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Direitos Humanos

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PDF OAB
Direitos Humanos
Capítulos 1 ao 9
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
PDF OAB
Direitos Humanos
Capítulo 1
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
 
 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você não 
só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que você 
terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de 
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, 
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, 
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo 
sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo 
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do PDF 
Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os assuntos 
que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a oportunidade 
de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de jurisprudência 
selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
mailto:pdfadverum@cers.com.br
 
2 
 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direitos Humanos da seguinte forma: 
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA 
 Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos 
objetivamente mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda 
diferença. Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com 
base nas últimas provas, trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina! 
 
Convenção Americana 
Sobre Direitos 
Humanos 
25%
Lei da Migração
13%
Sistemas 
Internacionais de 
Proteção dos Direitos 
Humanos
13%
Pacto Internacional 
dos Direitos Civis e 
Políticos (PIDCP)
25%
Estatuto da Igualdade 
Racial
13%
Seguridade Social
13%
Convenção Americana Sobre Direitos Humanos
Lei da Migração
Sistemas Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP)
Estatuto da Igualdade Racial
Seguridade Social
 
3 
 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Introdução e conceitos iniciais. 
Capítulo 2 – Teoria Geral dos Direitos Humanos. 
Capítulo 3 – Dimensões/gerações de Direitos Humanos. 
Capítulo 4 – A formação e a incorporação dos tratados de Direitos Humanos. 
Capítulo 5 – ONU – A proteção internacional dos Direitos Humanos. 
Capítulo 6 – O sistema global de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 7 – O sistema especial de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 8 – O sistema europeu e africano de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 9 – O sistema interamericano de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 10 – A proteção dos Direitos Humanos no Brasil. 
 
 
4 
 
 
SUMÁRIO 
DIREITOS HUMANOS, CAPÍTULO 1 .................................................................................................... 6 
1. Introdução e conceitos iniciais..................................................................................................... 6 
1.1 Direitos humanos, direitos do homem e direitos fundamentais ................................................ 7 
1.2 Características dos Direitos Humanos .................................................................................................... 8 
1.3 As três vertentes dos Direitos Humanos............................................................................................... 9 
1.4 Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos humanos ................................................................. 11 
1.5 Dignidade humana ...................................................................................................................................... 12 
1.6 A dupla função da dignidade da pessoa humana ........................................................................ 14 
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................. 16 
GABARITO .............................................................................................................................................. 27 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................................................... 31 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 33 
 
 
 
5 
 
 
 
Olá, futuro advogado! Tudo bem? 
Antes de começar o estudo, precisamos fazer algumas considerações a respeito da apostila de 
nº 01 do nosso curso, tá? 
Em primeiro turno, a introdução aos Direitos Humanos não costuma ser cobrada no exame de 
ordem! 
-Mas professora, por que incluí-lo nas apostilas, então? 
Bom, como é de conhecimento geral, a banca examinadora tende a ser um pouco imprevisível, 
e o nosso objetivo é deixar você preparado para exatamente qualquer coisa que aparecer na 
prova! 
Então, achamos pertinente abranger o máximo de conteúdo possível! 😊 
Inclusive, ao final desta apostila, você encontrará questões de outras carreiras, para um maior 
aproveitamento e assimilação de conteúdo, portanto, não deixe de respondê-las, tá? 
Vamos juntos! 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
Capítulo 1 
1. Introdução e conceitos iniciais 
 
Direitos Humanos é o ramo do Direito Internacional Público que tem como base a 
dignidade da pessoa humana, ou seja, o conjunto de direitos inerentes a todo ser humano, que 
o protege de tratamentos degradantes e lhe assegura condições mínimas de sobrevivência, 
independente de raça, cor, credo, opinião política, etc. 
O princípio basilar dos Direitos Humanos é o in dubio pro homine, que se aplica quando 
há dúvida sobre qual direito prevalecerá em determinada situação. Assim, sempre que houver 
conflito entre direitos, prevalecerá o que traz maiores benefícios ao ser humano. 
 Onde não há democracia não há Direitos Humanos e, sendo alcançado algum direito, é 
vedada a sua revogação. A vedação ao retrocesso garante que um direito adquirido apenas 
será ampliado, como forma de melhorar o que está garantido. É o chamado efeito cliquet. 
Importante ressaltar, ainda, que a dignidade da pessoa humana, qualidade intrínseca a cada 
ser humano independentemente de sua nacionalidade, cor, raça ou opinião política, é o eixo 
norteador de todos os demais direitos, servindo tanto como unificadora como vetor 
interpretativo da ordem positivada. 
Neste primeiro capítulo abordaremos os principais institutos e conceitos para que, adiante, 
você possa compreender a matéria como um todo, de forma leve e eficaz. 
Vamos juntos e bons estudos! 
 
 
7 
 
1.1 Direitos humanos, direitos do homem e direitos fundamentais 
Antes de iniciarmos os estudos de forma mais aprofundada, mister se faz distinguirmos as 
três terminologias: direitos do homem, direitos humanos e direitos fundamentais. 
Os direitos do homem são, basicamente, os direitos naturais, biológicos, jusnaturais que 
possuem todos os seres humanos. Eles independem de positivação, pois são natos. Aqui temos 
valores inerentes à dignidade humana1. 
A expressão “direitos humanos”, por sua vez, traz-nos a ideia de proteção. São direitos que 
foram conquistados e são universalmente aceitos na ordem internacional2.Na doutrina, temos que a definição de Antônio Peres Luño3 se amolda perfeitamente ao 
nosso estudo. O estudioso afirma que os direitos humanos são 
Conjunto de faculdades e instituições que, em casa momento histórico, concretizam as 
exigências da dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser reconhecidas 
positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional. 
Por fim, temos os direitos fundamentais. É importante nos atermos ao fato de que essas 
duas nomenclaturas não se confundem: enquanto “direitos humanos” é, em síntese, a 
terminologia utilizada para indicar o conjunto de direitos do homem protegidos na ordem 
internacional, “direitos fundamentais” é o conjunto de direitos do homem já reconhecidos e 
positivados na ordem interna de cada Estado. 
 
 
 
 
 
1 Vide questão 10 no final do capítulo. 
2 Vide questões 02, 05 e 08 no final do capítulo. 
3 PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de Derecho y Constituición. 5 edição. Madrd: Editora Tecnos, 
1195, p. 48. 
 
 
8 
 
 
 
 
 
Direitos humanos Direitos positivados no ordenamento jurídico 
externo 
Direitos Fundamentais 
Direitos positivados no ordenamento jurídico 
interno 
Direitos do homem 
Direitos pertencentes ao homem por sua própria 
natureza 
 
 
1.2 Características dos Direitos Humanos 
Feita uma breve análise sobre o tema, convém neste momento que analisemos as principais 
características4 dos Direitos Humanos. Sendo assim, temos que a doutrina no geral traz as 
seguintes como as mais importantes: 
 Historicidade: Indica que a concepção de Direitos Humanos decorre das condições 
da sociedade em um determinado momento histórico, de modo que varia de 
acordo com a evolução de cada povo, no tempo e no espaço5; 
 Inalienabilidade: Segundo essa característica, os Direitos Humanos são 
indisponíveis, não possuindo conteúdo econômico patrimonial e, assim, não podem 
ser objeto de negociação e/ou comercialização; 
 
4 Vide questão 09 no final do capítulo. 
5 Vide questão 04 no final do capítulo. 
 
9 
 
 Imprescritibilidade: De acordo com essa característica, os direitos humanos são 
sempre exigíveis, não se sujeitando à prescrição e, assim, não possuem prazo para 
o seu exercício6; 
 Irrenunciabilidade: Dispõe que o indivíduo, apesar de poder não exercer os seus 
direitos caso queira, não pode renunciar a eles; 
 Proibição de retrocesso: A proibição do retrocesso indica que não é possível a 
supressão normativa dos direitos já consagrados através de medidas legislativas7. 
É o chamado efeito cliquet. 
 
 
1.3 As três vertentes dos Direitos Humanos 
Neste momento, importante abordarmos sobre as três vertentes de proteção internacional 
da pessoa humana. 
Essas três vertentes se deram, basicamente, após as grandes Guerras Mundiais, mais 
especialmente após a Segunda, momento no qual cresceu a preocupação mundial com os 
direitos humanos. 
 
6 Vide questão 01 no final do capítulo. 
7 Vide questão 06 no final do capítulo. 
Historicidade
Inalienabilidade
Imprescritibilidade
Irrenunciabilidade
Proibição ao retrocesso
 
10 
 
Durante muito tempo o conceito de Direitos Humanos foi discutido pelos juristas, sendo que 
esta discussão culminou na divisão de sua proteção em três vertentes: o Direito Internacional 
dos Direitos humanos, o Direito Humanitário e o Direito Internacional dos Refugiados. 
 Direito Internacional dos Direitos Humanos 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos é o mais abrangente deles. Visa, em síntese, 
proteger e promover a dignidade da pessoa humana de forma universal e em todos os aspectos: 
civil, político, social, econômico, cultural, etc.8. 
 Direito Humanitário 
Por sua vez, o Direito Humanitário tem raízes principalmente no pós-Primeira Grande Guerra, 
tendo em vista as crueldades extremas que ali ocorreram. Sendo assim, em 1949 foi elaborada 
a Convenção de Genebra, na qual, de acordo com Ricardo Castilho9 
Segundo a Convenção de Genebra, há três tipos de crime passíveis de serem cometidos 
em tempo de guerra que devem ser proibidos e impedidos. A primeira categoria é a dos 
crimes de guerra, que incluem: assassinato ou maus-tratos de civis, deportação ou 
confinamento (de civis ou militares) para trabalhos forçados, assassinato ou maus-tratos 
de prisioneiros, pilhagem ou saque, destruição de cidade sem necessidade militar e 
assassinato de reféns. A segunda categoria é a dos crimes contra a paz. Os dois principais 
são planejar guerra de agressão ou em violação a tratados internacionais e participar de 
plano comum ou conspiração para promover esses atos. A terceira é a dos crimes contra 
a humanidade: extermínio, escravização e outros atos desumanos antes ou durante uma 
guerra, perseguições por motivos políticos, raciais ou religiosos. 
Podemos concluir, desta maneira, que o Direito Humanitário tem por finalidade estabelecer 
regras para o tratamento da população dos países em conflito, garantindo assim os direitos 
humanos e a dignidade da pessoa humana, limitando a atuação do Estado perante o indivíduo. 
 Direito dos Refugiados 
Em terceiro lugar temos o Direito dos Refugiados. Antes de adentrarmos especificamente no 
seu conteúdo, importante fazermos a distinção entre refúgio e asilo. 
 
8 Vide questão 07 no final do capítulo. 
9 CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 24. 
 
11 
 
Enquanto o asilo é uma medida empregada quando há perseguição política de caráter 
individual, constituindo o exercício do ato político e soberano do Estado (portanto, não sujeito 
aos regramentos internacionais), o refúgio ocorre quando há uma proteção a um grande 
número de pessoas, não revestido de caráter político. O refúgio ocorre, assim, quando a 
proteção é conferida àqueles que estão sofrendo agressões generalizadas (ou, ainda, em casos 
de ocupação ou dominação estrangeira, de fatos que alterem a ordem pública de um país ou 
em caso de violação dos direitos humanos). 
Em síntese, o Direito dos Refugiados protege o ser humano desde a saída de seu território 
até o término da concessão do refúgio. 
1.4 Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos humanos 
O último ponto que abordaremos neste capítulo inicial no que toca aos direitos humanos 
propriamente ditos é a dimensão dos direitos humanos, que pode ser subdividida em objetiva 
e subjetiva. 
A dimensão subjetiva diz respeito ao fato de os direitos humanos serem proposições 
jurídicas que visam proteger o ser humano como indivíduo, como sujeito. 
 Já a dimensão objetiva aborda a imposição de proteção dos direitos humanos voltada 
para os Estados e a sua necessidade de atuação. Aqui, não falamos da preocupação com o 
sujeito em si, mas da preocupação com a criação de mecanismos que promovam os direitos 
humanos na sociedade como um todo. 
 Em síntese: 
 
 
12 
 
 
 
Dimensão subjetiva 
 
Na dimensão subjetiva, os direitos humanos se 
preocupam com a proteção do sujeito. 
 
Dimensão objetiva 
Na dimensão objetiva, os direitos humanos se 
preocupam com a criação de mecanismos, por 
meio do Estado, para a proteção desses direitos. 
 
 
1.5 Dignidade humana 
A dignidade da pessoa humana é a essência do conceito de Direitos Humanos. Assegurar 
essa dignidade nada mais é do que respeitar a todos de forma igualitária, independentemente 
de raça, cor, gênero ou classe social10. 
Ela está prevista no artigo 1º da Constituição Federal, e é um dos cinco fundamentos da 
República Federativa do Brasil. Vejamos: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana;Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
 
10 Vide questão 03 no final do capítulo. 
 
13 
 
Na seara internacional, que iremos aprofundar melhor nos próximos capítulos, também 
temos diversas previsões e positivações da dignidade da pessoa humana. Vejamos o que diz o 
preâmbulo e o artigo 1o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948: 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família 
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça 
e da paz no mundo, 
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos 
bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em 
que os todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo 
do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano 
comum, 
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, 
para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, á rebelião contra a 
tirania e a opressão, 
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé 
nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na 
igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso 
social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, 
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação 
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas 
fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, 
(...) 
Artigo I 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. 
O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os 
Direitos Sociais, Econômicos e Culturais também reconhecem em seu preâmbulo, 
identicamente que: 
 PREÂMBULO 
Os Estados Partes do presente Pacto, 
Considerando que, em conformidade com os princípios proclamados na Carta das Nações 
Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana 
 
14 
 
e de seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e 
da paz no mundo, 
Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa humana, 
Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, 
o ideal do ser humano livre, no gozo das liberdades civis e políticas e liberto do temor e 
da miséria, não pode ser realizado e menos que se criem às condições que permitam a 
cada um gozar de seus direitos civis e políticos, assim como de seus direitos econômicos, 
sociais e culturais, 
 Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de 
promover o respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem, 
 Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para com seus semelhantes e para 
com a coletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e observância 
dos direitos reconhecidos no presente Pacto, 
 (...) 
Dada a sua extensa previsão nos diplomas legais, internos e externos, podemos notar a 
importância da dignidade da pessoa humana, epicentro e eixo norteador de todo o nosso 
estudo. A seguir, portanto, trataremos de mais um ponto importantíssimo no que toca a esse 
tema: a sua dupla função. 
1.6 A dupla função da dignidade da pessoa humana 
 Por fim, analisaremos brevemente a dupla função da dignidade da pessoa humana, que 
também pode cair na sua prova. 
As suas duas funções ou aspectos são, respectivamente, a unificadora e a hermenêutica. 
 Função unificadora 
Em síntese, a função unificadora da dignidade da pessoa humana diz respeito ao fato de 
que ela unifica toda a ordem jurídica, justamente por ser o seu eixo axiológico. 
Portanto, se é um eixo axiológico, ela é um eixo de valores que une toda a ordem jurídica, 
que nela deve se basear. 
 Função hermenêutica 
 
15 
 
A sua segunda função, qual seja a hermenêutica, traz a ideia de que a dignidade da pessoa 
humana se traduz em um viés interpretativo para toda a compreensão e aplicação do direito 
positivado, inspirando e limitando. 
 
16 
 
QUADRO SINÓTICO 
1. Introdução e conceitos iniciais 
Direitos Humanos 
Direitos positivados no ordenamento 
jurídico externo 
Direitos Fundamentais 
Direitos positivados no ordenamento 
jurídico interno 
Direitos do Homem 
Direitos pertencentes ao homem por sua 
própria natureza 
Características dos Direitos Humanos 
Historicidade 
Os Direitos Humanos decorrem da 
evolução do povo no tempo e no espaço 
Inalienabilidade 
Os Direitos Humanos são indisponíveis, 
não podendo ser objeto de 
comercialização. 
Imprescritibilidade 
Os Direitos Humanos não se sujeitam à 
prescrição. 
Irrenunciabilidade 
 
Os Direitos Humanos não podem ser 
renunciados. 
Proibição ao retrocesso 
Não é possível a supressão normativa de 
direitos já consagrados. 
Direito Internacional dos Direitos Humanos 
Direito Humanitário 
Finalidade: estabelecer regras para o 
tratamento da população dos países em 
conflito 
Direito dos Refugiados 
Finalidade: proteger o ser humano desde a 
saída de seu território até o término da 
concessão do refúgio 
Direito Internacional dos Direitos 
Humanos 
Finalidade: promover a dignidade da 
pessoa humana de forma universal 
 
17 
 
 
Dimensões dos Direitos Humanos 
Objetiva 
É a imposição de proteção dos Direitos 
Humanos aos Estados, que devem atuar. 
Subjetiva 
Diz respeito ao fato de os direitos 
humanos serem proposições jurídicas que 
visam proteger o sujeito. 
 
 
 
18 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(FEPESE - 2019 – SJC-SC – Agente Penitenciário) Assinale a alternativa incorreta sobre os 
princípios ou especificidades dos direitos humanos. 
 
A) A indivisibilidade dos direitos humanos se refere a que não se pode cindi-los e que devem 
ser reconhecidos e protegidos unitariamente. 
B) A inalienabilidade dos direitos humanos se caracteriza por vedar a sua disposição pecuniária 
com o objetivo de venda. 
C) A imprescritibilidade dos direitos humanos reconhece que o seu exercício se dá no tempo, 
devendo ser exigido sob pena de perecimento. 
D) A irrenunciabilidade dos direitos humanos se refere à vedação da própria pessoa de permitir 
violações a esses direitos. 
E) A proibição do retrocesso representa que os direitos humanos já concretizados e alcançados 
não podem mais ser suprimidos. 
 
 
Comentário: 
A alternativa a ser assinalada é a alternativa “C”, considerando que: 1) os direitos humanos são 
estendidos a todos, independentemente de sua raça, cor, credo, nacionalidade, opinião política, 
etc, portanto a alternativa “A” está correta; 2) os direitos humanos não podem ser vendidos, 
pois não possuem valor pecuniário, portanto a alternativa “B” está correta; 3) os direitos 
 
19 
 
humanos são imprescritíveis, pois não se perdem com o decurso do tempo, portanto a 
alternativa “C” está incorreta; 4) os direitos humanos podem não ser exercidos, mas nunca 
poderão ser renunciados, portanto a alternativa “D” está correta; 5) a proibição do retrocesso 
ou efeito cliquet dispõe que, uma vez conquistados, os direitos humanos não podem ser 
suprimidos, portanto a alternativa “E” está correta. 
 
 
Questão 2 
(MPE/SP - 2019 – MPE-SP – Promotor de Justiça) Em relação aos direitos humanos, é correto 
afirmar: 
 
A) São aqueles previstos no plano interno dos Estados pelas Cartas Constitucionais. 
B) São aqueles queainda não estão expressamente previstos no direito interno ou no direito 
internacional. 
C) São menos amplos que os direitos fundamentais quanto à proteção dos direitos individuais. 
D) São aqueles protegidos pela ordem internacional. 
E) Podem sofrer limitação em razão de interesse dos Estados. 
 
 
Comentário: 
A alternativa a ser assinalada é a alternativa “D”. Consoante estudado anteriormente, os direitos 
do homem são aqueles direitos naturais não positivados ou ainda não positivados, os direitos 
humanos são aqueles reconhecidos e positivados no âmbito internacional e os direitos 
fundamentais são aqueles positivados e protegidos pela legislação interna de cada Estado. 
Portanto, não há que se falar em menor ou maior amplitude de um em relação ao outro, já que 
 
20 
 
todos possuem o mesmo eixo axiológico e norteador: a dignidade da pessoa humana. 
Outrossim, em homenagem ao princípio da vedação ao retrocesso, eles jamais poderão sofrer 
limitação e razão do interesse dos Estados. 
 
Questão 3 
(CESPE - 2019 – CGE-CE – Auditor de Controle Interno) A respeito dos marcos históricos, 
fundamentos e princípios dos direitos humanos, assinale a opção correta. 
A) Segundo a doutrina contemporânea, direitos humanos e direitos fundamentais são 
indistinguíveis; por isso, ambas as terminologias são intercambiáveis no ordenamento jurídico. 
B) Os direitos humanos estão dispostos em um rol taxativo, que foi internalizado pelo 
ordenamento jurídico brasileiro com a promulgação da Constituição Federal de 1988. 
C) No Brasil, os direitos políticos são considerados direitos humanos e seu exercício pelos 
cidadãos se esgota no direito de votar e ser votado, 
D) A dignidade da pessoa humana, princípio basilar da Constituição Federal de 1988, é 
fundamento dos direitos humanos. 
E) Em razão do princípio da imutabilidade, os direitos humanos reconhecidos na Revolução 
Francesa permanecem os mesmos ainda na atualidade. 
 
 
Comentário: 
A alternativa a ser assinalada é a alternativa “D”. 
A alternativa “A” está incorreta porque, enquanto Direitos Humanos se referem aos direitos 
positivados na ordem internacional, os Direitos Fundamentais tratam daqueles positivados na 
ordem interna de cada Estado; 
A alternativa “B” está incorreta porque os direitos humanos são inesgotáveis e, portanto, não 
estão sujeitos a um rol taxativo. É o que diz o parágrafo segundo do artigo 5 da Constituição 
Federal do Brasil: 
 
21 
 
 
Art. 5º […] § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em 
que a República Federativa do Brasil seja parte 
A alternativa “C” está incorreta porque ambos os conceitos não se confundem. Com efeito, os 
direitos políticos dizem respeito às diversas formas de o cidadão se manifestar, o qual não se 
esgota no direito de votar e ser votado, mas se caracteriza pelo sufrágio universal, voto direto 
e secreto, etc. 
A alternativa “D” está correta, pois a dignidade da pessoa humana é o eixo valorativo dos direitos 
humanos. 
A alternativa “E” está incorreta porque os direitos humanos não são absolutos e imutáveis, sendo 
que sofrem mutação e enriquecimento ao longo da história (historicidade). 
 
Questão 4 
(CESPE - 2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) Acerca de aspectos da teoria geral dos 
direitos humanos, da sua afirmação histórica e da sua relação com a responsabilidade do Estado, 
julgue o próximo item. 
Todos os direitos humanos foram afirmados em um único momento histórico. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
Comentário: 
Como já observado neste material, uma das principais características dos direitos humanos é a 
historicidade, que indica que é a evolução histórica que traz novos direitos humanos, uma vez 
 
22 
 
que estes não surgem todos ao mesmo tempo - mas sim gradativamente, em diversos 
momentos. 
Sendo assim, a questão está errada. 
 
Questão 5 
(CESPE - 2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) Acerca de aspectos da teoria geral dos 
direitos humanos, da sua afirmação histórica e da sua relação com a responsabilidade do Estado, 
julgue o próximo item. 
As pessoas naturais que violam direitos humanos continuam a gozar da proteção prevista nas 
normas que dispõem sobre direitos humanos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
Comentário: 
O item está correto. Isso porque os direitos humanos alcançam a todos, são absolutos, 
indisponíveis e imprescritíveis. Assim, uma pessoa que viola os direitos humanos de outrem 
continua sendo portadora de dignidade humana e, assim, continua a gozar da proteção dos 
direitos humanos. 
Questão 6 
(FCC- 2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal) Uma vez estabelecidos, os Direitos 
Humanos não podem ser retirados do ordenamento, em razão do princípio da 
A) Inter-relacionaridade. 
B) Indisponibilidade. 
 
23 
 
C) Inerência. 
D) Vedação ao retrocesso. 
E) Inesgotabilidade. 
 
Comentário: 
A alternativa correta é a letra “D”. Como já abordado anteriormente, o princípio que veda a 
supressão dos direitos humanos do ordenamento é o princípio da vedação ao retrocesso ou 
“efeito cliquet”. Isso porque os direitos humanos jamais podem ser diminuídos ou reduzidos no 
seu aspecto de proteção, podendo apenas serem ampliados. 
 
Questão 7 
(CESPE – 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata) Julgue (C ou E) o item a seguir, acerca do 
direito internacional dos direitos humanos e do direito internacional humanitário. 
Se em conflitos armados internacionais um combatente capturado pelo inimigo tem a proteção 
que advém do status de prisioneiro de guerra, essa mesma proteção não é prevista em caso de 
conflitos armados não internacionais. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
Comentário: 
A proposição está correta. Isso porque o termo “prisioneiro de guerra” se refere a um status 
especial concedido pela Convenção de Genebra aos soldados inimigos capturados em conflitos 
armados internacionais. Em caso de um conflito armado não internacional, o Direito 
Internacional Humanitário não impede o julgamento de combatentes capturados. 
 
24 
 
 
Questão 8 
(CESPE – 2020 – MPE-CE – Promotor de Justiça) De acordo com a sua finalidade, os direitos 
humanos são classificados como direitos 
A) Propriamente ditos. 
B) Expressos. 
C) De defesa. 
D) A prestações. 
E) A procedimentos e instituições. 
 
 
Comentário: 
De acordo com a sua finalidade, os direitos humanos são direitos propriamente ditos, uma vez 
que visam o reconhecimento jurídico de pretensões que são inerentes à dignidade de todo ser 
humano. Portanto, a alternativa “A” está correta. 
 
Questão 9 
(CESPE – 2020 – TJ-PA – Analista Judiciário) No que se refere aos direitos humanos, assinale 
a opção correta. 
A) A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada no ano de 1968. 
B) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um instrumento de direito com força de lei 
internacional. 
 
25 
 
C) A Convenção sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos baseia-se na criação de 
princípios éticos pelos quais os povos devem guiar-se. 
D) Os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. 
E) A Rede de Proteção Social no Brasil foi aprovada antes da Convenção da ONU em 1989, o 
que deu ao Brasil destaque mundial no tocante aos direitos da criança e do adolescente. 
 
 
Comentário: 
A alternativa correta é a letra “D”. Isso porque: 
1) A Declaração Universal dos Direitos Humanos data de 1948. 
2) A Declaração Universal dos Direitos Humanos não tem força de lei, pois é apenas uma 
declaração, um ato da ONU. 
3) A Declaração Universal de Direitos Humanos não é uma convenção. 
4) A Rede de Proteção Social no Brasil teve início em 1995. 
Por outro lado, temos que uma das principais características dos direitos humanos são a sua 
universalidade, indivisibilidade, relatividade, interdependência,complementariedade, 
inalienabilidade, imprescritibilidade, historicidade, entre outros. 
 
Questão 10 
(FEPESE - 2019 – SJC-SC – Agente Penitenciário) Os direitos humanos são denominados 
com variados termos. 
Assinale a alternativa que não é aceita contemporaneamente, por expressar uma ideia 
ultrapassada sobre o tema. 
A) Direitos naturais. 
 
26 
 
B) Direitos fundamentais, 
C) Direitos da pessoa humana. 
D) Direitos humanos fundamentais. 
E) Direitos essenciais da humanidade. 
 
 
Comentário: 
A alternativa a ser assinalada é a letra “A”. Isso porque, consoante estudamos neste primeiro 
capítulo, os direitos humanos não se confundem com os direitos do homem, ou ainda os 
chamados “direitos naturais”, justamente porque enquanto os direitos humanos são conquistas 
alcançadas pela sociedade através do tempo, estão em constante mutação e são positivados 
no ordenamento jurídico externo, os direitos naturais são atemporais, fixos e decorrem da 
própria existência do ser humano, tendo sidos estabelecidos pela natureza. 
 
 
27 
 
 
 
GABARITO 
 
Questão 1 - C 
Questão 2 - D 
Questão 3 - C 
Questão 4 - Errada 
Questão 5 - Correta 
Questão 6 - D 
Questão 7 - Correta 
Questão 8 - A 
Questão 9 - D 
Questão 10 - A 
 
 
 
28 
 
QUESTÃO DESAFIO 
O que se entende por Direitos Humanos? 
Máximo de 5 linhas 
 
29 
 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
Os direitos humanos são aqueles protegidos pela ordem internacional em face das violações 
e arbitrariedades perpetradas por um Estado em face das pessoas sujeitas à sua jurisdição. 
São os direitos indispensáveis a uma vida digna, devendo ser respeitados pelos Estados. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 Conceito 
Nas lições do prof. Valério Mazzuoli é imprescindível que não sejam confundidas as expressões 
direitos humanos, direitos do homem e direitos fundamentais. Os direitos humanos, nas palavras 
do professor, são direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio de 
tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado 
possa cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. Os direitos do homem, por sua vez, é 
expressão de cunho jusnaturalista que conota a série de direitos naturais aptos à proteção global 
do homem e válidos em todos os tempos. Por fim, a expressão "direitos fundamentais" deve 
ser entendida como sendo aquela afeta à proteção interna dos direitos dos cidadãos, ligada aos 
aspectos ou matizes constitucionais de proteção, no sentido de já se encontrarem positivados 
nas Cartas Constitucionais. 
 Súmula vinculante 25 
Quando iniciamos o estudo dos direitos humanos é imprescindível a análise da Súmula 
Vinculante n.º 25, segundo a qual estabelece que "É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade de depósito". Diante de sua importância, faz-se necessário 
trazer a baila parte do julgado do RE 466.343 do STF: "(...) diante do inequívoco caráter especial 
dos tratados internacionais que cuidam da proteção dos direitos humanos, não é difícil entender 
que a sua internalização no ordenamento jurídico, por meio do procedimento de ratificação 
previsto na CF/1988, tem o condão de paralisar a eficácia jurídica de toda e qualquer disciplina 
normativa infraconstitucional com ela conflitante. Nesse sentido, é possível concluir que, diante 
da supremacia da CF/1988 sobre os atos normativos internacionais, a previsão constitucional da 
prisão civil do depositário infiel (art. 5º, LXVII) não foi revogada (...), mas deixou de ter 
aplicabilidade diante do efeito paralisante desses tratados em relação à legislação 
infraconstitucional que disciplina a matéria (...). Tendo em vista o caráter supralegal desses 
diplomas normativos internacionais, a legislação infraconstitucional posterior que com eles seja 
conflitante também tem sua eficácia paralisada. (...) Enfim, desde a adesão do Brasil, no ano de 
1992, ao PIDCP (art. 11) e à CADH — Pacto de São José da Costa Rica (art. 7º, 7), não há base 
 
30 
 
legal para aplicação da parte final do art. 5º, LXVII, da CF/1988, ou seja, para a prisão civil do 
depositário infiel". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 
Nesta matéria, faz-se de extrema importância a leitura de: 
 
Dignidade humana 
 Constituição Federal do Brasil: Artigo 1º; 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos: preâmbulo e artigo 1º; 
 Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos: preâmbulo; 
 Pacto Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais: preâmbulo. 
 
 
32 
 
ESTUDO COMPLEMENTAR 
 
 
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33 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
DUARTE, Hugo Garcez; VIANA, Malba Zarrôco Vilaça. A dignidade da pessoa humana enquanto 
valor supremo da ordem jurídica. Disponível em < 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-dignidade-da-pessoa-humana-
enquanto-valor-supremo-da-ordem-juridica/>, acesso em 27.03.2020. 
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 11 ed. São Paulo: JusPodivm, 
2019. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de Derecho y Constituición. 5 edição. 
Madrd: Editora Tecnos, 1195. 
 
 
 
 ` 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-dignidade-da-pessoa-humana-enquanto-valor-supremo-da-ordem-juridica/
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-dignidade-da-pessoa-humana-enquanto-valor-supremo-da-ordem-juridica/
PDF OAB
Direitos Humanos
Capítulo 2
MAT
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1 
 
SUMÁRIO 
 
DIREITOS HUMANOS, CAPÍTULO 2 .....................................................................................................3 
2. Teoria Geral dos Direitos Humanos .............................................................................................3 
2.1 O Código de Hamurabi ..................................................................................................................................... 3 
2.2 Magna Carta ........................................................................................................................................................... 4 
2.3 Petition of Right ................................................................................................................................................... 4 
2.4 Habeas Corpus Act .............................................................................................................................................. 5 
2.5 Bill of Rights Inglesa ........................................................................................................................................... 5 
2.6 A Declaração de Direitos da Virgínia .......................................................................................................... 6 
2.7 A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão ...........................................................................6 
2.8 As Convenções de Genebra ............................................................................................................................ 7 
2.9 A eficácia dos Direitos Humanos .................................................................................................................. 9 
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................. 11 
QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................. 13 
GABARITO .............................................................................................................................................. 25 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................................................... 29 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Olá, futuro advogado! Tudo bem? 
Antes de começar o estudo, precisamos fazer algumas considerações a respeito da apostila de 
nº 02 do nosso curso, tá? 
Em primeiro turno, a Teoria Geral dos Direitos Humanos não costuma ser cobrada no exame 
de ordem! 
-Mas professora, por que incluí-lo nas apostilas, então? 
Bom, como é de conhecimento geral, a banca examinadora tende a ser um pouco imprevisível, 
e o nosso objetivo é deixar você preparado para exatamente qualquer coisa que aparecer na 
prova! 
Então, achamos pertinente abranger o máximo de conteúdo possível! 😊 
Inclusive, ao final desta apostila, você encontrará questões de outras carreiras, para um maior 
aproveitamento e assimilação de conteúdo, portanto, não deixe de respondê-las, tá? 
Vamos juntos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
Capítulo 2 
2. Teoria Geral dos Direitos Humanos 
 
 Neste segundo capítulo abordaremos algumas considerações sobre a afirmação histórica 
dos direitos humanos, desde a antiguidade até os dias atuais. 
 Isso significa que analisaremos os principais fatos históricos que culminaram no 
surgimento das mais variadas formas de proteção da dignidade da pessoa humana, bem como 
dos Direitos Humanos propriamente ditos. 
 Além disso, trataremos da eficácia dos Direitos Humanos em suas quatro vertentes 
objetivas: horizontal, vertical, vertical com repercussão lateral e diagonal. Vamos lá? 
 
2.1 O Código de Hamurabi 
O Código de Hamurabi data de 1694 a.C. É um monumento de estrutura geológica, onde há 
vinte e uma colunas de escrita cuneiforme, sendo um dos primeiros exemplos de lei escrita que 
se tem notícia. 
Apesar de prever a aplicação de penas de morte, mutilações corporais e outras pelas 
infamantes, o Código de Hamurabi é um grande avanço pois representa o fim das penas 
arbitrárias, além de prever o direito a uma espécie de salário mínimo por dia trabalhado, o 
direito da mãe e dos filhos de receberem alimentos quando abandonados pelo genitor, etc. 
 
 
4 
 
2.2 Magna Carta 
A Magna Carta, de 1215, foi um instrumento cujo o Rei João da Inglaterra foi obrigado a 
assinar. Em síntese, este documento restringia o poder do rei e de seus sucessores, impedindo 
o exercício de qualquer poder pleno. Pela primeira vez foram previstos direitos dos súditos. 
Em latim, Magna Carta Libertatum significa “Grande Carta das Liberdades”. 
 O artigo mais conhecido da Magna Carta é o 39: em síntese, ele determina que seja seguido 
o devido processo legal quando houver prisão ou privação de propriedade, de modo que sejam 
evitadas possíveis arbitrariedades. Vejamos. 
 
Nenhum homem livre será preso, encarcerado ou privado de seus direitos ou propriedades, 
ou tornado fora da lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra 
ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou 
pela lei da terra. 
 
2.3 Petition of Right 
 
Ricardo Castilho1 ao tratar sobre o tema aduz que 
 
A transformação da Inglaterra de monarquia absolutista em monarquia constitucionalista 
representou um avanço no sentido de reconhecimento dos direitos humanos e se deveu 
à chamada Petição de Direitos (Petition of Rights), que constituiu a semente da chamada 
Revolução Francesa. 
 
 
1 CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 74. 
 
5 
 
A Petition of Rights é o documento que marcou o início do constitucionalismo moderno. Esse 
constitucionalismo moderno, em linhas gerais, é um movimento que questionou profundamente 
os dogmas políticos, jurídico e filosóficos tradicionais, almejando um novo modo de poder 
político. 
Esta Petição foi apresentada pelo rei pelos membros do parlamento inglês (liderados por Sir 
Edward Coke), sendo que o primeiro foi obrigado a assiná-la e a cumpri-la. 
Dentre as exigências contidas no bojo do documento, estava o fato de que o rei deixasse 
para o parlamento o controle da política financeira e o controle do exército, além de ter 
oficializado os direitos fundamentais do homem. 
2.4 Habeas Corpus Act 
Outro documento de enorme importância para a evolução dos Direitos Humanos ao longo 
do tempo foi o chamado Habeas Corpus Act, de 1679. 
O Habeas Corpus Act foi uma lei elaborada pelo Parlamento da Inglaterra no ano de 1679, 
durante o império do rei Carlos II. 
Esta lei resgatava uma importante garantia: a de que toda pessoa detida fosse levada a um 
tribunal, onde seria analisada a legalidade de sua prisão. É, em verdade, uma tutela da liberdade 
individual contra a prisão abusiva, arbitrária ou ilegal. 
Esta lei é considerada, até os dias atuais, como um dos documentos mais importantes da 
história da Inglaterra. 
2.5 Bill of Rights Inglesa 
A Bill of Rights inglesa foi criada no ano de 1689, quando Maria Stuart e o marido Guilherme 
de Orange assumiram o trono sob controle do Parlamento inglês e tiveram que aceitar e 
promulgar este documento. 
A Declaração dos Direitos inglesa proibiu a aplicação de penas cruéis e consagrou o direito 
de petição. Para além disso, foi a gênese do princípio da separação dos poderes, uma vez que 
previu a independência do Parlamento. 
 
6 
 
2.6 A Declaração de Direitos da Virgínia 
Elaborada em Williamsburg no ano de 1776, a Declaração de Direitos da Virgínia que teve 
ideais iluministas prevê, dentre outros, que todo poder emana do povo e que o ser humano é 
titular de direitos fundamentais como o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. 
2.7 A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão 
 
A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada em 1789, consolidou os 
princípios da Revolução Francesa, inspirada nos ideais iluministas. Ela estabeleceu reformas 
políticas que concediam ao cidadão o direito à liberdade, pregando um Estado laico, o direito 
de associação política, o estado de inocência, a livre manifestação do pensamento, o princípio 
da reserva legal e o princípio da anterioridade. Todos esses direitos seriam alcançados pela 
tripartição dos poderes, independentes entre si. Confira abaixo algumas de suas disposições: 
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só 
podem fundamentar-se na utilidade comum. 
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e 
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a 
resistência à opressão. 
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma 
operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente. 
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, 
o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que 
asseguram aos outrosmembros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites 
apenas podem ser determinados pela lei. 
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela 
lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene. 
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, 
pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para 
todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e 
igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a 
sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos. 
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela 
lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam 
ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão 
convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário 
torna-se culpado de resistência. 
 
7 
 
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e 
ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes 
do delito e legalmente aplicada. 
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar 
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser 
severamente reprimido pela lei. 
2.8 As Convenções de Genebra 
Por fim, temos as Convenções de Genebra. O primeiro tratado internacional que recebeu o 
nome de Convenção de Genebra foi assinado em 1864, em Genebra, na Suíça. Essa Convenção, 
totalmente voltada para o desenvolvimento do direito humanitário internacional, teve como 
objetivo amenizar os efeitos das sucessivas guerras entre as nações que ocorreram até então, 
principalmente no que tange à população civil. 
Em 1907 na Holanda ocorreu a II Convenção de Genebra, onde foram estendidos todos os 
princípios da primeira Convenção para os conflitos marítimos, que não haviam sido previstos, 
protegendo-se os náufragos, doentes e feridos. 
Em 1925 ocorreu a III Convenção de Genebra, onde se determinou que fosse dado 
tratamento humanitário a todos os prisioneiros de guerra. 
Por fim, em 1949 ocorreu a IV Convenção de Genebra, que levou em consideração as 
experiências da II Guerra Mundial. Seu objetivo era tratar também dos civis, não tratados nas 
convenções adotadas antes de 1949. 
Foi quando se deu origem ao Direito Internacional dos Direitos Humanos e ao Direito 
Internacional Humanitário. 
A IV Convenção de Genebra possui 159 artigos e continua em vigor, sendo aplicada mesmo 
quando não há uma declaração de guerra. 
Em 1977 foram aprovados dois Protocolos Adicionais à Convenção de Genebra, sendo que 
o Primeiro ampliou a definição de vítimas de conflitos armados internacionais e o Segundo 
reforçou a proteção das pessoas afetadas por conflitos armados no âmbito interno. 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.694 a.C • Código de Hamurabi
1.1215
• Magna Carta
1.628
• Petition of Right
1.679
• Habeas Corpus act
1.689
• Bill of rights inglesa
1.776
• Declaração de Direitos da Virgínia
1.789 • Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão
1.864-1949
• Convenções de Genebra 
 
9 
 
2.9 A eficácia dos Direitos Humanos 
As normas que definem os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, 
consoante a literalidade do parágrafo 1o do artigo 5o da Constituição Federal: “As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. 
Isso indica, por si só, a força normativa privilegiada que possuem os direitos fundamentais. 
Sendo assim, dada a sua importância e a sua grande incidência nos concursos públicos, neste 
momento iniciaremos os nossos estudos no que tange à eficácia dos direitos humanos/ direitos 
fundamentais no que toca ao seu aspecto objetivo. Ela se divide em eficácia vertical, eficácia 
horizontal, eficácia diagonal e eficácia vertical com repercussão lateral. 
 Eficácia vertical 
 A eficácia vertical dos direitos humanos diz respeito aos órgãos estatais. Isso quer dizer que, 
apesar de a Constituição Federal não ser expressa ao dizer quem são os seus destinatários, 
temos que ela se volta principalmente para o Estado, limitando a sua atuação das relações 
perante os indivíduos. Para se lembrar que a eficácia vertical diz respeito ao Estado, lembre-se 
que ela faz alusão à posição de verticalidade ocupada pelo Estado frente ao indivíduo. 
 Eficácia horizontal 
De seu turno, a eficácia horizontal indica a oponibilidade dos direitos aos particulares no 
bojo de suas relações privadas. De acordo com Rogério Saraiva Xerez2 
Assim o conceito de eficácia privada ou horizontal baseia-se na ideia de oponibilidade dos 
direitos fundamentais nas relações privadas, ou seja, não somente nas relações Estado-
Cidadão, mas também entre os particulares. Significa, portanto, aplicação direta e imediata 
dos direitos fundamentais nas relações privadas como direito subjetivo, com fundamento 
na Constituição. 
 
 
2 XEREZ, Rogério Saraiva. Direitos fundamentais: eficácia na esfera das relações privadas. Revista Eletrônica 
Direito e Política, Itajaí, 2014. 
 
10 
 
A eficácia horizontal, que consiste na aplicação dos Direitos Humanos entre os particulares, 
também é conhecida com Drittwirkung, em alemão. 
 Eficácia diagonal 
Já a eficácia diagonal dos Direitos Humanos consiste na aplicação destes direitos nas relações 
de trabalho, entre empregado e empregador. E qual o motivo dessa nomenclatura? É simples: 
a posição do empregador em relação ao empregado não é exatamente horizontal, mas sim um 
pouco acima – diagonal. 
 Eficácia vertical com repercussão lateral 
Por fim temos a eficácia vertical com repercussão lateral. Esse conceito foi desenvolvido por 
Luiz Guilherme Marinoni e pode cair na sua prova. 
Segundo o citado doutrinador, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais deve ser 
mediada pela lei e, quando o legislador se omitir, devemos recorrer à jurisdição. Caso o juiz 
conclua que o legislador negou proteção ao direito fundamental, deve este determinar uma 
medida que efetive a tutela do referido direito. Em síntese, temos que o direito fundamental 
será efetivado e resguardado por uma atuação judicial. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
Afirmação histórica dos Direitos Humanos 
Código de Hamurabi 1.694 a.C 
Instituiu o fim das penas 
arbitrárias 
Magna Carta 1.215 
Previsão do devido 
processo legal 
Petition of right 1.628 
Oficializou os direitos 
fundamentais do homem 
Habeas Corpus Act 1.679 
Tutelou a liberdade individual 
contra a prisão abusiva, 
arbitrária ou ilegal 
Bill of Rights inglesa 1.689 
Consagrou o direito de 
petição e a separação dos 
poderes 
Declaração de 
Direitos da Virgínia 
1.776 
Reconheceu que todo poder 
emana do povo, que o ser 
humano é titular do direito à 
vida, à liberdade, à busca da 
felicidade, etc 
Declaração de 
Direitos do Homem 
e do Cidadão 
1.789 
Instituiu o Estado Laico, o 
princípio da reserva legal, o 
estado de inocência e o 
direito à liberdade 
Convenções de 
Genebra 
1.864-1949 
Direito Internacional 
Humanitário e Direito 
Internacional dos Direitos 
Humanos 
 
12 
 
Eficácia dos Direitos Humanos 
Eficácia vertical 
Oponibilidade dos direitos humanos ao 
Estado 
Eficácia horizontal 
Oponibilidade dos direitos humanos aos 
particulares nas relações privadas 
Eficácia diagonal 
Oponibilidade dos direitos humanos nas 
relações entre empregado e empregador 
Eficácia vertical com 
repercussão lateral 
Eficácia dos direitos humanos decorrente 
da tutela jurisdicional 
 
 
 
13 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(TRF 3 Região -2018 – Juiz Federal Substituto) Em 1999, Damião Ximenes Lopes, pessoa com 
deficiência mental, foi internado na Casa de Repouso Guararapes, na cidade de Sobral (CE), pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS), em perfeito estado físico. Poucos dias depois, sua mãe o 
encontrou agonizante, sangrando, com hematomas, sujo e com as mãos amarradas para trás, 
vindo a falecer nesse mesmo dia, sem qualquer assistência médica no momento de sua morte. 
Com a demora nos processos cível e criminal na Justiça daquele Estado na apuração de 
responsabilidades, a família, alegando violação do direito à vida, à integridade psíquica (dos 
familiares, pela ausência de punição aos autores do homicídio) e ao devido processo legal em 
prazo razoável, peticionou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que veio a 
processar o Estado brasileiro perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH). 
Com relação a esse caso, é CORRETO afirmar que: 
A) Em face do caráter subsidiário da jurisdição internacional, foi acolhida exceção de 
admissibilidade por ausência de esgotamento dos recursos internos, oposta pelo Estado 
brasileiro, tendo sido determinada pela Corte IDH a suspensão do feito até o exaurimento 
dos mecanismos internos de reparação; 
B) A forma federativa do Estado brasileiro justificou a condenação do Estado do Ceará em 
litisconsórcio passivo com a União; 
C) Foi aplicada pela Corte IDH a doutrina da eficácia horizontal da proteção internacional 
dos direitos humanos (“Drittwirkung”), responsabilizando o Estado brasileiro; 
D) Petição dos familiares da vítima endereçada à Corte IDH, após o trâmite regular em que 
se afastou as preliminares do Brasil de ausência de esgotamento dos recursos internos e 
denunciação à lide ao Ceará, foi acolhida com condenação da União. 
 
 
14 
 
 
Comentário: 
 
Apesar de os demais temas não terem sido abordados ainda, era perfeitamente possível que o 
candidato respondesse à questão e acertasse. Isso porque a resposta correta é a letra “C”, que 
diz respeito à eficácia horizontal de proteção internacional dos Direitos Humanos. Como já 
estudado, essa teoria surgiu na Alemanha, e se refere à projeção dos direitos fundamentais nas 
relações entre particulares, e sendo a casa de saúde privada, incide a eficácia horizontal. 
Importante salientar que o caso Ximenes vs. Brasil foi a primeira sentença de mérito da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos em face do Brasil em decorrência de maus tratos sofridos 
por pessoa com deficiência, em uma clínica psiquiátrica, que resultou em morte. 
Para fins didáticos, analisaremos brevemente os erros das demais alternativas, que serão melhor 
visualizados pelo candidato no decorrer do estudo do material AdVerum: 
O item “A” está incorreto porque, na verdade, não deveria ter sido acolhida a exceção de 
admissibilidade ante o não esgotamento dos recursos internos, com fulcro no artigo 42, 2, “C” 
da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos. O item “B” está incorreto porque o estado 
do Ceará não possui personalidade jurídica internacional para integrar o polo passivo da 
demanda – quem o possui é o Brasil. Por fim, o item :D: está incorreto porque os familiares não 
possuem legitimidade para endereçar a petição diretamente à Corte. 
 
 
Questão 2 
(FCC - 2016 – DPE/BA – Defensor Público) Com relação à origem histórica dos direitos 
humanos, um grande número de documentos e veículos normativos podem ser mencionados, 
dentre eles é correto afirmar que cada um dos documentos abaixo mencionados está 
relacionado com um direito humano específico, com EXCEÇÃO de: 
 
15 
 
A) Declaração de Direitos do Estado da Virgínia, 1776, que disciplinou os direitos trabalhistas e 
previdenciários como direitos sociais; 
B) Declaração de Direitos (Bill of Rights), 1689, que previu a separação dos poderes e o direito 
de petição; 
C) Convenção de Genebra, 1864, que teve relevante destaque no tratamento do direito 
humanitário; 
D) Constituição de Weimar, 1919, que trouxe a igualdade jurídica entre marido e mulher, 
equiparou os filhos legítimos aos ilegítimos com relação à política social do Estado; 
E) Constituição Mexicana, 1917, que expandiu o sistema de educação pública, deu base à 
reforma agrária e protegeu o trabalhador assalariado. 
 
 
Comentário: 
 
A alternativa a ser assinalada é a alternativa “A”. Consoante estudado anteriormente, a 
Declaração de Direitos da Virgínia é um documento que previu a proteção dos direitos 
individuais, mais notadamente o direito à vida, à liberdade, à felicidade, à segurança, etc. Com 
efeito, a discussão acerca dos direitos sociais surgiu a partir do século XIX. 
A alternativa B está correta, assim como a C, D e E, por seus próprios termos. 
 
Questão 3 
(VUNESP - 2014 – PC-SP – Escrivão de Polícia Civil) Documento histórico relevante na evolução 
dos direitos humanos, elaborado no século XIII, que regulava várias matérias, de sentido 
puramente local ou conjuntural, ao lado de outras que constituem as primeiras fundações da 
civilização moderna, que considera que o rei se encontra vinculado pelas próprias leis que edita 
e que traz a essência do princípio do devido processo legal em seu texto. 
 
16 
 
Tal descrição se refere à: 
A) Lei de Habeas Corpus (ou Habeas Corpus Act); 
B) Declaração de Direitos da Inglaterra (ou Bill of Rights); 
C) Declaração de Independência dos Estados Unidos da América; 
D) Magna Carta (ou Magna Charta Libertatum); 
E) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
 
 
Comentário: 
A alternativa a ser assinalada é a alternativa “D”. Estudamos neste capítulo que uma das 
principais contribuições e inovações da Magna Carta é a previsão do devido processo legal. 
O Habeas Corpus Act tutelou, principalmente, o direito e a liberdade de ir e vir; a Declaração 
dos Direitos da Inglaterra previu a separação dos poderes; a Declaração de Independência dos 
Estados Unidos da América previu liberdades individuais e a Declaração de Direitos do Homem 
e do Cidadão previu principalmente o estado laico. 
Questão 4 
(CESPE - 2010 – Instituto Rio Branco – Diplomata) O Direito Internacional Humanitário, campo 
das ciências jurídicas com o objetivo de prestar assistência às vítimas de guerra surgiu, 
efetivamente, com a primeira Convenção de Genebra, em 1864. 
 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
 
17 
 
Comentário: 
A alternativa está correta. Com efeito, o Direito Internacional Humanitário, que prevê a 
assistência às vítimas de guerra, surgiu efetivamente com a primeira Convenção de Genebra em 
1864. Depois da primeira convenção de Genebra, as demais surgiram para aprofundar e expandir 
o Direito Internacional Humanitário. 
 
Questão 5 
(PGR - 2011 – Procurador da República) “Eficácia horizontal”, no âmbito da proteção 
internacional dos direitos humanos 
A) Tem o mesmo significado de “Drittwikung”; 
B) Se aplica à tortura como grave violação de direitos humanos no marco da Convenção da 
ONU contra Tortura de 1984; 
C) Não se aplica ao trabalho escravo no marco da Convenção sobre a Escravatura de 1926; 
D) Só se aplica à garantia de direitos humanos no âmbito do espaço público. 
 
 
Comentário: 
O item “A” está correto. Vejamos. “Drittwirkung” é a denominação para “eficácia horizontal” 
em alemão. Embora a tortura seja considerada um dos exemplos de violação grave a direitos 
humanos, a concepção de necessidade de combate à tortura no âmbito das relações privadas 
não encontra previsão na Convenção da ONU de 1984, motivo pelo qual a assertiva “B” está 
incorreta. 
O item “C” também está incorreto porque a escravidão, no âmbito público ou privado, é vedada 
desde a Convenção da ONU sobre a Escravatura, em 1926. 
 
18 
 
O item “D” está incorreto porque a eficácia horizontal dos direitos humanos é aquela aplicada 
no âmbito das relações privadas. 
Questão 6 
(UECE-CEV- 2017 – SEAS-CE - Socioeducador) Atente ao seguinte enunciado:“[...] também 
guiada pelo ideário iluminista, veio a consagrar inúmeros direitos da pessoa, em documentos 
como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, e as Constituições de 1791 
e de 1793, que reconheceram expressamente a liberdade e a igualdade inerentes ao ser humano, 
bem como a necessidade de limitar os poderes estatais, de modo a que estes não interferissem 
na esfera de liberdade dos indivíduos”. 
No que diz respeito aos direitos humanos, o enunciado acima faz referencia ao legado resultante 
da 
A) Revolução Inglesa 
B) Revolução Francesa 
C) Revolução Industrial 
D) Primeira Guerra Mundial. 
 
 
Comentário: 
A alternativa correta é a letra “B”. Como já abordado anteriormente, a Declaração de Direitos 
do Homem e do Cidadão foi anunciada no dia 26 de agosto de 1789 na França, estando 
intimamente ligada à Revolução Francesa. 
 
Questão 7 
(VUNESP – 2018 – PC/SP – Delegado de Polícia) esse documento histórico de remota conquista 
dos direitos humanos foi editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento sobre 
 
19 
 
a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em relação aos 
seus súditos, em especial declarando, dentre outras conquistas, o direito de petição, eleições 
livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas severas: 
a) Petition of Rights, de 1628; 
b) Habeas Corpus Act, de 1679; 
c) The Bill of Rights, de 1689; 
d) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789; 
e) Magna Carta, de 1215. 
 
 
Comentário: 
A assertiva correta é a letra “C”. Com efeito, a Petition of Rights, impunha ao rei o 
reconhecimento de direitos e liberdades civis, o Habeas Corpus Act regulamentou a questão 
das prisões ilegais ou abusivas, a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão visou declarar 
direitos inerentes aos homens e a Magna Carta estabeleceu algumas garantias e imunidades 
aos nobres. A Bill of Rights, por sua vez, criou o direito de petição, as imunidades parlamentares, 
a vedação às penas cruéis, etc. 
 
Questão 8 
(VUNESP – 2013 – PC-SP – Investigador de Polícia) Dentre os documentos reconhecidos 
internacionalmente e que limitaram o poder do governante em relação aos direitos do homem, 
encontra-se o mais remoto e pioneiro antecedente que submetia o Rei a um corpo escrito de 
normas, procurava afastar a arbitrariedade na cobrança de impostos e implementava um 
julgamento justo aos homens. 
Esse importante documento histórico dos direitos humanos denomina-se 
A) Talmude; 
 
20 
 
B) Magna Carta da Inglaterra; 
C) Alcorão; 
D) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França; 
E) Bill of Rights. 
 
 
Comentário: 
A assertiva correta é a letra “B”.O documento histórico descrito no enunciado é a Magna Carta 
da Inglaterra, assinada em 1215 e que constituiu um acordo entre o rei e os barões da Inglaterra, 
destinando-se à proteção dos direitos individuais, evitando inclusive a arbitrariedade excessiva 
na cobrança de impostos e reconhecendo direitos civis como a propriedade privada. 
O Talmude é uma compilação de leis judaicas e o Alcorão é o livro sagrado do Islã. 
 
Questão 9 
(FCC – 2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Legislativo) Um dos 
marcos importantes na evolução histórica dos direitos humanos foi a Magna Carta, sobre a 
qual é correto afirmar que 
A) é o nome latino pelo qual ficou conhecida a Constituição dos Estados Unidos da América, 
documento de 1777 que proclamava o direito de escolha dos governantes pelo voto, o direito 
de propriedade e as liberdades de imprensa, associação e reunião. 
B) também conhecida como Carta das Liberdades, foi firmada logo após a Revolução Francesa, 
sendo o primeiro documento a reconhecer o direito de igualdade e, assim, o caráter universal 
dos direitos humanos. 
 
21 
 
C) data do século XIII, e foi instituída para limitar o poder absoluto dos monarcas ingleses ao 
instituir, entre outras, a regra de que nenhum homem livre poderá ser preso ou privado de seus 
bens sem julgamento de seus pares segundo as leis do país. 
D) foi instituída pelo parlamente britânico em 1648, e contemplou, entre outros, o bill of rights 
ou petição de direitos, dotando os cidadãos do direito de questionar prisões arbitrárias por 
meio do habeas corpus. 
E) data da segunda metade do império romano, tendo sido criação dos juristas romanos para, 
por meio do Senado, limitar o poder absoluto de vida e morte do imperador sobre seus 
governados. 
 
 
Comentário: 
A alternativa correta é a letra “C”. Com efeito, a Magna Carta, um documento de 1215, limitou 
o poder dos monarcas da Inglaterra, especialmente do Rei João, de modo que impedisse o 
exercício do poder absoluto. Considerando toda a explicação já trazida neste capítulo, bem 
como seu conceito, conteúdo e características, temos que a única assertiva que aborda 
corretamente este documento é a letra C. 
 
Questão 10 
(MPT - 2015 – Procurador do Trabalho) Qual das seguintes cláusulas NÃO CONSTA da 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 proclamada durante a Revolução 
Francesa: 
A) A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis 
do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão; 
 
22 
 
B) Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de 
acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam 
executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em 
virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência. 
C) Todos os homens em idade adulta e no pleno gozo de sua sanidade mental têm direito de 
votar e ser votado; 
D) A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração; 
E) Não respondida. 
 
 
Comentário: 
A alternativa a ser assinalada é a letra “C”, pois é a única cláusula que não consta da 
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão. Vejamos. 
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem 
fundamentar-se na utilidade comum. 
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e 
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a 
resistência à opressão. 
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma 
operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente. 
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, 
o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que 
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites 
apenas podem ser determinados pela lei. 
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela 
lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene. 
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, 
pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para 
 
23 
 
todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e 
igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a 
sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos. 
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela 
lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam 
ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão 
convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário 
torna-se culpado de resistência. 
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penasestrita e evidentemente necessárias e 
ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes 
do delito e legalmente aplicada. 
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar 
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser 
severamente reprimido pela lei. 
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, 
desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei. 
Art. 11º. A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos 
do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, 
respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei. 
Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública. 
Esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles 
a quem é confiada. 
Art. 13º. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é 
indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo 
com suas possibilidades. 
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, 
da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu 
emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração. 
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua 
administração. 
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem 
estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição. 
 
24 
 
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser 
privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob 
condição de justa e prévia indenização. 
 
 
25 
 
 
 
GABARITO 
 
Questão 1 - C 
Questão 2 – A 
Questão 3 - D 
Questão 4 - Correta 
Questão 5 - A 
Questão 6 - B 
Questão 7 - C 
Questão 8 - B 
Questão 9 - C 
Questão 10 - C 
 
 
 
26 
 
QUESTÃO DESAFIO 
Quais as estruturas que os direitos humanos podem assumir? 
Máximo de 5 linhas 
 
27 
 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
Em geral, todo direito exprime a faculdade de exigir de terceiro, que pode ser o Estado ou 
mesmo um particular, determinada obrigação. Por isso, os direitos humanos têm estrutura 
variada, podendo ser: direito-pretensão, direito-liberdade, direito-poder e direito-
imunidade. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 direito-pretensão 
O doutrinador Segundo André de Carvalho Ramos (2014) menciona em sua obra que o “direito-
pretensão consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever de prestar. 
Nesse sentido, determinada pessoa tem direito a algo, se outrem (Estado ou mesmo outro 
particular) tem o dever de realizar uma conduta que não viole esse direito. Assim, nasce o 
“direito-pretensão”, como, por exemplo, o direito à educação fundamental, que gera o dever do 
Estado de prestá-la gratuitamente (art. 208, I, da CF/88).” 
 direito-liberdade 
Os direitos humanos têm estrutura variada, podendo ser, dentre outros, direito-liberdade. Sobre 
esse ponto, deve-se mencionar o que informa o doutrinador André de Carvalho Ramos (2014) 
em sua obra sobre direitos humanos. Ele aponta que “O direito-liberdade consiste na faculdade 
de agir que gera a ausência de direito de qualquer outro ente ou pessoa. Assim, uma pessoa 
tem a liberdade de credo (art. 5º, VI, da CF/88), não possuindo o Estado (ou terceiros) nenhum 
direito (ausência de direito) de exigir que essa pessoa tenha determinada religião.” 
 direito-poder 
Em outra vertente, tem-se o direito-poder. Acerca desse ponto André de Carvalho Ramos (2014) 
tece breves comentários, mas importantes para o debate do assunto em menção. Veja-se: “Por 
sua vez, o direito-poder implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada 
sujeição do Estado ou de outra pessoa. Assim, uma pessoa tem o poder de, ao ser presa, 
requerer a assistência da família e de advogado, o que sujeita a autoridade pública a 
providenciar tais contatos (art. 5º, LXIII, da CF/88).” 
 
 
 
28 
 
 direito-imunidade 
André de Carvalho Ramos (2014) aponta que o “direito-imunidade, que acarretam obrigações 
do Estado ou de particulares revestidas, respectivamente, na forma de: (i) dever, (ii) ausência de 
direito, (iii) sujeição e (iv) incompetência.” E acrescenta que “o direito-imunidade consiste na 
autorização dada por uma norma a uma determinada pessoa, impedindo que outra interfira de 
qualquer modo. Assim, uma pessoa é imune à prisão, a não ser em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar (art. 5º, LVI, da CF/88), o que impede que 
outros agentes públicos (como, por exemplo, agentes policiais) possam alterar a posição da 
pessoa em relação à prisão.” 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
Nesta matéria, faz-se de extrema importância a leitura de: 
 
Afirmação histórica dos Direitos Humanos 
 Magna Carta (1.215); 
 Petition of Right (1.628); 
 Habeas Corpus Act (1.679); 
 Bill of Rights inglesa (1.689); 
 Declaração de Direitos da Virginia (1.776); 
 Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1.789); 
 Convenções de Genebra (1.864-1949). 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
https://estudeadverum.com.br/login
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.eduardokraus.OABeiros&hl=en_US
 
31 
 
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos – 8. Ed, revista, ampliada e atualizada. Salvador:Juspodivm, 
2018. 
CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MALHEIRO, Emerson. Curso de Direitos Humanos – 3. Ed. Revista, atualizada e ampliada. São 
Paulo: Atlas, 2016. 
XEREZ, Rogério Saraiva. Direitos fundamentais: eficácia na esfera das relações privadas. Revista 
Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da 
UNIVALI, Itajaí, v.9, n.2, 2º quadrimestre de 2014. Disponível em: < 
https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rdp/article/view/6043/3317>. Acesso em 01.04.2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rdp/article/view/6043/3317
PDF OAB
Direitos Humanos
Capítulo 3
MAT
ERIA
L 
EXE
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AR
 
1 
 
SUMÁRIO 
DIREITOS HUMANOS, CAPÍTULO 3 .................................................................................................... 3 
3. Dimensões/gerações de Direitos Humanos .............................................................................. 3 
3.1 Primeira Dimensão .................................................................................................................................................... 4 
3.2 Segunda Dimensão ............................................................................................................................................. 5 
3.3 Terceira Dimensão ...............................................................................................................................................

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