
melhora do equilíbrio e da coordenação global, o aprimoramento da ideia de tempo e 
espaço, bem como da noção de corpo. No aspecto cognitivo, as lutas favorecem a 
percepção, o raciocínio, a formulação de estratégias e a atenção. No que se refere 
ao aspecto afetivo e social, pode-se observar em alunos alguns aspectos 
importantes, como a reação a determinadas atitudes, a postura social, a 
socialização, a perseverança, o respeito e a determinação. 
Ainda para Ferreira (2006, p. 39) ao falarmos de lutas como um conteúdo da 
educação física, alguns podem pensar que se refere a uma das tendências da 
disciplina: a educação física militarista, que possui como objetivo a obtenção de uma 
juventude capaz de suportar o combate, a luta e a guerra (GHIRALDELLI JUNIOR, 
1997). Esta tendência da educação física teve seu apogeu durante o período 
nazifascista. A inclusão das lutas na disciplina de educação física não é promover 
alunos-soldados, nem prepará-los para a guerra. Pretende-se oferecê-las, na escola, 
com o objetivo de proporcionar diversidade cultural e amplitude de atividades 
corporais. 
Reportando a Alves Junior (2001): a Educação Física passa a ser uma 
disciplina que vai tratar pedagogicamente de uma área de conhecimento 
denominada de „cultura corporal‟, configurada na forma de temas ou de atividades 
corporais. Devemos ter consciência que a atividade física das lutas não é nem 
nociva nem virtuosa em si, ela transforma-se segundo o contexto. A luta na 
universidade, na escola, ou em qualquer outro local, torna-se o que dela a fazemos, 
e a competição, acrescentaríamos, não é uma imposição deste esporte. Pierre 
Parlebas (1990) lembra que as lutas em geral são atividades esportivas com uma 
16 
oposição presente, imediata, e que é o objeto da ação, existe uma situação de 
enfrentamento codificado com o corpo do oponente. Desta forma, mais do que lutar 
contra o outro, a educação física escolar deve ensinar a lutar com o outro,estimulando os alunos a aprenderem através da problematização dos conteúdos e 
da própria curiosidade dos alunos. (FERREIRA, 2006, p. 40) 
Nesse âmbito segundo Ferreira (2006, p. 40) é inquestionável o poder de 
fascinação que as lutas provocam nos alunos. Nos dias atuais, constata-se que o 
tema está em moda, seja em desenhos animados, em filmes ou em academias. Não 
é difícil encontrar crianças brincando de luta nos intervalos das aulas ou 
colecionando figurinhas dos heróis que lutam em seus desenhos animados. Os 
adolescentes compram revistas que se referem ao tema, adquirem livros de técnicas 
de luta e matriculam-se em academias para realizar a prática da luta. 
Portanto, as lutas devem fazer parte dos conteúdos a serem ministrados nas 
aulas de educação física, seja na educação infantil, ensino fundamental ou médio, 
ressaltando-se que as lutas não são somente as técnicas sistematizadas como 
Caratê e Judô. O braço de ferro, o cabo de guerra, as técnicas recreativas de 
empurrar, de puxar, de deslocar o parceiro do local, as lutas representativas como a 
luta do sapo (alunos agachados, um tentando derrubar o outro), a luta do saci 
(alunos de mãos dadas, somente com um pé no chão, tentando provocar o 
desequilíbrio do parceiro, forçando o colega a tocar com o pé que estava elevado no 
chão), são apenas alguns exemplos de como se trabalhar as lutas de forma 
estimulante e desafiadora na aula de educação física. Pode-se levar em visitas às 
escolas, especialistas, promovendo palestras, ministrando pequenos cursos ou 
fazendo demonstrações específicas. Os alunos podem visitar academias de lutas, 
assistir a filmes e documentários ou, ainda, realizar pesquisas sobre o tema. Não se 
pode esquecer que, no ensino médio, a filosofia das lutas, a prática competitiva das 
modalidades e o estudo dos clássicos de Sun Tzu e MiyamotoMusashi, poderiam 
motivar e afirmar o sentido das lutas como conteúdo. 
Além disso, conforme a revista do Conselho Federal de Educação Física 
(CONFEF, 2002): a prática da luta, em sua iniciação esportiva, apresenta valores 
que contribuem para o desenvolvimento pleno do cidadão. Identificado por médicos, 
psicólogos e outros profissionais, por sua natureza histórica apresentam um grande 
acervo cultural. Além disso, analisada pela perspectiva da expressão corporal, seus 
17 
movimentos resgatam princípios inerentes ao próprio sentido e papel da educação 
física na sociedade atual, ou seja, a promoção da saúde. Segundo os PCNs (Brasil, 
1988), os objetivos da prática das lutas na escola, são: a compreensão por parte do 
educando do ato de lutar (por que lutar, com quem lutar, contra quem ou contra o 
que lutar; a compreensão e vivência de lutas no contexto escolar (lutas X violência; 
vivência de momentos para a apreciação e reflexão sobre as lutas e a mídia; análise 
dos dados da realidade positiva das relações positivas e negativas com relação a 
prática das lutas e a violência na adolescência (luta como defesa pessoal e não para 
“arrumar briga”). Já a construção do gesto nas lutas, ainda sobre o prisma dos PCNs 
(Brasil, 1998) requer: a vivência de situações que envolvam perceber, relacionar e 
desenvolver as capacidades físicas e habilidades motoras presentes nas lutas 
praticadas na atualidade; vivência de situações em que seja necessário 
compreender e utilizar as técnicas para as resoluções de problemas em situações 
de luta (técnica e tática individual aplicadas aos fundamentos de ataque e defesa); 
vivência de atividades que envolvam as lutas, dentro do contexto escolar, de forma 
recreativa e competitiva. 
Visando estes objetivos, os conteúdos ministrados na aula de educação física 
devem procurar atender ao desenvolvimento do aluno no que se refere aos aspectos 
histórico-sociais das lutas. (FERREIRA, 2006, p. 41) 
 
 
7. A GINÁSTICA NA ESCOLA 
 
Para Ramos (2007, p. 18) é possível dizer que a ginástica é uma atividade 
corporal completa, pois contribui para nosso desenvolvimento humano nos seus 
aspectos motor, cognitivo, social e afetivo. E suas capacidades requisitadas, que 
são: flexibilidade, equilíbrio, força e agilidade, servem de base para a prática de 
outros esportes e atividades. Os benefícios que podem ser obtidos através da 
ginástica, tendo como referência os estudos de Souza (1997), são: 
18 
 Coordenação: através do aprendizado dos fundamentos básicos da 
ginástica, o indivíduo desenvolve o equilíbrio, noção corporal e coordenação dos 
movimentos; 
 Confiança: a ginástica proporciona confiança, pois são trabalhados os 
movimentos numa sequência do mais simples para o mais complexo, onde se 
respeitam as habilidades e capacidades de cada um, de forma que com o progresso 
dos movimentos gímnicos (exercícios), o indivíduo se sentirá realizado e confiante 
em suas habilidades; 
 Orientação de objetivos: como a melhora e aprendizado dos exercícios 
ocorrem através de seus esforços e estabelecimento de objetivos, metas, a ginástica 
traz esse valor ao indivíduo, que é “uma lição valiosa em qualquer idade;” 
 Disciplina: o progresso nos movimentos depende da disciplina e esforço de 
cada um, onde a satisfação pessoal pelo resultado obtido é sua recompensa; 
 Organização: todos nós devemos ser organizados em nossa rotina diária, e 
com a ginástica não é diferente. Através de sua prática, o indivíduo aprende a se 
organizar, concentrar-se em seus objetivos e assim preparar-se para enfrentar os 
desafios da vida; 
 Criatividade: a ginástica vem proporcionar ao indivíduo que ele use da sua 
criatividade e imaginação em seus gestos, consiga se expressar melhor e seja 
desafiado a tentar novos exercícios e desafios; (SOUZA, 1997, apud 
RAMOS, 2007, p. 19) 
Nesse sentido, segundo Ramos (2007, p. 20) o ambiente escolar é um 
espaço essencial para troca de conhecimento entre alunos e professores, isso 
quando bem aproveitado por ambos. Através da Ginástica Geral podemos aproveitar 
esses momentos preciosos das aulas de educação física, onde sua prática poderá 
trazer ao escolar benefícios diversos devido as suas características. Deste modo, 
corroboramos algumas características e benefícios da Ginástica Geral apontadas 
por Toledo (2001) e Bertolini (2005), onde (Bertolini, 2005, p. 33) pontua esses 
benefícios em “(...) princípios e valores que desejamos que apareçam em nossas 
atividades”. 
19 
São eles: 
1) Valorização Cultural: 
- Valorização da cultura de cada região; 
- Valorização do indivíduo aproveitando suas vivências anteriores; 
- Integra movimentos da cultura corporal, da Ginástica, das Artes e da 
Dança. 
2) Diversidade: 
- Podemos trabalhar com materiais convencionais e não convencionais; 
- Valoriza-se o aluno individualmente, respeitando suas limitações; 
- Promove a educação por ser uma atividade pedagógica. 
3) Regras simples: 
- Ausência de competição; 
- Espaço livre de expressão, onde todos podem opinar; 
- Não possui um número definido de participantes; 
- Não existe faixa etária e sexo dos praticantes pré-estabelecidos. 
4) Criatividade: 
- Não possui elementos obrigatórios; 
- Oportunidade de utilizar materiais diversos como: acquatub, papel 
crepom, cordas, patins, entre outros; 
- Proporciona a elaboração de coreografias; 
- Possibilita a execução de coreografias de pequenas e grandes áreas; 
- Proporciona prazer, alegria, beleza e estética ao mostrar algo bonito. 
5) Interação Social: 
- Promove a socialização entre o grupo e as outras pessoas; 
- Inclusão: proporciona a participação de todos (ex. cadeirantes); 
- Acessibilidade: todos podem participar, independe de idade ou fator 
econômico; 
20 
- Cooperação: eu faço ginástica com alguém e não contra alguém; 
- Proporciona bem estar físico e mental, gerando melhor qualidade de 
vida. 
Assim conforme Ramos (2007, p. 21) a ginástica, sendo ela competitiva ou 
não, em geral é vistacomo uma modalidade pouco acessível para as aulas de 
educação física escolar, tendo como base uma visão elitista, com o intuito de formar 
ginastas em nível de competição, com melhora de performance. Conforme já 
citamos anteriormente, são diversos os benefícios que a prática da ginástica 
proporciona, e assim queremos eliminar alguns paradigmas, como a concepção de 
que a ginástica é somente uma modalidade elitista, de forma a demonstrar a 
importância dos movimentos gímnicos através da ginástica geral. Oliveira e Lourdes 
(2004, p. 221) vêm reafirmar que a Ginástica Geral é uma possibilidade de encontro 
com a educação física escolar, na medida em que esta tem como perspectiva “(...) a 
integração das diversas manifestações gímnicas e os outros componentes da cultura 
corporal, sendo sua principal característica a ausência da competição”. A ginástica 
geral é um conhecimento a ser vivenciado no âmbito escolar, aonde chega a ser um 
desafio, pois ela é ainda um conteúdo pouco utilizado nas escolas, mas que vem se 
difundindo e ganhando mais espaço através de pesquisas de profissionais da área e 
elaboração de projetos. (...) Ainda que seja uma aula mais “livre” para a imaginação 
do aluno, onde ele pode criar expressões e movimentos, é fundamental que seja 
elaborado um plano de aula adequado às diferentes faixas etárias, objetivando que 
os alunos vivenciem diferentes manifestações culturais, buscando conhecer as 
experiências e interesses dos alunos, fazendo com que eles tenham autonomia no 
sentido de dialogar, opinar, para que se trate de uma ação pedagógica, com os 
devidos objetivos, visando o desenvolvimento integral do aluno. É importante que as 
aulas de educação física estejam inter-relacionadas com as outras disciplinas, 
fazendo parte do projeto pedagógico da escola. (RAMOS, 2007, p. 22) 
 
 
 
 
 
21 
8. A RECREAÇÃO NA ESCOLA 
 
Segundo Monteiro (s/d, s/p) no que diz a respeito em relação à recreação no 
âmbito escolar, Waichman (1997) afirma: “A recreação se manifesta em instituições, 
num modelo organizativo” (...) que implicam a formulação de objetivos educativos e 
uma determinada continuidade temporal, tem como critério fundamental de trabalho 
a busca do desenvolvimento da participação efetiva, consciente e comprometida, 
mediante organizações autogestoras (autocondicionamento). A recreação utiliza-se 
do “tempo liberado de” e conduz a geração do “tempo livre para”, pretendendo 
conceber aprendizagens para não apenas consumir o tempo livre, mas fazer uso 
positivo e criativo desse tempo. (WAICHMAN, 1997, p. 130-131) 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1999) traz a questão 
do dever da educação no TÍTULO II, Artigo 2 “A educação, dever da família e do 
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, 
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, sua preparação para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A relação dos ideais de 
liberdade e solidariedade para formação do cidadão é apoiada e enriquecida com 
base no conhecimento do direito de todo cidadão. O artigo 1 da LDB (1999) cita: “A 
educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na 
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações 
culturais”. Parágrafo 2: “Educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho 
e à prática social”. 
A Educação física segundo Monteiro (s/d, s/p) tem por característica 
estabelecer e ampliar relações entre jovens, crianças, adultos, pobres e ricos; 
homens, mulheres; povos distintos de todas as raças. Nem a diferença de idiomas 
pode impedir o desenvolvimento das ramificações das culturas corporais que são 
sugeridas pela educação física. A recreação apresenta atividades com objetivos de 
experimentar novas atitudes/posturas, para que o indivíduo se perceba 
sujeitohistórico.A maneira como o conteúdo é selecionado, organizado e proposto ao 
aluno poderá facilitar ou dificultar a aprendizagem, razão pela qual deve haver 
critérios para a seleção dos mesmos. 
22 
O prazer está intimamente ligado à motivação, que pode até determinar 
aumento, diminuição ou bloqueio de determinada aprendizagem. A motivação está 
relacionada à participação, e essa, pode levar a criação. E está motivação no âmbito 
escolar possui a importância em ter um processo pedagógico que não gere o 
entendimento de obrigatoriedade e sim de prazer e descontração, itens valorizados 
na recreação. O sucesso na aprendizagem se deve, a uma pré-disposição, a uma 
motivação, a um interesse que não é dado pelo conteúdo, mas pela forma de 
aprender. Deve-se saber o porquê do conteúdo proposto, mas a maneira como é 
abordado é também muito importante para o processo ensino aprendizagem. 
(MONTEIRO, s/d, s/p) 
Ainda de acordo com Monteiro (s/d, s/p) atividades trabalhadas nas aulas de 
Educação Física, realizadas de maneira integrada, tornando o aprendizado mais 
prazeroso. Proporcionando ao aluno a participação em diferentes atividades 
corporais, despertando-o para uma atitude cooperativa e solidária, sem que haja 
discriminação entre os colegas pelo seu desempenho, utilizando-se de jogos simples 
e brincadeiras, onde se busca autonomia para concretizar seu pensar, compreender 
e o expressar-se livremente nas atividades. Para as crianças, ao ingressarem na 
escola, o conhecimento é um conceito abstrato, então este deve ser construído pelo 
próprio indivíduo, através do crescimento, construção e acomodação de seus 
esquemas de raciocínio, resultantes de experiências de sua mente, quando em 
tentativa de resolver desafios. Principalmente propondo atividades lúdicas e 
recreativas proporcionando prazer na atividade e compreensão dos conteúdos. O 
processo educacional não ocorre somente no campo cognitivo, mas também no 
afetivo e psicomotor. A recreação na escola pode se tornar um conteúdo concreto 
em todos os sentidos e servir como instrumento para a vivência do corpo e 
construção da imagem corporal, e também como elemento facilitador para o 
processo interdisciplinar. Pensar a educação de forma isolada só baseada no 
cognitivo é negar o homem como um ser integral. (NISKIER, 1996, p. 98, apud 
MONTEIRO, s/d, s/p). 
 
 
23 
9. O CONHECIMENTO DO CORPO 
 
Conforme Borges, et al (2009, s/p) a Educação Física quando higienista e 
militarista preocupou-se prioritariamente com a manutenção do físico entendendo o 
corpo de forma dicotomizada. Posteriormente, as aulas de Educação Física 
pautaram-se na aptidão física. E a partir da década de 80 iniciaram-se os 
questionamentos acerca do papel da Educação Física escolar. Entendendo-a como 
participante da formação do cidadão crítico que deve apreender e valorizar os 
conhecimentos da cultura corporal compreendidos pelos jogos e brincadeiras, 
danças, ginásticas, lutas e esportes. Tais conteúdos devem ser selecionados 
atendendo aos critérios de relevância social, características dos alunos, da própria 
área, apresentados e divididos em blocos nos PCNs (BRASIL, 1998). 
São três blocos articulados entre si: 
1. Conhecimento sobre o corpo; 
2. Esportes, lutas, ginásticas e jogos; 
3. Atividades rítmicas e expressivas. Cabe ressaltar que o bloco 
conhecimento sobre o corpo perpassa por todos os conteúdos, pois é um bloco que 
fala sobre os conhecimentos e conquistas individuais que subsidiam as práticas 
corporais e dão recursos para o indivíduo gerenciar sua atividade corporal de forma 
autônoma. 
Assim, segundo Brasil (1998, p. 68, apud Borges, et al, 2009, s/p), o corpo é: 
“compreendido como um organismo integrado e não como um amontoado de 
“partes” e “aparelhos”, como um corpo vivo, que interage com o meio físico e 
cultural, que sente dor, prazer, alegria, medo, etc. Para se conhecer o corpo 
abordam-se os conhecimentos anatômicos,fisiológicos, biomecânicos e bioquímicos 
que capacitam a análise crítica dos programas de atividade física e o 
estabelecimento de critérios para julgamento, escolha e realização que regulem as 
próprias atividades corporais saudáveis, seja no trabalho ou no lazer. São tratados 
de maneira simplificada, abordando-se apenas os conhecimentos básicos.” Portanto, 
os conteúdos desse bloco são contextualizados nas atividades corporais 
24 
desenvolvidas, podendo ser aprofundados e ampliados ao final do ciclo de 
escolaridade obrigatória. 
Contextualizando Borges, et al (2009, s/p) afirmam que atividades 
relacionadas aos conhecimentos de anatomia, de fisiologia, de bioquímica e de 
biomecânica são abordadas, principalmente a partir da percepção do próprio corpo 
(por meio de sensações, análises e compreensões das alterações que ocorrem com 
o corpo durante e após a realização da atividade física). Encontram-se dentro desse 
bloco: as habilidades motoras, os conhecimentos sobre hábitos posturais e atitudes 
corporais. Esses elementos, segundo Brasil (1998), podem ser desenvolvidos 
atrelados aos projetos de História, Geografia e Pluralidade Cultural. 
Darido, Sousa Jr (2007, p. 15, apud Borges, et al, 2009, s/p) definem 
conteúdo como uma: “seleção de formas ou saberes culturais, conceitos 
explicações, raciocínios, habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos, 
atitudes, interesses, modelos de condutas, etc., cuja assimilação é considerada 
essencial para que se produzam um desenvolvimento e uma socialização 
adequados aos alunos.” Estes, por sua vez, são subdivididos em três dimensões: 
procedimentais, atitudinais e conceituais. 
 A dimensão procedimental constitui-se em “ações e ou decisões que 
compõe a elaboração ou a participação orientada para a consecução de uma meta.” 
(ULASOWICZ, PEIXOTO, 2004, p. 67), ou seja, diz respeito ao que o aluno deve 
“saber fazer” não se restringindo apenas na realização da atividade mas procedendo 
também a uma reflexão de como realizá-las. Exemplos: realizar alongamentos para 
as diferentes partes do corpo de forma correta, vivenciar e experimentar diferentes 
formas de chutar e em quais momentos são mais adequados sua utilização, etc; 
 Na dimensão atitudinal estão inseridos os conhecimentos que envolvem 
aprendizagem de atitudes e valores, mais voltados à aprendizagem social, o “saber 
ser”. De acordo com Doganis, Theodorakis (1995), citados por Ulasowicz, Peixoto 
(2004), a atitude possui três elementos, os quais são interligados: o componente 
cognitivo (conhecimentos e crenças), afetivo (sentimentos e preferências) e de 
conduta (ações manifestas e declarações de intenção). Exemplos: participar de 
atividades em grupo cooperando e interagindo com os demais, adotar o hábito de 
realizar atividades físicas afim 
25 
de ter um estilo de vida mais ativo, reconhecer e valorizar atitudes não 
preconceituosas, etc; 
 A dimensão conceitual diz respeito ao aprendizado sobre fatos, conceitos e 
princípios (o “saber sobre”). Os fatos, devido ao seu caráter concreto e decisivo, são 
aprendidos de forma memorística, variando o aprendizado dependendo da 
capacidade cognitiva, predisposição em aprender e da forma como é ensinado. 
Exemplo: a localização do coração ou de um músculo, a estrutura da articulação etc. 
Quando se estabelecem relações significativas entre os fatos, obtêm-se os conceitos 
e princípios; esta aprendizagem tornase significativa, pois “trata-se de um processo 
no qual o que aprendemos é o produto da informação nova interpretada à luz 
daquilo que sabemos” (POZO, 1998, apud ULASOWICZ, PEIXOTO, 2004, p. 67). 
Exemplo: o funcionamento do sistema cardiovascular, a relação entre atividade 
física e hidratação, conhecer o processo histórico de uma manifestação corporal e 
suas implicações ao contexto atual, etc. 
Continuando Borges, et al (2009, s/p) informam que vale ressaltar que estas 
dimensões não são ensinadas separadamente, não impedindo, no entanto, que em 
determinados momentos seja focado mais uma que a outra. Neste sentido, parece 
pertinente se atentar ao conhecimento corporal em função de sua natureza e das 
possibilidades de compreensão de sua organização, funcionamento e ação. A 
dimensão conceitual apresenta papel importante sobre tal bloco a fim de tornar a 
práxis pedagógica e o aprendizado das aulas de Educação Física um momento 
significativo e possível de aplicações no cotidiano no aluno. Assim, se esses 
conceitos relacionados ao bloco de conhecimento sobre o corpo forem 
desenvolvidos de forma significativa na escola, a aproximação do conceito com a 
realidade se tornará cada vez mais clara para os alunos, podendo ocasionar até em 
uma melhora da aprendizagem. 
 
 
10. AS RELAÇÕES ENTRE AS CRIANÇAS, OS ADULTOS E O BRINCAR 
De acordo com Souza (s/d, s/p) o brinquedo é oportunidade de 
desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e 
confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a 
26 
autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da 
concentração e atenção. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e 
intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do 
adulto. Brincar é um momento de auto - expressão e auto - realização. As atividades 
livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música e as construções 
desenvolvem a criatividade, pois exige que a fantasia entra em jogo. Já o brinquedo 
organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos 
(quebracabeça, dominó e outros) constitui um desafio que promove a motivação e 
facilita escolhas e decisões à criança. 
O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto 
provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de 
impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo 
desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que estão sendo oferecidas à criança 
através de brincadeiras e brinquedos garante que suas potencialidades e sua 
afetividade se harmonizem. A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser 
humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço 
para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda criança para o 
exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. Um 
bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um convite ao 
exercício motor, um quebra - cabeças desafia a inteligência e um colar faz a menina 
sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são como amigos, 
servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor. (SOUZA, 
s/d, s/p) 
As situações problemas segundo Souza (s/d, s/p) contidas na manipulação 
dos jogos e brincadeiras fazem a criança crescer através da procura de soluções e 
de alternativas. O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança 
níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Ao mesmo tempo favorece a 
concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como consequência a 
criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar, estimulando sua inteligência. 
Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de 
contato com a sua realidade. Através da observação do desempenho das crianças 
com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e 
cognitivo. No lúdico, manifestam-se suas potencialidades e ao observá-las 
27 
poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os 
nutrientes ao seu desenvolvimento. (SOUZA, s/d, s/p) 
Ainda de acordo com Souza (s/d, s/p) a criança trata os brinquedos conforme 
os receberam. Ela sente quando está recebendo por razões subjetivas do adulto, 
que muitas vezes, compra o brinquedo que gostaria de ter tido, ou que lhe dá status, 
ou ainda paracomprar afeto e outras vezes para servir como recurso para livrar-se 
da criança por um bom espaço de tempo. É indispensável que a criança sinta-se 
atraída pelo brinquedo e cabe-nos mostrar a ela as possibilidades de exploração que 
ele oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se. 
A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não 
seja a que esperávamos. Não nos cabe interromper o pensamento da criança ou 
atrapalhar a simbolização que está fazendo. Devemos nos limitar a sugerir, a 
estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criança aprenda 
descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. A participação do adulto 
é para ouvir, motivá-la a falar, pensar e inventar. Brincando, a criança desenvolve 
seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando 
ou perdendo, procurando aprender regras e conseguir uma participação satisfatória. 
No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com 
frustrações e elevar o nível de motivação. Nas dramatizações, a criança vive 
personagens diferentes, ampliando sua compreensão sobre os diferentes papéis e 
relacionamentos humanos. As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica 
propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a 
sociabilidade infantil. O momento em que a criança está absorvida pelo brinquedo é 
um momento mágico e precioso, em que está sendo exercitada a capacidade de 
observar e manter a atenção concentrada e que irá inferir na sua eficiência e 
produtividade quando adulto. (SOUZA, s/d, s/p) 
Finalizando Souza (s/d, s/p) aponta que brincar junto reforça os laços afetivos. 
É uma manifestação do nosso amor à criança. Todas as crianças gostam de brincar 
com os pais, com a professora, com os avós ou com os irmãos. A participação do 
adulto na brincadeira da criança eleva o nível de interesse, enriquece e contribui 
para o esclarecimento de dúvidas durante o jogo. Ao mesmo tempo, a criança 
sentese prestigiada e desafiada, descobrindo e vivendo experiências que tornam o 
brinquedo o recurso mais estimulante e mais rico em aprendizado. Guardar os 
28 
brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da participação da criança 
na arrumação feita pelo adulto. O hábito constante e natural dos pais e da 
professora ao guardar com zelo o que utilizou, faz com que a criança adquira 
automaticamente o mesmo hábito, ocorrendo inclusive satisfação tanto no guardar 
como no brincar. “Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais 
apropriados mais o essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir 
ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos 
impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos 
que descubra por si mesma, permanecerá com ela.” (JEAN PIAGET, apud SOUZA, 
s/d, s/p) 
 
 
11. DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
De acordo com Campos (s/d, s/p) antes de entendermos o que é Didática da 
Educação Física devemos nos reportar à uma ciência da educação, a Pedagogia. 
Na Pedagogia a Didática é classificada como Didática geral e Didática especial. A 
Didática da Educação Física é uma Didática Especial. É importante entendermos o 
significado de didática geral para que possamos dimensionar o contexto da didática 
da Educação Física. (...) Nos detivemos em apenas três fontes bibliográficas para 
entendermos tal conceito. Na Barsa eletrônica (1999) o conceito de didática é: “a 
arte e a técnica de orientar a aprendizagem”. A didática (do grego didaktike (tékhne), 
“(arte) de instruir, de ensinar”), divide-se em duas partes: 
 Didática geral, que estabelece a teoria fundamental do ensino, 
examinandolhe criticamente os diferentes métodos e procedimentos; 
 “Didática especial, que analisa a função e os objetivos de cada disciplina, 
orientando a dosagem da matéria a ser transmitida ao aluno e sua distribuição pelas 
fases e graus de ensino.” (ENCYCLOPEDIA BRITANNICA DO BRASIL, apud 
CAMPOS, s/d, s/p). 
Ou ainda, segundo Masetto (1997) após analisar as concepções de vários 
estudiosos, afirmou: que didática é uma reflexão sistemática e acrescenta: (...) que 
29 
acontece na escola e na aula. É o estudo do processo de ensino aprendizagem em 
sala de aula e de seus resultados. 
Segundo Libâneo (1994, p. 28) “didática pode constituir-se em a teoria do 
ensino”. É interessante acrescentar que o autor afirma: “(...) aparece quando os 
adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens 
através da direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas de 
intervenção mais ou menos espontâneas de antes”. (LIBÂNEO, 1994, p. 58). Essa 
última afirmação é interessante à medida que entendemos que o exercício didático 
não acontece somente no contexto da unidade escolar, mas no seio da sociedade 
por meio das interações sociais dos seus pares. Há um processo de ensino 
constante na sociedade em que estamos inseridos. (...) (CAMPOS, s/d, s/p) 
Podemos nomear o processo de ensino que acontece fora da escola como ensino 
informal. Ele acontece no seio da sociedade em que vivemos e fora da unidade 
escolar. Esse processo informal de ensino é empírico, mas organizado, pois o 
resultado da evolução humana foi justamente a organização da vida em todos os 
seus aspectos. Ao outro processo de ensino, que aqui denominaremos de processo 
de ensino formal, acontece na instituição escola. Tal processo é embasado em 
conhecimentos científicos de muitos cientistas e filósofos educacionais. A 
preocupação com o desenvolvimento desse processo científico e filosófico de 
ensinar, historicamente, data desde antes da sociedade greco-romana, organizado e 
conduzido por outras civilizações antigas tais como egípcios, chineses, etc. 
Podemos crer que desde a pré-história isso acontece, mas teve uma ênfase maior 
no período greco-romano. (CAMPOS, s/d, s/p) 
Explanando ainda mais sobre o assunto Campos (s/d, s/p) afirma que nesta 
reflexão sobre Didática da Educação Física, entendeu que, em ambos os casos, 
ensino informal e formal, a interação entre os dois é essencial para o 
desenvolvimento do aprendiz, em qualquer circunstância e em qualquer faixa etária 
de sua vida. A organização do ensino no contexto escolar depende de como esse 
ocorre no seio da sociedade em que vive o aprendiz. (...) A Educação Física 
acontece no processo de ensino informal. Por meio das interações sociais há o 
desenvolvimento de habilidades motoras. Sendo assim, os resultados devem ser 
valorizados e estimuladas no processo de ensino formal, ou seja, na Educação 
Física Escolar. Uma característica que difere os profissionais da Educação Física 
30 
dos professores das outras disciplinas que compõem o currículo escolar é a sua 
atuação fora do contexto escolar, desempenhando ações de ensino semelhante à 
escolar em academias, clubes esportivos, personal training, etc. Os princípios 
didáticos que orientaram essas outras práticas de ensino são os mesmos 
independentemente da faixa etária em que se encontra o aprendiz. 
Resumindo a discussão acima podemos concordar com o que Libâneo (1992, 
p. 17) enunciou em sua obra denominada de Didática: “(...) a educação compreende 
os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão 
envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem 
socialmente. (...) Existe numa grande variedade de instituições e atividades sociais 
decorrentes da organização econômica, política e legal de uma sociedade, da 
religião, dos costumes, das formas de convivência humana”. Considerando que 
estamos abordando a questão específica da Educação Física, o desenvolvimento de 
atividades físicas, esportivas, de lazer, de recreação, etc, são conteúdos de um 
processo de ensino que o profissional nem sempre está presente, contudo, é 
essencial que ao proporo seu processo de ensino devem considerá-lo, analisando, 
buscando recursos nesse outro processo que possa ajudar o seu trabalho e 
finalmente considerar todo o aspecto social que envolve o aprendiz. Esse é o 
primeiro passo da didática no processo de ensino do profissional. (...) 
Os rudimentos básicos da didática são: os princípios educacionais, os 
objetivos educacionais, os objetivos gerais e específicos de cada disciplina e 
conteúdos programáticos, os recursos e métodos de ensino, a avaliação, a relação 
professor-aluno-discplina. Tudo isso é traduzido no planejamento de ensino. Numa 
rápida explanação de cada um desses elementos, iremos relacioná-los à Educação 
Física brasileira, ressaltando como são interpretados e trabalhados. (CAMPOS, s/d, 
s/p) 
No que diz respeito aos princípios educacionais, afirma Campos (s/d, s/p), da 
Educação Física brasileira temos hoje um Conselho Federal que orienta a prática de 
uma Educação Física, em qualquer ambiente, fundada em preceitos éticos bem 
definidos. Pensando assim, o profissional deverá pautar-se por ensino de inclusão, 
de respeito à etnia, raça, credo, à cultura do aprendiz, de incentivo à promoção da 
cidadania. Dois estudos importantes devem ser considerados para orientação do 
processo educacional. O primeiro é o Relatório da UNESCO elaborado por uma 
31 
série de pensadores, filósofos educacionais contemporâneos que estabeleceram 
que a educação atualmente deve estar apoiada em quatro pilares: “aprender a 
aprender, aprender a fazer, aprender a se relacionar e aprender a ser.” (DELORS, 
1999). 
Outro pensador contemporâneo, Morin (2000) elaborou um trabalho sobre os 
Sete saberes necessários à educação do futuro, também chancelado pela UNESCO. 
No trabalho existe uma preocupação com uma prática de ensino onde a ecologia, a 
concepção de todo e a preocupação planetária devem ser muito bem trabalhadas. 
Esses estudos são fontes de orientações para os princípios didáticos. Eles refletem 
uma preocupação mundial com base nos acontecimentos do desenvolvimento 
humano. Diga-se de passagem, nem sempre ideais para o ser humano, portanto, 
devemos estar sempre pinçando o que há de melhor nesses acontecimentos. Para 
isso esses estudiosos estão aí. 
Os objetivos gerais da Educação Física estão traduzidos em um plano 
nacional, realizado por vários pensadores da área, denominado de PCNs 
(Parâmetros Curriculares Nacionais). Tais Parâmetros são base para o ensino 
escolar institucionalizado. Para o profissional que atua somente fora do ambiente 
escolar, os objetivos educacionais, se assim podemos classificá-los, existem 
relacionados à saúde, aptidão física e qualidade de vida, à estética e ao 
relacionamento social. Hoje, na sociedade brasileira, tais objetivos estão bem 
definidos e possibilitando a inserção do profissional em várias áreas da saúde, 
forçando-o, cada vez mais a uma ação metodológica de trabalho multiprofissional. 
Isso é positivo e, tecnicamente não difere muito dos objetivos propostos para a 
Educação Física Escolar. Quanto aos conteúdos de ensino da Educação Física 
Escolar, podemos perceber que, historicamente, mudou pouco. O esporte, a 
recreação, a ginástica, o jogo, a competição de maneira organizada e orientada. Nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, temos como propostas de conteúdos: as 
atividades rítmicas e expressivas, a recreação, a ginástica, as lutas, o esporte e o 
conhecimento do corpo. Esses conteúdos estão fundamentados na cultura do 
movimento, principalmente da cultura riquíssima que o brasileiro possui. (...) 
É do nosso conhecimento que o método de ensino e os recursos utilizados 
são fundamentais no processo de ensinar. Em Educação Física há discretamente 
uma discussão teórica a respeito da questão. O que se busca sempre é um 
32 
“receituário”. Uma receita pronta para aplicação na forma de aula, 
independentemente de estarmos ministrando dentro ou fora da escola. 
Terminantemente, discute-se muito pouco a questão do método em Educação 
Física. (CAMPOS, s/d, s/p) 
Para Xavier (1986, apud Campos, s/d, s/p), por meio de um estudo, concluiu 
que três são os métodos de ensino em Educação Física: método global, método 
parcial e o método misto. No global o ensino se dá do jogo para os fundamentos. No 
método parcial inicia-se pelos fundamentos do jogo até ao jogo e o método misto é a 
combinação de ambos. Faria Junior, et al, (1982) em um estudo sobre prática de 
ensino em Educação Física dedica um capítulo à discussão de vários estilos de 
ensino. Podemos dizer que, na verdade, são métodos, por exemplo: o primeiro – 
comando e o último proposto na escala, solução de problemas. Hildebrandt, Laging 
(1986, p. 31) propôs um forma de ensinar a Educação Física Escolar numa 
concepção aberta de ensino. Usou como conteúdo de ensino o handebol. O trabalho 
pode ser considerado como um método bem atual, já que o aluno é o centro da aula. 
Na concepção dos autores: “a aula de Educação Física está subordinada a uma 
complexidade cognitiva, afetiva, motora e social.” 
Campos (s/d, s/p) aponta, ainda, que sem querermos cometer qualquer 
injustiça, podemos afirmar que há poucas obras voltadas para discussão da 
metodologia de ensino em Educação Física. Tornamos afirmar que há sim um 
grande receituário tipo 1001 exercícios, isso inibe as discussões mais aprofundadas 
e acomoda o profissional e, mais grave ainda, equipara o seu trabalho ao nível do 
leigo. Metodologia e recursos são elementos importantes no contexto da didática. 
Devem ser no mínimo criados para atender especificamente àquela realidade em 
que se está processando o ensino. Só cria quem lê, quem estuda, analisa, registra e 
verifica sistematicamente o desempenho de seu trabalho. A avaliação é fundamental 
no processo de ensinar. É por meio dela que o profissional poderá detectar como o 
seu processo de ensino está, qual é a necessidade de refazê-lo (feedback) e qual a 
necessidade de incrementá-lo. Na Educação Física Escolar, historicamente, isso foi 
e é um desastre. Não existe uma forma definida de se avaliar desempenhos. Há 
algum tempo atrás eram realizados os famosos exames médicos (diga 33!) e uma 
bateria de exercícios, tipo quartel militar. Atualmente não se tem notícia a qual 
avaliação é feita na escola e, nem se sabe se ela é importante. Nas escolas existem 
33 
fichas de avaliação, subjetiva, em que o profissional escreve um parecer sobre o 
aluno. Fora isso não existe mais nada. A avaliação de ensino nos ambientes fora do 
contexto escolar é sistemática, o aluno na academia deve pagar para isso. Ela é 
realizada por meio de uma alta tecnologia e dá resultados importantes para que o 
profissional possa prescrever as atividades de forma segura e eficaz. (CAMPOS, s/d, 
s/p) 
Além disso, conforme Campos (s/d, s/p) cremos que para se avaliar antes, 
durante e depois o trabalho de Educação Física Escolar existem outras formas mais 
em conta, que proporcionam resultados fidedignos e possibilitam ao professor um 
melhor desempenho no seu processo de ensino e na sua didática. A relação 
professor-aluno-disciplina em Educação Física é um tema interessante. Escutamos 
nas rodas de profissionais da área uma afirmação comum: na aula de Educação 
Física, seja ela escolar ou na academia, há uma proximidade muito grande entre 
professor-aluno-disiciplina. Na Educação Física isso é fácil (sic). Mas, oposto a essa 
afirmação percebemos que o professor é discriminado e tem sempre pela frente o 
trabalho de um leigo opondo se ao seu. Pois bem, no aspecto disciplina a relação é 
muito favorável. Até para o leigo o é. Na relação interpessoal professor-aluno é tanto 
para o leigo como para o profissional. O que se estabelecerá como diferença a favor 
do profissional neste caso? Ora, é simples, se o acesso a isso é fácil, devemos ter 
uma postura realmente profissional e definida e entender que esta relação será um 
ponto de partida e de chegadapara a melhoria da qualidade de vida daquele aluno 
que está em suas mãos, e pronto! Achamos que esta questão do relacionamento 
deveria ser avaliada com mais profundidade cientifica e filosoficamente por todos os 
profissionais da área. Temos a chance de estabelecer uma relação interpessoal 
positiva e eficaz e não a aproveitamos como deveríamos fazê-lo. O planejamento é 
essencial para o desenvolvimento de um processo de ensino. Contudo, para o 
profissional da Educação Física nem sempre é visto assim. Ele acontece! 
Simplesmente acontece porque na escola, na academia existe um lugar para 
guardá-lo. Entretanto, nem sempre ele é efetivo, real, exequível, etc. Planejar e 
executar são uma arte. Requer estudos profundos sobre o que ensinar, como 
ensinar, dispor recursos para ensinar, avaliar, refazer e avaliar novamente. 
Continuando, Campos (s/d, s/p) afirma que se já manifestamos que em 
Educação Física, tanto na escola como na academia, no clube, na recreação, etc, há 
34 
uma opção pela aula pronta ou pelos 1001 exercícios, para que planejar? O ponto 
culminante da didática da Educação Física é o planejamento do trabalho e com 
certeza, só terá o dom da arte de ensinar quem tiver o dom de planejar. O ato de 
planejar não é simplesmente um ato de escrever algumas ideias. Requer estudos 
científicos, filosóficos sobre tudo que será abordado. É pré-requisito entender o 
aprendiz, o conteúdo técnico, científico e filosófico da área em questão. O aspecto 
teórico que irá fundamentar o planejamento é mais importante que o estrutural. 
Podemos afirmar que a estrutura de um planejamento será determinada pelo 
conhecimento teórico sobre a área, sobre o aprendiz e as possibilidades de 
interelações. Dominando tais conhecimentos o planejador cria a estrutura. (...) 
É difícil dimensionar a questão “quem” e “como” estão pensando a Didática da 
Educação Física. Entendemos que há vários estudos sendo realizados para 
desenvolver uma fundamentação teórica sobre esse questionamento. Contudo, tais 
estudos estão espalhados pelos vários núcleos da Educação Física no Brasil. As 
bibliografias que tratam da Didática da Educação Física são antigas e retratam uma 
concepção de uma tendência de ensino que já passou por uma revolução de 
paradigmas e, consequentemente sofreu alterações profundas. Isso, evidentemente, 
altera a reflexão sobre a Didática da Educação Física. Podemos considerar como o 
primeiro estudo brasileiro que abordou, especificamente, a Didática da Educação 
Física, tendo como tema a formulação de objetivos de ensino, foi o trabalho 
elaborado por Farias Jr (1981). Nessa época, tínhamos a tendência pedagógica 
tecnicista no processo de ensino, tendência que sofreu mudanças face ao 
desenvolvimento social e as mudanças na política educacional. É bom observar que 
o fato do trabalho ser antigo não diminui a sua qualidade. Podemos aproveitá-lo 
amplamente no planejamento do processo de ensino. 
Como já foi mencionado anteriormente, a proposta de ensino de Hildebrandt, 
Laging (1986) dá margem a uma reflexão sobre a Didática da Educação Física. E 
quando o ensino se processa de forma aberta e sistemática é bem apropriado para a 
nossa época atual. Seybold (1976) desenvolveu um estudo que resultou na 
elaboração de principiosdidácticos de laeducaciónfísica , que ao nosso ver, é uma 
leitura interessante antes de se planejar em Educação Física. São leituras dessas 
concepções que fundamentarão o trabalho do profissional de Educação Física. 
Bañuelos (1984), estudioso espanhol que editou um estudo sobre bases para uma 
35 
didáctica de laeducación física y eldeporte . O autor faz uma análise da Didática da 
Educação Física pelo foco das tarefas motores. Cremos que existem vários 
estudiosos espalhados nesses núcleos de pesquisa na área que realizam trabalhos 
com esse enfoque. Contudo, entendemos que quando queremos expressar didática 
devemos nos ater no aspecto teórico mais amplo da questão do ensino, no caso de 
Educação Física, devemos partir para a elaboração do planejamento englobando 
várias modalidades de ensino ou, melhor dizendo, vários conteúdos programáticos. 
Nesse sentido, todos esses conteúdos estão relacionado à tarefas motores 
variando em muitos graus de execução. (CAMPOS, s/d, s/p) 
36 
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