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Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 1 Cavidade oral e glândulas salivares, parte oral da faringe e deglutição INTRODUÇÃO REGIÃO ORAL Faz limites com a região da bochecha e com a região nasal. Os limites são marcados pelos: • SULCO NASOLABIAL ou nasolabiogeniano (superiormente, limite com a cavidade nasal) • SULCO MENTOLABIAL (inferiormente, delimita a parte inferior do lábio inferior) Os lábios são pregas musculocutâneas, estrutura muscular revestido por pele e mucosa. Em sua superfície externa possui, além dos sulcos, umas dobras cutâneas, as localizadas inferiormente ao septo nasal são chamadas de • FILTRO: formado pela fixação e inserção de fibras do músculo orbicular da boca, na extremidade do filtro, existe uma elevação, também de fixação muscular, denominada de TUBÉRCULO (o filtro termina no tubérculo que é a elevação mediana do lábio superior) Existe uma transição no lábio, externamente ele é revestido por pele, a medida que ele vai se continuando na cavidade oral, a pele vai sofrendo uma modificação, ela passa a ter uma MENOR QUANTIDADE DE QUERATINA. Nessa região, aonde temos a MARGEM DO LÁBIO, temos uma região de transição entre o que é pele, uma camada de queratina bem espessa, da mucosa de revestimento interna, que não tem essa camada de revestimento, ou seja, não tem queratina. Portanto, existe uma área de transição que adquire uma coloração mais avermelhada devido a vascularização presente nessa região, por isso chamamos de MARGEM VERMELHA DOS LÁBIOS ou BORDA VERMELHA ou MARGEM MUCOSA VERMELHA DOS LÁBIOS ou VERMELHÃO DOS LÁBIOS, como essa borda da transição entre pele e mucosa. Os lábios se encontram no canto da boca ou no ângulo da boca, formando uma prega aonde essa margem vermelha é contínua entre o lábio superior e o inferior chamada de COMISSURA DOS LÁBIOS, comissura quer dizer intercruzamento. (quando você tem fibras de uma estrutura para outra, pode-se chamar de comissura. É importante abordar a margem vermelha dos lábios e a comissura devido à: • MARGEM VERMELHA DOS LÁBIOS Por ser uma pele modificada, com menor proteção, ela está mais suscetível aos raios UV, principalmente no lábio inferior, devido a direção da incidência dos raios. Então, o lábio inferior é um sítio de desenvolvimento do CARCINOMA (tumor de origem epitelial) • COMISSURA DOS LÁBIOS No ângulo da boca, próximo a comissura, é onde se desenvolve o SAPINHO, devido ao acumulo de saliva que favorece o desenvolvimento de algum tipo de fungo ou bactéria que pode promover uma lesão no ângulo da boca Quando afastamos os lábios, no abaixamento da mandíbula, a gente abre a boca e afasta os lábios, esse afastamento de lábio delimita a abertura da cavidade oral, chamada de RIMA DA BOCA (abertura anterior, vai dar acesso a cavidade oral, demarcada por duas pregas musculares, o lábio superior e o lábio inferior). A cavidade oral se estende posteriormente até um par de pregas localizados no fundo, na parte posterior da boca, chamado de ARCO PALATOGLOSSO Duas pregas na parte posterior da cavidade oral: • PREGA PALATOGLOSSA: mais anterior, sai do palato mole até a parte lateral da língua. Quando unimos uma prega palatoglossa com outra, passando pelo palato mole, chama-se ARCO PALATOGLOSSO • PREGA PALATOFARÍNGEA: mais posterior, sai do palato mole e vai até a faringe À medida que se caminha posteriormente, a região vai ficando mais estreita, esse estreitamento é chamado de ISTMO DAS FAUCES, delimitado pelo arco palatoglosso. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 2 ANATOMIA DA BOCA Atravessando o lábio entramos na cavidade da boca. Anteriormente a boca é delimitada pelos lábios superior e inferior, superiormente pelo palato, dividido em duas partes de acordo com a sua constituição: ➢ PALATO DURO: esqueleto ósseo ➢ PALATO MOLE: estrutura muscular O assoalho, limite inferior é marcado pela presença do MÚSCULO MILO-HIÓIDEO, que forma o diafragma oral, o limite mais inferior da boca. ➢ MÚSCULO MILO-HIÓIDEO Músculo par com fibras no sentido TRANSVERSAL, latero-lateral. A cavidade da boca é subdividida em duas partes pela presença dos ARCOS DENTAIS, superior e inferior. A presença desses dois arcos separa a boca em duas cavidades, uma de entrada, chamada de VESTÍBULO DA BOCA, e internamente aos arcos dentais, chama-se CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA. Lateralmente o limite é o MÚSCULO BUCINADOR ➢ VESTÍBULO DA BOCA Formato de ferradura, acompanha os arcos alveolares ESTRUTURA DOS LÁBIOS ESTRATIMERIA 1. PELE (com as características básicas do órgão: pelo, glândulas sebáceas e sudoríparas) 2. CAMADA MUSCULAR (formada, principalmente, pelo MÚSCULO ORBICULAR DA BOCA, mais algumas fibras dos músculos levantadores e abaixadores dos lábios, que se intercruzam com esse músculo) 3. CAMADA SUBMUCOSA (com glândulas salivares menores que produzem saliva e lançam dentro da cavidade oral, então as glândulas salivares chamadas de GLÂNDULAS LABIAIS estão localizadas na submucosa, ou seja, profundamente a camada muscular dos lábios para mantê-los úmidos e os RAMOS LABIAIS DA ARTÉRIA FACIAL) 4. CAMADA MUCOSA (mais profunda) IRRIGAÇÃO • Artérias labiais • Artéria mentual (ramo da artéria alveolar inferior, quando emerge na face, dá ramos para o mento e para o lábio inferior) • Artéria infraorbital (quando essa artéria emerge pelo forame infraorbital ela dá ramos para o nariz, para a pálpebra e para o lábio superior) OBS.: a mucosa labial é bastante vascularizada! No lábio inferior é possível sentir e ver as glândulas labiais passando os dentes nelas. CASO CLÍNIC0 – MUCOCELE E CARCINOMA o MUCOCELE Quando passamos os dentes de mais ou mordemos as glândulas labiais, os ductos podem ser destruídos, rompidos, causando uma LESÃO CÍSTICA e levando a OBSTRUÇÃO DE UM DUCTO da glândula salivar menor. A glândula continua produzindo saliva, mas não consegue lançar isso para a cavidade própria da boca, ficando acumulado na tela submucosa. Nessas submucosas, o líquido acumulado forma essa elevação. Tratamento: incisão cirúrgica para remoção da glândula. o CARCINOMA É uma lesão mais agressiva, formando uma ferida, sangra, e tem um crescimento bastante exagerado, no caso do lábio inferior. DRENAGEM LINFÁTICA ▪ LÁBIO SUPERIOR A linfa drenada do lábio superior é direcionada para os LINFONODOS SUBMANDIBULARES (grupos de linfonodos localizados inferior à margem da mandíbula) ▪ LÁBIO INFERIOR 1. Região mediana: a linfa drena para os LINFONODOS SUBMENTUAIS 2. Parte lateral: drena para os LINFONODOS SUBMANDIBULARES OBS.: temos que observar qual é a posição do tumor, se próximo a linha mediana terá o envolvimento de linfonodos submentuais. Essas lesões que ocorrem muito próximas a Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 3 linha mediana pode ter um cruzamento, então mesmo que a lesão predomine no lábio inferior do lado esquerdo, a linfa também pode drenar para o lado direito. VESTÍBULO DA BOCA Limitado internamente pelo arco alveolar superior ou arco dental superior e inferiormente pelo arco alveolar inferior. O lábio, tanto o superior quanto o inferior, estão fixados aos processos alveolares da maxila e da mandíbula por uma prega dessa mucosa chamada de FRÊNULO DO LÁBIO SUPERIOR e FRÊNULO DO LÁBIO INFERIOR (dobras cutâneas com tecido conjuntivo profundo a eles, que fixa o lábio próximo aos processos alveolares, tanto o superior quanto o inferior. Ao longo do vestíbulo, vamos encontrar outras pregas, só que laterais, também fazendo essa fixação da mucosa próximo a região da bochecha, isso é chamado de BRIDAS, bridas do lábio superior e bridas do lábio inferior. MUCOSA DE REVESTIMENTO➢ LÁBIO E PARTE SUPERIOR DO VESTÍBULO (também chamada de fundo do vestíbulo ou fórnice do vestíbulo): a mucosa deixa de revestir o lábio, se dobra e passa a revestir a superfície óssea, maxila e mandíbula, esse fundo de vestíbulo mantem a mesma característica de mucosa Quando aproximamos dos dentes (processo alveolar) observamos uma MUDANÇA DE COLORAÇÃO, a mucosa passa a ficar mais espessa, com uma camada de queratina, e essa mucosa que reveste o processo alveolar, próximo a corona dos dentes, recebe o nome de GENGIVA. GENGIVA -Rosa claro -Não é tão vermelha como a mucosa oral porque ela já tem uma camada de queratina -Ela é classificada como uma MUCOSA MASTIGATÓRIA, quando mastigamos, o atrito do alimento sobre a gengiva dá a ela essa característica queratinizada, logo ela possui essa característica para resistir a esse atrito durante a alimentação JUNÇÃO MUCOGENGIVAL: linha que marca a junção da mucosa de revestimento com a mucosa mastigatória CC: quando a gengiva perde a característica rosa indica doença (casca de laranja), e quando tiver um vermelho brilhante, ela está inflamada. CASO CLÍNICO – FRENECTOMIA LABIAL Frênulo hipertrófico, se estende entre os dois incisivos centrais (dentes maiores na parte inferior). Isso provoca um afastamento dos dentes chamado de DIESTEMA (fenda, afastamento, provocado pelo frênulo hipertrófico). REGIÃO DA BOCHECHA ❖ MÚSCULO BUCINADOR 1. dá a estrutura da bochecha 2. forma o limite lateral da cavidade da boca (vestíbulo) 3. FUNÇÃO: MANTEM A MUCOSA AFASTADA DA SUPERFÍCIE OCLUSAL DOS DENTES, ou seja, quando a gente mastiga a presença do músculo bucinador dá suporte a mucosa e evita que ela entre sobre a superfície mastigatória. AJUDA A LEVAR O ALIMENTO QUE ESTÁ NO VESTÍBULO PARA A SUPERFÍCIE MASTIGATÓRIA ❖ CORPO ADIPOSO DA BOCHECHA: é superficial ao bucinador ❖ O bucinador é atravessado pelo DUCTO PAROTÍDEO, trazendo a saliva da glândula parótida. Ele sai da glândula parótida, passa superficialmente ao masseter, contorna, perfura o corpo adiposo da bochecha e o músculo bucinador. Depois, ele se abre no vestíbulo da boca, na região da bochecha, na PAPILA PAROTÍDEA, na altura da coroa do 2º molar superior. ❖ GLÂNDULAS BUCAIS, ou glândulas da bochecha, internamente ao músculo bucinador ❖ ATÉ ONDE SE ESTENDE A REGIÃO DA BOCHECHA: deve-se lembrar das inserções do bucinador, que é no processo alveolar da maxila e da mandíbula superior e inferiormente, e posteriormente ela se estende até a RAFE PTERIGOMANDIBULAR ❖ RAFE PTERIGOMANDIBULAR Estrutura fibrosa que se estende do ângulo pterigóideo até o trígono retromolar Anterior a rafe pterigomandibular, temos o músculo bucinador, posterior a ele, o MÚSCULO CONSTRICTOR SUPERIOR DA FARINGE Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 4 A rafe ajuda a delimitar até onde vai a musculatura da boca e onde começa a musculatura da faringe. Quando o paciente está em oclusão, boca fechada, a única comunicação que existe entre o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca é posterior aos dentes, passando no trígono retromolar, então, atrás do último dente na arcada, 2º ou 3º retromolar, existe um espaço que comunica essas duas regiões. CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA TETO DA BOCA • 2 maxilas • 2 lâminas horizontais do palatino Eles se encontram em uma estrutura em forma de cruz, chamada de CRUCIFORME Cada maxila tem seu processo alveolar, direito e esquerdo, no encontro das duas maxilas temos a FOSSA INCISIVA, que dá acesso a dois canais, o canal incisivo de uma maxila e de outra. OBS.: PELO CANAL INCISIVO EMERGE A ARTÉRIA ESFENOPALATINA E NERVO NASOLPATINO Na parte posterior, na altura da coroa do 3º molar superior, encontramos os FORAMES PALATINOS MAIORES E MENORES, onde sai a artéria e nervo palatinos maiores e artéria e nervo palatinos menores ATENÇÃO: É IMPORTANTE LEMBRAR DA ANATOMIA DA MAXILA! PALATO • Palato duro: palato ósseo • Palato mole: estrutura muscular ESTRATIMERIA DO PALATO DURO 1. MUCOSA (é queratinizada, considerada uma mucosa mastigatória e está firmemente aderida ao periósteo, cirurgicamente consideramos um muco periósteo, principalmente em alguns locais que não existe submucosa) 2. SUBMUCOSA (CAMADA GLANDULAR, tecido conjuntivo de preenchimento + camada de células glandulares, glândulas salivares menores no palato, chamadas de GLÂNDULAS PALATINAS, se estendem para o palato mole também) 3. PERIÓSTEO 4. OSSO 5. SUBMUCOSA NASAL 6. MUCOSA NASAL Obs.: em alguns lugares, a submucosa não está presente, chamamos de MUCOPERIÓSTEO. Na parte posterior, palato mole, não tem estrutura óssea, vamos observar uma estrutura muscular que está fixada a margem posterior do palato ósseo por uma aponeurose, APONEUROSE PALATINA, que dá fixação a todos os músculos do palato. A aponeurose palatina está fixada a margem posterior do palato ósseo (use essa!) ou margem posterior da lâmina horizontal do palatino, de um lado e de outro, incluindo a espinha nasal posterior. ESTRATIMERIA DO PALATO MOLE 1. CAMADA MUCOSA (não queratinizada) 2. CAMADA SUBMUCOSA GLANDULAR (COM GLÂNDULAS SALIVARES) 3. CAMADA MUSCULAR 4. MUCOSA DE REVESTIMENTO (relacionada a faringe já) RELEMBRANDO – CÓANOS Estão delimitados pela LÂMINA MEDIAL DO PROCESSO PTERIGÓIDEO e MARGEM POSTERIOR DOS PROCESSOS PALATINOS IRRIGAÇÃO DO PALATO ✓ ARTÉRIA PALATINA DESCENDENTE Na fossa pterigopalatina. TRAJETO: Desce pelo canal palatino maior e depois se bifurca em ARTÉRIA PALATINA MAIOR (PALATO DURO) e ARTÉRIA PALATINA MENOR (PALATO MOLE). Lembrando que, quem ajuda a irrigar essa área, a artéria palatina maior, quando ela chega no canal incisivo ela entra e vai em direção ao septo nasal, na região do septo ela faz uma anastomose com o ramo septal da esfenopalatina. OBS.: as glândulas palatinas se abrem, através de pequenos óstios na mucosa do palato, tanto no palato duro quanto no palato mole. ONDE TERMINA O PALATO DURO E COMEÇA O PALATO MOLE Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 5 Na parte anterior, temos uma mucosa mais rosa claro, característica da mucosa mastigatória do palato, que é contínua com a gengiva. Na parte posterior, o palato mole, a mucosa já é de revestimento, então ela tem uma coloração mais avermelhada, é uma mucosa mais delgada, com isso é possível ver, por transparência, alguns vasos sanguíneos. PREGAS PALATINAS Estruturas que dão maior aderência, principalmente na movimentação do alimento, durante a mastigação. Existem duas: • PREGA PALATINA MEDIANA: na linha mediana • PREGAS PALATINAS TRANSVERSAS: são transversais PAPILA INCISIVA Elevação mais anterior do palato duro, na região mediana, que marca a posição do canal incisivo. Embaixo da papila tem: • Artéria palatina maior • Nervo nasopalatino CASO CLÍNICO – ANESTESIA NO PALATO A mucosa é aderida ao periósteo, muito firme, o anestésico causa a distensão do tecido gerando uma pressão, desconforto e dor. TORUS PALATINO Elevação na região mediana. É uma variação anatômica onde ocorre o acumulo de osso, uma difusão dos dois processos palatinos da maxila. Não oferece nenhum risco a vida, em alguns casos pode ser removido sem problemas, caso haja dor no paciente. MÚSCULOS DO PALATO MOLE ➢ MÚSCULO LEVANTADOR DO VÉU PALATINO (MEDIAL) Tem um trajeto inferior a tuba auditiva, formando uma elevação. • ORIGEM: parte petrosa do temporal e cartilagem da tuba auditiva • INSERÇÃO: aponeurose palatina (lâmina fibrosa presa a margem posterior do palato) • TRAJETO: inferior e medial, é mais oblíquo • FUNÇÃO: elevar o palato mole ➢ MÚSCULO TENSOR DO VÉU PALATINO (LATERAL) • ORIGEM: base do crânio • INSERÇÃO: na fossa escafoide (fica no ossoesfenóide, próximo a fossa pterigóidea), na crista até a espinha do esfenóide e na tuba auditiva (a inserção na tuba auditiva é a mais importante, TEM QUE LEMBRAR!) • TRAJETO: posição mais vertical e lateral, desce em direção ao hámulo pterigóideo, aonde seu tendão contorna esse hámulo e se abre para constituir a APONEUROSE PALATINA (confirmada pela expansão do tendão do tensor do véu palatino, do lado direito e do lado esquerdo, as fibras se intercruzam e fixam-se na parte posterior do palato, formando a aponeurose • FUNÇÃO: tensionar o palato, auxiliando na elevação do palato mole ➢ MÚSCULO DA ÚVULA A úvula, conhecida popularmente como campainha, é um apêndice na parte posterior do palato mole essencialmente muscular. Sua função é obstruir a passagem entre a nasofaringe e a orofaringe durante a deglutição. Na deglutição, o palato mole eleva, a úvula encurta, aumentando sua espessura e isso acaba fechando a passagem para o alimento não ir para a cavidade nasal. • ORIGEM: espinha nasal posterior • ISERÇÃO: na mucosa da úvula • FUNÇÃO: quando ele contrai, encurta a úvula e deixa ela mais espessa (esse encurtamento e espessamento é essencial durante a deglutição) ➢ MÚSCULO PALATOFARÍNGEO Ele é mais definido como um músculo da faringe. • ORIGEM: palato • INSERÇÃO: faringe ➢ MÚSCULO PALATOGLOSSO (mais anterior) Revestido por uma membrana mucosa, formando a PREGA PALATOGLOSSA (que forma o limite posterior da cavidade oral) • ORIGEM: aponeurose palatina • INSERÇÃO: margem da língua RELEMBRANDO – TUBA AUDITIVA Sua função é equilibrar a pressão da orelha média com a nasofaringe. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 6 Quando subimos ou descemos a serra, a pressão atmosférica é alterada, com isso temos a sensação de OUVIDO ENTUPIDO: Quando você está lá em cima (pressão atmosférica mais baixa) e desce (aumento da pressão atmosférica), o ar pressiona a membrana timpânica para dentro da cavidade, então ela não fica mais móvel, a pressão já não é mais equilibrada na membrana timpânica, se a pressão é mais forte do lado de fora ela abaúla, diminuindo sua capacidade de vibrar, com isso temos a sensação de surdez. Para equilibrar essa pressão, o ar tem que entrar na outra parede, dentro da cavidade timpânica. Ele entra na cavidade timpânica pela tuba auditiva, que é a comunicação da nasolaringe com a cavidade timpânica ou orelha média que é a mesma coisa e essa cavidade timpânica recebe o ar, a pressão atmosférica vai ser aumentada, porque está em contato com o meio externo através da narina e aí a gente recupera a audição. Para melhorar essa situação: a) Mascar chiclete b) Fechar o nariz, para aumentar a pressão, mas se estiver subindo não vai adiantar porque tem que baixar a pressão c) Bocejar d) Deglutição Os dois últimos ajudam mais. Na deglutição e no bocejo, contraímos o MÚSCULO TENSOR DO VÉU PALATINO, sua contração ajuda a abrir a tuba auditiva, permitindo a passagem do ar. CASO CLÍNICO – FENDA PALATINA A fenda palatina pode ser unilateral, bilateral, completa e incompleta. É causada pela falta de fusão do palato. Alguns chamam de prateleiras palatinas, outros de processos palatinos laterais. O maior problema disso é que as crianças começam a aspirar o leite durante a amamentação. Queiloplastia: fechamento da fenda labial ASSOALHO DA BOCA ❖ MÚSCULO MILO-HIÓIDEO Músculo par com as fibras transversais. • ORIGEM: linha milo-hióidea da mandíbula • INSERÇÃO: altura da parte posterior do processo alveolar, onde terminam os dentes do arco alveolar e também termina a linha milo-hióidea • TRAJETO: as fibras musculares se prendem na linha milo-hióidea, segue um trajeto medial e, na parte mais anterior, elas se intercruzam com o músculo do lado oposto, formando a RAFE MILO-HIÓDEA. As fibras mais posteriores também se prendem ao corpo do osso hioide (ossinho do pescoço), por isso que é milo-hióideo. • RAFE MILO-HIÓIDEA: intercruzamento das fibras musculares dos dois músculos milo- hióideos • AÇÃO: avança o osso hioide e encurta o assoalho da boca ❖ MÚSCULO DIGÁSTRICO É um músculo do pescoço, inferior ao músculo milo-hióideo, superior ao músculo da cavidade da boca ❖ MÚSCULO GÊNIO-HIÓIDEO • ORIGEM: espinhas genianas inferiores • INSERÇÃO: corpo do hióide • AÇÃO: avança o osso hioide e encurta o assoalho da boca Esses dois movimentos são importantes para a passagem do bolo alimentar pela orofaringe Incluído no assoalho da boca, entre a mucosa do assoalho e o músculo milo-hióideo, encontramos algumas estruturas que compõem o assoalho da boca: ✓ GLÂNDULA SUBLINGUAL • É a menor das três glândulas sublinguais (parótida, submandibular e sublingual, formam um grupo chamado de glândulas salivares maiores) • Única que está contida inteiramente dentro da boca • Possui vários ductos de secreção que se abrem ao longo de uma linha no assoalho da boca chamada de PREGA SUBLINGUAL • Superior ao músculo milo-hióideo • Faz uma impressão na mandíbula chamada de fóvea sublingual • Se abre numa prega no assoalho de boca ✓ PROCESSO PROFUNDO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR A glândula submandibular é uma glândula salivar revestida pelo músculo platisma, apresenta duas partes, o corpo e o processo profundo. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 7 • O corpo está localizado no pescoço, inferior ao músculo milo-hióideo, apoiado na mandíbula numa depressão chamada de fóvea submandibular. Além da relação com o milo-hióideo, tem uma relação muito íntima com a artéria e veia facial, sendo a veia superficial ao corpo e a artéria profunda, passa profundamente entre a glândula e a mandíbula, para depois contornar • A partir do corpo da glândula submandibular, ela se continua e contorna a margem posterior do músculo milo-hióideo, dessa forma, ela sai do pescoço e adentra o assoalho da boca, então o assoalho da boca tem uma comunicação com o pescoço. Essa comunicação ocorre posterior a margem posterior do músculo milo-hióideo. O músculo ele tem um limite, que é marcado pelo último dente na arcada, posterior ao músculo milo-hióideo, temos uma comunicação entre as estruturas do assoalho de boca com as estruturas localizadas no pescoço. A glândula submandibular usa dessa morfologia para entrar na boca, através do seu processo profundo, que contém o ducto, que caminha em direção anterior para se abrir na mucosa oral. O processo é profundo porque ele está localizado medial ao músculo milo-hióideo • Portanto, vamos ter o CORPO DA GLÂNDULA LATERAL AO MÚSCULO e o PROCESSO PROFUNDO MEDIAL AO MÚSCULO ✓ DUCTO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR • Do processo profundo, sai o DUCTO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR, caminha no sentido anterior, medial a glândula sublingual. A PRINCIPAL RELAÇÃO ANATÔMICA DESSE DUCTO: ELE É CRUZADO PELO NERVO LINGUAL • TRAJETO: passa medial a glândula sublingual e vai se abrir numa elevação do assoalho da boca chamada de CARÚNCULA SUBLINGUAL ATENÇÃO! Tem uma pegadinha no nome, o nome da elevação é carúncula sublingual, mas se abre o ducto da glândula submandibular. ✓ NERVO LINGUAL • Vem de lateral para medial e cruza, inferiormente, o ducto da glândula submandibular • Os acessos cirúrgicos no assoalho de boca têm que levar em consideração a relação do ducto com o nervo ATRAVESSANDO A LINHA MILO-HIÓIDEA Chega-se a estruturas localizadas no assoalho da boca: glândula sublingual, ducto da glândula submandibular, nervo lingual passando inferiormente ao ducto, uma veia e o nervo hipoglosso MUCOSA DO ASSOALHO DE BOCA Mucosa de revestimento, não queratinizada, você consegue ver os vasos sanguíneos por transparência PREGA SUBLINGUAL: onde tem os ductos de secreção da glândulasublingual CASO CLÍNICO – MEDICAÇÃO SUBLINGUAL O assoalho de boca e a superfície inferior da língua são bem vascularizadas, isso justifica a medicação sublingual. A mucosa não queratinizada e delgada tem uma absorção muito rápida da medicação. CASO CLÍNICO – SIALOLITO Sialolito é a obstrução do ducto da glândula submandibular. A pedra está localizada no assoalho de boca e pode ser facilmente removida. Na glândula sublingual não, porque os ductos são muito curtinhos e são vários. DENTES • É um órgão mineralizado, mas que possui na sua parte interna a polpa. No tratamento de canal, a poupa, parte mole, é removida. • Revestido por esmalte rígido, dá a resistência maior ao dente. Reveste a coroa do dente, que dá a característica esbranquiçada • Implantado ao processo alveolar pelo ligamento periodontal (gonfose), que são fibras de conjuntivo que mantem o dente inserido no osso • Internamente é formado pela dentina que é contínua na raiz e na coroa. Na coroa, a dentina é revestida pelo esmalte. Na raiz, a dentina é revestida pelo semento (bem semelhante ao osso), de forma que a dentina não fique descoberta. • Todo dente tem esmalte, dentina e semento, que são tecidos mineralizados. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 8 • Internamente a dentina, poupa dentária, onde tem os vasos, nervos e o tecido da parte celular do dente. • Ação de corte: quando são laminados • Ação de moer: molares, possuem uma superfície mastigatória CLASSIFICAÇÃO DOS DENTES FUNCIONALMENTE ANTERIORES • Os 4 primeiros são chamados de incisivos, dois de casa lado • Os 2 mais próximos da linha mediana: incisivos centrais, o mais afastado é o incisivo lateral. A função deles é incisar|cortar. • Caninos: tem formado de lança. Sua função é dilacerar. • 2 primeiros após os caninos: pré-molares, anteriores aos molares. Apresentam duas pontas de dentes, cúspides. Função: moer o alimento • Os outros 3 são os molares: função de moer é mais desenvolvida e melhor executada. No total, nós temos 16 dentes superiores e 16 inferiores, divididos em 4 quadrante, 8 dentes por quadrante: incisivo central, incisivo lateral, canino, primeiro pré-molar, segundo pré-molar, primeiro molar, segundo molar e terceiro molar (siso). Superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. Os dentes anteriores têm uma raiz. Os posteriores, molares, se superior 3, se inferior 2. DENTES DE LEITE Dentes de leites, dentição decídua, primeira dentição, total de 20 (os permanentes são 32): incisivo central e lateral, caninos e molares (1º e 2º), não tem pré-molar. A raiz vai sendo reabsorvida até o dente ficar mole e cair. CASO CLÍNICO – PROTRUSÃO DOS DENTES Quem respira pela boca, chupa dedo ou tem algum outro hábito, a musculatura do lábio fica hipotônica, ou seja, caída, e isso favorece a protrusão dos dentes, os dentes ficam jogado para frente. ANATOMIA DOS DENTES • Canal radicular: cavidade preenchida pela poupa (parte não mineralizada do dente, localizada no interior do dente) • O canal se relaciona com as cavidades vizinhas, superior se relaciona com a cavidade nasal e com o seio maxilar • A sinusite provoca dor dos dentes superiores CASO CLÍNICO – INFECÇÃO DE CANINO ➢ Drena na face ➢ O levantador da asa do nariz e do lábio superior e levantador do lábio superior formam um canal muscular por onde a infecção vai passar e vai drenar perto do olho, no sulco nasolabiogeniano CASO CLÍNICO – INFECÇÃO DO DENTE INFERIOR ➢ Pode ir para a face ou para o pescoço LÍNGUA É um órgão muscular, localizada no assoalho da boca e tem as seguintes partes: ❖ Ápice ❖ Margens laterais ❖ Dorso o Forame cego: resquício do ducto tireoglosso (que dá origem a tireoide), desse forame sai o sulco terminal o Sulco terminal: sulco em forma de ‘v’ que se abre a partir da linha mediana em direção lateral o Parte oral da língua: dois terços anteriores ao sulco terminal [REVESTIDO POR UMA MUCOSA MASTIGATÓRIA] que apresenta papilas, projeções da própria lâmina própria da mucosa, que forma um aspecto aveludado que são classificadas de acordo com a forma que apresentam: a) PAPILAS PIRIFORMES: afiladas, numerosas e se espalham ao longo de todo dorso da língua. Não participam da gustação. A função delas é ajudar na movimentação do alimento para a superfície mastigatória dos dentes b) PAPILAS FUNGIFORMES: aspecto de cogumelos, já apresenta alguns botões gustatórios ou calículos gustatórios. Espalhadas no dorso da língua, só que em menor número. Normalmente, possuem uma coloração mais avermelhada. c) PAPILAS FOLHADAS: na margem lateral da língua. Como se fossem folhas justapostas uma a outra. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 9 d) PAPILAS CIRCUNVALADAS: estão localizadas a frente do sulco terminal. Recebem esse nome porque ao redor delas existe uma vala, aonde a substância química penetra e vão sensibilizar os calículos gustatórios localizados nessas papilas o Parte faríngea da língua (base): o terço posterior ❖ Raiz Onde entra e sai os músculos intrínsecos da língua OBS.: toda língua consegue captar os 4 tipos de sabores em toda sua superfície FACE INFERIOR DA LÍNGUA ❖ É fixada ao assoalho da boca pelo FRÊNULO LINGUAL, lateralmente a ele, mais roxeado, é possível observar o trajeto da veia profunda da língua ❖ A mucosa é de revestimento, diferente da mucosa do dorso que é mastigatória ❖ A mucosa delgada e a proximidade da veia profunda da língua facilitam a absorção de medicamentos CASO CLÍNICO – ANQUILOGLOSSIA Língua presa é uma hipertrofia do freio lingual, que se estende, às vezes, até a região dos incisivos. O tratamento é cortar, pois é só uma dobra de mucosa não tendo nenhuma estrutura importante passando sobre ela. MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LÍNGUA São 4: GÊNIOGLOSSO, ESTILOGLOSSO, HIOGLOSSO E PALATOGLOSSO. Eles movimentam a língua. Dos 4, o mais importante é o gênioglosso. ❖ MÚSCULO GÊNIOGLOSSO • ORIGEM: nas espinhas genianas superiores Aí eles passam para conformar a língua, e a maior parte da estrutura da língua é proveniente desse músculo • INSERÇÃO: algumas fibras se inserem no osso hioide, mas a maioria se fixa na estrutura fibrosa presente na língua • FUNÇÃO: Dá sustentação a língua, impedindo que ela seja jogada posteriormente em direção a faringe CASO CLÍNICO – ATAQUE EPILÉTICO A língua não enrola, mas ela pode projetar posteriormente em alguns casos aonde a pessoa perde a consciência e o tônus muscular. ❖ MÚSCULO HIOGLOSSO • Glosso de língua e hio de hioide • Tem um ponto chave no assoalho de boca, porque ele separa o nervo lingual e a glândula submandibular, que são superficiais, e a artéria lingual que é profunda a ele • ORIGEM: osso hioide • INSERÇÃO: na margem lateral da língua • FUNÇÃO: abaixar a margem da língua TEM FORMA SEMELHANTE AO MASSETER, COM UMA LÂMINA QUADRILÁTERA, MAS É BEM MENOR ❖ MÚSCULO ESTILOGLOSSO • ORIGEM: processo estiloide (parte mais anterior) • INSERÇÃO: na margem lateral da língua O MAIOR ❖ MÚSCULO PALATOGLOSSO • ORIGEM: aponeurose palatina Entra na constituição da prega palatoglossa • INSERÇÃO: na margem lateral da língua O MENOR A função desses 4 músculos é dá suporte e movimentar a língua. MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LÍNGUA Estão relacionados a modificação da forma. Na prática é difícil identificar. ❖ MÚSCULO VERTICAL • Fibras que transitam no sentido vertical no interior da língua • AÇÃO: achata a língua ❖ MÚSCULO TRANSVERSO • Fibras em direção latero-lateral • AÇÃO: estreitamento e alongamento da língua Tanto o VERTICAL quanto o TRANSVERSO estão ENTRELAÇADOS. ❖ MÚSCULO LONGITUDINAL SUPERIOR • Está próximo ao dorso da língua • Abaixoda mucosa mastigatória Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 10 ❖ MÚSCULO LONGITUDINAL INFERIOR • Na parte mais inferior, próximo a superfície inferior da língua, MEDIAL ao músculo hioglosso. DRENAGEM LINFÁTICA DA LÍNGUA • Drenar para o lado direito • Drenar para o lado esquerdo • ÁPICE DA LÍNGUA: drenam para os LINFONODOS SUBMENTUAIS • MARGENS LATERAIS: drenam para os LINFONODOS SUBMANDIBULARES • O TERÇO POSTERIOR DA LÍNGUA (parte faríngea): drena diretamente para os LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS ou LINFONODO JUGULODIGÁSTRICO (que é um linfonodo da cadeia jugular profunda, em torno da veia jugular interna) Esse terço posterior é marcado pela presença de nódulos linfáticos que em conjunto constituem a TONSILA LINGUAL, que já é uma primeira ordem de defesa, então a linfa que é drenada dessa região passa diretamente para os linfonodos mais profundos como os jugulodigástricos ou cadeia cervical profunda ou cadeia jugular profunda, é tudo igual. OBS.: uma lesão na língua, devemos investigar os linfonodos dos dois lados, esquerdo e direito FARINGE A faringe e a laringe terminam no mesmo nível (C6- C7), depois tem traqueia e esôfago. RELAÇÕES ➢ Anteriores: cavidades ➢ Posterior: com a coluna vertebral ➢ Superior: base do crânio ➢ Inferior: continua com o esôfago FÁSCIA PRÉ-VERTEBRAS: reveste a coluna vertebral FÁSCIA BUCOFARÍNGEA: reveste a faringe ESPAÇO RETROFARÍNGEO Como as duas fáscias entram em contato nessa região, ali existe um espaço facial, que permite a movimentação da faringe. • A importância funcional desse espaço é permitir que a faringe se movimente. • Na deglutição, ela sobe e desce, então ela precisa desse espaço com tecido frouxo para ela se movimentar em relação a coluna vertebral CASO CLÍNICO Como tem duas lâminas de fáscia, a bucofaríngea, que está relacionada a faringe, e a pré-vertebral em relação a coluna vertebral. Entre as duas o tecido é frouxo, então uma infecção que alcance esse espaço vai seguir seu trajeto inferior e alcançar o mediastino. PARTE ORAL DA FARINGE ✓ Caracterizada por uma região chamada de FAUCES ✓ REGIÃO DE FAUCES: é uma área conformada a cada lado por um par de pregas, PREGA PALATOGLOSSA e PREGA PALATOFARÍNGEA, na intimidade dessas pregas tem os músculos de mesmo nome. Então, se removermos a mucosa vamos ter o MÚSCULO PALATOGLOSSO e MÚSCULO PALATOFARÍNGEO. Entre esses músculos, tem uma depressão chamada de FOSSA TONSILAR, porque ela abriga a TONSILA PALATINA. Quando juntamos essas três estruturas de um lado, com as três estruturas do outro, chamamos de FAUCES FAUCES ✓ As fauces também passam pelo palato mole, como referência, usamos a borda posterior do palato mole. ✓ Ela contorna as duas pregas, a tonsila, a borda posterior do palato mole de um lado continua com a do outro ✓ NA LÍNGUA: o limite das fauces será o sulco terminal ✓ ISTMO DAS FAUCES: é a entrada das fauces ✓ O bolo alimentar chega na cavidade oral, passa pelo istmo das fauces e ocupa as fauces. ✓ As fauces já é parte da faringe ISTMO FARÍNGEO Separa a nasofaringe da orofaringe TONSILA LINGUAL • Nódulos linfáticos presentes no terço posterior da língua • Faz parte da faringe CARTILAGEM EPIGLÓTICA • Forma a epiglote • A epiglote é uma parte da laringe Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 11 • E existem três pregas da mucosa que interligam a língua a epiglote 1. PREGA GLOSSOEPIGLÓTICA MEDIANA: uma, na linha mediana. Na deglutição, ela funciona como uma quilha, que vai separar o bolo alimentar em duas partes que passam pelas valéculas e escorrega pela laringofaringe em dois espaços laterais 2. PREGAS GLOSSOEPLIGLÓTICAS LATERAIS: são duas, laterais, uma direita e outra esquerda • Entre essas pregas sobram duas cavidades, chamadas de VALÉCULAS EPIGLÓTICAS TONSILA PALATINA • Está localizada entre os músculos palatoglosso e palatofaríngeo • Está apoiada sobre o MÚSCULO CONSTRITOR SUPERIOR DA FARINGE (que é o assoalho da fossa tonsilar) CASO CLÍNICO Algumas infecções que atingem a tonsila palatina, se não tratadas, podem atravessar o constritor superior da faringe e cair no espaço parafaríngeo (entre o pterigóideo medial e a faringe). As infecções da tonsila palatina são chamadas de amigdalite. Essa inflamação, quando bacteriana, formam alguns pontos de pus, tem que tomar antibiótico. ESPAÇOS DA FARINGE O espaço parafaríngeo é continuo posteriormente pelo espaço retrofaríngeo. A faringe está envolvida por esses espaços. O problema é se houver infecção, ela se difunde para o mediastino. Esses espaços são contínuos ao longo da faringe e depois no esôfago. PARTE LARINGEA • Localizada posteriormente a laringe • Vai se comunicar com a laringe através do ÁDIPO DA LARINGE, que deve ser fechado quando passa o alimento para a gente não engasgar. • Lateralmente ao ádipo da laringe existem duas depressões chamadas de RECESSOS PIRIFORMES que servem para dar passagem ao bolo alimentar. Nesse recesso passa um nervo, RAMO INTERNO DO LARÍNGEO SUPERIOR, ele recolhe a sensibilidade da laringe associado com o reflexo da tosse. Na deglutição, a epiglote vai abaixar, a prega glossoepiglótica mediana separa o bolo alimentar em duas metades, que vão passar lateralmente a epiglote, passa pelo recesso piriforme e depois na laringofaringe (1ª cavidade da laringe) e esôfago. CASO CLÍNICO Quando engasgamos ou tem algum corpo estranho retido na faringe, ele está retido nesses recessos piriformes. PAREDE INTERNA DA FARINGE Na parede da própria faringe existem nódulos linfáticos pequenos espalhados na mucosa (semelhante ao que acontece no íleo), esse conjunto de sistema linfático, formado pela tonsila palatina, tonsila lingual, tonsila tubária, tonsila faríngea e os nódulos linfáticos formam o ANEL LINFÁTICO DA FARINGE (anel de wandeier) ESTRUTURA DA FARINGE ESTRATIMERIA DA FARINGE 1. CAMADA MUCOSA: interna de revestimento. Túnica mucosa. Contínua com as cavidades vizinhas, nasal, oral e laríngea. Ainda é contínua com a cavidade timpânica através da tuba auditiva. CASO CLÍNICO Uma faringite pode se dissipar para qualquer uma dessas regiões ou o inverso, por exemplo, uma otite pode se dissipar para a faringe, uma rinite, também para a faringe. As infecções na mucosa podem se dissipar de uma região para outra. 2. FÁSCIA FARINGOBASILAR: se fixa a base do crânio. Túnica fibrosa. Vai se estender ao longo de TODA FARINGE, ou seja, começa lá na base do crânio e vai até a C6. Revestimento interno da musculatura. Lembrar do tubérculo faríngeo na parte basilar do osso occipital, toda a superfície anterior a ele até os cóanos é o teto da faringe, o que está posterior a ele é para inserção dos músculos profundos da coluna vertebral. Dá estrutura aos espaços na musculatura com pontos incompletos. 3. CAMADA MUSCULAR: camada muscular circular e longitudinal. ▪ CAMADA CIRCULAR: é externa, as fibras são circulares e vão formar os MÚSCULOS CONSTRICTORES. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 12 Removendo a camada circular, vamos ter a camada longitudinal. ▪ CAMADA LONGITUDINAL: é interna e incompleta, ou seja, não contorna toda parede, e é formada por três músculos: estilofaríngeo, palatofaríngeo e salpingofaríngeo. Obs.: do esôfago em diante isso se inverte 4. FÁSCIA BUCOFARINGEA: reveste superficialmente o bucinador e depois os músculos da faringe. MÚSCULOS CONSTRICTORES (CAMADA CIRCULAR) São pares, todos vão se inserir na rafe mediana, que se estende desde o tubérculo faríngeo. Essa rafe mediana é o ponto de intercruzamento das fibras do músculo constrictor de um lado e de outro. Temos dois constrictores superiores e a inserção deles éna rafe faríngea. Dois médios que se inserem na rafe faríngea e dois inferiores também na rafe faríngea. Então, a musculatura termina nessa rafe na linha mediana. Essa musculatura se sobrepõe, esses constrictores ficam arranjados como se fossem três copos descartáveis um dentro do outro. Vão existir locais onde a camada circular é dupla. ❖ MÚSCULO CONSTRICTOR SUPERIOR DA FARINGE Se prende ao longo de uma linha na parte anterior, principalmente relacionado a cavidade oral. • ORIGEM: no processo pterigóideo do ligamento pterigomandibular (que na verdade é uma rafe pterigomandibular, ela depois é contínua com o músculo bucinador) • INSERÇÃO: mandíbula • OBS.: um feixe desse músculo recebe um nome específico, chamado de ESFÍNCTERPALATOFARINGEO, clinicamente é chamado de CRISTA DE PASSAVAM. Funcionalmente ele é importante, porque é esse esficterpalatofaringeo que vai ajudar a fechar a comunicação entre nasofaringe e orofaringe. ❖ MÚSCULO CONSTRICTOR MÉDIO DA FARINGE • ORIGEM: osso hioide, que possui um corno maior e um corno menor, então as fibras do constrictor médio se originam tanto do corno maior quanto do menor e um pouco do ligamento estilohioideo. Se expande em forma de leque e reveste a parede da faringe. ❖ MÚSCULO CONSTRICTOR INFERIOR DA FARINGE • ORIGEM: cartilagem tireoide • É dividido em duas partes: 1. PARTE TIREOFARÍNGEA (SUPERIOR) 2. PARTE CRICOFARINGEA (INFERIOR) As fibras abrindo em forma de leque, a partir da tireoide e a partir da cartilagem cricóide, elas se entrecruzam para o lado oposto. As fibras que saem da cartilagem cricóide forma um anel em volta da junção faringoesofágica. E essas fibras do cricofaríngeo constituem o ESFÍNCTER ESOFÁGICO SUPERIOR: importante para evitar o retorno do conteúdo esofágico para a faringe e na maior parte do tempo ele está hipertônico, com o tônus aumentado, ele é tônico para impedir esse retorno. Ele só relaxa no momento da deglutição para permitir a passagem do bolo alimentar. Terminado a parte da deglutição ele aumenta novamente o seu tônus. DECÊNCIA DE KILLIAM OU TRIÂNGULO DE KILLIAM Decência é algo mais frágil. É uma área entre as partes do músculo constrictor inferior, a tireofaríngea e a cricofaríngea, que é mais delgada. Fica acima do esfíncter esofágico superior, pessoas idosas tem um aumento do tônus dessa musculatura esfinctérica, nisso quando faz a deglutição, a pressão da deglutição não consegue ultrapassar do esfíncter, então a mucosa da faringe acaba herniado por essa musculatura mais frágil, formando um divertículo de Zenker DIVERTÍCULO DE ZENKER: é um extravasamento da mucosa que acontece nessa região mais frágil. VÍDEO: incisão cirúrgica da parte cricofaríngea do músculo constrictor inferior da faringe, para diminuir o tônus desse músculo. IMPORTÂNCIA CLÍNICA DESSE TRIÂNGULO: na deglutição, o tônus do músculo é forte e não se abre gerando o divertículo de Zenker. TRÍGONO DE LIGGER É do esôfago. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 13 CAMADA LONGITUDINAL São três músculos também, a cada lado: estilofaríngeo, palatofaríngeo e salpingofaríngeo. ❖ MÚSCULO ESTILOFARÍNGEO • ORIGEM: processo estiloide • INSERÇÃO: parede da faringe • Se origina no processo estiloide e penetra na faringe por um espaço entre o constrictor superior e o médio, existe uma abertura por onde passam as fibras e ele se coloca internamente já se misturando a algumas fibras do palatofaríngeo. A maior parte das fibras dos dois músculos se prendem a cartilagem tireoide e na própria parede da faringe • Ao contrair, eleva a parede da faringe e ajuda na elevação da laringe juntamente ❖ MÚSCULO PALATOFARÍNGEO • ORIGEM: palato • INSERÇÃO: parede da faringe • É o mais volumoso dos três músculos, e forma a prega palatofaríngea ❖ MÚSCULO SALPINGOFARÍNGEO • ORIGEM: tuba auditiva • INSERÇÃO: parede da faringe A AÇÃO DE TODOS ESSES TRÊS MÚSCULOS É ELEVAR E ENCURTAR A FARINGE! Como a musculatura é incompleta em algumas regiões, ou seja, ela não é contínua, então sobram quatro espaços na parede lateral da faringe para a entrada e saída de estruturas: 1. Acima do constrictor superior • M. levantador do véu palatino • Tuba auditiva 2. Entre o constrictor superior e o médio • Ligamento estilohioideo • Nervo glossofaríngeo • M. estilofaríngeo 3. Entre o constrictor médio e o inferior • A. e V. laríngea • Ramo interno do N. laríngeo 4. Entre o constrictor inferior e o esôfago • Aa. e Vv. Laríngeas superiores • N. laríngeo recorrente DEGLUTIÇÃO (o professor vai mandar os slides) É dividida em quatro fases: ➢ 1ª FASE ORAL E PREPARATÓRIA Envolve a mastigação e formação do bolo alimentar Músculos envolvidos: músculos da mastigação, bucinador, orbicular da boca e língua. ➢ 2ª FASE ORAL DE TRANFERÊNCIA o É voluntária, ou seja, a gente inicia o processo de deglutição de acordo com a nossa vontade quando sentimos que o bolo alimentar está pronto para ser deglutido. o É feita em etapas e aqui age os músculos já descritos, por exemplo, envolve a passagem do bolo alimentar pela orofaringe, por isso chama-se de transferência. o O primeiro movimento que fazemos é elevar a língua, o ápice da língua ponta na papila incisiva (palato). o O palato mole começa a se elevar para abrir espaço o O assoalho da boca começa a encurtar (a ação do músculo gênio-hioideo e do músculo milo-hióideo traciona a laringe anteriormente, com isso, há um aumento de espaço para a passagem do bolo alimentar na região posterior). o A língua vai se elevando gradativamente como se fosse ordenhando o bolo alimentar em direção a orofaringe. ➢ 3ª fase o Envolve a presença desse bolo alimentar dentro da faringe, na região das fauces o Para que esse alimento não retorne para a orofaringe o palato mole tem que ser elevado, aqui entra a ação do músculo tensor do véu palatino, levantador do véu palatino e músculo da úvula, quando esse contrai ele engorda o palato, aí o palato entra em contato com a parede posterior da faringe e na faringe se forma Crista de Passavant o Aumenta a contração, fechando o istmo faríngeo pelo constrictor superior da faringe e pelos músculos do palato mole ➢ 4ª fase o O bolo alimentar desce e apoia na epiglote, a própria ação mecânica dele já faz a epiglote baixar. Além disso, temos músculos Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 14 na faringe que fazem a tração da epiglote. Isso fecha o ádipo da laringe e o bolo alimentar se divide em duas metades passando pelos recessos piriformes e vai em direção a junção faringoesofágica. o Quando chega no esôfago, deve relaxar o cricofaríngeo para abrir o esfíncter para dar entrada na fase esofágica o Uma onda de contração dos músculos constrictores que vão impulsionando o bolo alimentar em direção ao esôfago e aí inicia a fase faríngea.
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