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Peça 07 Ação Embargos de Terceiros

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA 
CÍVEIL DA COMARCA DE ITAPERUNA/RJ, A QUEM COUBER POR 
DISTRIBUIÇÃO. 
 
 
 
 
Recibo de entrega 
 
Trabalho entregue com sucesso. 
 
Código do recibo: 14164576 
Trabalho entregue: CASO PRÁTICO 07: EMBARGOS DE TERCEIROS 
Trabalho entregue: 08/04/2021 23:53 
Observações: 
Arquivo enviado: Peça 07 Ação Embargos de Terceiros.pdf 
 
 
 
AÇÃO DE EMBARGO DE TERCEIRO 
 
DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA AO PROCESSO Nº. 6002/2015 
(NOVO CPC, ART. 676) 
 
 
 
 JOSÉ AFONSO (“Embargante”), nacionalidade solteiro, 
engenheiro, inscrito no MF sob CPF nº......, residente e domiciliado na Rua......, nº......, 
Bairro......, Cidade......,Estado......, CEP......, com endereço eletrônico@......, Telefone......, 
ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório 
acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o 
qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. VI c/c art. 287, caput, um e outro do 
NCPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido 
respeito a Vossa Excelência, com suporte no art. 674 e segs. do novo CPC, ajuizar 
presente 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO 
( com pedido de medida liminar ) 
em face de 
 
CARLOS BATISTA (“Embargado”), nacionalidade, solteiro, contador, inscrito no MF 
sob o CPF nº......, residente e domiciliado na Rua Rio Branco, nº 600, Cidade de Itaperuna 
no Estado do RJ – CEP......, com endereço eletrônico@......, Telefone, em razão das 
justificativas de ordem fática e direito, abaixo delineadas. 
 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
I - DA TEMPESTIVIDADE 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
Art. 675 – Os embargos podem ser opostos a qualquer 
tempo no processo de conhecimento enquanto não 
transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de 
sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias 
depois da adjudicação, da alienação por iniciativa 
particular ou da arrematação, mas sempre antes da 
assinatura da respectiva carta. 
 
 Contata-se que a presente ação tem por fundamento desconstituir 
ato constritivo judicial (penhora), decorrente de ação de execução por título extrajudicial. 
 Na ação supracitada, a fase processual que ora se apresenta é a 
publicação de edital para praceamento do imóvel. 
 Portanto, à luz do que preceitua o art. 675, caput, do CPC 2015, 
não existiu, ainda, “arrematação”, “adjudicação” ou “remição” do imóvel em apreço. 
 Também por este prisma é o entendimento de Humberto 
Theodoro Júnior, que perfilha ele pensar, ao asseverar que: 
Dispõe o art. 675 sobre a oportunidade de que dispõe o terceiro para fazer uso dos embargos, 
tratando separadamente as hipóteses de atos derivados do processo de conhecimento e de atos 
próprios do processo de execução: 
(a) se a constrição ocorre no curso de processo de conhecimento, o terceiro pode opor embargos 
enquanto não ocorrer o trânsito em julgado da sentença; 
(b) se a moléstia aos bens do estranho se dá na fase de cumprimento de sentença ou em processo 
de execução, a oportunidade dos embargos vai até cinco dias depois da arrematação, 
adjudicação ou alienação por iniciativa particular, mas nunca após a assinatura da respectiva 
carta. 
O trânsito em julgado é apontado pelo art. 675 apenas como marco temporal, já que para o 
estranho à relação processual não se forma a res iudicata. Assim, mesmo depois de ultrapassado 
o dies ad quem assinalado na lei, ao terceiro sempre estará facultado o uso das vias ordinárias 
para reivindicar o bem constrito judicialmente. Apenas não poderá se valer da via especial dos 
embargos disciplinados pelo art. 674. Por isso, está assente na doutrina o entendimento de que 
nenhum terceiro está jungido à obrigação ou ônus de usar dos embargos. Trata-se de simples 
faculdade que a lei lhe confere, cuja não utilização em nada afeta o direito material do 
interessado [ ... ] 
 
 Por isso, tempestiva a demanda. A orientação da jurisprudência 
já está firmada nesse diapasão: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE. EMBARGOS 
DE TERCEIRO. TEMPESTIVIDADE. 
Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no 
processo de conhecimento enquanto não transitada em 
julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 (cinco) 
dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas 
sempre antes da assinatura da respectiva carta. Hipótese em 
que foram opostos em data anterior. Sentença 
desconstituída. Unânime [ ... ] 
 
 
 
II - DO PEDIDO LIMINAR 
 
De acordo com os artigos 674,677 e 678 
Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015 
Código de Processo Civil. 
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o 
domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas 
constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem 
como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se 
o embargante a houver requerido. 
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de 
manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação 
de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da 
parte economicamente hipossuficiente. 
 
Código de Processo Civil. 
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova 
sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de 
terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar 
designada pelo juiz. 
 
Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015 
Código de Processo Civil. 
https://www.peticoesonline.com.br/modelo-embargos-terceiro-novo-cpc-pedido-liminar-veiculo
https://www.peticoesonline.com.br/modelo-embargos-terceiro-novo-cpc-pedido-liminar-veiculo
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/Lei-n-13.105-de-16-de-Marco-de-2015#art-678
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/Lei-n-13.105-de-16-de-Marco-de-2015#art-678
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o 
domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas 
constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem 
como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se 
o embargante a houver requerido. 
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de 
manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação 
de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da 
parte economicamente hipossuficiente. 
 
O AUTOR sofreu penhora indevida de seu bem imóvel, por isso, requer que sua manutenção 
para que não tenha seu direito violado e venha sofrer com o Periculum In Mora e o 
Fumus Boni Iuris 
 
 
 
II.1 - Periculum In Mora 
 Traduz-se, literalmente, como “perigo na demora”. Para o 
direito brasileiro, é o receio que a demora da decisão judicial cause um dano grave ou 
de difícil reparação ao bem tutelado. Isso frustraria por completo a apreciação ou 
execução da ação principal. 
 Portanto, juntamente com o fumus boni iuris, o periculum in 
mora é requisito indispensável para a proposição de medidas com caráter urgente 
(medidas cautelares, antecipação de tutela). 
 A configuração do periculum in mora exige a demonstração 
de existência ou da possibilidade de ocorrer um dano jurídico ao direito da parte de 
obter uma tutela jurisdicional eficaz na ação principal. 
II.2 - Fumus Boni Iuris 
 Traduz-se, literalmente, como “fumaça do bom direito”. É 
um sinal ou indício de que o direito pleiteado de fato existe. Não há, portanto, a 
necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera suposição de 
verossimilhança.Esse conceito ganha sentido especial nas medidas de caráter 
urgente, juntamente com o periculum in mora. 
Fonte: STF (Glossário Jurídico). 
 
II.3 - Legitimidade passiva 
 
 A ação de execução em mira (Proc. nº. 6002/2015), ora por 
dependência, tem como partes o Embargado (“CARLOS BATISTA”) e, no polo passivo 
da mesma, singularmente a senhorita LÚCIA MARIA, no caso como quem in dicou o 
imóvel foi o sr. Carlos Batista, por isso, só ele figura como polo passivo nesse Embargo. 
 Destarte, o Embargante não é parte na relação processual acima 
citada, porém, teve seu bem indicado para penhora pelo EMBARGADO. 
 Ademais, conforme adiante se comprovará, o Autor é possuidor 
direto do imóvel, constrito pela penhora. 
 
 Nesse contexto, aquele é parte legitima para defender a posse do 
bem em espécie, pois define o novo CPC/2015 que: 
 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer 
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua 
ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato 
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua 
inibição por meio de embargos de terceiro. 
 
§ 1º - Os embargos podem ser de terceiro proprietário, 
inclusive fiduciário, ou possuidor. 
 
 À guisa de corroboração, necessário se faz trazer à baila o 
entendimento do eminente professor Alexandre Câmara: 
 
Também se considera legitimado a recorrer o terceiro prejudicado. Trata-se da afirmação de 
que terceiros, afetados por decisões judiciais, podem recorrer. O recurso de terceiro é uma 
modalidade de intervenção voluntária de terceiro (já́ que através de seu recurso um terceiro 
ingressa voluntariamente em um processo de que não participava). 
 
 Em abono dessa disposição doutrinária, mister se faz trazer 
à colação a judiciosa ementa: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. 
NULIDADES AFASTADAS. AUTO DE PENHORA 
https://www.peticoesonline.com.br/modelo-peticao/modelo-de-contrato-de-compra-e-venda-simples-de-imovel-parcelado
https://www.peticoesonline.com.br/modelo-recurso-apelacao-civel-novo-cpc-pn808
JUNTADO NOS AUTOS DA EXECUÇÃO. 
LEGITIMIDADE ATIVA DO PROMITENTE 
COMPRADOR. ART. 674, §1º DO NCPC. SÚMULA 
Nº 84 DO STJ. IMPENHORABILIDADE DA 
PEQUENA PROPRIEDADE RURAL. REQUISITOS 
DEMONSTRADOS. SENTENÇA MANTIDA. 
Considerando que o auto de penhora se encontra 
colacionado nos autos da execução correlata aos presentes 
embargos de terceiro, não há por que se falar em nulidade, 
decorrente da ausência de condição específica da ação 
incidental. São cabíveis embargos de terceiro com 
fundamento em promessa de compra e venda, a teor do 
entendimento sumulado pelo E. STJ (Súmula nº 84: É 
admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em 
alegação de posse advinda de compromisso de compra e 
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro). 
Demonstrados os requisitos legais para vedar a constrição à 
pequena propriedade rural: Área qualificada como pequena, 
nos termos legais; e propriedade seja trabalhada pela 
família, para garantir a subsistência, de rigor a procedência 
dos Embargos de Terceiro opostos. Recurso Improvido [...] 
 
 
 Endossam este raciocínio as lições de Nelson Nery Junior e 
Rosa Maria Andrade Nery, quando assim lecionam: 
 
"Natureza dos embargos. Trata-se de ação de conhecimento, constitutiva negativa, de 
procedimento especial sumário, cuja finalidade é livrar o bem ou direito de posse ou propriedade 
de terceiro da constrição judicial que lhe foi injustamente imposta em processo de que não faz 
parte. O embargante pretende ou obter a liberação (manutenção ou reintegração de posse), ou 
evitar a alienação de bem ou direito indevidamente constrito ou ameaçado de o ser... 
 
 
 
 
III - Dos fatos 
 
 
 JOSÉ AFONSO (“EMBARGANTE”), ,adquiriu de Lúcia Maria, 
residente na Avenida dos Bandeirantes, 555, São Paulo/SP, pelo valor de R$ 300.000,00 
(trezentos mil reais), uma CASA para sua moradia, situada na cidade de MUCURICI/ES, 
Rua Central, nº 123, bairro Funcionários. 
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Jurisprudencia/Sumulas
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Jurisprudencia/Sumulas
 O instrumento particular de compromisso de compra e venda, sem 
cláusula de arrependimento, foi assinado pelas partes em 10/01/2015. O valor ajustado 
foi quitado por meio de depósito bancário em uma única parcela. Sete meses após a 
aquisição do imóvel onde passou a residir, ao fazer o levantamento de certidões 
necessárias para lavratura de escritura pública de compra e venda e respectivo registro, o 
EMBARGANTE toma ciência da existência de penhora sobre o imóvel, determinada pelo 
JUÍZO DA 4ª VARA CÍVEL DE ITAPERUNA / RJ, nos autos da execução de título 
extrajudicial nº 6002/2015, ajuizada por CARLOS BATISTA, residente à Rua Rio 
Branco, 600, Itaperuna/RJ, em face de LÚCIA MARIA (“EMBARGADA”), visando 
receber valor representado por cheque emitido e vencido três meses após a venda do 
imóvel. 
 A determinação de penhora do imóvel ocorreu em razão de 
expresso requerimento formulado na inicial da execução por CARLOS BATISTA 
(“EMBARGADO”), tendo o credor desprezado a existência de outros imóveis livres e 
desimpedidos de titularidade de Lúcia Maria, cidadã de posses na cidade onde reside. 
 
 
 
IV - NO MÉRITO 
 
IV.1 - Ilegalidade da penhora 
 
 O presente Embargo tem por objetivo excluir a constrição do bem 
cogitado. O Embargante, pois, apresenta-se como possuidor direto. Não é parte do 
processo executivo, contudo sofreu turbação por ato judicial (penhora). 
 Antes de tudo, sopesemos o caso em vertente não representa 
fraude à execução. O bem fora adquirido, em data anterior à propositura da ação 
executiva, antes da emissão e vencimento do título (cheque) este, emitido somente após 
três meses da venda do imóvel. (CPC, art. 792, inc. IV), esse fato por si, já exclui a 
possibilidade direta da penhora do imóvel, pois se trata de bem alheio aos bens possíveis 
de serem turbados por ato dessa natureza. 
 Noutro giro, essa matéria (fraude contra credores) sequer poderá 
ser levantada em sede de Embargos de Terceiro. 
STJ - Súmula nº 195 - Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude 
contra credores. 
 Na linha de entendimento descrita no art. 674, do Estatuto de 
Ritos, se o bem penhorado é de terceiro (aqui o Embargante), assiste-lhe o direito de 
pleitear a prestação jurisdicional, de sorte a desconstituir a constrição. Para isso, traz à 
colação prova da posse e/ou propriedade do bem. 
 Nesse compasso, demonstrado com esta peça vestibular, por meio 
de inúmeros documentos, que o Embargante detém a posse direta do imóvel, muito antes 
do aviamento da ação executiva. Desse modo, é possuidor de boa-fé. 
 Com esse enfoque, é altamente ilustrativo evidenciar as seguintes 
notas de jurisprudência: 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO DE 
CONTRATO DE LOCAÇÃO EM FACE DO FIADOR. 
PENHORA SOBRE FRAÇÃO DO IMÓVEL OBJETO 
DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA 
FIRMADO ENTRE IRMÃOS. 
Inocorrência de fraude à execução. Súmula nº 375, STJ. 
Ausência de registro prévio da penhora ou de citação. 
Presunção deboa-fé do adquirente. Imóvel vendido antes 
do ajuizamento da ação de execução e da constituição do 
crédito. Insolvência do devedor ao tempo da alienação não 
comprovada. Embargos de terceiro julgados procedentes 
para manter a embargante na posse do bem e declarar 
insubsistente a penhora. Sentença mantida. Recurso 
desprovido [ ... ] 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS DE 
TERCEIRO OPOSTOS EM AÇÃO DE 
COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS EM FASE 
DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PRETENSÃO 
DE SUSPENSÃO DO FEITO AO ARGUMENTO DE 
QUE É O VERDADEIRO PROPRIETÁRIO DO 
IMÓVEL E QUE HOUVE OFENSA AO ART. 5º, LV, 
DA CR/88, JÁ QUE NÃO COMPÔS A LIDE 
PRINCIPAL E QUE ESTÁ NA IMINÊNCIA DE 
PERDER SEU BEM IMÓVEL. 
Decisão agravada que indeferiu a liminar sob o fundamento 
de que o demandante não apresentou o competente registro 
do imóvel, não prestou caução e não comprovou o 
pagamento das cotas condominiais. Inconformismo do 
embargante que pretende a reforma do decisim. Oposição 
de embargos de terceiros instruída por compromisso de 
compra e venda desprovido de registro. Cabimento. Súmula 
nº 84/STJ ("é admissível a oposição de embargos de 
terceiro fundados em alegação de posse advinda do 
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que 
https://www.peticoesonline.com.br/acao-cobranca-novo-cpc
https://www.peticoesonline.com.br/acao-cobranca-novo-cpc
desprovido do registro"). Com efeito, o STJ no RESP nº 
1.345.331/RS, submetido à sistemática do art. 543-c do 
CPC/73, sedimentou entendimento segundo o qual a 
responsabilidade pelas despesas de condomínio pode recair 
tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o 
promissário comprador e que, somente havendo a 
comprovação de que o promissário comprador se imitiu na 
posse do imóvel e que o condomínio teve ciência 
inequívoca da transação, seria possível afastar a 
legitimidade passiva do promitente vendedor. Ausência dos 
requisitos do art. 300 do CPC/2015. In casu, observa-se que 
o embargante é o possuidor do imóvel desde 27.06.2000, 
sendo certo que desde 2010 quando ajuizada a ação de 
cobrança as cotas condominiais não haviam sido 
adimplidas, inexistindo nestes autos comprovação da 
quitação da obrigação do condômino, conforme exige o art. 
1.315 do Código Civil. Ademais, o embargante não prestou 
caução determinada pelo parágrafo único do art. 678 do 
NCPC. Por fim, a alegação de ciência inequívoca do 
condomínio sobre a imissão da posse pelo promitente 
comprador não lhe beneficia, pois demonstra na verdade 
que tem ele a obrigação de arcar o débito. Distorção da tese. 
Venire contra factum proprium. Recurso desprovido [ ... ] 
 
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. 
NULIDADES AFASTADAS. AUTO DE PENHORA 
JUNTADO NOS AUTOS DA EXECUÇÃO. 
LEGITIMIDADE ATIVA DO PROMITENTE 
COMPRADOR. ART. 674, §1º DO NCPC. SÚMULA 
Nº 84 DO STJ. IMPENHORABILIDADE DA 
PEQUENA PROPRIEDADE RURAL. REQUISITOS 
DEMONSTRADOS. SENTENÇA MANTIDA. 
Considerando que o auto de penhora se encontra 
colacionado nos autos da execução correlata aos presentes 
embargos de terceiro, não há por que se falar em nulidade, 
decorrente da ausência de condição específica da ação 
incidental. São cabíveis embargos de terceiro com 
fundamento em promessa de compra e venda, a teor do 
entendimento sumulado pelo E. STJ (Súmula nº 84: É 
admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em 
alegação de posse advinda de compromisso de compra e 
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro). 
Demonstrados os requisitos legais para vedar a constrição à 
pequena propriedade rural: Área qualificada como pequena, 
nos termos legais; e propriedade seja trabalhada pela 
família, para garantir a subsistência, de rigor a procedência 
dos Embargos de Terceiro opostos. Recurso Improvido [...] 
 
https://www.peticoesonline.com.br/modelo-embargos-execucao-novo-cpc-pn527
 Tal fato, por si só, torna admissível a oposição de Embargos de 
Terceiro, fundados em alegação de posse advinda de escritura pública não registrada. 
 
STJ - Súmula nº 84 - É admissível a oposição de embargos 
de terceiro fundados em alegação de posse advinda do 
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que 
desprovido do registro. 
 
 Nesse contexto, mormente em face da posse de boa-fé do 
Embargante e, mais, face à constrição, ocorrida após à aquisição do imóvel, a penhora 
deverá ser desconstituída judicialmente, por sentença meritória. 
 Conclui-se que, a penhora do bem causará um imenso dano ao 
EMBARGANTE, pois este adquiriu esse bem para seu uso e já o detém de forma que, a 
sua turbação gerará grande adversidade a normalidade da sua intenção em obter, de forma 
definitiva, o imóvel para seu uso juntamente com a sua família, cumprindo o bem a sua 
função social, conforme dispõe o CC. 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 
Institui o Código Civil. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e 
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer 
que injustamente a possua ou detenha. 
 § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em 
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de 
modo que sejam preservados, de conformidade com o 
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas 
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e 
artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
 
IV.2 – Substituição do bem penhorado. 
 
 Observando os fatos, identificamos que figura no polo passivo 
da ação de EXECUÇÃO a sra. ANA MARIA, no processo 6002/2015. 
 A REQUERIDA nesse processo, dispõe de outros bens imóveis 
penhoráveis, esses foram identificados, pelo EMBARGANTE, durante a pesquisa feita 
por ele na serventia onde tomou conhecimento da penhora do imóvel comprado por ele 
àquela, porém, o EMBARGADO, fez a indicação do imóvel em questão, talvez por 
desconhecer a sua venda, por isso, percebemos o cabimento da substituição do bem 
penhorado e, assim, respeitosamente, estamos relatando esse fato a este juízo, que após 
tomar conhecimento, possa decidir substituir o bem penhorado por um outro existente, de 
propriedade da sra. ANA MARIA e, que seja passivo de penhora; possibilidade que 
dispõe o NCPC. 
 
Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 
Código de Processo Civil. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91577/CC-Lei-n-10.406-de-10-de-Janeiro-de-2002#art-1228
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/Lei-n-13.105-de-16-de-Marco-de-2015#art-847
Subseção IV 
Das Modificações da Penhora 
Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias 
contado da intimação da penhora, requerer a substituição 
do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos 
onerosa e não trará prejuízo ao exequente. 
§ 1º O juiz só autorizará a substituição se o executado: 
I - Comprovar as respectivas matrículas e os registros por 
certidão do correspondente ofício, quanto aos bens 
imóveis; 
II - Descrever os bens móveis, com todas as suas 
propriedades e características, bem como o estado deles e 
o lugar onde se encontram; 
III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de 
número, de marca ou sinal e do local onde se encontram; 
IV - Identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, 
qual a origem da dívida, o título que a representa e a data 
do vencimento; e 
V - Atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à 
penhora, além de especificar os ônus e os encargos a que 
estejam sujeitos. 
§ 2º Requerida a substituição do bem penhorado, o 
executado deve indicar onde se encontram os bens sujeitos 
à execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão 
negativa ou positiva de ônus, bem como abster-se de 
qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da 
penhora. 
§ 3º O executadosomente poderá oferecer bem imóvel em 
substituição caso o requeira com a expressa anuência do 
cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de 
bens. 
§ 4º O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre 
o requerimento de substituição do bem penhorado. 
 
(.....) 
 
 
 
V – DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
a) A distribuição do presente embargo, por dependência no processo nº 6002/2015; 
b) A Expedição de mandado liminar para manutenção da posse e a suspensão das 
medidas constritivas que recaem sobre o bem do EMBARGANTE, conforme já 
demonstrado e por força do art. 678 do NCPC; 
c) A citação do EMBARGADO, pessoalmente ou na pessoa do seu procurador caso 
tenha, conforme o art. 677 § 3º do NCPC para que, querendo, apresente 
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de caracterização de revelia e 
verificação de seus efeitos art. 679 do NCPC; 
d) A confirmação da liminar no sentido de manter o EMBARGANTE 
definitivamente na posse do bem, cancelando-se a penhora realizada; 
e) No caso da não confirmação da liminar, no mérito, após conhecer os detalhes, 
acolher a indicação, pela EMBARGADA, de outro bem para substituir a penhora; 
f) Julgar totalmente procedente a condenação do EMBARGADO ao pagamento das 
custas e honorários de sucumbências e demais despesas do processo, conforme 
art. 82, § 2º e 85 do NCPC; 
g) A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente a 
produção de provas documental (em anexo), testemunhal (rol) conforme art. 677 
do NCPC; 
h) A juntada do recolhimento de custas. 
 
 
 
VI - DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) 
 
 
 
Nestes termos. Pede deferimento. 
 
 
 
 
 
Local e data 
 
 
 
 
 
Advogado 
OAB/UF

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