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PRODUÇÃO DE SUÍNOS: IMPORTÂNCIA, PANORAMA DA PRODUÇÃO E MITOS SOBRE A CARNE SUÍNA, SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS, CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE POR CALOR NOS SUÍNOS, BIOSSEGURIDADE NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS,

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ZOO 433 – Avaliação 1 
meet.google.com/gii-qbcs-svf 
 
Aula 02/09/2020 
 
 
 Alta produção de carne de qualidade; 
 Geração de emprego e renda 
(componente social); 
 Geração de divisas via mercado 
externo – quanto é exportado da 
produção? (exportação é sempre maior 
que a importação); 
 Viabiliza o produtor de grãos – milho e 
farelo de soja; 
 Transforma subprodutos, resíduos de 
indústria de alimento e alimentos 
convencionais em proteína animal de 
alta qualidade – exemplos: iogurte, 
farinha de bolacha, chocolate etc. 
utilizados para animais nas fases finais 
da terminação; e alimentos 
convencionais humanos utilizados nas 
fases de creche; 
 Modelo biológico para a medicina e 
nutrição humana em função da 
semelhança da fisiologia. 
 
1. Alta produção de carne 
Em função de: 
o Número de partos por porca/ano – 
média de 2,35; 
o Hiperprolificidade das matrizes 
modernas – genótipos que parem um 
grande número de leitões/parto; 
o Elevada velocidade de crescimento da 
progênie – fruto da seleção de 
melhoramento genético para maior 
deposição muscular e redução da 
espessura de toucinho. 
Mais de um parto por ano + Muitos leitões 
por parto + Alta capacidade de 
crescimento dos leitões 
 
a) Índices que avaliam a eficiência 
reprodutiva 
 Número de parto/porca/ano (PPA) 
 
365 (dias ano) / IEP 
IEP = número médio de dias que decorrem 
entre um parto e o seguinte  Inclui período 
de gestação (em média 3 meses, 3 semanas 
e 3 dias) + período de lactação (média de 21 
dias em sistemas intensivos) + intervalo 
desmame-cio (média de 5 dias). 
 
Exemplo: 
 
Observações: 
o O IEP é influenciado pelo período da 
lactação, o intervalo desmame-cio e 
possíveis falhas reprodutivas como 
abortamento; 
o IEP é um índice muito importante 
porque impacta o número de leitões 
produzidos pelo sistema. 
 
 Número de nascidos vivos/parto (MNV) 
 
Observação: 
o Menor nas matrizes (~16 leitões) 
devido a ainda se encontrar crescendo 
e a taxa de ovulação ainda em 
desenvolvimento. Estes animais 
alcançam o pico de produção de leitões 
no 3º/4º parto (~18 leitões) e espera-se 
que o mantenham até o 6º parto (por 
volta de 3 anos), além de manter o 
desmame de leitões pesados para que 
a taxa de longevidade esteja 
adequada. 
Grande número de leitões = Maiores 
desafios para o sistema na fase de 
maternidade 
Importante: não necessariamente matrizes 
que chegam ao 6º parto precisam ser 
descartadas. Deve-se avaliar as condições do 
animal, taxa de descarte e tamanho do plantel 
de reposição antes da tomada de decisão! 
Taxa de descarte/reposição de fêmeas 
elevada = Maior número de fêmeas jovens 
(marrãs) = Menor capacidade de produção 
de leitões por leitegada  Por isso, busca-
se sempre maior taxa de longevidade 
(maior % de animais de 3º, 4º e 5º partos 
dentro da granja) 
 
 
 
 Média de desmamados/porca (MD) 
 
Observações: 
o Matrizes selecionadas para maior 
número de tetos e produção de leite 
para tentar suprir o desafio. 
o O objetivo na maternidade é manter o 
manejo visando a redução de 
mortalidade e maior número de leitões 
desmamados/porca. 
 
Maior número de nascidos vivos/parto 
(maior leitegada) = Maiores desafios para 
os leitões (maior mortalidade) e matrizes 
(dificuldade para desmamar leitões de 
maneira uniforme, pois estes animais 
possuem de 6 a 8 glândulas mamárias e 
pode haver excedente de leitões/fêmea) 
 
 
 
 
 Número de 
leitões/desmamados/fêmea/ano (DFA) 
 
Observações: 
o Considerando uma média de 30 leitões 
x 100 kg/peso vivo (média) = 3 
toneladas/ano. 
 
2. Evolução da capacidade de 
produção de leite (kg/dia) 
 
Observações: 
o Animais selecionados para maior 
número de glândulas mamárias (14-16) 
e produção de leite (~12 kg/dia). 
 
 
Observações: 
Maior número de leitões por leitegada + 
Desmame de leitões mais pesados + Maior 
capacidade de produção 
= 
o Maior encargo metabólico, maior 
mobilização de reserva corporal e 
menor ganho de peso da porca (g/dia) 
na maternidade, pois a quantidade 
consumida não é suficiente para 
atender a demanda por energia  
Desmamar uma porca magra pode 
comprometer os partos subsequentes 
 Coleta de informações: pesar 
fêmeas na entrada e na saída da 
maternidade para avaliar a eficiência 
do manejo e a condição corporal das 
matrizes visando tomar decisões 
técnicas; 
o Apesar da seleção para maior número 
de tetos, estes podem não ser 
suficientes para suprir o tamanho da 
leitegada. 
 
3. Tamanho de leitegada e peso de 
leitões ao nascimento 
 
Realidade atual: 
o Porcas produzindo muito mais leitões 
menores  Leitegadas menos 
homogêneas (de pior qualidade); 
o Desafio maior na maternidade, pois 
os animais menores possuem menor 
capacidade termorregulatória e sofrem 
com a disputa por tetos com outros 
leitões mais pesados, o que aumenta 
as chances de morrerem esmagados 
 Assistência após o nascimento com 
fornecimento rápido do colostro 
visando evitar que entrem em processo 
de tremor devido ao frio e tendam a 
ficar encolhidos no posterior da fêmea. 
 
 
 
Observações: 
o “Superlotação uterina” reduz o peso 
médio ao nascimento dos leitões 
devido a redução do fluxo sanguíneo e 
disponibilidade de nutrientes; 
o O peso médio ao nascimento 
sozinho não é um bom indicador 
devido a hiperprolificidade  
Necessário associar uma medida de 
dispersão (coeficiente de variação do 
peso médio) para saber se a 
discrepância de pesos está diminuindo 
e, consequentemente, a qualidade de 
leitegada melhorando; 
o O coeficiente de variação é obtido a 
partir do peso dos leitões ao 
nascimento e ao desmame, e auxilia na 
avaliação dos partos subsequentes. 
 
4. Elevada velocidade de crescimento 
 
Observações: 
o GPD ~1,2 kg/dia: animal nasce com 
~1,3 kg e 160 dias depois é entregue 
no frigorífico com ~110 kg; 
o A maior reserva de gordura dos suínos 
é a subcutânea, refletida na espessura 
de toucinho (ET)  Um dos objetivos 
do programa de seleção é reduzir esse 
índice e aumentar a taxa de deposição 
muscular para aumentar a qualidade 
da carne. 
 
 
Observações: 
o Tendência atual: abater os animais 
com 140-150 kg sem comprometer 
qualidade de carcaça levando-se em 
consideração a quantidade de carne e 
deposição de gordura  Alto 
rendimento de carcaça (+80%) de 
qualidade. 
Maior taxa de ganho de peso = Maior 
geração de calor = Animais mais sensíveis 
 Seleção para redução da espessura de 
toucinho e deposição de gordura na 
carcaça e aumento da deposição de massa 
magra visando não comprometer a 
capacidade de ganho de peso e 
rendimento de carcaça dos animais 
 
Importante: 
Os trabalhos demonstram o potencial 
genético dos animais, porém, na prática os 
resultados dependem da adequação da 
ambiência, nutrição, manejo e desafio 
sanitário dos animais na granja, focando em 
pontos como densidade adequada, vazio 
sanitário e bem-estar animal. 
 
5. Outras possibilidades econômicas 
Produção do biogás em biodigestores a partir 
do tratamento de excretas e conversão em 
energia elétrica a ser utilizada no sistema  
Independência em energia e destino 
adequado dos dejetos. 
 
6. Modelos biológicos na nutrição e 
saúde humana 
 Unidade de terapia intensiva neonatal para 
leitões  Leitão prematuro (nascem com 
menos de 95 dias) como modelo em 
gastroenterologia pediátrica (imaturidade 
do sistema digestivo); 
 Pâncreas  Produção de insulina; 
 Pele  Transplante; 
 Coração  Válvulas cardíacas; 
 Intestino  Heparina; 
 Hipófise  ACTH; 
 Tireoide  Hormônio; 
 Pulmão  Surfactante. 
 
Suinocultura intensiva tecnificada (produção 
industrial): 
 A produção de subsistência possui 
importância social para quem produz 
para consumo próprio. Porém, gera 
problemas quando seu excedente 
chega à população sem inspeção e, 
consequentemente, sem certeza da 
qualidade e segurança do produto  
Tem diminuído ano após ano em 
função da maior fiscalização; 
 Alojamento de matrizes industriais 
(unidade): ~2 milhões de fêmeas  
Noçãodo tamanho do sistema; 
 Região Sul corresponde a 68% da 
produção (ppt SC), Sudeste por 17%, 
Centro-Oeste por 14% e Norte e 
Nordeste sem muita expressão 
(questões culturais: consumo 
preferencial de ovino, caprino e 
pescado); 
 Produção brasileira de carne suína: ~4 
milhões de toneladas/ano  Ocupa o 
lugar de 4º maior produtor de carne 
suína do mundo  Grande distância 
dos EUA (~12 milhões toneladas/ano, 
porém alto potencial para crescimento; 
 Destino da produção brasileira de 
carne suína: ~81% para mercado 
interno e ~19% para exportação; 
 Exportações de carne suína: ~600/700 
mil toneladas (2019: 750 mil 
toneladas; recorde de exportação 
devido a grande exportação para 
Ásia em função da Peste Suína 
Africada)  4º maior exportador; 
 Receita das exportações: ~1,5-2 
milhões US$  Grande contribuição 
para o agronegócio e para o saldo 
positivo do setor na balança comercial; 
 
 Estados exportadores: estados do Sul 
(SC ~55%, maior produtora e 
exportadora devido a maior consumo 
por tradição; RS 22%; PR 15%). 
 
 Principais países para onde o Brasil 
exporta: Ásia (ppt 2019) e Europa  
Muito concentrado, o que é ruim. 
 
 Consumo mundial de carne suína 
(milhões de toneladas): 4º/5º 
consumidor  Mais interessante 
comparar o consumo per capta 
mundial (kg/habitante/ano), onde o 
Brasil ocupa a 23º posição (~16 
kg/carne/habitante/ano)  Sempre 
menor que o consumo de frango (45 
kg) e boi (38 kg – preferência nacional, 
porém, quando o preço aumenta 
escolhe-se a carne de frango). 
 
 
 
Estudo sobre a percepção da carne suína: 
o Principais pontos fortes da carne suína 
Sabor (92% dos entrevistados). 
o Principais pontos fracos da carne suína 
Alto teor de gordura e colesterol (55% dos 
entrevistados); 
Faz mal ou é perigosa para a saúde (35% dos 
entrevistados). 
o Carnes responsáveis por doenças de 
acordo com os consumidores 
60% dos entrevistados responderam que era 
a carne suína. 
 
Cisticercose: 
Forma mais grave da infecção 
(neurocisticercose). 
 
Observações: 
o O suíno não causa cisticercose no 
homem. O homem é que causa 
cisticercose no suíno! 
o Uma pessoa com teníase é uma 
importante fonte de transmissão de 
cisticercose e teníase; 
o O homem não adquire cisticercose ao 
ingerir carne suína crua ou mal 
passada, mas pode adquirir teníase se 
não tomar os devidos cuidados (origem 
do produto, selo de inspeção) – depois 
de passar pelo HI (suíno), o cisticerco 
se desenvolve em verme adulto, que 
não causa a cisticercose; 
o Os suínos não possuem a tênia ou 
solitária, apenas o homem possui a 
fase adulta; 
o Se não houver pessoas com teníase, 
não haverá cisticercose nos suínos e 
bovinos. 
o Depois de passar pelo HI (suíno), o 
cisticerco se desenvolve em verme 
adulto, que não causa a doença, mas 
sim teníase. 
 
 
 
“A carne suína é uma carne gorda”: 
 
ET: 8,0-10,0 cm 
 
Alta concentração de calorias na carne devido 
ao maior depósito de gordura subcutânea 
desses animais (animal “tipo banha”)  
Melhoramento e seleção para redução da 
deposição de gordura (espessura de 
toucinho) e aumento da deposição de músculo 
(maior área de lombo). 
 
ET: 1,0-1,5 cm 
 
Concentração de gordura saturada: 
o Relacionada com a ocorrência de 
Arterioesclerose em humanos; 
o A carne suína corresponde a apenas 
10% do consumo diário permitido para 
humanos de acordo com a tabelas 
nutricionais, quantidade parecida com 
a presente nas outras carnes  Carne 
saudável! 
 
 
 
Quantidade de caloria, gordura, colesterol e 
gordura saturada dos cortes: 
 
Valores não variam muito em relação a 
outras carnes. 
Quantidade de vitaminas e minerais: 
 
Importante: Carne rica em vitaminas do 
complexo B. 
 
 Resumo dos mitos e verdades 
Mito: A carne suína é uma carne gorda. 
Verdade: A carne suína apresenta baixo teor 
de gordura, resultado dos programas de 
melhoramento genético praticado nas últimas 
décadas. 
 
Mito: A carne suína tem muito colesterol. 
Verdade: A carne suína tem nível de 
colesterol igual ou menor ao de outras carnes 
(variação em função do corte). 
 
Mito: A carne suína tem baixo valor 
nutricional. 
Verdade: A carne suína é uma fonte 
importante de proteína de alto valor biológico 
e de vitaminas do complexo B, com menor 
teor de sódio. 
 
Mito: A carne suína causa cisticercose no 
homem. 
Verdade: O homem causa cisticercose no 
suíno. 
 
Mito: O suíno é criado em ambiente sujo e 
alimentado com restos de comida. 
Verdade: A produção é feita de forma 
tecnificada, com todos os animais sobre piso 
e sob cobertura e com rígido controle 
reprodutivo, sanitário e nutricional. 
 
A desinformação ainda é um obstáculo 
para o consumo da carne! 
 
Aula 03/09/2020 
Atividade 1. 
 
 
 
Aula 08/09/2020 
Assuntos: 
 Caracterizar o sistema de produção 
intensivo confinado (SISCON); 
 Classificar o SISCON quanto à 
localização da produção – na mesma 
área geográfica ou não; 
 Classificar a produção com relação ao 
tipo de vínculo – independente, 
integrada etc.; 
 Efeitos do estresse por calor nos 
suínos – muito importante no Brasil, 
país de clima intertropical com 
temperaturas elevadas na maioria das 
regiões brasileiras na maior parte do 
ano. 
 
 Cadeia produtiva de suínos no Brasil 
 
Observações: 
Variáveis dissociáveis e interligadas formando 
a cadeia produtiva. Nosso foco ao longo do 
curso é o sistema de produção (granja) que 
conta com um conjunto interrelacionado de 
fatores e processos para cumprir seu objetivo 
básico, que é a produção de suínos: 
o Os macroelementos do sistema de 
produção devem estar intimamente 
relacionados (funcionando como 
dentes de uma engrenagem) para que 
se obtenha sucesso na produção de 
carne de qualidade; 
o Uma equipe (ppt funcionários e 
gerentes) altamente eficiente, 
comprometida e frequentemente 
treinada e capacitada (mesmo que já 
tenham passado por outras granjas o 
ou sistemas de produção, para retirar 
possíveis vícios) é fundamental para 
que a granja obtenha sucesso – os 
colaboradores precisam saber com 
clareza as responsabilidades e os 
limites de suas atribuições para que 
trabalhem com o mesmo objetivo, que 
é a produção de carne de qualidade; 
o A distribuição de funções é uma 
maneira excelente de garantir que a 
rotina e os manejos sejam cumpridos 
de forma eficiente dentre dos prazos 
estabelecidos na granja. Também 
facilita a identificação dos 
colaboradores que não estão 
cumprindo suas funções, além 
daqueles que mais se destacam em 
suas atribuições 
o Outro ponto fundamental é que a granja 
trabalhe com motivação da equipe – 
quase sempre associada a bom salário, 
porém, fazer com que os colaboradores 
percebam a relevância do seu trabalho 
e o impacto positivo que ele possui nos 
resultados do sistema. Outros 
motivadores: política de benefícios, 
perspectiva de crescimento (promoção 
de cargo/função), treinamento 
constante de forma interna e externa 
(participação em congressos e cursos), 
sistema de premiação (por 
produtividade, por exemplo), condições 
de trabalho adequadas (ambiente sério 
e amigável) e condições de moradia e 
lazer quando o funcionário residir na 
propriedade. 
 
 O conceito de sistema na 
suinocultura está relacionado a 
maneira como se organiza a 
produção 
No Brasil, a imensa variedade de modelos de 
produção de suínos: 
o Dificulta a padronização de manejo dos 
animais; 
o Não há padronização de fluxo de 
produção; 
o Não há padronização de instalações e 
equipamentos. 
 
De acordo com o grau de controle da 
produção, a mesma por ser classificada em 
extensiva ou intensiva. 
 
 
 
 
 
 
Sistema extensivo 
Características da produção extensiva de 
suínos: 
 Extrativista e de subsistência – visa o 
consumo próprio (diminui ano após 
ano); 
 Animais rústicos e com alta 
porcentagem de gordura na carcaça – 
geralmente raças naturalizadas 
brasileiras; 
 Animais criados à solta; 
 Não há separação dos animais de 
acordo com a fase da produção; 
 Todos os animais de todas as fasesdisputam o mesmo alimento e 
permanecem juntos na mesma área; 
 Alimentação baseada principalmente 
em restos de cultura – não há a 
preocupação com ração balanceada; 
 Não há controle técnico e sanitário da 
criação; 
 Baixos índices de produtividade. 
Não há preocupação com produtividade 
ou economicidade! 
 
 
 
Sistemas intensivos 
Preocupação com produtividade e 
economicidade! 
 
Classificados em: 
 Sistema de criação intensivo confinado 
ou confinado – SISCON; 
 Sistema de criação de suínos ao ar livre 
– SISCAL (algumas categorias 
possuem acesso a piquetes); 
 Sistema de criação de suínos em cama 
sobreposta. 
 
 Sistema de criação confinado (SISCON) 
 Todas as categorias estão sobre piso e 
sob cobertura; 
 As fases de criação são desenvolvidas 
em diferentes instalações, específicas 
para cada categoria; 
 Demanda alto investimento em 
instalações – instalações de gestação, 
maternidade, creche, galpões de recria 
e terminação; 
 Demanda mão de obra especializada; 
 Alto controle sanitário 
(biosseguridade da granja) e 
reprodutivo – animais selecionados, 
melhorados em criação intensiva em 
confinamento; 
 Instalações, manejo e nutrição 
específicos para cada fase da 
criação/categoria animal; 
 A necessidade de área é mínima em 
função da intensificação e do 
confinamento; 
 Permite automação do fornecimento de 
ração, com economia de mão de obra, 
em função da produção ser feita dentro 
de instalações; 
 Os resultados podem ser variados em 
função do nível de tecnologia do 
sistema (alta, média ou baixa 
tecnologia). 
 
 Quanto à localização dos sítios, os 
sistemas de produção podem ser 
classificados em ciclo completo em 
sítio único ou produção distribuída 
em diversos sítios 
Quatro modelos diferentes: 
 Ciclo completo em único sítio; 
 Sistema de dois sítios; 
 Sistema de três sítios; 
 Sistema de quatro sítios. 
 
Classificação quanto à localização da 
produção: 
1. Sistema de produção em sítio único 
Engloba todas as fases da produção em local 
geográfico único  A mesma propriedade 
contempla desde as leitoas de reposição até o 
fim da fase de terminação dos animais. 
 
 
 
Vantagens: concentração da mão de obra e 
menor custo com frete de animais (mesma 
área geográfica); 
Desvantagens: menor eficiência relacionada 
à biosseguridade dos animais (mesma área 
geográfica para animais de idades e 
categorias diferentes = maior possibilidade de 
contaminação cruzada de doenças  aspecto 
sanitário um pouco comprometido). 
 
Categorias animais de um sistema produção 
de suínos de ciclo completo: 
o Varrões ou reprodutores; 
o Leitoas/marrãs de reposição (futuras 
matrizes); 
o Porcas vazias (desmamadas); 
o Porcas gestantes; 
o Porcas em lactação; 
o Leitões lactentes; 
o Leitões na creche; 
o Animais em crescimento e terminação. 
 
2. Sistema de produção em dois sítios 
A produção é realizada em dois locais 
independentes (separados): 
1º sítio (UPL): unidade produtora de leitões, 
envolve as fases de cobrição, gestação, 
maternidade, desmame e creche; 
2º sítio (UT): onde é realizada as fases de 
crescimento e terminação dos animais. 
 
 
 
 
Observação: 
o Recria e terminação são as fases onde 
há maior número de animais e as mais 
longas do sistema de produção. 
 
Vantagens: melhor condição sanitária do 
plantel (quebra-se a possibilidade de 
transmissão de doenças no sistema); 
Desvantagens: manutenção de duas 
estruturas e maior custo com 
frete/transferência de animais. 
 
3. Sistema de produção em três sítios 
Existem três locais de produção 
independentes: 
1º sítio (UPD): ficam alojadas as matrizes da 
cobrição até o final da maternidade (incluindo 
gestação e maternidade), quando os leitões 
serão desmamados; 
2º sítio: unidade que recebe os leitões 
desmamados do sítio 1 (crechários) para criá-
los; 
3º sítio: onde é realizada as fases de 
crescimento e terminação dos animais. 
 
 
Observação: 
o Há um afastamento das diferentes 
fases da produção. 
 
Vantagens: benefícios sanitários são ainda 
maiores em comparação ao sistema de dois 
sítios e há especialização da mão de obra; 
Desvantagens: manutenção de estruturas 
administrativas e maior custo com 
frete/transferência dos animais. 
 
4. Sistema de produção em quatro 
sítios 
As leitoas de reposição são alojadas e 
preparadas em local específico (quarto sítio) 
e, com 35 a 40 dias após a cobertura ou 
inseminação, confirmada a gestação, são 
enviadas para o sítio 1 tradicional. 
 
Observação: 
o Permite um trabalho específico, com 
mais eficiência em todos os manejos 
relacionados a leitoas de reposição, 
como quarentena, adaptação sanitária 
indução precoce da puberdade, 
cobertura, protocolos de inseminação e 
diagnóstico de gestação. 
 
Qual é o melhor sistema? 
A decisão sobre o melhor sistema de 
produção a ser implantado depende de um 
conjunto de variáveis: 
 Biosseguridade regional; 
 Escala de produção; 
 Perfil dos produtores; 
 Logística e viabilidade operacional – 
em função principalmente do 
transporte dos animais entre sítios; 
 Custos associados; 
 Disponibilidade de mão de obra. 
 
 A produção de suínos também pode 
ser classificada pelo tipo de vínculo 
de produção, com diferente 
distribuição e predominância de 
acordo com a região do país 
 Independente; 
 Integrada; 
 Cooperada. 
 
 
 
 
1. Produtores independentes 
 Não possuem vínculos contratuais 
formais com as empresas 
agroindustriais ou frigoríficos; 
 Geralmente operam no sistema de 
granja de ciclo completo ou UPL 
(unidade produtora de leitões); 
 Realiza internamente as principais 
operações técnicas da produção: 
o Preparação das marrãs e 
primeira gestação; 
o Fabricação da ração; 
o Criação das matrizes e 
reprodutores; 
o Recria e terminação. 
 
Responsabilidades dos produtores 
independentes: 
 Decisões técnicas; 
 Investimentos em instalações, 
equipamentos, reprodutores e matrizes 
– aquisição e negociação no mercado; 
 Compra de ingredientes ou ração – 
insumos, principalmente milho e farelo 
de soja; 
 Compra de medicamentos, vacinas e 
suprimentos em geral; 
 Manejo/tratamento dos dejetos; 
 Mão de obra, água, energia elétrica, 
manutenção das instalações; 
 Venda dos animais (escoamento da 
produção) – sujeito as variações de 
preço das commodities. 
 
Responsáveis por todas as etapas do 
processo, ficando mais a mercê da 
conjuntura econômica e dos preços das 
commodities (ppt carne, milho e farelo de 
soja) que são ditados pelo mercado 
internacional. 
 
Arranjo organizacional: 
 Relacionam-se com as empresas 
fornecedoras de genéticas por meio de 
contratos tácitos (informais, porém 
pode haver fidelidade em relação a 
genética utilizada em alguns casos) ou 
mercado; 
 Relacionam-se da mesma forma com 
as empresas fornecedoras de insumos 
(vacinas, medicamentos, suprimentos 
em geral); 
 A seleção de fornecedores é feita com 
base em análise de custo-benefício 
(não há contratos de exclusividade); 
 Pode haver ou não contratos com 
empresas de genética e de nutrição; 
 Relacionam-se com os frigoríficos ou 
agroindústrias (contratos tácitos) via 
mercado spot (instantâneo: o preço é o 
principal parâmetro na tomada de 
decisão). 
 
Observações: 
O produtor internaliza as etapas 2, 3, 4 e 5 
(legenda). 
 
2. Produtores integrados 
Forma predominante de organização no 
Brasil, abrangendo quase 2/3 dos 
estabelecimentos suinícolas. 
 
Existem 3 tipos básicos de contrato: 
 Contrato de compra e venda – 
geralmente feito com as UPLs; 
 Contrato de parceria – geralmente feito 
com as UTs; 
 Contratos de comodato – geralmente 
feito com as UPLs. 
 
a) Contrato de compra e venda x 
Contrato de comodato – Produtores 
UPL 
 
 
Observações: 
o As operações realizadas são as 
mesmas independentemente do tipo de 
contrato; 
o Contrato de comodato: empresa 
integradora adquire genética e repassa 
os animais em regime de comodato 
para o suinocultor. 
 
b) Contrato de parceria – ProdutoresUT 
 A integradora adquire os leitões produzidos 
pela UPL e os repassa ao suinocultor UT; 
 Suinocultor UT realiza a engorda dos 
animais e repassa para a integradora; 
 A integradora fornece a ração para os 
animais. 
 
 
Observações: 
o O suinocultor adquire diretamente o 
material genético das empresas 
produtoras de genética, internaliza as 
etapas 2 e 4 (legenda); 
o Nos casos dos contratos de comodato 
é a agroindústria ou empresa 
integradora que faz a aquisição do 
material genético e repassa para a UPL 
 O produtor é fiel depositário quando 
a compra é direta, ou seja, passa a ser 
dono do plantel  No final do processo, 
sempre via contratos de integração 
(CI), a integradora adquires os leitões 
da UPL e os repassa para o terminador 
juntamente com a ração para os 
animais. 
 
 
 Produtor independente 
 Opera em um mercado mais 
especulativo; 
 Sem garantias do escoamento da 
produção; 
 Sujeito a conjuntura econômica; 
 É um tomador de riscos – a 
responsabilidade do processo 
produtivo é toda sua; 
 Preços voláteis (carne, milho e soja) 
resultam em instabilidade da 
rentabilidade  Ficam por conta do 
mercado internacional de commodities; 
 Períodos de crise: forte redução de 
produtores independentes. 
 
 Produtor integrado 
 Sofre menor influência das condições 
do mercado devido aos contratos e 
questão do escoamento da produção já 
estar ajustado com a 
agroindústria/integradora; 
 Custos mais estáveis; 
 Grande variabilidade na rentabilidade 
entre produtores em função da 
produtividade; 
 Garantia do escoamento da produção – 
ajustado com a 
agroindústria/integradora; 
 Corre menos riscos: preços das 
commodities ficam por conta da 
integradora; 
 Acesso à assistência técnica e 
tecnológica via 
agroindústria/integradora; 
 É um prestador de serviços. 
 
 
09/09/2020 
 
O Brasil é um país de clima intertropical 
onde a maioria das regiões possuem 
temperatura média elevada e alta umidade 
relativa do ar na maior parte do ano. 
Devido a íntima relação do ambiente 
térmico com a produção animal, estes fatores 
possuem efeitos principalmente sobre a 
eficiência produtiva e reprodutiva dos animais. 
A maior preocupação é com a temperatura 
elevada (estresse calórico), porém, não 
significa que não se deve preocupar com as 
categorias mais jovens (maiores riscos de 
estresse por frio). 
 
 
Observações: 
o Aumento da temperatura retal 
associado a aumento da taxa 
respiratória (ofegação) nos animais 
em estresse por calor; 
o Redução do consumo de ração pelos 
animais em estresse por calor 
culminando em redução do ganho de 
peso e desempenho – primeira 
estratégia que os animais lançam 
mão para reduzir seu metabolismo e 
produção de calor; 
o Redução do peso devido ao menor 
ganho de peso, afetando o 
desempenho animal; 
o Redução da deposição muscular (ppt 
suínos em crescimento) e outros 
processos culminam em redução da 
eficiência dos animais. 
 
 Processos geradores de calor 
 Produção de sucos digestivos; 
 Movimentos de tubo digestivo; 
 Processos químicos da digestão; 
 Absorção de produtos da digestão; 
 Atividade glandular; 
 Metabolismo de nutrientes. 
Todo processo produtivo é gerador de 
calor, por isso, em situações de estresse, 
onde o animal precisa não só aumentar a 
dissipação, mas também reduzir a 
produção de calor, este não consegue 
expressar o máximo do seu potencial. 
 
 O estresse por calor é intensidade 
dependente (assim como o frio): 
 
 Redução do consumo de ração 
 
Observações: 
o Maior redução do consumo para 
animais mais pesados (impacto mais 
intenso da temperatura elevada) – isso 
ocorre, pois, a medida que o animal 
cresce/se desenvolve apresenta maior 
massa muscular, maior tamanho de 
vísceras e maior deposição de gordura 
subcutânea (isolante), que são tecidos 
produtores de calor, o que faz com que 
estes sejam menos eficientes na 
eliminação do calor produzido e, por 
consequência, mais sensíveis a 
variações de calor. 
 
 
Observação: 
o A medida em que a temperatura 
aumenta o consumo reduz como forma 
de reduzir a produção de calor pelos 
processos associados a digestão e ao 
metabolismo de nutrientes. 
 Redução do ganho de peso (g/dia) 
 
Observações: 
o Redução do consumo = Redução do 
GMD – intensidade de redução maior 
de acordo com a categoria animal 
(maior peso = maior sensibilidade); 
o Garantir um ambiente de 
termoneutralidade em função da 
categoria animal e do estágio 
fisiológico dos animais dentro de cada 
categoria é fundamental para explorar 
o ótimo potencial das genéticas – 
diferentes categorias = diferentes 
faixas de temperatura; 
 
 Porcas em lactação 
Estágio fisiológico diferente da fêmea 
gestante ou vazia  Outra produção de calor. 
 
Observações: 
o Impacto no consumo de ração, na 
capacidade de produção de leite 
(devido ao menor consumo) e no ganho 
de peso da leitegada (leitões 
desmamados mais leves); 
o A maior perda de peso das porcas em 
estresse (animais em condição 
depauperada) devido a maior 
mobilização das reservas corporais 
visando manter a produção de leite 
pode levar a maior intervalo desmame-
cio e comprometer o próximo com 
menor número de nascidos. 
 
 
Menor produção de leite = 
Menor peso dos leitões desmamados 
 
 
 
Efeitos do estresse por calor em porcas: 
 Reduz a taxa de parto – o estresse 
afeta não só o desempenho produtivo, 
mas a eficiência reprodutiva também; 
 Reduz o número de leitões nascidos 
totais por leitegada; 
 Reduz o número de leitões nascidos 
vivos por leitegada; 
 Reduz o consumo de ração; 
 Reduz a produção de leite – todo 
processo produtivo é gerador de calor 
 em condições de alta temperatura o 
animal não aumenta a PL; 
 Compromete o ganho de peso dos 
leitões; 
 Aumento o intervalo desmame-cio, 
comprometendo o IEP; 
 Falha em manifestar cio – aumento do 
número de fêmeas em anestro; 
 Alta mortalidade embrionária (se no 
início da gestação); 
 Aumento do número de natimortos (se 
no final da gestação); 
 Falha em manter a gestação; 
 Aumento da mortalidade de matrizes 
(principalmente no periparto). 
 
 
 
 Estresse por calor afeta a morfologia 
intestinal 
 
Observações: 
o A redução da altura de vilosidades 
compromete a capacidade digestiva e 
absortiva dos animais devido ao menor 
contato dos enterócitos presentes nas 
microvilosidades com o alimento; 
o A redução da profundidade da cripta 
compromete a renovação dos 
enterócitos. 
 
 
 
 Estresse por calor afeta a excreção de 
nutrientes 
 
Observações: 
o Os animais em estresse têm redução 
da utilização e aumento da excreção de 
nutrientes – a maior excreção destes 
para as estações de tratamento ou 
lagoas de armazenamento aumenta o 
poder poluente ou o impacto 
ambiental causado pelos dejetos; 
o A capacidade de ganho dos animais 
fica comprometida, pois o processo 
produtivo é gerador de calor  Os 
nutrientes da ração calculados para 
atender a exigência da dieta específica 
são jogados fora, pois, a condição 
térmica não permite que o animal 
expresse o máximo/ótimo do seu 
potencial. 
 
 Estresse por calor afeta a barreira 
intestinal 
 
Observação: 
o A redução da resistência elétrica 
transepitelial no íleo e cólon implica 
em aumento da permeabilidade 
paracelular (entre as células) devido a 
danos nas junções de oclusão – maior 
facilidade de entrada para 
endotoxinas e agentes patogênicos. 
 
 
 
 Categorias jovens 
Pela condição climática brasileira e pela 
dificuldade termorregulatória dos suínos, a 
criação no Brasil inspira mais cuidado com o 
estresse por calor do que por frio. 
Porém, não se deve esquecer das 
categorias jovens durante a fase de 
maternidade e também no período de creche, 
onde a demanda térmica ainda é alta e 
temperaturas entre 25-26ºC são muito frias 
(ppt primeiros 6 dias). 
Além disso, maior atenção deve ser dada 
para os leitões de baixo peso ao nascer (< 1,0-
1,1 kg), que representam maior desafio e 
demandam manejo maisespecífico na 
maternidade. 
 
Observações: 
o Redução do consumo de colostro, 
pois, devido ao frio, o animal não tem 
estímulo para procurar complexo 
mamário – dependendo da intensidade 
do frio o animal pode entrar em 
processo de tremor e se amontoar 
em um canto; 
 
 Consequências do estresse por calor 
nos suínos 
 Afeta o consumo de ração; 
 Compromete o ganho de peso; 
 Altera a composição de carcaça; 
 Compromete a produção de leite; 
 Danifica a morfologia do epitélio 
intestinal comprometendo a 
capacidade digestiva e absortiva; 
 Aumenta a excreção de nutrientes; 
 Compromete a função da barreira 
intestinal; 
 Compromete a eficiência reprodutiva. 
 
 Estresse por calor x Animais adultos 
a) Alta taxa metabólica nos animais 
adultos 
 
Observação: 
Alta produção de calor devido a seleção para 
maior deposição muscular/de proteína (massa 
geradora de calor). 
 
b) Limitada capacidade de perda de calor 
por sudorese 
 
Possui poucas glândulas sudoríparas 
afuncionais devido a camada de queratina 
que obstrui os poros: 
o Dificuldade de perda de calor por 
sudorese (processo eficiente de 
dissipação de calor, desde que a 
pressão de vapor favoreça o processo), 
comprometendo a termorregulação  
A troca evaporativa é feita por 
evaporação. 
 
c) Limitada capacidade de eliminar o calor 
corporal 
 
Observações: 
o A deposição de gordura subcutânea 
funciona como isolante, pois o tecido 
não é irrigado. 
o A medida que o animal cresce, a taxa 
de calor produzido aumenta 
juntamente com a deposição de tecido 
subcutâneo dificultando a dissipação 
do mesmo. 
 
d) Alta densidade de alojamento 
(produção intensiva) 
 
 
 
 
 
 Limites da termorregulação 
 
A faixa de conforto térmico varia para as 
categorias em função do estágio 
fisiológico! 
 
Faixa de termoneutralidade x Faixa de 
conforto 
Faixa de conforto: 
o Estreita – difícil conseguir produzir 
nessa faixa! 
o Temperatura ambiente na qual a 
produção de calor metabólico é igual a 
perda de calor para o ambiente; 
o Não são necessários 
ajustes/respostas 
termorregulatórias para manutenção 
da homeotermia. 
Produção de calor = Dissipação de calor 
para o meio 
 
Faixa de termoneutralidade: 
o Determinada pelas temperaturas 
críticas inferior e superior; 
o Engloba a faixa de conforto térmico 
(estreita); 
o Temperatura ambiente na qual o 
animal mantém a homeotermia por 
meio de ajustes/respostas 
termorregulatória rápidas, que não 
alteram a taxa de metabolismo basal; 
o Essencialmente através de ajustes 
comportamentais, isolamento térmico 
etc. para retenção ou perda de calor 
metabólico em função da temperatura; 
o Dentro da faixa de termoneutralidade o 
gasto de energia para manutenção é 
mínimo. Consequentemente, a 
quantidade de energia disponível para 
os processos produtivos e reprodutivos 
é máxima; 
Faixa térmica ideal para melhor 
desempenho dos animais! 
 
 
 Instalações e ambiente térmico 
As instalações devem atuar no sentido de 
amenizar as adversidades climáticas 
inerentes ao meio ambiente onde vai se 
produzir, oferendo maior conforto aos 
animais e ao funcionário. 
 
Planejamento das instalações: 
 Importante conhecer e levar em conta os 
elementos climáticos da região: 
o Temperatura do ar; 
o Umidade relativa do ar (*); 
o Radiação térmica (*); 
o Movimentação do ar (*). 
(*) Modificam a sensação térmica. 
 
Estes elementos estão associados ou podem 
comprometer a função vital mais 
importante, que é a manutenção da 
homeotermia (manutenção da temperatura 
corporal dentro de limites estreitos de 
variação). 
 
 Levar em consideração os elementos do 
acondicionamento térmico natural da 
região: 
o Localização geográfica e das 
instalações em relação ao terro (meio 
encosta, fundo de um vale, alto de um 
morro etc.); 
o Orientação dos galpões; 
o Material de cobertura; 
o Ventilação natural; 
o Ambiente circundante. 
Definem a arquitetura dos galpões! 
 
Uma vez pronta a instalação para 
determinada categoria, a mesma deve 
fornecer ambiente térmico favorável para 
que não seja necessário lançar mão de 
outras estratégias, ou modificações 
secundárias, como o uso de ventiladores, 
nebulizadores, resfriamento de nuca etc. 
para minimizar os efeitos do estresse 
térmico, pois envolvem gasto de energia 
elétrica e aumentam o custo de produção. 
Obviamente que, em função da região da 
produção, será necessário além de 
trabalhar os fatores de acondicionamento 
térmico natural, utilizar modificações 
secundárias, mas o sistema deve visar 
minimizá-las. 
 
 
 
Orientação 
 
Observação: 
Nas horas mais quentes do dia não há 
incidência de radiação solar direta na 
instalação  Quando construído de forma 
inadequada é necessário lançar mão de 
paliativos para minimizar os efeitos negativos, 
como cortinas. 
 
Observação: 
o Ambiente satisfatório para os leitões, 
porém, desconfortável para as fêmeas 
 Os esforços de manejo nas 
instalações da maternidade são altos, 
já que deve se adequar a temperatura 
para duas categorias com estágios 
fisiológicos diferentes, a porca lactante 
o leitão lactente. 
 
15/09/2020 
Atualmente o tema possui grande 
relevância, principalmente quando se entra na 
discussão do uso de antimicrobianos nas 
dietas em função da proibição e banimento 
desses agentes promotores em vários países 
devido à pressão mundial para que o setor 
reduza significativamente o uso dessas 
substâncias no controle de doenças. O que 
criou uma barreira não tarifária a exportação. 
Em 2019, o PIB do agronegócio 
representou em torno de 21% do PIB 
brasileiro e nesse cenário a contribuição da 
suinocultura foi de recorde de exportação 
(~750 mil toneladas de carne  receita de 
~1,6 milhões de dólares). 
O aumento da produção ao longo dos anos 
vem associado a uma maior concentração de 
animais dentro dos sistemas, dessa forma o 
sistema de produção deve se preocupar cada 
vez mais em garantir a sanidade desses 
animais, o que implica no sucesso da 
produção e no oferecimento de produto de 
qualidade para o consumidor final. 
Diante desse cenário, nenhuma ferramenta 
vai ser tão eficiente quanto a adoção de 
medidas de biosseguridade nas granjas, que 
se baseiam principalmente em prevenção. 
 
O que é biosseguridade? 
De acordo com a IN nº 19 de 15 de fevereiro 
de 2002 do MAPA: 
o Biosseguridade implica no 
“desenvolvimento e implementação de 
normas rígidas de segurança para 
proteger o rebanho de suínos contra a 
introdução e disseminação de 
agentes infecciosos/patogênicos na 
granja.” 
 
Biosseguridade x Biossegurança 
Biosseguridade: 
Conjunto de procedimentos ou normas 
operacionais que visam prevenir, controlar e 
limitar a exposição de animais a agentes 
causadores de doenças. 
 
Biossegurança: 
Prevenção à exposição a agentes 
patogênicos e/ou produtos biológicos, 
químicos ou radioativos capazes de 
produzirem injúrias em humanos. 
 
 A biosseguridade pode ser dividida em: 
Biosseguridade externa: 
Objetiva prevenir o risco de introdução e 
disseminação de qualquer agente infeccioso 
ou patogênico (que não estejam presentes) 
dentro do sistema de produção. 
 
 
 
Biosseguridade interna: 
Visa reduzir e controlar a expressão de 
agentes patogênicos e infecciosos que já 
existam no sistema de produção e com isso 
não comprometer o 
desempenho/performance dos animais dentro 
da granja. 
 
 Plano de biosseguridade 
Documento escrito que precisa ser bem 
elaborado de forma granja-específico, de 
forma a conhecer os desafios individuais de 
casa unidade de produção. Não existe um 
plano de biosseguridade polivalente, ou seja, 
que poderia ser adotado por várias granjas 
sem nenhuma modificação, pois existem 
enormes variações de localização, instalação, 
manejo, nutrição, material genético, 
ambiência, assistência técnica etc. 
Precisa ser um processo dinâmico e 
adaptado para cada granja a partir de 
avaliação de riscos e resultados esperados. 
Além disso, precisa ser flexível, já que será 
revisado sempre que haja alteraçõesde 
desafios, surgimento de novas doenças ou 
questões orçamentárias. 
 
Levantamento de desafios e riscos: 
 Quais são os agentes que devem ser 
prevenidos e/ou controlados para: 
o Evitar perdas de produtividade e 
lucratividade; 
o Atender a legislação vigente; 
o Atender clientes estrangeiros 
importadores; 
o Atender clientes nacionais. 
 Quais os agentes presentes no plantel 
(bacterianos ou virais)? 
 Quais as possíveis formas de entrada e 
perpetuação desses agentes? 
 Qual a fonte de infecção dentro do 
plantel para cada agente de interesse? 
 Quais são as principais falhas 
presentes no sistema de produção que 
podem não só permitir a entrada de 
novos agentes como também a 
disseminação e aumento de patógenos 
dentro da granja? 
 
 
 
 
Possibilidades de entrada de doenças no 
sistema de produção: 
 Através de animais doentes ou animais 
saudáveis que estejam incubando 
doenças; 
 Reposição de animais do plantel de 
reprodução (matrizes e reprodutores); 
 Animais de companhia (cães e gatos), 
pássaros e animais selvagens – 
potenciais disseminadores; 
 Roupas e calçados de visitantes e 
funcionários que transitam pela granja; 
 Funcionários ou visitantes que 
estiveram em contato recente com 
outros animais – apresentam risco 
potencial; 
 Funcionários que não seguem todos os 
procedimentos de biosseguridade – 
fatores de risco  precisa haver 
formação continuada; 
 Ração e ingredientes contaminados; 
 Água contaminada; 
 Equipamentos e veículos 
contaminados usados na granja – troca 
de equipamentos entre instalações 
com categorias diferentes; 
 Veículo comerciais contaminados; 
 Entrega de ração – contaminação do 
caminhão e, ppt, do motorista. 
 
Como microrganismos entram no sistema 
de produção? 
 
Observações: 
O que se espera do plano de biosseguridade 
é proteger o sistema, minimizando ao máximo 
o risco de entrada e disseminação de agentes 
patogênicos dentro da granja. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O programa de biosseguridade 
contempla diversos componentes 
operacionais e sua abrangência 
dependerá de vários fatores: 
 Nível de risco que a granja está 
disposta a aceitar – muitas vezes está 
relacionado a questão 
financeira/orçamentária de 
implementação); 
 Tipo de produção – granja núcleo, 
importadora de material genético, que 
mantém avós e bisavós, e granjas 
multiplicadoras exigem um maior nível 
de biosseguridade. 
 
 
 
 Componentes de um programa de 
biosseguridade 
Isolamento geográfico da granja: 
 Evitar regiões com alta densidade de 
suínos – na medida do possível, já que 
as granjas tendem a se concentrar 
numa determinada região próxima de 
frigoríficos; 
 Longe de frigoríficos e abatedouros de 
suínos ou outras espécies; 
 Avaliar o tipo de produção das granjas 
próximas, principalmente se foram 
unidades de terminação (maior 
concentração de animai); 
 Estar distantes de estradas (mínimo de 
1 km); 
 Estar distante de outras unidades de 
produção da mesma espécie pelo 
menos 3 km; 
 Distância mínima de 300 m de outros 
tipos de exploração animal. 
 
Isolamento da granja em si: 
o Cercas perimetrais 
o A propriedade deve dispor de cerca 
periférica a +/- 20-30 m das 
instalações com entrada única e 
sistema de desinfecção para ingresso 
de pessoas e veículos, caso seja 
necessária a entrada; 
o Devem possuir pelo menos 1,50 m de 
altura, podendo ser os primeiros de 80 
cm com tela e o restante com arame 
farpado – interessante que se possível 
a base da cerca seja de concreto para 
evitar que animais silvestres e/ou cães 
escavem e consigam entrar no sistema. 
 
 
o Placas de advertência 
No local de acesso de funcionários e gerente 
à granja devem existir placas de advertência 
com os dizeres “ENTRADA PROIBIDA” ou 
“SÓ ENTRE SE FOR AUTORIZADO”. 
 
o Barreiras vegetais 
Cinturão verde ao redor do sistema a +/- 50 
m a partir da cerca perimetral  Ajuda a 
proteger a chegada de agentes patogênicos 
via correntes de ar 
 
 
o Controle de tráfego – Pessoas 
o Como regra básica, não se deve 
permitir nenhuma visita social – 
riscos potenciais de introdução de 
doenças no sistema; 
o Somente visita técnica que realmente 
seja necessária para agregar valor à 
produção; 
o O visitante deve comunicar com 
antecedência sobre a visita e seu 
histórico; 
o A granja deve informa-lo sobre o 
período de vazio sanitário e outras 
condições a serem cumpridas. 
 
Responsabilidade da granja: 
 Manter o registro de todos os 
visitantes; 
 Impor o tempo necessário sem 
contato com suínos, aves, fábricas de 
ração, encontros técnicos, frigoríficos e 
outras atividades relacionadas com 
contato animal  Período de vazio 
antes de ser autorizado a entrar na 
granja. 
 
Responsabilidade do visitante: 
Nos últimos 7 dias: 
 Não deve ter estado clinicamente 
doente; 
 Não deve ter retornado de viagem 
internacional; 
 Deve seguir o protocolo de 
higienização estipulado pela 
propriedade de acordo com o plano de 
biosseguridade específico. 
 
Importante: 
 O escritório deve localizar-se o mais 
distante possível das instalações dos 
animais (próximo à entrada, na cerca 
perimetral), pelo fato de que este é o 
local onde ocorre o primeiro contato 
entre o cliente, técnicos etc. com o 
sistema de produção; 
 
 Deve-se ter muita atenção ao receber 
visitas de vendedores de 
medicamentos, nutrição ou 
equipamentos, pois normalmente 
essas pessoas entram em contato 
com várias granjas no mesmo dia, 
sendo, portanto, potenciais 
disseminadores de agentes 
patogênicos em potencial. 
 
 Livro de visitas: 
Garante a rastreabilidade das visitas ocorridas 
no sistema. 
 
 
 
Diretrizes para avaliação de risco de visitantes 
no sistema: 
 
 
o Higienização – Pessoas 
O visitante que for autorizado a entrar na 
granja deve realizar a correta higienização 
(banho e troca completa de roupa): 
I. O visitante deverá entrar no local de 
banho somente com as vestimentas do 
corpo 
 
 
Observações: 
Em granjas com plano de biosseguridade 
mais abrangente que prevê o banho, todos os 
funcionários, gerentes e proprietário vão 
passar pelo mesmo procedimento  Banho 
na entrada e na saída para evitar que agentes 
patogênicos entrem ou saiam do sistema. 
 
II. Higiene pessoal 
 
Observações: 
o Atenção a limpeza de mucosas; 
o Deixar os acessórios na área suja; 
o Área limpa: uniforme e botas limpas 
fornecidas pelo sistema; 
o Falhas: uniformes e botas colocados 
na área suja (banco no escritório) ou 
lavados na casa dos funcionários. 
 
 
Funcionários: 
o Banho e uso de uniformes; 
o Exames de saúde periódicos; 
o Uso de EPIs; 
o Nunca transitar entre os setores, 
salvo em situações extremas – o 
fluxo de pessoas contribui para a 
transferência horizontal de doenças. 
 
o Controle de tráfego – Veículos 
 Os veículos de transportes 
correspondem a um grande meio de 
contaminação, principalmente os de 
transporte de material genético, 
como futuras matrizes ou reprodutores, 
e os de entrega de ingredientes e 
rações; 
 A entrada de veículos externos à 
granja deve ser proibida; 
 Equipamentos não devem ser 
transferidos entre galpões; 
 Funcionários não devem transitar entre 
galpões com animais de categorias 
diferentes. 
 
Em granjas de alta biosseguridade: 
 Os veículos externos não devem entrar 
no perímetro interno das granjas; 
 Motoristas sem atividade dentro das 
granjas não podem entrar em contato 
direto com os animais e funcionários do 
sistema; 
 O ideal é que durante atividades de 
descarregamento os motoristas 
permaneçam dentro dos veículos. 
 
Importante: 
 Todos os veículos transportando 
máquinas e equipamentos que 
necessitem entrar na granja devem 
passar por um processo de 
desinfecção antes da entrada, assim 
como o condutor e técnico deve passar 
pelo processo de higienização pessoal 
(banho e troca completa de roupa); 
 
 Em granjas onde é necessário a 
entrada do caminhão de ração ou de 
embarque de animais deve se atentar 
para o arco de desinfecção  A 
velocidadede tráfego deve ser de 3 
km/h e deve esperar 5 minutos após a 
desinfecção para seguir o destino 
dentro da granja; 
 
 O correto, sempre que possível, é que 
os caminhões que transportam ração 
(ou animais) nunca entrem na granja  
Os silos de armazenamento devem ser 
instalados próximo à cerca perimetral e 
os caminhões devem acessá-lo pelo 
lado de fora; 
 O recebimento ou a expedição de 
animais deve ser feito através de 
carregadores (expedição) ou 
embarcadouros (recebimento(, e o 
caminhão deve ficar do lado externo da 
cerca perimetral  Funcionários 
nunca devem entrar no caminhão e 
o motorista nunca deve entrar na 
granja. 
 
Os caminhões devem ser lavados e 
desinfetados obrigatoriamente sempre que 
forem ao frigorífico e de uma granja para 
outra. 
 
 
 
o Higienização - Instalações 
a. Destino dos animais mortos ao longo 
do sistema de produção, placentas, 
natimortos e leitões mumificados; 
b. Limpeza e desinfecção dos galpões; 
c. Controle de roedores e moscas. 
 
a. Destino dos animais mortos 
 Fossas sépticas; 
 Valas para enterramento; 
 Compostagem (*); 
 Incineração (*). 
(*) Os suínos mortos ou eliminados devem ser 
unicamente destinados a compostagem ou a 
incineração (ABPA, 2014). 
 
Todos os processos apresentam pontos 
positivos e negativos: 
 
Observações: 
o Compostagem é a que apresenta mais 
pontos positivos e melhor atende o 
sistema; 
o Incineração possui custo de 
investimento elevado, além do gasto 
com combustível para execução do 
processo devido ao alto grau de 
umidade das carcaças. 
 
 Compostagem 
Processo em que microrganismos comensais 
degradam a matéria orgânica. Se conduzido 
corretamente: não gera poluição, evita mau 
cheiro, destrói agentes patogênicos e fornece 
como produto final o composto orgânico, 
portanto, recicla nutrientes. 
 
Câmaras de compostagem: 
o Devem ser construídas de forma 
simples, com blocos e telas para evitar 
a entrada de animais (ppt gatos); 
o Facilitam a formação das pilhas com 
carcaças e fontes de carbono 
(maravalha, casca de arroz etc.); 
o Protegem a pilha de serragem ou 
maravalha da chuva; 
o A umidade é mantida apenas com a 
água colocada no momento de 
formação das camadas; 
o Facilitam a retirada do material 
decomposto, garantindo fluxo contínuo. 
 
 
Abastecimento e retirada do material das 
câmaras de compostagem: 
Quando localizadas na cerca de isolamento 
(perimetral): 
A colocação de animais mortos ou resíduos de 
parto deverá ser feita pelo lado interno e a 
retirada do composto pelo lado externo da 
cerca de isolamento. 
 
Quando localizada fora da cerca de 
isolamento: 
Animais mortos ou resíduos de parto deverão 
ser deslocados até a cerca de isolamento por 
um veículo/carrinho de uso interno da granja e 
da cerca até a compostagem, por outro 
veículo/carrinho de uso externo. 
 
Método para compostagem de carcaça e 
restos de parição: 
I. Primeira camada de maravalha com 15 
a 20 cm de altura; 
II. Distribuir os animais mortos ou restos 
de parição, mantendo uma distância de 
15 cm das paredes e da porta das 
câmaras – partes encostadas não 
serão decompostas devido à falta de 
aeração; 
o Leitões: abrir ventralmente e 
perfurar as vísceras para 
acelerar o processo; 
o Animais com mais de 30 kg: 
esquartejar e cortar em fatias 
grossas; 
III. Cobrir com maravalha em camada 
suficiente para ainda se enxergar as 
carcaças; 
IV. Acrescentar água e logo em seguida 
cobrir com mais uma camada de 15 cm 
de maravalha; 
V. Continuar colocando animais mortos 
na mesma sequência até atingir 1,5 m 
de altura – mais do que isso dificulta a 
formação de camadas; 
VI. Após atingir 1,5 m, fechar a câmara e 
deixar compostar por 120 dias após o 
fechamento final. 
 
b. Limpeza, lavagem e desinfecção das 
instalações 
Processos extremamente importantes, a 
medida que objetivam reduzir a quantidade de 
microrganismos patogênicos no ambiente de 
criação, melhorando a condição sanitária da 
baia dos animais. 
A ocorrência de doenças está diretamente 
associada com o desafio sanitário do 
ambiente. 
 
Benefícios da adoção do PLLD: 
 Melhora do desempenho produtivo e 
reprodutivo dos animais; 
 Reduz gastos com medicamentos; 
 Diminui a incidência de leitões refugos; 
 Reduz a prevalência de doenças 
bacterianas, de pele, parasitárias e 
respiratórias – em função do ambiente 
com baixo desafio. 
 
Importante: 
Para a higienização eficiente das instalações, 
as mesmas devem estar vazias  É 
recomendado esvaziar comedouros e silos, 
assim como desmontar partes móveis dos 
equipamentos (gaiolas, escamoteadores etc.) 
dentro das instalações para que todos sejam 
lavados. 
 
 Limpeza 
Seca: 
o É fundamental – quando bem feita 
pode ajudar a reduzir em até 90% a 
carga microbiana das instalações; 
o Se caracteriza pela retirada de restos 
de ração, do esterco e da sujeita 
impregnada no piso e nas paredes das 
baias via processo de raspagem; 
o Antes da retirada da sujeira 
impregnada, pode-se umedecer as 
diferentes partes da instalação com 
água ou com uma solução detergente 
para favorecer a raspagem; 
o É necessária para que o processo de 
lavagem atinja a superfície e para 
garantir a eficácia da ação dos 
desinfetantes (muitos são inativados na 
presença de matéria orgânica). 
 
Úmida: 
I. Lavar com água (de preferência quente 
 maior retirada da gordura, 
favorecendo a ação do desinfetante) 
sob pressão – máquinas de alta 
pressão e baixa vazão promovem a 
eficiência do processo; 
II. Desmontar partes móveis (grades, 
comedouros, bebedouros etc.) e lavá-
las; 
III. Preparar e aplicar detergente; 
IV. Aguardar uma hora; 
V. Enxaguar com água sob pressão; 
VI. Montar as partes retiradas; 
VII. Deixar secar – importante para não 
diluir a dose do desinfetante; 
VIII. Preparar e aplicar desinfetante; 
IX. Vazio sanitário; 
X. Segunda desinfecção (24 horas antes 
do alojamento). 
 
Fatores a serem considerados: 
Desinfetante: 
o Ação rápida, porém, durável; 
o Não ser corrosivo, não deixar odor – 
biossegurança dos funcionários; 
o Ser atóxico e não causar irritações 
cutâneas; 
o Ser biodegradável, solúvel e estável na 
água; 
o Elevado poder de penetração nas 
superfícies dos materiais. 
 
 
Desinfecção: 
o Cálculo da quantidade de desinfetante 
a ser utilizada de acordo com a 
superfície onde será aplicado; 
o Diluição: seguir a recomendação do 
fabricante; 
o Volume de calda a ser aplicado 
(paredes, pisos, muretas, cortinado 
etc.); 
o Rotação de princípios ativos para 
aumentar a eficiência. 
 
16/09/2020 
 
Observações: 
o Redução linear da pressão de 
infecção/patógenos dentro das 
instalações após a saída dos animais 
para limpeza e desinfecção; 
o Objetivo: levar as instalações, em 
termos sanitários, para o nível de uma 
instalação nova, como se nunca 
tivesse sido utilizada. 
 
 
Observações: 
o Limpeza, lavagem de desinfecção bem 
feitas levam a qualidade sanitária da 
baia para um nível de uma instalação 
nunca utilizada. Já quando são mal 
feitas podem levar a um aumento da 
concentração de patógenos, que 
ultrapasse o limiar para 
desencadeamento de doenças, 
causando diarreias etc. 
 
 
Sempre trabalhar com check lists: 
 
Observações: 
o Ajudam o funcionário a se orientar e 
não pular nenhuma etapa, ou seja, no 
cumprimento das atividades da 
maneira correta  O plano de 
biosseguridade estabelece uma série 
de check lists para auxiliar no 
cumprimento das atividades. 
 
 Limpeza e Desinfecção – Principais 
falhas 
 Remoção incompleta dos dejetos antes 
dos procedimentos – muitos 
desinfetantes não vão ter ação 
adequada sobre matéria orgânica; 
 Mão de obra desqualificada ou não 
treinada adequadamente; 
 Lavagem insuficiente com quantidade 
e pressão de água inadequada; 
 Falta de desinfecção de paredes, tetos, 
cortinados, equipamentos etc.; 
 Falta de limpeza e desinfecção nas 
áreas externas; 
 Falta de limpeza e desinfecção de 
veículos que circulam dentro da 
propriedade; 
 Não deixar ainstalação secar após a 
lavação e/ou após a desinfecção; 
 Tempo de vazio sanitário insuficiente. 
 
 Tipos de manejo das instalações 
Forma como os animais de diferentes idades 
e fases são mantidos e transitam nas 
instalações. 
Sistema de manejo contínuo (SMC): 
Fluxo contínuo (entra e sai de animais): 
suínos de diferentes idades mantidos na 
mesma instalação e a transferência de lotes 
ocorre sem limpeza e desinfecção prévia. 
 
Sistema de manejo “todos dentro todos fora” 
(all in – all out): 
o Formação de lotes de animais que são 
transferidos de uma instalação a outra 
dentro da granja todos ao mesmo 
tempo; 
o Permite a limpeza, desinfecção 
adequada das instalações (que estarão 
vazias) e o correto período de vazio 
sanitário (só consegue ser feito 
nesse sistema), quebrando o ciclo 
patogênico que possa estar instalado 
no ambiente. 
 
O sistema de manejo adotado pode 
influenciar na higienização das salas e 
consequentemente prejudicar a 
biosseguridade da granja. 
 
 Correto período de vazio sanitário 
O vazio sanitário é uma ação complementar: 
 Corresponde ao período em que a 
instalação permanece vazia após a 
limpeza e desinfecção; 
 O que se recomenta é algo em torno de 
7-10 dias, que só terão validade se o 
local for fechado ao trânsito de 
pessoas; 
 É o período entre a higienização da 
granja e o alojamento do lote seguinte. 
 Objetivo: reduzir a carga de 
microrganismos patogênicos (deixar a 
instalação descansar antes da entrada 
de um novo lote) e, consequentemente, 
os desafios microbiológicos ao qual os 
suínos são expostos durante o período 
de produção. 
Período de vazio inadequado pode 
aumentar a incidência de doenças no 
sistema, afetando negativamente o 
desempenho dos animais e resultando em 
aumento dos custos de produção. 
 
Importante: 
o 7 dias não é a realidade para 
maternidades e creches nos sistemas 
de produção, onde acaba sendo 
comprometido devido ao maior fluxo de 
animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução da concentração de agentes 
patogênicos na maternidade de acordo com o 
manejo adotado: 
 
 
Observações: 
Exemplo: maternidade 
Manejo contínuo: 
Ocorrência de partos o tempo todo dentro 
da instalação, promovendo simultaneidade 
entre porcas com leitões recém-nascidos e 
fêmeas com leitões mais velhos. 
A medida em que se desmama algumas 
fêmeas a pressão de infecção cai (2) 
indicando que algumas gaiolas foram lavadas 
e desinfetadas. Porém, chega a um ponto em 
que a concentração de agentes patogênicos 
ultrapassa o limiar de infecção, devido a não 
ser possível realizar o manejo de limpeza e 
desinfecção da instalação, e permite a 
ocorrência de patologias como diarreia, 
pneumonia, etc. aumentando a taxa de 
mortalidade, principalmente dos leitões. 
 
Todos dentro-todos fora: 
As fêmeas são alojadas e desmamadas 
juntas, permitindo que a sala fique vazia para 
a limpeza e desinfecção. Por isso, há redução 
do nível de infecção, sempre mantendo o 
limiar patogênico o mais baixo possível. 
Excepcionalmente, em alguns momentos a 
concentração de patógenos pode ultrapassar 
o limiar para surgimento de doenças, porém, 
uma vez que o procedimento de limpeza e 
desinfecção é aplicado novamente a 
qualidade sanitária da instalação é 
reestabelecida. 
 
 Comparação entre sistemas de 
manejo de suínos no desempenho 
 
 
Observação: 
o Animal doente com o sistema imune 
ativado (desafiado por exposição a 
patógenos) deixa de ter o consumo e, 
consequentemente, o ganho de peso 
(deposição muscular) como prioridade 
metabólica e apresenta pior 
desempenho pior  Mais tempo 
ocupando as instalações, demandando 
mais mão de obra e uso de 
medicamentos, e maior consumo de 
ração e produção de dejetos. 
O animal passa a ter como prioridade 
metabólica a atenção ao sistema imune 
para responder ao desafio causado pela 
exposição a patógenos! 
 
 
 
 
 
 A condição higiênica/sanitária da 
baia interfere no desempenho dos 
suínos nas diferentes fases de 
crescimento 
 
 
 
 
Observação: 
o A exposição do animal a patógenos 
resulta na estimulação do sistema 
imune, o que altera o metabolismo, 
principalmente de nitrogênio e 
aminoácidos, desses animais, que 
deixam de ter o ganho de peso 
(deposição muscular) como prioridade 
 Redução da deposição proteica e, 
consequentemente, muscular  Não é 
possível explorar o ótimo do potencial 
genético dos animais, mesmo 
utilizando genética de ponta e 
fornecendo ração formulada para 
atender a exigência dos animais. 
 
 
Não permite alcançar o ótimo do potencial 
da genética! 
 
 
Observação: 
o Alterações no metabolismo do N e de 
aminoácidos resulta em aumento do 
anabolismo no fígado e aumento do 
catabolismo na musculatura 
esquelética e tecido adiposo; 
o Os nutrientes são desviados para 
órgãos viscerais como o fígado, onde 
serão usados para gliconeogênese, 
síntese de proteínas de fase aguda e 
outros metabólitos relacionados a 
resposta imune visando dar suporte a 
resposta imunológica. 
 
 Incidência de doenças no sistema de 
produção 
 Afeta negativamente o consumo de 
ração e o crescimento dos animais; 
 Resulta em redução da eficiência 
alimentar; 
 Resulta em aumento dos custos de 
produção – envolvendo gastos com 
medicamentos; 
 Reduz o bem estar dos animais; 
 Aumenta a necessidade de uso de 
medicamentos; 
 Resulta em aumento da excreção de 
nutrientes e no impacto ambiental. 
Prejuízo econômico! 
 
 
c. Controle de roedores 
 Ratos podem espalhar doenças (vetores de 
uma série de doenças) de áreas 
contaminadas para não contaminadas por 
pelas fezes, patas, pelos, urina, saliva e 
sangue; 
 Infestações de ratos representam 
significativa redução na disponibilidade de 
ração  Um rato pode consumir 1kg de 
ração/semana e contaminar até 10x este 
volume. 
 
 
 
Importante: 
 Verificar permanentemente a presença 
ou sinais de roedores, como fezes, 
trilhas, marcas de gordura, roeduras, 
odor de urina e presença de roedores 
 
Observação: 
o Terceirizar o serviço contratando 
empresas específicas para esse tipo de 
controle  Verificação permanente da 
presença ou sinais de roedores dentro 
da granja. 
 
 Deve-se conhecer o nível de infestação 
e as espécies predominantes 
 
Observações: 
o Norteia o tipo e localização da isca; 
o Observar ratos de dia dentro da granja 
indica nível alto de infestação. 
 
 Avaliação em função da espécie 
 
 
d. Controle de moscas 
 Vetores de vírus, bactérias e fungos; 
 Desconforto para os funcionários; 
 Estresse para as porcas e leitões 
(maternidade). 
 
 
 
Importante: 
o Realizar a limpeza frequente das 
instalações, principalmente o entorno 
dos prédios, para evitar a proliferação 
de ratos e moscas  Evitar acúmulo de 
sobras de ração pelos corredores, pois 
associada a umidade facilitam a 
proliferação de moscas; 
o Para o controle de moscas, 
recomenda-se o controle integrado. 
Ou seja, medidas mecânicas 
direcionadas ao destino e tratamento 
de dejetos somado ao controle químico 
(aplicação de substância químicas com 
efeito mortal para moscas adultas, 
jovens ou fase larval)  Contratar 
serviço especializado. 
 
e. Quarentena 
A introdução de animais de reposição no 
sistema de produção representa um sério 
risco para a biosseguridade da granja. Por 
isso, deve-se estabelecer um protocolo e 
segui-lo de forma restrita: 
 Os animais adquiridos devem ser 
provenientes de granjas com garantia 
de alto status sanitário; 
 Animais recém-adquiridos devem 
apresentar melhor ou o mesmo 
status/padrão sanitário da granja que 
os adquiriu – apesar disso, o risco de 
introdução de doenças existe; 
 Estes animais não devem ser 
introduzidos diretamente em contato 
com os animais já mantidos na granja 
de destino. 
 
Instalação específica construída fora e 
afastada da granja que vai receber os animais 
por um determinado período: 
 
Observação: 
o O período de quarentena deve ser 
maior que o período de incubação 
das doenças para que os possíveis 
sinais clínicosde manifestem nessa 
fase. 
 
Cronograma: 
o Observação clínica para detectar 
doenças 2x ao dia nos primeiros 15 
dias e 1x ao dia no período restante – 
buscar sinais clínicos como espirro, 
tosse, diarreia, presença de sangue ou 
muco nas fezes, alterações cutâneas, 
animais com flanco vazio (ou seja, que 
não estão consumindo), problemas de 
aparelho locomotor; 
o Uso de rações sem antimicrobianos 
para não mascarar possíveis animais 
incubando doenças; 
o Os animais que adoecem não são 
medicados antes do exame clínico e da 
coleta de materiais para análise; 
o Os funcionários do quarentenário não 
podem ter contato com os animais da 
granja de origem; 
o Os animais recém-adquiridos devem 
ser tratados contra sarna, 
vermifugados e vacinados contra 
doenças endêmicas existentes na 
granja. 
 
Origem dos animais: 
Adquirir animais e/ou sêmen de granjas com 
certificado GRSC (Granja de Reprodutores 
Suídeos Certificada) – MAPA. 
Certificado GRSC, animais livres de: 
o Peste suína clássica; 
o Doença de Aujesky; 
o Brucelose; 
o Tuberculose; 
o Sarna; 
o Livre ou controlada para Leptospirose. 
De preferência adquirir animais de uma 
única origem (granja multiplicadora), pois 
o aumento no número de origens leva a 
aumento potencial do risco de introdução 
de doenças na granja. 
 
Atualização do programa de biosseguridade: 
Deverá ser feita em função: 
o Da situação clínico-epidemiológica do 
sistema de produção ou da região onde 
está localizado; 
o Ajustar o programa para corrigir falhas; 
o Novas exigências de clientes com 
relação à saúde dos suínos; 
o Nova legislação de saúde animal 
regional ou nacional. 
O programa deve ser flexível e dinâmico! 
 
f. Auditorias 
Componente fundamental: pelo menos três 
auditorias anuais completas ao sistema sem 
aviso prévio para não mascarar possíveis 
falhas que devem ser identificadas para serem 
corrigidas: 
 Ferramenta para avaliar o 
cumprimento/execução do plano de 
biosseguridade e suas tarefas; 
 Para cada componente criar um guia 
de auditoria com os principais pontos 
a serem avaliados; 
 Seguir um check list para assegurar a 
objetividade e quantificar cada 
atividade/tarefa; 
 Cada tarefa auditorada recebe uma 
pontuação/índice – possibilita 
comparar com outras auditorias para 
verificar se houve melhora. 
 
 
Pontuações de níveis de biosseguridade 
estabelecidos pelo MAPA (IN 19 de 
15/02/2002) – vulnerabilidade à entrada de 
patógenos 
 
Observação: 
o Permitem a obtenção de resultados em 
números ou percentuais de 
atendimento ao plano de 
biosseguridade, facilitando a 
compreensão da situação do sistema. 
 
Objetivo: evidenciar, através de um processo 
sistemático e documentado via check list, que 
as atividades estão sendo desenvolvidas 
seguindo o que foi preconizado no manual de 
biosseguridade, que as pessoas estão 
executando as tarefas com conhecimento e 
que a implementação das atividades está 
sendo eficaz de acordo com os objetivos da 
granja. 
 
Fundamental para saber em que pontos o 
plano de biosseguridade está sendo 
atendido e em quais precisa ser 
melhorado. 
 
Responsabilidades dos participantes nas 
auditorias: 
 
Quem executa as auditorias? Pode ser a 
própria gerencia da granja (equipe de 
auditores que conheçam os processos e o 
plano de biosseguridade), ou podem ser 
conduzidas por empresas que prestam este 
tipo de serviço (nestes casos, sempre focando 
no conhecimento e idoneidade). 
 
g. Qualidade da água 
Avaliar a qualidade microbiológica a cada 6 
meses: 
 Os reservatórios de água da granja 
devem estar protegidos e fechados 
para impedir o acesso de insetos, 
roedores e outros animais; 
 Fazer a limpeza e desinfecção dos 
reservatórios a cada vazio sanitário, 
antes do alojamento do próximo lote; 
 A granja que utiliza água superficial 
(córregos, fontes ou poços superficiais 
ou de captação da chuva) para 
fornecimento aos animais deve realizar 
obrigatoriamente sua desinfecção por 
cloração; 
 Em granjas que usam água de poço 
profundo/artesiano, sua cloração 
somente será necessária se no exame 
microbiológico para coliformes fecais 
indicar contaminação; 
 A água clorada deverá apresentar 
entre 1 e 3 ppm de cloro na saída do 
bebedouro; 
 A granja deverá documentar estes 
procedimentos e manter os registros no 
escritório. 
 
h. Educação continuada 
Refere-se ao treinamento contínuo de todos 
os envolvidos no programa de 
biosseguridade, desde o proprietário até os 
funcionários: 
 O programa de biosseguridade será de 
pouco ou nenhum valor se as pessoas 
que cuidam dos animais não 
acreditarem nos conceitos e 
aplicações; 
 Devem ser abordados os aspectos 
conceituais e técnicos com os 
funcionários, deixando claro o objetivo 
do programa de biosseguridade – 
porque é importante realizar todas as 
tarefas. 
 
 
 
Aspectos conceituais e técnicos a serem 
abordados: 
o Objetivos do programa de 
biosseguridade; 
o Riscos associados com contato com 
outros suínos (granjas, feiras, em casa 
etc.); 
o Como a biosseguridade melhora o 
desempenho animal, minimiza 
doenças, reduz o uso de 
medicamentos, reduz perdas por morte 
e melhora a qualidade da cadeia da 
carne suína; 
o Normas de biosseguridade não são 
negociáveis; 
o Treinamentos para conseguir 
reconhecer sinais de doença no 
rebanho; 
o Onde reportar imediatamente qualquer 
sinal não usual de doenças ou morte 
sem explicação; 
o Entender o objetivo das auditorias – 
não é a punição dos funcionários, mas 
sim a identificação de pontos de não 
conformidade e sua correção. 
 
 Considerações finais 
 O programa de biosseguridade deve 
ter objetivos claros e envolver 
TODAS as pessoas da empresa; 
 Auditorias de rotina são PARTES 
ESSENCIAL do processo e é através 
destas que muitas adaptações, ajustes 
e melhorias estarão sempre sendo 
realizadas; 
 A avaliação do custo-benefício de 
alguns procedimentos ou de todo o 
programa de biosseguridade deve ser 
realizada por profissionais de diversas 
áreas para que os custos de cada 
procedimento possam receber a 
melhor avaliação possível e definir o 
nível de abrangência do programa para 
o sistema. 
 
22/09/2020 
 Importância do plantel de reposição 
 Substituir reprodutoras descartadas ao 
longo do processo produtivo por 
diferentes razões – é preciso ter um 
plantel de fêmeas (leitoas e marrãs) 
aptas para substituir as matrizes 
descartadas, mantendo o tamanho do 
grupo de cobertura (número de fêmeas 
por grupo de cobertura) e o fluxo de 
produção de leitões; 
 Animais de alto potencial genético 
(fêmeas selecionadas) e com custo 
elevado de aquisição ou de produção 
(se o sistema/granja produz as próprias 
marrãs/futuras matrizes); 
 Influência direta na lucratividade do 
sistema em função da quantidade de 
animais terminados produzidos/vida útil 
da fêmea na granja – sempre trabalhar 
buscando longevidade de matrizes, 
que devem ficar no sistema pelo menos 
até o 6º parto, parindo leitegadas 
grandes e desmamando grande 
número de leitões mais pesados  
O sucesso da longevidade começa na 
preparação das marrãs para a 
primeira lactação. As fêmeas devem 
passam por uma série de manejos, 
como adaptação sanitária e indução 
da puberdade precoce visando 
atender os requisitos mínimos para 
realização da primeira IA e para que a 
fêmea venha a parir e saia do 
desmame com condição corporal 
adequada, não comprometendo o 
próximo parto; 
 Exige pessoal capacitado devido a 
todas as questões dos manejos 
específicos com a categoria – devem 
ser capacitados para trabalhar com 
mais de um programa de cobertura, 
detecção de cio, manejo de indução da 
puberdade (1º cio de forma normal: 220 
dias), definição de protocolos para a 
primeira IA etc. 
 Risco potencial de introdução de 
doenças na granja – espera-se que o 
padrão sanitário dos animais seja 
melhor ou igual ao padrão sanitário da 
granja de destino, considerando a 
aquisição de fêmeas provenientes de 
empresas de genética certificadas; 
 A atenção dada ao manejodo plantel 
determina a taxa de reposição da 
granja – foco em longevidade (preparar 
bem a marrã para o início da vida 
reprodutiva); 
 Custos relacionado com 
aquisição/produção, instalações 
específicas para a categoria, mão de 
obra, alimentação, medicamentos etc. 
 
 Principais causas de descarte de porcas 
 
Observação: 
o Dentre as principais causas de 
descarte, as falhas reprodutivas são as 
mais importantes devido a maior 
incidência e consistência. 
 
 
Observações: 
o Descarte voluntário: caráter 
econômico; 
o Descarte involuntário: questões 
biológicas  Falhas reprodutivas sãos 
as principais razões para descarte 
(13,1%) dentro do grupo. 
 
 
Observação: 
o A maior parte dos descartes está 
relacionada a falhas reprodutivas, 
especificamente na categoria marrãs 
(38,8%). 
 
 
Observação: 
o As categorias que mais contribuem 
para o percentual de descarte por 
falhas reprodutivas são as de fêmeas 
jovens (marrãs e principalmente 
fêmeas de 1º parto). 
 
 Principais falhas reprodutivas 
Causas gerais de falha reprodutiva: 
 Retorno ao estro; 
 Anestro; 
 Abortamento; 
 Fêmeas vazias ao parto – fêmeas 
inseminadas e não retornaram o cio 
após a cobertura, porém, a medida em 
que se aproximam do parto não há 
sinais de distensão abdominal e nem 
de desenvolvimento do complexo 
mamário  Causas: permanência de 
corpos lúteos funcionais ou falha de 
manejo (detecção do retorno ao cio). 
↓ 
 Interferem na produção; 
 Aumentam os DNPs (dias não 
produtivos) – a cada retorno ao estro a 
fêmea acumula 21 dias (ciclo estral) 
não produtivos; 
 Elevam a taxa de descarte; 
 Causam importantes perdas 
econômicas. 
 
a) Retorno ao estro 
 Falha mais importante observada nas 
granjas por ser a mais comum e por 
vezes a de maior ocorrência; 
 Representa o maior percentual de 
perdas gestacionais; 
 Dificulta que o sistema alcance as 
metas de taxa de parto estabelecidas; 
 Importante parâmetro para medir a 
eficiência do manejo reprodutivo; 
 Perdas econômicas estão envolvidas 
no aumento dos dias não produtivos; 
 Influência a taxa de reposição do 
plantel – deve-se definir quantas 
chances serão dadas para a fêmea 
dentro do sistema (cobrir retorno, 
retorno do retorno etc.). 
 
Fatores que influenciam o DNP: 
o Dias em anestro após o desmame 
(intervalo desmame-cio – IDC) – fêmea 
vazia não produzindo  impacta 
também na taxa de parto e como 
consequência na produção de 
leitões/fêmea dentro do sistema; 
o Repetição de cio após o desmame – a 
cada repetição a fêmea acumula 21 
dias não produtivos; 
o Dias de demora para o descarte de 
fêmeas – fêmea não produtiva 
ocupando instalação, demandando 
ração e mão de obra; 
o Dias do intervalo entra a 
cobertura/inseminação e a morte ou 
aborto; 
o Dias desde a entrada das leitoas no 
plantel reprodutivo até a sua cobertura 
efetiva. 
 
A admissão de fêmeas no plantel de 
reprodução somente a partir do primeiro 
serviço/inseminação mascara/subestima 
os impactos dos DNP e dos custos de 
produção  Contabilizar os DNP a partir 
do momento em que a leitoa entra no 
sistema! 
 
DNP = todos os dias em que a fêmea não está 
produzindo (a fêmea é produtiva quando está 
gestante ou lactante) 
 
DNP = 365 – [PFA x (PG + PL)] 
 
PFA = parto/fêmea/ano; 
PG = período de gestação; 
PL = período de lactação. 
 
 
Observação: 
o É possível dar uma segunda chance 
(cobertura do retorno), mas é preciso 
uma avaliação mais acurada, 
avaliando dados e histórico dos 
animais presentes no sistema 
(principalmente em relação a redução 
da taxa de parto e novo retorno ao 
estro) para tomar uma decisão de 
caráter mais técnico  Evita o descarte 
equivocado, por falhas que não devem 
ser atribuídas as matrizes; 
o Não se deve dar terceira chance (cobrir 
o retorno do retorno) devido ao 
aumento do retorno ao estro. 
 
 Relação entre dados, informação e 
conhecimento 
A coleta de dados dá subsídio para avaliação 
de situações e tomada de decisões mais 
técnicas. 
Dados: 
 Informações desestruturadas (números 
soltos) importantes para o 
gerenciamento; 
 Representam eventos ocorridos antes 
que tenham sido organizados ou 
arranjados de maneira que as pessoas 
possam entende-los e usá-los. 
Informação: 
 De posse dos dados se agrega 
informação: dado com significado, que 
está estruturado de forma adequada, 
facilitando seu entendimento e à sua 
utilização. 
Conhecimento: 
 Com base na informação, agrega-se o 
conhecimento: Capacidade adquirida 
por alguém de caracterizar o evento, 
detectar problemas de forma precoce e 
interpretar e ser capaz de tomar 
decisões com base em um conjunto de 
informações para contornar problemas. 
 
 
 
A forma mais fácil de trabalhar é através de 
gráficos (visão mais global): 
 
 
Interpretando registros de retorno: 
É importante que a granja trabalhe com 
avaliações continuadas via geração de 
relatórios: 
o Relatórios mensais; 
o Relatório por ordem de parto – 
estratificação; 
o Relatório semanais. 
 
Auxiliam a planejar o orçamento e a ter 
um controle/monitoramento mais acurado 
da produção e dados reprodutivos. 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
 
Observação: 
o A granja permaneceu muitos meses 
convivendo com altas taxas de retorno 
ao estro  O ideal seria que o problema 
fosse identificado logo para que se 
tomassem ações visando solucioná-lo 
o mais rápido possível. 
 
 
Observações: 
o Fêmeas nulíparas, primíparas e 
secundíparas tendem a apresentar 
maiores taxas de retorno ao estro, 
enquanto que as de ordem de parto 
superiores a três tendem a apresentar 
menores taxas. 
 
 
Observações: 
o Ajuda a compreender os eventos 
dentro de determinado grupo de 
cobertura; 
o Importante para não atribuir as falhas a 
matriz quando as mesmas podem 
ocorrer devido a erros no sistema ou no 
manejo. 
 
 
Funcionário pode ser um fator de 
variação. 
 
 
 
Observações: 
o Taxa ideal: 45%  Significa que quase 
metade do plantel vai ser substituído 
dentro de 1 ano; 
o Impacto considerável quando o 
sistema trabalha com taxas de descarte 
elevadas. Em alguns cenários pode ser 
que a venda da matriz cubra os gastos 
para reposição de marrãs, empatando 
os gastos, porém, o alto percentual de 
fêmeas jovens no plantel traz uma série 
de implicações para a eficiência 
produtiva e reprodutiva. Por exemplo, 
marrãs e fêmeas de 1º parto são as 
categorias mais predispostas a 
problemas reprodutores (as que mais 
contribuem no descarte). 
 
 
 
Observações: 
Alta taxa de reposição = Alto % de fêmeas 
jovens na composição do plantel de 
matrizes: 
o Reflete em maiores taxas de problemas 
reprodutivos, menos leitões/leitegada, 
leitões mais leves/leitegada e 
comprometimento dos próximos partos 
caso as marrãs não forem bem 
preparadas para o primeiro parto, já 
que esses animais apresentam maior 
catabolismo devido a associação entre 
crescimento e necessidade de maior 
produção de leite; 
o Compensa para o sistema repor 
quando a produtividade de 
leitões/leitegada das matrizes for 
menor de que a das marrãs. 
 
 
Observação: 
o Menor concentração de 
imunoglobulinas séricas = Colostro de 
menor qualidade. 
 
Observação: 
o Colostro de menor qualidade = Piora na 
transferência de imunidade passiva = 
Menor eficiência na capacidade de 
resposta dos leitões a desafios 
sanitários  Leitões adoecem mais 
(impacto acumulado durante a vida da 
progênie no sistema). 
 
 
Observação: 
o Menor concentração de prolactina nas 
fêmeas jovens resulta em menor 
capacidade de produção de leite. Além 
disso, a capacidade de consumo de 
ração destas fêmeas chega a ser 20% 
menor quando comparada a fêmeas de 
3º ou 4º parto devido ao tamanho do 
TGI. 
 
 
 
Observação: 
o Comprometimento no desempenho da 
progênie  Menor consumo de ração = 
Menor ganho de peso. 
 
 
Observação: 
o Animais levam mais dias para atingir o 
peso de abate, o que aumenta o custo 
de produção juntamente com o maior 
gasto com medicação. 
 
 
 
Taxa de reposição: 45% ao

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