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Direito Contratual Contratos – acordo de vontades com finalidade de criar, modificar, transferir ou extinguir direitos. · CONDIÇÕES DE VALIDADE Ordem Geral – comum a todos os atos e negócios jurídicos (capacidade do agente, objeto lícito, possível, determinado ou determinável) Ordem Especial – consentimento recíproco ou acordo de vontades (livre e espontâneo) NÃO ADMITE EXISTÊNCI DE AUTOCONTRATO OU CONTRATO CONSIGO MESMO · PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO D.C Autonomia da Vontade – ampla liberdade de contratar, sem a interferência do Estado. Qualquer das partes tem o direito de exigir seu cumprimento Supremacia da Ordem Pública – da prevalência ao interesse público. Consensualismo – contrato resulta do consenso e acordo de vontades, INDEPENDENTE da entrega da coisa. (compra e venda quando pura torna obrigatória) (alguns podem ser) Reais – se aperfeiçoam com a entrega do objeto, após o acordo de vontades (contrato de depósito, comodato e mútuo) Relatividade dos Contratos – efeitos só acontecem entre as partes, não afetando a terceiros. (se for PERSONALÍSSIMA não vincula os sucessores). Obrigatoriedade – ninguém é obrigado a contratar, mas os que fizerem serão obrigados a cumpri-lo FUNDAMENTOS: 1. Necessidade de segurança nos negócios 2. Intangibilidade ou imutabilidade – convicção do acorde de vontades faz lei entre as partes não podendo ser alterado nem mesmo pelo juiz Revisão dos Contratos – permite recorrer ao judiciário para obter alteração da convenção em determinadas situações (inflação será considerado como previsível) Boa-Fé – comportar de forma correta, durante todo o processo do contrato 1. Boa fé SUBJETIVA = conhecimento ou ignorância da pessoa a certos fatos 2. Boa fé OBJETIVA = norma de comportamento, todos devem agir de boa-fé nas relações recíprocas (honestidade, não sonegar informações a respeito do objeto e conteúdo) · INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS Benéficos ou Gratuitos – somente um se obriga e outro aufere benefício Vontade das Partes – se caracteriza por meio de sinais, símbolos e palavras Contrato de Adesão – adota interpretação mais favorável ao aderente · PACTOS SUCESSÓRIOS Não pode ser objeto de contrato herança de pessoa viva, tornando nulo por impossibilidade jurídica do objeto · FORMAÇÃO DO CONTRATO - PROPOSTA 1. OFERTA Proposta – dá início a formação do contrato e não depende de forma especial (em regra) Puntuação – negociações preliminares, estudos e conversações (não há vinculação ao negócio jurídico) as partes ainda podem alegar desinteresse sem responder por perdas e danos Proposta séria e consciente – vincula o proponente, pode ser provada por testemunhas, sua retirada sujeita o proponente a pagar perdas e danos PROPOSTA DEIXA DE SER OBRIGATÓRIA: 1. Feita sem prazo a pessoa presente, não imediatamente aceita: pessoa irá estudar a proposta, presente aquele que conversa mesmo por meio de comunicação a distância 2. Feita sem prazo a pessoa ausente, decorrido tempo suficiente para chegar resposta ao conhecimento do proponente: oferta enviada por corretor ou correspondência 3. Feita a pessoa ausente, resposta não expedida dentro do prazo dado: esgotado o prazo convencionado estará liberado 4. Se antes da proposta chega a retratação do proponente: pode retirar a proposta formulada - ACEITAÇÃO Concordância com os termos da proposta, imprescindível. Se apresentada fora do prazo importará nova proposta (contraproposta). Expressa – declaração do aceitante Tácita – sua conduta Aceitação TÁCITA contrato concluído: 1. Negócio que não seja costume aceitação expressa 2. Quando o proponente tiver dispensado · CONTRATOS ENTRE AUSENTES Teoria da Informação ou Cognição – chegada da resposta ao conhecimento do policitante Teoria da Declaração: 1. EXPEDIÇÃO: não basta a redação da proposta, precisa ter saído do alcance do oblato 2. RECEPÇÃO: resposta precisa ser entregue ao destinatário, precisa ter chegado ao seu conhecimento · LUGAR DA CELEBRAÇÃO Será celebrado no lugar que for proposto (pessoas ausentes – prevalece lugar da expedição da proposta) · CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS Unilaterais – criam obrigações unicamente para uma parte (doação pura) Bilaterais – geram obrigações para ambos os contratantes (compra e venda, locação) Prestações são recíprocas estando uma atrelada a outra Plurilaterais – mais de 2 partes assumem obrigação entre si (obrigações diferentes) Distrato – acorde de vontades que tem a finalidade de extinguir o contrato celebrado, deve obedecer a mesma forma do contrato (exceto quando for livre), seus efeitos são ex nunc para o futuro. Gratuitos – apenas uma das partes auferem vantagem, para a outra apenas sacrifício Onerosos – ambos contraentes obtêm proveito 1. Onerosos comutativos – partes podem antever vantagens e sacrifícios, não envolvem nenhum risco 2. Onerosos aleatórios – incerteza para duas partes, as perdas do lucro dependem de um fato futuro e imprevisível Acidentalmente aleatórios – venda de coisas futuras, venda de coisas existentes mas exposta a riscos (existência da coisa e a quantidade) Paritários – contratos do tipo tradicional, partes discutem livremente as condições, se encontram em pé de igualdade Adesão – um dos contratantes que elabora todas as cláusulas, o outro apenas adere não podendo modifica-las (contratos de seguro, consórcio e transporte) Contrato-tipo – também apresentado por um dos contraentes, em forma impressa ou datilografada, parecido com o de adesão, mas diferencia por admitir discussão sobre seu conteúdo, as cláusulas são apenas pré-redigidas Execução instantânea – consumam em um só ato Execução diferida – cumpridos em um só ato mas em momento futuro (entrega em determinada data) Trato sucessivo – se cumprem por meio de atos reiterados Personalíssimos – celebrados as qualidades pessoais de um dos contraentes, o obrigado não pode ser substituído (intransmissíveis aos sucessores) Impessoais – prestação pode ser cumprida pelo obrigado ou por terceiro (importante que seja executada) Individuais – vontades são consideradas individualmente Coletivos – acordo de vontades entre 2 pessoas jurídicas de direito privado (convenções coletivas) Principais – tem existência própria não dependem de outro (compra e venda, locação) Acessórios – tem existência subordinada ao contrato principal (cláusula penal, fiança) Derivados – tem direitos estabelecidos em outro contrato (subloção, subempreitada), participa da própria natureza do direito versado no contrato-base. Solene – obedecem a forma prescrita em lei para se aperfeiçoar Não solene – forma livre, basta o consentimento para sua formação, podem ser celebrados verbalmente (locação e comodato) Consensuais – aperfeiçoam com o consentimento, acordo de vontades independente da entrega da coisa (compra de bens móveis quando pura) Reais – exigem a entrega da coisa para se aperfeiçoar (depósito, comodato e mútuo) Preliminares – celebração de um contrato definitivo, tem um único objeto. Definitivo – objetos diversos Nominados – designação própria Inominados – não tem designação própria Típicos – regulados pela lei (estudado em conjunto com os nominados), não requer muitas cláusulas Atípicos – resultam de acordo de vontades, não tendo requisitos definidos em lei, precisam de minuciosa especificação dos direitos e obrigações de cada parte, por não terem uma disciplina legal Misto – combinação dos contratos típicos com clausulas criadas pela vontade dos contraentes Coligado – vários contratos interligados Com pessoa a declarar – no momento da conclusão do contrato, uma das partes pode indicar que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações decorrentes Estipulação em favor de terceiro – pessoa combina com outra que esta concederá uma vantagem ou benefício em favor daquele que não é parte no contrato. (capacidade só é exigida do estipulante e promitente), prestação é realizada em favor de outrem, só se completando quando este aceita o benefício. (consensual e de forma livre) Promessade fato de terceiro – obrigação de fazer que não sendo executada resolve-se em perdas e danos. Se alguém promete levar cantos famoso a uma determinada casa de espetáculo sem ter obtido a concordância do mesmo, responde por perdas e danos perante os promotores do evento. (o cantor não se comprometeu de nenhuma forma) · VÍCIOS REDIBITÓRIOS Defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, que torna impróprio o uso a que se destina ou diminui o valor. (aplica-se aos contratos bilaterais e comutativos) FUNDAMENTO JURÍDICO – encontra-se no princípio da garantia. Se contem defeitos ocultos não dando para descobrir em um simples e rápido exame, pode ser pedido abatimento no preço. (a ignorância dos vícios por alienante não exime ele da culpa) · AÇÕES EDILÍCIAS Pode rejeitar a coisa rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço pago mediante ação redibitória, ou conserva-la, abatendo o preço pela ação quanti minoris ou estimatória. O adquirente não pode exercer opção, devendo propor a ação redibitória na hipótese de perecimento da coisa em razão de defeito oculto. - prazo decadencial: 30 dias bens móveis (começa na data que se manifestou o vício) e 1 ano para bens imóveis. (Podem ampliar o prazo) , · REQUISITOS PARA A VERIFICAÇÃO DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS - Coisa tenha sido recebida em virtude de contrato COMUTATIVO, DOAÇÃO ONEROSA ou REMUNERATÓRIA - Defeitos sejam ocultos - Tempo da alienação e que perdurem até o momento da reclamação - Desconhecidos do adquirente - Graves a ponto de prejudicar o uso da coisa ou diminuir seu valor · EVICÇÃO Perda da coisa em virtude de sentença judicial Fundamenta-se no princípio da garantia em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios Dever do alienante é garantir o uso e gozo da coisa, protegendo contra defeitos ocultos (entendem-se também aos defeitos do direito transmitido) 3 personagens: 1. Alienante – responde pelos riscos da evicção 2. Evicto – vencido na demanda movida por 3° 3. Evictor – reivindicante e vencedor da ação Mesmo que o contrato seja OMISSO ela existirá ex vi legis em todo contrato ONEROSO (não existe nos contratos gratuitos, exceto em caso de doação modal – onerosa ou com encargo) · EXTENSÃO DA GARANTIA Estabelecida pelo legislador, ocorrendo perda da coisa o adquirente tem direito de voltar-se contra o alienante para ser ressarcido de prejuízo VERBAS DEVIDAS 1. Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir 2. Despesas dos contratos e prejuízos que resultaram a evicção 3. Custas judiciais, honorários do advogado (ressarcimento amplo e completo) Ainda que a coisa esteja DETERIORADA, o alienante precisa ressarcir os prejuízos, EXCETO por dolo do adquirente. PODEM AS PARTES 1. Reforçar, impondo devolução do preço em dobro 2. Diminuir a garantia, devolução de apenas uma parte 3. Excluí-la Mesmo excluída, se houver evicção o evicto tem o direito de recobrar o preço que pagou, se não soube do risco ou não o assumiu Evicção parcial – perda de parte considerável da coisa, o evicto pode optar pela RESCISÃO DO CONTRATO e RESTITUIÇÃO DE PARTE DO PREÇO correspondente ao desfalque sofrido. · REQUISITOS DA EVICÇÃO - Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada - Onerosidade a aquisição - Ignorância, pelo adquirente da litigiosidade da coisa (se conhecia presume-se ter assumido o risco) - Anterioridade do direito do evictor: só responde pela perda decorrente da causa já existente ao tempo da alienação (se posterior não cabe responsabilidade) - Denunciação da lide ao alienante: somente após a ação contra o adquirente é que poderá agir contra ele · MODO NORMAL DE EXTINÇÃO Se dá pela execução, cumprimento da prestação que libera o devedor e satisfaz o credor · EXTINÇÃO SEM CUMPRIMENTO Extingue antes de alcançar seu fim, sem que as obrigações tenham sido cumpridas · CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS - Defeitos decorrentes da falta de preenchimento de seus requisitos subjetivos, objetivos e formais que afetam sua validade - Cláusula resolutiva: expressa quando combinada para hipótese de inadimplemento, ou tácita. Em todo contrato BILATERAL ou SINALAGMÁTICO presume a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado a pleitear a resolução do contrato com perdas e danos - Direito de Arrependimento: expressamente prevista no contrato, autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste mediante declaração unilateral da vontade · CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO Resolução – consequência do inadimplemento voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva Solução por inexecução voluntária (fatos inevitáveis), comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo a outro. Efeitos ex tunc obriga restituições recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento das perdas e danos e cláusula penal convencionada (total inadimplemento) A onerosidade excessiva pode acarretar na resolução do contrato por se considerar subentendida Resilição – vontade de um ou de ambos contratantes Pode ser bilateral (distrato) ou unilateral (somente em determinados contratos) impossibilidade de um contraente rompe vínculo contratual por sua exclusiva vontade. Morte de um dos contratantes – intuitu personae Só acarreta nos contratos personalíssimos, que não podem ser executados sem a pessoa. Ex nunc Rescisão – modo específico de certos contratos Deve ser empregado para dissolução de determinados contratos, como ao qual ocorreu lesão (defeito do negócio jurídico) ou celebrados em estado de perigo (anulação pelo vício da coação, avença celebrada em condições desfavoráveis). Os efeitos retroagem a data da celebração do contrato, parte que recebeu fica obrigada a restituir. DOS CONTRATOS EM ESPÉCIE · DA COMPRA E VENDA Obrigado a transferir domínio de certa coisa e o outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro. Os contratantes se obrigam reciprocamente, mas as transferências de domínio dependem da tradição (para os móveis) e o registro (para os imóveis). · Natureza Jurídica 1. BILATERAL ou SINALAGMÁTICO – gera obrigações recíprocas (o comprador paga o preço em dinheiro e o vendedor transfere o domínio da coisa) 2. CONSENSUAL – se aperfeiçoa com a vontade das partes independente da entrega da coisa 3. ONEROSO – ambos os contratantes obtêm proveito que corresponde a um sacrifício 4. COMUTATIVO (em regra) – prestações certas, podendo antever as vantagens e sacrifícios – ALEATÓRIO (exceção) – quando tem por objeto coisas futuras ou existentes mas sujeitas a risco 5. NÃO SOLENE (em regra) – de forma livre, SOLENE (exceção) – alienação de imóveis, é exigido uma escritura pública · Elementos da Compra e Venda Coisa Deve atender a determinados requisitos: 1. Existência – existência potencial da coisa, são suscetíveis de venda a coisa atual e a futura, corpóreas (crédito e direito a sucessão aberta) e incorpóreas 2. Individuação – há de ser determinado o objeto, também sendo admitido a venda de coisa incerta devendo ser indicado gênero e quantidade que será determinada pela escolha 3. Disponibilidade – coisa deve encontrar-se disponível, não estar fora de comércio (coisas insuscetíveis de apropriação e legalmente alienáveis). Direitos de personalidade são inalienáveis Preço Precisa ser determinado ou determinável, o CC permite que deixe a fixação do preço à taxa do mercado ou bolsa, outros modos também podem ser escolhidos pelos contraentes. Não pode ocorrer indeterminação absoluta, deixando sem taxação de preço. A fixação do preço pode ser deixada em arbítrio de terceiro que logo designarem, o terceiro age como mandatário. Preço também pode ser fixado por índices ou parâmetros Deve ser pago em dinheiro, também sendo válido o título de crédito. Consentimento Deve ser livre e espontâneo, sob pena de anulabilidade · Efeitos da Compra e Venda a) Gerar obrigações recíprocas b) Responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios c) Responsabilidade pela evicção Efeitos Secundários ou Subsidiários a) Responsabilidade pelos riscos – até o momentoda tradição ou registro a coisa pertence ao vendedor. Os riscos de perecimento ou dano são por sua conta, já a perda do preço fica por conta do comprador. Se já houve transferência do domínio quem sofre as consequências é o comprador e a perda do dinheiro depois de pago, do vendedor. b) Repartição das despesas – despesa de escritura e registro por conta do comprador, a tradição a cargo do vendedor c) Direito de reter a coisa ou preço – obrigações recíprocas e simultâneas, mas cabe ao comprador o primeiro passo de pagar o preço, antes disso o vendedor não é obrigado a entregar a coisa. · Limitações a Compra e Venda falta de legitimação – em razão de determinadas circunstâncias ou situação que se encontram (não se confunde com a incapacidade) · Venda de Ascendente a Descendente É anulável se os outros descendentes não houverem consentido. A exigência subexiste mesmo na venda de avô a neto, e não só os que são herdeiros pois a lei se refere a todos os descendentes · Aquisição de bens por pessoa encarregada de zelar pelos interesses do vendedor O CC nega legitimação a certas pessoas, a intenção é manter a isenção de ânimo dos que tem por dever de ofício ou profissão. · Venda da Parte Indivisa em Condomínio O condômino NÃO pode alienar sua parte indivisa a estranho, o condômino preterido pode exercer o direito de preferência, se mais de um se interessar terá preferência aquele que que tiver benfeitorias de maior valor ou a de quinhão maior. Aplica-se a regra apenas ao condomínio tradicional, se a coisa é DIVISÍVEL pode vender sua parte a estranho, sem dar preferência aos consortes. · Venda entre Cônjuges Um cônjuge em qualquer regime de bens (exceto a separação absoluta) só esta legitimado a alienar depois de obter a autorização do outro ou suprimento judicial de seu consentimento · Venda Mediante Amostra A mercadoria precisa ser em tudo igual a amostra, se não for feita caracteriza inadimplemento contratual. · Venda ‘ad corpus’ a Venda ‘ad mensuram’ Se na venda de um imóvel ficar estipulado preço por MEDIDA DE EXTENSÃO, ou respectiva área, e esta não corresponder, o comprador terá direito de exigir o complemento da área ou reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional do preço – AD MENSURAM Se o imóvel foi vendido como coisa certa e discriminada – AD CORPUS · Retrovenda Pacto adjeto pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que esta sendo alienado, restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador NATUREZA JURÍDICA – pacto acessório adjeto ao contrato de compra e venda, desfaz a venda retornando ao estado anterior. Só pode ter por objeto bens imóveis, pois os móveis se transferem apenas por tradição. O prazo máximo para o exercício do direito de retrato é de 3 anos (DIREITO PESSOAL e não real) · Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova Pacto adjeto a contratos de compra e venda relativos a gêneros alimentícios e a bebidas finas. O aperfeiçoamento do negócio depende do gosto do comprador, vencido o prazo a manifestação do comprador, reputa-se perfeita a venda (direito NÃO se transfere a outras pessoas) · DO CONTRATO ESTIMATÓRIO Elementos peculiares 1. Animus Donandi – intenção de praticar uma liberalidade 2. Transferência de bens – diminuição do patrimônio do doador Em regra, o contrato é gratuito (constitui liberalidade) pode ser oneroso se houver imposição, unilateral (obrigação para somente uma das partes), consensual (aperfeiçoa a partir da vontade) e solene (lei impõe forma escrita). Doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem esta sujeito aos riscos da evicção e vício redibitório. Nas doações para casamento com pessoa certa e determinada, o doador fica sujeito à evicção. A aceitação é INDISPENSÁVEL para o aperfeiçoamento da doação, podendo ser expressa (no próprio instrumento), tácita (revelada pelo comportamento) ou presumida (quando o doador fixa prazo para declarar se aceita ou não, quando a doação é feita em contemplação de casamento futuro com pessoa certa e determinada e o casamento se realiza). · Espécies de Doação Pura e Simples – doador não impõe restrição nem encargo ao beneficiário Onerosa – doador impõe incumbência ou dever ao donatário (somente doador pode pleitear revogação da doação) Remuneratória – Feita em retribuição a serviços prestados, pagamento não pode ser exigido pelo donatário Mista – caracterização da liberalidade em modalidade diversa de contrato, embora haja intenção de doar existe um preço fixado (entendimento formal de venda) Em contemplação do merecimento do donatário – quando doador menciona o motivo da liberalidade (donatário não precisa fazer por merecer a divida) Em forma de subvenção periódica – pensão como favor pessoal, pagamento termina com a morte do doador, não se transfere obrigação a herdeiros (salvo se ele estipular) Entre cônjuges – adiantamento do que lhes cabe por herança Em comum a mais de uma pessoa – distribuída entre os beneficiados De ascendentes a descendentes – adiantamento do que lhes cabe por herança, são obrigados a conferir o inventário do doador Inoficiosa – excede o limite que podia dispor em testamento, só pode dispor a metade de seus bens pois a outra pertence a outros herdeiros Com clausula de retorno ou reversão – doador pode estipular retorno ao se u patrimônio se o donatário morrer Manual – doação verbal de bens móveis de pequeno valor (leva-se em conta o patrimônio do doador, não podendo ultrapassar 10% dos bens do doador) Feita a entidade futura – caduca em 2 anos se não ficar instituída regularmente · Restrições Legais Doação pelo devedor insolvente – pode configurar fraude contra credores Doação da parte inoficiosa – nula a doação que exceder o que doador podia dispor em testamento Doação de todos os bens do doador – nula a doação de todos os bens ou renda suficiente para subsistência do doador a nulidade recai sobra a totalidade de bens Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – deve ser anulado pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros até 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. · Revogação da doação 1. POR DESCUMPRIMENTO DO ENCARGO – precisa o donatário incorrer em mora, se doador fixa prazo, a mora se dá automaticamente, não havendo termo começa após a interpelação judicial 2. POR INGRATIDÃO DO DONATÁRIO – somente se for pura e simples, precisa de apreciação judicial · DA LOCAÇÃO DE COISAS Uma das partes se obriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não o uso e gozo de coisa não fungível mediante retribuição Bilateral (prestações recíprocas) Oneroso (ambas as partes obtêm proveito) Consensual (acordo de vontades) Comutativo (não envolve risco) Não solene (forma livre) Trato sucessivo (prolonga-se com o tempo) 3 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS 1. OBJETO – pode ser coisa móvel (deve ser infungível) ou imóvel 2. PREÇO – aluguel ou remuneração, essencial para a configuração, deve ser sério, determinado ou determinável, deve ser em dinheiro ou misto (parte em dinheiro e parte em obras) 3. CONSENTIMENTO – pode ser expresso ou tácito · Obrigações do locador 1. Entregar a coisa alugada – deve ser feita com os acessórios, certidões ativas. Se entrega for feita sem reclamação presume recebida em ordem pelo locatário 2. Manter a coisa no mesmo estado – locador deve realizar reparos necessários para que a coisa seja mantida em condições de uso (cabe ao locador fazer pequenos reparos) 3. Garantir o uso pacifico da coisa – não perturbar o uso e gozo da coisa, garantir contra perturbações de terceiros · Obrigações do locatário 1. Servir da coisa alugada para os usos convencionados trata-la como se fosse sua 2. Pagar aluguel nos prazos ajustados 3. Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros 4. Restituir a coisa no estado em que recebeu (se danificar a coisa o locador pode rescindir o contrato e exigir perdas e danos) · Locação de prédios Pode ser estipulado por qualquer prazo embora não deva ser perpétuo, se superior a 10 anos depende de vênia conjugal; ausente esta o cônjuge não está obrigado a observar o prazoexcedente Durante o prazo estipulado o locador não pode reaver o imóvel alugado, mas o locatário pode devolver pagando multa pactuada, ou o que foi estipulado judicialmente Locação urbana – sublocação, empréstimo e cessão dependem de consentimento prévio e escrito do locador, sublocatário responde subsidiariamente pela importância que dever ao sublocador e pelos alugueis que vencerem. · Locação de prédio urbano Retomada prazo superior a 30 meses, a resolução opera-se com o fim do prazo independente de notificação ou aviso. Se locatário continuar na posse do imóvel por mais de 30 dias presume que a locação foi prorrogada por prazo indeterminado (locador só pode denunciar o contrato se conceder prazo de 30 dias para desocupação) Prazo inferior a 30 meses prorroga automaticamente A morte do locador transfere contrato aos herdeiros, e na morte do locatário pode continuar com a locação: 1. Locação com finalidade residencial (espólio ou sucessor do negócio) 2. Locações com finalidade não residencial Fiador pode exonerar-se das suas responsabilidades no prazo de 30 dias a partir do recebimento da comunicação Se o prédio for alienado o adquirente pode denunciar locação (somente se for por tempo determinado e contrato contiver cláusula de vigência no caso de alienação) Inquilino tem direito de preferência para aquisição do imóvel no caso de alienação, se não tiver preferência pode reclamar perdas e danos. MODALIDADES DE GARANTIA QUE O LOCADOR PODE EXIGIR DO LOCATÁRIO 1. Caução – bens móveis ou imóveis em títulos e ações de dinheiro não podendo exceder 3 meses de aluguel 2. Fiança 3. Seguro de fiança locatícia – não pode haver mais de uma dessas modalidades em apenas 1 contrato DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO Pedido de rescisão pode ser cumulado com a cobrança de aluguel. O locatário pode evitar a rescisão do contrato efetuando em 15 dias o pagamento do débito atualizado · DO EMPRÉSTIMO · Comodato Empréstimo para uso gratuito de coisas não fungíveis, acontece com a tradição do objeto CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS GRATUIDADE – de sua própria natureza INFUNGIBILIDADE DO OBJETO – restituição da coisa recebida em empréstimo, pode ser móvel ou imóvel, o comodato de bens fungíveis só se aplica em caso de ornamentação TRADIÇÃO – contrato real, unilateral (aperfeiçoa-se com a tradição), temporário e não solene. · Obrigações do comodatário 1. Conservar a coisa – conservar como se fosse sua, evitando o desgaste, não podendo alugar ou emprestar. As despesas adicionais devem ser comunicadas ao comodante 2. Usar a coisa de forma adequada – pode responder por perdas e danos se assim não fizer 3. Restituir a coisa – no prazo convencionado ou encerrado o prazo necessário de uso. Quem se nega a restituir a coisa pratica esbulho e esta sujeito a ação de reintegração de posse (riscos da mora, e pagamento de aluguel arbitrado pelo tempo de atraso) · Extinção do comodato a) Advento do termo convencionado b) Resolução por iniciativa do comodante e em caso de descumprimento pelo comodatário c) Sentença, provada a necessidade e urgência d) Morte do comodatário, se intuitu personae (vantagens não transmite a herdeiros) · CONTRATO MÚTUO Empréstimo de coisas fungíveis no qual o mutuário se obriga a restituir o que recebeu em coisa de mesmo gênero, qualidade e quantidade (mutuário não é obrigado a devolver o mesmo bem) 1. Empréstimo de consumo 2. Objetos coisas fungíveis 3. Mutuário desobriga-se restituindo coisa da mesma espécie 4. Permite alienação da coisa emprestada É contrato real, aperfeiçoa-se com a entrega da coisa emprestada não bastando o acorde de vontades, gratuito, unilateral e não solene PRAZO SE NÃO CONVENCIONADO 1. Até próxima colheita (produtos agrícolas) 2. 30 dias (dinheiro) 3. Espaço de tempo que declarar o mutuante (qualquer coisa fungível) · PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Bilateral Oneroso Consensual Prazo de prestação é limitado a 4 anos, quando celebrado sem prazo pode ser objeto de resilição unilateral (desfazimento do contrato por um dos contratantes) Aviso de 8 dias – 1 mês ou + 4 dias – semana ou quinzena Véspera – menos de 1 semana · Resolução Se prestador de serviço não foi contratado para determinado trabalho, entende que se obrigou a qualquer serviço compatível com suas condições. Quando contrato celebrado em tempo certo e obra determinada, não pode se ausentar, despedir sem justa causa antes de completar a obra, se fizer responde por perdas e danos · EMPREITADA Contrato que uma das partes se obriga a realizar uma obra pessoalmente ou por terceiros mediante remuneração a ser paga por outra (dono da obra) O objeto da prestação é a obra em si sem alterar a remuneração Bilateral (obrigações para ambas as partes) Consensual (acordo de vontades) Comutativo (cada um pode antever as vantagens) Oneroso (ambas a parte obtém proveito) · Espécies Empreitada de mao de obra ou lavor – contribui com o trabalho Empreitada mista – trabalho e materiais Na empreitada de lavor se a coisa perece quem sofre os prejuízos é o dono da obra, na empreitada de materiais os riscos correm por conta do empreiteiro (até momento da entrega) REAJUSTE DE PREÇO – só se convencionado ou escrito, se empreiteiro cumpriu com todas suas obrigações pode invocar direito de retenção para assegurar o recebimento do preço · Verificação e recebimento da obra Pode ser combinado a entrega por PARTES ou DEPOIS DE CONCLUÍDA Se o empreiteiro não cumpriu com as regras e instruções recebidas o dono da obra pode enjeitá-la (o empreiteiro responde pela perfeição da obra) O contrato extingue-se pelo cumprimento e pode resolver-se se um dos contratantes não cumpre a obrigação assumida. O dono da obra pode rescindir o contrato por justa causa (sem indenização) se concorrer força maior que impossibilite o cumprimento da obrigação (empreiteiro não observar o contrato ou se mostrar imperito) · DO DEPÓSITO Depositário recebe um objeto móvel, para guardar ate que o depositante reclame, sua principal finalidade é guardar coisa alheia Aperfeiçoa-se com a entrega ao depositário, é contrato REAL (exige tradição, não basta acordo de vontades), deve assumir natureza móvel, entregue para guarda e não para uso. Há obrigação de restituir. É peculiar o depósito a GRATUIDADE (exceto convenção em contrário) · Espécies Deve ser voluntário (resulta do acordo de vontades) ou necessário (independe da vontade das partes) (legal – desemprenho de obrigação e miserável – ocasião de calamidade pública, regular – recai sobre coisa infungível e irregular, simples e empresarial – o que for feito por causa econômica em poder de empresário) · Obrigações do depositário GUARDAR E CONSERVAR – com cuidado e diligência que costuma ter com o que lhe pertence (guarda de coisa alheia) RESTITUIR A COISA – com seus frutos acrescidos. Ainda que contrato fixe o prazo para restituição o depositário entrega logo que se exija, NÃO ESTA OBRIGADO A FAZE-LO 1. Se tiverdireito de retenção pelo valor da retribuição 2. Objeto judicialmente embargado 3. Se sobre ele pender execução, notificada ao depositário 4. Motivo razoável de suspeitar que coisa foi obtida dolosamente · MANDATO Alguém que recebe de outro poder para praticar atos ou administrar interesses. A sua principal característica é a REPRESENTAÇÃO, os atos do mandatário vinculam o mandante dentro dos poderes outorgados. Representantes podem ser LEGAIS (quando a lei confere poder como tutor, curador) JUDICIAIS ( nomeados pelo juiz como inventariante...) CONVENCIONADOS (recebem procuração para agir em nome de mandante). Alguns atos que são personalíssimos não podem ser praticados pelo representante. CONSENSUAL – aperfeiçoa com consenso das partes PERSONALISSIMO – baseado na confiança NÃO SOLENE – admitido mandado tácito ou verbal GRATUITO (não houver sido estipulado retribuição) E UNILATERAL (obrigações somente para o mandatário). (em regra) A aceitação pode ser expressa ou tácita. · Requisitos da procuração Procuração é instrumento do mandato. O substabelecimento pode ser feito por instrumento particular ainda que a procuração tenha sido outorgada por meio público. · Espécies Pode ser expresso ou tácito (só quando a lei não admite o expresso), verbal (quando não admite o escrito) ou escrito, gratuito ou remunerado, ad negotia (pratica e adm de negócios em geral) ou ad judicia (outorgada para o foro), mercantil (restrito aos negócios mercantis) e geral
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