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Características, conceitos e teorias da aprendizagem

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Aprendizagem: Conceitos e Características
A aprendizagem está vinculada à história do homem, à sua construção e evolução enquanto ser social com capacidade de adaptação a novas situações.
Desde sempre se ensinou e aprendeu, de forma mais ou menos elaborada e organizada, já antes do início deste século existiam explicações para a aprendizagem, mas o seu estudo está intimamente ligado ao desenvolvimento da psicologia enquanto ciência. Contudo, este estudo não se processou de forma uniforme e concordante.
A aprendizagem tem sido considerada um processo de associação entre uma situação estimuladora e a resposta, como se verifica na teoria conexionista da aprendizagem, ou o ajustamento ou adaptação do indivíduo ao ambiente, conforme a teoria funcionalista.
Hilgard (apud CAMPOS, 1987) define a aprendizagem como um processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modificada pela reação a uma situação encontrada, desde que as características da mudança de atividade não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do organismo, por exemplo, fadiga ou drogas.
Coelho e José (1999) definem aprendizagem como o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro, que se expressa, diante de uma situação- problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
A aprendizagem envolve o uso e o desenvolvimentode todos os poderes, capacidades e potencialidades do homem, tanto físicas quanto mentais e afetivas. Isto significa que a aprendizagem não pode ser considerada somente um processo de memorização, tampouco que emprega apenas o conjunto das funções mentais ou unicamente os elementos físicos ou emocionais, pois todos estes aspectos são necessários.
Para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie cada vez mais o potencial do educando, é necessário que ele perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida, ou seja, o sujeito precisa ser capaz de reconhecer as situações em que aplicará o novo conhecimento ou habilidade.
Podem-se citar seis características básicas da aprendizagem, segundo Campos (1987):
1. Processo dinâmico: nesse processo a aprendizagem só se faz através da atividade do aprendiz, envolvendo a participação total e global do indivíduo. Ou seja, na
escola, o aluno aprende pela participação em atividades, tais como leitura de textos, ouvindo as explicações do professor, pesquisando e interagindo. Assim, a aprendizagem escolar depende não só do conteúdo dos livros, nem só do que o professor ensina, mas muito mais da reação dos alunos.
2. Processo contínuo: a aprendizagem está sempre presente, desde o início da vida. Por exemplo, ao sugar o seio materno, a criança enfrenta o primeiro problema de aprendizagem: terá que coordenar movimentos de sucção, deglutição e respiração. É um processo de aprendizagem desde a idade escolar, na adolescência, na idade adulta e até em idade mais avançada, na terceira idade.
3. Processo global ou compósito: o comportamento humano é considerado como global ou compósito, pois inclui sempre aspectos motores, emocionais e ideativos ou mentais. Portanto, a aprendizagem, envolvendo uma mudança de comportamento, terá que exigir a participação total e global do indivíduo, para que todos os aspectos constitutivos de sua personalidade entrem em atividade no ato de aprender, a fim de que seja restabelecido o equilíbrio vital, rompido pelo aparecimento de uma situação problemática.
4. Processo pessoal: a aprendizagem é considerada intransferível de um indivíduo para outro: ninguém pode aprender por outrem. Portanto, a maneira de aprender e o próprio ritmo da aprendizagem variam de indivíduo para indivíduo, face ao caráter pessoal da aprendizagem.
5. Processo gradativo: cada aprendizagem se realiza através de operações crescentemente complexas, ou seja, em cada nova situação, envolve maior número de elementos. Então, cada nova aprendizagem acresce novos elementos à experiência anterior.
6. Processo cumulativo: ao analisar o ato de aprender, verifica-se que, além da maturação, a aprendizagem resulta de atividade anterior, ou seja, da experiência individual, onde ninguém aprende senão por si e em si mesmo, pela automodificação.
Desta maneira, a aprendizagem constitui um processo cumulativo, em que a experiência atual aproveita-se das experiências anteriores. E a acumulação das experiências leva à organização de novos padrões de comportamento, que são incorporados pelo sujeito.
Assim, a função fundamental da aprendizagem humana é interiorizar ou incorporar a cultura, para assim fazer parte dela. Fazemo-nos pessoas à medida que personalizamos a cultura. Graças à aprendizagem, incorporamos a cultura que, por sua vez, traz incorporadas novas formas de aprendizagem.
Cada sociedade, cada cultura gera suas próprias formas de aprendizagem, seus meios de aprendizagem. Desse modo, a aprendizagem da cultura acaba por levar a uma determinada cultura de aprendizagem. E as atividades de aprendizagem devem ser entendidas no contexto das demandas sociais que as geram. Além do fato de em diferentes culturas se aprenderem coisas diferentes, as formas ou processos de aprendizagem culturalmente relevantes também variam.
A relação entre o aprendiz e os materiais de aprendizagem está mediada por certas funções ou processos de aprendizagem que se derivam da organização social dessas atividades e das metas impostas pelos instrutores ou professores.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), pode-se afirmar que o aluno precisa elaborarhipóteses e experimentá-las para que se alcance uma aprendizagem significativa.
Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes neste momento. Os conhecimentos gerados na história pessoal e educativa têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem, da escola e de si mesmo, nas suas motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua autoestima. Com isso torna-se fundamental que a intervenção do educador propicie um desenvolvimento em direção a uma aprendizagem significativa, pois se esta for uma experiência de sucesso, o aluno constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz.
Finalmente, queremos destacar as características do conceito de aprendizagem. Mediante os processos de aprendizagem, incorporamos novos conhecimentos, valores e habilidades que são próprias da cultura e da sociedade em que vivemos.
As aprendizagens que incorporamos fazem-nos mudar de condutas, de maneiras de agir, de maneiras de responder. São produto da educação que outros indivíduos, da nossa sociedade, planejaram e organizaram,ou melhor, do contato menos planificado, não tão direto com as pessoas com quem nos relacionamos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1987. 
COELHO, M. T; JOSÉ, E. A.Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999.
WRUCK, Dianne Françoise. Desenvolvimento e aprendizagem na escola/Dianne Françoise Wruck, Fernanda Germani de Oliveira. – Blumenau: Edifurb: Gaspar: ASSEVALI. Educacional, 2008.
Por: Iara Maria Stein Benítez
Veja também:
· Teorias de Aprendizagem
· Planejamento Educacional
Teorias de Aprendizagem
Um olhar histórico sobre as teorias de aprendizagem
A história da aprendizagem como atividade humana remonta à própria origem de nossa espécie. Desde a antiguidade, filósofos e pensadores preocuparam-se com os fatos da aprendizagem do tipo verbal ou ideativo. Daí a razão por que as primeiras teorias se confundiram com as explicações dos processos lógicos e com as teorias do conhecimento.
A noção de aprender se confundia com a ação de captar ideias, fixar seus nomes, retê-los e evocá-los. Podemoscitar Sócrates, Platão e Aristóteles como alguns filósofos que discorreram sobre as primeiras concepções da aprendizagem.
Para Sócrates, o conhecimento preexiste no espírito do homem e a aprendizagem consiste no despertar esses conhecimentos inatos e adormecidos.
Platão formulou uma teoria dualista que separava o corpo (ou coisa) da alma (ou ideias), sendo que a alma está sujeita à metempsicose e guarda a lembrança das ideias contempladas na encarnação anterior que, pela percepção, voltam à consciência. Assim, a aprendizagem nada mais é do que uma reminiscência.
Já Aristóteles apresenta um ponto de vista definidamente científico. Ensina que todo conhecimento começa pelos sentidos, rejeitando a preexistência das ideias em nosso espírito. Lançou, portanto, o fundamento para o ensino intuitivo. Utilizou o método dedutivo, característico de seu sistema lógico e o método indutivo, aplicando-o em suas observações, experiências e hipóteses.
No entanto, a aprendizagem como atividade socialmente organizada é mais recente. As mudanças mais notáveis na cultura da aprendizagem se devem a uma nova revolução: a tecnologia da escrita.
A crise da concepção tradicional da aprendizagem, baseada na apropriação e reprodução memorística dos conhecimentos e hábitos culturais, deve-se não tanto ao impulso da pesquisa científica e das novas teorias psicológicas – como a conjunção de diversas mudanças sociais, tecnológicas e culturais, a partir das quais esta imagem tradicional da aprendizagem sofre uma deteriorização progressiva -, mas também se deve ao desajuste crescente entre o que a sociedade pretende que seus cidadãos aprendam e os processos que ela põe em marcha para consegui-lo.
A nova cultura da aprendizagem, própria das modernas sociedades industriais, se define por uma educação generalizada, por uma formação permanente e massiva, por uma saturação de informações produzidas pelos novos sistemas de comunicação e conservação de informação e por um conhecimento descentralizado e diversificado. Em nossa cultura da aprendizagem, a distância entre o que deveríamos aprender e o que finalmente conseguimos aprender é cada vez maior.
O desenvolvimento humano é um processo longo e gradual de mudanças. Neste processo, cada pessoa, à sua maneira e no seu tempo, dá sentido à sua vida. Presente, passado e futuro são demarcações individuais da existência. Somos capazes de descrever nossa vida cotidiana, relembrar nossa infância e enumerar nossos planos para o futuro. Quando tenta-se explicar relações, fenômenos ou processos da realidade apresenta-se argumentos que, para nós, fazem todo o sentido. Construímos e defendemos nossa própria “teoria”, baseada em nossas observações, em nossas experiências, em nossos valores, em nossas suposições.
Do mesmo modo, a ciência procura descrever e explicar aspectos observados na realidade a partir da organização e sistematização de conceitos, proposições, dados e interpretações.
Portanto, os estudiosos do desenvolvimento humano também estão interessados na relação entre o tempo e a existência humana, procurando descrever e explicar as mudanças que ocorrem nos modos de pensar, sentir e agir ao longo da vida.
Jean Piaget: Estágios do Desenvolvimento Humano
Jean Piaget conduziu uma série de investigações sobre o desenvolvimento do pensamento, abrangendo o período compreendido desde o nascimento até aadolescência. Com base nessas investigações, elaborou a teoria do desenvolvimento cognitivo ou intelectual. Para Piaget, a tomada de consciência da criança se dá em termos lógicos e não em termos de qualquer tipo de atividade mental, sua ou de outros.
A relação existente entre a formação de pensamento e a aquisição da linguagem, na visão piagetiana, configura-se de caráter apenas correlacional, sendo o pensamento constituído por um processo bem mais amplo que remete ao desenvolvimento da função simbólica. Desse modo, na concepção piagetiana defende-se que a maneira como a criança faz uso da linguagem exprime o tipo de lógica que caracteriza seu pensamento.
A linguagem da criança preenche outras funções além da comunicação. Ela pode, por exemplo, durante seu desenvolvimento, ser duplamente categorizada, ou seja, pode ser apreendida enquanto uma linguagem ‘egocêntrica’ ou enquanto uma linguagem ‘socializada’.
Fases do desenvolvimento humano segundo Piaget:
Período Sensório-Motor (0 a 2 anos)
· Aprendizagem da coordenação motora elementar;
· Aquisição da linguagem até a construção de frases simples;
· Desenvolvimento da percepção;
· Noção de permanência do objeto;
· Preferências afetivas;
· Início da compreensão de regras;
Período Pré-Operatório (2 a 7 anos)
· Domínio da linguagem;
· Animismo, finalismo e antropocentrismo/egocentrismo, isto é, os objetos são percebidos como tendo intenções de afetar a vida da criança e dos outros seres humanos;
· Brincadeiras individualizadas, limitação em se colocar no lugar dos outros;
· Possibilidade da moral da obediência, isto é, que o certo e o errado é aquilo que dizem os adultos;
· Coordenação motora fina;
Período das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
· Início da capacidade de utilizar a lógica;
· Número, conservação de massa e noção de volume;
· Operações matemáticas, gramática, capacidade de compreender e se lembrar de fatos históricos e geográficos;
· Auto-análise, possibilidade de compreensão dos próprios erros;
· Planejamento das ações;
· Compreensão do ponto-de-vista e necessidades dos outros;
· Coordenação de atividades, jogos em equipe, formação de turmas de amigos (no
· início de ambos os sexos, no fim do período mais concentrada no mesmo sexo);
· Julgamento moral próprio que considera as intenções e não só o resultado;
· Período das Operações Formais (11-12 anos em adiante)
· Abstração matemática (x, raiz quadrada, infinito);
· Formação de conceitos abstratos (liberdade, justiça);
· Criatividade para trabalhar com hipóteses impossíveis ou irreais;
· Reflexão existencial;
· Crítica dos valores morais e sociais;
· Moral própria baseada na moral do grupo de amigos;
· Experiência de coisas novas, estimuladas pelo grupo de amigos;
· Desenvolvimento da sexualidade.
Lev Vygotsky: A Teoria do Desenvolvimento Cognitivo
Para Vygotsky, afirmações como essas estão associadas a diferenças históricas e culturais que influenciam o modo como as pessoas, em diferentes sociedades,
As pessoas agem, interpretam e representem o mundo. Vygotsky é conhecido como “sociointeracionista”, pois concebe que o ser humano constitui-se nas relações sociais que ocorrem em um determinado contexto histórico-cultural. Sua premissa tem como referencial filosófico o materialismo dialético que pressupõe o estudo histórico dos processos de mudança a partir da análise e reconstrução das relações dinâmicas contextuais e processuais da realidade.
Para tanto, Vygotsky postulou que a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano.
O desenvolvimento psicológico de um indivíduo respeitará a história de sua história, espécie, isto é, a filogênese, que define os limites e as possibilidades das características do corpo humano, das condições de funcionamento psicológico e da plasticidade cerebral.
Portanto, conclui-se que Piaget, em seus estudos deu ênfase ao caráter construtivo, ou seja, das construções realizadas pelo sujeito. Já Vigotsky, aos processos de trocas, de interação do sujeito com seu meio, principalmente seu meio social e cultural.
REFERÊNCIAS
WRUCK. Dianne Françoise, OLIVEIRA. Germani de. Fernanda. Desenvolvimento e Aprendizagem na Escola. Blumenau. Edifurb; Gaspar, ASSEVALI Educacional 2008.
PIAGET. Jean. A Construção do Real na Criança. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1970. 360 p.
Por: Iara Maria Stein Benítez

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