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Efeitos sociais, eficácia e adequação interna das normas jurídicas

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Ana Luiza Bittencourt 
SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA 
Efeitos sociais, eficácia e adequação interna das normas jurídicas 
Sobre a definição e as dimensões da eficácia da lei existem grandes controvérsias entre 
os sociólogos do direito. Tem-se os termos: eficácia; eficácia social; efetividade e eficiência do 
direito. 
A análise das repercussões socias de uma norma jurídica formalmente válida pode ser 
feita em 3 perspectivas: efeitos da norma; eficácia da norma e adequação interna da norma. 
Efeitos da norma 
Qualquer repercussão social ocasionada por uma norma constitui um efeito social da 
mesma. Ex.: uma lei estadual estabelece um aumento de 50% dos impostos a serem pagos por 
empresas de capital estrangeiro. Algumas empresas decidem deslocar-se para outros estados, 
onde a tributação é muito menor > não estamos diante de um descumprimento da lei > a decisão 
tomada por essas empresas é apenas um efeito da lei. 
Eficácia da norma 
Trata-se do grau de cumprimento da norma dentro da prática social. Uma lei é eficaz se: 
• É respeitada por seus destinatários ou... 
• quando sua violação resulta em punição do Estado; 
*É possível ser eficaz e não ser eficiente, veja: 
- Eficaz = a lei tem que atingir seu objetivo; 
- Eficácia = quanto mais a lei for obedecida ou as pessoas forem punidas por desobedece-la, 
mais ela atinge a eficácia > tem validade (pertencimento da norma ao ordenamento), tem 
vigência (possibilidade, em tese, de produção de efeitos) e tem eficácia (possibilidade concreta 
de produção de efeitos). 
 Existem dois tipos de eficácia: 
• Eficácia do preceito ou primária = resulta do cumprimento espontâneo da norma; 
• Eficácia da sanção = resulta da intervenção repressiva do Estado. 
- Na realidade as normas jurídicas nunca são plenamente eficazes. Por mais que as autoridades 
de um Estado se empenham em descobrir e punir todas as violações de normas, sempre há 
casos de transgressão que permanecem impunes. 
- Uma pesquisa empírica pode determinar o grau de eficácia de uma norma: 
 
• q = quota de eficácia = indica a relação entre a eficácia e a ineficácia da norma; 
• E = n° de casos em que a norma foi eficaz (efeitos primários e secundários); 
• S = n° total de situações típicas (em quantos casos a norma deveria ser aplicada). 
qE = E/S 
- O sociólogo pode medir isso, mas é difícil estabelecer algumas coisas. Ex.: quantos motoristas 
existem no Brasil? Tem gente que tem carteira e não dirige; tem gente que não tem carteira e 
dirige; tem gente que tem carteira e por algum motivo está debilitado de dirigir no momento, 
etc. Existem muitos dados, pessoas e exceções que dificultam essa conta. 
- Resumindo, a quota de eficácia indica a distância entre o direito estabelecido na norma legal 
(o dever ser jurídico) e o direito “em ação” (o grau de cumprimento do direito na realidade 
social). 
Adequação interna da norma 
Trata-se da capacidade da norma em atingir a finalidade social estabelecida pelo 
Legislador. Uma norma jurídica é considerada internamente adequada se as suas 
consequências, na prática, permitem que sejam alcançados os fins estabelecidos pelo legislador. 
Ex.: o legislador queria diminuir a poluição na cidade. Os proprietários respeitam a norma de 
rodízio, mas todos compram um segundo veículo, desvirtuando a finalidade da lei. Ou seja, 
mesmo sendo cumprida, a norma não conseguiu alcançar seus fins. A lei revela-se imprópria em 
relação à sua finalidade social (diminuição da poluição). 
Resumo 
- Efeito da norma = pode ser qualquer comportamento social causado pela mesma norma, tais 
como debates televisivos sobre o tema, notícias veiculadas pelo jornal, etc. 
- Eficácia da norma = grau de cumprimento da norma por parte das pessoas e o controle de sua 
aplicação pela polícia. Se a norma em questão não possui nenhuma eficácia, então se fala em 
letra morta ou em direito no papel. 
- Adequação interna da norma = nos indica se o respeito à norma é suficiente para alcançar os 
objetivos do legislador.

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