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Manejo Gestacional de Matrizes SuÍnas

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Curso de Medicina Veterinária 
Alessandra Gasparin 
Eduarda Perini 
Fabiola Sartori 
Lucas Rossi 
Luiza Carra 
Thaís Kich 
 
 
 
MANEJO GESTACIONAL DE MATRIZES SUÍNAS 
 
 
 
Caxias do Sul 
2019 
INTRODUÇÃO​: O manejo correto das matrizes é imprescindível para bom desenvolvimento 
das leitegadas. Esses animais não devem sofrer estresses desnecessários, ajustando fatores 
como as condições térmicas, ambientais e dieta. Fêmeas fecundadas com maiores níveis de 
estresse aumentam as chances de perdas embrionárias, o que traz maus resultados aos 
criadores. A maior parte dessas perdas ocorre em média nos 30 primeiros dias de gestação, 
considerado por isso, período crítico. Nesse período, especialmente, elas devem permanecer 
em suas baias minimizando o manejo. 
As fêmeas, no geral, diminuem a quantidade de alimento ingerido durante o CIO, 
assim que inseminadas/cobertas elas devem estar em restrição alimentar até o quinto dia 
seguinte, após esse período a dieta é ajustada de forma que garanta escore corporal de 3,5 no 
dia do parto. 
O método mais utilizado de constatação da gestação é o diagnóstico de retorno ao 
CIO, outros métodos vêm sendo adotados como o uso de ultrassonografia. O método doppler, 
por exemplo, pode detectar som do fluxo sanguíneo na artéria uterina a partir do 25ª dia de 
gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem - estar de suínas gestantes 
Existem vários indicadores para aferir o bem-estar de um animal, como o dano físico, 
dor, medo, comportamento, redução de defesas do sistema imunológico e a incidência de 
doenças (Machado Filho & Hötzel, 2000). 
A cadeia produtiva de suínos está alicerçada no sistema de confinamento intensivo, 
onde o que mais se valoriza são os índices de produtividade, logo porcas lactantes podem 
desenvolver distúrbios comportamentais por estarem em local sem motivação ambiental, 
podendo morder as barras da gaiola, expressando, por exemplo, fome, ou desejo de 
alimentar-se, checar repetidamente o cocho (mesmo sem alimento), pressionar a chupeta do 
bebedouro obsessivamente, enrolar a língua e esticar o pescoço. Este distúrbio pode ser maior 
ou menor, dependendo do tempo de permanência na maternidade, do tipo da instalação usada 
e da temperatura ambiente. Além disso, o confinamento em gaiolas que permitem pouca 
mobilidade pode gerar estresse crônico e comprometer o bem-estar das fêmeas lactantes 
(Broom, 1991). 
Temperatura: para uma matriz, a temperatura ideal varia entre 18ºC e 21ºC e a 
umidade relativa entre 50 e 70% (NOBLET et al., 1989). Em locais onde as temperaturas no 
verão ultrapassam 24ºC, pode ocorrer a diminuição da fertilidade das fêmeas suínas, alta 
porcentagem de retorno ao cio e atraso da maturidade sexual (Love et al., 1995). Para indicar 
de um modo prático e rápido, se o animal se encontra fora da sua zona de conforto, a medida 
da temperatura da pele pode ser adotada. Sabe-se que a temperatura da pele sofre alterações 
mais rapidamente, em razão da dissipação de calor, por convecção do fluxo sanguíneo, do 
interior do núcleo corporal para a periferia, o que permite decisões imediatas que impeçam a 
queda no desempenho dos animais (SILVA, 2005). A temperatura retal também é usada 
frequentemente, como índice de adaptação fisiológica ao ambiente quente. Quando apresenta 
um valor elevado, significa que o animal está retendo calor, causando um estresse térmico, 
pois seu aumento indica que os mecanismos de liberação de calor tornaram-se insuficientes 
para a homeotermia (FERREIRA, 2002). 
 
Instalação: ​No contexto da ciência do bem-estar animal, a criação de matrizes suínas 
é um tema muito discutido, devido ao fato da maioria destes animais serem mantidos em 
isolamento individual (gaiola), durante toda a gestação ou em parte dela, o que somaria 2/3 de 
suas vidas presas em gaiolas (NUNES, 2011). 
 A gestação em gaiolas tem sido associada a problemas de bem-estar, devido à 
privação de exercícios físicos, desconforto, problemas locomotores e de comportamentos 
espécie-específicos (GREGORY, 2007; MUNSTERHJELM, et al., 2008; BROOM e 
FRASER, 2010). Alguns pesquisadores relataram problemas de estresse crônico com níveis 
de cortisol elevados, quando as matrizes são criadas em gaiolas individuais (BROOM et 
al.1995; SCHAEFER e FAUCITANO 2008). No entanto, outros pesquisadores contradizem 
esses resultados, e não encontraram níveis de estresse crônico nestes sistemas (ANIL et 
al.,2002; BAUER e HOY, 2002; O’CONNELL et al.,2004). 
 Já o manejo da gestação coletiva permite ao animal expressar parte de seus 
comportamentos inatos (espécie-específicos), como o de se exercitar, interagir com outros de 
sua espécie (contato social), explorar o ambiente, delimitar seu espaço de moradia e descanso 
e de estabelecer uma hierarquia no grupo, fatores que somados reduzem a possibilidade da 
matriz não se adaptar ao ambiente em que se encontra. Nos modelos de alojamento em grupos 
de fêmeas gestantes existem dois tipos de classificações. Uma baseada no manejo adotado, 
definida pelos grupos dinâmicos ou estáticos, e a outra baseada na formação dos grupos, 
simples ou mistos (MANTECA, 2008). 
 Entretanto, a expressão de todos estes comportamentos nem sempre é desejável para a 
granja, pois, para estabelecer uma hierarquia no grupo ocorrem muitas brigas e disputas por 
alimentos no manejo de gestação coletiva (HAGELSØGIERSING e STUDNITZ, 1996; 
SCHAFER e FAUCITANO 2008). Vale enfatizar que altos níveis de competitividade e 
agressão podem ocorrer devido ao insuficiente número de comedouros e bebedouros ou 
espaços limitados, como também erros nas distribuições destes (TURNER, SINCLAIR, e 
EDWARDS, 2000; BENCH et al.,2013), além da densidade animal utilizada e os tipos de 
modelos de alojamentos em grupo adotado na granja para misturar as matrizes. 
 A criação em grupo de fêmeas gestantes requer mais atenção do produtor, podendo 
ocorrer muitas lesões (escoriações de pele, mordidas na vulva), devido às brigas por disputas 
de hierarquia e acesso ao alimento, dificultando o controle individual de ração e requerendo 
uma mão de obra mais especializada (STEVENS, 2015). 
Entretanto a criação em gaiolas possui algumas vantagens frente à criação coletiva, 
uma vez que proporciona melhor controle e supervisão das matrizes gestantes, alimentação 
individual e controlada, facilidade de detecção de retorno ao cio, ausência de brigas entre as 
marrãs e a necessidade de uma mão de obra pouco especializada (STEVENS, 2015). 
 De acordo com Bench et al. (2013), é essencial ter o controle individual durante a 
alimentação e ressalta que há diversos sistemas de alimentação disponíveis, que permitem 
associar o bem-estar animal e evitar agressões entre as fêmeas durante o arraçoamento. 
Principalmente os sistemas que permitem individualizar os animais e protegê-los na hora do 
acesso ao alimento, reduzindo a competição e mantendo o comportamento social da vida em 
grupo sem causar impacto na produtividade. 
 A avaliação de estresse em fêmeas suínas pode ser realizada de diversas maneiras, tais 
comoa observação da existência e frequência de comportamentos estereotipados, a alta 
incidência de doenças (queda da imunidade) e pelos índices fisiológicos mensurando a 
glicose sanguínea, o cortisol, ou seja, os produtos da reação do eixo hipotálamo-hipófise. 
 Normalmente as alterações nas concentrações de corticosteróides circulantes, 
liberadas a partir das glândulas suprarrenais, são usadas como principais indicadores 
fisiológicos de estresse (MARKO, 1997; O'DRISCOLL, 2013). 
​O piso das instalações deve ser ripado, havendo espaço entre as vigas para melhorar a 
drenagem de dejetos, e também garantindo a boa qualidade e resistência do piso para que os 
animais caminhem com maior facilidade, podendo ser utilizado para porcas gestantes e leitões 
(RIBAS; et al, 2018). 
Alimentação: ​A alimentação das fêmeas é divida em três etapas, cada uma delas 
contando com estratégias nutricionais distintas. A quantidade de mantimento a ser ofertado 
depende do escore corporal (figura 1), período gestacional, da sua genética e da época do ano. 
Fase 1: 0 a 30 dias: nesta fase a necessidade de nutrição é superior se comparado as outras 
duas fases de gestação, a alimentação oferecida é extremamente selecionada, acarretando 
numa redução de até 50% do consumo de alimentos de uma porca não gestante. Fase 2: 30 a 
75 dias: é considerada a fase de regulação de peso, buscando o escore corporal adequado, 
porcas muito magras recebem mais alimento e porcas muito gordas, têm restrição do mesmo. 
Fase 3: 75 dias ao parto: é o período de reserva energética, devido ao rápido desenvolvimento 
do feto (FERREIRA; et al. 2014). 
 
Figura 1: avaliação de escore corporal em fêmeas gestantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO: 
As fêmeas gestantes necessitam de diversos cuidados para seu bem-estar e o dos seus 
leitões, portanto devemos levar em consideração todos os itens que foram citados, como 
instalações, temperatura e alimentação, pois cada um tem a sua importância e juntos auxiliam 
no comportamento das matrizes gestantes, evitando estresse, duração inadequada de gestação, 
fetos mumificados entre outros. O manejo deve ser realizado de forma correta, sempre 
visando o bem-estar das matrizes, com isso não haverá perdas nem prejuízos com as 
gestantes, lactantes e leitões​. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência Bibliográficas: 
ANIL, L.; SUKUMARANNAIR, S. A.; DEEN, J., 2002. Relationship between postural 
behavior and gestation stall dimensions in relation to sow size. Applied Animal Behaviour 
Science, v. 77, p. 173–181. 
BENCH, C.J.; RIOJA-LANG C.F., HAYNE, S.M.; H.W.GONYOU, S.M. 2013. .Group 
gestation sow housing with individual feeding—II: How space allowance, group size and 
composition, and flooring affect sow welfare. Livestock Science v.152, p.218–227. 
BROOM, D.M.; FRASER, A.F. 2010. Comportamento e bem-estar de animais domésticos. 
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FERREIRA, R. A. Criação de Suínos em Clima Quente. In: II semana de ciências agrarias da 
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RIBAS, Juliana Cristina ​et al​. Gestação Coletiva de Matrizes Suínas: Boas práticas para o 
bem-estar na suinocultura. 1. ed. atual. Brasília: MAPA, 2018. 55 p. v. 1. ISBN 
978-85-7991-118-7 
FERREIRA, Adilson Hélio ​et al​. Produção de Suínos: Teoria e prática. 1. ed. atual. Brasília: 
ABCS, 2014. 908 p. v. 1.

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