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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 OBJETIVOS DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO ........................ 4 2.1 Critérios científicos e histórico-culturais da categoria pessoa em desenvolvimento ...................................................................................................... 7 2.2 Teorias sobre o desenvolvimento e o conceito de maturação ............ 11 2.3 Relação entre aprendizagem e desenvolvimento ............................... 15 3 CONCEITUANDO APRENDIZAGEM ....................................................... 17 4 PSICOLOGIA E APRENDIZAGEM ........................................................... 18 4.1 Características da aprendizagem ....................................................... 22 4.2 Abordagens da aprendizagem ........................................................... 25 4.3 Dimensões do processo de aprendizagem ........................................ 29 4.4 Teorias da aprendizagem na educação ............................................. 35 4.5 Processos fundamentais da aprendizagem ........................................ 39 4.6 A aprendizagem e sua relação com aspectos cognitivos, afetivos e sociais 41 5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 45 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 OBJETIVOS DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO A psicologia do desenvolvimento é o estudo e estudo de diferentes aspectos do desenvolvimento humano, desde a vida do útero até o envelhecimento. Esta é uma área do conhecimento que busca entender como fatores como tempo, genética, fisiologia, experiências de aprendizagem e diferentes contextos (por exemplo, cultura, história e sociedade). Entre os outros aspectos que afetam o desenvolvimento humano. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002 apud CORTINAZ; 2016). Devido ao alcance da dimensão do desenvolvimento humano da pesquisa em psicologia do desenvolvimento, a disciplina tem Interação com outras áreas do conhecimento como biologia, pedagogia, sociologia, etc. A psicologia do desenvolvimento visa alcançar três objetivos principais. O primeiro objetivo geral pode ser resumido como: As origens dos aspectos emocionais, cognitivos, motores e sociais do desenvolvimento humano, CORTINAZ; (2016). O segundo objetivo abrangente é identificar as causas do surgimento e mudança nos aspectos emocionais, cognitivos, motores e sociais do desenvolvimento humano. O terceiro e último objetivo geral é distinguir uma fase ou estágios do desenvolvimento humano, um período específico do ciclo de vida, no qual um conjunto específico de aspectos emocionais, aspectos cognitivos, motores e sociais do desenvolvimento humano se manifestam e permanecem mais ou menos estáveis (CAMPOS, 2001 apud CORTINAZ; 2016). É possível estabelecer alguns princípios gerais do desenvolvimento humano. A primeira é que o desenvolvimento humano é causado por diferentes estágios/etapas/fases, cada um com seu próprio conjunto de características. Embora a definição de estágios de desenvolvimento e o período em que ocorrem possam variar de acordo com o método de pesquisa, novos padrões surgem repetidamente em diferentes métodos de pesquisa. O desenvolvimento é estruturado e consolidado por padrões que são estáveis em estágios iniciais. Outro princípio relacionado ao anterior é que o desenvolvimento é contínuo e resultado de mudanças estruturais nos aspectos emocionais, cognitivos, físicos e sociais de um indivíduo. Um exemplo muito ilustrativo do segundo princípio é que as crianças começam engatinhando, em seguida, caminha, e, por fim, consiga correr com destreza, CORTINAZ; (2016). 5 Um terceiro princípio que pode ser enfatizado é do aspecto mais geral para o aspecto mais específico. Por exemplo, primeiro a criança desenvolve habilidades motoras (mover pernas, braços e mãos, sentar, andar, correr, etc.) e depois desenvolver habilidades motoras finas (coordenar mãos e olhos em tarefas específicas) como pintar, recortar, ler, escrever, etc.) (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004 apud CORTINAZ; 2016). Por fim, pode-se enfatizar que, embora os estágios de desenvolvimento sejam constantes em diferentes métodos de pesquisa, o desenvolvimento pode ocorrer em diferentes ritmos/velocidades em diferentes indivíduos. Podemos dizer que há uma consistência desde o desenvolvimento físico (por exemplo, crescimento da cabeça, tronco e extremidades superiores e inferiores) até o desenvolvimento habilidades cognitivas (como habilidades de raciocínio lógico indutivo/dedutivo), mas é impossível determinar uma idade com precisão absoluta, todos os indivíduos atingem um certo nível de desenvolvimento, CORTINAZ; (2016). A psicologia do desenvolvimento contribui para uma melhor compreensão dos aspectos psicológicos do conhecimento humano, assumindo diferentes estágios do conhecimento humano. Desenvolvimento humano e enfatiza a relevância das relações sociais e emocionais para a aprendizagem. Portanto, a psicologia do desenvolvimento tornou-se uma disciplina específica dentro do campo da psicologia. Um dos objetivos mais comuns da psicologia do desenvolvimento é o estudo das mudanças que ocorrem durante o desenvolvimento humano, CORTINAZ; (2017). Uma definição possível de desenvolvimento humano é “[...] o estudo científico de como as pessoas mudam ou como elas ficam iguais, desde a concepção até a morte [...]” (PAPALIA; OLDS, 2000, p. 25 apud CORTINAZ; 2017). Essa primeira definição é bastante geral e diferentes pesquisas, a partir de diferentes abordagens teóricas e metodológicas, aprofundam-se na compreensão de quais mudanças ocorrem, como essas mudanças ocorrem, quando ocorrem e por quê. Dessa forma, podemos ver o desenvolvimento humano como um marcador de transformação social, refletindo a organização das estruturas sociais, ao mesmo tempo em que integra as características cognitivas, afetivas e comportamentais do sujeito no processo de constituição mútua. O ser humano se desenvolveu muito além da composição orgânica madura do corpo e também passou pela evolução relacional do sujeito. Portanto, é um processo que abrange os estágios de maturidade da aquisição do conhecimento, DUARTE; (2017). 6 Por meio do desenvolvimento físico, pode-se alcançar o desenvolvimento da linguagem, o acesso à fala e à comunicação; o desenvolvimento cognitivo advém da elaboração de percepções de seu funcionamento físico e de seu papel no meio ambiente; o desenvolvimento emocional, por outro lado, acompanha suas emoções nos relacionamentos ocorre como um conceito e afeta o desenvolvimento social, no qual o sujeito percebe sua relação com o contexto social, DUARTE; (2017). Com base nisso, o desenvolvimento humanoé um assunto de grande interesse para diversos conceitos teóricos da ciência psicológica e é objeto de pesquisas em psicanálise, cognitivismo, behaviorismo, teoria humanista, etc. (BEE, 1997 apud DUARTE; 2017). Cada linha teórica aborda o desenvolvimento humano a partir de seu foco de pesquisa. A teoria psicanalítica, desenvolvida pelo fisiologista Sigmund Freud, tenta entender o desenvolvimento em termos de um grande quadro de expressão inconsciente na construção da personalidade. Dessa forma, o desenvolvimento decorre da elaboração dos processos que compõem toda a trajetória da vida, mas tem um fundamento mais profundo na primeira etapa da vida humana, a infância, DUARTE; (2017). A teoria cognitiva, desenvolvida pelo teórico suíço Jean Piaget, entende o desenvolvimento como um compositor construtivo que existe ao longo da vida. Assim, a maneira como pensam, se comportam e se comunicam afeta seu desenvolvimento, e seu desenvolvimento promove a maneira como pensam, se comportam e se comunicam. Além disso, marcos como linguagem, habilidades motoras e percepção sensorial estão diretamente relacionados ao desenvolvimento da fluência, DUARTE; (2017). As teorias comportamentalistas ou teoria behaviorista foi originalmente desenvolvido pelas pesquisas de Watson, Skinner e Pavlov, cada um com suas próprias técnicas. Eles veem o comportamento humano como uma influência no desenvolvimento, que depende do comportamento que resulta de estímulos ambientais, DUARTE; (2017). A teoria humanista foi desenvolvida pela primeira vez por Abraham Maslow e depois por Carl Rogers. Eles acreditam que o homem é a base para a compreensão de seu próprio desenvolvimento, compreendendo cada existência ele próprio contém 7 uma força que pode impulsionar ou dificultar o seu desenvolvimento, processo que, na visão do humanismo, perpassa todo o curso da vida, DUARTE; (2017). 2.1 Critérios científicos e histórico-culturais da categoria pessoa em desenvolvimento O homem em desenvolvimento é um conceito científico e cultural ocidental que constrói as etapas da vida humana que repercutiu amplamente em todo o mundo, especialmente ao longo do século XX, para ser utilizado como parâmetro hegemônico de demarcação. A instrumentalização das classes biológicas intergeracionais e das instituições sociais capazes de lidar com elas, legitimadas por sistemas jurídicos que incorporam as estruturas epistemológicas sociais de desenvolvimento de pessoas para perfilar e caracterizar destinatários e as características teórico-conceituais dos direitos, OLIVEIRA; (2014). Basta observar os primeiros artigos da CDC e do ECA, estipula o período para crianças e adolescentes até os 18 anos, reconhecer que o desenvolvimento da criança e do adolescente é definido por logica da psicologia do desenvolvimento, que envolve a construção de um processo de maturidade e biopsicossocial desenvolvido por meio de estágios temporais, OLIVEIRA; (2014). De acordo com Prout e James (1997 apud OLIVEIRA; 2014), o paradigma do desenvolvimento infantil é baseado no conceito de crescimento biológico como regra universal da humanidade, sua medida e classificação pode ser padronizada. Este é um modelo autossustentável onde as etapas do crescimento biológico permitem que as crianças racionalizem gradativamente, de apenas o grau de racionalidade pode ser determinado fase adulta. O modelo de desenvolvimento infantil se torna dominante, o pensamento ocidental também está ligado ao desenvolvimento, socializando com o biológico: atividades infantis - sua linguagem, jogos e Interação - vista como um sinal simbólico de progresso do desenvolvimento. Uma redução da "irracionalidade" das brincadeiras infantis, dessa forma uma criança é considerada evoluída, ou amadurecida medida em que a evolução é substituída por ideias complexas. (PROUT; JAMES, 1997, apud OLIVEIRA; 2014). 8 Esse conhecimento científico está próximo das mudanças psicológicas humanas em que o homem sofre em sua vida, o que significa levar em conta desenvolvimento físico, cognitivo e social em cada estágio prescrito, sem envolver o isolamento entre etapas, devido ao impacto da etapa anterior na estrutura depois. A maturidade humana é então organizada em estágios ou idades da vida e propõe uma ligação entre a idade mental e a idade cronológica, no contexto específico das crianças em ordem cronológica, OLIVEIRA; (2014). Segundo Baggio (1985 apud OLIVEIRA; 2014) e Trindade (2007 apud OLIVEIRA; 2014), a psicologia do desenvolvimento estuda as mudanças de comportamento ao longo do tempo não o tempo em si, mas eventos ao longo da vida que podem causar e explicar a transformação humana. O tempo torna-se uma medida conveniente na qual o comportamento e a alterações marcadas com a idade cronológica não podem ser consideradas determinista, mas simultâneo, no sentido de determinar mudanças comportamentais desenvolvido como resultado de processos dentro de organismos vivos e processos ambientais no decorrer de determinada temporalidade. Portanto, cada estágio de desenvolvimento inclui o período de tempo da vida definido pelo encontro de uma série de características físicas, emocional, intelectual e social, OLIVEIRA; (2014). Uma das classificações mais usadas pelos teóricos da psicologia moderna do desenvolvimento foi estabelecida por Holmes, Bee e Tyson apud Trindade (2007 apud OLIVEIRA; 2014), dividida em e atribuir as etapas do desenvolvimento humano em termos de vida Como um processo completo: Estágio pré-natal (concepção até nascimento): são formações da estruturas e órgãos corporais que são chamados de básicos. Nessa fase, o crescimento físico acontece de maneira mais rápida do que os outros períodos, e é altamente suscetível a influências ambientais, OLIVEIRA; (2014). Primeira infância (nascimento até 3 anos): nessa fase o recém-nascido é literalmente dependente, porém competente. Todos os sentidos funcionam desde o nascimento, desenvolvimento físico e desenvolvimento de habilidades motoras. Apego aos pais e outros familiares que são pessoas que passam a serem fundamentais, dessa forma a autoconsciência é construída em torno de pessoas familiares e se estabelece em torno do segundo ano. Posteriormente, os interesses por outras crianças aumentam, OLIVEIRA; (2014). 9 Segunda infância (3 a 6 anos): as forças e as habilidades motoras, nessa fase são simples e ao mesmo tempo são complexas, as mesmas aumentam. Enquanto a compressão do ponto de vista do outro aumenta gradualmente, o comportamento permanece em grande parte egocêntrico e a família permanece no centro da vida. A independência, o autocontrole e o autocuidado aumentaram, OLIVEIRA; (2014). Terceira infância (6 a 12 anos): o crescimento da aptidão física não é tão intenso quanto no período anterior, mas o ganho da aptidão física aumenta e melhora. O egocentrismo diminui e de acordo com isso o pensamento se organiza de maneira mais logica, embora ainda seja principalmente concreto. As habilidades de memória e linguagem são melhoradas, OLIVEIRA; (2014). Adolescência (12 a 20 anos): a maturidade reprodutiva foi alcançada nesta etapa. O pensamento abstrato e a capacidade de usar o pensamento científico são desenvolvidos. Neste passo a busca da identidade constitui um fator original que justifica a vida em grupos iguais, conforme a adoção de modelos e comportamentos padronizados, que facilitem caminhos de identificação, OLIVEIRA; (2014). Qual é a contribuição desse traço de desenvolvimento humano? Em primeiro lugar, os pressupostos científicos permitem a integração (e disseminação global) das crianças e da adolescência como representações culturais e para definir contextos sociais. Grupos sociais específicos e períodos da vida, expressos em seus próprios traços identitários, no contexto de diferentes seres que, direta ou indiretamente,afirmam estar associados aos adultos, OLIVEIRA; (2014). Por outro lado, ser fixado como criança e adolescente representa generalização, condições de vulnerabilidade intergeracional, no sentido de tê-los como sujeitos de vulnerabilidade a eventos externos que podem produzir prejuízos biopsicossociais associados a trajetória do desenvolvimento humano, que é complementada por a "dependência natural" dos adultos que é um elemento intrínseco do processo inicial da vida, e indicam que os grupos intergeracionais estão em risco social a um grau de privilégio, o que precisou ao mesmo tempo, legalizou a institucionalização do tratamento socioestatal a partir da criação e/ou modificação de aparelhos sociais, como escolas e famílias, além de garantir que tenham atenção legal especial para prevenir múltiplas formas de violência e promover condições sociais que melhorem a qualidade de vida, OLIVEIRA; (2014). 10 Ao mesmo tempo, fica evidente a correlação entre marcadores cronológicos e características de crianças e adolescentes na perspectiva da psicologia do desenvolvimento, sinais legais de características da infância/adolescência, associados ou não a quando acabar. Dessa maneira, quando a criança crescer, não se deve importar com isso ao considerar a ideia de incapacidade civil, como um tradutor jurídico imaturo relacionado ao desenvolvimento infantil psicologicamente construído que é um requisito inerente à cidadania das crianças, por (suposta) imaturidade biopsicossocial ou racional, têm que limitar suas possibilidades de exercer seus direitos e, ao mesmo tempo, diferenciado o tratamento jurídico-estatal em comparação aos adultos, OLIVEIRA; (2014). A identidade e o foco sociojurídico também permitem a criação e a circulação da ideologia do modelo ideal de criança e adolescente citada nos critérios de avaliação, dessa maneira o eurocentrismo justifica a homogeneização representacional e a negligência ou a supressão de valores diferenciais que são considerados a viés, como os encontrados nas aulas popular entre os povos etnicamente e culturalmente diversos, permitindo a entrada no campo jurídico, sociais e políticos ocidentais dos marcadores morais hierárquicos superior, e comprova ( e ainda justificam) a exclusão social e tentativas de forçar ou padronizar voluntariamente a infância e a adolescência, OLIVEIRA; (2014). A adequação do indivíduo em desenvolvimento, pela lógica da psicologia do desenvolvimento, revelando a construção social norteadora do desenvolvimento humano, mostra que o ser humano leva a entender a possibilidade dessa pessoa, que tem efeitos e sinais positivos com marcadores identitários e vulnerabilidades, dessa maneira existir nas categorias intergeracionais das sociedades ocidentais, e a construção simbólica negativa, difundida "Infância/adolescência civilizada", não pretendia equiparar diversidade com crianças e adolescentes, em vez disso, são medidos e classificados de acordo com um único parâmetro ideal, ou idealizados como regulações universais que escondem novas desigualdades ao trata-los de acordo com padrão universal que hierarquiza e discrimina a pluralidade de modos de representações e de socialização da infância/adolescência existentes no mundo, OLIVEIRA; (2014). 11 2.2 Teorias sobre o desenvolvimento e o conceito de maturação As explicações dos processos da aprendizagem e desenvolvimento baseado em conceitos bem estabelecidos expressam a emergência dessa relação ao mesmo tempo em que expressam a biologia profunda desses processos. A biolização das explicações para o fracasso acadêmico, hegemonicamente incorporada ao discurso do senso comum, reside em diferentes teorias psicológicas sobre o desenvolvimento humano que, em última análise, fundamentam o próprio discurso do senso comum, ASBAHR; (2013). Ao falar de um aluno ingênuo ou imaturo, os professores estão se referindo às teorias de desenvolvimento infantil que estudam em suas sessões de treinamento, que descrevem o desenvolvimento humano como maduro, linear e determinista. E, embora essas teorias do desenvolvimento não tenham sido estudadas em profundidade, elas são a base de seu trabalho. Portanto, cabe ao professor esperar que seus alunos amadureçam, ASBAHR; (2013). Nossa compreensão da relação entre desenvolvimento e aprendizagem é central para a prática docente, principalmente porque nos leva a fazer perguntas sobre o que ensinar (conteúdo), como ensinar (como organizar o ensino) e por que ensinar (a finalidade da educação escolar), ASBAHR; (2013). Uma das importâncias de estudar o processo de desenvolvimento humano está justamente em sua relação com a aprendizagem. As teorias do desenvolvimento humano definem as possibilidades de aprendizagem ao explicar como as pessoas se desenvolvem e se desenvolvem, ou seja, avaliam se a aprendizagem pode interferir nesse desenvolvimento e, principalmente, como interfere nele, ASBAHR; (2013). Nessa perspectiva, o desenvolvimento geralmente se refere às mudanças que ocorrem ao longo da vida de um indivíduo. Entre outras coisas, a pesquisa em desenvolvimento humano visa explicar os fatores que influenciam ou determinam mudanças no comportamento de um indivíduo ao longo do tempo, ASBAHR; (2013). Nesse sentido, embora não muito explícito, as teorias de ensino e as práticas educativas que acontecem em salas de aula específicas são baseadas no conceito de desenvolvimento humano, ou seja, têm algo a dizer sobre ser homem. É nessa medida que podemos dizer que as teorias sobre o desenvolvimento humano têm implicações práticas para a formação do próprio homem, ASBAHR; (2013). 12 Para ASBAHR; (2013) Vygotsky foi um dos autores de uma análise de algumas das teorias psicológicas de sua época e suas possíveis implicações educacionais para o desenvolvimento e o conceito de aprendizagem. Os autores dividem as teorias que explicam a relação entre desenvolvimento e aprendizagem em três categorias básicas — ideias inatas, ideias empíricas/ambientais e ideias dualistas — que reconhecem a existência de uma compreensão maturacionista do desenvolvimento nessas ideias e criticam esse conceito, tais abordagens: De acordo com essas teorias, a aprendizagem é um processo puramente externo que, em certa medida, se assemelha ao processo de desenvolvimento da criança, mas não participa ativamente dele e não o altera: o aprendizado usa o resultado do desenvolvimento, em vez de avançá-lo ao seu curso e de mudar a sua direção, (Vygotsky, 1988, p.103 apud ASBAHR; 2013). De acordo com ASBAHR; (2013) o autor não apenas analisa essas teorias, mas também a crítica, especialmente no que diz respeito às suas implicações pedagógicas. De acordo com essa teoria, as escolas só podem funcionar depois que a criança atinge um certo nível de maturidade, ou seja, de maturação: O desenvolvimento deve atingir uma determinada etapa, com a consequente maturação de determinadas funções, antes de a escola fazer a criança adquirir determinados conhecimentos e hábitos. O curso do desenvolvimento precede sempre o da aprendizagem. A aprendizagem segue o desenvolvimento. Semelhante concepção não permite sequer colocar o problema do papel que podem desempenhar, no desenvolvimento, a aprendizagem e a maturação das funções ativadas no curso da aprendizagem. O desenvolvimento e a maturação dessas funções representam um pressuposto, e não um resultado da aprendizagem (Vigotski, 1988, p. 104 apud ASBAHR; 2013). Vejamos cada um desses conceitos e como eles analisam o papel da maturação no desenvolvimento infantil. Não foi até certo ponto da história da ciência que surgiram teorias inatas ou a priori com uma perspectiva hegemônica, especialmente em termos de teorias que tentavam explicar o desenvolvimento humano. Este conceito é atualmente relativamente carente de interpretações do desenvolvimento humano, no entanto,sua pesquisa continua sendo importante, ASBAHR; (2013). Essa importância se justifica por seu valor histórico (como uma fase da teoria do desenvolvimento humano que influenciou teorias posteriores) e pela persistência de partes de suas ideias como modos de ação analítica. Mesmo que uma teoria tenha 13 desaparecido da ciência e, portanto, não mais defenda publicamente suas ideias, muitas vezes elas ainda existem na forma de "hábitos de pensamento" (Vygotsky, 1995 apud ASBAHR; 2013) que determinam a busca pela educação e a prática educativa. Para os defensores da teoria inata, o desenvolvimento humano é fundamentalmente caracterizado por seu potencial intrínseco (genético), com pouca ou nenhuma influência ambiental. O processo de crescimento e amadurecimento corporal – e, em última análise, o organismo – determina incondicionalmente o processo de desenvolvimento. Assim, o estado de desenvolvimento de uma criança de dez anos será um produto direto de seu estado maduro, o produto de forças internas, ASBAHR; (2013). Vale a pena notar que dentro deste conceito a interpretação do desenvolvimento humano não é significativamente diferente do tipo de interpretação do desenvolvimento animal; não há nada de único no desenvolvimento humano comparado ao desenvolvimento animal. Nesse sentido, o desenvolvimento humano será reduzido a um processo de maturação biológica impulsionado unicamente pela força e transformação interna do organismo. Segundo Vygotsky (1995 apud ASBAHR; 2013), uma vez que a visão dessa teoria não é mais defendida publicamente (ou pelo menos não hegemônica), resta saber como esse conceito afeta nosso pensamento ou nossos "hábitos de pensar". A primeira delas, que tem alguma influência na prática educativa, é manter a crença em um certo desenvolvimento natural da criança, a crença de que existe uma força dentro da criança (o processo de maturação) que certamente sabe para onde conduzir seu futuro, seu desenvolvimento, não devemos interferir. Makarenko (1980 apud ASBAHR; 2013) criticou os educadores por esse modo de pensar - ou seja, a espontaneidade do desenvolvimento infantil - citando uma analogia interessante que refuta a crença de alguns teóricos de que as crianças podem prosperar sem a intervenção do adulto. De acordo com os autores, em condições naturais puras, apenas "ervas daninhas" crescem. A segunda forma de influência do pensamento naturalista hoje está relacionada à prática da pesquisa científica e refere-se à redução do desenvolvimento humano a um processo puramente quantitativo. Na teoria congênita, os indivíduos são reduzidos a organismos cujas características são dadas desde o nascimento e tudo o que resta 14 é que eles se desenvolvam. Como tal, é impossível descobrir processos de desenvolvimento específicos do ser humano, nem capturar e explicar todas as mudanças e alterações atestadas no comportamento das crianças em sociedades histórica e culturalmente geradas. Assim, para essa teoria, o desenvolvimento direciona o aprendizado, sendo este último responsável apenas por explorar o que o desenvolvimento lhe proporcionou. Nessa visão, a elegibilidade de um aluno para aprendizado ou habilidade depende das características genéticas que ele possui, ASBAHR; (2013). Como uma negação do congênito, as teorias empiristas/ambientais do desenvolvimento humano tentam transferir todas as explicações da formação humana (existente em um organismo) para o meio ambiente. Para essa teoria, todo conhecimento sobre o ser humano advém de sua vivência no meio físico e social em que se encontra, o que leva a mudanças no comportamento individual. Para essa teoria, esse processo caracterizará o desenvolvimento, ASBAHR; (2013). Portanto, é uma inversão no mesmo conceito determinista de desenvolvimento humano. Ambientalistas negam o determinismo biológico conferido pela teoria inata em favor do determinismo ambiental no desenvolvimento humano. E, justamente por ser um determinismo desenvolvimentista, pensamos que é também um reducionismo e, portanto, não podemos explicar concretamente o desenvolvimento humano, ASBAHR; (2013). De acordo com esse conceito, a educação é vista como um processo de simples entrega de conteúdo, entregue pelos professores e aceito pelos alunos, e o comportamento dos alunos será moldado de acordo com esse processo, ou seja, o ambiente determinará completamente o desenvolvimento humano; os seres humanos ser a cópia da condição externa. Embora existam muitas diferenças entre as teorias naturalistas e ambientalistas do desenvolvimento humano, elas têm uma coisa em comum que parece aproximá-las, não que suas diferenças possam separá-las: é a certeza sobre o desenvolvimento humano e conceitos não históricos, ASBAHR; (2013). Um terceiro grupo teórico tenta conciliar os conceitos acima para que eles coexistam. Este é um conceito dualista de desenvolvimento, argumentando que existem processos de maturação que dependem do neurodesenvolvimento, por um lado, e que o aprendizado em si é um processo de desenvolvimento, por outro. 15 Vygotsky resume a novidade da teoria em três pontos: ela concilia duas visões antes consideradas contraditórias, leva em conta a interdependência de dois processos fundamentais e amplia o papel da aprendizagem no desenvolvimento infantil. No entanto, o desenvolvimento continua a expressar um escopo mais amplo do que a aprendizagem: "A relação entre dois processos pode ser representada esquematicamente por dois círculos concêntricos; o pequeno representa o processo de aprendizagem, o grande representa o processo de desenvolvimento, além da aprendizagem" (Vygotsky, 1988, p. .109 apud ASBAHR; 2013). Vygotsky buscou uma nova solução para o problema da relação entre desenvolvimento e aprendizagem a fim de superar os conceitos de maturidade e ambientalismo presentes na teoria analítica. Uma verdadeira psicologia histórica que supera esses determinismos (biológicos e ambientais) nasceu junto com a tentativa de desenvolver uma psicologia baseada no materialismo histórico dialético: a teoria da história cultural, ASBAHR; (2013). 2.3 Relação entre aprendizagem e desenvolvimento A aprendizagem e o desenvolvimento humano vão além de sequências organizadas de momentos maturacionais, físicos, cognitivos e emocionais. Esses processos são bastante complicados. Cada tema é inerente de acordo com sua singularidade. A relação entre desenvolvimento e aprendizagem é fluida, e não mecânica, e é classificada como uma relação recíproca em que os sujeitos se conectam ao processo educativo por meio de estímulos impulsionados por mudanças biológicas e cognitivas. A aprendizagem baseia-se na assimilação do processo evolutivo de aquisição de conhecimento para compreendê-lo e aplicá-lo de forma consciente e autônoma. Portanto, a aprendizagem está diretamente ligada à situação de vida do sujeito e a percepção e compreensão da própria trajetória de vida. Assim, a consolidação do aprendizado depende do significado da disciplina em relação à experiência social. 16 Fonte: bit.ly/3NUaygl Assim, na relação entre aprendizagem e desenvolvimento, a influência dos processos internos pode estar ligada à influência dos processos externos e vice-versa, algo que acontece de forma cíclica, intensificando-se à medida que as habilidades associativas e adaptativas do sujeito mudam ao longo do tempo plasticidade e capacidade de adaptação aos desafios ambientais, apud DUARTE; (2017). 17 3 CONCEITUANDO APRENDIZAGEM Fonte: bit.ly/3GHTfga Achamos importante considerar o significado dos termos. A palavra aprendizagem vem do verbo aprender, de ad + prehendere, que significa “levar para junto de si”. De acordo com o dicionário termo aprendizado ou aprendizagem significa "adquirir qualquer habilidade, Simbólico, afetivo ou comportamental, ou seja,mudanças na resposta de um organismo ao ambiente, melhorando assim essa resposta, a fim de proteger e desenvolver o próprio organismo, PIOVESAN; et al., (2018). O Dicionário Houaiss do Português (2009, p. 165 apud PIOVESAN; et al., 2018) atribui à palavra aprendizado ou aprendizagem constitui o seguinte significado: "ação, processo ou efeito aprendido; a duração do processo; experiência inicial do que foi aprendido, praticado, experimentado. " conforme Fernández (2001, p. 124 apud PIOVESAN; et al., 2018), "aprender é a construção singular de cada disciplina a partir de seu conhecimento para transformar informação em conhecimento". Em linhas gerais, a aprendizagem pode ser entendida como a capacidade do sujeito de dar respostas adaptadas às questões que estão sendo aprendidas, de acordo com que atenda aos requisitos e desafios que surgem na interação com o ambiente. 18 Todo aprendizado produz mudanças no comportamento do aluno. Por meio do processo de aprendizagem, as pessoas possuem os recursos criados para a vida social e se integram ao processo histórico do ser humano. Segundo Vygotsky (1998 apud PIOVESAN; et al., 2018), a aprendizagem está associada ao desenvolvimento desde o início da vida humana, começa muito antes de seu filho ir para a escola. Este é um processo permanente e contínuo que ocorre em diferentes espaços, sejam eles formais, como uma escola, ou informais. A aprendizagem pode despertar processos internos de desenvolvimento em que as relações estabelecidas influenciam fortemente esses processos. Isso significa que, embora o processo de maturação de cada organismo defina individualmente um caminho de desenvolvimento, é o aprendizado que impulsiona esses processos, PIOVESAN; et al., (2018). Oliveira (2002 apud PIOVESAN; et al., 2018), baseado na fórmula de Vygotsky, define aprender ou aprender como, O processo pelo qual um indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. Do contato com a realidade, o meio ambiente, outras pessoas. Este é um processo distinto dos fatores inatos (habilidade digestiva, por exemplo, algo que já nasce com o sujeito) e do processo de maturação do organismo, independente das informações do ambiente (por exemplo, maturidade sexual). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio históricos, a ideia de aprendizagem incluía a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. (OLIVEIRA, 2002, p. 57 apud PIOVESAN; et al., 2018). Vygotsky acredita que a aprendizagem exige que o ser humano vincule os processos mentais aos aspectos culturais, históricos e instrumentais, destacando o papel fundamental da linguagem, PIOVESAN; et al., (2018). 4 PSICOLOGIA E APRENDIZAGEM A busca pela compreensão do processo de aprendizagem remonta à antiguidade, quando importantes pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles se debruçaram sobre esse tema (CAMPOS, 2011 apud TOLEDO; 2021). O interesse pela aprendizagem em psicologia se intensificou a partir do século XX, quando diversos estudos foram realizados para elucidar o processo de aprendizagem, suas 19 limitações e o papel do aprendiz, bem como identificar fatores que interferem nesses processos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001 apud TOLEDO; 2021). No entanto, uma vez que diferentes estratégias metodológicas são utilizadas na investigação do processo de aprendizagem e diferentes adoções não houve consenso entre os pesquisadores sobre a base teórica para a análise dos resultados, e diferentes teorias foram formuladas (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). Segundo Díaz (2011 apud TOLEDO; 2021), uma análise da intersecção entre diferentes teorias de aprendizagem permite identificar cinco propostas teorias que resumem todo o espectro epistemológico histórico relevante para a aprendizagem, a saber: Teoria da aprendizagem por associação do tipo comportamentalista; Teoria verbal significativa da aprendizagem; Teoria cognitiva baseada no processamento da informação; Teoria psicogenética da aprendizagem; Teoria sociocultural da aprendizagem e do ensino. Cada uma dessas teorias consiste em pesquisas conduzidas por diferentes autores que compartilham os mesmos conceitos de aprendizagem e as mesmas suposições sobre como a aprendizagem acontece. Teoria da aprendizagem por associação do tipo comportamentalista: Segundo Díaz (2011 apud TOLEDO; 2021), a teoria behaviorista da aprendizagem associativa do tipo comportamentalista, baseia-se em pressupostos originalmente concebidos por Watson e posteriormente divulgados pela divulgação da teoria desenvolvida por Skinner. Para este aspecto teórico, a aprendizagem é o resultado de associações entre estímulos e respostas. Como explica Díaz (2011, p. 29 apud TOLEDO; 2021): um estímulo do ambiente evoca uma resposta no organismo e, à medida que essa resposta se repete, cria-se uma conexão psicológica que leva ao aprendizado: o sujeito sabe que quando tal estímulo aparece, ele deve dar a resposta correspondente, ou seja, o que é aprendido também pode ser associado "aproximadamente" para dar a resposta correspondente estímulos semelhantes. Deste ponto de vista, quando a resposta 20 escolhida pelo sujeito não corresponde ao estímulo e não satisfaz suas necessidades, não ocorre associação estímulo-resposta e não ocorre aprendizagem. Teoria verbal significativa da aprendizagem: A importante teoria da aprendizagem, também conhecida como "teoria da aprendizagem significativa", é representada principalmente pelo pesquisador americano David Ausubel (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). Ausubel é conhecido por cunhar a frase "aprendizagem significativa", que se acredita ser o resultado da intenção consciente do sujeito que aprende. Para ele, a aprendizagem ocorre apenas quando o sujeito mobiliza seu intelecto para formular e reformular estratégias para formar novos conceitos a partir das relações entre os diferentes conceitos já construídos na visão adotada por Ausubel, os conhecimentos prévios dos alunos são conhecimentos básicos, pois consistem em âncoras de novos conhecimentos que serão construídos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2011 apud TOLEDO; 2021). Teoria cognitiva baseada no processamento da informação: Para a teoria cognitiva fundamentada no processo da informação, a aprendizagem é resultado da representação mental, que se firma em processos cognitivos como pensamento, linguagem, memória, percepção e atenção (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). A teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1950. Para compreender a importância do processo de memória, teóricos desse ramo traçaram uma analogia entre o funcionamento mental do processo de aprendizagem e o processamento da informação realizado pelos primeiros computadores. Teoria psicogenética da aprendizagem: A teoria psicogenética da aprendizagem é fundamentada em pesquisas realizadas pelo epistemólogo suíço Jean Piaget e seus colaboradores. Ao estudar a origem e o desenvolvimento do conhecimento humano, a pesquisa de Piaget mostra 21 que o aprendizado não é um produto acabado, mas negociado pelos próprios aprendizes a partir da mobilização de habilidades cognitivas. (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). Para Piaget (cuja teoria foi chamada de "epistemologia genética"), a função da inteligência humana é permitir que os indivíduos se adaptem gradualmente ao seu ambiente. Assim, a aprendizagem ocorre quando um indivíduo é confrontado com um novo elemento no ambiente, o que leva ao conflito cognitivo e à necessidade de construir novos conhecimentos para se adequar adequadamente a determinada situação. (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). Outro importante estudioso da inteligência humana que é considerado o autor da teoria da psicogênese é Henry Wallon, cuja teoria é conhecida como "psicogênese do homem". Wallon dedica-se a estudar oprocesso de individuação em sujeitos imersos em uma determinada cultura, assumindo que as origens da inteligência humana são biológicas e sociais. (GALVÃO, 1995 apud TOLEDO; 2021). Teoria sociocultural da aprendizagem e do ensino O principal expoente da teoria sociocultural e pedagógica é o pesquisador russo Lev Vygotsky, influenciado pelo pensamento marxista, enfatizando a importância dos aspectos culturais e sociais no processo de aprendizagem e desenvolvimento individual. (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). Segundo Vygotsky, o ambiente (sociedade, cultura e história) em que um indivíduo vive é a base para definir caminhos de aprendizagem e desenvolvimento. Para ele, o indivíduo nasceu as possibilidades oferecidas por seus dispositivos biológicos e a realização dessas possibilidades dependerão das oportunidades oferecidas pelo ambiente. Portanto, a aprendizagem ocorre na interação entre o sujeito de aprendizagem e o objeto de conhecimento. A ideia do sujeito da aprendizagem como alguém, os envolvidos ativamente na construção do conhecimento listam Vygotsky, como um dos teóricos responsáveis pela base do método o construtivismo docente parte de uma revisão das práticas tradicionais de ensino desencadeadas pela disseminação das ideias de Piaget. (DÍAZ, 2011 apud TOLEDO; 2021). As cinco propostas teóricas aqui apresentadas explicam a divergência entre os estudiosos voltados para a aprendizagem. No entanto, eles 22 também apontam para a importância da aprendizagem na vida dos seres humanos individuais de maneiras diferentes. Organizar a pesquisa em cinco propostas teóricas é uma forma possível de apresentar uma teoria da aprendizagem. Em outra forma de organização, a teoria de Piaget, Wallon e Vygotsky é considerada teoria psicogenética. Isso porque, embora as contribuições teóricas dos três autores divirjam em determinados tópicos, eles compartilham uma visão interacionista comum sobre o desenvolvimento e a aprendizagem humana. (LEPRE, 2008 apud TOLEDO; 2021). Pesquisa realizada por três pesquisadores deu uma importante contribuição para a compreensão da aprendizagem, desencadeando uma revisão da prática educacional então efetiva, caracterizada por ver os alunos como receptores passivos do conteúdo, transmitidos nos contextos escolares, TOLEDO; (2021). 4.1 Características da aprendizagem A aprendizagem é um processo perpétuo e contínuo que se manifesta em todas as nossas ações. "o mecanismo para explicar a aprendizagem é descobrir como por meio dela o homem se desenvolve, toma consciência do mundo em que vive, organiza suas ações e se ajusta às circunstâncias materiais e sociais". (CAMPOS, 2014, p. 16 apud PIOVESAN; et al., 2018). A fala de Campos levanta algumas questões: Afinal, o que é aprender? Como aprendemos? Existem diferentes tipos de aprendizagem? Campos (2014 apud PIOVESAN; et al., 2018) propôs algumas características da aprendizagem devido às contribuições de diferentes teorias, são elas: Processo dinâmico: a aprendizagem envolve a participação ativa dos indivíduos. Processo contínuo: a aprendizagem existe desde o nascimento até o fim do ciclo de vida. Aprendemos de diferentes maneiras, seja formal ou informalmente, dependendo da nossa faixa etária, nível de desenvolvimento e do ambiente em que estamos. Processo global: por induzir mudanças comportamentais, o processo de aprendizagem exige a plena participação do indivíduo física, intelectual, emocional e socialmente. O desenvolvimento humano ocorre em escala global, em que todos os aspectos que o compõem se 23 desenvolvem de forma gradual e concomitante, exigindo a plena participação do indivíduo no ato de aprender. Processo pessoal: aprender é uma experiência pessoal, ninguém pode aprender por nós, nem podemos aprender pelos outros. Cada um tem seu jeito e ritmo de aprendizado, o que lhe confere um caráter pessoal e intransferível. Processo gradativo: o aprendizado se desenvolve gradualmente e as operações nele realizadas tornam-se cada vez mais complexas. O novo aprendizado sempre adiciona elementos ao aprendizado anterior, aumentando sua complexidade. Processo cumulativo: esses aprendizados são empilhados uns sobre os outros para que ganhemos experiência. O acúmulo de experiência leva à organização de novos padrões comportamentais que, quando incorporados pelos indivíduos, produzem mudanças em seu próprio repertório comportamental. Quanto mais experiência você tiver, maior a probabilidade de aprender. Como mencionado anteriormente, o aprendizado não é apenas a repetição de informações, nem é o resultado de um processo de memorização. Para alcançá-lo, está envolvido “o uso e o desenvolvimento de todas as potências, habilidades, potenciais humanos, inclusive físicos, mentais e emocionais” (CAMPOS, 2014, p. 33 apud PIOVESAN; et al., 2018). Neste contexto, a tira a seguir ilustra a crítica ao entendimento da aprendizagem como mera repetição e a posição do aluno como sujeito passivo. 24 Fonte: /bit.ly/398wuWl (Crítica ao modelo educacional que tem o aluno como sujeito passivo). Para que o aprendizado seja satisfatório, deve-se considerar, entre outras coisas, que cada aluno tenha O conhecimento é adquirido através de diferentes canais sensoriais. Essas diferentes tendências de aprendizagem são chamadas de estilos de aprendizagem. Para Campbell, Campbell e Dickinson (2000, p. 161 apud PIOVESAN; et al., 2018) "Os estilos de aprendizagem referem-se às diferenças na forma como os indivíduos compreendem, processam e comunicam a informação". De acordo com PIOVESAN; et al., (2018) existem várias teorias que tentam definir e categorizar os estilos de aprendizagem. Entre eles, por Fernald e Keller e Orton-Gilingham, que propuseram o modelo VAC (VISUAL, AUDITIVO E CINESTÉSICO). O modelo é baseado nos sentidos e inclui três estilos: Estilo visual: os indivíduos tendem a usar estímulos visuais para aprender, construindo relações entre ideias e conceitos a partir de imagens. A utilização de fotos, vídeos, apresentações e outros recursos visuais. Para esses alunos, a observação e a leitura podem ser maneiras divertidas de aprender. Estilo Auditivo: os indivíduos tendem a utilizar estímulos auditivos para o aprendizado, estabelecendo relações entre ideias e conceitos por meio de sons, principalmente da linguagem falada. O estudo deve priorizar a escuta e a fala. Os alunos podem ler em voz alta e usar recursos 25 audiovisuais. Na sala de aula, a explicação do professor é muito importante. Estilo Cinestésico: as pessoas tendem a aprender por meio de movimentos do corpo. É importante usar experiências que envolvam toque, sensação e exploração. Instruir o uso de atividades práticas, pois o toque e o fazer são importantes para esses alunos. Geralmente há um estilo dominante de aprendizagem. No entanto, deve-se notar que todos os canais sensoriais são importantes para a aquisição de conhecimento. Além disso, na sala de aula, a diversidade entre os alunos exige o uso de uma abordagem multissensorial. (NATEL; TARCIA; SIGULEM, 2013, p. 146 apud PIOVESAN; et al., 2018). 4.2 Abordagens da aprendizagem O processo de ensino de que estamos falando refere-se a uma série de atividades, os papéis desempenhados desde professores e alunos, à organização social da turma, ao uso do espaço e do tempo escolar, à organização e avaliação dos conteúdos. O conteúdo pode ser conceitual quando trata de fatos, conceitos, princípios; processual, quando se refere a procedimentos, técnicas e métodos; ou comportamental, envolvendo valores, atitudes e especificações. Assim, quando consideramos apoiar processos de socialização e construção do conhecimento envolvendo comportamentos voltados para o ensino, estamos falando de ensinar e aprender quando há uma mudança qualitativa no comportamento e/ou construçãode conhecimento de disciplinas, grupos ou coletivos, (BRASIL; 2014). De acordo com os cientistas assumem posições diferentes sobre certas questões perguntas sobre a aprendizagem humana. Para entender o que aprendemos e como, como mantemos o que aprendemos quando resolvemos uma nova situação- problema, é importante entender o que está por trás do método autor. Isso porque diferentes epistemologias nos levam a adotar diferentes abordagens na educação, (BRASIL; 2014). Assim, concepções epistemológicas de processos de desenvolvimento e aprendizagem levam os professores a diferenciar também suas práticas de ensino. Isso acontece mesmo que o professor não saiba. O trabalho de Fernando Becker 26 (2008; BRASIL; 2014) é significativo nesse sentido. Vale a pena ler para conhecer algumas das posições dos professores sobre quem aprende e quem não aprende na escola, as razões para tal, a escolha dos métodos de avaliação e outros elementos relevantes. Conforme Fontana e Cruz (1998; BRASIL; 2014), classicamente temos três abordagens de aprendizagem que diferem em seus conceitos de aprendizagem. São eles: inatas, empiristas e interacionistas. Vamos passar para o mesmo e, em seguida, vamos verificar alguns de seus autores de referência. A abordagem inatista como diz o ditado: “Pau que nasce torto, morre torto”. Os provérbios populares são tão sensatos que trazem uma perspectiva de mundo e um aprendizado importante. O acima mencionado é um exemplo de transcendentalismo, no sentido de que a pessoa nasceu com seus potenciais, tendo em vista que suas dificuldades se manifestarão ao longo da existência. O apriorismo também é conhecido como aprendizado de maturidade no campo da maturação. Isso leva em consideração o desenvolvimento da regulação endógena considerada um mecanismo inato, (BRASIL; 2014). Nesse contexto, a estrutura é entendida como dada de forma explícita desde o início, ou como manifestação de estruturas que se impõem à percepção e à inteligência de dentro para fora, à medida que se manifesta a necessidade de ser estimulado pelo contato com o meio, (BRASIL; 2014). A aprendizagem é entendida como acontecendo através do insight, isto é, através da reorganização perceptiva. Não é assim que alguns alfabetizadores pensam no momento em que seus filhos começam a escrever? Você já ouviu um professor dizer para a mãe: "Ah, não se preocupe, a partir de agora, no meio do ano, dá um clique em seus filhos vão aprender". O clique, então, será o momento em que o reino da percepção se reorganiza, (BRASIL; 2014). Por outro lado, o teste de Binet também pode ser visto Como um método inato, mas há outra explicação. O teste é uma escala de medição de inteligência. Aqui, a inteligência é vista como uma habilidade geral que não depende de informações ou experiências adquiridas durante a vida de um indivíduo. Envolve atenção, julgamento e adaptação do comportamento aos objetivos, (BRASIL; 2014). 27 O famoso QI (Quociente Intelectual) é calculado comparando a idade mental de uma criança e a idade cronológica. A aprendizagem depende de testes de prontidão para o desenvolvimento. Veja alguns autores que podem ser citados nesta abordagem: Renê Descartes, Leibniz, Kant, Mc Dougall, Francis Galton, J. Mckeen Cattell, A. Binet, Chomsky, (BRASIL; 2014). Portanto, na abordagem inata, o papel da educação relacionado ao desenvolvimento do indivíduo é limitado, porque acredita-se que o desempenho escolar depende das habilidades inatas de um sujeito que seguem leis de desenvolvimento psicológicas e endógenas que são independentes da cultura e do aprendizado. Assim, a concepção inata do desenvolvimento humano vê o processo de desenvolvimento como o desdobramento de características intrínsecas, genéticas ou constitutivas. Ele enfatiza o papel de fatores biológicos, como hereditariedade e maturação, (BRASIL; 2014). A abordagem empirista também é chamada de behaviorista, do inglês behavior (= comportamento). Também conhecida como abordagem ambientalista, esta Inspirado no empirismo e na epistemologia positivista. Também conhecida como teoria da associação, teoria estímulo-resposta ou teoria conexionista. Watson, um dos fundadores do behaviorismo, disse que se lhe dessem um bebê para cuidar, ele poderia fazer da criança um ladrão ou um juiz. O que ele quer dizer é que o ambiente molda o comportamento do sujeito. Dessa forma, o impacto do meio ambiente tem sido muito discutido na educação para tentar entender se podemos ter um papel relevante em relação às gerações futuras, (BRASIL; 2014). Existem alguns nomes de referências dessa abordagem como Francis Bacon, Tomás Hobbes, John Locke e Augusto Comte. No campo da Psicologia podemos citar Edward Thorndike, Ivan Pavlov, John Watson e Burrhus Skinner, (BRASIL; 2014). A função da inteligência pode ser explicada por uma pressão exercida sobre o organismo pelo ambiente externo e é gradualmente impressa no sujeito, independentemente de sua atividade. Portanto, o papel de excelência é atribuído ao meio ambiente, utilizando a experiência como fonte de conhecimento e formação de hábitos comportamentais. A verdade é que o behaviorismo olha para o comportamento observável dos sujeitos, em vez de estudar o que acontece em uma "caixa preta", ou seja, processos mentais, (BRASIL; 2014). 28 Aqui, as escolas e os professores desempenham um papel importante, durante a execução, ao gerenciar o programa reforço para os alunos. Isso porque a ação e as habilidades dos indivíduos são determinadas por suas habilidades, relação com seu ambiente (FONTANA E Cruz, 1998, BRASIL; 2014). Assim, a característica humana é dada em função das condições ambientais em que o sujeito está exposto. Além disso, o comportamento é a resposta de um organismo (humano ou animal) a determinados estímulos presentes no ambiente. Skinner criou uma caixa para mostrar como podemos modular o comportamento. Veja abaixo, na figura, temos um exemplo de caixa de condicionamento. Fonte: (bit.ly/3mpnuiM - Caixa de Skinner). Na abordagem interacionista, também conhecido como Construtivismo, seu foco não é primordialmente no sujeito nem no ambiente, mas na interação entre o sujeito e o objeto através da ação do sujeito sobre o mundo. Portanto, o conhecimento não é inato ao indivíduo nem conferido pelo meio social. O sujeito constrói seu conhecimento na interação com o meio físico e social, (BRASIL; 2014). É uma teoria, uma forma de conhecimento, ou um movimento de ideias derivado da ciência e da ciência filosofia. Os nomes de Piaget, Vygotsky e Wallon são os mais lembrados nesta abordagem. O sujeito aqui é visto como participante ativo da construção Interpretação do mundo, a partir da infância, procurando compreender suas vivências e explicando o que lhes é estranho, construindo pressupostos. Essas suposições mudam ao longo da vida, e as crianças têm suas próprias interpretações do mundo, (BRASIL; 2014). 29 O conhecimento se estabelece por meio da interação entre o sujeito e o ambiente, e há interação entre o sujeito e o ambiente. O interacionismo não é, portanto, inconsistente nem com a priori nem com o empirismo. A interação não é apenas com objetos físicos, mas também com outras pessoas, adultos, crianças e culturas. Valorizando os pontos fortes da estrutura mental do sujeito, sustentada por sua própria estrutura no mundo. Isso porque acredita-se que, como qualquer construtor, a criança utilizará para si os materiais que encontrar e, mais importante, os modelos e metáforas sugeridos pela cultura ao seu redor (PAPERT, 1994, BRASIL; 2014). 4.3 Dimensões do processo de aprendizagem Aprendizagem e desenvolvimento são processos inter-relacionados e são igualmente dependentes de elementos internos (internos) e externos (externos) de uma pessoa. Os fatores internos incluem três aspectos inter-relacionados:o corpo como ferramenta responsável pela automação, coordenação e articulações, seu organismo representando a infraestrutura que torna o indivíduo possível perceber, registrar, reconhecer e registrar diferentes estímulos ao seu redor; estruturas cognitivas responsáveis por organizar estímulos e transformá-los em conhecimento, representando os fundamentos da inteligência; dinâmica comportamental, que envolve a capacidade de um indivíduo agir dinamicamente com base na realidade ao seu redor, resultando em uma mudança em seu comportamento. Os fatores externos são aqueles que dependem das condições proporcionadas pelo ambiente do indivíduo (PAÍN, 1985 apud PIOVESAN; et al., 2018). Os autores citados inscrevem o processo de aprendizagem na dinâmica da transmissão cultural, ampliando o significado da palavra educação. Ele enfatiza que a educação tem quatro funções: Mantenedora/conservadora: reprodução de normas que regem o comportamento para assegurar a continuidade da espécie humana, transmissão cultural; Socializadora: por meio da linguagem, da cultura e do ambiente, o indivíduo se transforma no sujeito que se identifica com o grupo e passa a internalizar as normas do grupo; 30 Repressora: utiliza meios para garantir a manutenção, proteção e replicação das limitações existentes dos sistemas que regem a sociedade; Transformadora: quando as contradições do sistema são percebidas e reconhecidas, e os sujeitos assumem uma postura para enfrentar essas contradições, a aprendizagem torna-se uma possibilidade de libertação. Fonte: /bit.ly/398wuWl A dimensão biológica: é o organismo, suas peculiaridades e possibilidades para aprender e construir um plano de ação para o mundo e as ferramentas para agir; A dimensão cognitiva: com o tema original da estrutura orgânica, pode-se Construir um conhecimento, que refere-se mais à própria construção do homem; A dimensão social: consiste em pares de ensino/aprendizagem em contexto específicos para cada tema, incluindo todos os atos voltados à transmissão cultural; A dimensão de aprendizagem como função do eu: que aborda a constituição do sujeito (PAÍN, 1985 apud PIOVESAN; et al., 2018). Como cada um deles afeta o aprendizado? 31 A dimensão biológica do processo de aprendizagem relaciona-se com organismo, o, suas peculiaridades e a possibilidade de aprender e a possibilidade de estabelecer um plano de ação para o mundo e as ferramentas para agir sobre ele. Nesse sentido, Piaget aponta para a existência de duas funções compartilhadas pela vida e pelo conhecimento: preservação e antecipação da informação. A preservação da informação está relacionada à memória, PIOVESAN; et al., (2018). Primeiro, ocorre algum tipo de aquisição de conhecimento e, em seguida, ocorre a conservação do aprendizado adquirido. Piaget destacou que a informação obtida de fora é função de algum tipo de marco ou esquema interno do ser humano e que pode ser mais ou menos estruturado. Este processo aplica-se tanto aos estudos mais complexos como aos mais básicos. Dessa forma, por meio do ato de exploração espontânea que lhe é crucial, o indivíduo cria as condições para se adaptar plenamente à nova situação, preservando o esquema previamente construído, PIOVESAN; et al., (2018). Piaget enfatizou que todo aprendizado humano decorre da construção. "A estrutura do conhecimento tem características específicas construtos, razão pela qual não podem ser considerados inatos, apesar da inteligência ser um traço herdado da habilidade humana” (PAÍN, 1985, p.16 apud PIOVESAN; et al., 2018). Tais construtos requerem a experiência ou manipulação do ambiente, bem como a função interna do sujeito, o que leva à estruturação gradual do assunto sobre a coordenação de suas ações. Pain (1985 apud PIOVESAN; et al., 2018) propôs que existem três tipos de conhecimento que constituem a dimensão biológica: Conhecimento das formas hereditárias: combina as informações genéticas do sujeito com informações sobre o ambiente em que o sujeito irá atuar. Conhecimento das formas lógico-matemáticas: ele é construído de forma incremental em termos de estágios de equilíbrio progressivamente crescentes e pela organização progressiva das ações realizadas sobre o objeto, porém, elas próprias são abandonadas. Conhecimento das formas adquiridas: a experiência do objeto pelo sujeito fornece informações sobre suas características e propriedades. Os saberes lógico-matemáticos e adquiridos integram as funções dos saberes hereditários e se complementam, “porque, por um lado, toda ação é uma ação sobre o 32 objeto e, por outro, essa ação desdobra uma certa organização, impresso na forma que permite a interpretação correta. “Dentro do quadro da estrutura lógica da experiência". (PAÍN, 1985, p.16 apud PIOVESAN; et al., 2018). Com base nos padrões de biologia e epistemologia genética de Piaget é possível perceber a existência da aprendizagem em um sentido mais amplo, pela estrutura que acaba por construir estruturas operadas por esquema durante tais atividades resultantes do desdobramento funcional de uma atividade estruturante que constrói, de modo definitivo, estruturas operatórias esquematizadas. Há também uma aprendizagem mais limitada que permite compreender as propriedades e leis de cada objeto, notadamente através da assimilação de estruturas que permitem uma organização inteligível da realidade, PIOVESAN; et al., (2018). A dimensão cognitiva do processo de aprendizagem aborda especificamente os aspectos psicológicos da aprendizagem. Referência P. Gréco, Volume VII de psicologia experimental, Pain distingue 3 tipos de aprendizagem, PIOVESAN; et al., (2018): O primeiro tipo de aprendizagem envolve o indivíduo adquirir um novo comportamento adaptado/novo à nova situação a que está exposto, confirmado pela experiência trazida por tentativa e erro diante de situações inéditas. A tentativa e erro não é acidental, mas direcionada, para que cada experiência, bem-sucedida ou não, beneficie o sujeito e leve ao aprendizado, PIOVESAN; et al., (2018). No segundo tipo, há uma aprendizagem da regulação, onde as regras de aprendizagem levam a transformações de objetos e suas inter-relações. A experiência tem a função de confirmar ou ajustar suposições ou expectativas internas estabelecidas pelo sujeito, decorrentes da manipulação de objetos, PIOVESAN; et al., (2018). A terceira categoria é a aprendizagem estruturada, que se preocupa com a emergência de estruturas lógicas de pensamento que permitem ao sujeito organizar uma realidade compreensível e cada vez mais equilibrada. Essa estrutura se estabelece ao longo do processo de aprendizagem, a experiência tem a função de reavaliação permanente de cenários já estabelecidos, sendo ineficiente para algumas transformações, PIOVESAN; et al., (2018). 33 Pain (1985 apud PIOVESAN; et al., 2018) usa a experiência de preservação de volumes de fluidos como exemplo de como funciona a compensação intuitiva das crianças, considerando que por causa dessas experiências, as respostas que as satisfazem aos 5 anos não as satisfazem mais aos 6 anos que elas experimentam, a qual permite que você modifique esquemas construídos e construa novos. Essas experiências facilitam, assim, a aplicação das estruturas estabelecidas na realidade, ao mesmo tempo em que criam novas soluções que permitem ao sujeito compreender sua realidade e a possibilidade de transformação de forma coordenada. A dimensão social O processo de aprendizagem é visto como uma das extremidades que constituem o par ensino-aprendizagem, do qual decorre o processo educativo. Esse processo inclui os diferentes comportamentos necessários à transmissão cultural, seja em instituições formais ou em outras instituições que promovem a educação, incluindo o lar, PIOVESAN; et al.,(2018). Por meio do aprendizado, o sujeito histórico exercita, se apropria e se integra à cultura do grupo social ao qual pertence, manifestado em comportamentos como: falar, cumprimentar, usar utensílios, fazer relíquias culturais, rezar, conforme a forma específica de seu grupo. Ou seja, adquire e desenvolve conhecimentos e comportamentos relacionados a relacionamentos e convenções sociais que são válidos no contexto de grupos, não apenas como produto das relações com objetos e outros, mas como resultado de seu pertencimento a alguma relação específica dos grupos sociais. (PAÍN, 1985; POZO, 2002 apud PIOVESAN; et al., 2018). Nesse contexto, educar significa ensinar, indicando, estabelecendo sinais e marcando comportamentos permitidos nestes grupos. Dessa maneira o indivíduo aprende a se comportar de acordo com os comportamentos que eles desenvolvem e suprimem para se adequar às normas e necessidades do grupo. Nesse movimento de construção, desconstrução, modificação e evolução, a educação garante a continuidade dos processos históricos e das sociedades. Nessa perspectiva, a aprendizagem humana é considerada aprendizagem social porque se origina no contexto da interação social e é mediada culturalmente quando se utiliza a transmissão cultural. No entanto, apesar de suas características sociais e coletivas, a assimilação e internalização cultural é um processo separado para cada aprendiz PIOVESAN; et al., (2018). 34 O processo de aprendizagem como função do eu. O processo de aprendizagem também afeta a composição da disciplina. A educação permite ao indivíduo controlar impulsos que nos permitem exercer seu poder em obras culturais. Gradualmente, a criança aprende a controlar o estresse impulsivo por meio de formas alternativas de gratificação, o que possibilita a disseminação de necessidades e desejos. Aprende a organizar as informações sensoriais, transformando-as em elementos utilizáveis que podem ser pensados, lembrados e sonhados. Esses elementos se combinam para formar uma barreira que protege as emoções da realidade e a realidade das emoções, PIOVESAN; et al., (2018). Pain (1985, p.19 apud PIOVESAN; et al., 2018) identificou dois tipos de elementos: os elementos alfas "são capturados na experiência emocional e integrados ao conhecimento como a parte humana", e o elemento beta "entra no sujeito como não digerido", formando assim uma base inútil para a imaginação e inteligência. Esses elementos formalizam a distinção entre o objeto pré-consciente da representação e o objeto inconsciente não verbalizado. A função mediadora do ego permite a aceitação da realidade diante do princípio do prazer pois sua capacidade de pensar pode discernir em cada situação o que é conveniente e o que é inconveniente, evitando racionalmente a necessidade de repressão. A capacidade de entender e lembrar a inteligência humana também é essencial para que os humanos parem de necessidades impulsivas. A aprendizagem integra a educação e o pensamento em um único processo, pois ambos são possíveis na realização do princípio da realidade. Considerando que conhecer também significa não saber, desenvolver a capacidade de obediência e frustração é essencial. É necessário prestar atenção ao “reverso do aprendizado, ou seja, ao que se oculta quando se ensina, ao que se desprende quando se aprende” (PAÍN, 1985, p. 19 apud PIOVESAN; et al., 2018). Compreender a aprendizagem como um objeto científico distinto é muito difícil devido aos diferentes níveis de interpretação da realidade, pois a síntese não se dá no nível teórico, mas nos fenômenos. O sujeito sabe que pertence a um determinado grupo social, é dotado de equipamentos psicológicos geneticamente determinados e alcança continuidade biológica funcional, tudo para que possa cumprir o destino de outra pessoa. No entanto, permanece uma existência inacabada, em constante construção, PIOVESAN; et al., (2018). 35 4.4 Teorias da aprendizagem na educação O termo "psicologia" foi usado pela primeira vez em 1590 como título do trabalho de Rudolf Goclenius (1547-1628 apud NETTO; 2017), professor da Universidade de Marburg, na Alemanha, conhecido na época por suas contribuições à terminologia filosófica. Desde o início, a história da psicologia foi confundida com a história da filosofia até meados do século XIX. A partir do século XIX, com o positivismo de Auguste Comte (1798-1857 apud NETTO; 2017), a construção do conhecimento psicológico foi realmente fortemente influenciada, desde então, a psicologia formou um claro ramo de conhecimento por meio dos objetos de estudo procura compreender os processos mentais, as sensações, a razão, o inconsciente, a atividade mental e o comportamento humano e animal. É necessário ressaltar que a psicologia se tornou uma ciência de fato no século XX. A epítome de seu nascimento nos remete ao primeiro laboratório psicofisiológico criado por Wilhem Wundt (1832-1920 apud NETTO; 2017) na Universidade de Leipzig (Alemanha). No entanto, se essa é a condição científica para que a psicologia ganhasse status científico, ainda sim esse fato não explica os problemas mais amplos e críticos desse novo campo do conhecimento humano. Jean Piaget (1896-1980 apud NETTO; 2017), Wallon (1879-1962 apud NETTO; 2017) e Vygotsky (1896-1934 apud NETTO; 2017) são considerados os representantes mais proeminentes de um grupo de teóricos que tentaram explicar a aprendizagem humana dentro de linhas históricas e de conhecimento, onde sujeitos e objetos interagem em um processo que leva à construção e reconstrução de estruturas cognitivas. Por isso, esses teóricos são chamados de interacionistas. O interacionismo ou teoria cognitivista é baseado na dialética; no interacionismo, como o nome sugere, há uma interação entre o sujeito e o objeto para construir seus conhecimentos e construir os próprios objetos. Então podemos ver que as crianças constroem o seu conhecimento e o professor é apenas um intermediário no processo porque a gente entende as coisas da forma que a nossa mente aprende as coisas, a nossa mente tem conhecimento a priori, sensibilidades, tempo e espaço conceitual, NETTO; (2017). 36 A teoria da aprendizagem é um modelo teórico de desenvolvimento científico utilizado para explicar como se deu o processo de ensino ao longo da história da psicologia do desenvolvimento humano e da psicologia educacional, com o objetivo de fornecer respostas a perguntas e indagações que surgem nas instituições de ensino, NETTO; (2017). Neste contexto, segundo Lepre (2008, p. 313 apud NETTO; 2017), “a teoria de Piaget é a matriz do construtivismo, a teoria proposta pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para o planejamento, implementação e avaliação das ações educativas no Brasil em relação as escolas brasileiras. Porém, é importante destacar que o foco de Piaget não é pedagógico, mais epistemológico, ou seja, a pesquisa do autor se concentra em temas epistemológicos, como o centro de investigações do sujeito epistêmico e não o sujeito do ensino-aprendizagem. Para Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1985, p. 28 apud NETTO; 2017), “a teoria de Piaget não é uma teoria específica sobre um campo específico, mas um arcabouço teórico mais amplo que nos permite compreender qualquer processo de uma nova forma. Conhecimento”, em que os professores são mediadores do desenvolvimento cognitivo dos alunos para ampliar a aprendizagem. Dessa maneira, ao invés de propor um método de ensino ou material didático exaustivo, Piaget forneceu esclarecimentos educativos sobre as formas particulares de raciocínio em crianças em diferentes fases e momentos da vida. Em 1945, a teoria do behaviorismo ou behaviorismo radical de Skinner surgiu nos Estados Unidos, como o estudo do comportamento. Adotado por vários outros psicólogos, surgiu como uma proposta filosófica e um projetode pesquisa contra o behaviorismo metodológico na orientação positivista de John Watson no campo da psicologia, NETTO; (2017). Na teoria behaviorista baseada no empirismo, o ambiente e outros fatores são críticos para a aprendizagem, o desenvolvimento e a interação de uma criança com seu ambiente porque o comportamento, as ações e o comportamento humanos são mensuráveis. Os mais diversos tipos de fenômenos comportamentais, comportamentos e respostas existentes podem ser medidos, comparados e avaliados, NETTO; (2017). O ser humano possui uma riqueza de habilidades para se desenvolver, construir relacionamentos, mudar a realidade e melhorar a qualidade de vida. A aprendizagem é um diferencial, e um estudo aprofundado de como esse processo 37 ocorre é de extrema importância para o sucesso do processo de ensino. A Teoria da Aprendizagem (TA) busca a compreensão uma síntese de ensino e aprendizagem destinada a explicar a relação entre o conhecimento existente e o novo conhecimento, MOREIRA; (2019). Segue o quadro abaixo as características de algumas das principais teorias de aprendizagem: 38 Fonte: bit.ly/3anduUe Também podemos refletir sobre a inteligência, que é uma coleção de todos os traços intelectuais que compõem um indivíduo. Ou seja, a capacidade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar. A inteligência, assim como a linguagem e a imaginação, é uma das principais diferenças entre humanos e outros animais. 39 Traços que nos fazem pensar no ser humano como a espécie mais poderosa do planeta (HARARI, 2014). Embora este seja um tópico muito interessante, o contexto que será examinado aqui é a aprendizagem humana, MOREIRA; (2019). A Teoria da Aprendizagem (TA) é um sistema teórico baseado em diversos estudiosos, psicólogos, médicos, educadores, cientistas, que estuda a natureza da aprendizagem humana. Embora ainda haja muito a ser decifrado sobre este tema, a aprendizagem tem vários efeitos no ambiente educacional, MOREIRA; (2019). 4.5 Processos fundamentais da aprendizagem Para LIMA; (2017) estamos sempre aprendendo, em um processo perpétuo de interação com nosso ambiente. Vemos a aprendizagem como um processo de autoconhecimento constante que determina nossas relações sociais ao longo de nossas vidas. No nosso quotidiano, deparamo-nos com situações que nos desafiam das mais diversas formas e que nos obrigam a reagir a cada acontecimento. Você acha que todo aprendizado pode ser limitado a um processo principal, ou você acha que existem diferentes conceitos dos mecanismos envolvidos na aquisição do conhecimento? É sobre isso, o tema que vamos discutir a seguir. Você pode tratar de questões familiares envolvendo questões financeiras ou emocionais no mesmo dia e ficar responsável pela elaboração de um documento em seu trabalho, identificar possíveis problemas com seu carro, enfim, realizar tarefas que exigem conhecimentos diferenciados. Mesmo se você quiser executar uma das atividades, participando de um curso de formação em uma das áreas através de ensino teórico ou atividades práticas, diferentes estilos de aprendizagem serão usados para atingir o objetivo de resolver tais problemas, LIMA; (2017). Diante dessas anotações, descobrimos que existem diferentes maneiras de entender e transferir o conhecimento, que variam de acordo com os fatores, como o tempo que cada pessoa gasta construindo conhecimento e o raciocínio que usa para chegar a esse entendimento. A análise de acordo com modo global os elementos que envolvem esse mecanismo nos permitirão interagir em nosso ambiente, levando em consideração o conhecimento construído sobre o assunto, tão necessário em nossa prática educativa, LIMA; (2017). 40 Segundo Abad e Borges-Andrade, a aprendizagem é um processo psicológico fundamental, abrangente e complexo, que é analisado por meio de uma vasta literatura a partir de diferentes perspectivas teórico-metodológicas, em relação a fatores internos e interpsíquicos, sociais e culturais. De uma perspectiva cognitivista, a aprendizagem individual, é uma mudança de atitude e comportamento relativamente duradoura, relacionada à experiência, envolvendo planejamento afetivo, cognitivo e motor, que garante flexibilidade, adaptabilidade e habilidades transformacionais humanas, LIMA; (2017). Como tal, está associado a mudanças nas estruturas cognitivas e comportamentais pessoais baseadas na reflexão pessoal e na interação social. Durante o processo de aprendizagem, os indivíduos ganham Conhecimentos, habilidades e atitudes que podem ser inferidas a partir de mudanças de atitudes e comportamentos (CHAs) (2004 apud LIMA; 2017). Em outras palavras, a aprendizagem é um processo dinâmico e interativo no qual os indivíduos processam, decodificam e recodificam informações. Isto é curiosamente, se duas pessoas têm o mesmo processo de recebimento de informações, cada uma desenvolverá habilidades diferentes à medida que percebem, interpretam e entendem com base em fatores internos relacionados à retenção de informações na memória. Como ilustra a figura abaixo: Fonte: bit.ly/3tcLJVd 41 Esse armazenamento é feito de acordo com a ordem em que as informações são inseridas em relação ao significado que damos a esses dados, que serão conectados ou serão reunidos com o sentimento que acreditamos que eles pertencem. Nossa capacidade de aprendizado se expandirá à medida que nos graduarmos lembramos alguns conhecimentos sobre o assunto, e os estímulos que recebemos para absorver essa informação. A aprendizagem está sempre associada a informações que foram retidas de alguma forma; transforma um estado inicial em um estado final (relacionado à competência) por meio da experiência e da reflexão, LIMA; (2017). 4.6 A aprendizagem e sua relação com aspectos cognitivos, afetivos e sociais Importantes pesquisas nas áreas de neurociência e neuropsicologia têm apontado para a relação entre aspectos cognitivos, emocionais e sociais e a aprendizagem. Essas investigações envolvem o estudo do desenvolvimento de várias funções cerebrais responsáveis pelo processo de aprendizagem. As atividades realizadas por diferentes áreas do cérebro são integradas e interagem constantemente, LIMA; (2017). O termo cognição refere-se ao processo de aquisição de conhecimento e envolve atividades mentais como atenção, percepção, processamento, diferentes tipos de memória e raciocínio. Por meio da cognição, os humanos processam, registram e internalizam informações, vinculando-as de acordo com suas preferências, emoções e motivações. Observe a seguir a figura abaixo, que explicita funções e subfunções cognitivas. LIMA; (2017). 42 Fonte: bit.ly/3NXnd28 Agora que identificamos as principais características das funções cognitivas responsáveis pela aprendizagem, vamos discutir a função motora, que corresponde e se relaciona com a emoção, a motivação e a personalidade humana. A aprendizagem 43 é difícil em um ambiente onde há alguma vulnerabilidade emocional, pois, esses processos estão intimamente relacionados aos aspectos emocionais. Para criar efetivamente uma atmosfera propícia à aprendizagem, os alunos devem ser capazes de entender o motivo da realização de tal atividade mental, o que deseja alcançar e como é ter uma tarefa, LIMA; (2017). Dessa forma, as funções conativas são indispensáveis, portanto, essenciais porque, em conjunto com as funções cognitivas, são responsáveis pela manutenção do equilíbrio emocional, condição para aprender significado e harmonia. As mudanças que ocorrem organicamente durante o processo de aprendizagem, como aprender a escrever, andar de bicicleta ou se aprimorar em uma dessas atividades, nutrem sentimentos de alegria e competência, LIMA; (2017). Contudo, se esse processo levar à desregulação emocional, o processode aprendizagem pode não ser concluído, resultando em aspectos negativos do funcionamento mental, além de insegurança, falta de motivação e disfunção cognitiva. É preciso ficar atento a esses mecanismos, pois assim como o cérebro aprende quando estimulado, também pode se você está em um período de esgotamento e autoestima prejudicada, aprenda a não completar a fase de aprendizado. Uma terceira função coordenada com as duas supracitadas é chamada de função executiva e atua no córtex pré-frontal, que por sua vez se comunica com outras áreas do cérebro responsáveis pela aprendizagem, adaptação ao ambiente e aspectos comportamentais e interativos do cérebro em relação ao indivíduo. Aqui estão algumas definições de funções executivas, segundo Fonseca (2014 apud LIMA; 2017): Atenção (sustentação, foco, fixação, seleção de dados relevantes em relação aos irrelevantes, evitamento de distratores, etc.); Percepção (intraneurossensorial, interneurossensorial, meta- integrativa, analítica e sintética, etc.); Memória de trabalho (localização, recuperação, rechamada, manipulação, julgamento e utilização da informação relevante, etc.); Controle (iniciação, persistência, esforço, inibição, regulação e autoavaliação de tarefas, etc.); Ideação (improvisação, raciocínio indutivo e dedutivo, precisão e conclusão de tarefas, etc.); 44 Por meio de uma integração equilibrada das funções cognitivas, motoras e executivas, a fase de aprendizagem pode ser concluída com sucesso; entender como esse mecanismo funciona e sua especificidade é essencial para potencializar esse momento do desenvolvimento pessoal. 45 5 BIBLIOGRAFIA COSTA NUNES LIMA, Caroline. Psicologia da educação. 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