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3 1. INTRODUÇÃO A presente atividade tem por finalidade desenvolver um trabalho acerca de duas áreas da Engenharia de Produção. Segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro) existem 10 (dez áreas) que compõem a engenharia de produção, sendo elas: engenharia de operações e processos da produção, logística, pesquisa operacional, engenharia de qualidade, engenharia do produto, engenharia organizacional, engenharia econômica, engenharia do trabalho, engenharia da sustentabilidade e educação em engenharia de produção. Para tanto, foram escolhidas as áreas de ergonomia e segurança do trabalho e de pesquisa operacional. Durante o desenvolvimento serão feitas considerações importantes acerca das principais abrangências de cada área. 4 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO ERGONOMIA Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo), “a ergonomia é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema”. Por meio dessa definição formal, pode-se entender que a ergonomia trata da relação do homem como o ambiente de trabalho, adaptando o trabalho às necessidades, às habilidades e às limitações do homens, de forma a otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Entende-se o bem-estar humano como a segurança, a saúde, o conforto e a facilitação do uso. Já o desempenho global do sistema, compreende a eficiência, a produtividade e a confiabilidade. A ergonomia pode ser observada, historicamente, desde os primórdios da humanidade, quando os homens da caverna já se preocupavam em produzir artefatos apropriados as suas necessidades. Entretanto, a origem da ergonomia é, frequentemente, associada ao fim da Segunda Guerra Mundial, época em que a Força Aérea Real Britânica buscava compreender por que equipamentos extremamente modernos não eram operados com eficiência e a eficácia esperadas. A análise da situação demonstrou a importância de adaptar os artefatos tecnológicos às características e aos limites do funcionamento do processo percepto-cognitivos do homem. A ergonomia possui três abordagens principais: a ergonomia física, a ergonomia cognitiva e a ergonomia organizacional. A ergonomia física interessa-se pelas características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica e a sua relação com a atividade física. Nessa abordagem, situa-se a postura no trabalho, o manuseio de materiais, os movimentos repetitivos e distúrbios músculo- esquelético relacionados ao trabalho. Nas figuras abaixo, estão alguns exemplos de ergonomia física no posto de trabalho. Na figura 1, observa-se a postura inadequada do funcionário na utilização do computador, o que pode acarretar problemas ao funcionário se a postura for mantida por várias horas seguidas. Já na figura 2, observa-se que o trabalhador está fazendo o levantamento de peso correto, de forma que o seu bem estar encontra-se assegurado. 5 Figura 1. Falta de ergonomia no uso do computador Figura 2. Levantamento de peso feito de forma ergonômica A ergonomia cognitiva refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora, e seus efeitos nas interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema. Nesta abordagem, encaixam-se o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, confiabilidade humana, estresse profissional, dentre outros. Na figura abaixo, encontra-se um exemplo de ergonomia cognitiva no produto. Pode-se observar que a organização do painel do carro é feita de forma a promover uma melhor relação do homem com o produto. Existe um agrupamento daquilo que está ligado a uma mesma função e, além disso, os dispositivos são organizados de acordo com a sua importância. Figura 3. Ergonomia cognitiva no produto 6 Por fim, a ergonomia organizacional refere-se à otimização dos sistemas sociotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, regras e processos. Nessa abordagem incluem-se comunicações, gerenciamento de recursos dos coletivos de trabalho, projeto de trabalho, organização temporal do trabalho , trabalho em grupo, dentre outros. Existe uma relação intrínseca entre a ergonomia e a Engenharia de Produção, na medida em que, atualmente, existe uma preocupação intensa sobre a utilização mais efetiva dos recursos financeiros e materiais. Isso implica na busca de melhores procedimentos de produção, das rotinas de execução e trabalho, na tentativa de garantir uma maior produtividade em menor tempo. A ergonomia entra em questão para tentar compreender as razões pelas quais o processo produtivo se apresenta de uma determinada maneira. SEGURANÇA DO TRABALHO Segurança é definida como a condição daquilo que se pode confiar, ou a probabilidade que algo indesejável não aconteça. A Segurança do Trabalho propõe- se a combater o acidente de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. Portanto, segurança tem por objetivo o estudo, avaliação e controle dos riscos de operação. No Brasil, ausência de segurança nos ambientes de trabalho no Brasil gerou no ano 2000 um custo de cerca de R$ 23,6 bilhões para o país, equivalente a 2,2% do PIB. Parte deste “custo segurança no trabalho” afeta negativamente a competitividade das empresas, pois aumenta o preço da mão-de-obra, o que se reflete nos custos dos produtos. Atualmente, 1,5% dos trabalhadores se acidentam por ano e há uma média de 3000 óbitos. Cerca de 700 mil casos de acidentes de trabalho são registrados em média no Brasil todos os anos, sem contar os casos não notificados oficialmente, o que perfazem custos anuais de R$ 70 bilhões. Algumas atividades ligadas à segurança do trabalho que podem combater ou minimizar os acidentes de trabalho são: a adoção das características físicas dos ambientes no que se refere à iluminação, ventilação, conforto térmico e conforto acústico, radiação; a manutenção de um registro de acidentes com as estatísticas atualizadas, adotando um tipo de relatório dos acidentes que ocorrem, calculando os 7 respectivos índices de frequência e gravidade; investigação, discussão e informação dos acidentes ocorridos, para evitar a repetição; programa de treinamento dos trabalhadores em primeiros socorros, dentre outros. Entende-se, portanto, que a segurança no trabalho é uma importante área dentro da engenharia de produção, visto que atende um dos objetivos primordiais desta engenharia, que é a melhoria e implementação de sistemas produtivos. Essa melhoria ocorre por meio da tentativa de reduzir as condições de insegurança no trabalho, avaliando e controlando os riscos das operações envolvidas em um dado processo produtivo. 2.2 PESQUISA OPERACIONAL É o ramo da Engenharia de Produção que trata da tomada de decisões na resolução de problemas em um sistema por meio de modelos matemáticos, a fim de aperfeiçoar a produção. Decisões tomadas apenas de forma intuitiva tornam-se imprecisas, por isso a necessidade de um enfoque científico. A Pesquisa Operacional foi desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial a partir de um sistema de radares da Grã-Bretanha, que necessitava de um planejamento linear, o que torna a Pesquisa Operacional uma aplicação da Álgebra Linear. Em 1947, passou a ser utilizada, também, nas forças-armadas norte- americanas e chegou no Brasil em 1968, com a criação do primeiro Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional (SBPO), realizado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica e a criaçãoda Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (SOBRAPO). Foi uma das primeiras áreas a ter aplicações em computadores e com a difusão do uso dos mesmos, ela passou a ser usada no meio empresarial. É uma área multidisciplinar, pois utiliza conhecimentos de Cálculo, Álgebra Linear, Computação e Probabilidade e Estatística para formular modelos matemáticos que resolvam problemas em Economia e Engenharias, principalmente, na Engenharia de Produção, em que o seu significado assemelha-se ao de otimização, e como um Engenheiro de Produção tem o objetivo de buscar a melhor forma de produzir, sua importância torna-se ressaltada. Os modelos matemáticos de uma Pesquisa Operacional são formulados a partir de três elementos, são eles a função objetivo, que é aquilo que se deseja aperfeiçoar, representada por uma função matemática; as variáveis de decisão, que 8 são as variáveis sob as quais o engenheiro de produção possui controle; e as restrições, capazes de restringir o que é produzido, como por exemplo, a quantidade máxima de um certo tipo de peça que pode ser fabricada. Alguns problemas comuns em indústrias são resolvidos através da Pesquisa Operacional, uma deles é a questão do Mix de Produção, em que o problema é determinar quais as quantidades a serem produzidas que maximizam o lucro. Nessa questão, a função objetivo é o lucro, as variáveis de decisão são as quantidades a serem produzidas e as restrições são os recursos de produção limitados. Em um gráfico relativo a essa situação, as restrições podem ser definidas pelas retas que o cortam e definem uma região onde a produção é viável e outra onde não é. Segue abaixo a figura ilustrando a situação. Figura 4. Pesquisa Operacional utilizada no Mix de Produção Outro problema bastante comum, o de Projeto de Layout, que consiste na realocação de máquinas em um espaço físico do uma indústria, por exemplo. Nesse caso, a função objetivo é minimizar a movimentação de materiais, as variáveis de decisão são as posições das máquinas e equipamentos e as restrições são o espaço físico e a distância entre as máquinas. Há também a questão do Roteiro de Veículos, comum, principalmente, em empresas que trabalham com serviço de entregas. A função objetivo é a minimização da distância total ou do tempo gasto pelos veículos, as variáveis de decisão são as rotas seguidas por eles e as restrições são as suas capacidades, o sentido das vias, os horários de entrega nos clientes e as proibições de tráfego. 9 Figura 5. Pesquisa Operacional utilizada na roteirização de veículos A Pesquisa Operacional também atua na minimização de perdas em cortes de tecidos e chapas, que é uma questão bastante comum em indústrias têxteis e metalúrgicas. Uma aplicação bastante útil para a sociedade em geral e que deveria ser adotada pelo Governo é a questão da Localização de Facilidades, em que se estuda e determinam-se os pontos mais estratégicos, que mais beneficiam a população, para a construção de hospitais, escolas e pontos de ônibus, por exemplo. Por solucionar uma grande quantidade de problemas e por oferecer segurança quanto à tomada de decisões, a Pesquisa Operacional é hoje adotada por diversas empresas nacionais e multinacionais. Empresas têxteis a utilizam para a minimização de perda de tecido, fabricantes de automóveis a utilizam na programação de produção. Também e adotada pela Petrobrás e pela Vale do Rio Doce, nessa última sendo aplicada na otimização e simulação de operações logísticas. 10 3. CONCLUSÃO A partir do que foi exposto no trabalho foi possível inferir que a ergonomia e a segurança do trabalho caminham juntas, que elas se completam, pois quando a indústria atende a todos os padrões de ergonomia, ela passará a registrar menos acidentes de trabalho, ou seja a segurança do trabalho e ergonomia dependem diretamente uma da outra. Já na parte de pesquisa operacional, foi possível perceber que ela é muito útil para quase todos os tipos de empresas, desde as têxteis até as montadoras de carros, e que por meio de seus modelos matemáticos, consegue resolver várias situações-problema comuns de entre muitas indústrias, e que apesar de já ser uma idéia muito antiga, continua se aperfeiçoando e se adequando as necessidades atuais. 4. BIBLIOGRAFIA Figura 1.Disponível em: < http://fisiocentertc.com.br>. Acesso em 11/07/2013. Figura 2. Disponível em: <http://www.mundoergonomia.com.br>. Acesso em 11/07/2013 Figura 3. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em 11/07/2013 Figura 4. Disponível em: <http://ptwikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vrp_esquema.png >. Acesso em 14/07/2013 http://www.abergo.org.br/index.php. Acesso em 11/07/2013 Introdução à ergonomia: da prática à teoria/ Júlia Abrahão..[et al.] – São Paulo: Blucher,2009. Prof. André Bezerra dos Santos. Apostila UFC, higiene e segurança do trabalho. HILLIER, F.; LIEBERMAN, D. Introdução à Pesquisa Operacional. 8a Ed. McGraw-Hill, 2008. http://www.sobrapo.org.br/. Acesso em 11/07/2013 http://fisiocentertc.com.br/ergonomia.html http://www.mundoergonomia.com.br/website/artigo.asp?id=3138 http://g1.globo.com/ http://www.abergo.org.br/index.php http://www.sobrapo.org.br/
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