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Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos globais do corpo como, por exemplo, andar e correr; Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais como, por exemplo, ficar em pé ou sentado. Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco; Movimento de Substâncias Dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas no sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração; Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal; O tecido muscular é formado por fibras (células com formato alongado). As fibras musculares são divididas em três grupos: Fibra Muscular Esquelética: Forma os músculos esqueléticos. Os músculos esqueléticos formam a carne do corpo e tracionam os ossos nos movimentos voluntários; Fibra Muscular Lisa: As proteínas desse tecido muscular não estão organizadas em estrias como estão, por exemplo, no músculo esquelético. Os músculos lisos dispõem-se em camadas dentro de órgãos (exceto no coração) e trabalham em sincronia com o sistema nervoso autônomo para a contração involuntária; Fibra Muscular Cardíaca: A sua organização é parecida com a do músculo esquelético, porém ela é de contração involuntária, pois está associada ao nervo vago para o controle da frequência cardíaca. Além disso, a sua organização é feita, especialmente, para não sofrer fadiga e não acumular metabólicos no coração. Os músculos são divididos em nove grupos que acompanham a divisão topográfica do corpo: Cabeça; Pescoço; Tórax; Abdômen; Região Posterior do Tronco; Membros Superiores; Membros Inferiores; Órgãos dos Sentidos (associados ao globo ocular ou a língua, por exemplo); Períneo. Os músculos, majoritariamente, possuem uma região mais larga denominada corpo - ventre e duas extremidades, uma proximal, conhecida como origem, e outra distal, conhecida como inserção. Nas extremidades encontram-se componentes do tecido conjuntivo denominados tendões ou aponeuroses, responsáveis por fixar a musculatura no esqueleto ou separar um músculo do outro (aponeurose). Anatomia Sistema Muscular Beatriz Fernandes 1. Forma: Fusiforme: Possuem formato de fuso; Unipenniforme: Possuem o formato de uma meia pena; Bipenniforme: Possuem o formato de uma pena completa; Multipenniforme: Possuem o formato de várias penas como, por exemplo, o músculo serrátil (lateral do tórax); Planos ou Chatos: Estão presentes no peitoral; Longos: Como, por exemplo, o músculo da coxa; Curtos: Como, por exemplo, os músculos posturais da cabeça ou os intrínsecos do dorso; Mistos: Possuem porções curtas e longas. 2. Situação: Superficiais: Como, por exemplo, os músculos da face; Profundos: É necessária a dissecação de uma camada para a sua observação como, por exemplo, os músculos das camadas profundas do dorso. 3. Origem: Uma origem (uníceps): Como, por exemplo, o músculo palmar longo; Bíceps: Possuem duas origens, ou seja, duas cabeças como, por exemplo, o bíceps braquial; Tríceps: Possuem três origens sendo uma superior, outra lateral e uma medial como, por exemplo, o tríceps braquial; Quadríceps: Possuem quatro origens sendo uma lateral, outra medial, uma superior e uma intermédia como, por exemplo, aquele encontrado na região anterior da coxa. 4. Número de Ventres: Os ventres são as regiões mais largas do músculo, onde se encontram as fibras musculares. Digástrico: É encontrado, por exemplo, na região anterior do pescoço, e possui dois ventres separadas por uma alça fibrosa; Poligástrico: Possui diversos ventres como, por exemplo, o músculo reto abdominal (parede anterior do abdômen). 5. Ação Muscular: Agonistas: São os músculos que executam a ação. Na flexão do antebraço, por exemplo, o agonista seria o bíceps braquial; Antagonistas: São os músculos contrários ao movimento. Na flexão do antebraço, por exemplo, o antagonista seria o tríceps (extensão); Sinergistas: Auxiliam o agonista a realizar o movimento; Fixadores: Fixam a origem do agonista para aumentar a eficiência do movimento. Na flexão do antebraço, por exemplo, o fixador é o deltoide. Esses componentes anatômicos são as porções que ficam associadas ao tecido muscular para a fixação deles. O tecido conjuntivo irá formar os tendões e os envoltórios musculares. Fáscia Superficial: É a camada que separa os músculos da pele. Ao observarmos, por exemplo, a pele da lateral da face nós visualizamos a fáscia temporal (músculo temporal); Fáscia Muscular: É uma faixa de tecido mais larga e mais fibrosa que irá circundar os músculos e separá-los uns dos outros, e das vísceras. As fáscias musculares funcionam como um conduite para os vasos sanguíneos, pois é a partir delas que eles se difundem para a musculatura. No membro inferior, por exemplo, as fáscias auxiliam no retorno venoso, pois elas dão um limite para a expansão muscular, causando a compressão da veia contra a musculatura, o que ajuda na constituição da bomba músculo venosa. As varizes são um sinal de veia incompetente, ou seja, as válvulas dessas veias já não funcionam mais. Endomísio: É a membrana de tecido conjuntivo que envolve cada fibra muscular; Perimísio: É o revestimento do agrupamento de fibras musculares em feixes de 10 a 100 fibras musculares (fascículos musculares); Epimísio: É o envoltório, contínuo com a fáscia e com o tendão, do músculo, ou seja, da união dos fascículos musculares. Aponeurose: É um tendão plano encontrado, por exemplo, no músculo epicrânio (aponeurose craniana), em que separa o ventre frontal do ventre occipital desse músculo. Nós também encontramos aponeuroses nos músculos do abdômen como, por exemplo, no oblíquo interno, em que separa os músculos oblíquo interno e reto abdominal. 1. Músculos Dérmicos ou Mímicos: São aqueles responsáveis pela expressão facial. Músculo Occipitofrontal ou Músculo Epicrânio: Possui um ventre frontal, que recobre a testa, e um ventre occipital. Entre esses dois ventres há a galha aponeurótica ou aponeurose do músculo epicrânio (aponeurose larga). Esse músculo se insere na pele acima das sobrancelhas e, por isso, quando contraímos o ventre frontal nós erguemos as sobrancelhas em direção ao couro cabeludo. O ventre occipital auxilia a contração do couro cabeludo, movimentando-o junto com os movimentos faciais. Músculos da Órbita: a) Músculo Orbicular do Olho: Ele forma uma órbita (círculo) e possui uma porção orbital, que fica acima da borda supraorbital e da borda infraorbital, e uma porção palpebral, que forma as pálpebras e recebe fibras do sistema nervoso autônomo. A porção palpebral recebe fibras do sistema nervoso autônomo, pois piscar é um reflexo de proteção do globo ocular que funcionará permanentemente. O músculo orbicular do olhos possui tanto fibras do sistema nervoso autônomo quanto fibras do sistema nervoso simpático. O sistema nervoso autônomo (involuntário) será responsável pelo controle do reflexo de piscar e o sistema nervoso simpático (voluntário) será responsável, por exemplo, pelo controle voluntário de fechar os olhos. b) MúsculoCorrugador do Supercílio: Quando o músculo orbicular do olho é dissecado nós observamos na borda supra orbital uma faixa muscular que irá terminar na pele entre as sobrancelhas, essa faixa muscular é o músculo corrugador do supercílio, que formará rugas entre as sobrancelhas quando elas são aproximadas (expressão de dúvida e raiva). Músculo Prócero: Encontra-se entre os músculos orbiculares do olho e possui um formato de leque. Ele trabalha em harmonia com o músculo nasal, pois ele auxilia no enrugamento da pele acima do nariz. Quando precisamos abrir as narinas, o músculo nasal (entre o dorso e a asa do nariz) levanta as asas do nariz e abre-as. No entanto, para sentirmos cheiros e enrugarmos o nariz o músculo nasal recebe o auxílio no músculo prócero. Músculo Levantador do Ângulo da Boca. Músculos Zigomáticos: O músculo zigomático maior, principalmente, é responsável pelo sorriso verdadeiro (aquele em que vemos os dentes). Músculo Risório: É responsável pelo sorriso forçado (aquele em que não vemos os dentes), pois apenas afasta os ângulos da boca. Músculos Depressores do Ângulo da Boca: São responsáveis por projetar os cantos da boca para baixo durante uma expressão triste, por exemplo. Músculo Orbicular da Boca: É o músculo do beijo, responsável por franzir o lábio. Músculos Auriculares: Responsáveis por movimentar o pavilhão auditivo enquanto mastigamos, falamos e respiramos. São três os músculos auriculares, auricular superior, auricular anterior e auricular posterior. 2. Músculos da Mastigação: A articulação temporomandibular é a única articulação móvel do crânio (diartrose) e encontra-se entre o côndilo (cabeça) da mandíbula e a fossa mandibular do osso temporal. Nela nós encontramos uma cápsula articular reforçada por três ligamentos (ligamento lateral ou ligamento temporomandibular, ligamento esfenomandibular, entre o osso esfenoide e a porção interna da mandíbula, e ligamento estilomandibular, entre o processo estiloide e o ângulo da mandíbula). Esses três ligamentos mantém a mandíbula ancorada ao osso temporal. Na região inferior e lateral da face encontram-se os músculos da mastigação, que possuem, obrigatoriamente, uma inserção na mandíbula, pois a sua ação é sobre ela. Eles são responsáveis por puxar a mandíbula para baixo ou abrir a boca (depressão), fechar a boca (elevação), empurrar a mandíbula para trás (retração) e empurrar a mandíbula para frente (protrusão). a) Músculo Temporal: Está localizado na fossa temporal do crânio, entre as linhas temporais e o processo coronóide da mandíbula. Ele é responsável pela elevação, ou seja, por fechar a boca e puxar a mandíbula para trás (retração). b) Músculo Masseter: Está inserido entre o arco zigomático e o ângulo da mandíbula. Ele é responsável por puxar a mandíbula para cima, ou seja, fechar a boca. Ele possui uma porção profunda e outra superficial, e entre elas há a passagem do nervo massetérico, que controla o funcionamento desse músculo. O nervo massetérico é um ramo do nervo mandibular que constitui o V par craniano (nervo trigêmeo). Os músculos da mastigação são inervados pelo V par craniano (nervo trigêmeo) e os músculos da expressão facial são inervados pelo VII par craniano (nervo facial). c) Músculo Bucinador: Ele NÃO é considerado um músculo da mastigação, pois não possui inserção da sua musculatura na mandíbula, porém auxilia esse movimento. O músculo bucinador forma as bochechas. Ele é responsável pelo movimento de sucção e por, durante a mastigação, manter as bochechas coladas contra a arcada dentária para evitar que o alimento saia da cavidade oral e caia no vestíbulo da boca (entre a bochecha e os dentes). Entre as fibras do bucinador encontra-se a passagem do ducto da glândula parótida, que irá jogar a saliva para dentro da cavidade oral. O botox deve ser aplicado na testa, mas nunca nas bochechas ou no nariz, pois a toxina botulínica impede a junção neuromuscular. Os nervos que vão em direção ao músculo se conectam com a fibra muscular e liberam acetilcolina para induzir a contração desse músculo. O botox impede que a acetilcolina se ligue na fibra muscular, impedindo a contração. Se não há contração muscular, não poderemos franzir a testa e, por isso, não teremos a formação das rugas de expressão. No entanto, caso o botox escorra para os músculos da mastigação, ele pode paralisar o nervo massetérico e impedir que elevemos a mandíbula, ou seja, impedir que consigamos mover a boca. d) Músculos Pterigoides: Encontram-se na fossa infratemporal, próximos a asa do esfenoide (no ptério). Os músculos pterigoides lateral e medial auxiliam a impulsionar a mandíbula para baixo. O movimento de abrir a boca é mais fácil, pois além da ação dos músculos pterigoides, há também a ação da gravidade. Esses músculos são responsáveis pela depressão da mandíbula e por empurrar ela para frente. Para fecharmos a boca precisamos puxar a mandíbula para trás e para cima. Para esses movimentos usamos o músculo masseter e o músculo temporal. Já para abrirmos a boca, fazemos a depressão da mandíbula e empurramos a sua cabeça para frente. Os músculos responsáveis por esse movimento são os músculos pterigoideos medial e lateral. Os músculos dérmicos são aqueles que estão inseridos na face e quando contraídos formam as expressões faciais. Eles são inervados pelo VII par craniano (nervo facial). Os músculos da mastigação são aqueles inseridos na mandíbula e no osso temporal, responsáveis por triturar os alimentos. Eles são inervados pelo V par craniano (nervo trigêmeo), principalmente pelo ramo mandibular. Platisma: Quando fazemos uma dissecação do pescoço, a primeira parte que vemos, logo após a retirada da camada superficial, é o platisma. O platisma é um músculo extremamente fino que parece uma membrana. Ele se insere no corpo da mandíbula e auxilia a projetar os cantos da boca para baixo. Músculo Esternocleidomastóideo (ECOM): Ao retirarmos o platisma e a fáscia que se encontra abaixo dele, encontramos o músculo esternocleidomastóideo (duas faixas musculares), que auxilia não só a rotação e a flexão da cabeça, mas também a flexão lateral do pescoço. Esse músculo possui uma inserção no processo mastoide do osso temporal, uma no manúbrio do esterno e outra na clavícula. Esse músculo é utilizado para dividir o pescoço em trígono anterior, que se encontra na frente do esternocleidomastóideo, e trígono lateral, que se encontra entre o esternocleidomastóideo e o trapézio. A ação em conjunto dos dois esternocleidomastóideos possibilita a flexão da cabeça. Já a ação isolada do esternocleidomastóideo direito, por exemplo, nos permite virar a cabeça para o lado direito (flexão homolateral do pescoço e rotação da cabeça). Esse músculo também funciona como sinergista dos músculos que fazem a extensão da cabeça, ou seja, ele contribui para o movimento, mas não é o músculo principal. O esternocleidomastóideo também funciona como músculo inspiratório, pois, graças a sua inserção no manúbrio do esterno, ele consegue erguer o esterno e aumentar o tamanho da caixa torácica, permitindo a expansão do pulmão. Para o acesso venoso profundo, por exemplo, da veia jugular interna, usa-se como referência anatômica as inserções do esternocleidomastóideo. A agulha deverá ser posicionada entre a cabeça esternal e a cabeça clavicular desse músculo. Músculo do Trígono Anterior: São os músculos encontrados entre os dois esternocleidomastóideos e que possuem relação com a deglutição e com a respiração. Esses músculos se inserem no osso hioide para mantê-lo na posição anatômica. A língua fica presaao osso hioide pelo músculo hipoglosso. Assim como a língua, a laringe também se encontrará presa a esse osso. Toda vez que engolimos algo, os músculos do trígono anterior do pescoço puxam o osso hioide para cima, fazendo com que a epiglote cubra a via aérea e direcione o bolo alimentar para o esôfago. Esses músculos são divididos em músculos supra-hióideos (acima do osso hioide) e infra-hióideos (abaixo do osso hioide). Em cada região existem quatro músculos, totalizando oito músculos no trígono anterior do pescoço. a) Músculos Supra-Hióideos: Com o auxílio dos músculos infra-hióideos, eles mantêm o osso hioide e propiciam uma base firme para os movimentos da língua. Os músculos supra-hióideos puxam o osso hioide para cima, erguendo a laringe e direcionando o alimento para o esôfago. Os músculos supra- hióideos são divididos em: Digástrico; Milo-hióideo: Se encontra inserido na linha milo- hióidea, entre os dois lados da mandíbula; Estilo-hióideo: Se encontra entre o processo estiloide e o osso hioide; Genio-hióideo: Se encontra embaixo da língua; b) Músculos Infra-Hióideos: Após a deglutição, os músculos infra-hióideos retornam o osso hioide e a laringe para as suas posições anatômicas. Esses músculos são maiores e mais fortes, e, por isso, funcionam como ancoragem muscular do osso hioide, evitando os deslocamentos indesejáveis, por exemplo, para as laterais. Os músculos infra- hióideos são divididos em: Omo-hióideo (2 ventres); Esterno-hióideo: É responsável por prender o osso hioide no esterno; Esterno-tireóideo: É responsável por prender o osso hioide no esterno e na cartilagem tireóidea; Tireo-hióideo: É responsável por prender o osso hioide na cartilagem tireóidea. Músculo do Trígono Lateral: Encontra-se entre os músculos esternocleidomastóideo e trapézio; a) Músculo Levantador da Escápula: É responsável por erguer as escápulas e, como ele possui uma inserção proximal nas vértebras cervicais, por auxiliar os movimentos de flexão lateral do pescoço. b) Músculos Escalenos: Eles são divididos em escalenos anterior, médio e posterior. Encontram-se fixados nas vértebras cervicais e no primeiro (escaleno anterior e médio) e segundo (escaleno posterior) pares de costelas. Além deles auxiliarem a flexão lateral do pescoço, eles também possuem função inspiratória, ou seja, auxiliam a respiração ao erguerem o primeiro par de costelas. Observação: Todos os músculos que têm ação sobre as costelas e o esterno auxiliam a respiração. Peitoral Maior: O músculo peitoral maior se insere no terço superior do úmero (abaixo do colo cirúrgico). Ele possui inserções na clavícula (margem inferior), no manúbrio do esterno, no corpo do esterno, nas costelas e no úmero. É um músculo plano com uma ancoragem muito resistente, pois a clavícula (ponto de contato entre esqueleto apendicular do membro superior e o esqueleto axial), onde ele está inserido, por ser responsável por estabilizar todo o movimento do membro superior, necessita de uma musculatura resistente, para evitar deslizamentos indesejáveis. Esse músculo é responsável, também, pela adução dos ombros (diminuir o ângulo entre os ombros), adução dos membros superiores (aproximar o úmero ao corpo) e flexão dos ombros. Quando dissecamos o peitoral maior, embaixo dele encontramos o peitoral menor. Tanto o peitoral maior, quanto o peitoral menor possuem função respiratória. O peitoral maior está inserido no esterno, ajudando a erguê-lo durante a inspiração (músculo inspiratório). Observação: Todos os músculos que erguem o esterno e as costelas são considerados músculos inspiratórios. Pacientes com crise asmática grave tendem a se agarrar na mesa ou na maca quando estão sendo socorridos, pois fixa-se o cíngulo do membro superior e deixa-se livre a ancoragem do esterno para ajudar a levantá-lo durante a inspiração e tentar aumentar o volume de ar que chega aos pulmões. Peitoral Menor: Está inserido no processo coracoide da escápula. A sua inserção distal (inferior) é no terceiro, quarto e quinto pares de costelas. O peitoral menor é responsável por erguer esses pares de costelas em que ele se encontra inserido (músculo inspiratório). Lesões na musculatura peitoral podem gerar má formação do membro superior, principalmente dos nervos que vão em direção ao plexo braquial. Além disso, podemos ter lesões na musculatura peitoral em caso de traumas no tórax. Em pacientes com câncer de mama, a mastectomia radical retira não só o tecido mamário, mas também a fáscia que recobre o peitoral maior. Em alguns casos, retira-se também parte da musculatura do peitoral maior, gerando uma maior dificuldade de movimento do membro superior ipsilateral ao tumor. Serrátil Anterior: É um faixa muscular grande que é dividida em porções superior, média e inferior. A sua porção superior está inserida no primeiro e no segundo par de costelas, a sua porção média está inserida entre a segunda e a quarta costela, e a porção inferior estará inserida até o nono par de costelas. A sua inserção posterior é no ângulo superior da escápula, pois ele tem diversas faixas musculares que ajudam a manter a escápula na posição anatômica (contra o tórax) e, consequentemente, a manter a estabilidade do cíngulo do membro superior. O principal nervo que irá suprir esse músculo é o torácico longo. Quando acontece uma lesão do plexo braquial, pode haver uma lesão do nervo torácico longo e, consequentemente, uma discinesia da escápula, ou seja, a escápula irá se projetar para frente quando a pessoa fizer adução do ombro (escápula alada). A lesão do nervo acessório também pode levar a uma discinesia da escápula. O nervo acessório é o décimo primeiro par craniano, responsável pela inervação da porção superior do trapézio. O trapézio também possui uma inserção na escápula, portanto, se há um enfraquecimento do trapézio, a escápula se projeta para frente e se vira para o plano mediano. Exercício para o fortalecimento dos ombros tendem a trabalhar a musculatura do serrátil anterior. O serrátil está inserido nas costelas, ajudando a erguê-las, portanto, ele também tem função inspiratória. Músculo Subclávio: É uma faixa muscular pequena que funciona como ancoragem muscular para clavícula. Ele está inserido na margem inferior da clavícula e no primeiro par de costelas, portanto, ele também possui função respiratória, pois ajuda a erguê-las. Músculos Intercostais: Os músculos intercostais são divididos em intercostais interno e externo. Eles possuem ação em cima da costela e, portanto, são usados durante a respiração. Os músculos intercostais externos irão erguer as costelas e os músculos intercostais internos irão abaixar as costelas, diminuindo o volume de ar dos pulmões. Portanto, os intercostais externos são músculos inspiratórios e os intercostais internos são músculos expiratórios, assim como os intercostais íntimos. Os músculos estabilizadores do tórax não permitem que as costelas deslizem contra o esterno, ou seja, não permite que elas saiam da sua articulação com o esterno. Na região anterior do tórax nós encontramos o músculo transverso do tórax e na região posterior do tórax nós encontramos os músculos subcostais. A existência de mais músculos inspiratórios do que expiratórios acontece, pois, para inspirar é necessário que a costela se movimente sem comprometer a integridade da caixa torácica, ou seja, sem que ela deslize para fora da articulação. Além disso, esse movimento acontece contra a ação da gravidade, o que dificulta ainda mais a inspiração. Os músculos intercostais são inervados pelos nervos intercostais, que se encontram localizados nos sulcoscostais da margem inferior das costelas. Diafragma: Ele separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Quando nós inspiramos, o diafragma desce a sua cúpula e espreme as vísceras abdominais para baixo. Quando nós expiramos ele volta para a sua posição normal, ajudando, assim, a expulsar o ar. O diafragma também auxilia a compressão das vísceras abdominais para baixo, comprimindo a parede do abdômen e aumentando a pressão dentro da cavidade intra-abdominal. Essa compressão é importante para o ato de urinar, defecar e para o momento do parto (empurrar o bebê em direção ao canal vaginal). O diafragma é dividido em pilares direito (maior) e esquerdo, e no centro há um tendão denominado centro tendíneo. Nesse músculo encontram-se passagens para vasos sanguíneos que seguem da cavidade abdominal para o coração como, por exemplo, o forame para veia cava inferior (leva o sangue dos membros inferiores em direção ao coração). No centro do diafragma há o hiato esofágico, por onde passa o esôfago, e, anterior a coluna vertebral, há o hiato aórtico, por onde passa a artéria aorta. As fragilidades no diafragma podem levar ao mal funcionamento, por exemplo, do hiato esofágico. Ele é inervado pelo nervo frênico que acompanha o trajeto da veia cava e se distribui pela cúpula do diafragma, controlando a sua contração. No tendão central desse músculo há um espaço onde o coração ficará preso pelo pericárdio para se manter na posição anatômica. Resumindo, os músculos inspiratórios são o diafragma, os levantadores das costelas, os intercostais externos, o subclávio, os escalenos (anterior, médio e posterior), peitoral menor, peitoral maior e esternocleidomastóideo. Os músculos expiratórios são os intercostais internos e intercostais íntimos. Os estabilizadores do tórax são o transverso do tórax (parede anterior) e os subcostais (parede posterior). A parede anterolateral do abdômen é responsável pelo suporte da coluna lombar e pela proteção das vísceras abdominais. Ela retira parte da sobrecarga de peso dessa região da coluna, auxiliando-a a segurar o peso do corpo. 1. Músculos da Parede Anterolateral: Ajudam a comprimir e suportar as víscera abdominais, principalmente o intestino, além de dar suporte a coluna. a) Reto Abdominal: Ele é coberto por uma bainha de tecido conjuntivo e é formado por duas colunas musculares, cada uma com quatro ventres. Quando exercitamos o reto abdominal, os ventres ficam hipertrofiados. A sua bainha de tecido conjuntivo é fixa ao plano mediano, formando a linha alba. Esse músculo auxilia a flexão de tronco e está inserido no processo xifoide, entre o quinto e o sétimo par de costelas (inserção superior), e na sínfise púbica (inserção inferior). Em pacientes obesos ocorre o aumento da gordura entre as vísceras e, consequentemente, da pressão intra- abdominal, o que pode rasgar a bainha de tecido conjuntivo do reto abdominal e afastar as faixas musculares desse músculo (diástase abdominal). Isso permite o deslocamento do intestino da posição anatômica e aumento o risco de hérnias encarceradas. b) Oblíquo Externo: Está localizado na frente e na lateral do abdômen. Ele é responsável pela flexão e pelo giro do tronco. Esse músculo comprime e suporta as vísceras abdominais. O oblíquo externo está inserido nas costelas e no osso do quadril (ílio). c) Oblíquo Interno: Também é responsável pelo giro e pela flexão do tronco. O oblíquo interno também comprime e suporta as vísceras abdominais. Observação: A diferença entre o oblíquo interno e o oblíquo externo são as orientações das fibras. No oblíquo interno as fibras são orientadas para cima e no oblíquo externo elas são orientadas para baixo. As fibras desses dois músculos se entrelaçam com as fibras do transverso do abdômen (fibras horizontais) para manter as vísceras abdominais no lugar e protegê-las. Na diástase abdominal há a ruptura da bainha de tecido conjuntivo do músculo reto abdominal e, consequentemente, o enfraquecimento da parede muscular. O transverso do abdômen e os oblíquos ficarão mais sobrecarregados, podendo ser rompidos subsequentes a uma diástase abdominal. Elas são observadas, principalmente, nas gestantes e durante o aumento de peso. 2. Músculos da Parede Posterior do Abdômen: a) Músculo Quadrado Lombar: Ele está inserido na crista ilíaca e na margem inferior na décima segunda costela (costela flutuante). Esse músculo auxilia a flexão lateral da coluna e fixa a décima segunda costela durante a inspiração, não deixando-a se projetar para frente. b) Músculo Psoas Maior: Está inserido, superiormente, entre a décima segunda vértebra torácica e a quinta vértebra lombar, e, inferiormente, no trocanter menor do fêmur. c) Músculo Ilíaco: Está localizado na fossa ilíaca e encontra-se inserido na crista ilíaca e no trocanter menor do fêmur. Esse músculo se torce ao redor da articulação do quadril, auxiliando na sua estabilização e garantindo que o fêmur fique preso contra o acetábulo, ou seja, impedindo que a cabeça do fêmur deslize para fora do acetábulo. d) Músculo Iliopsoas: É a união entre o músculo psoas e o músculo ilíaco. Eles são considerados músculos posturais, pois ajudam a manter o tronco ereto quando estamos sentados, e, quando estamos em pé, em conjunto com o músculo do dorso, eles equilibram o tronco e auxiliam a manutenção da postura ereta. Além disso, eles levantam a coxa e auxiliam a estabilização da articulação do quadril. Tanto o músculo psoas maior quanto o músculo quadrado lombar possuem fibras que são longitudinais (verticais) e estão em paralelo com a coluna, o que faz com que esses músculos funcionem como uma coluna de sustentação para o peso do corpo. 1. Assoalho Pélvico: O assoalho pélvico é conhecido como diafragma pélvico e recobre toda a abertura pélvica inferior. É nele que ficam apoiadas as vísceras pélvicas. No sexo masculino ficarão apoiados o reto, a bexiga e a próstata. Já no sexo feminino, ficarão apoiados o reto, a bexiga, o útero e o canal vaginal (entre pelo assoalho pélvico). a) Músculo Levantador do Ânus: É formado pelos músculos pubococcígeo (púbis ao cóccix), puborretal (ao redor do reto) e iliococcígeo (ílio ao cóccix). Ele suporta as vísceras pélvicas e resiste contra o aumento da pressão intra-abdominal; b) Músculo Isquiococcígeo: Ele não possui a função de suporte das vísceras pélvicas, porém é responsável por fletir o cóccix para acompanhar os movimentos da coluna. c) Músculo Coccígeo: Encontra-se ao redor do cóccix e não possui função de suporte das vísceras pélvicas, ele forma parte da parede posterior da pelve. Observação: No assoalho pélvico feminino, ao redor do ânus e do canal vaginal encontra-se o músculo levantador do ânus, com as suas três faixas musculares. Além disso, nas mulheres nós encontraremos três canais na pelve, a uretra, a vagina e o ânus. Já no homem encontraremos apenas o ânus, pois a uretra passa por dentro do pênis. As episiotomias são incisões feitas, a partir dos músculos do canal vaginal, para evitar as lacerações múltiplas dos músculos do assoalho pélvico. No entanto, a episiotomia mediana não é mais indicada, pois pode ocorrer uma fístula (comunicação entre o ânus e a vagina), fazendo com que bactérias do sistema digestório se direcionem para o sistema reprodutor feminino. Já a episiotomia mediolateral alivia a pressão em cima do assoalho pélvico e evita as lacerações múltiplas com a passagem do bebê. Caso não haja indicação, a episiotomia pode ser considerada violência obstétrica, pois não haverá autorização da gestante para esse procedimento.