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REVISÃO AV1
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
2019/1
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
TÓPICO 1.1 –(CONCEITOS BÁSICOS)
A palavra Filosofia significa amor ou amizade à sabedoria (do grego philos, que quer dizer afeição e sophia que quer dizer sabedoria). A filosofia estuda, dentre vários temas, alguns essenciais para a existência humana, como a morte, a felicidade, o sentido da vida, mas nunca apresentando uma solução definitiva para eles. Para isso, existem diferentes campos do saber filosófico, como a estética, a epistemologia, a teoria do conhecimento, a lógica, a ética, a filosofia política etc.
Na Grécia antiga, a filosofia e a ciência andavam juntas. Não havia um método científico próprio para cada saber, logo, um filósofo podia estudar matemática, geometria e astronomia, por exemplo.
 
TÓPICO 1.1 –(CONCEITOS BÁSICOS)
A filosofia também é um método de investigação a respeito da própria cultura da qual faz parte. O conceito de cultura pode ser considerado dos pontos de vista antropológico e restrito. Para a antropologia, cultura é tudo o que o ser humano produz para construir sua existência e atender suas necessidades e desejos. Ou seja, todas as atividades que diferem o ser humano dos outros animais podem ser consideradas expressões da cultura. Já o conceito restrito é aquele que considera somente as atividades intelectuais de um povo como expressões de cultura.
O conhecimento filosófico se distancia do saber mítico, pois entende a razão como principal componente reflexivo e ajuda as pessoas a se libertarem dos paradigmas que não lhes servem mais, trazendo, desse modo, uma renovação do conhecimento.
TÓPICO 1.2 –(O SURGIMENTO DA FILOSOFIA)
A Filosofia nasce a medida em que as populações foram crescendo e surgem as cidades-estado e a democracia na Grécia Antiga. As pessoas têm necessidade de saber como o mundo funciona, a fim de poderem aprimorar seus modos de trabalho. Nesse momento surgem questões sobre o pensamento metódico e sistemático e, consequentemente, a Filosofia.
Hipócrates (o pai da medicina); Tales de Mileto (matemático e astrônomo) e Pitágoras de Samos (desenvolvedor da ciência natural) foram os filósofos precursores da ciência na Antiguidade. É interessante notar como o homem desse período reunia nele uma série de elementos profissionais e constituintes de sua subjetividade.
TÓPICO 1.2 –(O SURGIMENTO DA FILOSOFIA)
A Filosofia, desde seus primórdios, se faz através da reflexão filosófica e do pensamento sistemático. A reflexão filosófica questiona os motivos, causas e o sentido de nosso pensamento, nossa fala e atitudes. As indagações são muito importantes e as respostas devem ser perseguidas através da lógica e da razão.
A concepção de ciência só passou a existir a partir dos grandes pensadores gregos. A ciência surge como uma busca pela simplicidade de pensamento, através da lógica, e procura apresentar uma visão abrangente, um novo princípio de ordem, ou seja, é uma nova maneira de interpretar a realidade.
A Filosofia tem o papel de preparar os estudantes para exercerem a cidadania. Visa a formação ética, busca despertar a autonomia intelectual e o pensamento crítico. Os alunos adquirem a capacidade de argumentação, podendo refletir a respeito das questões da disciplina, mas também de outras áreas, compreendendo o conhecimento como um todo, vinculado à realidade.
TÓPICO 1.2 –(O SURGIMENTO DA FILOSOFIA)
A partir de Sócrates, a atitude filosófica se centraliza nos homens, em uma análise das qualidade e virtudes do ser humano, por meio de perguntas, mas sem chegar a uma definição final. Sendo assim, o homem é aquele que está em constante busca de si mesmo e, nessa atitude crítica, encontra-se o verdadeiro valor da vida humana.
A Filosofia nos ajuda a compreender melhor a realidade que nos circunda. Nosso momento é de grandes mudanças na área tecnológica, do trabalho e dos serviços. A Filosofia nos ajuda a compreender o papel da escola nesse mundo globalizado e de convergência tecnológica. Para isso, é necessário que a escola promova discussões a respeito dos temas que perpassam nossa sociedade, como a xenofobia, o racismo, a democracia, a alteridade etc.
TÓPICO 1.2 –(O SURGIMENTO DA FILOSOFIA)
Dizer não ao senso comum é a primeira etapa da atitude filosófica, que é a atitude crítica. Devemos desconfiar de tudo para, em seguida, interrogar sobre o que as coisas são, como são e por que são. Perguntas sobre as crenças, os costumes, os sentimentos e tudo que constitui a realidade fazem parte da atitude filosófica.
Para desenvolver a atitude filosófica é necessário que haja reflexão crítica sobre a prática pedagógica. O professor não deve transmitir o conhecimento, mas sim proporcionar as condições para que os alunos o construam.
Os cursos de pedagogia e licenciatura, neste sentido, devem proporcionar uma compreensão sistematizada da educação, a fim de que o trabalho pedagógico se desenvolva para além do senso comum e se torne realmente uma atividade intencional. Para isso, é necessário qualificação, formação pedagógica e formação ética e política.	
TÓPICO 1.3 –(FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO)
Para Saviani (2013), a reflexão filosófica pode ser radical (quando examina as raízes do problema e alcança seus fundamentos); rigorosa (quando procede sistematicamente, criando conceitos, seguindo uma metodologia específica e indagando sobre o senso comum) e de conjunto (que relaciona o problema com o contexto em que ele está inserido). O educador deve ser capaz de solucionar os problemas educacionais por meio desse método de reflexão.
Existem diversas formas de promover a educação. Segundo Aranha (2014) existe a educação informal (que ocorre a partir de experiências do cotidiano); a educação não formal (em cursos de aperfeiçoamento, atividades educativas) e a educação formal que ocorre nas escolas e nas universidades, por exemplo. A Pedagogia dedica-se à prática formal quando há objetivos específicos a serem cumpridos. Sendo assim, a relação da pedagogia com a filosofia se dá através da formulação das questões sobre os objetivos a serem alcançados através da prática educativa. Neste sentido, a Filosofia da educação lança as indagações para que os objetivos educacionais sejam definidos.
TÓPICO 1.3 –(FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO)
Somente na época moderna, a educação começou a adquirir os aspectos da escola que conhecemos hoje, com separação por idades, recursos didáticos etc. Em épocas passadas, a organização educacional foi diferente e a cada momento histórico ela é uma, indicando que em cada sociedade e época existe um tipo específico de educação formal.
As indagações sobre os objetivos da educação são lançadas em três campos de estudo: a antropologia filosófica (que investiga a concepção de humanidade); a axiologia (que reflete sobre os valores que orientam a prática educativa) e a epistemologia (que questiona a respeito do que seja conhecido, sua origem e de que modo pode ser apreendido).
TÓPICO 1.3 –(FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO)
No momento em que surge uma questão a qual não se sabe como solucionar, surge também a necessidade de reflexão filosófica. Desse modo, a partir dessa reflexão, serão organizados os princípios e objetivos, chamados de ideologia que irão orientar a ação. Para Saviani, a ideologia explicita os objetivos da ação e a ação traz novos problemas que levam à reformulação da ideologia.
A filosofia, na época moderna, se afastou da religião e colocou a razão acima de tudo, colaborando para o desenvolvimento das ciências. Um dos maiores impactos foi a Revolução Científica (século XVII). Nesse evento, a humanidade desenvolveu métodos rigorosos para a investigação da realidade, o colaborou para o desenvolvimento da Pedagogia como ciência. 
TÓPICO 1.3 –(FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO)
Na Modernidade, com a educação mais sistematizada, a filosofia da educação dá seus primeiros passos. Um filósofo que se destacou nesse contexto foi Comênio com a obra “Didática Magna”, defendendo uma escola para todos e não apenas para a aristocracia e para a burguesia em ascensão.
A Filosofia da educação nos auxilia aperceber a importância do diálogo da Pedagogia com outras ciências e, dentre elas, destacam-se a psicologia, a sociologia e a história da educação, por exemplo.
Duas tendências de pensamento marcaram a Idade Moderna, o Racionalismo (tem como foco a razão e seu expoente é René Descartes) e o Empirismo (que tem como ênfase a experiência sensível no processo de conhecimento, tendo como expoente John Locke).
Por fim, o saber filosófico no ambiente escolar é importante para que tenhamos a consciência das decisões que tomamos, ou seja, para que tenham um sentido claro.
A FILOSOFIA COMO CIÊNCIA E REFLEXÃO AO LONGO DA HISTÓRIA DO PENSAMENTO HUMANO
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
Existem diversas escolas filosóficas que nos levam a pensar de formas distintas sobre os caminhos levados à teoria e a prática. Dentre elas, as principais são o idealismo, o realismo, o racionalismo e o empirismo. 
O idealismo entende que não existe objeto sem sujeito que o percebe. Sendo assim, essa escola compreende que não existem objetos reais, mas somente aqueles que são percebidos pela nossa consciência. O idealismo subjetivo ou psicológico compreende que os objetos não existem na realidade e sim que eles são ideais da mente. Já o idealismo objetivo ou lógico entende que não existe consciência individual, mas sim consciência científica, através das obras e da comunidade acadêmica.
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
O realismo entende que os objetos a nossa volta existem por si mesmos, independentes de uma consciência. Para os realistas, o sujeito conhece as coisas a sua volta tal como realmente são. Sua forma mais radical é o realismo ingênuo que defende que as coisas são exatamente como as percebemos. Atualmente, existe o realismo crítico que passa a elencar críticas e questionamentos sobre o conhecimento.
O Racionalismo se fundamenta na razão, acreditando que o conhecimento confiável e seguro é aquele que não se fundamenta nos sentidos ou em um ser metafísico. Em geral, é a atitude de quem confia nos procedimentos da razão para determinação de crenças ou técnicas em determinado campo. Ele está baseado na teoria das ideias inatas (de Platão) e o pai dessa escola é René Descartes.
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
A escola empirista é contrária ao racionalismo. Ela defende que a fonte de nosso conhecimento é a experiência sensível, portanto, os nossos sentidos. Para os empiristas, o conhecimento nasce puramente das nossas experiências através do olfato, paladar, visão, audição e tato. Um dos maiores pensadores empirista foi John Locke, filósofo inglês que tem relevância nas questões relacionadas à filosofia política e à ética da época.
A ciência possui método e pesquisa rigorosos. O cientista está sempre como observador dos fenômenos e, a partir disso, o processo de análise e elaboração de respostas é baseado em teorias que consigam responder o maior número de questões possíveis.
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
O senso comum baseia-se em uma observação empírica do cotidiano das pessoas, repleto de valores que elas carregam de sua educação. É passado de geração para geração e tenta responder as maiores inquietações sociais. O problema é que o senso comum, por não ter comprovação científica pode produzir preconceitos.
O sujeito é aquele que observa e produz o conhecimento através da relação com seu semelhante. Neste sentido, sempre haverá interação com o outro. O pesquisador deve respeitar padrões e normas éticas que são estabelecidos pela comunidade e prestar contas da pesquisa à sociedade.
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
Existem quatro tipos de conhecimento. O vulgar (ou senso comum), é assistemático (não possui um sistema metodológico), é transmitido de geração para geração; e é verificável no dia a dia da pessoa, pois está baseado no objeto empírico. O Científico é sistemático, procurando organizar as informações e conhecimento em um sistema em que todos aqueles que o estudarem irão entender. É a busca constante da verificação de certas teorias com a realidade, tentando chegar mais próximo da exatidão. O Filosófico é sistemático e racional, não buscando a realidade, mas instrumentos capazes de defini-la. Utiliza-se a razão para responder tanto questões essenciais quanto corriqueiras. O teológico responde questões como a origem, o significado, o destino da vida. É infalível por aceitar como verdade única a revelação sobrenatural.
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
Os aspectos externos ao conhecimento definem os caminhos da ciência e da utilização do conhecimento científico. Sociedade e Estado definem o que é prioritário para ser pesquisado.
A concepção que temos dessa área de conhecimento nasceu “da necessidade de compreender não só as relações entre os indivíduos, mas também entre as diferentes culturas”. 
A partir do positivismo criado por Comte, ocorreu o início da tendência naturalista nas Ciências Humanas, baseando-se na exatidão das leis gerais da ciência e nas relações existentes entre os seres humanos. A tendência naturalista busca a explicação lógica das ciências exatas para compreender o ser humano e as suas relações em sociedade, culminando assim em teorias sociais como a de Émile Durkheim e Burrhus Skinner. 
TÓPICO 2.1 –(FILOSOFIA E CONHECIMENTO)
A tendência humanista critica a visão naturalista, principalmente o positivismo, e instaura um novo método de fazer pesquisa, levando em consideração a intencionalidade e a vontade presente no objeto de estudo que é o ser humano.
De modo geral, as Ciências Humanas têm seu lugar demarcado dentro das ciências, diferindo das outras áreas, justamente pelo objeto de análise e metodologia serem distintos. Neste sentido, a partir da década de 1960 e 1970, as Ciências Humanas romperam com a concepção naturalista, desenvolvendo, assim, métodos alternativos e mais apropriados ao seu objeto de estudo.
TÓPICO 2.2 –(AS ESCOLAS FILOSÓFICAS)
As tendências pedagógicas são divididas em duas principais linhas: a tendência tradicional e a tendência nova ou liberal. A tendência tradicional considera mais importante a teoria do que a prática, ou seja, a formação intelectual é ressaltada em detrimento de práticas e métodos de ensino, assim, essa tendência questiona o que ensinar. Já a tendência nova é inversa à anterior, tal tendência enfatiza que a teoria está subordinada à prática, dessa forma, busca-se elaborar técnicas de aprendizagem, questionando como apreender e quais métodos utilizar em sala de aula. 
TÓPICO 2.2 –(AS ESCOLAS FILOSÓFICAS)
A tendência tradicional tem como princípio ressaltar as teorias e evidenciar o professor no processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, a educação é entendida como uma transmissão de conhecimento em que o professor é detentor do saber e o aluno mero receptor. Já a vertente liberal tem como intuito aliar a teoria à prática, em outras palavras, o ensino deixa de ser puramente lógico e teórico, passando a considerar os aspectos psicológicos no processo de aprendizagem.
A tendência tradicional tem como característica principal o fundamento racional, isto é, a racionalidade é entendida como o centro do conhecimento. Neste sentido, os professores são aqueles que, através de uma maior carga intelectual, possuem mais capacidade para ensinar os educandos que estão sedentos da razão e da teoria. Este movimento iniciou-se com Platão, que instaurou o racionalismo, até os grandes filósofos da modernidade, como Kant Fichte e Hegel. 
TÓPICO 2.2 –(AS ESCOLAS FILOSÓFICAS)
As ideias da Escola Nova eram opositoras à tendência tradicional, pois buscavam estabelecer uma liberdade aos educandos, além de ensinar aos professores formas e métodos de auxiliar nesse movimento educacional independente. Além de Rousseau, outros filósofos foram importantes na fundamentação da tendência nova como: Nietzsche, Kierkegaard e Bergson. 
A formação educacional atual não pode voltar-se somente à teoria, é necessário que promova também a inclusão do jovem na sociedade, ensinando o seu papel de cidadão e formando-o paraas relações sociais.
TÓPICO 2.3 –(PRINCIPAIS FILÓSOFOS GREGOS)
Os pré-socráticos são pensadores do mundo grego que viveram antes de Sócrates. Sua preocupação era a de responder as questões relacionadas com o porquê das coisas. Alguns dos conceitos nomeados por esses filósofos foram Kosmos (universo, concebido como ordenado e harmonioso), Physis (natureza, com o objetivo de estabelecer a natureza dos objetos); Arche (princípio, compreendendo o elemento originário das coisas); Logos (razão, para explicar o porquê das coisas, dar as razões. Os socráticos eram filósofos que focavam no ensino da retórica e recebiam altas quantias de dinheiro em troca de seus ensinamentos.
TÓPICO 2.3 –(PRINCIPAIS FILÓSOFOS GREGOS)
Sócrates desenvolveu um método em suas conversas com seus interlocutores, chamado de maiêutica, em que levava o interlocutor ao esclarecimento e compreensão da verdade por base de perguntas inseridas em uma situação real. A base da filosofia socrática é o cuidado com a alma, compreendida como ânimo, ou seja, aquilo que é essencial na vida de cada indivíduo. 
Platão utilizava diálogos para explicar teorias e pensamentos, sendo neles seus interlocutores levados ao conhecimento. A teoria das ideias de Platão foi ilustrada através de um mito, chamado alegoria da caverna. Essa metáfora fundamenta que as coisas sensíveis, aquelas que identificamos pela percepção, são como sombras projetadas no fundo de uma caverna. A teoria baseia-se na separação de dois mundos: o mundo sensível que é o mundo a nossa volta, que é mutável e múltiplo; e o mundo das ideias, que é onde reside todas as entidades e valores, neste mundo há a unidade e a imutabilidade.
TÓPICO 2.3 –(PRINCIPAIS FILÓSOFOS GREGOS)
Para Aristóteles, existem cinco passos para se alcançar o conhecimento: o primeiro é os sentidos; o segundo é a nossa memória, que nos faz lembrar dos conhecimentos básicos aprendidos pelos sentidos; o terceiro diz respeito à experiência, que é o agrupamento de diversas memórias e sentidos; o quarto é a arte, expressa pelo juízo com relação a determinadas experiências e por fim, a ciência, considerada como conhecimento verdadeiro e superior a qualquer outro 
Os gregos chamavam o sistema de educação de Paidéia. Nele buscavam a perfeição e a felicidade do homem na sua totalidade, fundamentando-se nas virtudes gregas que são: a prudência, baseada no bom senso e no equilíbrio; a temperança, que é o autocontrole e a renúncia; a fortaleza, apoiada na persistência e na força; e a justiça que regula a convivência em sociedade. As teorias aristotélicas foram voltadas para ao aspecto observacional.