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Tecnologia como ferramenta educacional baseada na Teoria da Carga Conitiva

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Disciplina: Tecnologias Digitais e Práticas Pedagógicas na Educação Profissional e Tecnológica: 
conceitos e aplicação 
Professora Doutora: Andreza Bastos Mourão 
Professor Tutor: Joaquim Alberto Leite da Silva Junior 
Atividade: 01 - Dissertação 
Estudante: Jaqueline Ferreira Palmeira 
 
Tecnologia como ferramenta educacional baseada na 
Teoria da Carga Cognitiva. 
 
Com o passar dos anos, a tecnologia tem se tornado o alicerce dos setores de 
atividades profissionais e sociais, consequentemente os processos educacionais 
fazem parte desse grande movimento, que sofre sucessivas mudanças devido aos 
avanços tecnológicos que acontece em alta velocidade. Com o advento da internet a 
tecnologia se tornou uma ferramenta capaz de “eliminar fronteiras” aproximando 
pessoas e influenciando em suas relações e compreensões, trazendo assim novas 
experiências e enriquecendo ainda mais às facilidades relacionadas a educação. 
Contudo, fazer a associação dessas tecnologias e os processos de aprendizagens 
tornou-se um grande desafio, surgindo então a necessidade de compreender como 
se aprende e a melhor forma de ensinar. Para isso contamos com a ajuda da Neuro 
didática/Neuro pedagogia que é basicamente a Neurociência aplicada à educação que 
promete responder questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem e 
ajudar professores a melhorar suas metodologias através do estudo da Teoria da 
Carga Cognitiva. No entanto, faz-se necessário listar alguns fatores para melhor 
entendimento: 
 
Estrutura Cognitiva Humana 
 
A Teoria da Carga Cognitiva busca basicamente tornar melhor, mais fácil e 
rápido a interação que as pessoas tem com a tecnologia com o processo de adquirir 
conhecimento, promovendo então o aumento da capacidade de aprender, baseada 
na estrutura cognitiva humana que abrande os 3 sistemas de memórias: sensorial, 
curta duração e longa duração. 
Para John Sweller (2003), a quantidade de informações passadas ao aluno 
precisa ser suficiente com a capacidade que esse aluno tem de aprender, logo 
segundo a Teoria da Carga Cognitiva é impossível que um ser humano processe 
muitas informações na memória a cada momento. Para Mayer (2001), algumas formas 
de carga cognitiva são consideradas úteis, enquanto outras desperdiçam recursos 
mentais e isso se dá pela sobrecarga cognitiva gerada pela utilização simultânea de 
mais de um canal de percepção. Para Mayer, alcançar um nível de aprendizagem 
eficiente é saber fazer um bom gerenciamento dos três principais tipos de carga 
cognitiva: intrínseca, natural (Relevante), externa ao conteúdo (Irrelevante). 
Princípios de Representação Múltipla, de Proximidade Espacial, da Não Divisão 
ou da Proximidade Temporal, das Diferenças Individuais, da Coerência e da 
Redundância, são princípios defendidos pela Teoria da Carga Cognitiva que visam 
reduzir a sobrecarga cognitiva do aluno e potencializar seu aprendizado. 
A interação com algum recurso tecnológico é mais comum do que muitos 
imaginam, pois, a tecnologia está presente em tudo, não somente na educação, e as 
novidades tecnológicas tem gerado grande impacto na sociedade como um todo. Daí 
podemos observar a importância do estudo da Teoria da Carga Cognitiva, que 
enxerga uma sociedade ativa com a utilização de tecnologia e busca desenvolver 
formas de transformar a educação através disso. 
 Para isso o principal mediador, o professor, precisa estar apto a reconhecer 
que o tipo de recurso tecnológico escolhido, seja jogos, internet ou outro objeto, vá de 
fato ser eficiente no processo de aprendizagem do aluno e torná-lo mais interessado 
e motivado, potencializando assim o seu processo cognitivo, caso contrário o efeito 
pode ser negativo, causando uma distração desnecessária e até mesmo um 
desinteresse e desmotivação. 
 
Processamento da Informação 
 
Segundo Geary (2007,2008) cita 2 tipos de conhecimento biológico: o primário 
que consiste em uma aprendizagem natural relacionada a cultura e suas vivências e 
passada de uma geração para outra, e o secundário que é caracterizado pela 
aprendizagem através do ensino e instrução. 
O corpo humano é capaz de processar informações através do sistema 
sensorial representado pela pele, língua, nariz, ouvidos e olhos que são órgãos que 
recebem estímulos e transformam em impulsos elétricos que é transmitido para o 
cérebro onde este é responsável por interpretar a informação, armazená-la e enviar 
comandos. 
A tecnologia imita o funcionamento do corpo humano, por exemplo, câmeras 
imitam o funcionamento dos nossos olhos, computadores através de seus periféricos 
de entrada imitam o sistema sensorial, já o processador imita a função do nosso 
cérebro, as memórias armazenam as informações, bem como os periféricos de saída 
tentam reproduzir os comandos dados pelo processador. Outro exemplo encontramos 
na robótica que tenta reproduzir movimentos do corpo humano, entre outros. 
 
Como as pessoas aprendem (Percepção, Atenção e Memória) 
 
 Podemos dizer que aprender é a capacidade de arquivar conhecimentos e 
informações da memória de longo prazo, mas para que isso ocorra, existe todo um 
processo. Podemos exemplificar da seguinte forma: Tudo começa quando recebemos 
os estímulos que se transformam em impulsos elétricos. Esses estímulos passam pela 
chamada memória sensorial que pode ser esquecida ou não, isso dependerá da 
atenção que será dada a ela. Dada a devida atenção, essa informação passa para a 
chamada memória de trabalho responsável em fazer o processamento, codificação e 
o envio para a memória de longo prazo e é exatamente nesse ponto que deve ser 
criado os mecanismos para atrair a atenção dos indivíduos. 
A atenção é um dos fatores que contribui para o aprendizado das pessoas, 
saber escolher o método adequado capaz de eliminar elementos que causam 
distração é fundamental, principalmente no Ensino à Distância onde o professor tende 
a disputar atenção com outras ferramentas como e-mail, redes sociais, chamadas 
telefônicas entre outras. 
Consequentemente retornamos a outro fator importante já citado no texto, que 
é a percepção, que está relacionada ao nosso sistema sensorial, onde nosso corpo é 
capaz de processar informações do meio externo através dele e quando se é utilizado 
mais de um canal tende a gerar uma sobrecarga no processo de aquisição de 
conhecimento fazendo assim com que se produza efeitos contrários no indivíduo, 
como desmotivação, desorientação, desinteresse ou até mesmo desestímulo. Saber 
explorar de forma balanceada os canais através do uso de diferentes mídias contribui 
para o processo de aprendizagem, pois assim irá reduzir a carga cognitiva. 
 
Tecnologias Digitais e Nativos Digitais 
 
 Podemos definir como Nativo Digital aquele indivíduo que nasceu e cresceu 
utilizando as tecnologias digitais como videogames, Internet, telefone 
celular, MP3, iPod, etc. Para o educador e pesquisador Marc Prensky (2001) nativos 
digitais são as pessoas que reúnem duas características: nasceram a partir de 1980 
e cresceram familiarizadas com a tecnologia e não diz respeito apenas 
a influenciadores digitais. 
 Pessoas nascidas nessa época possuem maior facilidade de aprendizado, pois 
sabem utilizar as ferramentas tecnológicas com mais habilidades que as pessoas que 
nasceram antes e dependiam apenas de livros, revistas e jornais. Além é claro que 
por terem maior familiaridade com tecnologias os nativos digitais conseguem 
acompanhar de forma mais rápida as mudanças que acontecem em alta velocidade. 
 Tais tecnologias têm sido muito utilizadas pelos sistemas de ensino, uma vez 
que as mesmas associadas aos processos de aprendizagem conseguem deter com 
mais facilidade e maior precisão a atenção das pessoas. E saber escolher as 
tecnologias corretas é um grande desafio, visto que o erro na escolha pode produzir 
um efeito negativo. 
 
Porque é importante saber como as pessoas processam 
informação com finalidadesEducacionais. 
 
 Todo o estudo da Teoria da Carga Cognitiva em paralelo a utilização das 
tecnologias digitais para fins educacionais tem um objetivo maior que é justamente 
compreender como as pessoas aprendem. E ter esse conhecimento em mãos é de 
fundamental importância, pois somente assim pode-se elaborar materiais e 
ferramentas de aprendizagem adequadas que permitirão chamar atenção dos alunos 
e assim alcançar de forma eficaz os processos de aquisição de conhecimento que 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Videogame
https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet
https://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone_celular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone_celular
https://pt.wikipedia.org/wiki/MP3
https://pt.wikipedia.org/wiki/IPod
https://www.influency.me/blog/influenciador-digital/
influenciará na melhor compreensão e seleção de informações importantes para o 
aprendizado. 
 
 Compreende-se a partir deste estudo que vivenciamos uma era onde a 
tecnologia domina diversos setores, e para o setor educacional é aberto um leque de 
oportunidades a serem exploradas. Ensinar e aprender na era digital é desafiador, 
visto que existe uma série de ferramentas que se usadas erroneamente os objetivos 
deixam de ser alcançados, no entanto o uso assertivo é capaz de facilitar o 
aprendizado chamando a atenção do indivíduo e fazendo com que o mesmo retenha 
mais informações relevantes. A contribuição da Teoria da Carga Cognitiva para a 
educação fazendo uso da Tecnologia é de fundamental importância nesse processo, 
pois só assim é possível fazer as escolhas assertivas. 
 
 
Referências 
 
Geary, DC (2007). Educando a mente evoluída: fundamentos conceituais 
para uma psicologia educacional evolucionária. Em JS Carlson & JR Levin 
(Eds.), Educando a mente evoluída (pp. 1-99, Vol. 2, Perspectivas psicológicas sobre 
questões educacionais contemporâneas). Greenwich, CT: Information Age. 
 
Geary, DC, Hoard, MK, Nugent, L., & Byrd-Craven, J. 
(2008). Desenvolvimento de representações de linhas numéricas em crianças 
com deficiência de aprendizagem matemática. Developmental Neuropsychology, 
 
Mayer, Richard. Multimedia Learning. Cambridge: Cambridge University 
Press. 
2001. 
PRENSKY, M.: Digital Natives Digital Immigrants. In: PRENSKY, Marc. On 
the Horizon. NCB University Press, Vol. 9 No. 5, October (2001a). 
 
Sweller, John. Cognitive Load Theory: A Special Issue of educational 
Psychologist”.LEA, Inc, 2003.

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