Buscar

05_Geografia_de_Mato_Grosso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEDUC/MT 
Professor da Educação Básica 
 
1. Mato Grosso e a região Centro-Oeste, ........................................................................................... 1 
 
2. Geopolítica de Mato Grosso, ........................................................................................................... 4 
 
3. Ocupação do território, .................................................................................................................... 5 
 
4. Aspectos físicos e domínios naturais do espaço mato-grossense, ................................................ 10 
 
5. Aspectos político-administrativos, ................................................................................................. 11 
 
6. Aspectos socioeconômicos de Mato Grosso, ................................................................................ 12 
 
7. Formação étnica, .......................................................................................................................... 15 
 
8. Programas governamentais e fronteira agrícola mato-grossense, ................................................. 22 
 
9. A economia do Estado no contexto nacional, ................................................................................ 24 
 
10. A urbanização do Estado. ........................................................................................................... 31 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Região Centro-Oeste 
 
O meio natural e os impactos ambientais: 
A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo 
Distrito Federal, ocupando cerca de 18% do território e abrigando pouco mais que 7% da população do 
país. 
O clima tropical é predominante na Região Centro-oeste, caracterizado por estação bem seca no 
inverno e outra chuvosa no verão. O norte da região está’ sob influência do clima equatorial úmido e da 
massa equatorial continental. 
No extremo sul da região as frentes frias da massa polar atlântica causam instabilidades no inverno e 
queda da temperatura, ocasionando as friagens, quando a temperatura pode cair bastante. No verão, as 
temperaturas são mais elevadas, com máximas oscilando entre 30ºC e 40ºC. 
O Cerrado predomina na Região Centro-Oeste. Em seu limite oeste, localiza-se o Pantanal, enquanto 
o limite norte caracteriza-se pela presença da Floresta Amazônica; ao sul ocorrem remanescentes da 
Mata Atlântica. 
O Cerrado apresenta grande biodiversidade. Na vegetação, encontram-se formações florestais (mata 
ciliar, mata seca e cerradão), formações savânicas (cerrado no sentido restrito, arque de cerrado, 
palmeiral e vereda) e campestres (campo sujo, campo limpo e campo rupestre). 
Variações do tipo de solo e nas formas de relevo explicam essas diferenças: a mata galeria, por 
exemplo, formada por espécies arbóreas, ocorre nas margens de rios, em vales úmidos. 
Nas últimas décadas, a expansão rápida e intensiva da agropecuária tem provocado a destruição de 
matas ciliares e de reservas permanentes do Cerrado. Na região das nascentes do Rio Araguaia, por 
exemplo, a erosão provoca voçorocas (erosões profundas que atingem o lençol freático). O 
assoreamento dos rios e a poluição dos aquíferos também são problemas comuns no Cerrado. 
Iniciativas importantes do Governo Federal, como o Programa Nacional de Conservação e Uso 
Sustentável do Bioma Cerrado e o Programa Cerrado Sustentável buscam promover a conservação, 
a recuperação e o manejo sustentável desse bioma, além de incentivar a valorização e o reconhecimento 
das populações tradicionais. Entretanto, isso não tem sido suficientes para conter a devastação. 
Quatro bacias hidrográficas drenam a Região Centro-oeste: Amazônica (Rio Xingu e afluentes do 
Amazonas), do Paraguai, do Tocantins-Araguaia e Platina (rios Paraná e Uruguai). 
O relevo do Centro-Oeste é predominantemente planáltico. 
Nele, destacam-se os Planaltos e Serras de Goiás-Minas, os Planaltos e Chapadas dos Parecis, os 
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e as Serras Residuais do Alto Paraguai. Entre os Planaltos, 
estão encaixadas depressões como a Marginal sul-amazônica, e do Alto Paraguai-Guaporé e a do 
Araguaia. 
 
O Pantanal: 
A planície do Pantanal Mato-Grossense e a do Rio Guaporé localizam-se a oeste da região. O 
Pantanal é uma planícies sujeita a inundações sazonais, em decorrência da pequena declividade de seu 
relevo e do padrão de drenagem da bacia do Rio Paraguai. A vegetação é mista (cerrados, florestas, 
campos, charcos inundáveis e ambientes aquáticos), e mais de mil espécies animais, incluindo cerca de 
650 tipos de aves aquáticas, vivem na região. 
No Pantanal, a expansão da agropecuária e as queimadas acarretaram a supressão de parte da 
vegetação e a contaminação dos corpos d’água por agrotóxicos. Além disso, o pantanal recebe os rejeitos 
da atividade mineradora de exploração de diamantes e de ouro, especialmente o mercúrio, altamente 
poluente. Diversos programas e políticas ambientais têm sido desenvolvidos pelo governo federal para 
proteger o bioma, prevendo o manejo correto de bacias hidrográficas, saneamento e apoio ao produtor. 
A Floresta Amazônica se estende pela metade norte do estado do Mato Grosso, e se encontra bastante 
ameaçada por desmatamentos e queimadas. A expansão da fronteira agropecuária nessa área, para 
1. Mato Grosso e a região Centro-Oeste 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 2 
plantio ou criação de gado, atinge áreas de conservação ambiental e provoca erosão e assoreamento 
nos rios. 
 
Ocupação territorial e dinâmicas econômicas: 
Originalmente, os territórios que hoje compõem a Região Centro-Oeste eram habitados por diversos 
agrupamentos indígenas, especialmente os bororo. Nos termos do Tratado de Tordesilhas, assinado 
em 1494, essas terras pertenceriam à América espanhola. Entretanto, a partir do século XVI, sucessivas 
ondas de bandeirantes paulistas se dirigiram para a região com a finalidade de aprisionar e escravizar 
indígenas, desbravando o interior do Brasil. 
No final do século XVII, estimulados pela descoberta de ouro em Minas Gerais, os bandeirantes 
passaram a se aventurar em terras cada vez mais distantes. Subindo o Rio Cuiabá e alcançando o 
território bororo, os bandeirantes encontraram ouro e iniciaram a conquista do território que atualmente 
corresponde ao Mato Grosso. Enquanto isso, expedições pelo sertão descobriam minas de ouro no 
território que hoje compreende o estado de Goiás, onde foi fundada a Vila Boa, embrião da atual cidade 
de Goiás. 
Em 1726, Rodrigo César de Meneses, capitão-geral de São Paulo, chegou às minas chamadas de 
Cuiabá, fundando, no ano seguinte, a Vila Real do Bom Jesus, que já contava com dois portos fluviais.Deles, partiam as expedições que visavam ao apresamento de indígenas no Pantanal. 
A cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho, foi fundada em 1726 pelo filho do bandeirante 
Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Em 2001 foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio 
Cultural da Humanidade. 
Em 1748, preocupada com a posse dessas terras, a Coroa portuguesa criou a capitania de Mato 
Grosso, com sede em Vila Bela da Santíssima Trindade, fundada pelo mineradores às margens do Rio 
Guaporé. Posteriormente, a sede da capitania foi transferida para a Vila de Cuiabá. A Capitania de Goiás, 
com sede em Vila Bela, também foi criada em 1748. 
Em 1750, a assinatura do Tratado de Madri entre Portugal e Espanha legalizou a posse efetiva da 
região pelos portugueses. Porém, com a anulação desse tratado, ocorrida em 1761, a Coroa portuguesa 
passou a implantar uma rede de fortificações para garantir a posse da margem direta do Rio Guaporé: o 
Forte de Conceição foi erguido em 1762 e o Forte de Príncipe da Beira, em 1776. O Tratado de Santo 
Idelfonso, firmado pelas coroas ibéricas em 1777, finalmente ratificou a soberania portuguesa sobre o 
território das duas capitanias ocidentais. 
A partir de então, o povoamento luso-brasileiro passou a avançar na direção do Rio Tocantins, 
dizimando os índios caiapó de Goiás, os xavante do Araguaia e, mais tarde, os canoeiro do Tocantins. 
Do século XIX em diante, com o declínio da mineração, as províncias de Mato Grosso e de Goiás 
conheceram um longo período de decadência econômica e de isolamento. Apenas as atividades agrícolas 
de subsistência, como a extração da borracha, a criação de gado e a exploração de erva-mate, 
sobreviveram na região. 
 
A ocupação moderna do Centro-Oeste: 
Ao longo do século XX, porém, o isolamento da região foi sendo vencido gradativamente com a 
transformação dos estados do Centro-Oeste em área de atração populacional. 
A inauguração de Goiânia, em 1936, a Marcha para o Oeste, iniciada por Getúlio Vargas na década 
de 1940, a construção de Brasília, assim como as políticas de integração nacional consolidadas pela 
ditadura militar na década de 1970, incentivaram a migração para o Centro-Oeste, contribuindo para 
acelerar o povoamento da região. 
No início do século XX, a abertura da Estrada de Ferro Noroeste Brasil (Bauru-Corumbá) ajudou a 
intensificar os fluxos entre o Sudeste e o Centro-Oeste. A ferrovia abriu a fronteira para a pecuária do 
Mato Grosso, permitindo o transporte do gado vivo até os frigoríficos de São Paulo e do Rio de Janeiro. 
A partir da década de 1960, rodovias como a Belém-Brasília, a Cuiabá-Porto Velho e a Brasília-Acre 
transformaram-se em plataforma para a conquista da Amazônia. 
Em 1977 o estado de Mato Grosso foi desmembrado, e dois anos depois oficializou-se a criação do 
estado de Mato Grosso do Sul. 
Goiás, por sua vez, foi desmembrado em 1998, quando se criou o estado de Tocantins, que atualmente 
pertence à Região Norte. Em ambos os casos, as justificativas utilizadas para o desmembramento foram 
a grande extensão desses estados, as dificuldades de planejamento e de administração. 
 
Cenário econômico recente: 
Na década de 1970, teve início um período de intenso desenvolvimento econômico nos estados do 
Centro-Oeste, motivado principalmente pela modernização da agricultura. A mecanização, a 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 3 
introdução de novas culturas e o desenvolvimento de tecnologias e técnicas como a adubação e correção 
dos solos de cerrados impulsionaram a produtividade da agricultura regional, que se tornou altamente 
competitiva nos mercados internacionais. 
No entanto, essa modernização tem sido responsável por diferentes impactos ambientais, em especial 
o desmatamento. 
Desde a década de 1980, o incremento da produção agropecuária e os incentivos fiscais atraem 
para o Centro-Oeste indústrias ligadas à transformação de matérias-primas de origem animal ou vegetal. 
É o caso dos frigoríficos, das empresas de avicultura, do setor sucroalcooleiro e das indústrias que 
processam os grãos de soja. Instaladas próximos aos polos produtores, essas indústrias lucraram com a 
redução de despesas com fretes. 
Sendo assim, o panorama industrial da região é pouco diversificado. 
A exceção fica por conta de alguns polos produtivos instalados no eixo Brasília-Goiânia, em especial 
em Anápolis, que concentra empresas do setor farmoquímico e farmacêutico. 
Nas últimas décadas, o Mato Grosso do Sul foi o estado da região que apresentou maior crescimento 
econômico. A agricultura, praticada principalmente na porção leste do estado, beneficiou-se da 
proximidade com os grandes mercados consumidores do Sul e do Sudeste. Dados do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística indicam que somente no estado de Mato Grosso, o crescimento da área 
plantada de soja foi de 28,7% entre os anos de 2008 e 2011. 
A expansão dos canaviais para o Centro-Oeste também é fato recente. Os maiores índices de 
crescimento da produção de cana-de-açúcar são encontrados em Goiás e Mato Grosso do Sul. 
Além do aumento da área cultivada, destaca-se a instalação de usinas na região, o que fortalece a 
cadeia agroindustrial sucroalcooleira. 
A indústria do turismo também tem apresentado rápido crescimento na Região Centro-Oeste. O 
pantanal é a área mais visitada, embora os parques nacionais da Chapada dos Guimarães, em Mato 
Grosso, da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e das Esmas, no sudeste goiano, também contribuam 
para o aumento do número de turistas, atraídos pelas chapadas, cânions, quedas-d’água, cavernas e 
diversos sítios arqueológicos. 
No Rio Araguaia, na época da estiagem (junho a setembro), o nível das águas cai formando praias, 
tornando a região uma atração turística. 
Cidades históricas como Pirenópolis e Goiás, antiga capital goiana, atraem visitantes pelos sobrados 
coloniais preservados e pelas igrejas de arquitetura barroca. 
Em direção ao sul do estado, a cidade de Caldas Novas recebe em média um milhão de turistas por 
ano, em busca de suas fontes de água quente. 
Brasília apresenta arquitetura moderna e é considerada Patrimônio da Humanidade. 
 
Os centros urbanos: 
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira linear, seguindo as rodovias de integração 
e as ferrovias que ligam à Região Sudeste. 
Brasília, metrópole nacional, Goiânia, metrópole, assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais 
regionais, situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem forte crescimento – como 
Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO) – estão também situadas nesses eixos. 
 
A cidade-capital: 
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades brasileiras. Não simplesmente por ser 
uma cidade planejada: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, constituem outros 
exemplos de cidades planejadas no Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que 
orientou seu planejamento urbano – a criação de uma cidade-capital, condição que determinou a 
expansão demográfica e econômica da região. 
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que está submetido ao plano urbanístico, com 
seu rígido sistema de aprovação de plantas destinado a conservar as características originais da cidade. 
Ideologicamente, esse plano, de autoria de Lúcio Costa, vinculava-se à tradição de pensamento 
urbanístico do francês Le Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos princípios 
remontam ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, realizado em 1933. A cidade deveria ser, a um só 
tempo, funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, consumo e trabalho. Para isso, os 
planejadores deveriam dispor da capacidade de organizar o espaço de forma absoluta, excluindo as 
incertezas e os conflitos inerentes ao desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A ordem 
seria um produto da autoridade e do saber urbanístico. 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 4A base espacial do plano urbanístico reside na segregação funcional. No interior do Plano Piloto, 
definiram-se as áreas reservadas às diferentes funções urbanas – administração pública, residências, 
comércio local e central, etc. 
Um eixo viário retilíneo, chamado Eixo Monumental, foi implantado e reservado aos palácios e edifícios 
destinados aos órgãos de poder político, à administração e às embaixadas. Esse eixo é cortado por um 
outro, arqueado, chamado Eixo Rodoviário, destinado à circulação expressa. Com 13 quilômetros de 
extensão e cinco pistas sem cruzamentos, ele separa a circulação municipal da circulação local. Juntos, 
os dois eixos têm o formato de asas de avião. 
Ao longo do Eixo Rodoviário alinham-se as superquadras, destinadas à moradia. Nessas áreas 
encontram-se escolas, igrejas e espaços de comércio local. Esses serviços localizam-se no interior dos 
conjuntos de superquadras, direcionado a circulação de pessoas para dentro e não para as ruas. O 
comércio de grande porte foi alocado em uma zona separada, no cruzamento entre os dois grandes eixos 
da cidade. Todo o sistema de zoneamento e circulação da cidade prioriza o automóvel, a circulação 
expressa. 
Concebida por Oscar Niemeyer, a arquitetura da capital é coerente com o plano urbanístico, visando 
reforçar simbolicamente a função de sede dos órgãos de poder político, que constitui a razão de ser de 
Brasília. 
 
A cidade polinucleada: 
O plano urbanístico não eliminou a clássica estruturação espacial das grandes cidades brasileiras: o 
contraste entre as áreas centrais reservada às classes médias e às elites, de um lado, e as periferias 
populares, de outro. No entanto, operou uma transformação radical nesse esquema, abrindo um espaço 
vazio entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades-satélite). O elevado preço dos 
terrenos no Plano Piloto empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que cresceram 
como verdadeiras cidades-dormitório. 
Embora não estivessem formalmente previstas no plano, as cidades-satélite desenvolveram-se para, 
de certa forma, protege-lo, evitando a concentração da pobreza. Dessa maneira, a capital cresceu como 
cidade polinucleada: uma única aglomeração urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos 
separados. Esses núcleos são chamados de regiões administrativas, já que a Constituição impede a 
formação de municípios autônomos no Distrito Federal. 
A maioria da população ativa que reside nas cidades-satélite trabalha no Plano Piloto e consome horas 
diárias em deslocamentos entre o local de moradia e o local de emprego. 
A concentração de recursos financeiros no Plano Piloto – que abriga uma elite de políticos, burocratas 
da administração pública e diplomatas estrangeiros – dinamiza a economia do Distrito Federal, atraindo 
migrantes para as cidades-satélites. Assim, o crescimento demográfico dos núcleos urbanos ao redor é 
muito superior ao da área central: em 1960, o Plano Piloto concentrava cerca de metade da população 
do Distrito Federal; atualmente essa proporção é inferior a 15%. 
 
Referências Bibliográficas: 
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul 
Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna. 
 
 
 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/geografia) 
 
 
2. Geopolítica de Mato Grosso 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 5 
Localização 
Mato Grosso tem 903.357,908 km2 de extensão. É o terceiro maior estado do país, ficando atrás 
somente do Amazonas e do Pará. A área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km2, o que coloca o estado 
em 11º lugar no ranking de estados com maior mancha urbana. 
Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro geodésico da América Latina. Cuiabá, a capital, 
está localizada exatamente no meio do caminho entre o Atlântico e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o 
ponto mais central do continente. O local exato foi calculado por Marechal Rondon durante suas 
expedições pelo estado e é marcado com um monumento, o obelisco da Câmara dos Vereadores. 
Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, 
talhadas em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a 
dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e 800m), que integram o 
planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela do planalto 
meridional. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental. 
Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território brasileiro abrange quatro fusos horários situados a 
Oeste de Greenwich. O Estado de Mato Grosso abrange o fuso horário quatro negativo (-4). Apresenta, 
portanto, 4 horas a menos, tendo como referência Londres, o horário GMT (Greenwich Meridian Time). 
 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/geografia) 
 
 
 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/historia). 
 
O que hoje conhecemos como Mato Grosso já foi território espanhol. As primeiras excursões feitas no 
território de Mato Grosso datam de 1525, quando Pedro Aleixo Garcia vai em direção à Bolívia, seguindo 
as águas dos rios Paraná e Paraguai. Posteriormente portugueses e espanhóis são atraídos à região 
graças aos rumores de que havia muita riqueza naquelas terras ainda não exploradas devidamente. 
Também vieram jesuítas espanhóis que construíram missões entre os rios Paraná e Paraguai. 
A história de Mato Grosso, no período "colonial" é importantíssima, porque durante esses 9 governos 
o Brasil defendeu o seu perfil territorial e consolidou a sua propriedade e posse até os limites do rio 
Guaporé e Mamoré. Foram assim contidas as aspirações espanholas de domínio desse imenso território. 
Proclamada a nossa independência, os governos imperiais de D. Pedro I e das Regências (1º Império) 
nomearam para Mato Grosso cinco governantes e os fatos mais importantes ocorridos nesses anos 
(7/9/1822 a 23/7/1840) foram a oficialização da Capital da Província para Cuiabá (lei nº 19 de 28/8/1835) 
e a "Rusga" (movimento nativista de matança de portugueses, a 30/05/1834). 
Proclamada a 23 de julho de 1840 a maioridade de Dom Pedro II, Mato Grosso foi governado por 28 
presidentes nomeados pelo Imperador, até à Proclamação de República, ocorrida a 15/11/1889. Durante 
o Segundo Império (governo de Dom Pedro II), o fato mais importante que ocorreu foi a Guerra da Tríplice 
Aliança, movida pela República do Paraguai contra o Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada a 27/12/1864 e 
3. Ocupação do território 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 6 
terminada a 01/03/0870 com a morte do Presidente do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em 
Cerro-Corá. 
Os episódios mais notáveis ocorridos em terras mato-grossenses durante os 5 anos dessa guerra 
foram: a) o início da invasão de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, pelas vias fluvial e terrestre; b) a 
heroica defesa do Forte de Coimbra. c) o sacrifício de Antônio João Ribeiro e seus comandados no posto 
militar de Dourados. d) a evacuação de Corumbá; e) os preparativos para a defesa de Cuiabá e a ação 
do Barão de Melgaço; f) a expulsão dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada da Laguna; g) a 
retomada de Corumbá; h) o combate do Alegre; Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do 
Coronel Vicente Barrios, que encontrou a heroica resistência de Coimbra ocupado por uma guarnição de 
apenas 115 homens, sob o comando do Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero. Pela via 
terrestre vieram 2.500 homens sob o comando do Cel. Isidoro Rasquin, que no posto militar de Dourados 
encontrou a bravura do Tte. Antônio João Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram a rendição, 
respondendo com uma descarga de fuzilaria à ordem para que se entregassem. 
Foi ai que o Tte. Antônio João enviou ao Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu famoso bilhete 
dizendo: "Serque morro mas o meu sangue e de meus companheiros será de protesto solene contra a 
invasão do solo da minha Pátria" A evacuação de Corumbá, desprovida de recursos para a defesa, foi 
outro episódio notável, saindo a população, através do Pantanal, em direção a Cuiabá, onde chegou, a 
pé, a 30 de abril de 1865. 
Na expectativa dos inimigos chegarem a Cuiabá, autoridades e povo começaram preparativos para a 
resistência. Nesses preparativos sobressaia a figura do Barão de Melgaço que foi nomeado pelo Governo 
para comandar a defesa da Capital, organizando as fortificações de Melgaço. Se os invasores tinham 
intenção de chegar a Cuiabá dela desistiram quando souberam que o Comandante da defesa da cidade 
era o Almirante Augusto Leverger - o futuro Barão de Melgaço -, que eles já conheciam de longa data. 
Com isso não subiram além da foz do rio São Lourenço. Expulsão dos invasores do sul de Mato Grosso- 
O Governo Imperial determinou a organização, no triângulo Mineiro, de uma "Coluna Expedicionária ao 
sul de Mato Grosso", composta de soldados da Guarda Nacional e voluntários procedentes de São Paulo 
e Minas Gerais para repelir os invasores daquela região. Partindo do Triângulo em direção a Cuiabá, em 
Coxim receberam ordens para seguirem para a fronteira do Paraguai, reprimindo os inimigos para dentro 
do seu território. 
A missão dos brasileiros tornava-se cada vez mais difícil, pela escassez de alimentos e de munições. 
Para cúmulo dos males, as doenças oriundas das alagações do Pantanal mato-grossense, devastou a 
tropa. Ao aproximar-se a coluna da fronteira paraguaia, os problemas de alimentos e munições se 
agravava cada vez mais e quando se efeito a destruição do forte paraguaio Bela Vista, já em território 
inimigo, as dificuldades chegaram ao máximo. Decidiu então o Comando brasileiro que a tropa seguisse 
até a fazenda Laguna, em território paraguaio, que era propriedade de Solano Lopez e onde havia, 
segundo se propalava, grande quantidade de gado, o que não era exato. Desse ponto, após repelir 
violento ataque paraguaio, decidiu o Comando empreender a retirada, pois a situação era insustentável. 
Iniciou-se aí a famosa "Retirada da Laguna", o mais extraordinário feito da tropa brasileira nesse 
conflito. Iniciada a retirada, a cavalaria e a artilharia paraguaia não davam tréguas à tropa brasileira, 
atacando-as diariamente. Para maior desgraça dos nacionais veio o cólera devastar a tropa. Dessa 
doença morreram Guia Lopes, fazendeiro da região, que se ofereceu para conduzir a tropa pelos cerrados 
sul mato-grossenses, e o Coronel Camisão, Comandante das forças brasileiras. No dia da entrada em 
território inimigo (abril de 1867), a tropa brasileira contava com 1.680 soldados. A 11 de junho foi atingido 
o Porto do Canuto, às margens do rio Aquidauana, onde foi considerada encerrada a trágica retirada. Ali 
chegaram apenas 700 combatentes, sob o comando do Cel. José Thomás Gonçalves, substituído de 
Camisão, que baixou uma "Ordem do dia", concluída com as seguintes palavras: "Soldados! Honra à 
vossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras". 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/historia). 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 7 
A Retirada da Laguna 
 
A retirada da Laguna foi, sem dúvida, a página mais brilhante escrita pelo Exército Brasileiro em toda 
a Guerra da Tríplice Aliança. O Visconde de Taunay, que dela participou, imortalizou-a num dos mais 
famosos livros da literatura brasileira. A retomada de Corumbá foi outra página brilhante escrita pelas 
nossas armas nas lutas da Guerra da Tríplice Aliança. O presidente da Província, então o Dr. Couto de 
Magalhães, decidiu organizar três corpos de tropa para recuperar a nossa cidade que há quase dois anos 
se encontrava em mãos do inimigo. O 1º corpo partiu de Cuiabá a 15.05/1867, sob as ordens do Tte. Cel. 
Antônio Maria Coelho. Foi essa tropa levada pelos vapores "Antônio João", "Alfa", "Jaurú" e "Corumbá" 
até o lugar denominado Alegre. Dali em diante seguiria sozinha, através dos Pantanais, em canoas, 
utilizando o Paraguai -Mirim, braço do rio Paraguai que sai abaixo de Corumbá e que era confundido com 
uma "boca de baía". 
Desconfiado de que os inimigos poderiam pressentir a presença dos brasileiros na área, Antônio Maria 
resolveu, com seus Oficiais, desfechar o golpe com o uso exclusivo do 1º Corpo, de apenas 400 homens 
e lançou a ofensiva de surpresa. E com esse estratagema e muita luta corpo a corpo, consegui o 
Comandante a recuperação da praça, com o auxílio, inclusive, de duas mulheres que o acompanhavam 
desde Cuiabá e que atravessaram trincheiras paraguaias a golpes de baionetas. Quando o 2º Corpo dos 
Voluntário da Pátria chegou a Corumbá, já encontrou em mãos dos brasileiros. Isso foi a 13/06/1867. No 
entanto, com cerca de 800 homens às suas ordens o Presidente Couto de Magalhães, que participava do 
2º Corpo, teve de mandar evacuar a cidade, pois a varíola nela grassava, fazendo muitas vítimas. O 
combate do Alegre foi outro episódio notável da guerra. Quando os retirantes de Corumbá, após a 
retomada, subiam o rio no rumo de Cuiabá, encontravam-se nesse portox "carneando" ou seja, 
abastecendo-se de carne para a alimentação da tropa eis que surgem, de surpresa, navios paraguaios 
tentando uma abordagem sobre os nossos. 
A soldadesca brasileira, da barranca, iniciou uma viva fuzilaria e após vários confrontos, venceram as 
tropas comandadas pela coragem e sangue frio do Comandante José Antônio da Costa. Com essa vitória 
chegaram os da retomada de Corumbá à Capital da Província (Cuiabá), transmitindo a varíola ao povo 
cuiabano, perdendo a cidade quase a metade de sua população. Terminada a guerra, com a derrota e 
morte de Solano Lopez nas "Cordilheiras" (Cerro Corá), a 1º de março de 1870, a notícia do fim do conflito 
só chegou a Cuiabá no dia 23 de março, pelo vapor "Corumbá", que chegou ao porto embandeirado e 
dando salvas de tiros de canhão. Dezenove anos após o término da guerra, foi o Brasil sacudido pela 
Proclamação da República, cuja notícia só chegou a Cuiabá na madrugada de 9 de dezembro de 1889. 
 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/historia). 
Origem do nome 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/historia). 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 8 
As Minas de Mato Grosso, descobertas e batizadas ainda em 1734 pelos irmãos Paes de Barros, 
impressionados com a exuberância das 7 léguas de mato espesso, dois séculos depois, mantendo ainda 
a denominação original, se transformaram no continental Estado de Mato Grosso. O nome colonial 
setecentista, por bem posto, perdurou até nossos dias. 
Assim, em 1718, um bandeirante chamado Pascoal Moreira Cabral Leme subiu pelo rio Coxipó e 
descobriu enormes jazidas de ouro, dando início à corrida do ouro, fato que ajudou a povoar a região. No 
ano seguinte foi fundado o Arraial de Cuiabá. Em 1726, o Arraial de Cuiabá recebeu novo nome: Vila Real 
do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Em 1748, foi criada a capitania de Cuiabá, lugar que concedia isenções 
e privilégios a quem ali quisesse se instalar. 
As conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tratado de 
Madrid, em 1750. No ano seguinte, o então capitão-general do Mato Grosso, Antonio Rolim de Moura 
Tavares, fundou, à margem do rio Guaporé, a Vila Bela da Santíssima Trindade. Entre 1761 e 1766, 
ocorreram disputas territoriais entre portugueses e espanhóis, depois daquele período as missões 
espanholas e os espanhóis se retiraram daquela região, mas o Mato Grosso somente passou a ser 
definitivamente território brasileiro depois que os conflitos por fronteira com os espanhóis deixaram de 
acontecer, em 1802. 
Na busca de índios e ouro, Pascoal Moreira Cabral e seus bandeirantes paulistas fundaram Cuiabá a 
8 de abril de 1719, num primeiro arraial, São Gonçalo Velho, situado nas margens do rio Coxipó em sua 
confluência com o rio Cuiabá. 
Em 1º dejaneiro de 1727, o arraial foi elevado à categoria de vila por ato do Capitão General de São 
Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes. A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou 
uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa obsessão institucional pela arrecadação dos 
quintos de ouro. Esse fato somado à gradual diminuição da produção das lavras auríferas, fizeram com 
que os bandeirantes pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas. 
Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos 
Fernando e Artur Paes de Barros, atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual resolveram 
denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do rio Galera, no vale do Guaporé. 
Os Anais de Vila Bela da Santíssima Trindade, escritos em 1754 pelo escrivão da Câmara dessa vila, 
Francisco Caetano Borges, citando o nome Mato Grosso, assim nos explicam: 
Saiu da Vila do Cuiabá Fernando Paes de Barros com seu irmão Artur Paes, naturais de Sorocaba, e 
sendo o gentio Pareci naquele tempo o mais procurado, [...] cursaram mais ao Poente delas com o mesmo 
intento, arranchando-se em um ribeirão que deságua no rio da Galera, o qual corre do Nascente a buscar 
o rio Guaporé, e aquele nasce nas fraldas da Serra chamada hoje a Chapada de São Francisco Xavier 
do Mato Grosso, da parte Oriental, fazendo experiência de ouro, tiraram nele três quartos de uma oitava 
na era de 1734. 
Dessa forma, ainda em 1754, vinte anos após descobertas as Minas do Mato Grosso, pela primeira 
vez o histórico dessas minas foi relatado num documento oficial, onde foi alocado o termo Mato Grosso, 
e identificado o local onde as mesmas se achavam. 
Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona porque os irmãos Paes de Barros batizaram 
aquelas minas com o nome de Mato Grosso. 
Quem nos dá tal resposta é José Gonçalves da Fonseca, em seu trabalho escrito por volta de 1780, 
Notícia da Situação de Mato Grosso e Cuiabá, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico 
Brasileiro de 1866, que assim nos explica a denominação Mato Grosso: 
[...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de oriente para poente; e como estas 
montanhas são escalvadas, logo que baixaram a planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que 
só tem algumas ilhas de arbustos agrestes), toparam com matos virgens de arvoredo muito elevado e 
corpulento, que entrando a penetrá-lo, o foram apelidando Mato Grosso; e este é o nome que ainda hoje 
conserva todo aquele distrito. 
Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem sete léguas de espessura, toparam com o 
agregado de serras [...]. 
Pelo que desse registro se depreende, o nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de 
sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localizado nas margens do rio Galera, percorrido 
pela primeira vez em 1734 pelos irmãos Paes de Barros. Acostumados a andar pelos cerrados do 
chapadão dos Parecis, onde apenas havia algumas ilhas de arbustos agrestes, os irmãos aventureiros, 
impressionados com a altura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava 
a penetração, com a exuberância da floresta, a denominaram de Mato Grosso. Perto desse mato 
fundaram as Minas de São Francisco Xavier e toda a região adjacente, pontilhada de arraiais de 
mineradores, ficou conhecida na história como as Minas do Mato Grosso. 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 9 
Posteriormente, ao se criar a Capitania por Carta Régia de 9 de maio de 1748, o governo português 
assim se manifestou: 
Dom João, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, [...] Faço saber a vós, Gomes Freire 
de Andrade, Governador e Capitão General do Rio de Janeiro, que por resoluto se criem de novo dois 
governos, um nas Minas de Goiás, outro nas de Cuiabá [...]. 
Dessa forma, ao se criar a Capitania, como meio de consolidação e institucionalização da posse 
portuguesa na fronteira com o reino de Espanha, Lisboa resolveu denominá-las tão somente de Cuiabá. 
Mas no fim do texto da referida Carta Régia, assim se ex-prime o Rei de Portugal [...] por onde parte o 
mesmo governo de São Paulo com os de Pernambuco e Maranhão e os confins do Governo de Mato 
Grosso e Cuiabá [...]. 
Apesar de não denominar a Capitania expressamente com o nome de Mato Grosso, somente 
referindo-se às minas de Cuiabá, no fim do texto da Carta Régia, é denominado plenamente o novo 
governo como sendo de ambas as minas, Mato Grosso e Cuiabá. Isso ressalva, na realidade, a intenção 
portuguesa de dar à Capitania o mesmo nome posto anos antes pelos irmãos Paes de Barros. Entende-
se perfeitamente essa intenção. 
Todavia, a consolidação do nome Mato Grosso veio rápido. A Rainha D. Mariana de Áustria, ao nomear 
Dom Antonio Rolim de Moura como Capitão General, na Carta Patente de 25 de setembro de 1748, assim 
se expressa: 
[...]; Hei por bem de o nomear como pela presente o nomeio no cargo de Governador e Capitão General 
da Capitania de Mato Grosso, por tempo de três anos [...]. 
A mesma Rainha, no ano seguinte, a 19 de janeiro, entrega a Dom Rolim a suas famosas Instruções, 
que determinariam as orientações para a administração da Capitania, em especial os tratos com a 
fronteira do reino espanhol. Assim nos diz o documento: 
[...] fui servido criar uma Capitania Geral com o nome de Mato Grosso [...] § 1º - [...] atendendo que no 
Mato Grosso se requer maior vigilância por causa da vizinhança que tem, houve por bem determinar que 
a cabeça do governo se pusesse no mesmo distrito do Mato Grosso [...]; § 2º - Por se ter entendido que 
Mato Grosso é a chave e o propugnáculo do sertão do Brasil [...]. 
E a partir daí, da Carta Patente e das Instruções da Rainha, o governo colonial mais longínquo, mais 
ao oriente em terras portuguesas na América, passou a se chamar de Capitania de Mato Grosso, tanto 
nos documentos oficiais como no trato diário por sua própria população. Logo se assimilou o nome 
institucional Mato Grosso em desfavor do nome Cuiabá. A vigilância e proteção da fronteira oeste era 
mais importante que as combalidas minas cuiabanas. A prioridade era Mato Grosso e não Cuiabá. 
Com a independência do Brasil em 1822, passou a ser a Província de Mato Grosso, e com a República 
em 1899, a denominação passou a Estado de Mato Grosso. 
A partir do início do século XIX, a extração de ouro diminui bastante, dessa maneira, a economia 
começa um período de decadência e a população daquele estado para de crescer. Militares e civis dão 
início a um movimento separatista, em 1892, contra o governo do então presidente Mal. Floriano Peixoto. 
O movimento separatista é sufocado por intervenção do governo federal. 
A economia do estado começa a melhorar com a implantação de estradas de ferro e telégrafos, época 
em que começam a chegar seringueiros, pessoas que cultivaram erva-mate e criadores de gado. 
Em 1977, Mato Grosso é desmembrado em dois estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 
 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/historia). 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 10 
Referências: 
 
Governo do Mato Grosso. Disponível em: 
http://www.mt.gov.br/historia. 
 
 
 
 
(Imagem disponível em: http://www.mt.gov.br/geografia) 
 
Mato Grosso possui um grande território, nesse existe uma grande variedade de recursos e paisagens 
naturais. 
Diante da imensa biodiversidade, serão abordadas as principais características do relevo, clima, 
vegetação, hidrografia, além das reservas ecológicas que se faz presente na região. 
 
Relevo 
O Relevo apresenta as irregularidades da superfície terrestre. O território de Mato Grosso é composto 
por um relevo de baixas altitudes, dessa forma, grande parte do espaço estadual é plano. 
No entanto, esse tipo de relevo se divide em três tipos de compostos, chamados de unidade, sendo 
todos distintos. São eles: 
- Planalto mato-grossense: formação a partir de planaltoscristalinos e chapadões sedimentares, 
nesse as altitudes podem variar entre 400 a 800 metros em relação ao nível do mar. Esse planalto tem a 
função de divisor de águas de importantes bacias, tais como Paraguai e alguns rios da bacia do 
Amazonas. 
- Planalto Arenítico-basáltico: formado pelos dois últimos elementos, podem ser encontrados no sul 
de Mato Grosso. 
- Planalto mato-grossense: se estabelece em uma área rebaixada, já no sul do planalto brasileiro se 
encontra o divisor entre as duas bacias, Paraguai e Amazonas. 
A partir dessas considerações, as principais elevações (serras) do relevo contido no Estado do Mato 
Grosso: 
- Serra dos Parecis 
- Serra Formosa 
- Serra do Norte 
- Serra dos Caiabis 
- Serra dos Apiacás 
- Serra do Roncador 
Além das serras citadas, existe outra variação do relevo que são as depressões, desse modo as duas 
principais são: 
- Depressão do Alto Xingu 
- Depressão do Médio Araguaia 
 
Clima 
O clima do estado sofre variações de acordo com a localização geográfica. Com base nessa afirmativa 
o clima que predomina é o tropical superúmido, característica do clima amazônico, no qual há elevadas 
temperaturas, algo em torno de 26ºC em relação à média anual e uma grande incidência de precipitações 
que chegam a 2.000 mm ao ano. 
4. Aspectos físicos e domínios naturais do espaço mato-grossense 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 11 
Outro tipo de clima de grande influência no Estado é o tropical, que possui duas estações bem 
definidas, sendo uma seca e outra chuvosa. 
 
Vegetação 
Uma grande parcela do território mato-grossense é composta por cobertura vegetal de floresta 
equatorial, que corresponde ao tipo de vegetação da floresta amazônica. 
Já ao sul da capital, Cuiabá, o tipo de vegetação que predomina é o cerrado, esse bioma é composto 
por árvores baixas com troncos retorcidos, folhas e cascas grossas, além de uma vasta vegetação rasteira 
formada por capins nativos e arbustos. 
Na área que está localizado o Pantanal o tipo de vegetação é variado, chamada pelos estudiosos de 
área de transição entre cerrado, campos, floresta seca, floresta equatorial, floresta tropical, desse modo, 
não há um tipo homogêneo de vegetação. 
 
Hidrografia/Bacias Hidrográficas 
Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no mundo. Considerado a caixa-
d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis, que 
ocupa toda porção centro-norte do território, é o principal divisor de águas do estado. Ele reparte as águas 
das três bacias hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do 
Tocantins. 
Os rio de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias hidrográficas que integram o sistema 
nacional, no entanto, devido à enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem características 
específicas e ligações tão estreitas com os locais que atravessam que representam, por si só, uma 
unidade geográfica, recebendo o nome de sub-bacias. 
As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia do 
Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu. 
Os rios pertencentes a Bacia Amazônica drenam 2/3 do território mato-grossense. 
 
Fonte: 
Governo de Mato Grosso. 
Disponível em: 
http://www.mt.gov.br/geografia. 
 
 
 
O estado do Mato Grosso, assim como em uma república, é governado por três poderes, o executivo, 
representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato 
Grosso, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso e outros tribunais 
e juízes. 
Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas decisões do governo 
através de referendos e plebiscitos. 
A atual constituição do estado foi promulgada em 1989, acrescida das alterações resultantes de 
posteriores Emendas Constitucionais. 
O poder executivo mato-grossense está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio 
universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração, podendo 
ser reeleito para mais um mandato. 
Sua sede é o Palácio Paiaguás, que desde 1975 é sede do poder executivo e residência oficial do 
governador. 
Nas eleições estaduais em Mato Grosso em 2014, Pedro Taques candidatou-se pelo PDT a 
governador e foi eleito em 1º turno com 57,25% dos votos válidos. 
O poder legislativo estadual é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato 
Grosso, localizada no Centro Político Administrativo. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos 
a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação mato-grossense é de três senadores e 
setenta deputados federais. 
O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais 
brasileiras, sendo composto por desembargadores, juízes e ministros. 
Atualmente, a maior corte do Poder Judiciário mato-grossense é o Tribunal de Justiça de Mato Grosso. 
 
5. Aspectos político-administrativos 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 12 
 
 
As bases da economia do estado mato-grossense 
 
 
 
O estado de Mato Grosso é conhecido como o celeiro do país, campeão na produção de soja, milho, 
algodão e de rebanho bovino, e agora quer alcançar novos títulos do lado de fora da porteira das 
fazendas. Com crescimento “chinês” de seu Produto Interno Bruto, o estado iniciou um planejamento para 
atacar diversas frentes com potencialidades até então adormecidas. A estratégia vai permitir que sua 
produção seja diversificada para agregar valor a tudo aquilo que é produzido em terras mato-grossenses 
e que acaba abastecendo o Brasil e o mundo. 
O governado do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), está 
planejando um conjunto de ações para atrair investidores para Mato Grosso. Cinco eixos prioritários para 
esta transformação foram definidos pela secretaria. A partir de agora serão realizados estudos para 
reformular as políticas tributária, de atração de investimentos, logística e mão de obra. 
Os cinco setores com grande potencial de crescimento na região e que terão atenção especial do 
estado são agroindústria, turismo, piscicultura, economia criativa e pólo joalheiro. Para isso, o estado 
pretende reformular o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) e 
o sistema tributário estadual. 
 
Agronegócio 
 
 
 
Em pouco mais de uma década, o PIB estadual passou de R$ 12,3 bilhões (1999) para R$ 80,8 bilhões 
(2012), representando um crescimento de 554%. Neste mesmo período, o PIB brasileiro aumentou 312%, 
segundo dados do IBGE. Grande parte deste desempenho positivo veio do campo. Atualmente, o estado 
Mato Grosso lidera a produção de soja no país, com estimativa de 28,14 milhões de toneladas para a 
safra 2014/2015. Também está à frente na produção de algodão em pluma – 856.184 toneladas para 
2014/2015 – e rebanho bovino, com 28,41 milhões de cabeças. De acordo com o Instituto Mato-
Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o agronegócio representa 50,5% do PIB do estado. 
Com o agronegócio consolidado, Mato Grosso é terreno fértil para as indústrias que atuam antes e 
depois da porteira. Até 2013, segundo a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), o 
estado tinha 11.398 unidades industriais em operação, com 166 mil empregos gerados. 
6. Aspectos socioeconômicos de Mato Grosso 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 13 
Ainda assim, é preciso agregar mais valor ao produto que sai de Mato Grosso. Da porteira para dentro 
há potencial para as empresas que abastecem os produtores com adubo, defensivo e maquinário, entre 
outros produtos. Da porteira para fora, as empresas de beneficiamento, como a têxtil e de etanol. 
 
Plantação de soja 
A Produção de grãos em Mato Grosso está associada à atividade pecuária. 
O mapeamentomostra que a atividade pecuária predomina em pelo menos 40% de Mato Grosso, com 
animais de grande porte e rebanho de corte. 
A atividade predomina no sul do estado, no nordeste, na região do Rio Araguaia e no norte, entre Alta 
Floresta e Nova Bandeirantes. 
A área para a produção de grãos e fibras apresenta maior concentração na região centro-norte do 
estado, especialmente nos municípios de Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, e no centro-sul, sobretudo 
nos municípios de Campo Verde e Primavera do Leste. 
A atividade associa-se à pecuária de animais de grande porte, dispersa por todas as regiões do estado. 
O Mapa da Cobertura e Uso da Terra de Mato Grosso é resultado da interpretação de imagens de 
satélite que são comparadas à análise de informações obtidas em trabalhos de campo, análises de 
tipologia agrícola e de documentação acessória disponível, como estatísticas e textos. 
O IBGE também publica o manual Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, que 
apresenta avaliações qualitativas e quantitativas de dados sobre a organização e a distribuição dos 
recursos naturais e da cobertura da terra disponíveis para a Amazônia Legal, com base em estatísticas 
do Banco de Dados e Informações Ambientais, também do instituto, obtidos por aplicativos 
computacionais de análise espacial. 
O mapa é disponibilizado nos formatos shape – arquivo que contém dados geoespaciais em forma de 
vetor – e PDF, que auxilia no processo de gestão ambiental, além de servir de apoio para a avaliação de 
impactos ambientais e elaboração de zoneamentos ecológico e econômico e de processos de 
transformação.1 
 
Fonte: 
Governo de Mato Grosso. 
Disponível em: 
http://www.mt.gov.br/geografia. 
 
Pesquisa e tecnologia 
O que poucos sabem é que Mato Grosso, além de grãos, é o maior produtor de pescado de água doce 
do país, responsável por 20% da produção do Brasil, com 75,629 mil toneladas (IBGE 2013). E esse 
mercado tem muito a crescer. O potencial está na abundância de rios e lagos em território mato-
grossense. 
Atualmente, 72% do pescado produzido no estado são destinados ao consumo interno, de acordo com 
dados de 2014 do Imea. O segundo maior consumidor do peixe produzido no estado é o Pará (9,71%), 
seguido do Tocantins (2,35%). O plano do Governo do Estado é estimular o aumento da produção e atrair 
empresas de beneficiamento do peixe para exportá-lo para outros estados. 
A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) é uma das que 
investe no setor, tanto em pesquisa quanto na produção. A instituição mantém no município de Nossa 
Senhora do Livramento uma estação de piscicultura onde são produzidos e comercializados alevinos de 
espécies como pacu, tambacu e tambatinga. A meta da instituição é fechar o primeiro quadrimestre de 
2015 com uma produção de 800 mil alevinos. 
Para isso a Empaer conta com 39 tanques de reprodução com capacidade para produzir um milhão 
de alevinos – sendo 12 tanques de pesquisa e 27 para recria. A instituição também oferece cursos para 
produtores rurais e técnicos agrícolas sobre noções básicas de piscicultura. 
A borracha natural é outro foco da política de incentivos desenvolvida pelo Governo de Mato Grosso, 
que quer agregar valor à borracha produzida no estado, com beneficiamento e industrialização. O estado 
é o segundo maior produtor de borracha natural do país, com 40 mil hectares de área plantada e 25 mil 
famílias envolvidas na atividade, conforme dados da Empaer. 
Pioneira no estado em produção e pesquisa da seringueira, a empresa possui um campo experimental 
no município de Rosário Oeste (128 km ao Norte de Cuiabá) com jardim clonal e viveiro para atender a 
agricultura familiar. Os produtores contam com o apoio do Programa Nacional de Fortalecimento da 
 
1 Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-06/ibge-disponibiliza-mapa-da-cobertura-e-uso-da-terra-de-mato-grosso. 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 14 
Agricultura Familiar (Pronaf Eco), que disponibiliza uma linha de crédito com prazo de 20 anos para 
pagamento e oito de carência. 
Paralelamente, a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec) investe em inovação e qualificação de 
mão de obra com a criação do primeiro parque tecnológico de Mato Grosso, além de negociação com 
centros europeus para cooperações na área de tecnologia. 
Energia também não falta para mover esta máquina. Superavitário no setor energético, Mato Grosso 
alcançou em 2014 a produção de 14 milhões/MWh. Desse montante, consumiu 9 milhões/MWh e 
exportou 5 milhões/MWh via o Sistema Interligado Nacional (SIN). 
 
Do ouro às pedras coradas 
Se durante a colonização Mato Grosso foi reconhecido pelo ouro, hoje é um mercado potencial para a 
fabricação de joias e semi joias a partir de pedras preciosas. Além de ser o maior produtor de diamante 
do Brasil – com 88% do total da produção brasileira, segundo o Departamento Nacional de Produção 
Mineral (DNPM) –, o estado também se destaca pelas pedras coradas, como a ametista, o quartzo rosa, 
a ágata e a turmalina. 
A atividade mineral no Estado é histórica. Não há como falar da povoação de Mato Grosso sem falar 
da extração do ouro e diamante. Era 1719, quando o ouro foi descoberto por bandeirantes às margens 
do Rio Coxipó. Já o diamante começou a ser explorado no fim do século XVIII nas regiões de Coité, 
Poxoréu e Diamantino. 
Atualmente, conforme dados da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), as pedras 
coradas se concentram nas regiões noroeste, centro sul e leste de Mato Grosso. A granada, o zircão e o 
diopsídio em geral são encontrados associados ao diamante, nas regiões de Paranatinga e de Juína. 
Nas proximidades de Rondolândia existe um depósito de quartzo rosa e as turmalinas são encontradas 
próximas a Cotriguaçu, enquanto as ametistas estão concentradas próximas aos municípios de Aripuanã 
(noroeste) e Pontes e Lacerda (oeste). 
 
Economia criativa 
A política de incentivo do Governo do Estado para o setor inclui o estímulo a pequenos empresários 
do ramo joalheiro, dentro do programa de Economia Criativa que vem sendo desenvolvido pela Secretaria 
de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que abrange setores como moda, design, artes e 
gastronomia. 
Há 30 anos no mercado de joias em Cuiabá, Carmem D’Lamonica vê Mato Grosso como um futuro 
polo joalheiro pela abundância de pedras coradas existentes no solo mato-grossense e até então pouco 
exploradas. Para estruturar o mercado, avalia, é necessário criar uma política voltada para o ramo, desde 
a extração até o produto final. 
“Temos condições de montar uma cadeia produtiva e nos tornar referência no setor”, garante a 
designer, lembrando que matéria-prima atrai não apenas joalheiros, mas também indústrias de semi joias 
e bijuterias. 
 
 
 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 15 
Paraíso do ecoturismo 
Cachoeiras, safaris, trilhas ecológicas, observação de pássaros, mergulho em aquários naturais. Seja 
no Pantanal, no Cerrado ou no Araguaia, Mato Grosso é o destino certo para quem gosta de ecoturismo 
e para quem planeja investir no segmento que mais cresce no setor de turismo. 
Dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) apontam que o ecoturismo cresce em média 20% 
ao ano, enquanto o turismo convencional apresenta uma taxa de aumento anual de 7,5%, conforme 
divulgado pelo Ministério do Turismo em 2014. A organização estima ainda que pelo menos 10% dos 
turistas em todo o mundo sejam adeptos do turismo ecológico. 
Como belezas naturais não faltam em Mato Grosso, os governos Federal e Estadual têm investido em 
infraestrutura de acesso a paraísos naturais mato-grossenses, como o Pantanal. Exemplo disso é o 
projeto de substituição de pontes de madeira ao longo da rodovia Transpantaneira – que liga a cidade de 
Poconé até a localidade de Porto Jofre, cortando a planície alagável. Ao todo serão construídas 31 pontesde concreto. 
Chapada dos Guimarães é outro ponto prioritário para a Sedec quando o assunto é infraestrutura. No 
município, que atrai visitantes adeptos do turismo de contemplação e de esporte de aventura, será 
executada a conclusão do Complexo Turístico da Salgadeira e a pavimentação da MT-060 e MT-020. O 
Governo do Estado também retomou o diálogo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade (ICMBio) para o andamento das obras do Portão do Inferno e da entrada da Cachoeira 
Véu de Noiva, os dois principais pontos de contemplação do Parque Nacional de Chapada. 
 
Fonte: 
Governo de Mato Grosso. Disponível em: 
http://www.mt.gov.br/economia. 
 
 
 
População2 
 
Mato Grosso é um estado de povos diversos, uma mistura de índios, negros, espanhóis e portugueses 
que se miscigenaram nos primeiros anos do período colonial. Foi essa gente miscigenada que recebeu 
migrantes vindo de outras partes do país. Hoje, 41% dos moradores do estado nasceram em outras partes 
do país ou no exterior. 
 
Geografia e dinâmica da população em Mato Grosso 
 
O Mato Grosso é um estado brasileiro localizado na região Centro-Oeste. Sua extensão territorial é de 
903.329,700 quilômetros quadrados, sendo o maior estado da região e o terceiro maior do Brasil. 
Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), o Mato Grosso possuía na época 3.035.122 habitantes, o que representava 1,59% da população 
brasileira. 
É o segundo Estado mais populoso da região Centro-Oeste, apenas o estado de Goiás possui 
população superior (6.003.788 habitantes). No entanto, o território mato-grossense possui grandes vazios 
demográficos, fato que interfere diretamente na densidade demográfica estadual, que, atualmente, é de 
3,3 habitantes por quilômetro quadrado, portanto, o estado é pouco povoado. 
A taxa de crescimento demográfico é de 1,9% ao ano.3 
 
 
2 Governo de Mato Grosso. Disponível em: http://www.mt.gov.br/geografia. 
3 Governo de Mato Grosso. Disponível em: http://www.mt.gov.br/geografia. 
7. Formação étnica 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 16 
 
Cuiabá, capital e cidade mais populosa de Mato Grosso 
 
A maioria dos mato-grossenses reside em áreas urbanas (82%), a população rural compreende 18%. 
O estado possui 141 municípios, a maioria é habitada por menos de 20 mil pessoas. 
Cuiabá, capital do Estado, é a cidade mais populosa – 551.098 habitantes. 
Outros municípios com grande concentração populacional são: Várzea Grande (252.596), 
Rondonópolis (195.476), Sinop (113.099), Cáceres (87.942), Tangará da Serra (83.431). 
Nos últimos anos o Mato Grosso tem recebido consideráveis fluxos migratórios, consequência da 
expansão da fronteira agrícola. A população do estado é formada por pessoas de diferentes composições 
étnicas. De acordo com dados do IBGE, a distribuição é a seguinte: 
 
Pardos – 55,2%. 
Brancos – 36,7%. 
Negros – 7%. 
Indígenas – 1,1%. 
 
Portanto, os habitantes que se declaram como pardos é maioria. 
A população indígena de Mato Grosso se concentra no Parque Nacional do Xingu, ali vivem tribos 
indígenas que preservam a tradição do Kuarup, ritual realizado em homenagem aos mortos. 
O estado apresenta grande pluralidade cultural, entre os elementos da cultura mato-grossense estão: 
o Cururu, o Siriri, o Rasqueado Cuiabano, o Boi, a Dança de São Gonçalo, a Dança dos Mascarados e o 
Congo. 
O Mato Grosso ocupa a 11° posição no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 
com média de 0,796. 
A taxa estadual de mortalidade infantil é de 19,2 a cada mil crianças nascidas vivas, essa média é a 
maior do Centro-Oeste. 
A taxa de assassinatos por 100 mil habitantes é de 25,2, sendo uma das maiores médias do país. 
A maioria dos habitantes é alfabetizada – 89,8%, e 48,7% possuem oito anos ou mais de estudo. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Aspectos da população de Mato Grosso"; Brasil Escola. 
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-populacao-mato-grosso.htm>. 
 
Composição étnica 
 
 
 
Religião: 
Semelhante ao que ocorre em todo território nacional o Mato Grosso é predominantemente povoado 
por pessoas cristãs, sendo na sua maioria católicos e uma fração menor dividida em inúmeras 
denominações evangélicas, contando ainda com a presença de religiões afrodescendentes. 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 17 
Cultura 
 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
 
DANÇA E MÚSICA 
 
A dança e a música de Cuiabá tem influências de origem africana, portuguesa, espanhola, índigenas 
e chiquitana. É um conjunto muito rico de combinações que resultou no rasqueado, siriri, cururu e outros 
ritmos. Os instrumentos principais que dão ritmo às músicas e danças são: a viola de cocho, ganzá e 
mocho. 
 
• Cururu 
Música e dança típica de Mato Grosso. Do modo como é apresentado hoje é uma das mais importante 
expressões culturais do estado. Teve origem à época dos jesuítas, quando era executado dentro das 
igrejas. Mais tarde, após a vinda de outras ordens religiosas, caiu na marginalidade e ruralizou-se. É 
executada por dois ou mais cururueiros com viola de cocho, ganzás (kere-kechê), trovos e carreiras. 
 
• Congo 
Esta dança é um ato de devoção a São Benedito. No reinado do Congo os personagens representados 
são: o Rei, o Secretário de Guerra e o Príncipe. Já no reino adversário, Bamba, fica o Embaixador do Rei 
e doze pares de soldados. Os músicos ficam no reino de Bamba e utilizam: ganzá, viola caipiria, 
cavaquinho, chocalho e bumbo. 
 
• Chorado 
Dança surgida na primeira capital de Mato Grosso, Vila Bela de Santíssima Trindade, no período 
colonial. A dança leva esse nome, pois representa o choro dos negros escravos para seus senhores para 
que os perdoassem dos castigos imposto aos transgressores. O ritmo da música é afro, com marcações 
em palmas, mesa, banco ou tambor. 
 
• Siriri 
Dança com elementos africanos, portugueses e espanhóis. O nome indígena é referência aos cupins 
com asa, que voavam num ritmo parecido com a dança nas luminárias. A música é uma variação do 
cururu, só que com ritmo bem mais rápido. Os instrumentos utilizados são: viola de cocho, o ganzá, o 
adufe e o mocho. Os versos são cantigas populares, do cotidiano da região. 
 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
 
• Dança dos Mascarados 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 18 
Dança executada durante a Cavalhada em Poconé. E uma apresentação composta apenas por 
homens - adultos e crianças. Tem esse nome por executarem a dança com mascaras de arame e massa. 
O ritmo é instrumental com o uso de saxofone, tuba, pistões pratos e tambores. O município de Poconé 
é o único do Brasil a realizar esse espetáculo. 
 
• Rasqueado 
Tem origem no siriri e na polca paraguaia. O nome do ritmo é referência ao rasqueado que as unhas 
fazem no instrumento de corda, uma forma tradicional de tocar instrumentos. Na sua essência utiliza os 
mesmos instrumentos que o siriri: viola de cocho, mocho, adufe e ganzá. Mas evoluiu para o uso de 
violões, percussão, sanfona e rabeca. 
 
Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006 
 
LINGUAJAR 
 
Mato Grosso é uma terra de vários sotaques. Com influência de Gaúchos, mineiros, paulistas, 
portugueses, negros, índios e espanhóis, o estado não tem uma fala própria. Em lugares como Sorriso, 
Lucas do Rio Verde e Sinop o acento do sul fica mais evidente. É claro que o língua é porosa e a influência 
se faz presente, até mesmo nas comunidades mais fechadas. 
No entanto, em Mato Grosso, temos o falar cuiabano, talvez o sotaque mais marcados da língua 
portuguesa. Com expressões próprias como “vôte” e “sem-graceira” esse falar se mistura com uma 
entonação diferente, como a desnasalização no final de algumas palavras. Infelizmente ele é um dos 
menos retratados na culturanacional, nunca apareceu em uma novela ou filme de sucesso nacional e 
não possui uma identificação imediata. 
Devido ao seu enorme isolamento por conta da distância e acontecimentos históricos, o linguajar 
guardou resquícios do português arcaico, misturou-se com o falar dos chiquitanos da bolívia e dos índios 
das diversas tribos do estado. 
Antônio de Arruda descreveu algumas expressões idiomáticas que são verificadas num glossário do 
Linguajar Cuiabano: 
• É mato - abundante. 
• Embromador - tapeador. 
• Fuxico - mexerico. 
• Fuzuê - confusão, bagunça. 
• Gandaia - cair na farra, adotar atitude suspeita. 
• Ladino - esperto, inteligente. 
• Molóide - fraco. 
• Muxirum - mutirão. 
• Pau-rodado - pessoa de fora que passa a residir na cidade. 
• Perrengue - molóide, fraco. 
• Pinchar - jogar fora. 
• Quebra torto - desjejum reforçado. 
• Ressabiado - desconfiado. 
• Sapear - assistir do lado de fora. 
• Taludo - crescido desenvolvido fisicamente. 
• Trens - objetos, coisas. 
• Vote! - Deus me livre 
 
Fonte 
ARRUDA, Antônio. O Linguajar Cuiabano E Outros Escritos. Cuiabá, 1998. 
 
IMAGINÁRIO POPULAR (MITOS E LENDAS) 
 
• Currupira 
Este personagem faz parte do folclore nacional, mas tem bastante espaço no meio rural de Mato 
Grosso. Um garoto com os pés virados, que vaga pela mata aprontando estripulias. Em Mato grosso diz-
se que ele protege os animais selvagens da caça e chama garotos que caçam passarinhos para dentro 
da mata – esta parte é usada pelos adultos para manter as crianças longe da mata fechada. 
 
• O Minhocão 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 19 
Este ser mítico é o Monstro do Lago Ness de Cuiabá. Relatos dos mais antigos atestam que um ser 
em forma de uma cobra gigante, com cerca de 20 metros de cumprimento e dois de diâmetro, morava 
nas profundezas do rio e atacava pescadores e banhistas. A lenda percorre toda extensão do rio e foi 
passada de boca a boca pelos mais velhos. 
 
• Boitatá 
O nome quer dizer “cobra de fogo” (boia = cobra / atatá = fogo). É uma cobra transparente que pega 
fogo como se queimasse por dentro. É um fogo azulado. Sua aparição é maior em locais como o Pantanal, 
onde o fenômeno de fogo fátuo é mais comum. Esse fenômeno se dá por conta da combustão espontânea 
de gases emanados de cadáveres e pântanos. 
 
• Cabeça de Pacu 
Se você estiver de passagem por Mato Grosso é bom ficar atento ao Pacu. De acordo com a lenda 
local, quem come cabeça de Pacu nunca mais saí de Mato Grosso. Se o viajante for solteiro não tardará 
a casar com uma moça da terra, caso for casado, vai fincar raízes e permanecer no estado. 
 
Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006 
 
GASTRONOMIA 
 
Apesar de ser conhecido como o celeiro do mundo, Mato Grosso tem um enorme potencial também 
para servir comidas de excelente qualidade. A culinária do estado tem influências da África, Portugal, 
Síria, Espanha e dos antigos indígenas. Com a migração dos últimos anos a culinária também agregou 
alguns pratos típicos de outras regiões brasileiras. 
Pratos considerados bem mato-grossenses são: Maria Isabel (carne seca com arroz ) o Pacu assado 
com farofa de couve, a carne seca com banana-da-terra verde, farofa de banana-da-terra madura além 
do tradicional churrasco pantaneiro que se desenvolveu pelas longas comitivas de gado no pantanal. 
O peixe é um alimento farto. Ele é comido frito, assado ou ensopado, recheado com farinha de 
mandioca ou servido com pedaços de mandioca. Os peixes de mais prestígio nas mesas locais são: o 
pacu, a piraputanga, o bagre, o dourado, o pacupeva e o pintado. Os peixes dos rios do estado, carnudos 
e saborosos, são uma atração turística para quem visita o estado. 
Outro elemento bastante presente é o guaraná de ralar, usado principalmente pelos mais velhos que 
o tomam sempre pela manhã antes de começar o dia. 
Podemos destacar a variedade de doces e licores apreciados pelos mato-grossenses. Temos como 
os mais famosos o Furrundu (doce feito de mamão e rapadura de cana), o doce de mangaba, o doce de 
goiaba, o doce de caju em calda, o doce de figo, o doce de abóbora, e outros. Como aperitivo temos o 
licor de pequi, licor de caju, licor de mangaba, e outros. 
 
Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006 
 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
 
PATRIMÔNIO HISTÓRICO 
 
O Patrimônio Histórico de Mato Grosso vem sendo revitalizado através de várias ações em âmbito 
estadual. Imóveis que contam a história coletiva dos povos mato-grossenses, como igrejas e museus, 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 20 
são alvos de projetos de recuperação em várias cidades como Vila Bela de Santíssima Trindade, 
Diamantino, Rosário Oeste, Cáceres e Poxoréu. 
 
Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho 
 
A igreja dedicada à Nossa Senhora foi uma das primeiras a serem levantadas em Cuiabá, ainda no 
século XVIII. A construção atual, entretanto, data de 1918, iniciada durante a presidência de Dom 
Francisco de Aquino Correia, que também era arcebispo de Cuiabá na época. Tombada estadualmente 
em 1977, a Igreja foi reinaugurada em 2004 após passar por um amplo processo de recuperação feito 
em parceria pelos governos estadual e federal. 
 
Palácio da Instrução 
 
Belíssima construção em pedra canga, localizada na região central de Cuiabá, ao lado da Catedral 
Metropolitana. Inaugurado em 1914, é hoje a sede da Secretaria Estadual de Cultura, do Museu de 
História Natural e Antropologia e da Biblioteca Pública. 
 
O Palácio da Instrução foi reinaugurado no dia 06 de dezembro de 2004. O projeto foi considerado a 
maior obra de recuperação feita até hoje no Estado. 
 
Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito 
 
A igreja é um dos marcos de fundação da cidade de Cuiabá, tendo sido construída em arquitetura de 
terra em torno de 1730, próximo às águas do córrego da Prainha, em cujas águas Miguel Sutil descobriu 
as minas de ouro que impulsionariam a colonização da região. 
 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
Igreja Senhor dos Passos 
 
Instalada há 214 anos num cantinho discreto do Centro Histórico – no movimentado cruzamento das 
ruas 7 de setembro e Voluntários da Pátria -, a Igreja do Nosso Senhor dos Passos guarda muitas histórias 
e lendas, que se confundem, e revelam aspectos do folclore, das crendices e do espírito religioso da 
Cuiabá antiga. 
 
Museu Histórico de Mato Grosso 
 
O prédio do antigo Thesouro do Estado foi recuperado e entregue em novembro de 2006. Atualmente, 
abriga o Museu Histórico de Mato Grosso. O acervo do Museu contém documentos, maquetes e registros 
que vão desde os tempos pré-históricos de ocupação do território, passando pelos períodos colonial e 
imperial do Estado até chegar à Política Contemporânea. 
 
Antiga Residência Oficial dos Governadores de Mato Grosso 
 
A Residência Oficial dos Governadores de Mato Grosso foi construída entre os anos de 1939 e 1941, 
no Governo do Interventor Júlio Müller. Getúlio Vargas, que ocupava o Palácio do Catete no Rio de 
Janeiro à época, foi o primeiro presidente brasileiro a visitar o Estado e, também, o primeiro hóspede 
ilustre da casa. 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 21 
Durante 45 anos a residência abrigou 14 dirigentes do Estado de Mato Grosso e seus familiares. Foi 
palco de grandes decisões políticas e governamentais, sendo desativada como residência oficial em 
1986. A última reforma/restauro, em 2000, devolveu a residência suas características do projeto original. 
 
Fonte: Secretaria de Cultura de Mato Grosso 
 
ARTESANATO 
 
O artesanato mato-grossense reflete o modo de vida do artesão. Em cada obra, vemos representado 
o dia-a-dia e os costumes da sociedade. Verdadeiras obras de arte enriquecem a cultura mato-grossense 
e transformam o cotidiano num encanto de belezas. São objetos de barro, madeira, fibra vegetal, linhas 
de algodão e sementes. 
Dentro do artesanatomato-grossense a cerâmica é a que mais se destaca pelas suas formas e 
perfeições. Feita de barro cozido em forno próprio, ela é muito utilizada para a fabricação de utensílios 
domésticos e objetos de ornamentação. Na divulgação da arte, cultura e tradição mato-grossense, a 
tecelagem também detém grande representatividade, principalmente pela beleza das cores refletidas nas 
redes tingidas e bordadas, uma a uma, pelas mãos das redeiras. A mistura de cores forma lindas imagens, 
que vão desde araras e onças até belas flores nativas. 
 
Indígena 
 
A cultura mato-grossense sofre forte influência dos indígenas, através de seus costumes e tradições. 
O artesanato é forte e expressivo, representando o modo de vida de cada tribo. Eles preservam a arte de 
confeccionar cocar, colares, brincos e pulseiras, utilizando-se das matérias-primas oriundas da natureza, 
como sementes, penas e pigmentos. 
 
Fonte: Mato Grosso e seus Municípios 
 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
 
 
FOLCLORE 
 
CAVALHADA 
A Cavalhada é uma das mais ricas manifestações da cultura popular da cidade de Poconé, que rende 
homenagem a São Benedito. Uma festa organizada por famílias tradicionais da região, carrega o Pantanal 
para uma longínqua Idade Média. Trata-se de uma disputa entre mouros e cristãos. Nesta luta são 
utilizados dezenas de cavalos e cavaleiros que têm por objetivo salvar uma princesa presa em uma torre 
permanentemente vigiada. Em dia de Cavalhada, a cidade de Poconé amanhece azul e vermelha, as 
cores que representam os cristãos e os mouros, um exemplo puro de cultura e paixão por suas raízes. 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 22 
FESTA DE SÃO BENEDITO 
Geralmente realizada entre a última semana de junho e a primeira de julho, movimenta milhares de 
fiéis, em procissão com bandeiras e mastros tão criativos quanto singelos. Ao final da procissão é 
levantado o mastro em homenagem ao santo. Dias antes do festejo há um ritual no qual os festeiros 
percorrem as ruas da cidade levando a bandeira do santo de casa em casa e recebendo donativos. 
Durante os dias de festa há fartura de comida e diversas iguarias, com distribuição de alimentos. 
 
DANÇA DOS MASCARADOS 
Típica do município de Poconé, é uma mistura de contradança européia, danças indígenas e ritmos 
negros. A maior peculiaridade desta dança é o fato de participarem apenas homens, aos pares, metade 
dos quais vestidos de mulher, com máscaras e roupas coloridas onde predominam o vermelho e o 
amarelo. A Dança dos Mascarados não encontra semelhanças com nenhuma outra manifestação no 
Brasil e sua origem ainda é um mistério, porém a origem pode estar ligada aos índios que habitavam a 
região. 
 
DANÇA DO CHORADO 
Dança afro, da região de Vila Bela da Santíssima Trindade, surgiu no período colonial, quando 
escravos fugitivos e transgressores eram aprisionados e castigados pelos Senhores e seus entes 
solicitavam o perdão dançando o Chorado. Com o passar do tempo a dança foi introduzida nos últimos 
dias da Festa de São Benedito, pelas mulheres que trabalhavam na cozinha. Com coreografia bem 
diferente da demais danças típicas, são equilibradas garrafas na cabeça das dançarinas que cantam e 
dançam um tema próprio. 
 
 
(Disponível em: http://www.mt.gov.br/cultura). 
 
 
 
O espaço no centro da compreensão da realidade4 
 
O ritmo de transformação da realidade brasileira propõe à análise novos desafios, exigindo o estudo 
da produção do espaço em sua complexidade. A urbanização ocorrida nos últimos 30 anos no Mato 
Grosso pode nos revelar ao mesmo tempo a reprodução das contradições da história do Brasil, não 
enfrentadas na expansão econômica para o oeste e norte, assim como pode revelar os novos conteúdos 
da urbanização contemporânea. 
Esse processo apresenta uma especificidade, que é o imbricamento da questão agrária (permanência 
de relações sociais atrasadas – entre elas a concentração fundiária - que se reproduzem no presente), 
com o processo de industrialização da agricultura (processo de modernização econômica que reproduz 
as relações arcaicas que vem da história) e com a urbanização (produção do espaço que reproduz as 
contradições do passado, mas que traz novas problemáticas para a análise). Assim, a reflexão sobre a 
urbanização no Mato Grosso implica a consideração dos processos históricos de apropriação-dominação 
da terra, assim como as relações sociais que produzem o espaço contemporâneo. 
A configuração do espaço, que se realiza como a materialização das relações sociais, nos indica a 
aceleração da velocidade das mudanças, o que parece ser uma característica da contemporaneidade e 
aponta para novas complexidades no entendimento do mundo moderno. Estamos diante, portanto, do 
desafio de interpretar o sentido desse movimento da realidade. 
O Mato Grosso hoje representa uma das fronteiras da produção do espaço brasileiro, e podemos dizer, 
por isso mesmo, que se revela como uma das fronteiras do conhecimento desse processo de produção 
 
4 PADUA, Rafael Faleiros de. QUESTÃO AGRÁRIA, MODERNIZAÇÃO DA AGROPECUÁRIA E URBANIZAÇÃO EM MATO GROSSO. Revista Mato-Grossense 
de Geografia - Cuiabá - v. 17, n. 1 - p. 33 - 63 - jan/jun 2014. Disponível em: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/geografia/article/download/770/2845. 
8. Programas governamentais e fronteira agrícola mato-grossense 
1329275 E-book gerado especialmente para EDINA SOTO
 
. 23 
e reprodução do espaço brasileiro. Como fragmento de estudo, o Mato Grosso se apresenta, 
hipoteticamente, como uma síntese do momento atual da urbanização brasileira na sua forma mais 
“moderna”, carregando e reproduzindo as contradições que vem da história da formação territorial do 
Brasil. 
Trata-se de um processo produzido no bojo da reprodução das contradições históricas da formação 
do espaço brasileiro (MARTINS, 1999), mas cujo produto é também um espaço característico do 
momento atual de reprodução do capitalismo. 
O espaço produzido (o espaço da produção do agronegócio), que é produto da reprodução de 
contradições históricas, é também produzido sem a espessura da história, trazendo a espacialidade para 
o primeiro plano da análise, dado que são materialidades de projetos estatais e econômicos, cuja 
paisagem reflete o desenraizamento e a efemeridade (estradas, cidades parecidas, constituídas pelo 
deslocamento de grande quantidade de pessoas de outras regiões do país). 
Esse processo tem a mediação central do Estado para sua realização, sob o discurso da integração 
das regiões centro-oeste e norte ao restante do Brasil, num esforço continuado que tem como um de seus 
pontos altos (e representativos) na inauguração de Brasília em 1960. É o Estado que produz as 
possibilidades de deslocamentos massivos de pessoas e de novos empreendimentos privados (no caso 
do norte de Mato Grosso representados pelos projetos privados de colonização, implementados por 
companhias de colonização privadas) e públicos para as regiões a serem “integradas” ao restante do 
país. É uma realidade que carrega as abstrações da modernidade, uma vez que é concebida na prancheta 
e nos escritórios do poder político e econômico. 
O planejamento estatal da ditadura militar na década de 1970, sobretudo através do Plano de 
Integração Nacional e do II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) propiciou as condições de avanço 
dessa fronteira econômica em direção ao cerrado e à Amazônia no norte de Mato Grosso. Uma das 
infraestruturas fundamentais para isso foi a construção de inúmeras rodovias, entre elas a BR-163 
(Cuiabá-Santarém), que se constituiu em um eixo de expansão da agricultura modernizada e de produção 
de novas cidades (TORRES, 2005). 
A noção de fronteira (MARTINS, 2009; MONBEIG, 1998) é fundamental para a compreensão desse 
processo, dado que um dos fundamentos dessa integração é a integração de novos espaços ao processo

Continue navegando