Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REDAÇÃO Desafios dos jovens para escolha da profissão INSTRUÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios dos jovens para escolha da profissão”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Ser ou não ser: a escolha da profissão na adolescência Pedagogia? Enfermagem? Direito? Biologia? Jornalismo? Medicina? Qual destas profissões é a melhor pra mim? Qual delas dá mais dinheiro? E se eu escolher errado? Estas são algumas das indagações – repleta de aflições- dos adolescentes quando se deparam com a necessidade de fazer uma escolha profissional. É visível o despreparo e desconhecimento deles quanto às profissões e o mercado de trabalho. Soma-se a este quadro a pressão exercida de uma sociedade globalizada que determina respostas rápidas nos ambientes e pessoas. A escolha de uma profissão coincide com um período da vida do indivíduo de transição, marcado por intensas crises e mudanças que é a adolescência. Assim, ao pensar na escolha, e consequentemente no vestibular, a maioria dos jovens demonstra sentimentos que vão desde uma simples preocupação até intensa ansiedade e pavor. Diante da angústia em ter que decidir o que vai ser “para o resto da vida”, alguns adolescentes realizam as escolhas baseadas em estereótipos ou representações distorcidas da profissão. Há aqueles que reagem inversamente, demonstrando bastante tranquilidade, que nada mais é do que uma defesa contra aquilo que lhe causa tanta angústia. Soma-se a isso o relato de alguns que dizem que a família não participa da escolha sob o discurso de “não querer interferir”, denotando a dificuldade dos pais em suportar a ansiedade deste período. As influências da família, da mídia e do sistema de valores social, cultural e econômico se fazem presentes e algumas delas são relevantes na decisão do adolescente. Muitas escolhas, por exemplo, são pautadas apenas pelo retorno financeiro, deixando de lado as gratificações emocionais. Outros, diante de tantas dúvidas, optam por seguir a carreira de um dos pais ou atender as expectativas deles, fruto de sonhos não realizados. O jovem, diante de tantos conflitos, tem medo de errar ou de decepcionar os pais e por isso acaba atendendo as sugestões familiares sem uma avaliação realística da mesma. Por isso, neste processo, é importante o auxílio de pais, educadores e psicólogos para esclarecer dúvidas, organizar informações a respeito do mundo do trabalho e apontar alternativas, levando em conta o momento em que o adolescente se encontra e suas características de personalidade, incluindo habilidades, aptidões e valores. O trabalho é um referencial importante na vida do ser humano e é neste ambiente que derivam as relações afetivas, as descobertas através dos sucessos ou fracassos que levam ao crescimento pessoal do indivíduo. Sendo assim, tão importante quanto o autoconhecimento, é preciso que o adolescente transcenda o significado de trabalho, como um mero cumprimento de tarefas estabelecidas. Do contrário, escolher pra quê? TEXTO II O JOVEM E A ESCOLHA PROFISSIONAL Como o Jovem Faz a Escolha da profissão? Desde pequenos estamos acostumados a fazer escolhas não é verdade? Mas em dado momento nos deparamos com a decisão profissional a ser tomada, e também com a indecisão. Tudo na adolescência acontece; mudanças físicas, crises e questionamentos, que são características desta fase. Embora a maturidade vocacional seja confundida com o desenvolvimento físico, não significa que certa pessoa a atingir determinada idade estará pronta para escolher, embora, não poderá ficar indecisa a vida inteira. Como o jovem pensa? O jovem não idealiza a profissão em si, como ser médico, advogado, engenheiro, mas considera os atributos ocasionados pelo trabalho, como ter dinheiro, ser alguém importante e ser reconhecido. O jovem por estar em busca da identidade não tem o “eu” bem definido, e como a sociedade valoriza também o lado externo das profissões, dificulta ainda mais a reflexão sobre o que escolher. Ser bom numa matéria da escola é indicativo da escolha profissional? No ensino médio os jovens já mostram preocupações com a decisão da profissão. Na escola as matérias em que os professores proporcionam práticas profissionais, despertam maior interesse, enquanto que outras por não se saber onde aplicar o conhecimento provoca recusa, mesmo por aqueles que têm habilidades para o desempenho. Para alguns, a profissão é escolhida mediante a possibilidade de usar o que aprendeu na escola, por exemplo: um aluno que tira notas boas em matemática, escolhe fazer engenharia, embora apenas isto não seja suficiente para fazer a escolha, mas é algo a ser considerado e composto dentro do processo de escolha. A falta de autoconhecimento pode prejudicar o jovem na escolha da profissão? Um dos fatores que faz crescer o número de abono no ensino superior é o fato da profissão não ter sido pautada em cima do autoconhecimento. Para saber o que se quer tem que se conhecer. Quem sou eu? O que quero para meu futuro? O que gosto? O que não gosto? O que me gera satisfação? O jovem poderá se deparar com várias influências: Família; Situação econômica; Valorização de algumas profissões; As oportunidades que a classe social poderá fornecer; Interesses, aptidões... De modo mais geral, tantos fatores externos quanto internos nas relações do jovem resultarão na escolha profissional. O jovem precisa de mais apoio Hoje o que acontece no Brasil é a falta de profissionais nas escolas públicas para orientar os jovens, algumas escolas particulares e cursinhos oferecem, mas são poucos. Geralmente a orientação na escola é feita no último ano, onde o jovem mostra mais interesse e ansiedade. Geralmente o trabalho feito pelas instituições de ensino é com visitas a universidades e palestras, também com algumas discussões em classe sobre algumas profissões, recurso de vídeos e visitas a feiras do estudante. O que vem acontecendo ultimamente é a busca desses jovens por instituições que oferecem o serviço, como clínicas, consultórios e faculdades de Psicologia. A era da informática também disponibiliza testes vocacionais, mas é aconselhável que não sejam considerados sozinhos, mas que o jovem também os junte com outros elementos para fazer a escolha da profissão. Vale ressaltar que hoje são oferecidas muitas opções de carreira aumentando ainda mais a problemática. Antes de tomar uma decisão, o jovem deve informar-se. E se sentir que é necessário deve pedir ajuda, se orientar e se reorientar. A Orientação Vocacional Profissional tem como objetivo de criar condições para que esse jovem sinta-se seguro para fazer a escolha ideal e ter sucesso naquilo que faz. “(...) todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...). Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos.” Paulo Freire TEXTO III TEXTO IV Metade dos jovens escolhe carreira sem conhecer profissão Dado consta de pesquisa feita com 18.500 estudantes do 3º ano do ensino médio Por Lecticia Maggi Uma pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi com 18.477 alunos do 3º ano do ensino médio na cidade de São Paulo revelou que 59% desses estudantes já escolheram a carreira que querem seguir – nas escolas públicas, o índice chega a 63%. Entre aqueles que já estão decididos, contudo, menos da metade (46%) revelou ter mantidoalgum contato com a profissão escolhida. O estudo aponta ainda que 27% de todos os estudantes têm dúvidas sobre o mercado de trabalho. “Percebemos que os estudantes se decidem pela carreira sem conhecer a fundo a área de interesse”, afirma Luciano Romano, coordenador do levantamento. A influência exercida pelos pais na escolha da carreira pode ser percebida na predominância de carreiras tradicionais – medicina, direito, arquitetura e urbanismo, engenharia civil e administração são as mais escolhidas. Para Romano, a explicação é simples: “É comum que pais conheçam advogados ou administradores, por exemplo, e, assim, apresentarem essas carreiras aos filhos. Conversas sobre profissões como games e gerenciamento de e-commerce são, é claro, menos frequentes.” Bruna Tokunaga Dias, gerente de orientação de carreira da agência de recrutamento Cia de Talentos, destaca que a atual geração leva muito em conta a opinião dos amigos na hora de tomar decisões, mas que a posição dos pais mantêm peso muito grande nesse momento. Isso porque são eles que, em grande parte dos casos, vão pagar a mensalidade da faculdade. “Frequentemente nos deparamos com pessoas que já sabem o que querem, mas cujos pais não concordam com a decisão e, por isso, se negam a custear os estudos”, diz Bruna. Além da opinião familiar, tradição e remuneração da profissão, os jovens são atraídos pelas carreiras que estão em alta. “Há algum tempo houve uma demanda alta por cursos de hotelaria e turismo, já que essas áreas estavam em evidência. Porém, quando aqueles alunos levados pela ‘moda’ estavam se formado, o mercado já esfriava”, conta Bruna. A especialista orienta os estudantes a conciliar aptidões e gostos no momento da decisão. “Influência familiar, modismo e mercado vão mudar. No fim das contas, será você sozinho trabalhando oito horas por dia na mesma área.” A pesquisa foi realizada entre os meses de fevereiro e abril. Foram ouvidos 10.162 mulheres e 8.315 homens – 66% estão na rede privada de ensino e 34%, na pública. *Com reportagem de Victor Bonini
Compartilhar