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LINGUAGEM E PRODUÇÃO DE TEXTO

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LINGUAGEM E PRODUÇÃO DE TEXTO
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL - DISTÂNCIA
Aluna: Greici Tais de Lara
RU:2880639
 
TEMA 1: POR QUE LER? Segundo Simões (2006, p. 5) “não há como interagir produtivamente em sociedade — sobretudo interferindo nos processos — sem os conhecimentos adquiridos por intermédio da leitura”. Considerando a proposição da autora, é possível compreender a importância da leitura na prática da cidadania. Ainda segundo Krieger (2002, apud Gerber, Sponholz e Volker, 2006, p. 3), “a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto no qual o leitor busca construir o significado do texto”. Tal afirmativa, analisada a partir d o contexto acadêmico, possibilita ao aluno a compreensão de que o aprendizado é construído ao lo ngo do processo de formação. Portanto, comprometer-se com diferentes práticas de leitura deve ser u m hábito do aluno de graduação durante e po steriormente à sua formação acadêmica. Lembrando ainda que, ao ref letirmos sobre a importância da leitu ra, não nos referimos somente aos textos te óricos, mas às diferentes possibilidades de interação presentes no cotidiano de cada um. Assim, o hábito da leitura pode ser alcançado por intermédio da interação com diferentes gêneros te xtuais , conforme o interesse e a realidade de cada cidadão.
TEMA 2: LEITURA CRÍTICA Ler é uma atividade inerente ao ser humano, pois a leitura não está limitada à decodificação das let ras, prática facilitada p elo processo de alfabetização, m as sim à s dife rentes formas com que o indivíduo id entifica e interpreta a realidade. “Aprender a ler é um p rocesso social de construção de significado que engloba interações entre ide ias, pessoas e acontecimentos” (Kriegl, 2002 apud Gerber; Sponholz; Volker, 2006, p . 2). Desenvolver o processo de leitura de acordo com as proposições dos autores é uma tarefa cabível aos cidadãos que desenvolvem sua capacidade de interpretação da própria realidade. Assim, é preciso estar atento à forma como nos posicionamos perante às muitas formas de informação com as quais interagimos na sociedade atual. A i ndústria c ultural, c om sua diversidad e de produtos, suportes e f ormatos (cinema, tea tro, música e m ídia em geral), por fazer parte da c onstrução do im aginário de alunos, professores, pais e sociedade, por f azer parte do universo c otidiano das pessoas, precisa ser incorporada ao processo de aprendizagem numa relaç ão crítica, em que o aprender a p ensar ( Pedro Dem o) seja parte integrante do aprender a apren der ( Paulo Freir e) para o aprender a fa zer (Célestin Fr einet). (Caldas, 2006, p. 128) “A apreensão da informação para sua transformação em conhecimento crítico e transformador passa, necessariamente, pela leitura do mundo, sem o que a leitura da palavra não levará a nada ” (Caldas, 2006, p. 128). Portanto, o conhecimento de mundo com o qual cada aluno ingressa no ensino superior é parte dos elementos que auxiliarão na construção do conhecimento ao longo d e sua formação acadêmica. 
TEMA 3: ESTRATÉGIAS DE LEITURA A leitura como processo interativo exige de cada indivíduo a identif icação de estratégias que facilitem a atividade comunicativa proposta na interação com cada gênero te xtual. Ao nos referirmos às estraté gias de leitura, é importante conhecermos o processo de compreensão leitora. Para tanto, expomos a seguir as diferentes fases que compõem tal processo: 
·	 Ativação de conhecim entos de m undo: Previam ente à leitura ou durante o ato de ler, o leitor co loca constantem ente em relação seu co nhecimento amplo de m undo com aquele exigido e utilizado pe lo autor no texto. · Antecipação ou prediçã o de conteúdos ou propriedad es dos textos: O leitor não aborda o texto como um a folha em branco.
·	A partir da s ituação de leitura, de suas finalidades, da esfera de com unicação em que ela se dá, do suporte d o text o (livro, jornal, revista, outdoor etc.), de sua disposição na página, de seu título, de fotos, legendas e ilustrações, o l eitor levanta hipót eses tanto sobre o conteúdo quanto s obre a forma do texto ou da porção seguinte de tex to que lerá. Checagem de hipóteses: Ao lo ngo da leitura, no entanto, o leitor conf erirá constantemente su as hipóteses.
·	 Localização e /ou cópia de inform ações: Em certas práticas de leitur a (para e studar, trabalhar, busc ar informaç ões em enciclopédias, obras de referência, na internet), o leitor busca e l ocaliza com frequência informaç ão relevante, p ara arm azená-l a p or meio de 4 cópia, rec orte-cole, ilum inação ou sublinhado e, post eriormente, r eutilizá- la de m aneira reorganizada. 
·	 Comparação de inform ações: Ao longo da leitura, o leitor com para a todo tem po inform ações de várias ordens , advindas do texto, de outros textos, de seu conhecim ento de mundo, de m aneira a construir os sentidos do t exto que lê. 
·	 Generalização (conclusões gerais sobre fato, fenômeno, situação, problem a, etc. , após análise de inf ormações pertinente s): Uma das estratégias que m ais contribui para a síntese resultante d a leitura é a ge neralização exercida so bre enumerações, redundâncias, repetições, exemplos, explicações , etc . Ninguém guarda um texto fielm ente na memória. Podem os guardar alguns de seus trechos ou citações que m ais nos impressionaram, mas, em geral, arm azenamos informações na forma de generalizações responsáveis, em grande parte, pela síntese.
Além de conhecer as estratégias relacionadas anteriormente, para o desenvolvimento acadêmico , o aluno precisa considerar sua própria realidade, as f erramentas de que dispõe para o exercício da leitura, as melhores condições de aprendizado, o tempo de que precisa dispor tanto p ara a leitura como prática de pesquisa, como atividade de ócio . Só então pode definir as adaptações que fará em sua rotin a para me lhor ap roveitamento das diferentes práticas de leitura, visando à concretização das f ases mencionadas por Rojo (2004) , em benefício do seu aprendizado e de sua formação como leitor crítico.
TEMA 4: INFERÊNCIAS A produção de inferências é uma das fases dispostas no tópico anterior e ocorre inconscientemente, quando o leitor encontra obstáculos du rante a leitura e utiliza de estratégias próprias para dar continuidade. A respeito desse processo, afirma-se que: No m omento da leitura são aci onadas um a série de ações na mente do le itor que o auxiliam a int erpretar o texto. Ess as ações são denom inadas de estratégias de leitura e, na sua maioria, são tão automáticas que não s e reflete sobre elas. Elas o correm simultaneam ente d urante o tem po em que se realiza a leitura, podendo ser m antidas, desenvolvidas o u m odificadas. Assim sendo, ao ler um tex to, a m ente da pes soa seleciona o que lhe interessa, o que lhe parece mais relevante para extrair suas próprias inferências do texto. (Gerber et al., 200 6, p. 7) Rojo (2004) classif ica as inferências como locais e globais, conforme descrito na sequência:
Inferências locais: no caso de uma lacuna de compreens ão, provoc ada por exemplo, por vocábulo ou estrutura desc onhecidos, exerceremos estratégias inferenciais, isto é, descobriremos , pelo contexto im ediato do texto (a frase, o período, o parágraf o) e pelo significado anteriorm ente já construído, novo signific ado para este term o até então desconhecido. I nferências globais: nem tudo está dito ou posto num texto. O texto tem seus implícitos ou press upostos q ue tam bém têm de ser compreendidos num a leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança ão, ao mesm o tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto , do conjunto da significação já construída e de seus conhecim entos de mundo, inclusivelógicos
O processo de inferências o corre de forma natural, mas será m ais produtivo de aco rdo com o nível de conhecimentos prévios do leitor, tanto nos conhecimentos relacionados aos eleme ntos linguísticos que constituem o texto, quanto de experiências leito ras anteriores que, junto à sua e xperiência de vida, constituem seu conhecimento de mundo.
TEMA 5: COESÃO E COERÊNCIA Ao tratamos de letramento, aprendemos que ler é mais do que decodificar as letras e palavras, mas sim atingir o propósito comunicativo. Além disso, sabemos que o leitor crítico, além de a lcançar a compreensão do texto, consegue se posicionar co mo interlocutor na (re)construção de significados do texto. Isto porque, assim como as palavras n ão são apenas amontoados de letras a serem decodificadas, os textos não podem ser apenas um aglomerado de frases. Para que o texto seja compree nsível, é preciso que seja estruturado de acordo com o propósito comunicativo. A essa organização sequencial do texto, em que o autor se p reocupa com a sequência das info rmações e também com os significados dos enunciados, para que não haja contradição e nt re informações, podemos definir como coerência textual. É fácil entendermos esse conceito quando o relacionamos com situações práticas em que comumente se critica alguém por se r “incoeren te” em suas ideias ou atitudes. Normalmente , identifica-se como incoerente quem é contraditório em seu dizer ou agir. De forma similar, o texto incoerente é aquele que apresenta ideias ou informações contraditórias, ou ainda com obstáculos que impossibilitam a compreensão textual, tais como: repetição de ideias, falta de co nclusão do assunto, falta de “amarração” entre ideias, etc. A coesão também colabora para a boa escrita do te xto, pois está relacionada à estruturação linguística do texto . Consequentemente, para a escrita coesa, é preciso domínio do código que se utiliza na produção textual, em nosso caso, da lí ngua portuguesa. Um texto coeso é aquele que apresenta concordância entre os termos, concordância também no uso das conjugações verbais e respeito às regras gramaticais da língua.
SINTESE
Trabalhamos sobre a concepção de letramento, levando em consideração que, para o desenvolvimento a cadêmico e formação profissional adequados, é preciso que o indivíduo ultrapasse a limitação da leitura decodificada e atinja o nível de letramento necessário para sua formação e atuação profissional. Ao concluirmos os temas trabalhados, espera-se que o aluno tenha consciência das diferentes etapas do processo de leitura e consiga dese nvolver as estratégias, de forma a facilitar sua interação no s meios acadêmico, profissional e pessoal.
REFERENCIAS 
CALDAS, G. Mídia, escola e leitura crítica do mundo. Educação & Sociedade, Campinas, vol. 27, n. 94, jan ./abr. 2006, p. 117-130. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v27n94/a06v27n94.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. GERBER, R. M.; SPONHOLZ, I. ; VOLKER, T. B. Propósito de leitura e tipo de texto na geração de inferências. Letra Magna, Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura, ano 03 , n. 05, 2. sem./2006. Disponível em: <http://www.letramagna.com/leitura.pdf >. Acesso em: 28 out. 2016. ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE; CENP, 2004. Disponível em: <http://debragancapaulista.educacao.sp.gov.br/SiteAssets/Paginas/Circular/CIRCULAR-12-2015/SUBS%C3%8DDIOS%20ATPC%20-%20A4%20-%20Letramento%20e%20capacidade%20de%20leitura%20pra%20cidadania%202004.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SIMÕES, D. A produção de textos acadêmicos. In: CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS DA FFP/UERJ. Anais do Congresso de Pós-graduação em Letras da FFP/UERJ. Rio de Janeiro: UERJ, 2005.

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