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RETIRADA COMPULSÓRIA

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RETIRADA COMPULSÓRIA
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO (1980) X LEI DE MIGRAÇÃO (2017)
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO (1980)
Aprovado pelos militares;
Trata o imigrante como um estranho, suposta ameaça à Segurança Nacional;
Restringe a liberdade dos imigrantes pelo país;
Indivíduos de menor importância em relação aos cidadãos do país;
“Estatuto da Igualdade”.
2. Lei de Migração (n.13.445/2017) 
Cuida para que os imigrantes não sejam vitimados pela xenofobia;
Mais humanitária e trata o imigrante como um concidadão do mundo;
Direitos universais garantidos, todos legitimados pelo Estado, com exceção do direito ao voto;
“Igualdade no tratamento” e “Igualdade de oportunidades aos migrantes e seus familiares” (inciso IX).
O que são Medidas de Retirada Compulsória e quais são?
São modalidades de retirada forçada do estrangeiro do Território Nacional.
Os direitos concedidos não são absolutos, ou seja, se o migrante ultrapassa o que lhe é garantido, não cumprindo com os seus direitos e deveres, será punido.
A Lei de Migração alterou os institutos previstos no Estatuto do Estrangeiro, estabelecendo a Repatriação, a Deportação, a Expulsão e a Extradição como meios de retirada compulsória. 
Tem-se a Extradição tratada no rol de medidas de cooperação e as medidas de Expulsão, Deportação e Repatriação tratadas com caráter humanitário. As medidas de retirada compulsória estão previstas no capítulo V da Lei de Migração, nos artigos 46 a 62, e no capítulo VIII nos artigos 81 a 99.
Conceitos Gerais
EXPULSÃO: Medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante que cometeu crime no território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
DEPORTAÇÃO: Que é o processo de devolução de estrangeiro que aqui chega ou permanece irregular, para o país de sua nacionalidade ou de sua procedência.
REPATRIAÇÃO (retornar à pátria): A repatriação consiste em medida administrativa para devolução de migrante em situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade. Ocorre quando o migrante é impedido de entrar no país pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira. O migrante regressará ao país de sua nacionalidade.
EXTRADIÇÃO: A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso.
EXPULSÃO
Trata-se de medida administrativa para retirada de migrante ou visitante, combinada com o impedimento de reingresso ao país por tempo determinado. 
A causa desta medida poderá se dar por condenação com sentença transitada em julgado relativa às práticas elencadas nos incisos do artigo 54, §1º da Lei de Migração, sendo:
I – crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002; ou
II – crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional.
Art. 55.  Não se procederá à expulsão quando:
I – a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira;
II – o expulsando:
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no País;
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão; ou
e) (VETADO).
OBS: Ainda, serão garantidos direitos judicias ao migrante, sendo: ampla defesa, contraditório e devido processo legal. 
REPATRIAÇÃO
Art. 49. A repatriação consiste em medida administrativa para devolução de migrante em situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade. Ocorre quando o migrante é impedido de entrar no país pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira. O migrante regressará ao país de sua nacionalidade.
A comunicação de repatriação será feita imediatamente à empresa transportadora ou pessoa responsável pelo transporte do migrante ao Brasil e à autoridade consular do país de procedência ou de quem o representa, conforme disposto no §1º do artigo 49 da Lei de Migração.
Este instituto não se aplica aos casos de solicitação de refúgio ou de apatridia, aos menores desacompanhados ou separados, exceto nos casos em que se mostrar favorável, pela reunião familiar ou pelo acolhimento humanitário. A devolução não ocorrerá para países em que possa apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade.
DEPORTAÇÃO
Disposta nos artigos 50 a 53 da Lei de Migração, o instituto da deportação consiste em medida decorrente de procedimento administrativo quando da situação migratória irregular do migrante. Importante apontar o artigo 48, que garante àquele que será deportado os procedimentos judiciais cabíveis, bem como os direitos à ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal.
Dispõe que haverá notificação pessoal do migrante e a concessão do prazo mínimo de 60 dias para regularização migratória, que poderá ser prorrogada por igual período. Ainda, a notificação não impede a livre circulação do migrante em território nacional, devendo informar quanto ao domicílio e as atividades executadas.
Anteriormente, no Estatuto do Estrangeiro, a Polícia Federal notificava o migrante em situação irregular, concedendo-lhe prazo entre 3 a 9 dias para retirar-se do país, e no caso de não se retirar, era deportado imediatamente. Não havia previsão de direitos e garantias judiciais.
O Estatuto do Estrangeiro também previa que o deportado poderia retornar ao país desde que pagasse as despesas de sua deportação. Já a Lei de Migração estabelece que a deportação não impede que o migrante retorne ao país posteriormente.
Por fim, é competente a Defensoria Pública da União para atuar na defesa dos migrantes a serem deportados. Nos casos de apatridia, a deportação dependerá de prévia autorização da autoridade competente.
EXTRADIÇÃO
A extradição trata de medida de cooperação internacional entre o Brasil e outro Estado que concede ou solicita a entrega de pessoa a quem tenha recaído condenação criminal definitiva ou para instrução de processo penal em curso.
Pode ser requerida por via diplomática ou por autoridades designadas, sendo que a comunicação se dará por órgão competente do Poder Executivo juntamente com as autoridades competentes. É ato de defesa internacional, e está tratada na Lei de Migração no capítulo VIII sobre Medidas de Cooperação. É uma faculdade do país, extraditar ou não.
A Lei de Migração, no Art. 83, permite a extradição do imigrante em apenas duas circunstâncias:
 a) quando cometer crime no território do estado que solicitar a sua extradição; e 
b) quando estiver respondendo a processo investigatório ou tiver sido condenado em seu país de origem.
O Estatuto do Estrangeiro, por sua vez, prevê extradição por várias circunstâncias, tais como: “atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais” (Art. 65).
Ainda nesse mesmo artigo, no parágrafo único que o compõe, o Estatuto prevê a extradição até mesmo para casos de imigrantes em situações de “vadiagem” ou “mendicância”.
No caminho inverso do Estatuto do Estrangeiro, a Lei de Migração é mais acolhedora. Em vez de extraditar, ela garante “acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públicos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia serviço bancário e seguridade social” (Art. 3, inciso XI).
Qual a diferençaentre ser extraditado, expulso e deportado de um país?
VEDAÇÕES 
ART. 61.	Art. 61.	
Não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão coletivas.
Parágrafo único. Entende-se por repatriação, deportação ou expulsão coletiva aquela que não individualiza a situação migratória irregular de cada pessoa.
ART. 62.Art. 62.
Não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão de nenhum indivíduo quando subsistirem razões para acreditar que a medida poderá colocar em risco a vida ou a integridade pessoal.

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