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Leishmaniose visceral

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Leishmaniose visceral (LV)
O que é a LV?
A LV é uma doença grave que, se não for tratada, pode levar à morte em até 90% dos casos humanos. As principais vítimas são as crianças. A doença também acomete os cães. É propagada por meio da picada do mosquito flebótomo. Acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, baço e medula óssea
Como a LV é transmitida?
A transmissão da doença ocorre pela picada de insetos vetores, os flebotomíneos, conhecidos como “mosquito-palha” ou “cangalhinha”. Mosquito se contamina com o sangue de pessoas e animais doentes e transmite o parasita a pessoas e animais sadios. No Brasil, até o momento, não há registros de transmissão entre humanos.
Quais são os principais sintomas e sinais clínicos da doença?
Existem dois tipos de leishmaniose: a visceral conhecida como calazar e a tegumentar. 
Visceral: febre de longa duração, aumento do fígado e baço, além de perda de peso acentuada. 
Tegumentar: ulceras na pele e mucosas. 
Em humanos: 
· Febre irregular de longa duração (mais de 7 dias);
· Falta de apetite, emagrecimento e fraqueza;
· Barriga inchada (pelo aumento do fígado e do baço, com o passar do tempo);
Em cães:
· Os cães podem ficar infectados por vários anos sem apresentarem sinais clínicos. Estes cães são fontes de infecção para o inseto transmissor, e, portanto, um risco à saúde de todos. A única forma de detectar a infecção nestes animais é através dos exames de laboratório específicos.
Quando os cães adoecem, apresentam principalmente os seguintes sinais clínicos:
· Apatia;
· Lesões na pele;
· Queda de pelos, inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas. 
· Emagrecimento;
· Lacrimejamento (conjuntivite);
· Crescimento anormal das unhas;
Como tratar a Leishmaniose Visceral?
Para o tratamento da leishmaniose visceral (LV), que causa febre e atinge áreas como o fígado e o baço, são utilizados três fármacos, a depender da indicação médica: o antimoniato de N-metil glucamina, a anfotericina B lipossomal e o desoxicolato de anfotericina B. Os medicamentos utilizados atualmente para tratar a LV não eliminam por completo o parasita nas pessoas e nos cães. Por esse motivo, o tratamento da leishmaniose visceral canina (LVC) traz riscos para a saúde pública por contribuir com a disseminação da doença. Os cães não são curados parasitologicamente, permanecendo como reservatórios do parasita, além de haver o risco de desenvolvimento e disseminação de cepas de parasitas resistentes às poucas medicações disponíveis para o tratamento da leishmaniose visceral humana. No entanto, no Brasil o homem não tem importância como reservatório, ao contrário do cão. Dessa forma, nos cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, porém esses animais ainda continuarão como fontes de infecção para o vetor e, portanto, um risco para saúde da população humana e canina. A recomendação para cães infectados com a Leishmania infantum chagasi é a eutanásia, que deve ser realizada de forma integrada com as demais orientações do Ministério da Saúde.
O que o poder público faz para controlar a LV?
· Investiga os casos suspeitos de leishmaniose visceral humana;
· Garante o diagnóstico e tratamento adequado aos casos humanos;
· Realiza o controle químico do vetor, de acordo com os critérios estabelecidos pelo programa de vigilância da leishmaniose. 
· Realiza exames sorológicos dos cães para o diagnóstico da LV.
· Recolhe e realiza eutanásia dos cães com LV, mesmo os que não apresentem mais sinais clínicos. 
· Realiza atividades educativas sobre a LV.
Qual o dever do cidadão no controle da LV? 
Em primeiro lugar, deve-se evitar a criação e proliferação do inseto vetor da doença, que se reproduz no meio de matéria orgânica e em criadouros de animais. Para isso deve-se: 
· Evitar a criação de porcos e galinhas em área urbana;
· Manter a casa e o quintal livres de matéria orgânica, recolhendo folhas de árvores, fezes de animais, restos de madeira e frutas;
· Todo esse lixo deve ser embalado e fechado em sacos plásticos;
· Os proprietários de terrenos desocupados devem adotar as mesmas medidas descritas acima.
Os proprietários de cães também devem: 
· Permitir o acesso das autoridades sanitárias ao seu domicílio, para testagem dos cães e recolhimento dos que estiverem com LV.
· Comunicar a Secretaria Municipal de Saúde caso seu animal esteja infectado.
· Manter o animal em ambientes telados com malha fina durante o período de maior atividade do inseto transmissor (do entardecer ao amanhecer);
· O uso de coleiras repelentes de insetos;
· Adotar a posse responsável do animal, não permitindo que o mesmo fique solto nas ruas.
Prevenção: 
Manter a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos, usar produtos repelentes de insetos nos ambientes que favorecem o desenvolvimento do mosquito, colocar mosqueteiros ao redor das camas e telas, nas portas e janelas, cuidar da saúde do cão.
Diagnóstico: 
O diagnóstico clínico da leishmaniose visceral deve ser suspeitado quando o paciente apresentar: febre e esplenomegalia associado ou não à hepatomegalia. Diagnóstico laboratorial complementar O hemograma revela anemia, geralmente pouco expressiva, com hemoglobina acima de 9g/dl. A contagem de leucócitos apresenta-se sem alterações significativas, com predominância de células linfomonocitárias, contagem de plaquetas ainda pode estar normal, velocidade de hemossedimentação encontra-se elevada (>50mm) e as proteínas totais e frações podem estar discretamente alteradas. Esta última deve substituir a reação de formolgel (teste de Napier) que está em desuso como critério para diagnóstico da leishmaniose visceral. Na forma oligossintomática, os exames laboratoriais não se alteram à exceção da velocidade de hemossedimentação, que está elevada e hiperglobulinemia. Diagnóstico imunológico e parasitológico os exames sorológicos, Imunofluorescência Indireta (IFI) e Ensaio Imunoenzimático (ELISA)1 são invariavelmente reativos e a Intradermorreação de Montenegro (IDRM)2 negativas. O aspirado de medula óssea e do baço geralmente mostram presença de formas amastigotas do parasita. Na forma oligossintomática, a punção aspirativa de medula óssea pode ou não mostrar a presença da Leishmania, não sendo, a princípio, indicada a sua realização; a IDRM pode estar positiva e a sorologia é, invariavelmente, reagente

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