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Revisão 3ª série 4º Bimestre

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Dialética – Hegel e Marx - 01.10 a 20.10.19
Hegel procurava pela resposta a um problema que já vinha sendo discutido por filósofos como Kant: a questão da relação entre sujeito, isto é, as coisas têm um sentido em si ou só cabe ao sujeito pensante.
A Contradição de pensamentos deixa de ser um limite e passa a ser o Motor. Hegel chama Dialética esse o jogo de tese e antítese e síntese. 
Essa lógica é visível no campo das ideias.
Para Hegel, o objetivo da dialética é refletir a realidade. 
Compreender a mutabilidade da realidade no pensamento.
A dialética Hegeliana se baseia em:
1 - Tudo existe em um tempo médio, ou seja, tudo é finito e transitório.
2 - Tudo é composto de contradições – entendida como "forças opositoras".
3 - Mudanças graduais levam a crises, mudando o ponto defendido quando uma força sobrepõe sua força opositora;
4 - A ideia é que mudanças quantitativas levam a mudanças qualitativas. 
· Esse jogo de ideias se apresenta em espiral, é uma varredura rigorosa das ideias existentes dando lugar a novas ideias.
Heráclito e de Parmênides já na idade antiga apresentaram esse jogo dialético, ao defenderem princípios contrários para um mesmo assunto. Para o primeiro tudo está em constante mudança, para o segundo, tudo é inerte, estático e imutável. A dialética se processa em três momentos:
Primeiro é a Tese, que corresponde uma ideia ou um pensamento.
Segundo, seria a Antítese – um pensamento diferente da tese, uma ideia contrária a tese.
Terceiro vem a Síntese – uma terceira ideia que se apresenta como uma reflexão entre a primeira ideia e a segundo ideia.
No entanto, essa síntese passa a ser uma nova tese para uma dialética. Conclusão: Hegel traz para o campo da racionalidade humana as mesmas leis que regem as mudanças no reino da natureza.
Se tudo que nasce, cresce vive e morre, assim também são as ideias. Embora tudo deixe a sua semente. No exemplo, podemos perceber facilmente os três elementos do raciocínio:
Tese: O investimento em educação é fundamental para o nosso país, pois constitui a principal base para o desenvolvimento.
Antítese: Não é a educação, mas a escolha de bons administradores como governantes que permite o desenvolvimento.
Síntese (reafirmadora): Ainda que o governante seja competente, o verdadeiro desenvolvimento só virá de indivíduos qualificados em todos os setores – o que só pode ser atingido com boa educação. 1 - O materialismo dialético é a concepção filosófica chama-se materialismo dialético, porque o seu modo de abordar os fenômenos da natureza, seu método de estudar esses fenômenos e de concebê-los, é dialético, e sua interpretação dos fenômenos da natureza, seu modo de focalizá-los, sua teoria, é materialista.
· 
· "Meu método dialético — diz Marx — não só é fundamentalmente diverso do método de Hegel, mas é, em tudo e por tudo, o seu reverso. Para Hegel o processo do pensamento que ele converte inclusive em sujeito com vida própria, sob o nome de idéia, é o demiurgo (criador) do real e este, a simples forma externa em que toma corpo. Para mim, o ideal, ao contrário, não é mais do que o material, traduzido e transposto para a cabeça do homem
Diz Marx: "Não é a consciência dos homens que determina seu ser, mas, pelo contrário, seu “ser social” é que determina sua consciência". “Ser Social” para Marx é o indivíduo em sua relação consigo mesmo, com os outros, com a natureza. O foco dessa relação é a capacidade de sobreviver diante de tudo que se apresentar: fugir, se afastar se aproximar, capturar, se abrigar, se proteger, atacar, se defender.........tudo isso com o intuito de SOBREVIVER.
· Assim, vamos percebendo que o ser humano, mulher e homem, vão se construindo nessa relação com a natureza, com o mundo material.
 Daí que vem o conceito de MATERIALISMO HISTÓRICO, isto é, essa luta contínua para sobreviver, garantiu a construção de sua história, marcada pela constante luta de classes. “Luta de Classes”, é o conflito potencializado pela necessidade de sobrevivência. O ser humano vive uma luta consigo mesmo, com o outro e com a natureza.
A vitória dessas lutas significou o ganho de técnicas, conhecimentos, práticas e rotinas. A tudo isso Marx denominou TRABALHO. 
· O trabalho foi, antes de tudo, uma atividade: Necessária – porque dela, dependia a sua sobrevivência; Espontânea – porque era guiada por uma necessidade real e dependia só de você;
Livre – porque você obedecia apenas a sua necessidade; Prazerosa – porque era criativa, estratégica, nova a cada episódio de busca por abrigo proteção e alimento
· O trabalho no modo capitalista ganha outro significado. A necessidade dá lugar a obrigação; A espontaneidade dá lugar a única condição; A Liberdade dá lugar a repetição constante; O Prazer dá lugar a alienação. MATERIALISMO HISTÓRICO: significa que a realidade na qual os humanos vivem é que vai determinar a sua consciência. Para Marx, toda consciência é consciência de classe.
A realidade é múltipla sendo assim, ela é dialética, isto é, tem o potencial de se transformar em outra coisa. EXERCÍCIOS NO CADERNO DE CADA ALUNO – 0,50 PONTOS
· O que é o materialismo Histórico?
Qual o significado de “matéria” na visão de Marx?
Por que para Marx a “consciência” só é formada pela experiência de vida da pessoa?
No contexto do trabalho no modo antigo e no modo capitalista, como ocorre a Dialética?
Situação 2 - 4º Bimestre – 3ª Série ABCD
Habilidade: comparar discurso filosófico e discurso literário; aprofundar compreensão sobre o que é Filosofia em comparação com a Literatura. Poema - Começo a conhecer-me. Não existo Começo a conhecer-me. Não existo. Sou o intervalo entre o que desejo ser e os [outros me fizeram, ou metade desse intervalo, porque também [há vida... Sou isso, enfim... Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor. Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo. Um universo barato.
PESS0A, Fernando (Álvaro de Campos). Poemas de Álvaro de Campos
Podemos dizer que o discurso literário se diferencia do filosófico pelo fato que:
 I) Ele busca suscitar em nós emoções;
 II) Ele tem um caráter fictício;
 III) Ele representa situações universais (o universal) sob a forma de um conjunto de representações individuais. 
No texto filosófico, os personagens são as teses defendidas. Essas teses estão apoiadas sobre argumentos. 0 texto filosófico é um texto de tipo argumentativo.
Em geral o fato de o discurso filosófico expressar-se através de gêneros textuais diferentes.
Formas de Filosofar na história:
Uma das primeiras formas de expressão foi a poesia;
 Platão fez uso dos diálogos;
 As cartas também foram instrumentos de expressão de ideias filosóficas;
 A autobiografia tem sido usada para expressar concepções filosóficas;
 O gênero apologético, ou defesa de uma ideia vital;
 0 tratado científico foi introduzido por Aristóteles;
Os textos em aforismos(ideias breves), como o Tractatus, de Wittgenstein;
 Diferenciar a Filosofia da Literatura é complexa pois o critério de demarcação sempre estará ocupando a linha de fronteira. Platão considerava que a Poesia busca comover e que a Filosofia procura a verdade. A Literatura talvez seja o discurso que menos se distanciou do discurso filosófico, uma vez que poetas, romancistas e cronistas tratam de questões filosóficas como a finalidade da existência humana e de dramas éticos.
O Banquete de Platão – O Discurso sobre o Amort
Agaton critica os seus antecessores, pois acha que eles enalteceram Eros sem contudo explicar a sua natureza. Ele diz: "Para se louvar a quem quer que seja, o verdadeiro método é examiná-lo em si mesmo para depois enumerar os benefícios que dele emanam". Diz, ao contrário de Fedro, que Eros é um deus jovem. Depois passa a enumerar as suas virtudes, ou seja, a justiça, a temperança e a potência desse deus. o vencedor do concurso e dono da casa, que usa seu discurso para fazer belos jogos de palavras. Segundo o poeta, Eros, o amor, seria o mais jovem entre todos os deuses e seria marcado pela sua beleza, pela sua virtude e pela sua superioridade em relaçãoaos seus pares. 
Digo eu então que de todos os deuses, que são felizes, é o Amor, se é lícito dizê-lo sem incorrer em vingança, o mais feliz, porque é o mais belo deles e o melhor. Ora, ele é o mais belo por ser tal como se segue. Primeiramente, é o mais jovem dos deuses.
Sócrates, o sexto orador, considerado o mais importante dos oradores presentes, afirma que o amor é algo desejado, mas este objeto do amor só pode ser desejado quando lhe falta e não quando possui, pois ninguém deseja aquilo de que não precisa mais. E Diz: o que se ama é somente "aquilo" que não se tem. E se alguém ama a si mesmo, ama o que não é. O "objeto" do amor sempre está ausente, mas sempre é desejado. A verdade é algo que está sempre mais além, sempre que pensamos tê-la atingido, ela nos escapa entre os dedos. Diz ele: se em vez de uma probabilidade não é uma necessidade que seja assim, o que deseja deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja, se não for carente. É espantoso como me parece ser uma necessidade. Por esse motivo o amor é, antes de tudo, carência e procura, busca por aquilo que não temos. Para Sócrates o amor não seria um deus e sim uma entidade intermediaria entre os homens e os deuses.
Alcibíades põe fim aos louvores a Eros e inicia elogios a Sócrates. Com o encerramento das honrarias a Eros e o início dos elogios a Sócrates, para o pensador, Sócrates encarna o próprio Eros, ou seja, encarna a filosofia. Se não bastasse, Alcibíades anuncia ter grande amor por Sócrates: como pode um jovem de beleza exuberante fazer elogios e anunciar o seu amor (philia) a um velho tão desfeito como Sócrates? Insere-se aí a valoração da filosofia e um novo valor: a beleza interior superior à beleza exterior, perecível. "Tu Sócrates é mui diferente deles e com simples palavras consegues encantar. Não sinto o mesmo nem quando escuto o mais perfeito orador; quando porém é tu que dizes, ainda que palavras vulgares, fico aturdidos e empolgado. Se não pensassem que estou embriagado, eu vos contaria, sob juramento, o tanto que sofri sob o efeito dos discursos deste homem, e ainda sofro. Quando o escuto, bate-me o coração, e lágrimas me escorrem sob o efeito dos seus discursos; diferentemente, ao ouvir Péricles porém, e outros bons oradores, eu achava que falavam bem sem dúvida, mas nada de semelhante eu sentia“. É assim que surge o Mito da Caverna que conta a história do amor entre o ser humano e a verdade e esse amor é, infelizmente carregado de perseguições, temores, assombros, porém é a história que consagra a possibilidade da humanidade ter um final feliz.
Erixímaco, médico, devido à sua profissão, defende o amor saudável, com equilíbrio e moderação. Ele afirma estar de acordo com as ideias de Pausânias sobre a dualidade do amor, mas acha que este arrematou mal a ideia e, por isso tentou conciliar. Seu discurso parte da seguinte reflexão: A natureza dos corpos, com efeito, comporta esse duplo Amor; o sadio e o mórbido são cada um reconhecidamente um estado diverso e dessemelhante, e o dessemelhante deseja e ama o dessemelhante. Um portanto é o amor no que é sadio, e outro no que é mórbido. dizendo que o Eros não existe somente nas almas dos homens, mas em muitos outros seres: nos corpos dos animais, nas plantas que brotam da terra, em toda natureza. Para ele, a natureza orgânica comporta dois eros: saúde e doença, e que "o contrário procura o contrário". Um é o amor que reside no corpo são; o outro é o que habita no corpo enfermo. Tal qual a medicina, que procura a convivência entre os contrários, o amor deve procurar o equilíbrio entre as necessidades físicas e espirituais. a arte do amor é a arte do equilíbrio e da manutenção saudável das forças do bem e do mau.
Aristófanes, o quarto orador, começa o seu discurso enfatizando o total desconhecimento por parte dos homens acerca do poder de Eros. Para conhecer esse poder, ele diz que é preciso antes conhecer a história da natureza humana e, dito isto, passa a descrever a teoria dos andróginos, que é o mito da nossa unidade primitiva e posterior mutilação. Segundo Aristófanes, na humanidade haviam três gêneros: o masculino, o feminino e um terceiro, andrógino. Esses seres eram inteiramente autossuficientes, até que os deuses resolveram parti-los ao meio, dessa forma eles estariam condenados a infelicidade eterna por não serem mais completos. Os três gêneros de seres humanos, que eram duplos em si mesmos: havia o gênero masculino, o feminino e o masculino feminino, o qual era chamado de Andrógino.
“Assim, Zeus temendo a intemperança dos homens, tornou-os mais fracos. E disse: eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas. Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando.”
Estoicismo/ epicurismo – 12.11 a 22.11.2019 
Estoicismo
O Estoicismo ou Escola Estoica é uma doutrina filosófica fundamentada nas leis da natureza, que surgiu na Grécia no século IV a.C. (por volta do ano 300), durante o período denominado helenístico (III e II a.C.).
Foi fundada pelo filósofo grego Zênon de Cítion (333 a.C.- 263 a.C.), e vigorou durante séculos (até III d. C.) tanto na Grécia, quanto em Roma. O termo “Estoicismo” surge da palavra grega “stoá”, que significa pórtico, locais de ensinamentos filosóficos.
O estoicismo, corrente que enfatizava a paz de espírito e considerava a autossuficiência seu maior objetivo, baseou-se na filosofia de influência platônica (referente aos ideais do filósofo grego Platão) e no “Cinismo”.
Ou seja, uma corrente filosófica donde a "virtude" é considerada suficiente para atingir a felicidade. Além disso, a escola estoica influenciou o desenvolvimento do Cristianismo.
Epicurismo
a principal característica do Epicurismo é o atomismo. Na moral, a identificação do bem soberano como prazer, que há de ser encontrado na prática da virtude e na cultura do espírito.
A doutrina de Epicuro substitui o bem pelo prazer e o mal pela dor. A felicidade consiste em assegurar-se com o máximo de prazer e o mínimo de dores, por meio da saúde do corpo e do espírito.
Esse conceito difundido por Epicuro está enraizado no Hedonismo. Ou seja, deu origem a uma doutrina filosófica e moral que tem como base o "prazer", modo de obtenção da felicidade humana.
Por conseguinte, tanto a ética como a teoria política dos epicuristas, apoiava-se inteiramente numa base utilitária.
Em contraste com o Estoicismo, não insistiam na virtude como um fim em si mesmo, mas ensinavam que o homem devia ser bom unicamente para aumentar a sua própria felicidade.
Negavam uma existência de uma justiça absoluta e acreditavam que as instituições seriam justas na medida em que contribuíssem para a felicidade do indivíduo.
Diferença entre Estoicismo e Epicurismo
Quando tratamos de observar essas duas correntes filosóficas, fica claro que elas se diferem em alguns aspectos. O Estoicismo, baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da natureza, assegurava que o universo era governado por uma razão universal divina (Logos Divino).

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