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Liliane Gomes 1 Apostila de Liliane Gomes 2 Sumário Zoonoses............................................................................................................................................................................3 Brucelose ..........................................................................................................................................................................5 Carbúnculo Hemático .......................................................................................................................................................8 Complexo teníasecisticercose.......................................................................................................................................10 Doença de chagas...........................................................................................................................................................11 Doenças Priônicas (mal da vaca louca)........................................................................................................................12 Esporotricose...................................................................................................................................................................13 Esquistossomose............................................................................................................................................................18 Febre amarela .................................................................................................................................................................19 Febre maculosa...............................................................................................................................................................21 Hantavirose......................................................................................................................................................................24 Influenza...........................................................................................................................................................................26 Larva migrans cutânea e visceral .................................................................................................................................26 Leishmaniose visceral americana e leishmaniose tegumentar americana ..............................................................31 Leptospirose....................................................................................................................................................................33 Morno................................................................................................................................................................................37 Raiva.................................................................................................................................................................................38 Toxoplasmose..................................................................................................................................................................42 Turbeculose.....................................................................................................................................................................47 Liliane Gomes 3 Zoonoses DEFINIÇÃO(OMS): Zoonoses são doenças ou infecções transmitidas naturalmente entre animais vertebrados e o homem. EM 1 9 4 6 É CRIADO O SETOR D E SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA DA O MS Q U E TE M COMO OBJETIVOS: Prevenção e controle das zoonoses; Prevenção d e DTAs ; Prevenção e controle de poluição ambiental de origem animal; Medicina comparativa (conhecimento de doenças humanas com o es tudo de condições comparáveis em animais). SURGIMENTO E EXPANSÃO: As zoonoses surgiram como uma consequência da domesticação dos animais, o que acabou aproximando os humanos das espécies animais que serviam de reservatório/fonte de infecção. A partir desse contato mais duradouro, foram surgindo as zoonoses. Devido à falta de mobilidade naquela época, as zoonoses que iam surgindo ficavam restritas a algumas áreas próximas. Como avanço da tecnologia e o aumento da população humana e animal, a facilidade de transmissão aumentou muito. ATUALMENTE, A EXPANSÃO DAS ZOONOSES SE DEVE À OS SEGUINTES FATORES: Globalização; Transporte internacional de mercadorias e passageiros; Aumento da população humana, o q u e levou a o aumento da produção e do comércio de alimentos (incluindo os POA); Impactos sobre o meio ambiente que levam a desequilíbrios na fauna silvestre e aproximação desses animais com animais domésticos e homem; Aumento da exposição humana a animais (domésticos e não domésticos) e a ambientes contaminados por animais. IMPORTÂNCIA: OMS: 75% das doenças emergentes e reemergentes no século XXI serão doenças Liliane Gomes 4 zoonóticas ou que possuam relação direta ou indireta c o m outras espécies animais que não a humana. CLASSIFICAÇÃO: ANTROPOZOONOSES: Doença transmitida dos animais para o homem – raiva; ANFIXENOSES: Doença transmitida do homem para o animal e v ice -versa – doença de Chagas; ZOOANTROPONOSES: Doença transmitida pelo homem aos animais – tuberculose por Mycobacterium tuberculosis. SAPROZOONOSES: Agente etiológico, obrigatoriamente, passa uma fase do seu ciclo biológico no ambiente abiótico (além do hospedeiro vertebrado, é necessário um sítio abiótico para completar seu ciclo e /ou se tornar infeccioso) – Larva migrans cutânea – Ancylostoma caninum SAPRONOSES: Participação de HV e de elemento não animal. O habitat natural do agente é o meio ambiente abiótico (eventualmente, pode afetar animais e seres humanos) – Listerioses. FITONOSES: Doença transmitida de vegetais para os humanos – blastomicose por Paracoccidioides brasiliensis . ANTROPONOSES: Doença transmitida entre humanos – gripe – não são zoonoses; TIPOS DE TRANSMISSÃO: VE RTICAL: Da mãe para o feto, dentro do útero. HORIZ O N TAL: Do animal para o h o m e m (e v ice -versa) por contato direto (transmissão direta) ou do animal ao homem (e vice-versa), ou por via indireta, através do meio ambiente contaminado, vetores, alimentos, etc. (transmissão indireta). CICLO DO AGENTE ETIOLÓGICO: CICLOZOONOSES: Agente passa, obrigatoriamente, por duas espécies distintas de animais vertebrados para que o ciclo se complete. Podem ser de dois Liliane Gomes 5 tipos, conforme haja ou não a participação obriga tória de seres humanos: EUZOONOSES: São Ciclo zoonoses em que, obrigatoriamente, há a participação de humanos para que o ciclo biológico do agente se complete. PARAZOONSES: São Ciclo zoonoses nas quais o ciclo biológico do agente pode se completar com duas espécies de animais vertebrados, não obrigatoriamente humanos. Eventualmente afeta humanos. METAZOONOSES: Agente necessita passar, obrigatoriamente, por hospedeiro invertebrado (vetor) para que seu ciclo se complete (período extrínseco de incubação). A transmissão é prioritariamente por via vetorial. Brucelose Infecção generalizada e crônica causada pela bactéria do gênero Brucella spp., que acomete bovinos e bubalinos, suínos e javalis, aves, ratos do deserto, cabras, ovelhas, camelos animais silvestres, cães e humanos. VIAS DE TRANSMISSÃO: Água Pastagem Fômites contaminados Sêmen Liliane Gomes 6 Leite e derivados crus VIAS DE ELIMINAÇÃO: Restos de aborto ou placentários Secreção vaginal ou uterinaSêmen Leite Pela ingestão de pastagens DIAGNÓSTICO: Através de testes sorológicos Teste do Antígeno Acidificado Tamponado Teste do 2 mercaptoetanol (2- ME) Teste de Polarização Fluorescente (FPA) Teste de Fixação de Complemento Teste do Anel em Leite (TAL) TESTE POSITIVOS: deverão ser destinados ao abate sanitário ou à eutanásia. ANIMAIS REAGENTES- IN 10/2017: Marcação Separação Ferro candente Nitrogênio líquido Marcar com a letra P do lado direito da cara Notificação: Médico veterinário habilitado deverá notificar resultados positivos e inconclusivos em até 1 dia útil. TESTES DE REBANHO: Intervalo de 30 a 90 dias entre testes, sendo que o primeiro deverá ser realizado em até noventa dias do abate sanitário ou eutanásia do(s) positivo(s) O médico veterinário habilitado realizará o saneamento e deverá informar à ADAF as datas de colheita de sangue, com antecedência mínima de sete dias. Realização de 2 testes de rebanho negativos consecutivos, realizados em bovinos e bubalinos a partir de seis semanas de idade, num intervalo de seis a doze meses. MARCAÇÃO DAS BEZERRAS IN 10/2017 Lado esquerdo da cara com ferro candente ou nitrogênio líquido da seguinte forma: Vacina B19- Último algarismo do ano da vacinação: em 2018, será o número “8 Vacina RB51 - Somente a letra “V”. Excluem-se da obrigatoriedade de marcação as fêmeas destinadas ao Registro Genealógico, quando devidamente identificadas. A TRANSMISSÃO PARA HUMANOS: Contato com animais infectados Ingestão alimentos ou bebidas contaminadas pela bactéria Acidente aplicação vacinal animal Relações sexuais Transfusão de sangue e transplantes. Liliane Gomes 7 SINTOMAS EM HUMANOS: Febre ondulante Sudorese noturna Calafrios Cansaço Inapetência e dores de cabeça,no abdômen e nas costas. BRUCELOSE TEM CURA? Sim, em humanos, com o tratamento medicamentoso correto e com o diagnóstico precoce, a doença pode ser tratada e o paciente ter remissão total da infecção, não existe vacina para a brucelose humana. POR QUÊ OCORRE O ABORTO? Pois causa infecção na carúncula. Caso emprenhe pela 2 vez, as chances diminuem, pois sistema imune cria anticorpos e caso emprenhe pela 3 vez, é nula a chance de abortar, porém o bezerro nasce infectado (morre após o nascimento ou apresenta sinais clínicos depois). CONTROLE: Vacinação Diagnóstico sacrifício/destruição controle de trânsito Desinfecção piquete de parição PREVENÇÃO: Vacinação B19 e RB51 e obrigatória a vacinação de todas as fêmeas bovinas e bubalinas, entre 3 e 8 meses de idade, com amostra B19 ou com RB51 apenas para a espécie bovina Não são vacinados animais machos É obrigatória a comprovação pelo proprietário da vacinação das bezerras a ADAF, no mínimo, uma vez por semestre É obrigatória a comprovação pelo proprietário da vacinação das bezerras a ADAF, no mínimo, uma vez por semestre. PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO: Emissão de receituário para aquisição de vacinas contra a brucelose Execução da vacinação contra a brucelose das bezerras de 3 a 8 meses de idade Responsabilidade técnica pela vacinação de bezerras contra a brucelose realizada por vacinadores treinados e cadastrados Emissão de atestados de vacinação contra brucelose. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: Liliane Gomes 8 Desvalorização do animal que será enviado para abate. Redução na produção de leite. Nascimento de bezerros fracos ou abortados. Carbúnculo hemático Bactéria Bacillus anthracis, uma bactéria anaeróbica, imóvel e que é encontrado nos solos, principalmente de onde já ocorreu a doença, geralmente estes esporos provêm de animais carbunculosos enterrados no campo, sem o devido cuidado e trazidos à superfície pelas minhocas, comum de animais mantidos em regime de pasto, porém, pode surgir em estábulos por feno contaminado adquirido em áreas onde ela ocorre pois sobrevive por vários anos. FONTE DE INFECÇÃO: Mamíferos silvestres e domésticos bovinos, ovinos, caprinos, camelos, antílopes e outros herbívoros e o homem VIA DE ELIMINAÇÃO: Não é eliminado do organismo do animal, embora esteja presente no sangue. VIA DE TRANSMISSÃO: Oral, principalmente pela mucosa PORTA DE ENTRADA: Oral EPIDEMIOLOGIA: Um solo rico em cálcio e nitrato, com PH 5 a 8 favorece a esporulação e a proliferação das bactérias, especialmente após inundações Após a disseminação da contaminação do local com secreções e excreções, depois da morte do animal, surgem novos casos da doença. Enchentes e efluentes industriais de fábricas que industrializam carcaças de animais podem contaminar a área. Carnívoros geralmente são infectados pelo consumo de carnes contaminadas Liliane Gomes 9 DIAGNÓSTICO: Coleta de amostras -mostras de sangue superficial Exame direto -Esfregaço de sangue e órgãos Isolamento e identificação-Cultura em laboratório Imunodiagnóstico – Detecção de antígeno Técnicas moleculares – Teste de PCR. Notificação: qualquer caso às autoridades sanitárias mais próximas. TRATAMENTO: A rápida morte dos animais em sua grande maioria sem apresentação dos sinais clínicos impede a realização do tratamento curativo Não apresenta resistência aos antibióticos É utilizada a penicilina e as tetraciclinas em altas doses Deve ser mantido o tratamento por 5 dias, algumas regiões administra o antissoro simultaneamente. INFECÇÃO EM HUMANOS: Ocorrem em atividades que lidam com animais e seus derivados SINTOMAS NO HOMEM: Forma Cutânea A lesão é normalmente indolor Aumento dos linfonodos adjacentes, febre, mal-estar e dor de cabeça CARBÚNCULO TEM CURA? Diagnosticado precocemente, mas caso isso não ocorra, mesmo com o uso de antibióticos, a taxa de mortalidade vai se aproximar a 100%. CONTROLE: Evitar abrir o animal cadáver (não fazer a necropsia) no campo*queimar completamente ou enterrar profundamente (no mínimo dois metros) o cadáver e as secreções, cobrindo com cal (de preferência queimar para evitar a permanência dos esporos) Ao manipular o animal devem ser usadas luvas de borracha e estas devem ser descartadas e o material utilizado esterilizado Não é recomendado o pastejo em pastagem contaminada por animais não vacinados PREVENÇÃO As carcaças em caso de morte são incineradas ou enterradas sobre uma camada de cal virgem Imunização dos animais sensíveis. Liliane Gomes 10 Complexo teníase cisticercose A Teníase é uma doença que pode ser provocada por duas espécies de tênias: T. solium (suíno) e T. saginata (bovino), HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: T. solium (suíno) e T. saginata (bovino), tornam-se infectados quando ingerem ovos ou proglotes presentes no ambiente. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: O homem, passando a integrar o ciclo biológico destes parasitas quando ingere a carne crua ou mau passada, vegetais e frutas contaminados por cisticercos de origem suína ou bovina DIAGNÓSTICO HUMANO: É clínico, epidemiológico e laboratorial. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Com distúrbios psiquiátricos e neurológicos. DIAGNÓSTICO ANIMAL: ELISA TRATAMENTO: Drogas: mebendazol, niclosamida ou clorossalicilamida, praziquantel,albendazo; Em alguns casos recomenda-se a extirpação cirúrgica Portadores de teníase recomendam-se medidas para evitar a sua propagação Descarte de carcaças. EPIDEMIOLOGIA: Tanto a Taenia solium quanto a T. saginata são parasitos de ampla distribuição, encontradas principalmente em regiões onde existe o hábito de ingerir carne de gado e/ou de suíno, crua ou mau cozida e vegetais contaminados com as fezes destes animais. CONTROLE: Melhoramento das condições decriação de animais como os suínos Liliane Gomes 11 Não consumo de carnes cruas PREVENÇÃO: Fiscalização correta dos abates como também a realização de intervenções educativas junto ao consumidor e principalmente aos produtores rurais responsáveis pela criação animal, para que realizem o manejo correto dos animais. Doença de chagas É a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. EPIDEMIOLOGIA: É prevalente em populações rurais, onde encontram-se milhares de insetos vetores nas moradias de adobe. Vetor: É transmitida por insetos hematófagos da família Reduviidae e subfamília Triatominae. Estes insetos são popularmente conhecidos como barbeiros, chupões, procotós,vum-vum, chupança. OUTRAS FORMAS DE TRANSMISSÃO: Transfusão sanguínea Consumo de carne de caça Consumo de alimentos contaminados com triatomíneos infectados Compartilhamento de agulhas e seringas no consumo de droga injetáveis Acidentes laboratoriais por pessoas que estudam e trabalham com o parasito de mãe para filho DIAGNÓSTICO: Liliane Gomes 12 Sorologia, cultura e, em certas circunstâncias, por PCR, e biópsias de linfonodos Métodos de imunodiagnóstico, especialmente a imunofluorescência ELISA e hemaglutinação, Notificação: Compulsória TRATAMENTO: Benznidazol: é apresentado na forma de comprimidos de 100 mg e deve ser usado em duas ou três tomadas diárias, por via oral, durante 60 dias. A dose varia de acordo com a idade e o peso do paciente PREVENÇÃO E CONTROLE: Cuidados com a conservação das casas Aplicação sistemática de inseticidas Utilização de telas em portas e janelas Doenças priônicas (mal da vaca louca) Agente infeccioso dessa doença é o príon, que são partículas de proteína infecciosas, é único agente infeccioso que não possui genes, por isso, não pode se reproduzir como bactéria ou vírus, são uma forma alterada de uma proteína normal presente na membrana de células nervosas do cérebro de vertebrados, se forma por causa de uma mutação no gene que codifica a proteína normal. DOENÇA PRIÔNICA EM HUMANOS Pode ser causada por herança genética, contaminação cirúrgica, consumo de carne contaminada ou de maneira esporádica. TRANSMISSÃO: É por meio da ingestão de alimentos contendo proteínas e gordura animal (farinha de carne e ossos, cama aviaria). Com menos de um grama de material infectante é o suficiente para transmitir a doença. SINTOMAS: Menor tempo de ruminação Aumento na frequência de lambidas no focinho Espirros Contração do focinho Esfregar da cabeça Ranger de dentes e sensibilidade aumentada Liliane Gomes 13 DIAGNÓSTICO: Laboratorial realizado em amostras do sistema nervoso central do animal, devidamente coletadas por médicos veterinários, podem confirmar a existência da doença. SINTOMAS NO HOMEM: Emoções instáveis (distúrbios psiquiátricos e do comportamento) Sinais sensoriais dolorosos Sinais neurológicos retardados Perda de memória Cansaço e rápido perda de peso Dificuldade locomotora, visual e linguística TRATAMENTO: Visa retardar e controlar os sintomas, ao detectar essas zoonoses tem que fazer eutanásia e descarte da carcaça como devidos requisitos. Humanos estimativa de vida de um ano. Notificação: obrigatória PREVENÇÃO: Através da não utilização de alimentos proteicos proveniente de ruminantes na dieta de bovinos* deve ser evitado que carne e leite de animais contaminados, sejam utilizados na alimentação humana. PERDAS ECONÔMICAS: Comércio internacional de animais e subprodutos, mudança de hábito alimentar pelos consumidores, chegou a uma diminuição do consumo do produto em até 50% em algumas regiões. Esporotricose Micose sub aguda ou crônica causada , na maior parte dos casos, por implantação traumática percutânea do fungo dimórfico do complexo Sporothrix schenckii. FUNGO DIMÓRFICO : Fungo que adquire formas diferentes de acordo com a temperatura do meio em que está; Forma filamentosa (micelial) que cresce preferencialmente em temperaturas entre 2 6°C e 27°C e forma de levedura a 37°C. Liliane Gomes 14 EPIDEMIOLOGIA: Fungo geofílico. Habitats naturais: solo , vegetais, matéria orgânica, pelo d e animais, feno , palha, espinhos, casca de árvores, etc. . FONTES DE INFECÇÃO: Felinos, ratos, cães, tatus etc. . DOIS PERFIS EPIDEMIOLÓGICOS: DOENÇA OCUPACIONAL, ZOONÓTICA OU NÃO: Doença dos jardineiros, agricultores, floristas, mineiros, veterinários, trabalhadores de empresas de demolição, profissionais de laboratório . INFECÇÃO ZOONÓTICA NÃO OCUPACIONAL: Pessoas infectadas por animais doentes ou portadores do fungo em cavidade oral, unhas (GATO). Na maioria dos países , se apresenta como casos isolados; A maior epidemia ocorreu entre 1941 e 1944 na África do Sul: mais de 3.000 mineradores de ouro foram infectados pelo fungo presente nas vigas de madeira da estrutura das minas; No RJ tem se apresentado como epidemia de caráter zoonótico , desde 1 9 98 : Aumento de 225 vezes no número de casos em 9 anos (1998-2007)! GRUPOS DE RISCO : HUMANOS: A diferença na distribuição dos casos por idade e sexo está relacionada a ocupação e exposição ao fungo : Como doença ocupacional os grupos de maior risco são adultos do sexo masculino ; Como zoonose, são mulheres adultas, responsáveis pelos cuida dos c o m o s felinos. FELINOS; Machos, adultos, inteiros – mais propensos a brigar . VIAS DE TRANSMISSÃO : DOENÇA OCUPACIONAL: Penetração transcutânea do fungo por meio de perfuração da pele por espinhos, farpas de madeira, ou pela penetração de terra contaminada e m feridas da pele; Mordeduras e arranhaduras de gatos infectados (médicos veterinários, enfermeiros veterinários, tratadores de animais, etc.); Em situações mais raras, é possível a inalação do fungo . Liliane Gomes 15 DOENÇA ZOONÓTICA : Penetração ativa do fungo por mordeduras e arranhaduras por gatos infectados Contato de pele lesada ou mucosas com exsudato das úlceras CLÍNICA EM ANIMAIS: FORMAS DE APRESE NTAÇÃO: Cutânea ; Cutâneo -linfática ; Disseminada; Respiratória . LOCALIZAÇÕES Locais m ais fáceis de serem arranhados, lambidos : Cabeça , face ; Extremidades dos membros; Lesões espalhadas pelo corpo (disseminada) Trato respiratório. LESÕES Inicialmente , são pápulo-nodulares; em seguida ulceram, deixando drenar exsudato purulento. Gatos com a forma respiratória podem não apresentar lesões visíveis; sendo a manifestação clínica, os acessos constantes de espirros → Síndrome do gato espirrador ; O hábito de auto higiene do animal (lambeduras) pode ajudar a disseminar a doença Nas formas disseminadas, o animal apresenta febre, prostração , mal -estar. Nos cachorros a doença é bem menos agressiva , m as lesões n a região do focinho podem aparecer. CLÍNICA EM HUMANOS: Geralmente é benigna , apresentando lesões nodulares que iniciam no ponto de penetração do fungo (mãos e antebraços) e formam cordões nodulares, acompanhando a via linfática – Linfangite Nodular Ascendente: Pacientes imunocomprometidos podem apresentar formas disseminadas, graves: Liliane Gomes 16 DIAGNÓSTICO:CLINICO -EPIDEMIOLÓGICO: Humanos: lesões sugestivas, associadas a informações sobre profissão, atividades de jardinagem ou similar, presença de felinos em casa, histórico d e mordedura ou arranhadura por felino , contato com felino doente, etc. Animais: lesões sugestivas, associadas a informações sobre sexo, idade , condição reprodutiva, contato com outros gatos, contato com terra, plantas , etc. LABORATORIAL: Visualização direta : swab de lesão; Biópsia; Fragmentos d e tecido. ISOLAME N TO: Cultivo a 2 5ºC na fase micelar e a cultura a 37ºC na fase leveduriforme . MEIOS DE CULTURA : Agar-Sabouraud com cloranfenicol e ciclohexamida a 25ºC. Agar-infusão de cérebro -coração a 37ºC. Imunológico: Reação de Esporotriquina . Sorologia - OINI tem feito ensaios com ELISA, mas apenas experimentalmente . TRATAMENTO : Itraconazol – droga de eleição para felino s. GATOS: Animais de 2 ,5 kg ou mais: 10 0mg/d ia/VO, dose única . Apresentação em cápsulas , que podem ser abertas e o conteúdo misturado a o alimento úmido . Gatos abaixo d e 2 ,5 k g: 20m g/kg/dia /VO. Duração do tratamento: em média, de 4 a 6 meses , dependendo da resposta do animal. O tratamento deverá ser estendido por, pelo menos, mais 30 dias após o desaparecimento dos sinais clínicos CÃES: Cetoconazol na dose de 5 a 1 0mg/kg/dia, VO , em dose única ; Liliane Gomes 17 Iodeto de Potássio : Casos não responsivos ao tratamento inicial após um mês de tratamento. GATOS: Itraconazol, associado a Iodeto de Potássio (2,5 a 5 mg/k g/dia), VO. CÃES : Itraconazol (5 a 1 0 mg/k g/dia) associado a Iodeto de Potássio (2, 5 a 5 mg/k g/dia),VO. OBS: Caso não haja resposta ao tratamento, sugere-se aumentar a dose do Iodeto de Potássio, sendo a d o se máxima recomendada 1 0mg/kg/dia TRATAMENTOS ALTERNATIVOS: Anfotericin a B (para casos resistentes e pacientes imunocomprometidos); Outros: Cetoconazol, Fluconazol (não funcionam para gatos). HUMANOS: Itraconazol 100mg a 2 0 m g/VO /diariamente; Iodeto de potássio ( KI) supersaturado: Iniciar com 5 gota s 3 v e z es ao dia a pós as refeições e aumentar gradualmente, conforme tolerância , até 40 gotas 3 veze s ao d ia durante 6 a 12 semanas; OBS1 : casos confirmados e com regressão espontânea poderão ser acompanhados sem tratamento . OBS2 : o calor local poderá ser utilizado como terapia coadjuvante sempre que necessário. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: HUMANOS: Doença da arranhadura do gato Leishmaniose tegumentar; Criptococose. GATOS: Criptococose; Carcinoma espinocelular (Células escamosas). PREVENÇÃO: FELINOS: Castrar animais sem interesse reprodutivo; Evitar que os gatos tenham acesso a terrenos baldios e a gato s d e rua; Utilizar arranhadores de material sintético para evitar que os gatos arranhem troncos de árvore; Cuidado com a qualidade do material colocado na caixa de areia (dar preferência a material sintético ). HUMANOS: Veterinários devem usar EPIs para lidar com animais infectados, com luvas grossas; Médico Veterinário, usar máscaras SEMPRE que atender gatos que espirram; Liliane Gomes 18 Notificação compulsória: Res. SES nº674 /2013 Médicos veterinários devem orientar proprietários a : Usa r luvas grossas para mexe r na caixa de areia e cama dos animais e para atividades de jardinagem , Se o gato falecer ou precisar ser eutanasiado, não enterrar ou jogar no ambiente (cremar); Utilizar caixa de transporte de plástico (nunca de madeira), Gatos em tratamento devem ser isolados d e outros gatos e de outras pessoas, exceto quem está cuidando do animal Animais com esporotricose não podem ter acesso a quintal, jardim e rua (nenhum local onde possa ter contato com solo, gramado, plantas e outros animais). Esquistossomose É uma doença parasitária causada pelo Schistosoma mansoni. Inicialmente a doença é assintomática, mas pode evoluir e causar graves problemas de saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à morte, conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: O homem é o principal hospedeiro definitivo HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Liliane Gomes 19 O ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do hospedeiro intermediário no ambiente. SINTOMAS: Febre Dor de cabeça Calafrios Suores Fraqueza Falta de apetite Dor muscular Tosse Diarreia. COMPLICAÇÕES: Aumento do fígado Aumento do baço Hemorragia digestiva Hipertensão pulmonar e portal Morte. Feito por meio de exames laboratoriais de fezes TRATAMENTO: Casos simples, é em dose única e supervisionado feito por meio do medicamento Praziquantel, Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação. CONTROLE: Tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico, educação em saúde e controle de caramujos em lagos e rios. PREVENÇÃO: Consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. Febre amarela AGENTE CAUSADOR ESPÉCIES ACOMETIDAS Vírus amarílico, arbovírus do gênero Flavivirus e família Flaviviridae (do latim flavus = amarelo). Liliane Gomes 20 CICLO EPIDEMIOLÓGICO Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: Febre Amarela Urbana (FAU) e Febre Amarela Silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro EVOLUÇÃO DA DOENÇA CICLO SILVESTRE CICLO URBANO SINTOMAS NO HOMEM Febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) Hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Um espectro clínico muito amplo, podendo apresentar desde infecções assintomáticas e oligossintomáticas até quadros exuberantes com evolução para a morte SINAIS CLÍNICOS NOS ANIMAIS Muito semelhantes aos sinais e sintomas apresentados pelos humanos. FORMAS DE TRANSMISSÃO Pela picada dos mosquitos transmissores infectados (gêneros Haemagogus e Sabethes). A transmissão de pessoa para pessoa não ocorre por contágio. Na Febre Amarela Silvestre, o vírus circula entre animais silvestres os macacos que, no período de viremia, ao serem picados pelos mosquitos silvestres lhe repassam o vírus. O homem susceptível infecta-se ao penetrar na mata e ser picado por mosquitos infectados e, desta forma, é inserido acidentalmente no ciclo de transmissão: macaco → mosquito silvestre → homem. Liliane Gomes 21 Na Febre Amarela Urbana, o vírus é introduzido no ciclo pelo homem em período de viremia. Ao ser picado pelo Aedes aegypti, este vetor torna-se infectado, passa pelo período de incubação extrínseca e estará apto a transmitir o vírus para outras pessoas susceptíveis, iniciando o ciclo de transmissão: homem→ Aedes aegypti → homem. DIAGNÓSTICO O diagnóstico laboratorial é realizado para confirmação dos casos suspeitos de febre amarela, Diagnóstico histopatológico (imuno- histoquímica - detecção de antígeno em tecido) e/ou; Diagnóstico virológico (isolamento viral, detecção de antígenos virais e/ou ácido nucleico viral) e/ou; Diagnóstico sorológico (MAC–ELISA, inibição da hemaglutinação, teste de neutralizaçãoe fixação de complemento). TRATAMENTO Não existe tratamento antiviral específico. É apenas sintomático, com cuidados a assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicada. Os quadros clássicos 30 FEBRE AMARELA e/ou fulminantes exigem atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hemodiálise (devido insuficiência renal aguda), melhorando a sobrevida do paciente. PREVENÇÃO E CONTROLE A vacinação é a mais importante medida de controle Vigilância sanitária de portos, aeroportos e passagens de fronteira, com a exigência do Certificado Internacional de Vacinação Febre maculosa Bactérias do gênero Rickettsia transmitida pela picada do carrapato Amblyomma Liliane Gomes 22 cajennense;Os principais reservatórios são animais como: Capivaras, Cavalo, Boi, Cães, Animais de sangue frio (como ofídios),homem. Multiplicam-se nas células do endotélio vascular, causando processos hemorrágicos. É transmitida pela picada do carrapato (6-10 horas, para que a bactéria entre no corpo). Essa bactéria no Brasil é mais patogênica. FONTE DE INFECÇÃO: Animais silvestres/Amblyomma VIAS DE ELIMINAÇÃO: Hematogena VIAS DE TRANSMISSÃO: Vetor/ transovariana PORTA DE ENTRADA: Pele SUSCETÍVEIS: Cão/humano/cavalo SINTOMAS EM ANIMAIS DOMÉSTICOS: Petéquias Sufusões em mucosas oculares, nasais, orais e genitais, edema e epistaxes Diarreia sanguinolenta ou não Vômitos Aumento dos linfonodos Esplenomegalia (aumento do baço) Dores musculares e articulares Complicações cardiovasculares, neurológicas e renais ANTECEDENTES EPIDEMIOLÓGICOS: Animais domésticos, rio, cachoeira e exposição a carrapatos. Maior incidência é em outubro. QUADRO GRAVE: Edema de membros inferiores, cefaleia, déficit neurológico, oligúria, insuficiência renal, choque, e o óbito em 6 dias DIAGNÓSTICO: Materiais Método Laboratorial Sangue Isolamento em BHI e PCR Soro Reação de imunofluorescência indireta Liliane Gomes 23 Tecidos Isolamento, PCR e IHQ Carrapatos RIFI, taxonomia e isolamento Hemograma: Anemia e trombocitopenia Enzimas: BT aumentadas, ACT, CK... Reação de Imunofluorescência indireta (RIFI) Reação em cadeia da polimerase (PCR) Cultura com isolamento Hemograma. Notificação: obrigatória às autoridades locais de saúde. SINTOMAS NOS HUMANOS: Levam de 2 a 14 dias para se manifestar em geral, ocorre: Forte mal-estar Febre alta Cor de cabeça Congestão das conjuntivas Lesões na pele Lesões no sistema nervoso Lesões em rins TRATAMENTO EM HUMANOS: Com antibióticos específicos. CONTROLE: Nas regiões onde há presença de capivaras, controlar o acesso desses animais às áreas onde há circulação de humanos Manter o gramado aparado em ambientes domiciliares e de acesso à população humana. Divulgação da doença junto à população. Promover ações educativas PREVENÇÃO: Prevenir infestação de carrapatos em animais tratando-os com produtos carrapaticidas Retirar os carrapatos com cuidado, serem retirados inteiros Evitar caminhar em áreas reconhecidamente infestadas por carrapatos FATORES SOCIOECONÔMICOS, CULTURAIS E SANITÁRIOS DE RISCO: Proximidade do homem com animais no meio urbano, tais como cavalos e cachorros Desconhecimento da biologia do carrapato e da Rickettsia; Presença de indivíduos sensíveis à infecção por Rickettsias; Hábitos ocupacionais da população, além do aumento do turismo rural; Controle inadequado do vetor Aumento do número de carroceiros na zona urbana. RESERVATÓRIOS: Multiplica o agente sem demonstrar sinais ou morrer. Liliane Gomes 24 Ser um bom hospedeiro natural do carrapato vetor, ser susceptível a infecção R. Rickettsi PAPEL DA CAPIVARA NA DOENÇA Não manifestam sinais clínicos, contaminam os carrapatos em 15min de riquetsemia. Imunes após 14 dias. Só podem ser retiradas do local ou sacrificadas, com autorização. BIOLOGIA E CONTROLE DE CARRAPATOS Principal vetor: Amblyomma sculptum (carrapato estrela. Os principais hospedeiros são as capivaras e os equinos, a maior época de transmissão é de julho a outubro. Interferir sobre hospedeiro/reservatório. Carrapaticidas piretróides, formamidas e avermectinas (tratamento contínuo). Limpeza de pastos, rotação de pastagem e Controle Biológico (Aves). PROFILAXIA: Manter grama baixa, proteção individual, uso de roupas claras revisão do corpo de 4 em 4 horas, não espremer, não retirar com objetos perfurantes ou de fogo, e fazer desinfecção do local. PROGRAMA DE CONTROLE CONTRA A FEBRE MACULOSA Todo caso suspeito de febre maculosa deve ser de notificação compulsórias. Iniciar investigação epidemiológica em até 48h após a notificação. Roteiro da investigação epidemiológica: coleta de dados clínicos e epidemiológicos -> Identificação da área de transmissão -> Determinação da área de transmissão -> Encerramento dos casos -> Interpretação dos dados coletados e Relatório final. Causada pelo vírus pertencente à família Bunyaviridae do gênero Hantavírus; Hantavirose Liliane Gomes 25 Doença aguda inespecífica -Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR) e Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), são transmitidos especificamente por roedores silvestres; TRANSMISSÃO AO HOMEM: Inalação de aerossóis, formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados. Percutânea, por meio de escoriações cutâneas ou mordeduras de roedores Contato do vírus com as mucosas, como a conjuntiva, ou boca ou nariz, por meio de mãos contaminadas com excretas dos roedores; SINTOMAS NO HOMEM: Febre Dispneia Náuseas e vômitos Dor no corpo Dor de cabeça Dor lombar Tosse. DIAGNÓSTICO: Exames laboratoriais Imunofluorescência E.L.I.S.A. soro neutralização, A confirmação virológica é feita através do PCR Imuno-histoquímica de órgãos positivos. TRATAMENTO: Não há tratamento específico Casos graves da doença devem ser tratados em unidades de terapia intensiva O tratamento instituído deverá envolver medidas terapêuticas destinadas a outras infecções pulmonares Infelizmente, quase a metade dos doentes morrem após o desenvolvimento do edema pulmonar Notificação: compulsória imediata, devendo, portanto, ser notificada em até 24horas. CONTROLE: Saneamento Melhorias nas condições de vida e de moradia Juntamente com medidas de controle dos roedores (desratização). PREVENÇÃO: Roçar o terreno em volta da casa Dar destino adequado ao entulho Liliane Gomes 26 Deixar os locais que armazenam alimentos bem fechados Não deixar muita louça acumulada Usar tampas de lata de lixo apertadas Molhar roedores mortos ou locais onde eles estiveram com álcool, desinfetantes domésticos ou água sanitária. PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO: Detectar precocemente casos e/ou surtos Conhecer o comportamento clínico e epidemiológico Identificar fatores de risco associados à doença Recomendar e executar medidas de prevenção e controle Identificar as variantes de hantavírus circulantes e sua distribuição geográfica Influenza Doença viral aguda causada pelo agente etiológico Myxovirus influenzae; doença vulgarmente conhecida como gripe é isolada nos tratos respiratórios superior e inferior aves, cães, equinos, gatos, mamíferos marinhos, morcegos e suínos e o homem. SINTOMAS NOS ANIMAIS: Secreções nasal Perda de apetite Letargia Tosse SINTOMAS NO HOMEM: Coriza Febre repentina e alta Tosse Dor cabeça musculares Dores musculares Dores nas articulações EPIDEMIOLOGIA:A propagação do vírus muito rápida, por conta dos meios de transporte e tecnologia, Alto índice de letalidade, tanto nas aves domésticas, quanto em seres humanos (em casos raros). TRANSMISSÃO NO HOMEM: Por contanto e por objetos contaminados o vírus penetra no organismo, através de mucosas até a corrente sanguínea do hospedeiro, onde se começa a surgir os sinais clínicos DIAGNÓSTICO: Testes de laboratório Exames de imagem Raios-X Liliane Gomes 27 TRATAMENTO: Remédios antivirais amantadina e rimantadina PREVENÇÃO: Vacinação Larva migrans cutânea e visceral AGENTE CAUSADOR Larva migrans cutânea - larvas de 3º estágio (L3) dos helmintos Ancylostoma braziliense, A. caninum, Uncinaria stenocephala, Gnathostoma spinigerum, A. duodenale, Necator americanus, Strongyloides stercoralis e formas imaturas de Dirofilaria Larva migrans visceral (LMV) - larvas de 3º estágio (L3) principalmente do gênero Toxocara ESPÉCIES ACOMETIDAS Seres humanos / Cães e Gatos (hospedeiros definitivos) SINTOMAS EM HUMANOS Larva migrans cutânea – prurido e lesões dermatológicas com “traçado de mapa” Larva migrans visceral (LMV) – febre, hepatomegalia, nefrose, manifestações pulmonares e cardíacas, e lesões cerebrais e/ou oculares. FORMAS DE TRANSMISSÃO HUMANOS: LMC: Solo contaminado com L3 LMV: Ingestão de ovo com L3 (Toxacara) DIAGNÓSTICO HUMANOS: LMC: Histórico (contato com locais fequentados por cães e gatos), sinais clínicos e lesões dermatológicas com prurido intenso. LMV: Histórico (exposição a solo contaminado com fezes de caninos e/ou felinos); Métodos imunológicos (ELISA) NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA Não LARVA MIGRANS CUTÂNEA Espécie A. braziliense parasita o intestino delgado de cães e gatos Espécie A. caninum parasita o intestino delgado de cães. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Liliane Gomes 28 A doença ocorre mais frequentemente em áreas tropicais e subtropicais, sendo reportada na Argentina, Austrália, Brasil, Caribe, França, Alemanha, Índia, Israel, México, Felipinas, África, Espanha, Estados Unidos e Uruguai, todavia, a prevalência da infecção humana é desconhecida PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA O número de larvas e, portanto, o número de trajetos inflamatórios lineares varia de uma única a dezenas ou centenas. As partes que mais frequentemente entram em contato com o solo são as mais sujeitas como pés, pernas, mãos e antebraços. Em crianças que brincam sentadas no chão, normalmente na região glútea e coxas, em frequentadores de praias as larvas podem penetrar em outras partes do corpo que normalmente ficam protegidas pela roupa. DIAGNÓSTICO HISTÓRICO: Contato com locais que apresentam areia, frequentados por cães e gatos, sobretudo em praias, em praças, colégios e parques destinados à recreação de crianças. SINAIS CLÍNICOS E LESÕES: Considerar a inflamação e intenso prurido, bem como aspecto e evolução das lesões dermatológicas CICLO EVOLUTIVO A. BRAZILIENSE INFECÇÃO POR VIA PASSIVA (INGESTÃO DE L3): O parasita pode passar para larvas de 4º estágio (L4), larvas de 5º estágio (L5) e adultos, no aparelho digestivo, sem migrar pela corrente sanguínea. Larvas (L3) também podem migrar, após ingestão, ao penetrar na mucosa bucal e da faringe e alcançar a corrente sanguínea, como ocorre por via ativa. INFECÇÃO POR VIA ATIVA (PELE): As L3 atingem a circulação, coração direito, pulmões onde passam para L4, essas, alcançam a traqueia, são deglutidas, alcançam o estômago e intestino onde passam para L5 e adultos. A. CANINUM MIGRAÇÃO SOMÁTICA : A maioria das larvas (L3) que chegam aos pulmões, principalmente em animais mais velhos, que já tiveram contato com o parasito, não prosseguem o caminho para o intestino, migrando para a musculatura, podendo Liliane Gomes 29 permanecer por mais de 240 dias em dormência (larvas somáticas). INFECÇÃO TRANSMAMÁRIA: Em fêmeas gestantes as larvas somáticas são reativadas, sendo eliminadas no colostro e no leite infectando os filhotes durante as três primeiras semanas de lactação INFECÇÃO POR INGESTÃO DE HOSPEDEIROS PARATÊNICOS: Alguns insetos e para A. caninum, também roedores, podem funcionar como hospedeiros paratênicos (hospedeiros que retém a L3 e podem servir de fonte de infecção, por via oral, para os cães) CICLO EVOLUTIVO T. CANIS INFECÇÃO POR VIA PASSIVA As larvas saem dos ovos no intestino e migram pela circulação portal até o fígado, pela veia hepática e cava posterior ao coração direito e aos pulmões MIGRAÇÃO SOMÁTICA As larvas invadem, por exemplo, pulmões, fígado, rins, útero, glândulas mamárias e músculos esqueléticos, ficando retidas por meses ou anos sem prosseguir seu desenvolvimento INFECÇÃO PRÉ-NATAL É a forma habitual de propagação do parasitismo entre os cães. As L3 passam pela placenta para o fígado do feto. Após o nascimento, migração traqueal, intestino L4, L5, adulto, eliminação de ovos em três a quatro semanas. Larvas podem ser reativadas em outras gestações, independente de novas infecções. INFECÇÃO TRANSMAMÁRIA, A eliminação de larvas no leite se inicia imediatamente após o parto e alcança o máximo na segunda semana. O parasito se desenvolve até adulto diretamente no intestino (PPP de aproximadamente 21 dias) INFECÇÃO POR INGESTÃO DE HOSPEDEIROS PARATÊNICOS como roedores, ovinos, suínos, macacos, homem, minhocas, cães adultos e aves. O parasito se desenvolve até o estágio adulto diretamente no intestino (PPP é de 4 a 5 semanas) LARVA MIGRANS VISCERAL A espécie T. canis está classificada no filo Nemathelminthes, classe Nematoda, ordem Ascaridida, superfamília Ascaridoidea, família Liliane Gomes 30 Ascarididae. T. canis - parasita o intestino delgado de cães e menos comumente de gatos. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA São um problema mundial. PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA Os órgãos mais afetados, por ordem de frequência, são o fígado, os pulmões, o cérebro, os olhos e os gânglios. Nas localizações oculares, mais frequentes no segmento posterior, os abscessos eosinófilos tendem a produzir o deslocamento da retina e a opacificação do humor vítreo, acarretando a perda completa da visão. DIAGNÓSTICO HISTÓRICO: Idade normalmente inferior a quatro anos, dados sobre geofagia ou exposição a solos contaminados com fezes de caninos e/ou felinos. SINAIS CLÍNICOS: É difícil o diagnóstico baseado nos sinais clínicos, todavia, suspeita-se principalmente quando há leucocitose, eosinofilia persistente, hipergamaglobulinemia e hepatomegalia. LOCALIZAÇÃO OCULAR: quando há suspeita, realizar exame oftalmológico. Métodos imunológicos: bastante sensíveis e específicos como a técnica de ELISA. DIAGNÓSTICO EM CÃES E GATOS Ancilostomose: considerar os sinais clínicos como a presença de eritema principalmente no abdome, prurido, anorexia, anemia (helmintos hematófagos), diarréia escura (perda de sangue), desidratação, emagrecimento, edema e ascite. Toxocariose: predominantemente em animais jovens, que mostram diante da infecção, atraso no desenvolvimento, emagrecimento, anemia, vômito, ventre abaulado, dor abdominal, diarreia ou constipação, pelos arrepiados e opacos, sinais de alterações nervosas. O parasito pode eventualmente ser visualizado nas fezes ou no vômito. Tanto na Ancilostomose como na Toxocariose pode-se realizar exame de fezes pelo método de flutuação (Willis Mollay). As fezes no período da coleta até o exame devem ser conservadas em gelo ou em geladeira (temperatura de 2 a 8ºC). TRATAMENTO Liliane Gomes 31 Algumas bases químicas que apresentam comprovada ação contra Ancylostoma e Toxocara:mebendazole, fembendazole, albendazole, nitroscanato, pamoato de pirantel, milbemicina oxima. PREVENÇÃO E CONTROLE Manter os animais em boas condições de higiene. Leishmaniose visceral americana (LVA) E Leishmaniose tegumentar americana (LTA) ETIOLOGIA : Protozoários tripanossomatídeos, parasitas do sistema fagocítico mononuclear;7 espécies de Leishmania Leishmania(Leishmania ) amazonenses ; Leishmania (Viannia ) guyanensis; Leishmania (Viannia ) braziliensis Formas promastigotas – infectante; Forma amastigotas – diagnóstico LEISHMANIOSE TEGUMENTAR: Doença polimorfa da pele e das mucosas, caracterizada pela presença de lesões ulcerativas LEISHMANIOSE VISCERAL Doença generalizada de evolução crônica que atinge as vísceras: baço, fígado e medula óssea. Liliane Gomes 32 CICLO HOSPEDEIROS E RESERVATÓRIOS (LTA): Infecções por leishmanias que causam a LTA foram descritas em várias espécies de animais silvestres, sinantrópicos e domésticos (canídeos, felídeos e equídeos) Não há evidências científicas que comprovem o papel dos animais domésticos como reservatórios, sendo considerados hospedeiros acidentais da doença Já foram registrados como hospedeiros e possíveis reservatórios naturais algumas espécies de roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestre HOSPEDEIROS E RESERVATÓRIOS (LV): Na área urbana os cães são a principal fonte de manutenção da doença; No ambiente silvestre são os canídeos selvagens (lobo guará, cachorro do mato, raposa) e marsupiais LEISHMANIOSE TEGUMENTAR: Doença polimorfa da pele e das mucosas, caracterizada pela presença de lesões ulcerativas LEISHMANIOSE VISCERAL Doença generalizada de evolução crônica que atinge as vísceras: baço, fígado e medula óssea. SINTOMAS: TEGUMENTAR: Surge uma pequena elevação avermelhadas na pele que vai aumentando até se tornar uma ferida que pode estar coberta por crosta ou secreção purulenta a também a possibilidade de sua manifestação se dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca Liliane Gomes 33 VISCERAL: Ocorre febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de peso, inchaço abdominal devido aumento do fígado e do baço DIAGNÓSTICO: é feito através de um exame de sangue afim de encontrar anticorpos específicos biópsia ou raspadura da lesão no caso de feridas de encontrar anticorpos específicos biópsia ou raspadura da lesão no caso de feridas Notificação: Compulsória TRATAMENTO: É feito não só visando a cura clínica, mas também o impedimento de que a doença evolua para as outras formas mais graves e, também, para evitar recidivas. HOMEM: Quando a doença é diagnosticada a tempo, no tratamento e cura são possíveis, com medicamentos específicos. CONTROLE E PREVENÇÃO:- LVA E LTA Evitar a proliferação do mosquito-palha, mantendo o ambiente limpo, livre de entulhos e acúmulo de lixo são fundamentais. O uso de telas em portas e janelas também é recomendado. Passear com o seu cachorro durante o dia, já que os mosquitos são mais ativos na parte da noite. Uso de coleiras repelentes Vacinação anual dos animais Leptospirose É uma doença infecciosa; transmitida ao homem pela urina de roedores; pode acometer vários animais: Ratos, Bovinos, Suínos, Equinos, Caprinos e Carnívoros, pode sobreviver nos rins dos animais sem provocar nenhum sintoma e, no meio ambiente, por até seis meses. Liliane Gomes 34 TRANSMISSÃO OCORRE TAMBÉM: Descargas uterinas Pós-aborto Feto Placenta infectada Infecções uterinas e sêmen. ÁREA URBANA: Ocorre em todos os territórios nacionais Períodos chuvosos como, enchentes nos rios e córregos Cidades com menos condições de saneamento básico Esgoto a céu aberto e lixões Propiciam a contaminação da água com urina de roedores. VIAS DE ENTRADA: Parenteral, dérmica, mucosas, digestiva, respiratória VIAS DE ELIMINAÇÃO: por meio de fluídos. CONTATO DIRETO: Imersão da pele com feridas, arranhões ou íntegra em água de enchentes contaminadas pela urina do rato. CONTATO INDIRETO: Ingestão de água ou alimentos contaminados. EPIDEMIOLOGIA: FI -> Roedores (animais infectados); VE -> Urina, sangue, líq. Fetais; VT -> Contato direto, indireto e via transplacentária; PE -> Cortes, abrasões, mucosa e pele molhada; S - > A. silvestres e domésticos PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 7 a 15 dias, fazendo disseminação de órgãos (rins, fígado, baço e pulmões). SINAIS CLINICOS -> BOVINOS Encontrado mais em bezerros (fase aguda): febre, icterícia, hemoglobinúria e anemia Liliane Gomes 35 Fase Crônica: encontrada mais em vacas adultas, não apresentam sinal, distúrbios reprodutivos e mastite. SINAIS CLINICOS -> OVINOS Semelhante aos bovinos, na fase crônica apresenta perda de brilho na lã, enfraquecimento e anemia. SINAIS CLINCOS -> CAPRINOS Susceptível ao aborto -> leptospiremia SINAIS CLINICOS -> SUÍNOS Febre, icterícia, infertilidade, distúrbios reprodutivos, leitões fracos morrem nos primeiros dias SINAIS CLINICOS -> EQUINOS Mais difícil de diagnosticar, febre, inapetência, icterícia, diarreia e na fase crônica desenvolve uveíte SINAIS CLINICOS -> CANINO Em fase aguda -> leptospiremia intensa nos filhotes, choque e morte. Fase crônica nos adultos apresenta febre, epistaxe, hemorragia de pele e mucosa, hematêmese. DIAGNÓSTICO: Exames iniciais e de seguimento –hemograma e bioquímica Se necessário, também devem ser solicitados: radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG) e gasometria arterial. Na fase tardia, as leptospiroses podem ser encontradas na urina, cultivadas ou inoculadas MÉTODO DIRETO: Isolamento, PCR e Inoculação em cobaia. MÉTODO INDIRETO: SAM, FC, ELISA e Aglutinação em tubo. Teste recomendado é o SAM, usada na identificação e classificação dos sorovares isolados. Feita a 1x no primeiro atendimento e a segunda após um intervalo de 14 a 21 dias. MEDIDAS DE PROFILAXIA: Tratamento isolado de doentes e portadores. DESRATIZAÇÃO: eliminação direta dos roedores através de métodos mecânicos e químicos. ANTIRRATIZAÇÃO: Prevenção primária e eliminação dos fatores que propiciem o acesso desses animais a alimentos, água e abrigo. Liliane Gomes 36 Fazer o destino correto de lixo, esgoto, água não tratada, limpeza de caixa d’agua e etc... VACINAS: Não existe vacina contra a leptospirose para seres humanos Existem vacinas para uso em animais, como cães, bovinos, suínos e equinos Devem ser vacinados todos os anos para ficarem livres do risco de contrair a doença e diminuir o risco de transmiti-la ao homem Notificação: compulsória no Brasil, tanto casos suspeitos isolados como a de surtos devem ser notificadas SINTOMAS NO HOMEM: O quadro clínico que pode variar desde infecções assintomáticas até formas graves. Comumente é diagnosticada como síndrome gripal, virose, influenza ou dengue, pela semelhança dos sintomas, febre; dor de cabeça; dores pelo corpo; podem ocorrer vômitos, diarreia e tosse Nas formas graves aparece icterícia (pele e olhos amarelados), sangramento e alterações urinárias TRATAMENTO PARA O HOMEM: Hidratação; Uso de antibióticos: penicilina (bactericida) ou doxiciclina (bacteriostático) Medicamentos para aliviar os sintomas (evitar ácido acetilsalicílico) CONTROLE: acondicionamento e destino adequado do lixo Armazenamento apropriado de alimentos, Desinfecção e vedação de caixas d´água Vedação de frestas e aberturas em portas e paredes, o uso de raticidas. PREVENÇÃO: Evitar contato com qualquer tipo de material ou objeto que teve contato com urinade animais Evitar que alimentos entrem em contato com urina de animais durante sua produção transporte ou armazenamento Evitar nadar em águas naturais contaminadas Evitar a presença de roedores na área da piscina PERDAS ECONÔMICAS: Alta incidência e percentual significativo das internações Alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho Como também por sua letalidade Nos suínos ocorre uma deficiência reprodutiva Bovinos perdas relacionados aos abortos, infertilidade etc. Liliane Gomes 37 Mormo Causada pela bactéria Burkholderia mallei, é uma doença infectocontagiosas dos equídeos (cavalos, mulas e asnos), porém, pode ser encontrada em outros animais como cães, gatos e humanos. TRANSMISSÃO: Contato com fluídos corporais dos animais doentes, como: pus; urina; secreção nasal, fezes AGENTE PODE PENETRAR NO ORGANISMO: Pela via digestiva Respiratória Genital ou cutânea (através de alguma lesão) alcançando a circulação sanguínea, indo alojar-se em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. FORMA AGUDA: Mais comum nos asininos e muares Febre Prostração Fraqueza Anorexia FORMA CRÔNICA: Mais comum em equinos Na pele Fossa nasais Laringe Traqueia Pulmões DIAGNÓSTICO: Fixação de Complemento (FC) Falso-negativo ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimática) Melhor sensibilidade e especificidade Praticidade Notificação: imediata obrigatória TRATAMENTO: Atualmente, não há nenhuma vacina animal ou humana eficaz contra a infecção da B. mallei. A TRANSMISSÃO EM HUMANOS Feridas arredondadas de aproximadamente 1 cm na pele ou nas mucosas Secreção nasal com pus Gânglios linfáticos doloridos, ínguas Sinais gastrointestinais como diarreia forte CONTROLE: Liliane Gomes 38 Isolamento da área contendo animais doentes Desinfecção das instalações e todo o material que entrou em contato com os doentes Sacrifício destes animais positivos Bloqueio e suspensão do trânsito animal da propriedade Cremação dos cadáveres no próprio local PREVENÇÃO: Envolve a identificação e eutanásia do animal infectado. PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO: Estabelece que as amostras para a realização do exame de AIE devem ser colhidas somente por Médicos Veterinários, devidamente inscritos no conselho de classe e deve estar habilitado pela Secretaria de Agricultura da sua UF e seu nome constar na lista oficial do MAPA. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: Animais infectados devem ser abatidos (eutanásia) e determina a interdição de propriedades com focos comprovados da doença. Raiva Doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza- se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. Doença infecciosa aguda caracterizada por um quadro neurológico que evolui para óbito em poucos dias; É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae, cães, gatos, morcego, equinos, bovinos, animais silvestres, morcegos e humanos. CICLO DE TRANSMISSÃO: CICLO URBANO: Cães e gatos CICLO AÉREO: Morcego CICLO SILVESTRE: Macaco, cachorro-do-mato, raposa, mão pelada, guaxinim, lobo, gato do mato, gambá CICLO RURAL: Animais de produção (bovino e equino) Letalidade aproximadamente 100% Liliane Gomes 39 INATIVAÇÃO DO VÍRUS: Radiação Agentes químicos: detergentes e sabões, éter, acetona, álcool, componentes iodados, formol pH <3 e >11 Resiste 35s a 60°C, 4h a 40°C e vários dias a 4°C TRANSMISSÃO: Mordedura, lambedura ou arranhadura Via respiratória Zoofilia Inter-humana Transplante de órgãos Via transplacentária e transmamária Ingestão de carne, leite e outros derivados Manipulação de carcaças. PORTA DE SAÍDA: Cães e gatos: eliminação do vírus ocorre pela saliva de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução da doença Morte do animal: 5 a 7 dias após a apresentação dos sintomas. SINTOMAS NOS ANIMAIS Inquietude, prurido no local da inoculação do vírus, tendência a atacar objetos, pessoas e animais. Alterações da tonalidade do latido e dificuldade para engolir. FORMA FURIOSA (caninos e felinos principalmente): inquietude, salivação, prurido (coceira) no local da inoculação do vírus, fotofobia, hidrofobia, dificuldade de deglutição, tendência a atacar objetos, pessoas e animais e alteração da tonalidade do latido e dificuldade para engolir; FORMA PARALITICA (bovinos, equinos principalmente): debilidade dos membros pélvicos, salivação, dificuldade de deglutição, hiper estimulação (dilatação da pupila). QUAIS SÃO OS SINTOMAS NOS SERES HUMANOS? Hiperestesia, paralisia muscular, hipersensibilidade aos estímulos sensoriais, Liliane Gomes 40 miofasciculações e dificuldade de coordenação motora, voluntaria ou involuntária. Pequeno aumento de temperatura Anorexia Cefaleia Náuseas Dor de garganta Entorpecimento Irritabilidade Inquietude Sensação de angústia Linfadenopatia Hiperestesia Parestesia FORMAS DE TRANSMISSÃO PRINCIPAIS: Mordedura, arranhadura e lambedura. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: RAIVA HUMANA: Dias até 2 anos, média de 60 dias; CÃO: Média de 21 dias a 2 meses, podendo ser de 10 dias a 8 meses. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Período antes da presença dos sintomas, em que o animal está transmitindo a doença. CÃO E GATO: 3 a 5 dias antes do início dos sintomas e persiste por toda a evolução da doença; MORCEGOS Podem transmitir por meses sem apresentar sintomas. SINTOMAS: Dificuldade para engolir Salivação abundante Mudança de comportamento Mudança de hábitos alimentares Mudança de hábitos Paralisia das patas traseiras DIAGNÓSTICO: Teste de Imunofluorescência Direta Teste de Inoculação em Camundongos Técnica histológica (coloração de Sellers Notificação: individual, compulsória e imediata DIAGNÓSTICO: (RAIVA HUMANA) Impressão da córnea, raspado de mucosa lingual, tecido bulbar de folículos pilosos e biopsia de pele da nuca, IF – IGM (soro, secreção lacrimal ou salivar). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Encefalites e menigoencefalites, quadros psiquiátricos, tétano, febre por arranhadura do gato, botulismo e com acidentes pós-vacinais e anamnese. Liliane Gomes 41 TRATAMENTO: Não há tratamento e a doença é invariavelmente fatal, uma vez iniciados os sinais clínicos. Somente para o ser humano, as vacinas antirrábicas são indicadas para tratamento pós- exposição. Não há tratamento específico. Tratamento sintomático: reidratação, sedação Isolamento rigoroso para a proteção do paciente Profilaxia da raiva humana (pré ou pós- exposicional). CONTROLE: A imunização dos animais susceptíveis Controle de população Captura de morcegos hematófagos Controle de herbívoros PREVENÇÃO: Vacinação continua Educação sanitária e divulgação das ações preventivas VACINA ANTIRRÁBICA HUMANA: 5 doses nos dias 0, 3, 7, 14 e 28, podendo ou não ser necessário o uso do soro antirrábico. CONDUTA EM CASO DE POSSÍVEL EXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA RAIVA: Limpeza do ferimento com água e sabão; se o animal for conhecido, observar por 10 dias o comportamento do animal, se adoecer/morrer, administrar o soro e a vacina (4 doses de vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28 + soro) no humano; se o animal for desconhecido, iniciar o tratamento no humano imediatamente PERDAS ECONÔMICAS: Perdas animais diretas e indiretas na pecuária por ataques PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO: Promover a saúde dos animais, Apto a estabelecer tratamentos e fazer controle eficaz dessas zoonoses que são transmitidas tanto ao homem quantonos animais. CADEIA EPIDEMIOLÓGICA DA RAIVA Liliane Gomes 42 Toxoplasmose IMPORTÂNCIA: Talvez seja a zoonose de maior prevalência em todo o mundo; Possibilidade de transmissão congênita; Infecção oportunista grave, em indivíduos imunocomprometidos. ETIOLOGIA: Protozoário. Gênero: Toxoplasma Espécie: T. gondii; POSSUI 3 FORMAS PRINCIPAIS DE APRESENTAÇÃO: Taquizoítos– forma de multiplicação rápida; Bradizoítos – forma e n cista da nos tecidos dos HIs e dos HDs; Esporozoítos – encontrados no interior de oocistos esporulados. Forma de contaminação ambiental pelos HDs. Liliane Gomes 43 GRUPOS DE RISCO: Donas de casa; Cozinheiras; Lavradores (hortaliças); Jardineiros; Inspetores de carne (9 2% e m e s tudo em BH); Gestantes não imunes; Pessoas imunossuprimidas. TRANSMISSÃO: Carnes e derivados (30 a 63 % dos caso s ); hortaliças e frutas ; água contaminada; mãos contaminadas por oocistos; leite não pasteurizado de cabra ; ovos contaminados; terra contaminada por fezes de gato. CICLO: O ciclo inicia -se pela ingestão de cistos presentes em algum tipo de carne pelos felídeos. A parede do cisto é dissolvida por enzimas do estômago e intestino delgado, o parasita é liberado do cisto , penetra nos enterócitos do animal e replica-se as sexuadamente dando origem a várias gerações de Toxoplasma (taquizoítos) através da reprodução assexuada; Após cinco dias dessa infecção, inicia- se o processo de reprodução sexuada, em que os merozoítos formados na reprodução assexuada dão origem aos gametas. Os gametas masculinos (microgametas) e femininos (macrogametas), descendentes do mesmo parasita ou de dois diferentes, fundem -s e d ando origem ao ovo ou zigoto, que após segregara parede cística dá origem a o oocisto; Liliane Gomes 44 O oocisto é expulso com as fezes dos animais após nove d ias (c ad a gato infectado, expulsa mais de 500 milhões de oocistos em cada defecação); Já no exterior, o oocisto sofre divisão meiótica (esporulação) após 1 a 5 dias dependendo da temperatura e disponibilidade de oxigênio, formando -se dois esporocistos cada um com quatro esporozoítos. Uma forma altamente resistente a desinfetante pode durar cinco anos em condições úmidas. Estes são ativados em taquizoítos se forem ingeridos por outro animal; Os taquizoítos podem se infectar e replicar em todas as células dos mamíferos, exceto nas hemácias. Uma vez ligados a uma célula do hospedeiro, o parasita penetra na célula e forma um vacúolo parasitóforo, dentro do qual se divide. A replicação do parasita continua até que seu número no interior da célula atinja uma massa crítica que provoca a ruptura da célula, liberando parasitas que irão infectar outras células adjacentes; Algumas dessas formas produzem cistos, contendo muitos bradizoítos, ocorrendo em vários órgãos do hospedeiro, mas persistem no SNC e nos músculos s. A formação de cistos é uma forma de evasão ao sistema imunológico do hospedeiro. Se o animal for caçado e devorado por um felídeo, os cistos libertam os parasitas dentro do seu intestino, infectando o novo hóspede definitivo. PATOGENIA: MANIFESTAÇÕES C LÍNICAS: Provavelmente são originadas pela destruição das células (focos de necrose). Hospedeiros imunocompetentes – o protozoário pode permanecer nesses cistos indefinidamente, sem causar sintomatologia. O gato elimina cerca de 1 0 0.000 oocisto s/g de fezes ou mais. Os oocistos são excretados por 1 ou 2 semanas, mas podem permanecer viáveis por até 2 anos no meio ambiente. Os gatos não voltam a excretar oocistos quando reinfectados, enquanto mantiverem a imunidade CLÍNICA : NO S PEQUENOS ANIMAIS: Liliane Gomes 45 Gravidade e as manifestações clínicas – dependem das condições imunológicas do animal, da virulência da cepa do T.gondiie do momento da infecção. Infecções adquiridas após o nascimento em hospedeiros imunocompetentes levam a uma infecção assintomática Infecções congênitas o u em hospedeiros imunocomprometidos levam a formas mais graves, eventualmente fatais. Nos gatos, podem ocorrer manifestações clínicas intestinais, neurológicas e oftálmicas. TOXOPLASMOSE HUMANA : Infecção adquirida após o nascimento : INFECÇÃO LATENTE Imunocompetentes, s / sintomatologia. FORMA OFTÁLMIC A Uveíte /coriorretinite (eventual/estrabismo, nistagmo e microftalmia) – podendo levar à cegueira. FORMA GANGLION AR febre , prostração e adenopatia cervical. FORMA NEUROLÓGICA Meningoencefalite grave – (imunocomprometidos) INFECÇÃO CONGÊNITA: Ocorre quando a mulher tem a primo infecção durante a gestação. Estim a -se que em 8 de c ada 1 . 00 0 gestações o corra a primo infecção por T.gondii. Quanto mais adiantada a gestação , maiores as taxas de infecção, mas menos grave o comprometimento fe tal. 13ª semana – risco de 15% de transmissão para o feto. 26ª semana – risco d e 44% de transmissão para o feto . 36ª semana – risco de 70% ou mais de transmissão para o feto. EFEITOS: 1º trimestre: aborto ou síndrome d e Sabin; 2º trimestre: Síndrome ou Tétrade de Sabin; Coriorretinite: 90% dos casos ; Calcificação cerebral: 69% dos casos; Perturbação neural: 60 % dos casos; Micro ou macrocefalia: 50% dos casos ; 3º trimestre : nascimento normal, mas com comprometimento ganglionar, hepatoesplenomegalia, anemia, miocardite ou problemas visuais. OBS: a criança pode nascer normal, mas, posteriormente, desenvolver problemas mais graves (retardo mental, problemas visuais, crises convulsivas etc .). Liliane Gomes 46 DIA G NÓ STIC O: CLÍNICO -EPIDEMIOLÓGICO: Suspeita clínica é mais fácil em indivíduos imunocomprometidos e na toxoplasmose congênita. Nos demais pacientes, a sintomatologia tende a se r inespecífica. Todo paciente com coriorretinite e/o u linfadenopatia cervical deve ser submetido à sorologia para toxoplasmose ! LABORATORIAL: VISUALIZAÇÃO DIRETA : Fezes de felinos (durante a fase de eliminação de oocistos) – alta especificidade, mas baixa sensibilidade) ; Exsudato (ex: secreção ocular), líquor, sangue (fase aguda) – Taquizoítos; Coloração pelo G IEMSA . SOROLOGIA Detecção d e IgM, IgG e IgA: IgM/IgA - indicam infecção aguda ; IgG – indica infecção p assada; TÉCNICAS: ELISA – detecta IgM e IgA (infecções agudas). RIFI – detecta infecção recente (8 – 1 0 d ias), IgM, IgG e taquizoítos. HAI – detecta IgG (infecção tardia), longa duração (inquéritos sorológicos ). IDR - Prova de toxoplasmina (inquéritos) PCR – utilizada para detecção d e toxoplasmose e m recém - nascidos ou imunossuprimidos com sorologia negativa. TRATAMENTO : TOXOPLASMOSE ANIMAL: Clindamicina :1 2 m g/k g/ 2 x /dia/4 semanas, ou sulfa-trimetropim: 1 5 m g/k g/ 2 x /dia/4 semanas. TRATAM E N TO SISTÊM ICO : Sulfonamidas, pirimetamina, clindamicina. Clindamicina: droga de escolha para o tratamento de fêmeas prenhes. Clindamicina não atinge concentração terapêutica no SNC. PREVENÇÃ O E CONTRO LE: Imunoprofilaxia: Toxovax (ovelha s) – feita com taquizoítos de cepa acistogênica . Eficiência de 80% (fetos livres de infecção ) Não existe vacina para uso humano; Usar luvas e pazinha para a coleta das fezes dos gatos e limpeza das caixas de areia; Liliane Gomes 47 Manter a higiene diária das caixas de areia,lavando a caixa d e areia com água fervente; Tuberculose Doença crônica causada por bactérias do gênero Mycobacterium que acomete ruminantes, suínos, aves, animais silvestres e humanos. FONTE DE INFECÇÃO: Animais infectados VIAS DE ELIMINAÇÃO: Ar expirado Leite Sêmen Fezes Urina Fluidos corporais SINTOMAS: Nódulos na região do pescoço Febre Emagrecimento Dificuldade respiratória. Tosse Corrimento nasal. ALTERAÇÕES CLÍNICAS: Evolução crônica Lesões de aspecto granulomatoso DIAGNÓSTICO: Teste da Prega Caudal – TPC *Teste Cervical Comparativo TCC de tuberculose ANIMAIS TESTADOS PELO MÉTODO INDIRETO: Fêmeas com idade igual ou superior a vinte e quatro meses, se vacinadas com B19. Fêmeas com idade igual ou superior a oito meses, se vacinadas com RB51 ou não vacinadas. Machos com idade igual ou superior a oito meses, destinados a reprodução. TESTES CONFIRMATÓRIOS: Fixação de complemento (FC) Realizado por laboratório oficial credenciado Liliane Gomes 48 Utilizado para o trânsito internacional de animais OIE Utilizado para teste de animais reagentes ao teste do AAT ou de animais que apresentaram resultado inconclusivo ao teste do 2ME TESTES DE TRIAGEM: Teste do anel do leite Utilizado pelo serviço de defesa oficial ou veterinário habilitado, para monitoramento de estabelecimentos de criação certificados como livre de brucelose TESTE QUALITATIVO REAGENTE: formação de anel azulado na camada de creme do leite, os animais do estabelecimento positivo deverão ser submetidos a testes sorológicos individuais. DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE MÉTODO INDIRETO: Alérgico-cutâneo e técnica de referência pela OIE (Imunidade celular, realizado em animais com idade igual ou superior a 6 semanas) MÉTODO DIRETO: Crescimento lento e meios específicos MÉTODO INDIRETO: Tuberculinização, - Tuberculinas PPD bovina e aviária, produzidas e controladas de acordo com normas estabelecidas pelo Departamento de Defesa Animal Fornecidas somente a médicos veterinários habilitados e a instituições de ensino ou pesquisa Uma vez aberto um frasco de tuberculina seu conteúdo deve ser utilizado num único dia TESTE DE TRIAGEM: Teste da prega de cauda (TPC), somente em pecuária de corte e não é válida para animais destinados a produção. Inocular 0,1 ML de PPD bovino de 6 a cada 10 cm da base da cauda de um mesmo lado em todos os animais (leitura após 72 hrs) TESTE DE TRIAGEM: Teste cervical simples (TCS), prático, destinado a rebanhos de corte e leiteiros, Liliane Gomes 49 fazendo a tricotomia e a leitura da dobra da pele com cutímetro Animais positivos: Notificação imediata da defesa agropecuária local (24h), fazendo a interdição da propriedade, deverão ser isolados de todo o rebanho e afastados da produção e sendo sacrificado no máximo em 30 dias após o diagnóstico confirmatório Faz uma marcação de ferro no lado direito da cara com um P, contido num círculo de 8 cm de diâmetro TESTE POSITIVOS: Deverão ser destinados ao abate sanitário ou à eutanásia. ANIMAIS REAGENTES- IN 10/2017: Marcação Separação Ferro candente Nitrogênio líquido Marcar com a letra P do lado direito da cara RETESTE: Para animais que tiveram o diagnóstico negativo 15 dias antes ou depois do parto ou aborto (30 a 60d) Notificação: Médico veterinário habilitado deverá notificar resultados positivos e inconclusivos em até 1 dia útil. ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO ESPECIALIZADO EM REBANHO DE CORTE: Realizar um teste para diagnóstico de tuberculose nas fêmeas acima de vinte e quatro meses e machos reprodutores no prazo de até noventa dias do abate sanitário ou eutanásia do(s) positivo(s); PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE E DA TUBERCULOSE ANIMAL Instituído pelo MAPA em 2001, afim de reduzir a prevalência e a incidência de novos focos de brucelose e tuberculose, visando erradicação. É baseado na classificação das UF’s quanto ao grau de risco, e na definição de procedimentos de defesa sanitária animal a serem adotados de acordo com essa classe. Liliane Gomes 50 MEDIDAS COMPULSORIAS: Vacinação das bezerras contra a brucelose, sacrifício de animais positivos para brucelose e tuberculose. MEDIDAS VOLUNTÁRIAS: Certificação de propriedades livres, obrigatórias para granjas leiteiras do tipo A. ATUAÇÃO COMO PROFISSIONAL CADASTRADO (CDA): É o responsável pela vacinação para brucelose, compra efetuada mediante a apresentação da receita, emissão do atestado de vacinação, cadastro no seu estado de atuação. ATUAÇÃO COMO HABILITADO (MAPA): Realização de testes diagnósticos e supervisão técnica pela certificação de propriedades livres, curso de treinamento de diagnóstico reconhecido pelo ministério – 40h. VACINAÇÃO: Não existe vacina para a tuberculose. Vacinação massal para fêmeas para Brucelose em dose única de 3 e 8 meses. Exclui-se da obrigatoriedade da vacinação estados classificados como A. É permitido ao produtor a vacinação de fêmeas bovinas com idade superior a oito meses utilizando-se apenas a RB51. Marcação das fêmeas vacinadas é OBRIGATÓRIA, sendo no lado esquerdo da cara VACINA B19 Vacina atenuada: B. abortus lisa. Produz AC atenuantes, obrigatórias para bezerras e bubalinas entre 3-8 meses (PROIBIDAVACINAÇÃO ENTRE FEMEAS ADULTAS NO BR), não é recomendada para machos (causa orquite) e femeas prenhes abortam. VACINA RB51 Liliane Gomes 51 Vacina atenuada: B. abortus rugosa (mais cara), empregada para vacinação de bezerras entre 3-8 meses, possui os mesmos riscos que a da B19 SINTOMAS EM HUMANOS: Tosse crônica Febre ligeira e sudorese noturna Dor torácica e dispneia Hemoptise Perda de peso (caquexia) Reinfecção. CONTROLE: Diagnóstico Descarte de animais positivos Desinfecção do ambiente PREVENÇÃO: Realizar periodicamente exames de tuberculização. Fazer sacrifício dos animais doentes. Fornece destino adequado de dejetos animais. Somente comprar animais com atestado negativo para tuberculose, realizado por médico veterinário. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: Morte de animais Queda no ganho de peso; Diminuição na produção de leite; Descarte precoce; Eliminação de animais de alto valor zootécnico; Condenação de carcaças; Perda de credibilidade da unidade de criação. PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO: Responsável por indicar medidas de biossegurança e realizar os testes nos animais, outro campo de atuação importante é a inspeção sanitária de produtos de origem animal.
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