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Restauração Meiji

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Restauração Meiji
O Japão, após estabelecer certos contatos com os europeus, optou por uma política isolacionista,
fechando-se para o exterior até o século XIX, com a mentalidade de evitar que a cultural ocidental
penetrasse em seu interior e desestruturasse sua sociedade, como viria a ocorrer com a China após
as Guerras do Ópio. Todavia, o país não poderia permanecer para sempre nesse isolamento e, assim,
os EUA foram o primeiro país a estabelecer relações comerciais com o Japão após esse período,
iniciando um período de abertura social e econômica, com a abertura de seus portos. O território
japonês era visto como peça fundamental para a estratégia geopolítica norte-americana de aumentar
sua influência na Ásia, projetando-se no mercado chinês, forçosamente aberto pela Inglaterra, já que
este possuía um mercado consumidor gigantesco. Aqueles que seriam conhecidos como os
“reformadores” da Era Meiji precisaram bater de frente com a rígida forma política do país, no qual
os chefes militares japoneses, no topo da estrutura social do xogunato, precisavam ser substituídos
por uma também elite, mas com interesses econômicos mais ousados, o que foi exatamente o que
ocorreu, com a vitória desses grupos e a mobilização para uma reforma, pautada principalmente em
um caráter conservador, mantendo a organização política, mas promovendo alterações na
econômica. Não se pode falar em uma revolução japonesa justamente por seu caráter conservador:
não há nenhuma mobilização das massas, que permanecem afastadas do processo econômico tanto
no político, motivo pelo qual a maioria das potências ocidentais aceita o processo “modernizador”
japonês, já que ele mantém fortemente o status-quo. As principais características econômicas dessa
fase são a substituição de importações e os altos incentivos promovidos pelo Estado, que ajudaram a
criar as grandes corporações industriais e, posteriormente, empresariais japonesas chefiadas por
famílias nobres, os zaibatsus. Justamente por não promover a incorporação da grande massa dos
cidadãos na reforma econômica, o mercado interno japonês era extremamente frágil e
desestruturado, de tal forma que a produção do país era toda voltada para as exportações e, após
um tempo, a solução encontrada foi a expansão territorial para outras regiões da Ásia, buscando
consumidores. Dessa forma, em um período de cerca de 50 anos, os japoneses foram de uma nação
isolada e economicamente fraca para a primeira potência asiática que conseguiria bater de frente
com os europeus, com uma forte política imperialista e militar.

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