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LETICIA T SANTOS - MEDICINA 1. QUAIS OS ESTÍMULOS NECESSÁRIOS PARA UMA AMAMENTAÇÃO EFICAZ? As mamas são estruturas glandulares, situadas na parede anterior e superior do tórax, que derivam de glândulas sudoríparas modificadas. A lactogênese é o mecanismo de início da lactação. Este processo tem dois núcleos, o endócrino e o nervoso. Após o parto, a ausência do hormônio placentário estrógeno, libera a ação da prolactina, então, a secreção láctea depende da privação estrogênica. A prolactina é o hormônio que desempenha papel relevante na ejeção do leite e é liberado quando o mamilo é manipulado pelo neonato, através do processo de sucção e mediante estimulação mecânica ou manual. Estes estímulos acionam o hipotálamo, onde se sintetiza o fator de liberação de prolactina e a dopamina (fator inibidor de prolactina). 2. QUAIS AS CONTRAINDICAÇÕES PARA AMAMENTAÇÃO? Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em alguns casos há contraindicação absoluta quando a mãe é portadora de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou (Vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV), uma vez que existe risco de esses vírus serem transmitidos para a criança via aleitamento materno. Em relação à vacina, se a criança amamentada possui menos de 6 meses e a vacina é para febre amarela, recomenda-se aguardar 10 dias após a vacinação. Porém, nesse período é importante continuar estimulando a produção de leite. São poucos os medicamentos utilizados pela mãe que impedem a amamentação: quimioterápicos, amiodarona, dentre outros. Mães em uso de droga ilícita não devem amamentar seus filhos enquanto estiverem fazendo uso dessas substâncias. Além disso, também se contraindica o aleitamento em casos de galactosemia, doença congênita grave por déficit da enzima galactose-1-fosfato uridil transferase no fígado, a qual é contraindicação absoluta ao aleitamento materno, e os pacientes devem tomar um leite completamente inseto de lactose. Ademais, no recém-nascido (menos de 15 dias), o herpes simples produz uma infecção geral e potencialmente mortal, e apesar do contágio normalmente acontece durante o parto, foram descritos alguns casos de contágios pelo peito, portanto, durante o primeiro mês, a presença de lesões de herpes simples no mamilo contraindica o aleitamento materno desse lado até a sua cura, mas a amamentação pode continuar do outro lado e o herpes-zoster não contraindica a amamentação. Por fim, ressalta-se que a recente infecção humana causada pelo coronavírus SARS-CoV2 (COVID-19), segundo a SBP (2020), que informa como atuar na amamentação em caso de mães com suspeita ou infectadas pelo COVID- 19, não contraindica a amamentação desde que a mãe tenha os cuidados de higienização das mãos e uso de máscara durante a amamentação, conforme norma da Disease Control and Prevention (CDC). A recomendação foi baseada em um estudo realizado por Chen e colaboradores (2020), o qual relatou, em pacientes com pneumonia causada pelo COVID-19, a ausência de vírus no líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, leite materno e swab da orofaringe do recém-nascido. Além dos benefícios do leite materno, a amamentação continuada tem o potencial de transmitir anticorpos maternos protetores ao bebê através do leite materno, podendo proteger do vírus, durante a amamentação, o recém-nascido cuja mãe esteja infectada por COVID-19. LETICIA T SANTOS - MEDICINA REFERÊNCIAS: ALINE YANE DA SILVA, BACELAR. Tipo de parto e amamentação: uma revisão de literatura. 2018. GONZÁLEZ, Carlos. Manual prático de aleitamento materno. Timo/Uniqua Editora e Estudio de Design LTDA-ME, 2018. REIS, Kamilla Milione Nogueira et al. ARTIGO REVISÃO–Aleitamento materno: aspectos gerais da importância a contraindicação. Revista Científica UNIFAGOC-Saúde, v. 5, n. 2, p. 50-60, 2021. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre. 2017 TORTORA, G.J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2017 VIEIRA, Lucas Gabriel; MARTINS, Géssica Faria. Fisiologia da mama e papel dos hormônios na lactação. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 6, n. Especial, 2018.
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