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MATERIAL DIDÁTICO PRÁTICAS DE CONTABILIDADE PÚBLICA U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3 UNIDADE 2 - HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE ............................................................... 6 UNIDADE 3 - PRINCÍPIOS E NORMAS CONTÁBEIS ................................................................................ 20 UNIDADE 4 - TEORIA DAS CONTAS E O PLANO DE CONTAS ............................................................. 31 UNIDADE 5 - CONTABILIZAÇÃO DAS CÂMARAS MUNICIPAIS ......................................................... 42 UNIDADE 6 - BALANÇOS E CONSOLIDAÇÕES ........................................................................................ 44 CODIFICAÇÃO PADRONIZADA DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ....................................................... 62 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 66 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO Esta apostila tem a finalidade de analisar o sistema de contabilidade como suporte à Administração Pública e a partir daí, a aplicabilidade da estrutura conceitual básica da contabilidade e seus princípios na contabilidade pública, complementando o curso de Gestão Pública. Sabemos que o objetivo principal de uma atividade empresarial é a obtenção do lucro que acontece através da obtenção de receitas, as quais incorrem necessariamente em despesas. No caso da administração pública, o objetivo principal, em linhas gerais, é o bem-estar da sociedade. Este é alcançado pelo intermédio de prestação e implementação de novos serviços à comunidade. Tais serviços são realizados através das despesas e, evidentemente, para realizar tais despesas é necessária a arrecadação de receitas. Ao contrário da empresa privada, o ciclo operacional na esfera pública ocorre inversamente, ou seja, na empresa privada, inicialmente, há o sacrifício monetário ou incorporação de passivos para depois haver a realização de receitas, já na Administração Pública, regra geral, inicialmente, obtém-se as receitas para então incorrer em despesas. Como diz Giacomoni (2007) “o resultado econômico apresenta-se como sendo um importante indicador, porém não o melhor, ou seja, antes deste, deve-se avaliar a mesma sob o enfoque da eficiência, eficácia e, sobretudo, efetividade”. No caso do Estado, este precisa ser eficiente e com isso deve-se ter um equilíbrio entre receitas e despesas. A utilização correta do dinheiro público faz parte do processo de busca do bem-estar da sociedade, deve-se com isso buscar a proteção dos ativos; a obtenção de informação adequada; a promoção da eficiência operacional; e ainda a estimulação da obediência e do respeito às políticas da administração. Nesse sentido, os princípios contábeis, geralmente, são aceitos na administração pública e se aplicados de modo correto, podem ser definidos como o Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 4 plano de organização, procedimentos e registros envolvidos na proteção dos ativos e na confiabilidade dos registros financeiros da Administração Pública. Veremos então, uma breve retrospectiva evolutiva da contabilidade, passando por seu conceito, objeto de estudo, objetivos, as funções, o regime contábil, a evidenciação contábil e a contabilidade como instrumento de fiscalização e controle. O tópico três está reservado para apresentação e comentários sobre os princípios contábeis, baseando nas Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. A Teoria das Contas, o plano, os critérios de classificação e os sistemas financeiro, patrimonial, compensação e orçamentário estão no tópico quatro. No tópico cinco, discutiremos a contabilização das câmaras municipais: transferência, limitação de gastos das câmaras e, por fim, falaremos sobre os balanços e consolidações. Gostaríamos de ressaltar que a contabilidade pública, ao contrário do que muitos estudantes e mesmo candidatos a especialistas pensam, não serve apenas para concursos públicos, principalmente, após a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, visto que ficou muito difícil encontrar profissionais qualificados, dentre os motivos, porque ela exige mais controles, relatórios, planejamento e acompanhamento. Ter um plano de trabalho para dinamizar as fases do processo é imprescindível, assim como conhecer a legislação. Antigamente, o contador podia acumular, durante o ano, os registros contábeis do município. Atualmente, a apresentação dos balanços é bimestral e eles precisam estar prontos em tempo real, assim como precisam ser feitos, não só com o foco no cumprimento da legislação, mas também com o foco gerencial. Nesse contexto, Andrade (2002) acrescenta que o foco que era a quantidade, agora é a qualidade, com a transformação de três características básicas nesse processo: burocracia dando espaço à eficiência e eficácia; sai o profissional que registra dados e entra o que enfatiza a informação; e, por fim, o termo “guarda livro” foi substituído definitivamente por contador. O contador público deve expor os fatos contábeis, voltados para a transparência e para a tomada de decisão, sendo, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 5 realmente, dessa forma um colaborador de gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Deixamos claro que o assunto é extenso, que esta apostila é uma compilação dos termos, conceitos e análises básicas sobre a contabilidade pública e sugerimos que busquem complementação nas referências bibliográficas sugeridas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 6 UNIDADE 2 - HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE A contabilidade das instituições públicas deve ser entendida como um ramo da contabilidade geral, em que aparece legalmente a figura do orçamento público, que estima receitas e fixa despesas, planejando suas ações por meio do Plano Diretor (PL), Plano Plurianual (PP), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei do Orçamento (LOA), temas que serão tratados em outra apostila do curso. De acordo com Andrade (2002), a gestão do patrimônio público não visa ao “lucro financeiro”, mas ao denominado “lucro social”.Deve-se, pois, incentivar a elaboração de mecanismos capazes de realizar controles internos, capazes de dar confiabilidade indiscutível aos demonstrativos legais, a fim de satisfazer às necessidades de informações corretas e tempestivas perante a administração pública. Um grande diferencial do ramo da contabilidade privada para o ramo da contabilidade pública é que, enquanto na área privada pode-se fazer tudo que a lei não proíbe, na pública, permite-se realizar somente aquilo que a lei determina. Outra diferença é a classificação das receitas como todos os embolsos e as despesas como todos os desembolsos. Esse parâmetro demonstra que, enquanto na contabilidade empresarial alguns valores são classificados como adiantamento e antecipações, na contabilidade pública a diferenciação das receitas concentra-se em sua natureza, ou seja, afeta ou não o resultado patrimonial e, consequentemente, o saldo patrimonial público. Outro ponto a ser considerado é que a grande maioria dos recursos das instituições públicas é derivada de tributos e transferências de outras esferas governamentais, porém, os entes públicos também auferem receitas próprias, pela exploração de seu patrimônio, embasados em sua legislação específica, personalidade jurídica e capacidade econômica. Vamos dar algumas pinceladas sobre serviço público, serviço privado do Estado, serviço de utilidade pública e prestação de serviços, antes de nos envolvermos com a contabilidade pública propriamente dita. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 7 De acordo com Kohama (2009), serviço público é o conjunto de atividades e bens exercidos ou colocados à disposição da coletividade, visando abranger e proporcionar o maior grau possível de bem-estar social, tendo no Estado o seu organizador, ou seja, para que haja o atingimento dos objetivos de promover e satisfazer ao público e ao bem comum, o Estado organiza o poder público da comunidade. Segundo Meirelles (2000), a existência do Estado só se justifica enquanto prestador de serviços e utilidades aos indivíduos que o compõem, existindo serviços privados do Estado, que exigem centralização e competem-lhe exclusividade, dentre eles: os que dizem respeito às relações diplomáticas e consulares; os que se referem a defesa e segurança do território nacional; os concernentes à emissão de moeda e os de controle e fiscalização de instituições de crédito e de seguros; os de manutenção do serviço postal e do Correio Aéreo Nacional; os relativos ao estabelecimento e execução de planos nacionais de educação e de saúde, bem como planos regionais de desenvolvimento; os que se relacionam com o poder de polícia e segurança pública; os que garantem a distribuição da justiça e outros que exigem medidas compulsórias em relação aos indivíduos. Temos também os serviços de utilidade pública, prestados por delegação do Poder Público, sob condições fixadas por ele, envolvendo o interesse coletivo, não podendo ser observado pela ótica de simples comércio, ou seja, visando o lucro. Esse tipo de serviço, além de ser direito do usuário, deve ser oferecido regular e permanentemente, como por exemplo: eletricidade, telefonia, água encanada, gás, entre outros. Para que esses serviços aconteçam satisfatoriamente, o serviço público precisa ser organizado e muito bem administrado, mas este ponto será discutido em outra circunstância na apostila de administração pública, por ora, o que nos interessa é analisar a contabilidade que concisamente nada mais é do que estudar o patrimônio à disposição da entidade, para seu melhor uso. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 8 Como ciência social, a Contabilidade apreende e reflete em seu campo de atuação as inúmeras mudanças ocorridas na sociedade, sejam elas, por exemplo, de ordem política, econômica, cultural ou tecnológica. Desde o surgimento do capitalismo até os dias atuais, essas mudanças vêm afetando de alguma forma a vida das nações e de suas instituições. Dentre outros acontecimentos, pode-se destacar: a revolução industrial; as mudanças geográficas no comércio internacional; os históricos abalos econômicos, como o crash de 1929 e a crise asiática de 1997; a globalização das economias; os avanços tecnológicos nos meios de comunicação; as transições políticas e a organização e regulamentação dos mercados financeiros. Iudícibus (2004) destaca que foi juntamente com o nascimento do capitalismo que a Contabilidade desenvolveu-se como um método capaz de apurar, essencialmente, os resultados das atividades comerciais e industriais e as nuances do mundo dos negócios entre pessoas físicas, jurídicas, públicas, privadas, com ou sem fins lucrativos. O desafio de hoje, entretanto, é desenvolver a Contabilidade em meio a um cenário global de operações produtivas, comerciais e financeiras muito mais complexas e sofisticadas. Essas transformações ou transições, que o mundo sofreu e vem sofrendo ao longo do tempo, resultam invariavelmente do crescimento de necessidades sociais. Como resultado desse processo, cresce o destaque e a exigência por informações contábeis mais amplas, ágeis e transparentes. Por meio delas, afinal, é que as organizações e um amplo rol de partes interessadas subsidiam o planejamento e controle dos seus negócios. A história tem retratado que os progressos contábeis mais relevantes ocorreram em períodos de crises ou em épocas de grandes transições da sociedade. De acordo com Crepaldi (2002, p. 15) “a contabilidade como ciência tem vasta aplicação para apuração de resultados, registros e interpretações destes, sendo utilizado por todas as entidades que desejam obter lucro ou não. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 9 A contabilidade foi alvo de diversas escolas, chamadas de “escolas de pensamento da Ciência Contábil” como as que defendem o Contismo1, o Personalismo2, o Controlismo3, o Aziendalismo4 e o Patrimonialismo5, sendo esta última escola a que melhor sintetiza o pensamento de Vicente Masi6. Atualmente, segundo Kohama (2009), a Contabilidade é entendida como uma técnica capaz de produzir com oportunidade e fidedignidade, relatórios que sirvam a administração no processo de tomada de decisões e de controle de seus atos, demonstrando, por fim, os efeitos produzidos por esses atos de gestão no patrimônio da entidade. Angélico (1995) entende que contabilidade pública é a disciplina que aplica, na administração pública, as técnicas de registros e apurações contábeis em harmonia com as normas gerais do Direito Financeiro, como veremos a seguir. A Contabilidade Aplicada à Administração Pública, seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal, tem como carro chefe a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 1 Escola francesa que dominou antes do século XIX. Na época, as teorias eram chamadas de corrente contábil do contismo. A mais popular teoria de contas, chamada de "teoria das cinco contas" dominou a contabilidade prática durante quase dois séculos. Foi criada por Edmond Degrange (pai) no século XVIII, que também introduziu o livro Diário-Razão, o qual teve grande aceitaçãonos Estados Unidos, a ponto de ser mais conhecido como Diário Americano. 2 Classifica as contas do proprietário, dos consignatários e dos correspondentes. 3 A contabilidade volta-se para o controle econômico, sendo a contabilidade definida por essa corrente como a ciência que estuda e pratica as funções de orientação e de controle, relativas aos atos e fatos da administração econômica. 4 Aziendalismo é uma teoria científica italiana que define como objeto de estudo da contabilidade a azienda. A palavra que vem do italiano e significa fazenda. No Brasil, a azienda era considerada objeto de estudo da Economia Aziendal, ramo contábil da Economia e que não se desenvolveu. Uma das primeiras palavras, expressão e definição que o estudante de contabilidade ouve é que a contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio em favor das aziendas. 5 O patrimonialismo apregoa que o patrimônio é uma grandeza real que se transforma com o desenvolvimento das atividades econômicas. O capital representado pela riqueza acumulada deve ser conservado e renovado para manter sua utilidade potencial. 6 Um dos grandes estudiosos do Patrimonialismo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 10 Costumamos dizer que a Lei 4.320/64 está para Contabilidade Aplicada à Administração Pública, assim como a Lei das Sociedades por Ações, Lei 6.404/76, está para a Contabilidade aplicada à atividade empresarial. A Contabilidade Aplicada à Administração Pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício, escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio. Seguindo os dispositivos da Lei 4.320/64 e as afirmações anteriores, podemos definir a Contabilidade Pública como sendo o ramo da contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações. Pela definição anterior, deduzimos que a Contabilidade Pública está interessada também que todos os atos praticados pelo administrador, sejam de natureza orçamentária (Previsão da Receita, Fixação da Despesa, Empenho, Descentralização de Créditos, etc.), ou seja, meramente administrativos (Contratos, Convênios, Acordos, Ajustes, Avais, Fianças, Valores sob responsabilidade, Comodatos de Bens, etc.), representativos de valores potenciais que poderão afetar o Patrimônio (A - P = PL) no futuro. Objetivos, objeto e funções da contabilidade O objetivo principal da contabilidade é coletar, registrar, resumir, analisar e relatar, em termos monetários, informações acerca dos negócios das companhias. A contabilidade busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 11 Segundo Iudicibus (1998, p. 27), a contabilidade só é capaz de captar e registrar, normalmente, eventos mensuráveis em moeda quando sabemos que, em quase todas as decisões, muitos outros elementos não quantitativos devem ser levados em conta para uma decisão adequada. Como um instrumento operacional, a Contabilidade se realiza por meio de um sistema de informação e avaliação econômica e monetária, com a finalidade de fornecer demonstrações e análises que habilitem seus diversos usuários na predição sobre eventos e tendências futuras da organização. Assim, o produto da Contabilidade é a informação contábil resultante da sintetização dos dados obtidos através de documentos que reflitam a realidade mercantil em que se encontra o usuário. De acordo com Iudícibus e Marion (2000, p.68): O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sob a ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios. Segundo Piscitelli, Timbó e Rosa (2002) e Kohama (2009), quanto ao seu campo de atuação, podemos inferir que a Contabilidade Pública é “um dos ramos mais complexos da ciência contábil”. Tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público interno, ou seja, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios e respectivas autarquias, através de uma metodologia especialmente concebida para tal, que utiliza de contas escrituradas nos seguintes sistemas: Sistema Orçamentário – evidencia o registro contábil da receita e da despesa, de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos Créditos Adicionais (art. 91 da Lei 4.320/64), assim como o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 12 realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis (art.90 da Lei 4.320/64), ou seja, no final do exercício apresenta os resultados comparativos, entre a previsão e a execução orçamentária, registrados. Sistema Financeiro – engloba todas as operações que resultam débitos e créditos de natureza financeira, não só das compreendidas, como também das não compreendidas na execução orçamentária, que serão objeto de registro e controle contábil (art. 93 da Lei 4.320/64), apresentando no final do exercício, o resultado financeiro apurado. Sistema Patrimonial – registra analiticamente todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração (art. 94 da Lei 4.320/64), bem como mantém registro sintético dos bens móveis e imóveis (art. 95 da Lei 4.320/64). As alterações da situação líquida patrimonial que abrangem os resultados da execução orçamentária, assim como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências7 ativas e passivas constituirão elementos do sistema patrimonial. Deverá apresentar, ao final do exercício, o resultado da gestão econômica. Sistema de Compensação – registra e movimenta as contas representativas de direitos e obrigações, geralmente decorrentes de contratos, convênios ou ajustes. Muito embora seja um sistema escriturado com elaboração de balancetes mensais, independentes, a Lei Federal 4.320/64 o considerou, simplesmente, como contas de compensação e, quando forem elaborados os balanços, no final do exercício, os saldos de suas contas serão incluídos no balanço do sistema patrimonial (art. 105, da Lei 4.320/64). 7 Insubsistências ativas são movimentaçõesque ocorrem por fatos que não mais possam subsistir, ou seja, não podem mais existir, deixam de existir, por qualquer motivo, porém, sempre causando uma variação passiva provocada pela baixa ou desincorporação de um bem ou de um direito ativo. Um bem ou direito que deixa de existir, consequentemente, causa uma diminuição da situação patrimonial, portanto, uma variação passiva. A morte de um animal é um bom exemplo. Insubsistências passivas são movimentações que ocorrem por fatos inesperados e que acontecem até por serem inevitados, mas sempre diminuindo o patrimônio. São fatos que aumentam as obrigações, porém não provêm da execução do orçamento. Uma dívida contraída em dólar é um bom exemplo. Fatalmente quando a moeda brasileira é desvalorizada em relação ao dólar, há no montante da dívida um aumento, consequente da elevação da taxa cambial. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 13 A Lei Federal nº 4.320/94, em seu art. 83, estabelece que a contabilidade pública tem por objetivo evidenciar a situação da receita, da despesa, do patrimônio e de quem operacionaliza a respectiva movimentação, quando preconiza que a contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos. A escrituração nos sistemas acima, é feita para atender à legislação relativa às normas de direito financeiro, ou seja, normas gerais de Orçamento e Contabilidade Pública, a saber: Os Serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais e análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. (ARTIGO 85, LEI N. 4.320/94). O objetivo da Contabilidade Aplicada à Administração Pública é o de fornecer à administração informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de decisões aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da legislação e às instituições governamentais e particulares, informações estatísticas e outras de interesse dessas instituições. Para Lima e Castro (2003, p. 14), os objetivos da contabilidade pública são: a) registrar a previsão das receitas e a fixação das despesas constantes dos Orçamentos Públicos anuais; b) escriturar e efetuar o acompanhamento da execução orçamentária e financeira das receitas e despesas; c) controlar as operações de crédito, a dívida ativa e as obrigações do ente público; d) apresentar as variações patrimoniais, ressaltando o valor do patrimônio; e) fornecer dados sobre os entes públicos à Contabilidade Nacional (estatísticas econômicas do país); f) disponibilizar informações que auxiliem a medir o desempenho de estruturas e programas de governo. Seu objeto de estudo nada mais é do que o patrimônio da entidade, composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma ou mais pessoas, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 14 em seus aspectos: estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas pela riqueza patrimonial) e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos, visando desnudá-lo e mostrá-lo como está, no intuito de propiciar condições de intervenção no mesmo. A Resolução 774, de 16 de dezembro de 1994, do Conselho Federal de Contabilidade, estabelece que: na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorrem nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir lucro. Na verdade, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2000, p. 31), o patrimônio é estudado em seus aspectos qualitativos e quantitativos e a própria Resolução caracteriza que por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a receber, ou a pagar, expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, entre outros. Essa delimitação qualitativa vai até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial. Enquanto o atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “valor”, porquanto, os conceitos sobre a matéria são extremamente variados. Quanto às funções da Contabilidade, não encontramos, por parte dos autores, muitas alusões da sua função, embora saibamos que ela serve para controlar e fiscalizar os diversos órgãos das aziendas, uma vez que mostra e examina as situações que vão se desenrolando dentro da empresa. Dentre as referências diretas podemos citar: “A função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações do Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 15 patrimônio para a tomada de decisões de seus administradores.” (FRANCO, 1997, p.19). “A contabilidade é um dos principais sistemas de controle e informação das empresas. Com a análise do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício, é possível verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras, aos clientes, etc.”. (CREPALDI, 2002, p.24). “Analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, busca demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações sobre o comportamento dos negócios para a tomada de decisões.” (FAVERO et al, 1997, p.13). De todo modo, podemos afirmar que as funções da Contabilidade se compõem pela classificação e registro dos fatos contábeis; o controle evidenciado pelo exame da situação patrimonial; a demonstração e análise da situação patrimonial com interpretação do resultado econômico apurado, de maneira a garantir o atingimento dos objetivos previstos pela mesma. Instrumento de fiscalização e controle Como vimos, é através da contabilidade que se registram os recursos encontrados pelo sistema contábil. A contabilidade deve ser organizada de forma a respeitar os princípios, informações e as características inerentes. Segundo Andrade (2002), a função da contabilidade como instrumento de controle é hoje unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não esteja apoiado num eficiente controle interno é, até certo ponto, inútil, uma vez que não é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 16 A partir do momento em que a contabilidade é vista comoum sistema de informação e mensuração de eventos que afetam a tomada de decisão, o controle interno deverá usar um sistema organizado de contabilidade de modo que possa acompanhar a execução dos aspectos financeiros e gerenciais e as operações extras orçamentais, de natureza financeira ou não. O controle requer a existência de uma estrutura organizacional que defina as responsabilidades de garantir o desempenho dos setores envolvidos com a contabilidade. Ela deve pôr em evidência todo tipo de controle dos documentos e recursos materiais, levando em conta os gastos e desperdícios que podem ser evitados, para controlar e obter resultados positivos com o apoio dos controles internos. O controle é fundamental para executar o acompanhamento das tarefas e registros da contabilidade, além de apontar eventuais falhas. Realiza, assim, uma manutenção dos bens e aplicações dos recursos. De acordo com Andrade (2002), em virtude disso, a contabilidade como um processo de informação deve ser organizada de maneira que as informações obedeçam aos princípios contábeis, geralmente aceitos, e possuam características que lhe são inerentes, entre as quais de utilidade e confiabilidade. Ainda sobre o controle interno, Kohama (2009) nos diz que na área governamental, a Contabilidade evidencia a conjuntura de todos aqueles que arrecadam receitas, efetuam despesas, administram ou guardam bens públicos, permitindo o acompanhamento da execução orçamentária, financeira e patrimonial das entidades públicas. Nesse sentido, a Constituição de 1988 trouxe novas exigências à Administração Pública, inclusive no que se refere ao controle, haja vista as disposições contidas no seguinte artigo: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 17 Somando-se ao acréscimo, no art. 37, do princípio constitucional da eficiência, por meio da Emenda Constitucional nº 19/98, houve a edição da Lei Complementar Federal nº 101/00, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) também impôs à Administração Pública uma função de integração e de apoio entre os controles interno e externo, como forma de garantir a aplicação dos princípios básicos consagrados como de planejamento, transparência, economicidade, eficiência, eficácia, dentre outros. Resumindo, a Contabilidade Pública ou Governamental se baseia em: Constituição Federal de 1988 – art. 165 a 169 do orçamento; LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias; LOA – Lei Orçamentária Anual; Lei nº 4.320/94 – Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal; Decreto nº 3.589/00 – Dispõe sobre o Sistema de Contabilidade Federal e dá outras providências; Lei nº 10.180/01 – Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal; Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal; Legislação e Normas da Contabilidade Governamental do site do Tesouro Nacional. A avaliação da gestão pública de forma tempestiva, somente é possível mediante um forte Sistema de Controle Interno. Esse Sistema deve possuir um órgão ou até mais de um, capaz de centralizar as atividades de forma a atender ao que estabelece o artigo 74 da Constituição Federal. O seu foco deve ser a avaliação Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 18 da gestão dos administradores públicos, a execução de programas de governo e o apoio ao controle externo. Em decorrência de exigência constitucional, é necessário que o controle interno – sob a responsabilidade dos administradores públicos – e o controle externo – exercido pelo Tribunal de Contas – se empenhem no sentido de garantir a aplicação equilibrada da coisa pública. Segundo Andrade (2002, p. 33), o controle externo realizado pelo Tribunal de Contas é a etapa de verificação em que cabe aos órgãos externos de fiscalização de cada poder verificar, analisar, apurar e concluir entendimento sobre determinado assunto administrativo ou contábil. Ele pode ser exercido tanto pelo poder legislador do ente federal, como pelos tribunais de contas, conselhos e comissões especiais e até pelo cidadão. No caso do município, a Câmara Municipal é o órgão mais indicado para exercer o poder de controle externo das entidades da administração direta e indireta. Nos Tribunais de Contas da União, suas competências estão previstas na CF/1988, nos artigos 71 a 74 e 161, parágrafo único, enquanto as normas aplicadas ao primeiro se estendem aos Tribunais dos Estados e dos Municípios, na forma do artigo 75 da referida Carta Magna. Conforme Andrade (2002, p. 34), são competências constitucionais dos Tribunais de Contas: apreciar as contas anuais dos prefeitos municipais; julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos; apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessões de aposentadorias, reformas e pensões civis e militares; realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria ou por solicitação do Poder Legislativo; aplicar sanções e determinar a correção de ilegalidade e irregularidades em atos e contratos; fiscalizar as aplicações de subvenções e a renúncia de receitas; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 19 emitir parecer prévio sobre as contas para apreciação das Casas Legislativas; apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato sobre irregularidades ou ilegalidades. São competências legais dos Tribunais de Contas: decidir sobre consulta formulada por autoridade competente acerca de dúvida na aplicação de dispositivos legais ou regulamentares concernentes à matéria de competência do tribunal; exercer o controle da legalidade e legitimidade dos bens e rendas de autoridades e servidores públicos; apreciar representações apresentadas por licitante, por contratado, pessoa física ou jurídica, acerca de irregularidades na aplicação da lei de Licitações e Contratos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 20 UNIDADE 3 - PRINCÍPIOS E NORMAS CONTÁBEIS De acordo com Hormgren (1985), a Contabilidade Governamental, ou seja, a Contabilidade aplicada aos órgãos e às entidades da Administração Pública, adota, como objeto, além do patrimônio, o orçamento público e os atos administrativos que possam vir a afetar o patrimônio. A contabilização deve ser realizada em conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, que são os parâmetros básicos que norteiam a realização da escrituração, através da definição de critérios e procedimentosque direcionam e uniformizam a contabilidade como atividade, chamados também de regimes contábeis de escrituração. O CFC – Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 750, de 29 de dezembro de 1993, dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, que ao reconhecer e oficializar esses princípios os coloca em um mesmo patamar, sem hierarquização. Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. (CFC, N. 750/93) Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, Iudícibus e Marion (2000, p.97) e outros estudiosos, os classificam em postulados, princípios e convenções. Os postulados são premissas básicas para existência da contabilidade, ou seja, são a base para a existência da contabilidade, ou ainda, uma proposição ou observação de certa realidade que pode ser considerada, não sujeita a verificação. Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser seguidos na realização dos registros contábeis; são preceitos básicos. As convenções delimitam o campo de atuação dos princípios, estabelecendo critérios a serem observados na aplicação dos mesmos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 21 Os princípios contábeis adotados nas Normas Brasileiras de Contabilidade não se opõem aos da estrutura conceitual básica da Contabilidade. No entanto, esses princípios apresentam maior abrangência e classificação científica, sendo, portanto, mais completos e mais específicos em relação a atuação do contador. São Postulados, segundo os mesmo autores, citados anteriormente, o da Entidade Contábil e o da Continuidade, sendo que, a Resolução nº 750/1993 – CFC os considera como Princípios Fundamentais. Os princípios Fundamentais de Contabilidade são aqueles elencados no art. 3º da Resolução citada no parágrafo anterior. Prescreve ainda o §2º, do art. 1º, da mesma norma que “na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais”. Ou seja, a cada situação, o contabilista deve analisar se a forma jurídica confere com a essência econômica do fato contábil. Caso não confira a essência, deve prevalecer sobre a forma. Alguns autores consideram essa assertiva como um princípio “embrionário”. De acordo com Reis (1995, p.7), os princípios contábeis constituem a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, segundo entendimento dominante no universo científico profissional brasileiro. Horngren (1985, p.394), por sua vez, afirma que os princípios contábeis transformaram-se em princípios de aceitação geral por consenso, sendo ainda que tal consenso não é influenciado somente pela análise lógica formal, mas também pela experiência, pelo uso e pela necessidade prática. Segundo Iudícibus (2004), as convenções contábeis delimitam ou qualificam melhor o tipo de comportamento necessário do contador em face dos amplos graus de liberdade que os postulados e princípios lhe permitem exercer. Para Iudícibus e Marion (2000, p. 121), são restrições que representam o complemento dos postulados e princípios, delimitando-lhes conceitos e atribuições. São normas de caráter prático que devem ser consideradas como guias. Conservadorismo, Consistência, Materialidade e Objetividade são as quatro convenções aceitas pelos doutrinadores. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 22 Para o estudo da aplicabilidade dos princípios da contabilidade a contabilidade pública ou governamental, faz-se importante, inicialmente, destacar que os usuários das informações contábeis na Administração Pública não são os mesmos das empresas privadas. Tais usuários são, dentre outros: o controle externo, os órgãos financiadores de projetos, os governantes, os emprestadores de recursos, os fornecedores, os partidos políticos e a sociedade em geral. Ainda discutindo sobre os princípios, para que sejam geralmente aceitos e incorporados à doutrina contábil, duas condições são básicas: 1. Deve ser considerado praticável e objetivo pelo consenso profissional; 2. Deve ser considerado útil. Observem a ordem de classificação: praticável → útil (relevante). Dentre vários princípios e convenções geralmente aceitos na atualidade, podemos destacar os seguintes: 1. Realização 2. Entidade a) Princípios 3. Continuidade 4. Custo como Base de Valor 5. Competência dos Exercícios 6. Denominador Comum Monetário 1. Consistência b) Convenções 2. Conservadorismo (restrições) 3. Materialidade 4. Objetividade Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 23 Vários autores apresentam certa diferenciação quanto ao número e à nomenclatura dos princípios e convenções. Antes de apresentarmos os princípios e convenções, voltemos ao regime contábil. Segundo Kohama (2009), aqueles princípios considerados de profunda validade, e que têm conseguido ultrapassar a análise e estudos feitos em atendimento ao processo evolutivo, transformaram-se em utilidades perenes, de uso constante e até obrigatório, passando a constituir-se em regime. Assim, regime contábil é definido como um sistema de escrituração contábil. Pressupõe-se, portanto, que os regimes contábeis de escrituração tenham sido considerados úteis pelo consenso profissional, de tal sorte que o seu uso seja constante e até obrigatório. No artigo 34, da lei nº 4.320/64, encontramos que “o exercício financeiro coincidirá com o ano civil”. Ano financeiro é o período em que se executa o orçamento. Quando o ano financeiro não coincide com o ano civil, existe a necessidade de um período adicional. Período adicional é o espaço de tempo adicionado ao ano financeiro e empregado na liquidação e no encerramento das operações relativas a rendas lançadas e não arrecadadas, e a despesas empenhadas e não pagas durante o ano financeiro. Geralmente, o período adicional era de 1º a 31 de janeiro do exercício seguinte. Kohama (2009) nos explica que essa prática causava transtornos, pois executava-se o orçamento do exercício e, paralelamente, procedia-se ao encerramento das receitas e despesas do exercício anterior. A Lei 869/49 extinguiu o período adicional, e o exercício financeiro passou a coincidir com o ano financeiro. Exercício financeiro é o período de tempo durante o qual se exercem todas as atividades administrativas e financeiras relativas à execução do orçamento. A escrituração contábil do exercício financeiro, especificamente no que se relaciona com as receitas e despesas, pode ser elaborada pelo regime de gestão Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 24 anual, também denominado regime financeiro, mais comumente, ainda, conhecido como caixa e pelo regime de competência ou exercício. Regime de caixa é aquele em que, como norma geral, a receita é reconhecida no período em que é arrecadada e a despesapaga nesse mesmo período. Compreende todos os recebimentos e pagamentos efetuados no exercício, mesmo aqueles relativos a períodos contábeis anteriores. Pelo regime de caixa, tanto as receitas por arrecadar, ainda que lançadas, mesmo as despesas empenhadas e as liquidadas, porém não pagas, devem ser transferidas para o orçamento do exercício financeiro seguinte, fazendo parte integrante dele, sem deixar resíduos ativos ou passivos. Regime de competência é aquele em que as receitas e as despesas são atribuídas aos exercícios de acordo com a real incorrência, isto é, de acordo com a data do fato gerado, e não quando são recebidos ou pagos em dinheiro. Pelo regime de competência, toda receita e toda despesa do exercício pertencem ao próprio exercício, embora já empenhadas, uma vez terminada a vigência do orçamento, passam para o exercício seguinte, a fim de serem arrecadadas ou pagas, continuando, entretanto, a pertencer ao orçamento que lhes deu origem. Desse modo, a receita lançada e não arrecadada no exercício é considerada como receita desse exercício, passando a constituir resíduos ativos cobrados em anos posteriores na conta receita a arrecadar, assim como a despesa legalmente empenhada e não paga dentro do exercício, é considerada despesa desse exercício, passando a constituir resíduos passivos, que serão pagos em exercícios posteriores, como restos a pagar. No Brasil, a administração pública adota um regime contábil de escrituração misto, ou seja, o regime de caixa para a arrecadação das receitas e o regime de competência para a realização das despesas. Analisaremos, a seguir, alguns princípios e convenções que regem a contabilidade. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 25 O princípio da realização da receita na Administração Pública Um dos primeiros pontos a serem destacados diz respeito ao fato de que a Lei 4.320/64, prevê normas gerais para a elaboração dos orçamentos e balanços na Administração Pública e no seu art. 35, I, dispõe que pertencem ao exercício financeiro as receitas de natureza orçamentária nele arrecadadas. Todavia, tal previsão legal não impede o registro dos direitos que a Administração Pública tem a receber. Pelo contrário, tal procedimento propiciará maior evidenciação, não tornando os demonstrativos contábeis enganosos para os diversos usuários. Outrossim, não se pode aplicar tal procedimento em todos os casos de receita pública, tendo em vista que, para que se tenha conhecimento acerca de quando é possível a aplicação de tal critério de contabilização, faz-se previamente necessária a análise das receitas ordinárias da Administração Pública individualmente. No caso das receitas de impostos, por exemplo, pelo fato das mesmas não se encontrarem diretamente ligadas a uma contraprestação direta de serviços, somente poderão ter seu direito reconhecido quando houver lançamento direto, passando com isso a ser possível a identificação do devedor, do montante e do prazo para pagamento. Já os direitos provenientes de receitas de taxas pelo exercício do poder de polícia ou pela prestação de serviços, assim como as receitas de contribuições de melhorias, patrimoniais, industriais, de serviços, cobrança de dívida ativa, multas por infrações e alienação de bens, podem ser facilmente identificados e registrados pela Contabilidade, uma vez que se encontram diretamente ligadas a produtos, bens, serviços ou tempo decorrido, ou ainda, a transcurso de prazo de pagamento ou transgressões à legislação. Outra circunstância diz respeito aos direitos provenientes de convênios ou contratos, os quais poderão ser contabilizados no momento em que forem firmados. As receitas provenientes de transferências constitucionais e intergovernamentais, com exceção dos convênios, em razão de sua natureza, somente devem ser registradas quando de seu efetivo recebimento. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 26 O princípio do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis De acordo com o enunciado da Deliberação CVM n° 29/86: Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser confrontada; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros) realizados em determinado período e que não puderem ser associados à receita do período nem às dos períodos futuros, deverão ser descarregadas como despesa do período em que ocorrerem. Para Iudícibus (2004, p.62), o principal elemento na apropriação das despesas não consiste no seu pagamento, porém o fato ter incorrido a despesa, ou seja, que tenha se realizado o sacrifício de consumir ativos ou de assumir dívidas no esforço de produção da receita. Deve-se ainda destacar que esse princípio implica no fato de que as despesas que irão beneficiar mais de um exercício devem ser classificadas como ‘Ativo Diferido’, somente sendo apropriadas como gastos na medida em que ocorrer a geração de receitas, por meio da amortização do Ativo. A aplicação conjunta dos dois princípios, ou seja, do princípio da realização da receita e do princípio da confrontação das despesas com as receitas e com os períodos contábeis também é conhecida pela denominação Regime de Competência. O Princípio da Entidade O Princípio da Entidade tem como objeto a relação ente a entidade e o seu dono, ou seja, da separação que a contabilidade realiza entre o patrimônio da companhia e o patrimônio dos proprietários. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 27 No caso da Administração Pública, o patrimônio público (da Administração) é também patrimônio dos administrados, isto é, não se tem propriamente uma diferença entre patrimônio da Administração Pública e dos administrados. Princípio da Continuidade No que diz respeito ao princípio da continuidade, a Resolução 750/1993 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em seu art. 5º dispõe que: A Continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. § 1º A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível. § 2º A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração. De acordo com o exposto na resolução do CFC, o princípio da continuidade apresenta-se importante para a contabilidade pública tendo em vista que parte da ideia de que a Administração Pública está operando e dessa forma permanecerá indefinidamente. Em razão disso, o princípio da continuidade tem por objeto a vida e a sobrevivência da empresa, no caso da contabilidade pública, do Estado e de que modo a contabilidade deve tratar desses fatos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00horas 28 Princípio da Oportunidade O princípio da oportunidade lida como as definições de extensão dos registros contábeis e do momento de sua realização. Assim sendo, o tempo passa a ser um fator importante. O princípio da oportunidade gera para a contabilidade a obrigação de registrar todos os fatos que afetam o patrimônio da entidade, devendo tal registro ser realizado no exato momento em que ocorre. No caso da Administração Pública, tal princípio é de grande importância em razão da necessidade de transparência dos negócios públicos e da necessidade de controle das contas públicas. O Princípio do Registro pelo Valor Original A contabilidade tem como função demonstrar o valor dos bens da entidade pelo valor original dos mesmos, ou seja, o valor (custo histórico) no momento em que foram incorporados ao patrimônio e o valor atual (valor de mercado), buscando- se com isso tomar decisões mais acertadas. Tal princípio é aplicável à contabilidade pública, pois o Administrador Público na sua tomada de decisão deve seguir dentre outros princípios o da conveniência e oportunidade. Assim sendo, a variação do preço de compra ou de venda de determinado bem pode ser levada em consideração por parte do administrador público nas suas decisões. O Princípio da Atualização Monetária A atualização monetária corresponde à alteração do poder aquisitivo da moeda. A Administração Pública celebra contratos, cobra impostos, taxas, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 29 contribuição de melhorias, dentre outras coisas. Dessa forma, a atualização monetária dos valores é importante. O Princípio da Competência O princípio da competência do exercício consiste no reconhecimento do período contábil, ou seja, quando uma receita ou uma despesa deve ser reconhecida. No caso da Administração Pública, tem-se os orçamentos que correspondem ao planejamento da atuação governamental e, como tal, representa uma importante ferramenta gerencial em relação à definição, à execução e ao acompanhamento dos objetivos a serem alcançados, tendo um papel fundamental no que diz respeito à atividade financeira do Estado. Dado o período que contempla e suas características, o mesmo corresponde ao planejamento estratégico da gestão ou planejamento governamental. O Princípio da Prudência O Princípio da Prudência demanda uma atitude cautelosa, para tanto, a doutrina contábil determina que os Ativos sejam registrados pelo menor valor possível e confiável e que os passivos sejam registrados pelo maior valor possível. No caso da Administração Pública, a prudência é de grande importância ao se falar em dinheiro público e no planejamento da utilização deste. Ao se falar em prudência, fala-se em racionalidade e eficiência por parte da Administração Pública. A participação da contabilidade nesse tópico é vital, visto que a base da contabilidade é perseguir os princípios contábeis que incluem os princípios da administração pública. Envolve a busca de qualidade, tendo que, em essência, a qualidade de serviço público é, antes de tudo, qualidade de um serviço, sem distinção se prestado por instituição pública ou privada. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 30 Deve-se buscar, pela aplicação de certa quantidade de recursos e esforços, a otimização dos resultados, primordialmente, proporcionar satisfação à coletividade. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 31 UNIDADE 4 - TEORIA DAS CONTAS E O PLANO DE CONTAS Justificando que as teorias são base para o entendimento de qualquer assunto que sofra modificação e evolução ao longo dos anos, apresentaremos, mesmo que sucintamente, antes de conceituarmos contas e discutirmos sobre o Plano de Contas, algumas teorias que se desenvolveram a partir de discussões sobre a natureza das contas, dentre elas a Teoria Materialista, a Teoria Patrimonialista e a Teoria Reditualista. Teoria materialista Teoria idealizada por Francesco Villa foi a escola que influenciou todas as outras doutrinas. Villa foi o precursor do estudo científico da contabilidade, admitindo, em sua obra "A Contabilidade aplicada à Administração Privada e Pública", editada em 1840, premiada pelo Imperador da Áustria, que a escrita contábil é somente a parte mecânica da Contabilidade. Segundo essa teoria, as contas representam relações materiais e são classificadas em dois grupos: a) Integrais – contas que representam os bens, direitos e obrigações, ou seja, aquelas que figuram no Balanço Patrimonial, exceto as contas do Patrimônio Líquido; b) Diferenciais – contas que representam o Patrimônio Líquido e suas variações, ou seja, as contas de receitas e despesas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 32 Teoria patrimonialista Segundo essa teoria, dividimos as contas entre aquelas que representam o Balanço Patrimonial (estática) e as que representam as variações do Patrimônio Líquido, em um determinado período (dinâmica). Assim são classificadas em: a) Patrimoniais – contas que representam o patrimônio da entidade, ou seja, o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido (Balanço Patrimonial); b) De Resultado – contas que representam os fatos que modificam o Patrimônio Líquido, ou seja, as receitas e as despesas. Teoria reditualista A corrente de pensamento reditualista desenvolveu-se, principalmente na Alemanha (tendo no escritor Schmalenbach, seu maior expoente), embora não podemos negar sua forte influência em outros países. Essa doutrina tem como princípio admitir que o lucro é o que mais importa no estudo da Contabilidade. Segundo Schmalenbach “é a conta de Lucros e Perdas que determina o conteúdo do Balanço e não o inverso”. Já Leitner aceitou que o lucro é a própria vida da empresa, como disse Schmalenbach, mas diferentemente deste, dá prioridade à maximização do rédito. Leitner foi reditualista específico, pois defendia a compra ao mais baixo preço e a venda ao mais alto preço possível. Contas são títulos que identificam elementos da mesma natureza. É a representação gráfica dos elementos patrimoniais. Ou ainda, é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas). Para cada elemento do patrimônio (ativo, passivo, patrimônio líquido) existe uma conta que o representa. Um plano de Contas tem o propósito de atender, de maneira uniforme e sistematizada, ao registro contábil dos atos e fatos concernentes aos recursos sob responsabilidade dos Órgãos e Entidades de uma Administração, de forma a Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 33 proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento e integração dos dados e atender às necessidades em todos os níveis da Administração. A estrutura de um Plano de Contas objetiva, principalmente: a) Demonstrar a situação patrimonial e suas variações, de forma a proporcionar oconhecimento mais adequado da situação econômica – financeira de uma gestão administrativa; b) Padronizar o nível de informações da Administração com a finalidade de auxiliar o processo de tomada de decisão, ampliando a quantidade dessas informações e facilitando a elaboração do Balanço Geral; c) Permitir, mediante a relação de contas, a manutenção de um sistema integrado de informações financeiras e patrimoniais na Administração Pública, com a extração de relatórios necessários à análise gerencial, inclusive, balanços e demais demonstrações contábeis, capaz de atender aos aspectos legais. Em termos de Contabilidade Governamental, o SIAFI (2009) – Sistema Integrado de Administração Financeira – promove, de forma automática, os lançamentos contábeis correspondentes aos registros dos atos e fatos praticados pelos gestores públicos quando do exercício de suas atividades. Assim, foi possível utilizar a contabilidade como fonte de informações confiáveis e instantâneas, pois os registros são lançados no mesmo momento em que os fatos ocorrem, e não é necessária a existência de um contador em cada Unidade Gestora para efetuar a classificação contábil de cada ato ou fato realizado. De acordo com SIAFI (2009), a execução contábil relativa aos atos e fatos de gestão financeira, orçamentária e patrimonial da União obedece ao Plano de Contas elaborado e mantido de acordo com os padrões estabelecidos, tendo como partes integrantes a relação das contas agrupadas segundo suas funções, a tabela de eventos (conjunto de todos os eventos existentes) e a indicação do mecanismo de débito e crédito de cada conta. Trata-se, portanto, de um conjunto das contas utilizáveis em toda a Administração Pública federal, organizadas e codificadas com o propósito de sistematizar e uniformizar o registro contábil dos atos e fatos de gestão, e permitir a qualquer momento, com precisão e clareza, a obtenção dos dados relativos ao patrimônio da União. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 34 A estrutura básica do Plano de Contas da União, em nível de classe/grupo consiste na seguinte disposição: 1 ATIVO 1.1 Circulante 1.2 Realizável a longo prazo 1.4 Permanente 1.9 Compensado 2 PASSIVO 2.1 Circulante 2.2 Exigível a longo prazo 2.3 Resultado Exercícios Futuros 2.4 Patrimônio Líquido 2.9 Compensado 3 DESPESA 3.3 Corrente 3.4 De Capital 4 RECEITA 4.1 Corrente 4.2 De Capital 4.9 Deduções da Receita 5 RESULTADO DIMINUTIVO DO EXERCÍCIO 5.1 Orçamentário 5.2 Extra-Orçamentário 6 RESULTADO AUMENTATIVO DO EXERCÍCIO 6.1Orçamentário 6.2 Extra-Orçamentário 6.3 Resultado Apurado Fonte: SIAFI (2009). O primeiro nível representa a classificação máxima na agregação das contas nas seguintes classes: Ativo – inclui as contas correspondentes aos bens e direitos, demonstrando aplicação dos recursos; Passivo – compreende as contas relativas às obrigações, evidenciando as origens dos recursos aplicados; Despesa – inclui as contas representativas dos recursos despendidos na gestão, a serem computadas na apuração do resultado do exercício; Receita – inclui as contas representativas dos recursos auferidos na gestão, a serem computadas na apuração do resultado do exercício; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 35 Resultado Diminutivo do Exercício – inclui as contas representativas das variações negativas da situação líquida do patrimônio e da apuração do resultado respectivo; Resultado Aumentativo do Exercício – inclui as contas representativas das variações positivas da situação líquida do patrimônio e da apuração do resultado respectivo. O segundo nível de desdobramento do Plano de Contas atual compreende os seguintes grupos de contas para o Ativo: Ativo Circulante – compreende as disponibilidades de numerário, bem como outros bens e direitos pendentes ou em circulação, realizáveis até o término do exercício seguinte; Ativo Realizável a Longo Prazo – compreende os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte; Ativo Permanente – representa os investimentos de caráter permanente, as imobilizações, bem como despesas diferidas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício; Ativo Compensado – compreende as contas com função precípua de controle, relacionadas à situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, inclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados à execução orçamentária e financeira. O Passivo é representado pelos seguintes grupos de contas: Passivo Circulante – compreende as obrigações pendentes ou em circulação, exigíveis até o término do exercício seguinte; Passivo Exigível a Longo Prazo – compreende as obrigações exigíveis após o término do exercício seguinte; Resultado de Exercícios Futuros – compreende as contas representativas de receitas de exercícios futuros, deduzidas dos custos e despesas correspondentes ou contrapostos a tais receitas; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 36 Patrimônio Líquido – representa o capital, as reservas e os resultados acumulados; Passivo Compensado – compreende as contas com função precípua de controle, relacionadas à situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, inclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados à execução orçamentária e financeira. A Despesa é desdobrada nas seguintes categorias econômicas: Despesas Correntes – compreendem as contas, desdobradas em transferências e aplicações diretas, de despesas com pessoal e encargos sociais, juros e encargos das dívidas interna e externa e outras despesas correntes, observadas as conceituações legais e normativas pertinentes; Despesas de Capital – correspondem às contas, desdobradas em transferências e aplicações diretas, de despesas de investimentos, inversões financeiras, amortizações das dívidas interna e externa e outras despesas de capital, observadas as conceituações legais e normativas pertinentes. A Receita é desdobrada nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes – compreendem as tributárias, de contribuições, patrimoniais agropecuárias, industriais, de serviços e outras receitas correntes, bem como provenientes de transferências correntes, observadas as conceituações legais e normativas pertinentes; Receitas de Capital – correspondem às operações de crédito, alienações de bens, amortizações e outras receitas de capital, bem como as provenientes de transferências de capital, observadas as conceituações legais e normativas pertinentes. Resultado do Exercício contém os seguintes grupos (os grupos de contas de resultado orçamentário e extraorçamentário são estruturados de forma a distinguir as variações diminutivas e aumentativas da situação líquida do patrimônio): Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 37 Resultado Orçamentário relativo à diminuição da situação líquida do patrimônio – corresponde às despesas orçamentárias, interferências passivas e às mutações passivas, resultantes da execuçãoorçamentária; Resultado Orçamentário relativo ao aumento da situação líquida do patrimônio – inclui as contas representativas da receita orçamentária, interferências ativas e mutações ativas, resultantes da execução orçamentária; Resultado Extraorçamentário relativo à diminuição da situação líquida do patrimônio – inclui as contas representativas das despesas extraorçamentárias, interferências passivas e mutações passivas, independentes da execução orçamentária; Resultado Extraorçamentário relativo ao aumento da situação líquida do patrimônio – inclui as contas representativas das receitas extraorçamentárias, interferências ativas e mutações ativas, independentes da execução orçamentária; Resultado Apurado – conta utilizada no encerramento do exercício para demonstrar a apuração do resultado do exercício (NASCIMENTO, 2006). Como são numerosas as contas do Plano de Contas e muitos gestores públicos não têm conhecimentos aprofundados sobre contabilidade pública, foi essencial que se criasse um outro mecanismo dentro do SIAFI que pudesse facilitar o trabalho de registro dos atos e fatos de gestão. Assim, surgiu o EVENTO, que é um código associado a cada tipo de ato ou fato que deve ser registrado contabilmente pelo sistema e ao qual se associa, por sua vez, um roteiro contábil, ou seja, uma lista das contas de débito e crédito que devem ser afetadas, de forma a que todos os operadores do SIAFI possam efetuar lançamentos contábeis, mesmo que absolutamente nada saibam sobre contabilidade. A Relação de Contas está disponível no SIAFI, podendo ser consultada por meio da transação CONCONTA. As contas compreendem sete níveis de desdobramento mais o conta-corrente, classificados e codificados de acordo com a seguinte estrutura: Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 38 FONTE: SIAFI (2009). A título de curiosidade, temos abaixo um resumo com o total de contas do SIAFI, o qual encontra-se na íntegra no site: http://www.stn.fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/download/Pcontas.pdf TOTAIS DE CONTROLE TOTAL DE CONTAS NÍVEL 1 - 6 TOTAL DE CONTAS NÍVEL 2 - 24 TOTAL DE CONTAS NÍVEL 3 - 106 TOTAL DE CONTAS NÍVEL 4 - 342 TOTAL DE CONTAS NÍVEL 5 - 779 TOTAL DE CONTAS NÍVEL 6 - 2622 TOTAL DE CONTAS NÍVEL 7 - 7571 TOTAL DE CONTAS DE ESCRITURAÇÃO - 9793 Na sequência ao SIAFI, temos o SIAFEM (Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios), um sistema desenvolvido pelo SERPRO, para otimizar e uniformizar a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil, de forma integrada, minimizando os custos, obtendo maior transparência e eficiência na gestão dos recursos públicos. http://www.stn.fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/download/Pcontas.pdf Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 39 A concepção do SIAFEM, baseia-se na Lei Nº 4.320/64, que trata das normas gerais de direito financeiro e da contabilidade pública, bem como na Lei Nº 6.404/76, que dispõe sobre as Sociedades por Ações. A implantação desse aplicativo ajuda a reduzir os documentos contábeis, para apenas 7 tipos representados por: Nota de Dotação (ND); Nota de Crédito (NC); Nota de Empenho (NE); Nota de Lançamento (NL); Programação de Desembolso (PD); Ordem Bancária (OB) e Guia de Recolhimento (GR), desburocratizando o trâmite de papéis e processos nos Órgãos que compõem a Administração Pública de um Estado. Uma das principais vantagens do SIAFEM é estar programado para fornecer, a qualquer momento, todas as demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras das unidades integrantes do sistema, devidamente atualizadas, até a data da solicitação, podendo ser efetuadas consultas variadas. Voltando ao sistema de contas, na Contabilidade privada utilizamos dois sistemas de contas: Patrimoniais e de Resultado, e podemos registrar em uma só partida contas patrimoniais e contas de resultado. De acordo com Nascimento (2006), o mesmo não ocorre na Contabilidade Pública que trabalha com quatro sistemas distintos: o Financeiro, o Patrimonial, o de Compensação e o Orçamentário. Para cada sistema de contas pode ser elaborado um balancete de verificação. Dessa forma, um lançamento a débito, por exemplo, do sistema patrimonial tem como contrapartida, necessariamente, um crédito no mesmo sistema. Não podemos nunca, na Contabilidade Pública, lançar a débito uma conta de um sistema e a crédito em uma conta de outro sistema. Falamos em tópicos anteriores, sobre os quatro sistemas que são: Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e de Compensação. Agora, avançando um pouco mais, vamos elencar os lançamentos respectivos: Sistema orçamentário – Tem o objetivo de efetuar o controle da execução do orçamento público. Tem as mesmas características do sistema compensado por efetuarem controle também. Não geram alteração na situação líquida patrimonial. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 40 Dotação Inicial Dotação Adicional Emissão de Empenho Receita a Realizar Receita Realizada Sistema Financeiro – Registra pagamentos e recebimentos de despesas e receitas orçamentárias e extraorçamentárias. É fácil saber se uma conta é do sistema financeiro ou não. Todas as contas que tenham como contrapartida a conta “caixa” ou “bancos” (sendo pagamento ou recebimento) são do sistema financeiro. Banco ou Caixa (bens representados por dinheiro) Direitos a Receber (financeiros) Obrigações a Pagar (financeiros) Receitas Orçamentárias Despesas Orçamentárias Ingressos Extraorçamentários Desembolsos Extraorçamentários Sistema Patrimonial – Registra bens, direitos e obrigações que não estejam relacionados à movimentação financeira. Bens (não financeiros) Direitos (não financeiros) Obrigações (Ex: provisões) Mutações Ativas e Passivas Transferências Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 41 Sistema de Compensação – Tem como função principal o controle dos atos administrativos. São os bens, direitos e obrigações potenciais. Quando se faz um contrato, por exemplo, registra-se uma conta do sistema compensado e credita-se em outra conta do mesmo sistema. Quando o contrato é executado, faz-se o lançamento inverso. Assim, essas contas fazem contrapartida consigo mesma. Não alteram a situação líquida patrimonial. Contratos Fiança Aval Convênios RESUMO DO SISTEMA DE CONTAS NA CONTABILIDADE PÚBLICA ORÇAMENTÁRIO FINANCEIRO PATRIMONIAL COMPENSAÇÃO BALANÇO BALANÇO DEMONSTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIO FINANCEIRO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS BALANÇO PATRIMONIAL Fonte: KOHAMA (2009). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 42 UNIDADE 5 - CONTABILIZAÇÃO DAS CÂMARAS MUNICIPAIS Com a Constituição Federal de 1988, as Câmaras Municipais passaram a ter autonomia administrativa
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