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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CHAPECÓ CURSO DE AGRONOMIA ÊNFASE EM AGROECOLOGIA RAQUEL BONAMIGO CONTROLE BIOLÓGICO DE PLANTAS INFESTANTES: CONSORCIAÇÃO ENTRE FRUTICULTURA E OVINOCULTURA CHAPECÓ 2017 Introdução Para a compreensão deste trabalho é de fundamental importância o conhecimento sobre o que são plantas infestantes e o que é controle biológico. Plantas infestantes são aquelas que se desenvolvem em local não desejado, porem podem não causar dano econômico. Uma planta infestante tem potencial para se tornar uma planta daninha (causa dano econômico) dependendo do tipo de interações bióticas que estas terão com a cultura. Entende-se por controle biológico de plantas infestantes o método de utilização de organismos vivos capazes de matar, controlar o crescimento, expansão populacional e/ou reduzir a capacidade competitiva de uma ou mais espécies de plantas daninhas. O objetivo do controle biológico não acabar com toda a pulação de plantas daninhas, mas sim manter sua população em níveis que não vão ser prejudiciais. O problema da invasão de plantas daninhas em pomares está ligado diretamente à alta capacidade que estas tem de competir por recursos como a água e nutrientes, e podem tornar ambiente propicio ao desenvolvimento de patógenos. Realizar o controle dessa vegetação é extremamente importante por que quando se trata de um agroecossistema, as plantas daninhas tem mais habilidade competitiva do que as plantas cultivadas e causarão redução da produtividade e lucratividade. Utilização de ovinos para o controle de plantas infestantes em pomares No Brasil, alguns ensaios da Embrapa e de produtores individuais, mostraram ser possível integrar, no mesmo espaço, a criação de ovinos e a fruticultura. É importante ressaltar que a criação de animais é uma atividade complementar à fruticultura, onde o principal objetivo da criação de animais é o controle de plantas que crescem espontaneamente no meio do pomar. Essa consorciação de atividades tem muitos benefícios. A principal vantagem é proporcionar condições de um sistema mais sustentável e de alto potencial para a produção de frutas orgânicas, uma vez que não se torna necessário a aplicação de herbicidas. A demanda por capinas e roçadas minui muito, pois os animais são responsáveis consumir a vegetação nativa e também contribuem adubando (urina e fezes) todo o local, formando assim um sistema mais estável. A base do sistema é a subdivisão da área do pomar em diversas parcelas que serão pastejadas em rotação, por um dado número de cabeça de animais, com isso o pasto nativo pode ser consumido. Os animais só devem ser colocados para pastar nos pomares em que as fruteiras já estiverem em idade de produção o que é variável de acordo com a espécie. Se este sistema de integração for mal manejado os animais poderão causar danos as frutíferas consumindo ramos e brotações, ou ate mesmo danificado o caule. Os ovinos se alimentam praticamente de todas as espécies de plantas espontâneas presentes no pomar, porem algumas delas tem baixa palatabilidade, como é o caso do capim amargoso (Digitaria insularis (L.) Fedde) que os animais acabam rejeitando. É fundamental que o pastejo seja do tipo rotacionado, com os animais pastejando por tempo determinado cada parcela, simulando uma “roçadeira viva”. Não se deve permitir que os animais raspem o pasto, o ideal é deixar uma camada de vegetação capaz de proteger o solo e ter uma brotação viável para a próxima vez que os animais voltarem àquele piquete. É indicado o número de entre 5 à 15 ovinos adultos por hectare em um período de um ano, em pomares com pasto nativo. As raças de ovinos mais indicadas são Santa Inês, Morada Nova e Somalis. A utilização em especial da raça Somalis é interessante, pois são animis de menor porte e podem causar menos danos as frutíferas. Conclusão A utilização de ovinos para controle da vegetação infestante em áreas de pomar se mostrou eficiente, pois os esses animais se alimentam da grande maioria das espécies que compõem o pasto nativo que cresce sob o pomar, possibilitando a redução de aplicações de herbicidas no pomar e favorece a conservação do solo, da água e da saúde do agricultor em si. O manejo adequado com rotação de piquetes e se trabalhando o número ideal de animais por hectare possibilita o rebrote da vegetação e soltes futuros. A criação de ovinos pode ser tornar uma fonte de renda secundária. Referências bibliográficas GUIMARÃES FILHO,C.; SOARES, J. G. G.; Fruti-Ovinicultura: limitações e possibilidades de consorciar ovinos com frutiferas; EMBRAPA Semi-Árido; Petrolina, PE OLIVEIRA JR, R.S.; et al; Biologia e manejo de plantas daninhas; cap 4: Controle biológico: aplicações na áreas de ciências das plantas daninhas; Documento online disponível em : < http://omnipax.com.br/livros/2011/BMPD/BMPD-cap4.pdf> Acesso em 24 de maio de 2017. http://omnipax.com.br/livros/2011/BMPD/BMPD-cap4.pdf
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