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SANGRAMENTO OBSTÉTRICO

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Julia Paris Malaco 
Medicina da família e comunidade 
 
Sangramento obstétrico 
 
O sangramento genital durante o ciclo gravídico-puerperal é queixa comum e sintoma responsável por 
inúmeras consultas obstétricas de urgência. A hemorragia obstétrica é a principal causa de mortalidade 
materna no mundo e a segunda no Brasil 
 
As hemorragias da gravidez podem ser divididas em dois grandes grupos: 
 Primeira metade da gestação (até 20 semanas) 
 Segunda metade da gestação / hemorragia de segundo e terceiro trimestres da gestação 
 
Gestante de 13 semanas pela DUM procura a Emergência da Maternidade com sangramento vaginal 
iniciado há duas hora. Nega febre e tentativas abortivas. O colo encontra-se pérvio e o sangramento era 
de moderada intensidade. A USG evidencia útero aumentado de tamanho, com imagem hiperecogênica 
em topografia endometrial, medindo 16mm. Ausência de massas em topografia anexial. Qual o 
diagnóstico? 
A) descolamento prematuro de placenta 
B) placenta prévia 
C) abortamento incompleto 
D) prenhez ectópica 
 
Hemorragias na primeira metade da gestação 
 
 Abortamento 
Interrupção da gestação antes de atingida a viabilidade do concepto, o que pode ser entendido, apesar 
de algumas discordâncias na literatura, com o feto pesando menos de 500 gramas ou com idade 
gestacional inferior a 20 semanas. Alguns autores ainda incluem a definição de comprimento igual ou inferior 
a 28 cm. 
 Causas: Existem diversos fatores que podem levar ao abortamento, mas o principal deles é a 
malformação do ovo, sendo as anomalias cromossomiais responsáveis por cerca de 50% destes casos. 
As trissomias são as causas mais frequentes de abortamento, e, dentre estas, a mais frequente é a 
trissomia do cromossomo 16. 
 Outros fatores: hormonais (insuficiência de corpo lúteo), alterações do ambiente uterino (mioma, 
malformações, sinéquias, endometrites), infecções maternas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, 
sífilis), patologias maternas descompensadas (DM, doença da tireóide, LES, síndrome do anticorpo 
antifosfolipídio), insuficiência istmocervical, tabagismo, consumo de álcool e traumas físicos. 
 
Classificação do aborto: 
 Quanto à idade gestacional de ocorrência: 
o Abortamento precoce - interrupção da gestação até a 12ª semana gestacional] 
o Abortamento tardio - quando ocorre após a 12ª semana gestacional 
 Quanto à periodicidade: 
o Abortamento esporádico - quando não preenche os requisitos de abortamento habitual; 
o Abortamento habitual - ocorrência de três ou mais episódios consecutivos de abortamento. 
Importante conhecer a sua etiologia. 
Causas do abortamento habitual: Doenças cromossomiais; Anormalidades anatômicas do útero 
(bicorno, didelfo, septado); Incompetência istmocervical; Doenças da tireóide, DM, SOP, 
Hiperprolactinemia; Insuficiência do corpo lúteo; Síndrome do anticorpo antifosfolipídio; Trombofilias; 
Baixa reserva ovariana 
 Quanto ao quadro clínico: 
o Ameaça de abortamento: quase houve um abortamento, mas a probabilidade ainda existe e é 
elevada. 
o Abortamento inevitável: é certo de ocorrer o abortamento (irregularidade no SG, colo pérvio), mas 
ainda não foi expelido nenhum material pelo colo 
Julia Paris Malaco 
o Abortamento incompleto: há sinais de resto intraútero (hiperecogênicos), seja com colo fechado ou 
aberto 
o Abortamento completo: todo o material foi eliminado, o colo está fechado e a USG é normal, sem 
gestação tópica ou ectópica No abortamento infectado, existe presença de sinais de infecção 
(odor e febre) 
o Abortamento retido: algo de errado aconteceu há mais de 4 semanas. Ou não se desenvolveu o 
embrião (ovo anembrionado) ou o embrião não tem batimentos cardíacos (missed abortion – 
gestação interrompida) 
o Abortamento infectado (séptico) 
 
*Incompetencia istmocervical: Falência do sistema que mantém o colo uterino fechado, impossibilitando a 
retenção fetal até o final da gravidez; Geralmente culmina com a expulsão fetal após 16 semanas 
gestacionais. Há história de interrupção espontânea, sempre à mesma época da gestação. O trabalho de 
parto geralmente é curto e indolor, e normalmente o feto nasce vivo e morfologicamente normal. 
 Tratamento: circlagem do colo uterino – técnica de MacDonald: sutura cervical ao nível da junção 
cervico-uterina em bolsa de tabaco, com fio não absorvível (média entre 12 e 16 semanas) 
 
Considera-se causa de abortamento tardio, com tendência de repetição: 
A) ingestão abusiva de cafeína 
B) anomalia cromossômica 
C) infecção congênita 
D) incompetência istmocervical 
E) insuficiência da fase lútea 
 
 
Conduta em ameaça de aborto 
 Ameaça de abortamento: como a gestação ainda não foi interrompida, a conduta é expectante, 
devendo-se orientar a gestante e recomendar o uso de antiespasmódicos em caso de cólicas, 
abstinência sexual e repouso relativo, apesar de não haver comprovações do benefício do repouso no 
leito. O uso de progesterona nestes casos ainda carece de comprovações científicas. 
 Abortamento inevitável e Abortamento Incompleto: A conduta consiste em “facilitar” o que já começou 
ou está em vias de começar. Assim, deve-se realizar o esvaziamento uterino. 
 Abortamento completo: como já foi expelido todo o material, cabe agora o cuidado à gestante, 
encaminhando-a para acompanhamento ambulatorial. 
 Abortamento infectado: antibioticoterapia imediata e esvaziamento uterino. 
 Abortamento retido: esvaziamento uterino 
 
*Esvaziamento uterino 
Tratamentos cirúrgicos: 
 AMIU (aspiração manual intrauterina) 
 Aspiração à vácuo 
 Curetagem uterina – quando não há impossibilidade de realização da AMIU ou na presença de grande 
quantidade de material. 
 Microcesariana: esvaziamento do útero por via alta; reservada aos raros casos de gestações mais 
avançadas que não se resolveram por via vaginal e que apresentam hemorragias volumosas 
Tratamentos clínicos: 
 Perfusão venosa de ocitocina até a expulsão do feto – contração uterina 
 Uso de comprimidos de Misoprostol no fundo do saco vaginal: pode ser utilizado na tentativa de 
favorecer a expulsão fetal em quadros que se desenvolvem após 12 semanas. 
Tratamento: 
 Até 12 semanas: AMIU. 
 Alternativa: curetagem (com ou sem misoprostol)  Após 12 semanas: Expulsão fetal ( com ocitocina 
e/ou misoprostol) seguida de curetagem 
 
Interrupção legal da gravidez 
O abortamento só é permitido no Brasil nas seguintes situações: 
 Abortamento em situações de risco para a gestante 
 Abortamento para gravidez decorrente de violência sexual – até 20 semanas de IG 
Julia Paris Malaco 
 Outra situação distinta seria a interrupção da gravidez em caso de malformações congênitas – abril de 
2012, STF discutiu a questão da criminalização do abortamento em caso de anencefalia – não é mais 
considerado crime após alterações do Código Penal. 
 
Questão: Uma gestante de 14 semanas chega ao serviço de emergência, referindo sangramento vaginal 
intenso e eliminação de conteúdo compatível com abortamento. Ao toque, colo permeável. Realizado US-
TV demonstrando presença de conteúdo intraútero, sugestivo de restos placentários e membranas. Assinale 
a melhor conduta: 
A) AMIU 
B) Ocitocina 
C) Curagem uterina 
D) Curetagem uterina 
E) Misoprostol vaginal 
 
 
 Gravidez ectópica 
Qualquer implantação do ovo fora da cavidade endometrial (tubária, cervical, ovariana e abdominal) 
Prevalência de cerca de 2% e vem aumentando ao longo dos anos, provavelmente pelo maior acesso às 
técnicas de fertilização assistindo (fator de risco), assim como pela melhoria das técnicas diagnósticas. 
Localização: 
 95 a 97% dos casos: gestação ectópica tubária; 
 2,5% região cornual (intersticial); 
 1,5% região abdominal; 
 0,5 a 1% ovarianas; 0,1 a 0,4% cervicais 
 Gravidez ectópica tubária (95 a 97%): Região ístimica (12%); Região ampular (80%) 
 
Fatores de risco 
 Os fatores de riscopodem ser entendidos como qualquer fator que interfira na anatomia tubária ou na 
funcionalidade da trompa, atrasando o transporte do ovo e permitindo que o mesmo se implante antes 
de chegar ao endométrio, o que origina as gestações tubárias, cornuais, ovarianas e abdominais 
 Alterações do endométrio podem permitir que o ovo não se implante nesta localização, possibilitando 
as gestações cervicais. 
 Alto risco: Salpingite e endossalpingites; alterações anatômicas da trompa; DIU; prenhez ectópica 
anterior, endometriose, cirgurgia tubária prévia, exposição intraútero ao Dietilestilbestrol. 
 Risco moderado: Infertilidade tratada com indutores de ovulação; múltiplos parceiros sexuais; infecção 
ginecológica antiga, como tuberculose genital. 
 Pequeno risco: Cirurgia abdominal prévia; uso frequente de duchas vaginais; tabagismo; início da 
atividade sexual com menos de 18 anos; fertilização in-vitro. 
 
Quadro clinico 
Toda vez que se deparar com uma paciente em idade reprodutiva, com atraso ou irregularidade menstrual 
e dor pélvica, a hipótese de gravidez ectópica sempre deve ser investigada. 
 Na gravidez ectópica o sangramento nem sempre está presente, mas ocorre em cerca de 50% das 
pacientes, podendo simular um fluxo menstrual ou um abortamento e dificultar o diagnóstico. 
 O sangramento pode ser decorrente do processo de erosão da mucosa tubária pelo trofoblasto em 
desenvolvimento ou de uma rotura tubária. 
 Outros sinais de gestação incipiente podem estar presentes: náuseas e vômitos, mastalgia e cansaço. 
 Sinais e sintomas: Atraso menstrual; Sangramento vaginal discreto; Dor abdominal (mais frequente); Útero 
menor que a IG esperada; Massa anexial palpável - Defesa abdominal; Grito de Douglas (Sinal de 
Proust): dor à mobilização do colo uterino e abaulamento e dor no fundo de saco de Douglas, 
decorrente do acúmulo de sangue no fundo e saco 
 
 Gestação etopica rota: 
Representa cerca de 30% dos casos de prenhez tubária 
 Abundante hemorragia intraperitoneal, dor aguda e intensa na fossa ilíaca ou no hipogástrio e choque 
 Sinais de irritação peritoneal e hemorragia abdominal 
 Sinal de Laffon 
 Sinal de Blumberg 
Julia Paris Malaco 
 Sinal de Cullen 
 Sinal de Proust 
A clínica não é suficiente para o diagnóstico. Alguns dos diagnósticos diferenciais incluem: apendicite, DIP, 
torção de cisto ovariano, mioma subseroso torcido, cistite aguda, endometriose, abortamento, ovulação 
dolorosa. 
Para comprovar o diagnóstico, a reunião de três fatores é essencial pra se pensar em gravidez fora do útero: 
Clinica + BetaHCG positivo + ultrassonografia. 
 Beta-HCG maior que 1.500mUl/ml e local de implantação não visualizado através de US-TV - a 
visualização do SG com embrião e BCF na região anexial só é possível em cerca de 25% dos casos de 
prenhez ectópica. 
 
Conduta 
A conduta na gestação ectópica depende de algumas variáveis 
 Estabilidade hemodinâmica 
o Mesmo havendo estabilidade, nos casos onde ocorreu a rotura tubária, a preservação da trompa 
não é possível - salpingectomia por videolaparoscopia 
o Sem ruptura tubária e há desejo de nova gestação e massa anexial for menor que 5 cm-tratamento 
cirúrgico (salpingostomia linear) ou medicamentoso (Metotrexate - mais barato e pode ser utilizado 
em situações onde a cirurgia poderia ser arriscada) 
 Instabilidade hemodinâmica: 
o Tratamento é a laparotomia e geralmente como ocorreu a rotura tubária, a estratégia cirúrgica 
inclui a salpingectomia (retirada da trompa acometida) 
 Integralidade da trompa 
 Desejo de nova gravidez 
 Características do saco gestacional 
 Acesso a diferentes terapias 
 
Terapia medicamentosa 
 Metrotrexate: antagonista do ácido fólico que interfere na produção de purinas e pirimidinas, e 
consequentemente na síntese de DNA e RNA, impeçdidno a multiplicação celular. A atividade do 
trofoblasto é altamente vulnerável ao metrotrexate. 
o Condições ideais para o uso: Saco gestacional < 3,5cm; Feto sem atividade cardíaca; Beta-HCG < 
5.000mUI/ml 
Gestações que não se enquadram nos critérios acima não são contraindicações a terapia medicamentosa, 
porém terão menor chance de sucesso – cabe ao GO e à paciente a escolha da terapia mais adequada. 
 Contraindicações da Terapia medicamentosa com Metrotrexate: Aleitamento; Imunodeficiência; 
Alcoolismo; Doença renal ou hepática; Discrasias sanguíneas; Doenças pulmonares ativas; Úlcera 
péptica; Hipersensibilidade à droga 
 
Conduta expectante 
Aguardar a resolução espontânea: 
Pacientes estáveis hemodinamicamente e com níveis decrescentes de beta-HCG, havendo mais sucesso 
quando beta-HCG < 1.000 mUL/ml, localização incerta ou tubária, ausência de evidência de sangramento 
intraabdominal ou ruptura tubária à US e diâmetro da massa de até 3,5cm 
 Laraposcopia - Gestação ectópica íntegra ou ectópica rota com estabilidade hemodinâmica (se não 
houver indicação de tratamento clínico com MTX) 
 Laparotomia - Gestação ectópica rota com instabilidade hemodinâmica 
 
 Doença trofoblastica gestacional 
(não é a mesma coisa que mola hidatiforme) 
De forma resumida: “é a grávida que não está grávida” 
 
A partir de um tumor no trofoblasto, que já é um produto da fecundação, temos produção hormonal (hCG), 
quadro clínico e complicações característicos da gravidez, mas sem a presença de um embrião 
Incidência – estimativa de 1 em cada 10.000 gestações 
O tumor pode ser benigno ou maligno 
 
Benigna: Mola Hidatiforme 
Julia Paris Malaco 
 Mola completa 
o É caracterizada pela degeneração hidrópica de todas as vilosidades coriais. Se origina da 
fertilização de um óvulo com núcleo ausente ou inativo por um espermatozóide normal (23X), que 
posteriormente se duplica para completar a carga cromossómica. Ocasionalmente um óvulo inativo 
pode ser fecundado por dois espermatozóides – 46 XX (90%) ou 46XY(carga genética origem 
paterna) 
 Mola incompleta 
o Apresenta duas populações distintas de vilosidades coriais: uma normal e outra com degeneração 
hidrópica – quadro clínico mais brando e pode ser observado a presença de feto na mola parcial. 
Geralmente se origina da fertilização de um óvulo por dois espermatozóides, com formação triplóide 
(69XXX, 69XXY (90%) ou 69XYY), e mais raramente, tretraploide. 
 Ambas podem evoluir para malignidade 
 
Maligna: Tumor Trofoblástico Gestacional (TTG) ou Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) 
 Mola invasora (corioadenoma destruens) 
 Coriocarcinoma 
 Tumor trofoblástico do sítio placentário. 
 
Fatores de risco 
 Idade > 40 anos; 
 Intervalo interpartal curto; 
 SOP; abortamentos prévios; 
 Mola hidatiforme anterior (10x); 
 Inseminação artificial; 
 Tabagismo; 
 Uso de contraceptivos orais (controverso); 
 Exposição à radiação ionizante. 
 Fatores de proteção: Filho anterior normal 
 
Quadro clinico 
 Sangramento vaginal intermitente e progressivo; 
 Sangramento com aspecto de “suco de ameixa”; 
 Útero amolecido, indolor e maior do que a IG calculada; 
 Útero em sanfona (cresce e diminui); 
 Cistos anexiais bilaterais (cistos tecaluteínincos) 
 Hiperêmese gravídica; 
 Níveis de hCG muito elevados – tumor de trofoblasto, especificamente no sinciciotrofoblasto 
(produção); 
 Pré-eclampsia precoce – antes da 24ª semana; 
 Formação de vesículas em forma de “cacho de uva” – vesículas hidatiformes; 
 US evidencinado imagem em “tempestade de neve” – ecos uterinos amorfos 
 Sintomas gravídicos exarcebados (sonolência, sialorreia, etc) 
 
Diagnostico 
O diagnóstico da mola é geralmente clínico, especialmente nas formas completas. A ultrassonografia é 
ferramenta capaz de diagnosticar com extrema segurança. Diagnóstico pode ser confirmado pelo estudo 
anatomopatológico de material retirado de curetagem em um quadro supostamente de abortamento 
 
Tratamento: 
 Proceder esvaziamento uterino – AMIU, Curetagem, induçãocom misoprostol por via vaginal, 
histerotomia, histerectomia total profilática. 
 Envio do material para análise histopatológica 
 Realizar profilaxia para isoimunizaçao Rh nas pacientes Rh negativo. 
 Após o esvaziamento é importante o acompanhamento com dosagem seriada semanal de beta-hCG, 
devido à possibilidade de malignização da doença – ele deve cair progressivamente e geralmente 
negativa e 8 a 10 semanas após o esvaziamento uterino, deve ser mantido por pelo menos 6 meses após 
a negativação. Uso de ACO combinados – DIU está contraindicado – risco de perfuração uterina 
 
Julia Paris Malaco 
Doença maligna 
O tratamento precoce da Mola NÃO diminui o risco de evolução para tumor trofoblástico gestacional 
 Fatores que nos fazem pensar na malignização da doença: 
o Elevação por duas semanas consecutivas dos níveis de beta-hCG; 
o Estabilização dos níveis de beta-hCG por 3 semanas consecutivas (platô); 
o Ausência de negativação do beta-hCG após 6 meses de seguimento; surgimento de metástases, 
principalmente para vagina e pulmões; 
o US evidenciando imagem intramiometrial mista 
 Tipos histológicos: Mola Invasora, Cariocarcinoma, Tumor trofoblástico do sítio placentário 
 
 
Hemorragias na segunda metade da gestação 
 
 Placenta previa 
A adequada implantação da placenta é um evento fundamental para o sucesso da gestação. 
 Implantação tópica: inserção da placenta em seu sítio habitual, no segmento corporal da cavidade 
uterina 
 Implantação heterotópica: inserção na matriz uterina, mas em local anômalo 
 Implantação ectópica: inserção fora do útero – gravidez ectópica 
 
Implantação heterotópica da placenta sobre o orifício cervical interno (OCI), cobrindo-o total ou 
parcialmente, ou avizinhando-se deste (margem placentária a menos de 5 cm do OCI 
Implantação de qualquer parte da placenta no segmento inferior do útero, após 28 semanas de gestação 
Ocorre em cerca de 4 em cada 1000 partos 
A PP é diagnosticada em 1 a 6% das Uss realizadas entre 10 e 20 semanas de gestação; no terceiro terceiro 
trimestre, 90% desses casos se resolvem, persistindo a PP em 0,1 a 0,4% das gestantes – migração de PP para 
placenta normalmente inserida. 
 
Classificação 
 PP completa ou central total ou total: quando recobre totalmente a área do orifício interno do colo 
uterino. 
 PP parcial ou central parcial: quando recobre parcialmente a área do orifício interno do colo uterino 
 PP marginal: o bordo placentário tangencia a borda do orifício interno, sem ultrapassá-la 
 Placenta de inserção baixa ou lateral: placenta localiza no segmento inferior do útero, porém a borda 
placentária não alcança o óstio interno, mas situa-se muito próxima a ele 
 
Fatores de risco 
 Idade; multiparidade; endometrite; abortamento provocado; curetagens uterinas prévias; cicatrizes 
uterinas prévicas; situações de grande volume placentário; tabagismo 
 
Morbidade 
 Sangramento anteparto: risco 8 x aumentado; hemorragia intraparto: risco 2,5 x aumentado; 
necessidade de hemotransfusão: risco 10 x maior; histerectomia puerperal: risco 33 x maior 
 
Quadro clinico: 
 Hemorragia indolor com sangue vermelho rutilante, desvinculada de esforços físicos ou traumatismos 
(espontânea) 
 Sangramento aparece mais frequentemente no final do segundo trimestre ou ao longo do terceiro 
trimestre da gravidez 
 O primeiro episódio de sangramento pode se exibir em pequenas quantidades e cessar 
espontaneamente. Pode ser raramente intenso 
 O sangramento se exterioriza sempre e totalmente, ao contrário do sangramento do descolamento 
prematuro da placenta – diagnóstico diferencial 
 Pensar em placenta revia quando houver sangramento na segunda metade da gestação, vivo, indolor, 
de início e cessar súbito, sem outros sintomas. 
 
 
 
Julia Paris Malaco 
Gestante multípara, de 27 anos, idade gestacional cronológica de 30 semanas, comparece ao serviço de 
urgência, relatando sangramento uterino moderado. Nega dor abdominal ou contrações uterinas. Relata 
que estava vendo televisão, quando percebeu que estava sangrando. O quadro clínico sugere: 
A) descolamento prematuro de placenta 
B) placenta prévia 
C) rotura uterina 
D) trabalho de parto prematuro 
 
Exame físico 
 Palpação abdominal – tônus uterino normal 
 Estática fetal alterada  BCF – normal 
 Cardiotocografia – mostra boa vitalidade 
 Exame especular possibilita a identificação da fonte hemorrágica do canal cervicovaginal, registrando 
sua origem sob visão direta 
 Não realizar o toque vaginal nas pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de PP 
 Diagnóstico clínico e ultrassonográfico (via transvaginal é segura no diagnóstico da PP – sonda não é 
introduzida o suficiente para fazer contato com a placenta). 
 
Conduta 
 Depende da IG, da intensidade do sangramento e do tipo de inserção viciosa 
 Hemorragia importante 
 Interrupção 
 Cesariana - hemorragia não importante 
 Gestação a termo 
 Interrupção - hemorragia não importante 
 Gestação pré-termo 
 Conduta expectante 
 Hospitalização 
 Avaliação da série vermelha da gestante e monitoramente da vitalidade fetal 
 Aceleração da maturidade pulmonar é mandatória – uso de corticóide – estimula a síntese e a liberação 
do surfactante no alvéolo pulmonar 
 
Interrupção da gestação 
 PP total: com feto vivo ou morto, a via de parto é sempre cesariana 
 PP parcial: cesariana, exceto em multíparas se o parto estiver próximo do fim, o sangramento seja 
discreto, e não haja um obstáculo mecânico importante ao parto vaginal 
 PP marginal ou baixa: parto vaginal pode ser permitido, atentar para a intensidade da hemorragia – 
nestes casos deve-se proceder à amniotomia (roptura proposital da bolsa amniótica), isso permite a 
insinuação da apresentação que comprime mecanicamente o segmento inferior do útero e diminui o 
sangramento 
 
Complicações 
Atonia pós-parto e hemorragia; infecção puerperal; lacerações de trajeto; distócia de parto; parto 
prematuro; amniorrexe prematura; apresentações anômalas; discinesias uterinas; acretismo placentário 
 
 
 Acretismo placentário 
Implantação placentária na qual há aderência anormalmente firme à parede uterina classificação: 
 Placenta acreta: visolidades penetram mais produndamente no endométrio, até a camada esponjosa, 
e ficam mais aderentes - extração manual da placenta / histerectomia 
 Placenta increta: vilosidades penetram até o miométrio. Não há plano de clivagem para o 
descolamento manual, que é impossível - histerectomia 
 Placenta percreta: vilosidades alcançam a serosa chegando a perfura-la, e causam muitas vezes 
hemorragias intraperitoneais – histerectomia 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco 
De plantão em uma maternidade, doutor Pedro atendeu a Senhora Ritha, com queixa de sangramento 
vaginal moderado e em franco trabalho de parto. Analisando o cartão de prénatal, identificou que a 
gestante encontrava-se na 34ª semana, que havia sido submetida a cesariana na gestação anterior e que 
possuía diagnóstico ultrassonográfico de placenta prévia marginal anterior. Imediatamente ele acionou o 
banco de sangue e informou que estava preocupado com a seguinte complicação: 
A) rotura uterina e morte fetal 
B) hemorragia volumosa após a aminiotomia 
C) acretismo placentário e possível histerectomia 
D) hematoma retroplacentário e hipotonia uterina 
 
 
 Descolamento prematuro de placenta 
Separação da placenta normalmente inserida no corpo uterino, numa gestação com idade superior a 20 
semanas e antes da expulsão fetal. Como resultado, temos sangramento uterino e redução do aporte de 
oxigênio e nutrientes ao feto. 
Pré-requisito que a diferencia da PP é a placenta normalmente inserida 
Indubitavelmente, o fator etiológico mais importante relacionado ao DPP é a hipertensão arterial (alguns 
autores denominam a DPP como “forma hemorrágica” da pré-eclampsia) 
 
Classificação Grau 0 (assintomático): o diagnóstico é retrospectivo, confirmado pelo exame histopatológico da 
placenta, que revela o hematoma. 
 Grau 1 (leve): há sangramento vaginal, mas a paciente não refere dor 
 Grau II (intermediário): Caracterizado por sangramento vaginal, dor abdominal, hipertonia uterina. Neste 
estágio, o feto ainda está vivo, mas sem sofrimento. 
 Grau III (grave): Caracteriza-se pelo óbito fetal

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