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1 MÓDULO DE: MÉTODOS E TÉCNICAS NO USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS AUTORIA: ANNA CRISTINA VIANA OMATI Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 2 Módulo de: Métodos e Técnicas no Uso das Novas Tecnologias Autoria: Anna Cristina Viana Omati Primeira edição: 2008 Segunda edição: 2014 Terceira edição: 2016 Todos os direitos desta edição reservados à ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 Bairro Itaparica – Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 3 Apresentação O módulo ―Métodos e Técnicas no Uso das Novas Tecnologias‖ tem como objetivo despertar no aluno o desejo de pesquisar sobre tecnologia e a sua aplicabilidade em diversos níveis de ensino. Sabe-se que os recursos tecnológicos vêm impulsionando a Educação a buscar novas metodologias, novas didáticas, novos currículos, novos conteúdos, novo perfil de professor para assim, melhor atender o novo perfil de aluno. Muitas informações estão chegando, adentrando em nossas casas, sem nos dar tempo suficiente para discerni-las, para verificarmos se realmente essas informações são importantes ou se contribuem para a nossa formação pessoal e profissional. Por estas razões, conhecer as ―novas tecnologias‖; entendê-las, saber como, onde e porque aplicá-las, são questionamentos e preocupações que passam a ser de fundamental importância para orientarmos nossos alunos para que recebam essas informações com uma visão crítica do que pode ser melhor, ou não, para o seu crescimento como pessoa. Objetivo Despertar no aluno o desejo da pesquisa, sobre a importância dos recursos tecnológicos e a sua aplicabilidade, em diversos níveis de ensino. 4 Ementa Conhecendo a origem da palavra Tecnologia; Métodos e técnicas de Ensino; Práticas Avaliativas no uso de novas tecnologias; Materiais impressos, os livros, enciclopédias, apostilas e cadernos: recursos dominantes; Recursos visuais e auditivos; Recursos audiovisuais; Tecnologia na Educação x Tecnologia da Educação: diferenças e semelhanças; O uso do computador como tecnologia; O uso do computador como tecnologia; Relacionamento entre O uso de Tecnologia e os Problemas da Aprendizagem; O aluno com dificuldade no processo de aprendizagem; Aulas preparadas para um ambiente tecnológico; Papel do Professor frente às novas tecnologias; Papel do Professor frente às novas tecnologias; Material impresso – a tecnologia dominante; O universo da comunicação audiovisual; O Rádio como instrumento educativo; Internet: A rede que abraça todo o Planeta; Televisão + Vídeo + Internet = YOUTUBE; O computador e o software educativo; paradigmas da Educação; hipertexto sua origem da palavra. Sobre o Autor Ana Cristina Viana Omati é graduada em Pedagogia com habilitação em Orientação Educacional pelo Centro Educacional Unificado de Brasília. É especializada em Educação a distância pelo SENAC – RJ em Psicopedagogia pela Faesa. Em 2004 alcançou o título de Mestre em Educação pela Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Atua no Instituto Sócioeducativo do Espírito Santo como Pedagoga, tendo atuado ainda como Assessora Pedagógica em projetos pedagógicos de instituições de ensino superior. 5 SUMÁRIO Unidade 1 .......................................................................................................... 7 Introdução as Novas Tecnologias ................................................................... 7 Unidade 2 ........................................................................................................ 12 Tecnologia, História e Propostas .................................................................. 12 Unidade 3 ........................................................................................................ 18 Metodologia e Tecnologia: Definições; Aplicações na Educação. ................ 18 Unidade 4 ........................................................................................................ 23 A Tecnologia nas Atividades Educacionais .................................................. 23 Unidade 5 ........................................................................................................ 28 Recursos Tecnológicos e Aprendizagem...................................................... 28 Unidade 6 ........................................................................................................ 35 O Computador e sua Ciência, como Teconolgia Educacional ...................... 35 Unidade 7 ........................................................................................................ 43 Métodos de Ensino por Computadores ........................................................ 43 Unidade 8 ........................................................................................................ 49 A Didática e as Situações de Aprendizagem ................................................ 49 Unidade 9 ........................................................................................................ 56 Aprendizagem e Tecnologia ......................................................................... 56 Unidade 10 ...................................................................................................... 62 As Políticas Educacionais ante a Revolução Tecnológicas ......................... 62 Unidade 11 ...................................................................................................... 73 As Tecnologias diante de Alunos com Dificuldades de Aprendizagem ........ 73 Unidade 12 ...................................................................................................... 82 Tecnologia e Educaçao Especial .................................................................. 82 Unidade 13 ...................................................................................................... 89 Tecnologia da Educação a Distância (EAD) ................................................. 89 Unidade 14 ...................................................................................................... 98 Aspectos Pedágógicos, Organizacionais e Institucionais da Educação a Distância. ...................................................................................................... 98 Unidade 15 .................................................................................................... 105 A Tecnologia Educacional e a Transformação da Informação em Saber ... 105 6 Unidade 16 .................................................................................................... 110 Educação e Comunicação: Experiência Brasileira em Televisão Educativa.110 Unidade 17 .................................................................................................... 117 Relacionamento do Professor com a Tecnologia Educacional ................... 117 Unidade 18 .................................................................................................... 121 Redefinindo os Papéis do Professor e do Aluno ......................................... 121 Unidade 19 .................................................................................................... 126 As Tecnologias de Comunicação, de Informação e de Educação no Desenvolvimento Social.............................................................................. 126 Unidade 20 .................................................................................................... 132 Sociedade da Comunicação e a Educação ................................................ 132 Unidade 21 ....................................................................................................138 Tecnologia e Material Impresso .................................................................. 138 Unidade 22 .................................................................................................... 144 Unidade 23 .................................................................................................... 149 A Tecnologia do Rádio ............................................................................... 149 Unidade 24 .................................................................................................... 157 Internet: Vilã ou Aliada da Educação. ......................................................... 157 Unidade 25 .................................................................................................... 164 Termos mais Utilizados na Web. ................................................................ 164 Unidade 26 .................................................................................................... 169 Multimídia: O uso do Youtube no Processo Educativo. .............................. 169 Unidade 27 .................................................................................................... 175 O Software - Um dos Métodos mais Aplicados ........................................... 175 Unidade 28 .................................................................................................... 183 Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de Aprendizagem – Parte I – Exercício e Prática/Tutorial. ...................................................... 183 Unidade 29 .................................................................................................... 187 Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de Aprendizagem – Parte II - Jogos educativos ...................................................................... 187 Unidade 30 .................................................................................................... 191 Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de Aprendizagem – Parte IIi - Hipertexto e Hiperdocumentos no Ambiente de Redes ............ 191 Glossário ....................................................................................................... 197 Bibliografia .................................................................................................... 207 7 UNIDADE 1 OBJETIVO: Introduzir o estudo da disciplina Método e Técnicas no Uso de Novas Tecnologias. INTRODUÇÃO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS Tópico I - Conhecendo a Origem da Palavra Tecnologia Retirando da Wikipédia, a enciclopédia livre, o termo Tecnologia vem do grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") É um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser: As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas; As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos; Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial); A aplicação de recursos para a resolução de problemas; O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura; Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso conhecimento do que pode ser produzido); A tecnologia, de uma forma geral, é o encontro entre a Ciência e a Engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como: uma colher de madeira e a fermentação da uva respectivamente, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da água do mar respectivamente. http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega_antiga http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferramentas http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quinas http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_de_manufatura http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_de_manufatura http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tecnologia_de_infra-estrutura&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_espacial http://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento_cient%C3%ADfico http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia http://pt.wikipedia.org/wiki/Colher http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fermenta%C3%A7%C3%A3o_da_uva&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fermenta%C3%A7%C3%A3o_da_uva&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Espacial_Internacional http://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Espacial_Internacional http://pt.wikipedia.org/wiki/Dessaliniza%C3%A7%C3%A3o 8 Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e outras muitas questões ecológicas, filosóficas e sociológicas. Tópico II – Conhecendo a História da Tecnologia O texto encontrado na wikipedia.org, sobre tecnologia, nos esclarece que a história da tecnologia é quase tão antiga quanto a história da humanidade, e se segue desde quando os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e de proteção. A história da tecnologia tem, consequentemente, embutida a cronologia do uso dos recursos naturais, porque, para serem criadas, todas as ferramentas necessitaram, antes de qualquer coisa, do uso de um recurso natural adequado. A história da tecnologia segue uma progressão das ferramentas simples e das fontes de energia simples às ferramentas complexas e às fontes de energia complexas. As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em ferramentas simples. Os processos mais antigos, tais como arte rupestre e a raspagem das pedras, e as ferramentas mais antigas, tais como a pedra lascada e a roda, são meios simples para a conversão de materiais brutos e "crus" em produtos úteis. Os antropólogos descobriram muitas casas e ferramentas humanas feitas diretamente a partir dos recursos naturais. A descoberta e o consequente uso do fogo foi um ponto chave na evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do calor para serem úteis. A madeira e o carvão vegetal estão entre os primeiros materiais usados como combustível. A madeira, a argila e a rocha (tal como a pedra calcária) estavam entre os materiais mais adiantados a serem tratados pelo fogo, para fazer as armas, cerâmica, tijolos e cimento, entre outros materiais. As melhorias continuaram com a fornalha, que permitiu a habilidade de derreter e forjar o metal (tal como o cobre, 8000 AC.), e eventualmente a descoberta das http://pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_tecnologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fontes_de_energia&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_rupestre http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pedra_lascada&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Roda http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Fogo http://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Calor http://pt.wikipedia.org/wiki/Madeira_%28material%29 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carv%C3%A3o_de_lenha&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Combust%C3%ADvelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Argila http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_calc%C3%A1ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Oitavo_mil%C3%A9nio_a.C. 9 ligas, tais como o bronze (4000 a.C.). Os primeiros usos do ferro e do aço datam de 1400 a.C.. A maior parte das novidades tecnológicas costuma ser primeiramente empregada na Engenharia, na Medicina, na Informática e no ramo militar. Com isso, o público doméstico acaba sendo o último a se beneficiar da alta tecnologia, já que ferramentas complexas requerem uma manufatura complexa, aumentando drasticamente o preço final do produto. Nos tempos atuais, os denominados sistemas digitais tem ganhado cada vez mais espaço entre as inovações tecnológicas. Grande parte dos instrumentos tecnológicos de hoje envolvem sistemas digitais, principalmente no caso dos computadores. TÓPICO III - O Crescimento das Novas Tecnologias As novas tecnologias principalmente as de informação e comunicação, estão redefinindo qualitativa e quantitativamente a informação da sociedade. Sua economia, sua estrutura de poder, sua interação com a natureza, seus hábitos e gostos e a maneira como ela se vê. Pode-se pensar que toda nossa cultura está em processo de redefinição, pois já não somos mais oriundos de uma sociedade agrícola, as novas tecnologias nos transformaram em uma sociedade de ÁTOMOS e de BITS nos envolvendo numa cultura envolvente e complexa, que se pode chamar de cultura criativa digital. Toda essa redefinição é acompanhada de dois fenômenos importantes: 1. O primeiro é uma revolução nos meios pelos quais a sociedade usa o seu tempo. No passado, as pessoas se entretinham uma as outras diretamente, depois passaram a usar a escrita, depois o rádio, depois a televisão seguida da internet. Hoje, as pessoas criam e/ou usam seus bens e meios digitais crescentemente convergentes para entreterem diretamente uma as outras numa escala global. http://pt.wikipedia.org/wiki/Bronze http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarto_mil%C3%A9nio_a.C. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/Segundo_mil%C3%A9nio_a.C. http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina http://pt.wikipedia.org/wiki/Inform%C3%A1tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_digital http://pt.wikipedia.org/wiki/Hardware 10 2. O segundo é uma mudança no balanço do poder entre aqueles que detêm os meios de fazer o tempo passar, entre aqueles que tentam definir seu próprio tempo e fazer valer o seu próprio gosto, ou seja, nós produzimos, publicamos, reinventamos e compartilhamos mídia pessoal. Nós fazemos nossos próprios filmes, nós criamos fotos digitais, animação, sites de noticiais, hiperficção e álbuns de fotografias. Programamos nossos gravadores de vídeo pessoal, de modo que possamos assistir a programação das redes, não nos horários deles, mas nos nossos horários. Ouvimos web-rádio ou estações de satélite que interessam aos nossos gostos. Baixamos música na internet para nossos tocadores de mp3, mp4, etc. e montamos a seleção de música para os nossos próprios CDs. Nós fazemos nossa própria mídia. Em muitos casos, nós somos a nossa própria mídia. A revolução digital afeta todas as dimensões da vida na sociedade. A revista VEJA TECNOLOGIA, Especial de Natal, Dezembro de 2007, cita as 10 tecnologias que estão mudando o mundo. Diz ainda, que elas transformam o formato e o uso dos eletrônicos. Pode-se pensar, então, que os indivíduos têm produzido seu próprio conteúdo desde que os homens e mulheres das cavernas começavam a pintar em paredes. Mas, uma vez podendo fazer isso em forma digital, o poder das ideias será dominante nos mundos das diversas empresas e instituições. Acredita-se que quanto mais profissionais do conhecimento um país tiver, com capacidade de produzir seus próprios conteúdos e inovações em formato digital, mais produtiva a sua economia e, em consequência, mais poderoso o país será. Esse processo de produção de conhecimento, de informação na era digital vem despertado o interesse no mundo inteiro. Verificou-se que no ano de 2000 a empresa EMC contratou o Professor HALVARIAM, um economista de reconhecimento internacional, para responder a uma única pergunta: 11 Quanta Informação se Produz no Mundo? Com base numa metodologia inédita e uma equipe multidisciplinar, o professor chegou a vários resultados: “Desde tempos imemoriais é possível “computar” que a humanidade deva ter produzido cerca de 57 bilhões de gigabytes.” “Nos tempos atuais a produção de informação mundial já nasce predominantemente digital.” “A quantidade de informação nova que vem sendo criada duplica a cada ano.” Bom, se considerarmos que a produção anual é da ordem de 2 a 3 bilhões de gigabytes de informação, então, segundo a metodologia do professor, entre os anos de 2002 e 2003 produzimos mais informação no mundo do que quase toda a história da humanidade. Segundo essa metodologia, pode-se afirmar que em 2004 se gerou 48 bilhões de gigabytes de informação e em 2005 gerou-se 95 bilhões de gigabytes, o que representa um verdadeiro oceano de informações, segundo o professor. Como a Educação vem respondendo aos novos desafios sociais criados pela informática? Qual a importância desses conhecimentos e porque incentivá-los? 12 UNIDADE 2 OBJETIVO: conhecer a evolução da proposta educacional através dos tempos. TECNOLOGIA, HISTÓRIA E PROPOSTAS Tópico I – A História da Educação antes das Novas Tecnologias Partindo do pressuposto de que a Educação só pode ser compreendida dentro de um contexto histórico, podemos nos recordar brevemente da sua história. Vejamos algumas características da proposta educacional de cada época. Sociedades Tribais: Educação difusa – nas comunidades tribais, as crianças aprendiam imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais; Antiguidade oriental: Educação tradicionalista – as preocupações com a educação permeavam os livros sagrados, que ofereciam regras, ideias de conduta e orientação para o enquadramento das pessoas nos rígidos sistemas religiosos e morais; Antiguidade grega: Educação integral – para Platão, a Educação é o instrumento para desenvolver no homem tudo o que implica em sua participação na realidade ideal, embora asfixiada por sua existência empírica. Também, segundo Aristóteles, a Educação é um processo que auxilia a passagem da potência para o ato, pela qual atualizamos a forma humana; Antiguidade romana: Educação humanista – os educadores buscavam formar o homem racional, capaz de pensar corretamente e se expressar convincentemente; Idade Média: formação do homem de fé – a Educação surge como instrumento para um fim maior, a salvação da alma e vida eterna. Predominava a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e finalidade da formação do cristão; 13 Renascimento: humanismo e reforma – esta sociedade embora rejeitasse a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, manteve-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa popular; Idade Moderna: a pedagogia realista – esta contraria a Educação antiga, excessivamente formal e retórica. Prefere o rigor das ciências da natureza e busca superar a tendência literária e estética própria do humanismo renascentista. Considerando que a Educação deve partir da compreensão das coisas e não das palavras, a pedagogia moderna exigirá outra didática; Século das luzes: o ideal liberal de Educação: expressa no pensamento controvertido de Rousseau, anseios que animarão as reflexões pedagógicas no período subsequente. Atacando o ideal de pessoa ―bem sucedida‖, de cortesão ou de ―homem gentil‖. Rousseau propõe o desenvolvimento livre e espontâneo, respeitando a existência concreta da criança. Opensamento de Kant também se insere no movimento de crítica à Educação dogmática. Para ele, as leis são: inflexíveis e universais, da razão pura e da razão prática, que constroem o conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito universal, não individual; Século XIX: a Educação nacional - o fenômeno da urbanização acelerada, decorrente do capitalismo industrial, cria forte expectativa com respeito à Educação, pois a complexidade do trabalho exige qualificação da mão de obra. Ao lado da expansão da rede escolar, outro objetivo dos educadores do século XIX é formar a consciência nacional e patriótica do cidadão; Século XX: a Educação para a democracia - este período foi marcado por transformações intensas na economia, na política e na moral. As promessas feitas no século XIX para a escola pública, única e universal não foram cumpridas. O modelo da escola tradicional passou por diversas críticas desde a Escola Nova até a chegada do Construtivismo. 14 Tópico II: A Educação no Terceiro Milênio Metade do Século XX até os dias atuais: Tecnologia a serviço do ensino. Desde século XX a Ciência e a Tecnologia vêm transformando rapidamente os usos e costumes das pessoas. Dentre as diversas conquistas tecnológicas destacamos a comunicação eletrônica. A internet subverte o espaço e o tempo, do homem contemporâneo, aproximando os povos e alterando a maneira de pensar e trabalhar. Educadores alertam para que os novos recursos, como o computador, a televisão, o cinema e os vídeos não sejam usados apenas como instrumentos, mas se tornem capazes de desencadear transformações estruturais na velha escola. A nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de nº. 9394/1996 valoriza em todo o seu contexto a Tecnologia a serviço do ensino, conforme pode ser observado em cada etapa de ensino: A ―Educação Infantil, primeira etapa da Educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.‖ [LDB art. 29 e 30] A LDB em seu Art. 32 afirma que "O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; (Redação dada pela Lei nº. 11.274, de 2006)‖. Para o Ensino Médio a mesma lei em seu artigo. 35 estabeleceu que a formação básica para o trabalho, defendida como necessária para se compreender a tecnologia e a produção, tem como propósito, preparar os http://www.presidencia.gov.br/legislacao/leis/ 15 jovens para a realidade contemporânea. A proposta pedagógica do ensino médio deve tomar como contexto o mundo do trabalho e o exercício da cidadania, considerando-se: a) os processos produtivos de bens, serviços e conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia a dia, bem como os processos com os quais se relacionará mais sistematicamente na sua formação profissional e b) a relação entre teoria e prática, entendendo como a prática os processos produtivos, e como teoria, seus fundamentos científico- tecnológicos.‖ No site da Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica, do MEC o tópico ―Apresentação‖, em seu segundo parágrafo afirma que: ―Os desafios estão relacionados aos avanços tecnológicos e às novas expectativas das empresas que agora enfrentam mercados globalizados, extremamente competitivos. Com isso, surgem também novas exigências em relação ao desempenho dos profissionais.‖ Estando a informática presente na vida de todos, queremos realçar que mesmo aqueles que não têm acesso a um computador têm conhecimento desse recurso através da televisão, tendo a informação da sua importância no contexto do mundo, portanto é quase inviável um projeto pedagógico não articulado com as novas tecnologias. Em consequência, para a escola atender as exigências preconizadas pelo Ministério da Educação para as quatro modalidades de ensino o primeiro destaque é para a gestão escolar. Para NETTO, (2005), “Não restam dúvidas de que os controles centralizados terão que ser substituídos por formas de administrar mais flexíveis, requerendo, para tanto, maior autonomia de seus membros, especialmente dos professores. Isso significa que os professores serão também gestores desse processo educativo. Portanto, o seu trabalho não poderá mais ser concebido isoladamente, mas, sim, em conjunto com os colegas e a partir de propostas mais amplas que extrapolem os limites de uma disciplina ou de uma sala de aula. Nesse sentido, a gestão da escola deve estar voltada para facilitar os processos de aprendizagem, não só dos alunos, 16 mas de todos os seus membros aprimorando constantemente os mecanismos de gestão e de ensino-aprendizagem.” Faz-se necessário que a escola consiga sensibilizar seus profissionais antes de começar a elaboração e aplicação do projeto tecnológico para que não haja uma rejeição e sim um interesse e envolvimento para que se possa ter a prática do projeto integrado. A abordagem holística do conhecimento nos tempos atuais supõe a superação das disciplinas fragmentada, por meio da exigência de uma complementaridade entre as áreas do saber, daí a proposta que, para a implantação do projeto tecnológico, deve-se ter como referencial a visão Interdisciplinar, pois se torna necessário promover atividades de desafio de forma agradável. A metodologia tecnológica deve ser adaptada caso haja algum aluno que não consiga acompanhá-la. O importante é adaptar o currículo pedagógico ao ambiente tecnológico. Do ponto de vista de NETO (2005) “A criação de projetos interdisciplinares propicia um deslocamento da ênfase do objeto – o computador – para projeto usando o ambiente cognitivo e a rede de relações humanas que se deseja instituir, o que pode ser facilitado pela consideração da cognição como prática inventiva. Essa prática inventiva estende, por sua vez, a ênfase do processo à coletividade. Alunos e professores participam ativamente de um processo contínuo de motivação, colaboração, investigação, reflexão, desenvolvimento do senso crítico e da criatividade, da descoberta e da reinvenção”. O autor diz que projeto interdisciplinar “É a superação tanto da perspectiva instrucionista como da empirista ou experimental, a partir da resolução de problemas que surgem no contexto social, que faz uso de ferramentas culturais como elementos de transformação social. Os problemas ou projetos trazem embutidos conceitos de distintas áreas inter-relacionadas numa situação real e singular, que ignora compartimentalização do conhecimento.” Escreve que “A Interdisciplinaridade se concretiza pela integração entre as disciplinas e o diálogo que se estabelece entre os sujeitos envolvidos nas 17 ações encadeadas pelos projetos e desenvolve a identidade às disciplinas, fortalecendo-as. Essa atitude revela-se pelo reconhecimento. Este mesmo ciclo é responsável pela dúvida e o questionamento diante das ações e a busca da totalidade pelo manipulador do computador que é levado a construir suas próprias ideias”. Não nos restam dúvidas que a interdisciplinaridade é um desafio na construção e aplicação do projeto pedagógico, cuja grande aliada é a tecnologia educacional. É uma combinação entre fatores filosóficos práticos e teóricos que são tratados e pré-definidos com a equipe pedagógica. 18 UNIDADE 3 OBJETIVO: Conceituar metodologia e tecnologia para o entendimento das novas tecnologias. Metodologia e Tecnologia: Definições e Aplicações na Educação. Tópico I – Introdução Para entendermos o que vamos estudar, vamos procurar conhecera origem das palavras chaves da nossa disciplina: Método e Técnicas no Uso de Novas Tecnologias. A palavra método vem do latim, methodus que, tem origem no grego, nas palavras (meta = meta) e hodos (hodos = caminho). Pode-se, então, entender que método quer dizer caminho para se alcançar os objetivos estipulados em um planejamento de ensino, ou caminho para se chegar a um fim. A palavra técnica é a substantivação do adjetivo técnico, cuja origem, por intermédio do grego, está na palavra techniicu, e, no latim a palavra technicus, que quer dizer relativo à arte ou conjunto de processos de uma arte ou de uma fabricação. Portanto, podemos entender que técnica quer dizer como fazer algo. Sendo assim, método indica caminho e técnica mostra como percorrê-lo e representam a maneira de conduzir o pensamento e as ações para atingirmos nossa meta preestabelecida. A palavra tecnologia refere-se ao conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade; o vocabulário peculiar de uma ciência (AURÉLIO, 1a edição). Podemos verificar que as palavras técnica e tecnologia têm sua raiz no verbo grego tictein, que significa criar, produzir. Para os gregos, a téchne era o 19 conhecimento prático que visava a um fim concreto e, combinada com logos (palavra, fala), diferenciava um simples fazer de um fazer com raciocínio. Vejamos um exemplo Uma professora de um colégio x ensinava seus alunos, do Ensino Fundamental, tabuada. Sua metodologia era fazer com que os alunos repetissem o que ela ia ditando do quadro e os alunos sentados, em fileiras, em suas carteiras iam repetindo o que a ela escreveu no quadro: Tabuadas,, 1 2 3 4 5 1x1 = 1 1x2 = 2 1x3 = 3 1x4 = 4 1x5 = 5 1x6 = 6 1x7 = 7 1x8 = 8 1x9 = 9 1x10 = 10 2x1 = 2 2x2 = 4 2x3 = 6 2x4 = 8 2x5 = 10 2x6 = 12 2x7 = 14 2x8 = 16 2x9 = 18 2x10 = 20 3x1 = 3 3x2 = 6 3x3 = 9 3x4 = 12 3x5 = 15 3x6 = 18 3x7 = 21 3x8 = 24 3x9 = 27 3x10 = 30 4x1 = 4 4x2 = 8 4x3 = 12 4x4 = 16 4x5 = 20 4x6 = 24 4x7 = 28 4x8 = 32 4x9 = 36 4x10 = 40 5x1 = 5 5x2 = 10 5x3 = 15 5x4 = 20 5x5 = 25 5x6 = 30 5x7 = 35 5x8 = 40 5x9 = 45 5x10 = 50 6 7 8 9 10 20 6x1 = 6 6x2 = 12 6x3 = 18 6x4 = 24 6x5 = 30 6x6 = 36 6x7 = 42 6x8 = 48 6x9 = 54 6x10 = 60 7x1 = 7 7x2 = 14 7x3 = 21 7x4 = 28 7x5 = 35 7x6 = 42 7x7 = 49 7x8 = 56 7x9 = 63 7x10 = 70 8x1 = 8 8x2 = 16 8x3 = 24 8x4 = 32 8x5 = 40 8x6 = 48 8x7 = 56 8x8 = 64 8x9 = 72 8x10 = 80 9x1 = 9 9x2 = 18 9x3 = 27 9x4 = 36 9x5 = 45 9x6 = 54 9x7 = 63 9x8 = 72 9x9 = 81 9x10 = 90 10x1 = 10 10x2 = 20 10x3 = 30 10x4 = 40 10x5 = 50 10x6 = 60 10x7 = 70 10x8 = 80 10x9 = 90 10x10 = 100 Um dia, o diretor escola entrou na sala e disse: “Prezada Professora e com satisfação que lhe informo que a sua escola será moderna, faremos uma transformação, professora. Vamos instalar novos equipamentos para permitir que a escola seja moderna, ou seja, uma escola do futuro. As novas tecnologias podem proporcionar uma Educação por excelência. Você não continuará dando aula com tabuada antiga; vai poder utilizar ferramentas modernas”. Uma semana depois, conforme combinado, com a chegada das novas tecnologias na escola, os alunos receberam um computador para cada um e a professora recebeu: data show, televisão, etc. A professora, então, adaptou as novas tecnologias da seguinte forma: projetou a antiga tabuada, usando o Data Show, e os alunos, simplesmente recitavam a tabuada como faziam antes! 21 Tópico II – Metodologia de Ensino Para entendermos este conceito, NÉRICE (1981), escreve que: ―Metodologia do ensino nada mais é do que o conjunto de procedimentos didáticos, expressos pelos métodos e técnicas de ensino, que visam levar a bom termo a ação didática, que é: alcançar os objetivos do ensino e, consequentemente, os da Educação, com o mínimo de esforço e o máximo de rendimento, para tanto a metodologia do ensino deve: ser encarada como um meio e não como um fim pelo que deve haver, por parte do professor, disposição para alterá-la, sempre que sua crítica sobre a mesma o sugerir. Assim não se deve ficar escravizado à mesma, como se fosse algo sagrado, definitivo, imutável. deve conduzir o educando à autoeducação, à autonomia, à emancipação intelectual, isto é, deve levá-lo a andar com as suas próprias pernas e a pensar com sua própria cabeça. tem por objetivo dirigir a aprendizagem do educando para que este incorpore em seu comportamento aquelas normas, atitudes e valores que o tornem um autêntico cidadão participante e voltado para o crescente respeito ao próprio homem‖. Tópico III: Métodos e Técnicas de Ensino Acredito que um de nós deve ter ouvido a seguinte frase: Fulano usou como técnica o método expositivo, mas faltou-lhe técnica na demonstração. Nérice, diz, que método, em seu desenvolvimento pode lançar mão de uma série de técnicas para efetivação dos objetivos que o mesmo tem em mira. Método de ensino é mais amplo do que técnica de ensino. A técnica é mais adstrita à orientação da aprendizagem em setores específicos, ao passo que método indica aspectos mais gerais de ação didática. 22 Para o autor um método de ensino, para alcançar os seus objetivos, precisa lançar mão de uma ou ais técnicas. O método de ensino se efetiva por meio das técnicas. Em suma todo o método ou técnica de ensino, fundamentalmente, deve efetivar-se por meio da atividade do educando, fazendo com que este, de modo geral, seja agente da sua própria aprendizagem, e não um simples receptor de dados e de normas elaborados por outrem. Métodos e técnicas de ensino devem conduzir o educando a observar, criticar, pesquisar, julgar, concluir, correlacionar, diferenciar, sintetizar, conceituar e refletir. Acesse o primeiro vídeo Metodologia ou Tecnologia no site: http://www.youtube.com/results?search_query=Metodologia+ou+Tecnologia&s earch_type= Observando a história da professora vimos Tecnologia ou Metodologia? De que serve a Tecnologia se o método antigo for mantido? O que é método de ensino? Existem diferenças entre métodos e técnicas de ensino? Em caso afirmativo, quais são? O que você acha que faltou na aula da professora diante das novas tecnologias anunciada pelo Diretor, método ou técnica? 23 UNIDADE 4 OBJETIVO: Conceituar metodologia e tecnologia para o entendimento das novas tecnologias. A Tecnologia nas Atividades Educacionais Tópico I – Implantação do Uso de Tecnologias Educacionais na Escola. A primeira referência à tecnologia educativa são os cursos projetados para especialistas militares, com recursos audiovisuais, durante a II Guerra Mundial. Como campo de estudo, ela aparece, no mesmo período, como a disciplina Educação Audiovisual da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Essa identificação de tecnologia educacional com os recursos audiovisuais e o desenvolvimento dessa disciplina em instituições de ensino superior marcaram suas características, até os dias atuais. O desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, nos anos 60, revolucionou o mundo e também a Educação. Se até então existia a primazia do estudo dos meios sobre o processo ensino-aprendizagem, essa revolução eletrônica acrescentou a essa discussão uma revisão profunda dos conceitos de comunicação usados até então. A implementação da informática, nos anos 70, consolidou sua utilização na Educação. A partir do aparecimento dos computadores pessoais, aumentaram as possibilidades do chamado ―ensino individualizado‖, diante de programas baseados em modelos comportamentalistas de aprendizagem, que assumiram os conceitos do ensino programado e das máquinasde ensinar. O constante e acelerado desenvolvimento das ―novas tecnologias da informação e da comunicação‖, a partir dos anos 80, trouxe novas opções de equipamentos projetados para armazenar, processar e transmitir informações, de modo cada vez mais rápido e a custos mais reduzidos, ampliando infinitamente suas possibilidades de utilização. No entanto, a melhoria automática do sistema educacional pela inclusão dos meios tecnológicos não 24 era comprovada efetivamente, mesmo diante de tantas novidades tecnológicas. Os meios, por si só, não podem, nem devem, constituir o único campo de atuação e pesquisa da tecnologia educacional. É necessário levar em consideração a política de elaboração e difusão desses recursos, suas finalidades éticas, sua natureza e suas possibilidades de uso na Educação. As questões envolvidas na implantação do uso de tecnologias educacionais estão voltadas para ações com desafio e proporcionar mudanças. Os 3 aspectos que estão em grande observação para implantar a informática na educação, são: 1. favorecer o raciocínio lógico; 2. favorecer o raciocínio cognitivo; 3. favorecer a motivação. Segundo Gadotti (1985), é necessário preparar propostas alternativas para a Educação construir passo a passo a ―Nova Educação‖ junto com a construção de uma nova sociedade. O recurso da robótica educativa é uma expansão do ambiente LOGO, que é um método científico onde maquetes são construídas e utilizadas por computadores. Segundo Piaget, as funções essenciais da inteligência consistem em compreender e inventar, ou seja, construir algo baseado no real. Analisando seu ponto de vista, é essencial para a formação da inteligência, possibilitar a criança agir sobre objetos e descobrir suas propriedades. Na escola, o aluno passa a construir seu conhecimento através de suas observações e Papert completa, afirmando que: para a criança é muito mais importante aquilo que é aprendido pelo esforço próprio, tem maior significado. A atividade proposta deve ser apresentada de forma lúdica, desafiante e criativa. 25 Tópico II – Práticas Avaliativas com o Uso de Novas Tecnologias Nem sempre avaliar é dar uma nota. Em um trabalho com ―formas‖ diferenciadas, devem ser observados os aspectos, tanto individual quanto em grupo. Não se avalia certo ou errado e sim quanto se consegue desenvolver em uma atividade proposta. As decisões referentes à forma da avaliação e aos aspectos privilegiados dependem de quem avalia. Quem tem o direito de avaliar? Quem tem o poder de decidir? Essa é uma questão que perpassa por todos os contextos em que ocorrem práticas avaliativas. Normalmente o processo avaliativo fica restrito a um pequeno grupo responsável pelo acompanhamento, pelo controle e pela tomada de decisões. Na maioria das vezes, os profissionais envolvidos nas etapas de produção, execução e, até mesmo, planejamento não possuem as informações necessárias para emitir um posicionamento, efetuar escolhas ou tomar decisões quanto ao seu próprio trabalho. É claro que à medida que socializamos as informações, também, socializamos as responsabilidades e negociamos os limites Dependendo da intenção que se tem em ampliar, ou não, a participação dos sujeitos envolvidos no processo de avaliação, é possível utilizar as seguintes estratégias de avaliação: autoavaliação pelos produtores; consulta a especialistas; e avaliação pelos usuários, dependendo da intenção que se tem em ampliar, ou não, a participação dos sujeitos envolvidos no processo de avaliação. E, como técnicas: podemos utilizar questionários, entrevistas individuais ou em grupo, gravação em vídeo das condutas dos estudantes ante o material, escalas de atitudes e reações ou diferencial semântico e grupos de discussão. A escolha do tipo de avaliação a ser adotado; dos aspectos e técnicas enfocados, assim como dos sujeitos envolvidos, depende, antes de tudo, do que pretendemos com a avaliação, inclusive do uso que faremos dela. É possível combinar uma série de aspectos e técnicas em função da natureza de 26 cada material, assim como é possível envolver diferentes sujeitos no processo de avaliação para ampliar a percepção que se tem do trabalho a ser desenvolvido. Citamos como exemplo o uso de um software por uma turma de crianças de faixa etária entre 2 a 3 anos. . Proposta: Utilizar uma rotina onde será trabalhada a identificação de objetos. Objetivo(s): Percepção visual, coordenação motora, estudo de linguagem, uso do mouse. Resultado: Será computado em valor de porcentagem, em uma escala, pré- definida para o exercício, e registrado para acompanhamento. Não podemos esquecer que, a rotina deverá ser repetida até atingir o número de avaliações definidas para aquele período. As atividades devem ser diferentes. Resultado final: Feita a coleta dos resultados, com suas respectivas datas, monta-se o gráfico de análise do desenvolvimento operacional. Segundo Boole, a lógica é adquirida através do desenvolvimento do raciocínio. A cada período é gerado um resultado final onde passamos a chamá-lo de semifinal e, ao término do ciclo, o resultado final. Esta técnica descrita é fruto de um trabalho realizado em pesquisas de sala de aula no período de educação infantil. Sabe-se que o resultado final de cada ciclo forma um gráfico de observação clara para outras análises, mesmo porque o importante não é perguntar para que usar recursos tecnológicos na Educação e sim, observar seus efeitos gradativos. Seu uso tem como finalidade destruir obstáculos e provocar um avanço, com maior liberdade, tornando agradável a busca da construção do conhecimento. 27 Intervenção psicopedagógica na escola, com uso de tecnologias Facilitação da construção do conhecimento desenvolvimento do raciocínio lógico; desenvolvimento da sequência lógico-temporal; aumento da flexibilidade do pensamento; aumento da organização na realização de tarefas; possibilidade de lidar com diferentes exigências temporais; possibilidades de lidar com os próprios erros de forma produtiva: Estimulo à curiosidade (exploração do novo); Desenvolvimento da Imaginação / criatividade; Fortalecimento da autonomia. Tomada de decisões, escolha mais rápidas. “Melhoria” da autoestima; Desenvolvimento da leitura informativa. Os dados de evolução obtidos com as aplicações do uso de tecnologias terão que ser acompanhados durante o processo de aplicação. O professor observa se a criança está acompanhando o planejamento de forma individual e em grupo. Esta observação não é feita através de um determinado grau obtido e sim do acompanhamento na execução das tarefas propostas. O ambiente proposto não pode ser de uma sala de aula e sim em um lugar de desafios. Para revelar conhecimentos que tenham sido construídos ou que estejam em construção. Privilegiar o desenvolvimento de estratégias de avaliação, desde a etapa do planejamento, implica o acompanhamento de todo o sistema proposto, tendo em vista o processo de aquisição do conhecimento pelo aluno e não apenas o seu produto final. Essa concepção justifica a inclusão de avaliações parciais que permitam a adequação do sistema proposto às dificuldades de aprendizagens dos alunos, identificadas pelos tutores de aprendizagem ou durante os encontros presenciais e virtuais previstos. Essa concepção supõe, assim, a existência de práticas avaliativas ao longo do processo que permitam os reajustes necessários do sistema e que atuem como instrumento de intervenção didática, de regulação das aprendizagens, indo além da mera classificação dos resultados finais do curso. 28 UNIDADE 5 Objetivo: saber utilizar os recursos tecnológicos como um importante aliado para aprendizagem. RecursosTecnológicos e Aprendizagem Tópico I – O Professor como Primeiro Recurso Fala-se que a tecnologia educacional é uma revolução implacável e inarredável; que os desenvolvimentos futuros superarão os mais audaciosos esboços da imaginação. Estes pensamentos, muitas vezes, fazem com que os educadores se sintam assustados e incertos. Entretanto RECURSOS ―são componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem à estimulação para o aluno‖. Esses recursos começam pelo professor, que de acordo com NÓVEA (1998), cada professor tem sua própria maneira de organizar sua aula, de se movimentar na sala, de se dirigir aos alunos, de utilizar os meios pedagógicos; uma maneira que constitui quase uma ―segunda pele profissional II - Materiais impressos, os livros, enciclopédias, apostilas e cadernos: recursos dominantes. Outros recursos são: os materiais impressos – os livros, enciclopédias, apostilas, folhas e cadernos de atividades, que representam a tecnologia dominante da maioria das aulas, ainda hoje. Muitas vezes, eles são os únicos recursos disponíveis nas mãos dos alunos para que eles e seus professores/tutores possam buscar, rever ou aprofundar os conteúdos trabalhados. Não podemos pensar em Educação sistematizada, seja presencial ou a distância, sem associá-la ao uso de material impresso. O livro, enquanto objeto de produção e de compreensão, é insubstituível, simplesmente porque a leitura não tem substituição. Quando falamos em ―livro‖, não estamos nos referindo apenas à sua forma em papel, mas também 29 às possibilidades eletrônicas que começam a ser produzidas. Mesmo assim, considerando as possibilidades de acesso da maioria da população mundial a esses recursos, que exigem uma sofisticada tecnologia, entendemos que o “velho” objeto livro, que pode ser transportado para qualquer lugar e que dispensa energia para funcionar, ainda será útil por muitas gerações. Tópico III – Recursos visuais e auditivos Recursos Visuais: Projeções (Data show, Retroprojetor); Cartazes; Gravuras; Recursos Auditivos: Rádio; Gravações. O rádio foi um instrumento educativo muito utilizado nos anos 60/70 e ainda hoje é forte sua influência nos lares do interior do país. Quem não se lembra do alcance nacional do Projeto Minerva, do MEB e do Projeto Saci? Ainda hoje, é significativa a força que têm as campanhas informais educativas, transmitidas também pelas estações comerciais e comunitárias. O desenvolvimento dos DVDs, dos CDs e dos gravadores desses; do rádio acessível no correio eletrônico, dos blogs, Mp4, etc., que permitem a gravação de programas e sua apropriação por parte do ouvinte, trouxe outras boas possibilidades de utilização do áudio na Educação. Com o gravador de audiocassete, a pessoa pode usar o material em função de seus interesses e possibilidades, ampliando sua utilização em projetos de tutoria e podendo voltar o texto, para ouvi-lo novamente, ou antecipar trechos já conhecidos. 30 Tópico IV – Recursos audiovisuais Recursos audiovisuais: Cinema (vídeo); Televisão; Computador. O vídeo pode aproximar o conteúdo didático do cotidiano dos alunos se, para sua escolha, forem considerados seus interesses e necessidades. Ele pode atrair os alunos quando possui uma narrativa significativa para eles, apesar de não modificar por si só a relação pedagógica. Ele é apenas um recurso, mas um recurso muito especial. Ele parte do visível, do que toca vários sentidos. Seus diálogos, em geral, expressam a fala coloquial, enquanto o narrador faz a síntese dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. As músicas e os efeitos sonoros evocam lembranças e criam expectativas, antecipando reações e informações. Ele faz a combinação da intuição com a lógica, da emoção com a razão. Ele é sensorial, visual, usa a linguagem falada, a musical e a escrita. Ele atinge todos os nossos sentidos e de todas as maneiras. Ele nos seduz, informa, entretém, projetando-nos em outras realidades, em outros tempos e espaços (MORÁN, 1995, p. 28-29). Apesar de o vídeo ser um recurso para explorar os conteúdos abordados sabe- se que nem sempre o professor usa de forma adequada como, por exemplo: vídeo ―enrolação‖ – quando o professor passa um vídeo que não tem ligação com o assunto abordado; vídeo lição – quando o vídeo substitui a aula expositiva do professor; vídeo ―tapa-buraco‖ – quando existe algum problema inesperado, como a ausência do professor, a impossibilidade de se utilizar um espaço ou recurso previsto, entre outros; vídeo deslumbramento – quando o professor/tutor utiliza vídeos indiscriminadamente e com frequência, como se estivesse ―deslumbrado‖ com o recurso; 31 vídeo prova – quando o professor/tutor se utiliza da interpretação do vídeo para avaliar as aprendizagens do aluno, por meio de notas ou de conceitos. Para garantir o uso adequado da linguagem audiovisual como recurso didático, é preciso considerar alguns critérios fundamentais: o vídeo não substitui o professor/tutor; não se deve anular a experiência direta dos alunos; exige uma mudança nas estruturas metodológicas convencionais; sua eficácia depende mais da forma como é usado do que apenas de suas qualidades técnicas e de seu conteúdo. Entre as mídias, a televisão é, sem dúvida, a mais poderosa, a mais influente, multifacetada e até onipresente. Grande parte da população do país não tem acesso regular a outras fontes de informação, além do rádio e da TV. Durante muitos anos, a escola atribuiu à televisão a responsabilidade de todos os males do mundo. Se as crianças assistissem a seus programas, não poderiam escrever bem, nem gostariam de ler. Ela causaria, sempre, efeitos maléficos na formação das pessoas, pois influenciaria seus pensamentos e definiria seus comportamentos. Isso afastou a possibilidade de um estudo mais aprofundado a partir da sua utilização enquanto recurso didático. Diante dessa distorção torna-se necessário incorporar a televisão as novas tecnologias, não apenas como transmissoras de conteúdos, mas como estratégias de construção/ reconstrução do conhecimento e como objeto de estudo. Existe uma grande diversidade de programas televisivos que podem ser utilizados com finalidades educativas. Podemos até chegar a considerar que todo programa audiovisual é passível de ser trabalhado pedagogicamente, se isso for feito de modo crítico. Podemos afirmar ainda que a Educação constitui, hoje, um grande mercado consumidor de recursos audiovisuais. Temos ainda a TV on-line, que possibilita uma interação imediata entre telespectadores e produtores de programa. 32 Multiplica-se rapidamente a quantidade de oferta de canais que passam a veicular modalidades únicas de programas: são canais só de filmes, só jornalísticos, só para crianças, só educativos, etc. O futuro indica que o telespectador vai poder montar sua própria programação, definindo o que e quando ver, o que lhe interessa. Apesar de sabermos que a maioria da população não acompanhará tão cedo essa mudança, ela indica que estamos longe de descobrir os limites e as possibilidades do uso da linguagem audiovisual e de seus suportes na Educação. É inegável a interferência das tecnologias da informação nas nossas vidas e na prática educacional. Por exemplo, temos o computador que é um conjunto de sequências de passos, por meio de um conjunto de dispositivos interconectados, que recebe a informação, transforma-a e apresenta-a da forma solicitada pelo seu usuário. Esta tecnologia se transforma em objeto de aprendizagem. O objetivo é colocar o aluno à vontade diante do computador e lhe dar a oportunidade de dominar essa nova cultura, utilizando o recurso, com competência, para realizar a contento suas tarefas. A intenção pedagógica diante dessa tecnologia é capacitar o aluno não só parautilizar o computador, mas também para criar possibilidades de uso em função de suas necessidades e demandas. Essa intenção pode ser considerada sob dois pontos de vista: o do aprendizado como finalidade e o do aprendizado como meio da ação educativa. Outra intenção, que trata do uso de recursos informáticos projetados especialmente para o ensino, aponta um conjunto de programas criados para serem utilizados em situações de ensino-aprendizagem. A última intenção, diz respeito ao uso das ferramentas básicas da informática para o ensino da manipulação e organização da informação. São os editores de texto, os programas de autoedição, os editores gráficos e de desenhos, que possibilitam a confecção de textos, jornais, revistas e a inserção de gráficos, desenhos e tabelas nos trabalhos produzidos pelos próprios alunos. São os bancos de dados, que permitem a busca, a ordenação, a listagem e a 33 classificação de informação, e as planilhas de cálculos, que trabalham com informações numéricas. E por último recurso tecnológico, apontamos a internet. Esta é conhecida para muitos como uma ―teia‖ mundial, uma rede virtual de interligação de computadores, que propicia a obtenção e a troca de informações com finalidades distintas, como por exemplo: Conversa em tempo real entre pessoas distantes fisicamente; Transferência de arquivos entre computadores; Acesso a servidores de informação; Troca de correspondência pelo correio eletrônico; Acesso a jornais e outras publicações eletrônicas; Participação em cursos on-line e em videoconferências. Com relação às questões apresentadas, podemos considerar o seguinte: se em muitos momentos os meios de comunicação se constituem em entraves para a formação dos alunos, por outro lado representam poderosos meios de divulgação de informações, que podem ser canalizadas para dentro da sala de aula seja presencial ou virtual. Cabe ao professor/tutor orientar aprendizagem dos alunos e capacitá-los para criticar as informações recebidas. É importante ressaltar que usados de maneira adequada, os recursos de ensino possibilitam: Motivar e despertar o interesse dos alunos; Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação; Aproximar o aluno da realidade; Visualizar ou concretizar os conteúdos da aprendizagem; Oferecer informações e dados; Permitir a fixação da aprendizagem; Ilustrar noções mais abstratas; Desenvolver a experimentação concreta. É importante nos conscientizarmos que: para que a tecnologia educacional possa ser um recurso, é necessário que os professores tenham consciência de 34 que suas crenças e mitos devem ser substituídos pela ideia de que o recurso ―veio‖ para auxiliar e não para substituí-lo, pois, como vimos no primeiro parágrafo, o primeiro recurso que facilita o aluno buscar a aprendizagem é o professor/tutor. De que forma o professor poderá utilizar as novas tecnologias para melhorar o nível de ensino? O que revelam as pesquisas em relação aos efeitos na aprendizagem provocadas pela utilização dos recursos das novas tecnologias. 35 UNIDADE 6 Objetivo: Entender o computador e sua Ciência, como ferramenta educacional. O Computador e sua Ciência, como Tecnologia Educacional Tópico I: Tecnologia na Educação x Tecnologia da Educação: Diferenças e Semelhanças Tecnologia educacional tem um significado amplo, não se trata só do emprego da tecnologia na Educação. Ela significa uma sinergia entre tecnologia, métodos educacionais, informação, comunicação, psicologia, pedagogia, políticas, enfim todos os meios para se alcançar um aprendizado consistente. Para muitos teóricos existe uma distinção entre tecnologia na Educação e tecnologia da Educação: TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO Orienta-se para a utilização de equipamentos e mensagens nas atividades pedagógicas. Consiste na aplicação sistemática do conhecimento científico à facilitação do processo ensino-aprendizagem. Apesar das aparentes diferenças, ambas as definições atribuem à tecnologia a forma de ação humana sobre o meio, enquanto que, em uma concepção mais dialética, a tecnologia não permite somente o agir sobre a natureza, mas é, principalmente, uma forma de pensar sobre ela. Novos instrumentos, máquinas, aparelhos e tecnologias da cultura que incluem formas simbólicas tais como a linguagem oral, os sistemas de escrita, os sistemas numéricos, os recursos icônicos e as produções musicais, permitem e exigem novas formas de experiência que requerem outros tipos de habilidades e competências. Segundo NETTO (2005, pg. 14) ―o auxílio da informática no atual sistema educacional pode ser encarado com uma grande inovação no processo de aprendizagem, desde que seus recursos sirvam para desenvolver uma melhor 36 compreensão e obtenção de conhecimento, pois, caso contrário, essa ferramenta refletirá apenas o uso de uma tecnologia como finalidade de facilitar tarefas, e não alcançará o objetivo de ser contribuinte ao processo de transformação da realidade.‖ Podemos observar o pensamento de NETTO nesta reportagem abaixo: Folha Dirigida, 29/01/2008 - Rio de Janeiro RJ Computador, auxiliar do professor Teresinha Oliveira Machado da Silva O governo estadual apresentou proposta para comprar 30 mil "lap top" para distribuir aos professores. Trata-se de uma medida louvável, mas que não leva em conta os principais problemas enfrentados pela categoria. É evidente que o computador pode ser um precioso instrumento auxiliar do magistério, mas na forma proposta será apenas um paliativo diante da necessidade de efetiva valorização do professor. Temos dito que sem uma solução para as questões salariais, qualquer projeto educacional tenderá ao fracasso. O quadro geral entre o magistério é de desmotivação, acarretada pela falta de condições para Educação da Alerj, Comte Bittencourt, assinala que dos 47% arrecadados pelo governo do estado, com aumento de receita e arrecadação, só 17% foram investidos em Educação. Assim como nós, o deputado é contrário a compra de 30 mil computadores para distribuir aos professores. Segundo o deputado Comte Bittencourt, 75% dos jovens do ensino médio estão excluídos do mundo digital, 50% das escolas não têm computadores, os laboratórios estão sendo fechados e os orientadores sendo desviados de sua função orientadores, "como a Secretaria quer comprar "lap top" para professor? Eles merecem, mas eles ano da Educação no Estado do Rio. A questão do computador também deveria ser vista pelo lado técnico. Trata-se de uma mídia em constante evolução, exigindo gastos com manutenção, entre outros. O ideal seria que o professor com salário condizente tivesse condições de comprar o computador de sua livre escolha. Quando o Estado realiza esse tipo de investimento caro, não leva em conta a realidade de grande número de escolas, que necessitam de obras de infraestrutura e o problema da grande falta de educadores. A Uppes realizou um encontro de profissionais que atuam em 37 arcar com as despesas básicas necessárias para a sua sobrevivência. O professor está endividado e também adoentado. Muitos não contam com recursos suficientes para participarem de um curso de aperfeiçoamento ou para compra de livros, por exemplo. Lamentamos que as iniciativas em Educação continuem sendo feitas de forma improvisada, sem que o governo ouça os verdadeiros interessados: os professores.Tal equívoco ocorreu com o programa Nova Escola que resultou em um grande fracasso. A Uppes considera importante que os recursos sejam bem aplicados. O presidente da Comissão de merecem muito mais a qualificação e a melhoria salarial reivindicada há mais de 10 anos." A nosso ver, o gestorpúblico muitas vezes acha que o papel do professor pode ser minimizado no processo educacional. Por isso, uma política de efetiva valorização do professor é sempre deixada de lado. Também se manifestando sobre o assunto, o deputado Marcelo Freixo disse que a compra de "lap top" é uma visão equivocada de modernização. Para ele, não há coerência quando os laboratórios estão sendo fechados e os professores desviados de suas funções. Já a deputada Sheila Gama considerou 2007 como o pior bibliotecas públicas da rede estadual e a queixa foi geral, em torno da falta de livros atuais e equipamentos. Muitas escolas não contam com biblioteca ou, quando elas existem, funcionam de maneira precária. Do ponto de vista pedagógico, os investimentos no livro são infinitamente mais baixos do que os efetuados em produtos da indústria elétrica e eletrônica. É preciso que se tenha clareza dos reais interesses do governo estadual nesse tipo de investimento. Fica ainda a pergunta: são mais de 60.000 mil professores, qual será o critério para a distribuição de 30 mil "lap tops" que o governador está adquirindo? Na realidade a tecnologia educacional sempre existiu, pois ela tem como base o desenvolvimento do ser humano, junto ao dinâmico processo de mudanças na sociedade, através da busca de novos conceitos, técnicas, teorias e princípios que visam uma nova visão do sistema educacional. A primeira referência à tecnologia educativa são os cursos projetados para especialistas militares, com recursos audiovisuais, durante a II Guerra Mundial. Como campo de estudo, ela aparece, no mesmo período, como a disciplina 38 Educação Audiovisual da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Essa identificação de tecnologia educacional com os recursos audiovisuais e o desenvolvimento dessa disciplina em instituições de ensino superior marcaram suas características, até os dias atuais. Tópico II: O uso do computador como tecnologia Empregar o computador e sua Ciência como ferramenta educacional está sendo, de certa forma crescente. Mesmo que o estabelecimento de ensino tenha vários tipos de tecnologia, possui um enfoque maior para o uso do computador. Pessoas que desenvolveram estudos atribuem o crescimento do uso do computador como tecnologia o mercado de trabalho ter suas rotinas diárias alteradas pelo uso de equipamentos eletrônicos. O uso de tecnologias educacionais torna o aprendizado e o ensino mais produtivo. Sabe-se também, que esse tipo de aplicação não traz somente vantagens e sim alguns problemas. Podemos citar alguns: 1. Acesso de alunos aos computadores quando os mesmos não possuem condições sociais; 2. A utilização do computador por alunos com dificuldades deixa de ser uma tecnologia para desenvolver o raciocínio e passa a ser um ―caderno de exercícios‖; 3. Acesso de forma diferenciada dos alunos que usam o computador por tempo mínimo referente ao período do aprendizado; 4. Não saber aplicar o uso do computador de forma correta. Quando surgiu o trabalho de informática no ensino, o tipo de software para trabalho era o tutorial e foi a partir da década de 60, que houve uma grande evolução referente ao software utilizado, quando se passou a utilizar rotinas desenvolvidas em linguagem de programação BASIC e LOGO. 39 A partir de 1975, aplicou-se o uso de computadores com fim didático. Surgiu neste período a facilidade de comprar microcomputadores, e as rotinas passaram a se chamar SOFTWARE EDUCATIVOS a atender disciplinas não só de Matemática como Línguas, Ciências físicas e biológicas e Ciências sociais. Para aplicar este tipo de tecnologia, é necessário ocorrer uma adaptação entre os procedimentos didáticos e pedagógicos com o conhecimento que transmite. COMPUTADOR PROFESSOR ALUNO Tópico III - O Uso do Computador como Tecnologia Nível Político-Pedagógico Dando destaque para os dois pontos da tecnologia educacional, observaram-se as seguintes referências: Concepção da sociedade; Relação com a Educação; Diferentes considerações sobre a introdução da tecnologia no ambiente educacional; No aspecto histórico-social é destacada a determinação dos processos de produção sobre a Educação expressada na introdução da tecnologia no ensino. Segundo Almeida, ―(...) a informática na Educação foi mais uma imposição do estágio da industrialização e do debate político da sociedade global do que um anseio dos meios educacionais. Quando muito, as grandes escolas que 40 adotaram uma posição mais próxima dos modelos mercantil-industriais foram as que trouxeram para suas salas, o computador.‖ A citação refere-se ao avanço social pressionando a Educação para que volte os seus objetivos para aquele, ou seja, que o progresso beneficie a todos. O avanço tecnológico age de forma ideológica na consciência, influenciando na forma de pensar. Almeida, afirma: ―(...) a tecnocracia guarda uma relação estreita com o totalitarismo da própria razão. Ele elimina todas as dimensões do real que não caibam na ―ratio‖ técnica: ele opera fundamentalmente no plano ontológico e epistemológico...‖ As dimensões do real que não são expressas pela razão técnica são a subjetividade e as contradições sociais. Estes destaques não são operacionalizados. Considera-se que o desenvolvimento tecnológico é um ganho de toda sociedade e não de uma classe social específica e a utilização do computador no ambiente educacional deve ser entendida dessa forma. Em 1984, foi deduzido que o uso do computador, no ensino, implica uma compreensão do real, reduzida à sua lógica. Tornou-se um instrumento, fruto de trabalho humano acumulado, desprovido de características humanas. Nível teórico-ideológico. Destaca-se neste aspecto: Dividir o conteúdo a ser transmitido em diversos passos sequenciais; Exigir a interação do aluno; Feedback imediato do aluno. Marcuse cita que a operacionalização de conceitos reduz as dimensões da realidade àquela, fazendo coincidir pensamento e realidade imediata, abstraindo o objeto do conhecimento da sua realidade material, tornando o pensamento ajustado à realidade. 41 Nível Pedagógico Devem-se observar os conteúdos para que o tratamento não perca o seu sentido dentro do contexto educacional. Conteúdos diferentes não podem ter o mesmo tratamento, logo os mesmos não são trabalhados separadamente. Seu trabalho em conjunto colabora para definir seu sentimento. O computador é uma ferramenta auxiliar que irá influenciar e colaborar para o aprendizado, pois segundo Burke, ―(...) a questão, então, é como um sistema de instrução dirigida por um computador pode ser humanizado para levar, cada estudante, a seguir a sua própria inclinação, seus próprios objetivos, enquanto provê a ele um sistema de atividade guiado.‖ É importante que o aluno tenha o máximo de decisão possível, para que não se sinta preso a uma ―linha de montagem‖. Após observar que a intersubjetividade é utilizada para o aprendizado do conteúdo escolar, surge à proposta de La Taille (1988) que defende o isolamento do aluno para desenvolver os exercícios escolares, sendo que aplica o computador como ferramenta com os objetivos: O aluno controla o seu tempo (ritmo individual); Feedback imediato da máquina; Retorno da ―resposta correta‖ em caso de fracasso do aluno. Estes objetivos estão propostos na teoria de Skinner. O ambiente educacional por sua impossibilidade de transmitir conteúdos ou formas de pensar contrárias à realidade existente; torna-se massificador. De um lado, transmite conteúdos sem sentidos, e de outro, avalia o aprendizado deste conteúdo pela sua quantidade. Respeitar o ritmo próprio do aluno é a transformação de algunsaspectos administrativos, ou seja, o ritmo do aluno e as diferenças são pontos que transformam os currículos dentro do ambiente educacional. 42 Segundo Boocock, ―(...) a significância de qualquer inovação educacional particular está mais em como afetar a estrutura da situação de aprendizado do que em seus detalhes puramente mecânicos. Se o novo meio terá, ou não, qualquer impacto sobre as escolas, depende do educador. Tentar observá-lo na presente estrutura de classe, usá-lo como meio de livrar-se do que é absoluto, movendo-se para mais aprendizados autodirigidos ou orientado para objetivos que os estudantes percebam como excitantes e relevantes...‖ Nível Técnico-Didático Analisar os efeitos que são imputados ao computador, no ensino sobre o aluno em algumas das utilizações propostas, mostra limites do computador, que levam à transmissão do conhecimento formalizado. De acordo com as teorias de Freud, Adorno e Horkheimer são importantes para o pensamento e conhecimento, sendo a projeção entendida no sentido psicanalítico. Não estimular a repetição e sim o entendimento. Os produtos oferecidos neste nível devem ser claros e objetivos, pelo menos estar condizente com a proposta implantada. 43 UNIDADE 7 Objetivo: Conhecer como o aluno percebe o computador em seu uso no ensino e saber como orientá-lo na seleção dos trabalhos escolares. Métodos de Ensino por Computadores Tópico I – Computador, o Recurso mais Utilizado no Ensino Com a entrada do computador na sala de aula, a didática vem utilizando-o com promissores resultados, como podemos observar podemos na reportagem abaixo: Roberto Setton A estudante do ensino médio Micaela Monteiro, 16 anos, tem todos os seus trabalhos escolares organizados em arquivos no computador. Adepta dos recursos tecnológicos desde a 3ª série, ela utiliza seus aparelhos eletrônicos para melhorar o desempenho na escola. Com eles, Micaela arquiva seus documentos, faz pesquisas na internet e incrementa suas apresentações de trabalhos com pequenos vídeos, montagens de fotografias e música. "Não sei como se estuda sem computador." www.veja.com.br – Revista Veja de 16 de Janeiro de 2007 Segundo a reportagem da Revista VEJA, de 26 de setembro de 2003 ―Chegou à hora de mudar o disco para quem passou os últimos anos se perguntando se precisava mesmo comprar um computador. A pergunta que muita gente anda se fazendo agora é outra: "Que tipo de computador devo comprar? ‖Não é apenas uma daquelas tiranias típicas da sociedade de consumo em que, de http://www.veja.com.br/ 44 uma hora para outra, a pessoa é levada a se sentir miserável porque não tem uma secretária eletrônica, um telefone sem fio ou uma agenda eletrônica. Não saber usar um computador e não ter um, está-se tornando um transtorno de proporções maiores no Brasil. Em algumas situações profissionais pode ser quase como estar vestido inadequadamente ou falar errado. Mas os computadores chegaram, e vão ficar: eles estão nos escritórios das grandes empresas, nos bancos, nos consultórios médicos, nas escolas, nos estúdios de arquitetos, nas bancas de advocacia‖. O que aconteceu depois: ―Se na década de 80 comprar computador era muito difícil no Brasil, na década de 90 o setor viveu uma enorme expansão. Nos anos que antecederam a publicação da reportagem de VEJA, a melhor maneira de obter uma máquina dessas era procurar um contrabandista. (...) As vendas cresceram e os micros ganharam lojas especializadas. Depois, chegaram às prateleiras dos supermercados. Cinco anos depois da reportagem, já era possível comprar um computador sem sair de casa, pagando pela Internet com cartão de crédito e recebendo a máquina pelo correio. (...) Além disso, a produtividade do setor disparou no Brasil - na época em que a reportagem foi publicada, cada operário brasileiro produzia 360 computadores por ano; dez anos depois, cada operário já produzia 1.080 unidades.....‖. Vimos que o computador é uma máquina eletrônica que busca imitar o funcionamento dos processos mentais superiores do homem, por meio de seleção, associação ou anulação de informes para os quais foi programado. O computador, procurando trabalhar imitando o cérebro humano o faz com uma velocidade simplesmente espantosa, tanto assim que é capaz de realizar operações que levariam anos para serem efetuadas, com o simples auxílio de lápis e papel... Dessa forma os computadores, no ensino podem conter, em sua memória, o estado de adiantamento de alunos nas disciplinas para as quais estejam programados, podendo oferecer o ensino das mesmas da maneira que mais lhes convenha. Assim, quando um educando solicitar estudo de uma disciplina, 45 o computador poderá oferecer o ensino do estado de adiantamento do educando para diante. Tópico II – Modalidades de Uso de um Computador no Ensino O computador pode ser utilizado, para fins de ensino, de várias formas; podemos citar algumas como: calculadora, (exemplo na unidade II), simulador, dialogador e monitor de ensino, gerenciador de outros instrumentos, e como banco de dados. a) Uso do computador como calculadora, realizando desde os cálculos mais simples, até os mais complexos, na modalidade ―científica‖, tais como estatísticos, trigonométricos, logarítmicos, etc. Uma extensão bastante útil, é o uso de planilhas de cálculo, como a do Microsoft Office EXCEL®, que permite a realização de uma enorme variação de aplicações para as mais variadas finalidades, como: de controle financeiro, de estoques, etc. Ainda, o computador permite a visualização e impressão ou plotagem de gráficos diversos. b) O computador se presta à simulação de praticamente qualquer fenômeno que possa ser expresso por funções matemáticas. Os modelos assim montados levam a enorme vantagem de custarem bem menos que os modelos físicos, além de não se estragarem por experiências mal sucedidas. Assim, o uso do computador em pesquisa deve ser incentivado desde o início da vida acadêmica do estudante e, certamente, se perpetuará por sua carreira profissional. c) A função de diálogo programada é largamente usada no ensino a distância. O diálogo destina-se a fornecer instruções, emitindo ordens, transmitindo conhecimentos, fazendo perguntas, aplicando testes e respondendo a perguntas. O aluno estuda um tema e dialoga com a máquina a respeito do mesmo. Nesta função, o computador substitui em grande parte a aula presencial, funcionando como uma espécie de monitor de ensino. Um bom sistema de ensino permitirá inclusive que, com base na instrução programada, e tendo em vista os resultados 46 alcançados pelo aluno, haja alternativas mais adequadas para o prosseguimento do ensino. d) Na função de gerenciamento de sistemas multimídia, o computador estará em rede com outros computadores, e com as diversas facilidades propiciadas por impressoras multifunção, scanner, projetores de imagens (data shows), aparelhos de TV, leitores e gravadores de DVD/CD, pen drivers, etc. e) Como banco de dados, podemos usar o computador em duas modalidades. A primeira, quando se arquivam os dados na própria máquina, seja usando um programa como o Microsoft Office Access®, em que os dados são postos pelo próprio usuário, seja usando programas do tipo enciclopédia ―eletrônica‖. A segunda, quando se conecta a internet, dando acesso à hoje praticamente infinita base de dados do conhecimento mundial. Desde que usadas com os devidos cuidados, ambas as modalidades economizam tempo de pesquisa, que poderá ser revertido para uma mais profunda reflexão sobre os conteúdos consultados. Tópico III – Método de Ensino com Auxílio de Computadores Na maioria das vezes os alunos chegam para estudar no computador ou fazer um curso e se fixam somente na informática, ou seja, usam o computador como ferramenta. Os alunos não se dão
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