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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG GEOGRAFIA ECONÔMICA Questões para o exame “ As novas necessidades do capitalismo deveriam implicar no desenvolvimento de uma teoria do espaço posta a serviço do capital. Desde a Segunda Guerra mundial, um número crescente de economistas começou a se interessar por problemas do espaço, enquanto os geógrafos preocuparam-se mais com problemas econômicos. (...) Quando a economia começou a servir os interesses do capital, teve que se libertar do homem, isto é, da história. (...) A economia também teve que por de lado o espaço – espaço social – encarado como natureza transformada pelo homem. (...) A nova ciência espacial deveria, portanto, basear suas reflexões numa ciência econômica a- espacial . Foi assim que se chegou ao paradoxo de uma ciência regional desprovida da natureza e do homem.” (Milton Santos: 1979) 1) No texto acima, Milton Santos faz uma crítica à Economia por esta ter negligenciado o espaço social em suas análises. Neste sentido, explique porque o espaço geográfico é variável relevante para o planejamento regional? R. –Devido ao conteúdo diferencial do espaço - O espaço físico e natural como um todo, necessita ser planejado, melhorando a relação entre recursos físicos e humanos. São as características diferenciadoras de cada espaço que o convertem em variável. 2) Ainda com base nas palavras de Milton Santos, está implícito o fato de em economia regional, geografia econômica e planejamento regional ser impossível falar-se em “equilíbrio espacial”. Comente, a luz das leis da funcionalização do espaço, como se pode reduzir desequilíbrios espaciais de emprego e renda. R. – Com a polifuncionalização do espaço, se reduz o desequilíbrio de emprego de renda. Com a implementação de empresas variadas o risco de perda de espaço diminui. 3) Fazendo uso dos conceitos de fixos e fluxos, explique a relação existente entra as frases: “A organização espacial é necessária para superar o espaço” e “Na realidade, é impossível superar-se o espaço.” R. O grande objetivo do capitalismo é a anulação do espaço pelo tempo, com isso foi necessário a organização do espaço em pontos fixos de produção e comércio sendo entre eles os fluxos de mercadorias, de possas, de informação, etc. No entanto mesmo com toda essa organização é impossível anular(superar) o espaço pois as distancias sempre irão existir. Dessa forma quando falamos da organização espacial realizada pelos agentes de produção, sempre haverá a necessidade de encurtar distâncias pela redução de tempo, mas nunca superá-las. 4) A transferência geográfica de Valor (TGV) desempenha importante papel na dinâmica do desenvolvimento desigual. Explique.(1,0) R. – Quando uma indústria como exemplo, se instala em determinado espaço geográfico, essa se apropria de todas as vantagens locais, como recursos hídricos, logística, mão-de-obra e etc. Mas o seu retorno para a sociedade onde se instala não é proporcional, enviando os lucros para matriz. 5) O papel do estado, após a segunda Guerra Mundial, é implementado diretamente na produção do espaço territorial, não como uma atividade periférica, mas como uma problemática essencial. Comente. R – Após a 2ª Guerra Mundial percebeu-se a necessidade da ação de um agente regulador e organizador da sociedade e dos meios de produção. Não era possível o capital privado dar conta de toda estrutura social de produção. É a intervenção do Estado com o agente que produz arranjos diversos no espaço que possibilitou que o capitalismo possa se desenvolver e se reproduzir. É o estado que organiza a infra- estrutura, vias de locomoção, planejamento urbano e toda atividade ligada a produção do espaço territorial. R. – Estado sai de seu papel mais cômodo e dócil para o de um poder hegemônico e de autoridade. Através de veículos como o planejamento nacional Keynesiano e a organização da demanda, políticas de bem-estar, várias formas de capitalismo estatal monopolista, e a emergência do capital transnacional, o Estado foi capaz de penetrar cada vez mais profundamente nas relações de produção, dando forma não só ao processo de trabalho mas também aos circuitos de acumulação, troca e consumo. Assim fazendo, ele obrigatoriamente entrou de modo mais direto e extensivo na produção do espaço, não como mero adjunto para a expansão do seu poder mas como seu instrumento mais eficaz. Sua noção de “sistema estatal” (modo de produção estatal) representa vivamente a penetração do Estado no espaço da vida cotidiana, sua expressão simbólica na monumentalidade arquitetônica, sua produção do espaço de lazer controlado, seu comando do ambiente construído e, mais amplamente, sua transformação proposital da forma urbana capitalista clássica, com sua explosiva concentração de trabalhadores e locais de trabalho, na “indústria social” dispersa, fragmentada e descentralizada da cidade do capitalismo tardio. Esta representa um espaço mais complexo, proposto em resposta à crise para realizar o controle cada vez maior do trabalho (através da fragmentação de classe e uma profunda divisão territorial do trabalho) para estimular a expansão do consumo privado (via suburbanização, a auto-estrada e os serviços de assistência ao consumidor), para dirigir mais efetivamente o consumo coletivo e a exploração de externalidades (através do planejamento urbano), e para acomodar a estrutura mutável da própria produção capitalista (na renovação de áreas centrais para servir à administração do Estado e ao capital internacional). 6) Fazendo uso do Pólo Naval e Offshore de Rio Grande, diferencie verticalidade de horizontalidade. R. – Verticalidade – Nos diz respeito a interligação entre pontos descontínuos que realizam trocas comerciais em caráter global e regional. Ex. Rio Grande – Pólo Naval com o comércio chinês Horizontalidade – Nos diz respeito a interligação entre pontos não descontínuos que pertencem a uma região, realizando atividades comerciais. Ex. Rio Grande – Pelotas. 7) A busca por equalização espacial intensifica a diferenciação espacial. Comente. R. – a transferência geográfica do valor (TGV) pode ser definida como o mecanismo ou processo através do qual o valor produzido num local ou numa área é pelo menos parcialmente realizado e, portanto, contribui para a acumulação localizada em outra parte. A TGV é tanto um produto como uma força material direcionando o desenvolvimento capitalista e deve assim ser interpretada. A TGV é uma conseqüência direta do desenvolvimento desigual do capitalismo no tempo, no espaço e em sua estrutura. Em combinação com as forças que formam a concentração geográfica e a centralização do capital e que definem a divisão territorial do trabalho, a TGV também auxilia a constituir o “espaço herdado” do capital e, portanto, tem um papel na dinâmica da diferenciação/equalização espacial e nos conflitos, crises e contradições aí engendradas. ATGV opera em todas as escalas geográficas dentro da estrutura hierárquica do desenvolvimento geograficamente desigual. Logo, ela é parte essencial da estrutura centro/periferia, fundamental a sua gênese, a sua extensão espacial em escala global, e também a sua contínua reprodução. 8) A escala do lugar não corresponde a escala de ação. Comente. R. – Equalizar o espaço é inserir nele modificações, tecnológicas, físicas e sociais. Quando através de atividades de produção tenta-se equalizar o espaço porém se revela uma diferenciação, pois os modos de produção dotados das malhas técnicas estão sempre em transformando o modo de produção. Assim ocorre uma disputa não só para igualar o modo de produção mais também superá-la. Dessa forma, toda essa competição dinâmica revela no espaço, processos socioeconômicos que irão gerar funcionalidades distintasao espaço. 9) A circulação do dinheiro, muito estreitamente controlada, pode desorganizar/desestruturar os territórios, em todas as escalas espaciais. Explique. R. – Se cortar o fluxo de dinheiro corta tudo, por exemplo, a crise fiscal que assola os estados que não tem nem dinheiro para pagar o funcionalismo, está quebrando com a economias, por que aquela pessoa que era garantido receber (que é o servidor público) não esta recebendo e fica inadimplente ou seja, não tem dinheiro circulando, isso é uma forma de desorganizar/desestruturar os territórios. 10) A base técnica de produção fordista caracterizou-se por ser intensiva em energia, ao passo que a base técnica pós-fordista/neofordista caracteriza-se por ser intensiva em informação e conhecimento. Esta mudança de padrão trouxe profundas transformações na organização espacial da produção industrial. Do ponto de Vista locacional, quais fatores passaram a ser mais relevantes para as empresas de alta tecnologia no novo regime de acumulação? R. – Mão de obra qualificada, Proximidade com universidades, logística. 11) Por mais que a técnica descanse nos procedimentos objetivos das ciências, não forma um sistema independente, existindo como elemento de uma cultura humana que promove o bem e o mal segundo os grupos que elas exploram programem o bem ou mal. N a realidade, uma técnica não é boa nem má. Comente R. – Quando se faz uso político de qualquer tecnologia ou objeto técnico, pois qualquer objeto não é um ser vivo então não tem sentimentos, nós é que escolhemos como utilizar se para bem ou pro mal. Ex. pode-se usar a rede social para difamar uma pessoa ou pose-se utilizá-la pra ajudar a salvar a vida de uma pessoa. Porém, a técnica também não é neutra, pois, pode fechar as portas para tecnologias paralelas. 12) A globalização é um processo multidimensional, de extrema de extrema complexidade, dada a crescente interdependência entre países e atores sociais diversos. Há consenso de que a ordem internacional que vigeu a partir de 1945 não mais da conta de enfrentar os novos desafios impostos por este processo multidimensional. Qual das onze dimensões da globalização tem sido considerada a dimensão chave para a construção de uma nova ordem mundial e por quê? R. – “Governabilidade Global”. É considerada a mais importante porque ela engloba todas as dimensões, controla toda globalização, tem ramificação em todos os lugares do planeta, influenciando na melhor opção na governança. 13)A literatura de História Econômica reconhece quatro ciclos de Kondratieff. Atualmente, se está a vivenciar a chamada fase B de um quinto ciclo, onde já se pode perceber as forças emergentes de uma sexta onda de inovações tecnológicas que desencadearão profundas transformações socioeconômicas, políticas e sócio- espaciais, reproduzindo um padrão histórico vivenciado nos ciclos anteriores. Em cada um desses ciclos, as fases de expansão foram marcadas por um conjunto de inovações técnicas que redesenharam em cada época a geografia econômica do mundo. Com base na dinâmica histórica do capitalismo industrial, explique qual a relação existente entre as ondas de inovações tecnológica e a reorganização espacial da sociedade. R. – Cada grande onda de inovação Tecnológica re-configura a forma como a sociedade se organiza, trabalham e transforma os espaços. Pois, a cada avanço tecnológico que temos, ocorrem transformações que alteram a cadeia e o modo de produção das empresas. 14) Que relação existe entre a frase “O ideal do poder e ser visto” e a emergência da chamada sociedade de controle? R – São as altas tecnologias da informação que cada vez mais permite o processamento de informações em tempo real, a manipulação pela sociedade de controle das bases de dados das corporações a qual não temos acesso, que possibilitam ver sem ser visto Esta é a chave do poder, onde os atores exercem o controle sem que seja percebido que estão sendo controlado. 15) Que relação existe entre o crescente processo de compressão do tempo-espaço e o atual processo de globalização da economia mundial? R – Aliando as tecnologias de informação com as tecnologias de circulação da logística geraram a compressão tempo-espaço, tempo e distancia encolheu drasticamente e é esse tempo e distancia dos fluxos que possibilitou dizer que hoje vivemos numa globalização. A idéia de globalização esta diretamente liga a essa compressão tempo- espaço as informações se transmitem em tempo real e a matéria (produtos)ela circula em escala global em questão de dias.
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