Buscar

ANATOMOFISIOLOGIA APLICADA A ESTETICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANATOMOFISIOLOGIA
APLICADA
João Armando Brancher
Walquiria Aparecida Garcia Zonta
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens de capa: © Tefi // Shutterstock; © Stihii // Shutterstock; e © BlueRingMedia // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2016
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Superintendente 
Reitor
Pró-Reitor Acadêmico
Coordenador Geral de EAD
Coordenadora Editorial
Autoria 
Supervisão Editorial
Parecer Técnico
Validação Institucional
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Renato Dutra
Profa. Manoela Pierina Tagliaferro
Prof. João Armando Brancher 
Profa. Walquiria Aparecida Garcia Zonta 
Aline Scaliante Coelho
Altair Argentino Pereira Junior
Francine Fabiana Ozaki e Regiane Rosa
Valdir de Oliveira
FabriCO
KOL Soluções em Gestão do 
Conhecimento Ltda EPP 
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação .................................................................................................................... 9
Os autores ........................................................................................................................10
Capítulo 1 
Corpo humano em equilíbrio .......................................................................................... 13
1.1 Organização estrutural do corpo humano ................................................................ 13
1.1.1 Células .....................................................................................................................................................................14
1.1.2 Tecidos ................................................................................................................................................................... 16
1.1.3 Órgãos .....................................................................................................................................................................17
1.1.4 Sistemas ..................................................................................................................................................................18
1.2 A linguagem da anatomia ........................................................................................18
1.2.1 Posição anatômica ..................................................................................................................................................19
1.2.2 Planos e secções .....................................................................................................................................................19
1.2.3 Termos de direção e posição ................................................................................................................................. 20
1.2.4 Cavidades do corpo ............................................................................................................................................... 22
1.3 Homeostase: palavra-chave da fisiologia..................................................................25
1.3.1 Definição ................................................................................................................................................................ 25
1.3.2 Importância ........................................................................................................................................................... 25
1.3.3 Mecanismos de controle ....................................................................................................................................... 26
1.3.4 Desequilíbrio homeostático .................................................................................................................................. 26
1.4 Nutrição e metabolismo ............................................................................................27
1.4.1 Componentes inorgânicos ..................................................................................................................................... 27
1.4.2 Componentes orgânicos ........................................................................................................................................ 28
1.4.3 Mecanismos celulares de transporte ..................................................................................................................... 28
1.4.4 Produção de energia ............................................................................................................................................. 30
Referências ......................................................................................................................31
Capítulo 2 
Sustentação e movimento do corpo ...............................................................................33
2.1 Sistema esquelético ..................................................................................................33
2.1.1 Fisiologia do tecido ósseo ...................................................................................................................................... 33
2.1.2 Classificação dos ossos .......................................................................................................................................... 34
2.1.3 Esqueleto axial ....................................................................................................................................................... 37
2.1.4 Esqueleto apendicular ............................................................................................................................................ 39
2.2 Sistema articular ........................................................................................................42
2.2.1 Articulações fibrosas .............................................................................................................................................. 43
2.2.2 Articulações cartilaginosas .................................................................................................................................... 45
2.2.3 Articulações sinoviais ............................................................................................................................................ 46
2.2.4 Movimentos articulares ......................................................................................................................................... 47
2.3 Sistema muscular ......................................................................................................48
2.3.1 Organização estrutural dos músculos esqueléticos .............................................................................................. 49
2.3.2 Músculos da cabeça e pescoço ............................................................................................................................. 50
2.3.3 Músculos do tronco e membros ............................................................................................................................51
2.3.4 Fisiologia da contração e relaxamento muscular .................................................................................................. 53
2.4 Estruturas associadas ................................................................................................55
2.4.1 Elementos acessórios das articulações sinoviais ....................................................................................................55
2.4.2 Tendões e ligamentos............................................................................................................................................ 56
2.4.3 Aponeuroses .......................................................................................................................................................... 56
2.4.4 Fáscias .................................................................................................................................................................... 56
Referências ......................................................................................................................58
Capítulo 3 
Nutrição de células e tecidos – circulação sanguínea .....................................................59
3.1 Sangue .......................................................................................................................59
3.1.1 Funções do sangue ................................................................................................................................................. 59
3.1.2 Plasma e elementos figurados ............................................................................................................................... 60
3.1.3 Séries branca e vermelha ....................................................................................................................................... 62
3.1.4 Hemostasia ............................................................................................................................................................ 63
3.2 A bomba cardíaca e vasos da base ...........................................................................64
3.2.1 Morfologia externa do coração ............................................................................................................................. 64
3.2.2 Câmaras cardíacas ................................................................................................................................................. 68
3.2.3 Valvas cardíacas e importância fisiológica ............................................................................................................ 69
3.2.4 Vasos da base cardíaca .......................................................................................................................................... 70
3.3 Atividade intrínseca do coração ................................................................................70
3.3.1 Marcapasso cardíaco.............................................................................................................................................. 72
3.3.2 Atividade elétrica do músculo cardíaco ................................................................................................................ 72
3.3.3 Controle neural do coração ................................................................................................................................... 73
3.4 Rotas circulatórias ......................................................................................................73
3.4.1 Aorta e principais ramos ........................................................................................................................................ 77
3.4.2 Retorno venoso ..................................................................................................................................................... 80
3.4.3 Pressão arterial ...................................................................................................................................................... 82
3.4.4 Perfusão sanguínea ............................................................................................................................................... 83
Referências .....................................................................................................................84
Capítulo 4 
Hematose e oxigenação de células e tecidos ..................................................................85
4.1 Vias aéreas .................................................................................................................85
4.1.1 Vias aéreas condutoras ........................................................................................................................................... 86
4.1.2 Vias aéreas respiratórias ......................................................................................................................................... 91
4.1.3 Funções das vias aéreas ......................................................................................................................................... 91
4.1.4 Produção de voz ..................................................................................................................................................... 93
4.2 Respiração pulmonar.................................................................................................94
4.2.1 Mecânica da ventilação pulmonar ........................................................................................................................ 94
4.2.2 Hilo, raiz e lobos pulmonares ................................................................................................................................ 95
4.2.3 Segmentação dos brônquios ................................................................................................................................ 97
4.2.4 Hematose .............................................................................................................................................................. 99
4.3 Respiração tecidual ..................................................................................................100
4.3.1 Transporte de oxigênio para os tecidos ............................................................................................................... 100
4.3.2 Absorção de oxigênio pelas células ......................................................................................................................101
4.3.3 Difusão de dióxido de carbono para o líquido extracelular .................................................................................101
4.3.4 Transporte de dióxido de carbono para os pulmões ............................................................................................101
4.4 Regulação da respiração ..........................................................................................102
4.4.1 Centro respiratório ................................................................................................................................................102
4.4.2 Influências sobre o centro respiratório .................................................................................................................102
4.4.3 Controle dos músculos inspiratórios e expiratórios ............................................................................................. 104
4.4.4 Doença pulmonar obstrutiva crônica .................................................................................................................. 104
Referências ....................................................................................................................106
Este livro foi desenvolvido com a intenção de tornar o estudo da Anatomofisiologia 
mais simples. Desse modo, os vários sistemas do que formam o corpo humano serão 
apresentados como se você estivesse assistindo a uma aula, e a linguagem utilizada fará 
com que você associe e integre conhecimentos e, principalmente, pense sobre o assun-
to. Aproveite a leitura!
Apresentação
Aos estudantes, estímulo maior para 
a busca contínua pelo aprendizado por 
parte de nós, professores.
Os autores
O Professor João Armando Brancher é Doutor em Ciências da Saúde pela 
PUC/PR, Mestre em Bioquímica pela UFPR e Graduado em Odontologia pelaPUC/PR. 
Atua como professor universitário desde 2001.
Currículo Lattes: 
 <lattes.cnpq.br/5460397708527612>
A Deus porque Dele, por Ele e para Ele são todas 
as coisas na minha vida, e a minha família, que é 
o maior presente que Ele me concedeu.
A Professora Walquiria Aparecida Garcia Zonta é Mestre em Engenharia 
de Produção pela UFSC com ênfase em Gestão do Conhecimento e Especialista em 
Fisioterapia Cardiorrespiratória pela UTP. Graduada em Fisioterapia pela UTP, atua 
como professora de Anatomia, Neuroanatomia e Anatomofisiologia em cursos de gra-
duação desde 1986 e em cursos de pós-graduação desde 2000. 
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/4511820754523704>
1 Corpo humano em equilíbrio
O corpo humano é uma máquina excepcional e é ele que possibilita que nos 
expressemos, movimentemos, emocionemos, sintamos medo e tomemos atitudes 
frente a esse sentimento. Isso porque milhões de unidades de células conseguem, 
juntas, formar tecidos, órgãos e sistemas altamente especializados que funcionam 
harmonicamente em um ambiente altamente equilibrado.
O equilíbrio corpóreo é indispensável para a manutenção de uma vida saudável. Ao 
envelhecer ou em caso de doenças, nosso corpo perde a capacidade de mantê-lo, então, 
o que devemos fazer para ter uma vida longa e produtiva? Com a leitura deste material, 
entenderemos como o corpo humano é organizado estruturalmente e como tais estru-
turas desempenham suas funções e colaboram para a manutenção desse equilíbrio.
Enquanto estrutura é a palavra-chave da Anatomia, equilíbrio ou homeostasia é a palavra-chave 
da Fisiologia.
1.1 Organização estrutural do corpo humano 
A Anatomia é o estudo das estruturas que compõem o corpo humano. Depen-
dendo da dimensão das estruturas que são estudadas, a anatomia pode ser considerada 
microscópica ou macroscópica. A anatomia microscópica depende da utilização de 
instrumentos para ampliação, como o microscópio: essa é a maneira de estudar células 
e tecidos. A anatomia macroscópica não depende de equipamentos para ampliação, 
pois compreende o estudo de estruturas que podem ser observadas a olho nu. O termo 
anatomia deriva da palavra grega temnein, que significa cortar, uma vez que o seu prin-
cipal método de estudo é a dissecação.
O corpo humano é formado por unidades estruturais microscópicas chamadas 
células, que se agrupam formando os tecidos. A organização de dois ou mais dife-
rentes tecidos dá origem a órgãos que, quando são especializados para executar 
funções semelhantes, formam os sistemas orgânicos. 
Células Tecidos Órgãos Sistemas orgânicos
São esses sistemas orgânicos que estudaremos em mais detalhes ao longo 
desta seção. 
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 14
1.1.1 Células
As células eucarióticas são as unidades estruturais dos diferentes sistemas bioló-
gicos do corpo humano, formado por aproximadamente 100 trilhões delas. Sua prin-
cipal característica é a presença de um núcleo, de organelas compartimentalizadas, 
citoesqueleto (formado por microfilamentos, filamentos intermédios e microtúbulos) 
e membrana citoplasmática, como mostra a figura a seguir. Devido a essa compar-
timentalização das organelas, diferentes reações biológicas essenciais à vida ocorrem 
simultaneamente, mas, ao mesmo tempo, cada célula mantém sua individualidade. 
Principais componentes da célula eucariótica
Núcleo
Nucléolo
Microvilosidades
Vesículas
Centríolos
Mitocôndria
Microtúbulos
Citoplasma
Membrana plasmática
Complexo de Golgi
Retículo endoplasmático
©
 L
a 
G
or
da
 / 
/ S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
Desenho de uma célula e seus principais componentes. 
O núcleo funciona como o centro de controle da célula e contém o material gené-
tico que codifica todas as proteínas do corpo humano. Em resposta a uma sinalização 
extracelular proveniente, por exemplo, do sistema endócrino, o núcleo determina 
quais e quantas proteínas deverão ser sintetizadas. Nem sempre as células possuem 
um núcleo único, células musculares, osteoclastos e outras possuem múltiplos núcleos, 
enquanto os glóbulos vermelhos são anucleados.
Examinando um pouco mais de perto, no interior do núcleo existem áreas conden-
sadas com proteínas, ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA). Essas 
áreas são denominadas nucléolos. Ainda, no interior do núcleo de uma célula que não 
está em divisão, os 23 pares de cromossomos presentes aparecem dispersos em uma 
rede delicada chamada de cromatina. O núcleo também possui a sua membrana, o 
envelope nuclear, formado por uma membrana dupla cujo lado interno possui proteínas 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 15
que auxiliam na manutenção da forma do núcleo e na organização do DNA nuclear. O 
lado externo da membrana nuclear se fusiona com o retículo endoplasmático rugoso, 
que é caracterizado pela presença de ribossomos em sua superfície, cuja função é 
a síntese de proteínas. A comunicação entre o lado interno do núcleo e a superfície 
externa é facilitada por poros nucleares, que funcionam como uma rede intrincada de 
canais de passagem de substâncias.
Tanto o núcleo celular quanto os demais compartimentos celulares estão imersos 
no líquido intracelular, o citosol. Dessa forma o conjunto formado pelo citosol e pelas 
organelas é denominado citoplasma. Entre as organelas citoplasmáticas, as prin-
cipais são: retículo endoplasmático liso e rugoso, complexo de Golgi, lisossomos, 
proteossomos, peroxissomos e mitocôndrias.
O retículo endoplasmático (RE) é do que uma rede de membranas dobradas que 
se estendem por todo o citoplasma. O RE liso é assim chamado pela ausência de ribos-
somos e é especializado na síntese de ácidos graxos e hormônios esteroidais.
O complexo de Golgi (CG) mantém uma relação funcional importante com o RE 
rugoso: ele recebe vesículas provenientes do RE e processa o material contido nessas 
vesículas para posteriormente liberá-las na forma de lisossomos. 
Os lisossomos são organelas com enzimas responsáveis pela digestão de carboi-
dratos, lipídios e proteínas. Outras funções importantes atribuídas a essas organelas 
são a autofagia e a autólise, processos que permitem reciclar organelas celulares ou 
células inteiras. Com função semelhante, os proteossomos são vesículas celulares ricas 
em enzimas proteolíticas que destroem proteínas do próprio citoplasma celular. Outras 
estruturas vesiculares semelhantes aos lisossomos são os peroxissomos, vesículas abun-
dantes em células hepáticas e renais, uma vez que esses órgãos são importantes na 
eliminação de subprodutos do metabolismo corpóreo. 
A usina energética das células é a mitocôndria. Essa organela é formada por duas 
membranas distintas: a membrana mitocondrial externa (MME) e a mitocondrial interna 
(MMI), que contém os complexos mitocondriais responsáveis pela produção de energia. 
A MMI se projeta para dentro da matriz mitocondrial, criando um ambiente propício para 
a geração de energia. Diferentemente das outras organelas, as mitocôndrias possuem 
seu próprio material genético.
O citosol é essencialmente constituído por água, e várias reações celulares impor-
tantes ocorrem nesse ambiente. Além disso, nutrientes, íons e resíduos do metabolismo 
celular também podem ser encontrados no citosol. 
O citoesqueleto é formado por proteínas que estabilizam a célula e permitem sua 
movimentação, funcionando como se fosse a estrutura de metal que suporta um edifício. 
Porém, enquanto algumas das proteínas formam um arcabouço de suporte da célula, 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 16
como é o caso dos filamentos intermediários, outras funcionam como um sistema viário 
direcionando o transporte de vesículas secretoras, como ocorre com os microtúbulos.
A delimitação externa da célula é a membrana citoplasmática, que é uma 
membrana dupla essencialmente lipídica e proteica, mas que possui certa quanti-
dade de carboidratos, com papel importante na comunicação entre células e das 
células com o meio aquoso no qual elas estão inseridas. Sua principalcaracterística é 
a permeabilidade seletiva, isto é, a capacidade de controlar o fluxo de entrada e saída 
de substâncias da célula. Os lipídios da membrana plasmática formam duas camadas 
sobrepostas, que denominamos bicamada. A bicamada é permeada por proteínas que 
mergulham nos lipídios. Algumas vezes, essas proteínas podem passar de um lado a 
outro, sendo assim denominadas proteínas integrais. As proteínas periféricas, por sua 
vez, ficam ligadas na superfície da bicamada. Na superfície externa da membrana plas-
mática, as proteínas possuem carboidratos ligados a elas, formando uma importante 
estrutura que funciona como sinalizador celular, por exemplo, para os hormônios. 
1.1.2 Tecidos
Quando células se agrupam, formam-se os tecidos, que são aglomerados de 
células com o mesmo grau de diferenciação e as mesmas funções. Quatro são os 
grupos de tecidos básicos do corpo humano: tecido epitelial, tecido conjuntivo e de 
apoio, tecido muscular e tecido nervoso.
Os tecidos epiteliais se organizam em forma de lâminas, formando camadas de 
células contínuas, denominadas epitélio de revestimento, ou como glândulas, respon-
sáveis pela secreção de substâncias. Além de recobrirem toda a superfície externa do 
corpo, os tecidos epiteliais revestem o interior das vísceras. Entre suas várias funções, 
destacam-se: proteção de tecidos subjacentes, transporte de moléculas, secreção e 
absorção de substâncias, percepção de estímulos externos e controle do movimento de 
substâncias entre os compartimentos do corpo. 
Os tecidos conjuntivos e de apoio são abundantes no corpo humano. Possuem 
formas variadas e diferentes funções, tais como: suporte estrutural, meio para trocas 
de nutrientes ou resíduos, defesa e proteção do corpo e armazenamento de nutrientes. 
Ossos, cartilagens e ligamentos também são exemplos de tecidos conjuntivos.
Os tecidos musculares, por sua vez, são responsáveis por desempenhar movimentos 
coordenados. Existem três tipos de tecidos musculares: o tecido muscular estriado esque-
lético, o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso. A nomenclatura 
desses tecidos se dá em virtude da presença de estrias transversais claras e escuras que 
correspondem aos sarcômeros, unidades contráteis das células musculares.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 17
O sarcômero é formado por proteínas contráteis chamadas de actina e miosina. Na presença de 
cálcio, essas fibras deslizam umas sobre as outras, resultando na contração muscular.
O tecido estriado esquelético se caracteriza pela movimentação voluntária do 
corpo humano e recebe essa denominação porque está ligado ao esqueleto e apre-
senta estrias transversais quando visto sob microscopia. 
O músculo estriado cardíaco é encontrado na bomba cardíaca (o coração), e sua 
função involuntária é impulsionar o sangue pelos vasos sanguíneos. Outro tipo de 
tecido muscular involuntário é o tecido muscular liso, localizado, em geral, nas paredes 
dos órgãos ocos, como vasos sanguíneos, vias respiratórias e intestinos. Recebe esse 
nome porque seus sarcômeros se encontram desorganizados no citoplasma.
O tecido nervoso funciona como uma rede de comunicação entre o corpo e o 
ambiente no qual ele está inserido e também é responsável pelo controle interno do 
corpo humano, contribuindo para a homeostasia. 
Os tecidos são formados por células especializadas. No caso do tecido nervoso, 
existem dois tipos de células altamente especializadas: os neurônios e as células da glia, 
também conhecidas como neuróglia. Neurônios são células responsáveis pela condução 
do impulso nervoso e consistem basicamente em um corpo celular e prolongamentos 
chamados de axônios, dendritos e telodendritos. Já as células da neuroglia funcionam 
como uma cola neural, responsáveis, portanto, pela sustentação dos neurônios, nutrição 
e, em alguns casos, formação das bainhas de mielina, estruturas lipídicas que isolam as 
células nervosas e contribuem para o aumento da propagação do impulso nervoso.
1.1.3 Órgãos
Um órgão é uma estrutura complexa que resulta da associação de dois ou mais 
tecidos cujas funções são complementares e, quando executadas em conjunto, 
permitem ao órgão desempenhar uma ou mais funções. Os órgãos são observados 
a olho nu como uma unidade delimitada externamente que possui forma, função e 
localização específicas. O estômago, por exemplo, faz parte do sistema digestório e 
é responsável pelo processamento e armazenamento temporário dos alimentos antes 
que cheguem aos intestinos. 
Outro exemplo importante para entender a definição de órgão é o coração. 
Por definição, ele é um órgão muscular formado por quatro câmaras, cuja função 
é bombear sangue através dos vasos sanguíneos para o corpo. É constituído por 
tecido muscular estriado cujas células formam uma unidade funcional, permitindo 
que o órgão trabalhe com perfeição: enquanto as duas câmaras superiores ou átrios 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 18
contraem, o sangue é direcionado para as duas câmaras inferiores ou ventrículos, que, 
quando contraem, lançam o sangue nos vasos para ser distribuído pelo corpo. Perceba 
a sequência: as células formam o tecido cardíaco, que, por sua vez, forma o órgão, o 
coração, que integrará um sistema: o sistema circulatório.
1.1.4 Sistemas
Último nível da escala organizacional do corpo humano, os sistemas são conjuntos 
de órgãos relacionados que desempenham uma função comum. São onze os sistemas 
orgânicos que formam o corpo humano: sistema esquelético, sistema muscular, 
sistema tegumentar, sistema endócrino, sistema digestório, sistema circulatório, 
sistema respiratório, sistema nervoso, sistema linfático, sistema urinário e sistema 
reprodutor masculino e feminino.
É comum que a compreensão da anatomia seja simplificada pela apresen-
tação dos sistemas orgânicos isoladamente. Essa divisão, conhecida como Anatomia 
Descritiva Sistemática, é considerada didática, pois fornece uma visão completa 
de todos os componentes do organismo. No entanto, pode não ser suficiente para 
permitir a compreensão das interrelações anatômicas e fisiológicas entre os órgãos e 
sistemas. Por isso, a anatomia também explora os sistemas, os órgãos e as suas inter-
relações por meio de uma abordagem topográfica, a Anatomia Topográfica, essencial 
para o conhecimento clínico e, principalmente, cirúrgico. Sua importância se deve à 
maneira de abordar a localização e a relação de todas as estruturas anatômicas entre 
si em uma determinada região do corpo e, por isso, também é chamada de Anatomia 
Regional.
1.2 A linguagem da anatomia
Todas as áreas de conhecimento das ciências biológicas possuem vocabulário 
e linguagem próprios. No caso da anatomia, o vocabulário é chamado de terminologia 
anatômica e tem o objetivo de padronizar a linguagem, facilitando o entendimento entre 
anatomistas e profissionais da saúde. A primeira tentativa de se padronizar a termino-
logia ocorreu em 1885 na Suíça e, depois de alguns encontros científicos de anatomistas, 
o primeiro documento produzido foi chamado de Nomina Anatomica e publicado em 
Paris no ano de 1955. Em 1998, foi publicada a mais recente, atualizada e simplificada 
revisão da Terminologia Anatômica, que representa a padronização internacional dos 
termos aplicados à anatomia, disponível somente em latim, inglês e espanhol.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 19
1.2.1 Posição anatômica
A aplicação adequada da terminologia anatômica depende do entendimento da 
posição anatômica do ser humano, pois, a partir desse referencial, serão construídos planos 
imaginários, iniciando-se assim o emprego dessa linguagem tão peculiar da anatomia. 
A posição considerada anatômica para o ser humano é aquela em que o indivíduo se 
encontra em pé, com os pés levemente afastados e apoiados sobre o solo, com o pescoço 
ereto, o olhar dirigido para a frente, os braços levemente afastados do tronco e as palmas 
das mãos direcionadas para a frente. Essa posição será elucidada no próximo tópico. 
1.2.2 Planos e secções
Os planos anatômicossão superfícies planas imaginárias que passam através do 
corpo em posição anatômica e se encontram em ângulos retos. Os planos primários 
são: sagital, frontal e transversal, ilustrados na imagem a seguir.
Descrição da posição anatômica de estudo e dos planos e secções
Plano sagital mediano 
(através da linha mediana)
Plano oblíquo
Plano 
transverso
Plano sagital 
paramediana
Plano frontal
©
 B
la
m
b 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 20
O plano sagital é um plano vertical que divide o corpo nos lados direito e 
esquerdo. Caso esse plano divida o corpo em duas metades iguais ou simétricas, ele 
é chamado de plano sagital mediano; mas, se o plano estiver deslocado para um dos 
lados, dividindo o corpo em duas partes desiguais ou assimétricas, o plano é chamado 
de sagital paramediano. Em ambos os casos, as secções através desses planos dão 
origem a uma parte lateral direita e outra lateral esquerda.
O plano frontal, também conhecido como coronal, divide o corpo ou parte dele 
em duas partes assimétricas chamadas de paquímeros. Uma secção através desse 
plano origina uma metade posterior ou dorsal e outra anterior ou ventral.
O plano transversal, também chamado de horizontal ou seccional, divide o corpo 
ou parte dele em duas partes assimétricas conhecidas como metâmeros. Uma secção 
através do plano transversal dá origem a uma metade superior e outra inferior.
Além desses, há um plano anatômico oblíquo que não encontra os demais em 
ângulo reto. Um corte através desse plano é uma secção oblíqua e consiste em um 
corte feito em diagonal. 
1.2.3 Termos de direção e posição
A construção de planos anatômicos imaginários delimitando um corpo em posição 
anatômica permite a compreensão da direção e da posição que as estruturas anatômicas 
assumem entre si. Tanto a direção quanto a posição são denominadas por termos dire-
cionais e permitem uma clara comunicação entre profissionais da área da saúde.
Os termos direcionais são palavras técnicas que fazem parte de um vocabulário 
específico cuja função é permitir a descrição sobre a posição e orientação de uma 
estrutura, víscera ou parte do corpo de maneira precisa.
Em geral, os termos direcionais são aplicados em pares, e cada um indica uma 
posição ou direção oposta à do outro. Por exemplo, ao informar que os rins são órgãos 
superiores, espera-se a explicação sobre a estrutura que seria inferior a eles. Nesse 
caso, a informação completa seria: os rins são órgãos superiores à vesícula urinária. A 
vesícula urinária, por sua vez, é ventral, enquanto o reto é dorsal.
Com esses exemplos, é possível perceber que os termos de posição e direção 
são derivados de um plano anatômico de secção. No exemplo dos rins e da vesí-
cula urinária, o plano que dá origem aos termos superior e inferior é o transversal, 
enquanto a comparação entre a posição da vesícula urinária e do reto levou em consi-
deração o plano frontal. A tabela abaixo mostra os principais termos direcionais, sua 
definição e aplicabilidade no estudo da anatomia.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 21
Termos direcionais 
Termo direcional Definição Exemplo de aplicação
Superior ou 
cranial
Acima do plano transversal. O músculo diafragma é superior ao fígado.
Inferior ou 
caudal
Abaixo do plano transversal. A traqueia é inferior à laringe.
Anterior ou 
ventral
À frente do plano frontal. A traqueia é anterior ou ventral ao esôfago.
Posterior ou 
dorsal
Atrás do plano frontal.
O coração é posterior ou dorsal ao osso 
esterno.
Medial Mais próximo do plano mediano. Os olhos são mediais em relação às orelhas.
Lateral Mais distante do plano mediano. Os pulmões são laterais ao coração.
Alguns termos direcionais não têm origem a partir dos planos de secção, por 
exemplo, os termos superficial e profundo levam em consideração a proximidade da 
estrutura com a superfície da pele. Além desses, há termos que são utilizados somente 
para os membros superiores e inferiores, como: proximal, distal, palmar e plantar, 
listados na tabela a seguir.
Termos direcionais utilizados para descrever a localização de órgãos no corpo humano
Termo direcional Definição Exemplo de aplicação
Superficial ou 
externo
Mais próximo da superfície do corpo. A pele é superficial aos músculos.
Profundo ou 
interno
Mais distante da superfície do corpo.
As artérias são profundas enquanto as 
veias são superficiais.
Proximal
Mais próximo da origem do membro 
no tronco.
A coxa é proximal à perna.
Distal
Mais distante da origem do membro 
no tronco.
O antebraço é distal ao úmero.
Palmar
Face da mão voltada para a frente 
quando o indivíduo está em posição 
anatômica.
A superfície palmar está direcionada 
anteriormente e é oposta à superfície 
dorsal da mão.
Plantar
Face do pé em contato com o solo 
quando o indivíduo está em posição 
anatômica.
A face plantar é oposta à face dorsal 
do pé.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 22
Compreenderemos melhor como utilizar os termos direcionais observando a 
imagem a seguir, que traz alguns exemplos.
Desenho esquemático mostrando como utilizar os termos direcionais
Pulmão esquerdo
Linha mediana
Pulmão direito
Esterno
Úmero
Fígado
Vesícula biliar
Colo ascendente
Rádio
Ulna
Ossos carpais
Ossos metacarpais
Falanges
Visão anterior do tronco e superior direito
Bexiga urinária
Colo descendente
Intestino delgado
Colo transverso
Estômago
Diafragma
Coração
Costela
Traqueia
Esôfago
PROXIMAL
DISTAL
SUPERIOR
INFERIOR
LATERAL LATERALMEDIAL
©
 B
lu
ez
A
ce
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
Existem vários outros termos direcionais que podem ser aplicados em áreas espe-
cíficas. Na odontologia, por exemplo, são utilizados termos que descrevem as faces de 
um dente, que dificilmente serão usados por um fisioterapeuta.
1.2.4 Cavidades do corpo
As cavidades corporais representam, em termos gerais, espaços ocos envolvidos 
internamente por membranas que separam e protegem os órgãos internos. Além disso, 
as paredes dessas cavidades e os tecidos de revestimento interno servem para conferir 
sustentação às estruturas anatômicas que ocupam uma determinada cavidade. 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 23
Principais cavidades do corpo humano
http://panelinha.podomatic.com/http://panelinha.podomatic.com/
(a) Visão lateral direita (b) Visão anterior
Cavidade
do crânio
Canal
vertebral
Cavidade
torácica
Cavidade
abdominal
Cavidade
pélvica
Cavidade
abdominopélvica:
Diafragma
©
 L
ol
e 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
As maiores cavidades corporais são: cavidade torácica ou tórax, a cavidade 
abdominal ou abdome e cavidade pélvica ou pelve. Essas cavidades são reves-
tidas internamente por uma membrana serosa dupla com um líquido entre suas duas 
camadas, que, além de recobrir as vísceras, permite deslocamento com pouco atrito 
entre estruturas vizinhas. O tórax possui duas membranas serosas, a pleura recobrindo 
os pulmões e o pericárdio recobrindo o coração. No abdome, essa membrana serosa 
recebe a denominação de peritônio.
A cavidade torácica inicia superiormente em um espaço de tecido conjuntivo 
do pescoço através do qual passam estruturas dos sistemas respiratório, digestório, 
vascular e nervoso, e termina inferiormente em um músculo chamado diafragma. O 
diafragma possui três aberturas para permitir a passagem de estruturas vasculares, 
nervosas e esôfago a partir do tórax para o abdome. 
Em contraste com a separação clara entre as cavidades torácica e abdominal, 
os limites entre as cavidades abdominal e pélvica não são bem definidos. Em princípio, 
essas duas cavidades formam apenas uma grande cavidade cuja divisão ocorre somente 
em relação à topografia e, por isso, podem ser chamadas de cavidade abdominopélvica. 
O limite entre o abdome e a pelve consiste em uma linha imaginária que passa sobre as 
margens superiores dos ossos do quadril e o sacro da coluna vertebral. A cavidade pélvica 
termina no assoalho pélvico muscular na região da virilha, onde são encontradasaber-
turas para estruturas terminais dos tratos urogenital, digestório, vasculares e nervosas.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 24
As vísceras abdominais e pélvicas estão localizadas em quadrantes, que 
consistem em compartimentos menores da cavidade abdominopélvica delimitados 
por linhas imaginárias, duas horizontais e duas verticais, que formam um jogo da velha 
com seus nove espaços, sendo três superiores, três intermediários e três inferiores, 
como podemos ver na figura a seguir.
Regiões da cavidade abdominopélvica
©
 N
er
th
uz
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
Além dessas cavidades, há outras menores, mas de grande importância clínica, 
como as cavidades oral, nasal, orbitais e timpânicas. Há ainda a cavidade que protege 
o sistema nervoso central, dividida em cavidade encefálica, limitada pelos ossos do 
crânio e que contém o encéfalo, e o canal vertebral, formado pelas vértebras, que 
protege a medula espinhal.
Diafragma
Fígado
Estômago
Intestino
delgado
Bexiga
urinária
Apêndice
vermiforme
Vesícula 
biliar
Intestino grosso
(colo ascendente)
Região
lateral
direita
Hipocôndrio
direito
Região inguinal
(ilíaca) direita
Região inguinal
(ilíaca) esquerda
Hipocôndrio
esquerdo
Região
lateral
esquerda
Direita Esquerda
Hipogástrico
Epigástrio
Região
umbilical
AnAtomofisiologiA AplicAdA 25
1.3 Homeostase: palavra-chave da fisiologia
A sobrevivência dos animais depende de sua capacidade de manter o ambiente 
interno do corpo em homeostase, ou seja, em equilíbrio. Entretanto, para pensarmos 
em equilíbrio interno é importante lembrar que as condições ambientais externas 
também exercem influência sobre o meio interno. A busca constante pelo equilíbrio 
interno frente às alterações externas é o princípio que define a homeostasia.
O conceito de ambiente interno (milieu intérieur) foi desenvolvido por Claude Bernard, médico e fi-
siologista francês e um dos grandes nomes da ciência, referindo-se ao líquido intersticial e plasma.
1.3.1 Definição
O termo homeostase deriva do grego homeo (semelhante) e stase (permanecer) 
e compreende a manutenção das condições do meio interno pelas trilhões de células 
do corpo humano que trabalham para manter constante o ambiente interno do corpo 
apesar das variações que ocorrem tanto externamente quanto internamente. 
O ambiente interno está representado, principalmente, pelo líquido extrace-
lular, dividido em líquido intersticial, que banha as células, e plasma, a porção líquida do 
sangue. Essa capacidade de manter a homeostase pode ser traduzida como um estado 
de saúde.
1.3.2 Importância
A vida está sempre em um estado de variações constantes, e o organismo está 
integrado em um ambiente externo cujas variações físicas e químicas provocam varia-
ções no ambiente interno. Além dessa influência externa, o organismo está em cons-
tante adaptação às variações fisiológicas internas. O controle do equilíbrio do meio 
interno sujeito a tantas variações depende de mecanismos de controle.
A temperatura corporal sofre variações fisiológicas ao longo do dia, sendo menor 
durante o sono, e aumenta durante o dia. Quando o corpo fica exposto ao sol ou em 
um ambiente aquecido, a temperatura do sangue se eleva proporcionalmente, desen-
cadeando uma resposta homeostática para provocar a redução da atividade metabó-
lica, restabelecendo o equilíbrio. Para que a temperatura se normalize, há relaxamento 
da musculatura lisa dos vasos sanguíneos periféricos, mecanismo conhecido como 
vasodilatação, permitindo que a circulação se aproxime da superfície da pele, o que 
resulta em perda de calor para o ambiente.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 26
1.3.3 Mecanismos de controle
O estado de equilíbrio depende da integração entre os sistemas nervoso e endó-
crino. Enquanto o sistema nervoso atua por meio de impulsos neurais, o sistema endócrino 
secreta hormônios, que, pela corrente sanguínea, atingem as membranas das células-alvo.
O sistema nervoso possui componentes sensoriais ou aferentes, integradores 
e motores ou eferentes. O componente sensorial detecta as informações a partir dos 
ambientes externo ou interno pelos seus receptores, transforma em sinais elétricos e 
os conduz ao sistema nervoso central (SNC), que representa o componente integrador. 
As informações são processadas no SNC e transmitidas como resposta pelo compo-
nente motor até o órgão-alvo, onde haverá uma contração muscular, uma secreção 
glandular ou outra reação necessária para a manutenção da homeostasia.
Pode-se dizer, portanto, que os mecanismos de controle funcionam por meca-
nismos de retroalimentação, uma vez que agem de acordo com a informação recebida 
pelos sistemas nervoso ou endócrino. Esses mecanismos de retroalimentação, também 
conhecidos como feedback positivo ou negativo, são responsáveis pela aceleração ou 
inibição de uma reação fisiológica em função da interpretação pelo sistema nervoso.
O aumento da glicemia, por exemplo, é detectado por receptores localizados no 
encéfalo, e a resposta é transmitida por nervos até o pâncreas, onde ocorre a secreção 
de insulina, que, após atingir os receptores das membranas celulares, provoca a aber-
tura de canais para que a glicose entre nas células e assim haja redução dos níveis de 
glicose no sangue.
1.3.4 Desequilíbrio homeostático
Uma condição ou estímulo que rompe o equilíbrio homeostático do corpo é consi-
derado um agente estressor e pode resultar em um estado de desequilíbrio homeostá-
tico e evoluir para uma situação de doença. Compreende-se facilmente quando o agente 
estressor tem origem externa (calor, frio, umidade, claridade), mas a compreensão 
passa a ser mais complexa quando a ameaça à homeostasia é interna (pressão artéria, 
volume, conteúdo químico dos líquidos corporais). Sempre que as condições normais dos 
líquidos teciduais estiverem ameaçadas, os mecanismos de controle tentarão restaurar 
a homeostasia. Quando esses mecanismos não forem suficientes para manter a vida 
celular, será instalado um processo de doença.
Vários exemplos de desequilíbrios homeostáticos são observados ao longo do 
processo de envelhecimento: os vasos sanguíneos perdem a elasticidade e a capaci-
dade de controlar a pressão sanguínea; os osteoblastos produzem menos colágeno, 
deixando os ossos mais fracos; os ovários femininos secretam menos hormônios femi-
ninos, resultando nos sintomas da menopausa.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 27
1.4 Nutrição e metabolismo
As células estão imersas em líquido extracelular e possuem em seu interior o 
líquido intracelular. Tanto componentes orgânicos, como aminoácidos, glicose e lipídios, 
quanto substâncias inorgânicas, como sódio (Na), potássio (K) cloro (Cl), entre outros, 
estão dispersos nesses líquidos. Ocorre então a movimentação desses compostos 
através da membrana plasmática, uma vez que a célula necessita dessas substâncias 
para produzir energia. 
O controle da passagem dos componentes inorgânicos e orgânicos do meio intra-
celular para o meio extracelular é desempenhado pela membrana celular. Essa estrutura 
possui uma excepcional capacidade para controlar o fluxo de substâncias através dela. 
Sua fluidez permite alterações de forma da célula, além de possibilitar a fusão entre 
células durante eventos como a exocitose de vesículas.
1.4.1 Componentes inorgânicos
Componentes inorgânicos são considerados fundamentais para o metabolismo do 
corpo humano. Sódio, fósforo, cobre, potássio, cálcio, ferro, zinco, magnésio, selênio, entre 
outros, desempenham, em maior ou menor proporção, funções essenciais à vida humana. 
Podem aparecer como íons dissolvidos nos fluídos corporais, onde auxiliam inúmeras 
reações enzimáticas, e contribuem para o transporte transmembrana, regulam o equilíbrio 
ácido-básico, modulam a contração muscular e participam da resposta imunológica.
Tabela periódica dos elementosTabela Periódica dos Elementos
Hidrogênio
Lítio Berílio
Sódio Magnésio
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Cromo Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre ZincoGálio Germano Arsênio Selênio Bromo Criptônio
Alumínio Silício Fósforo Enxofre Cloro Argônio
Boro Carbono Nitrogênio Oxigênio Flúor Néon
Hélio
Ítrio Zircônio Nióbio Molibdênio Tecnécio Rutênio Ródio Paládio Prata Cádmio Índio Estanho Antimônio Telúrio Iodo Xenônio
Háfnio Tantálio Tungstênio Rênio Ósmio Irínio Platina Ouro Mercúrio Tálio Chumbo Bismuto Polônio Astato Radônio
Ruterfórdio Dúbnio Seabórgio Bóhrio Hássio Meitnério Darmstádio Roentgênio Copernício Unúntrio Fleróvio Unumpêntio Livermório Unumséptio Ununóctio
Rubídio Estrôncio
Césio Bário
Frâncio Rádio
Cério Praseodímio Neodímio Promécio Samário Európio Gadolínio Térbio Disprósio Hólmio Érbio Túlio Itérbio LutécioLantânio
Tório Protactínio Urânio Netúnio Plutônio Amerício Cúrio Berquélio Califórnio Einstênio Férmio Mendelávio Nobério laurêncioActínio
Grupo
Período
Gases nobres
Elemento 
radioativo
Elemento 
sintético Gasoso Líquido SólidoActinídeos
Metais de 
transição
Lantanídeos
Metais 
alcalinos-
-terrosos
Metais 
alcalinosNão metais
Outros 
metais
Número atômico
Hidrogênio
Elétrons por camada
Símbolo
Nome
Massa atômica
Lantanídeos
Actinídeos
©
 c
on
ce
pt
 w
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k
AnAtomofisiologiA AplicAdA 28
Os componentes inorgânicos, mostrados na tabela periódica, são fundamentais para 
manter a homeostasia do corpo humano, e alguns são vitais. A falta desses compostos 
pode acarretar problemas para a saúde, como a deficiência de ferro, por exemplo, que 
está associada à anemia e é muito comum em crianças com alimentação inadequada. Já 
a ingestão inadequada de cálcio afeta o desenvolvimento do tecido ósseo, o que pode 
resultar em diminuição significativa da densidade óssea, levando à osteoporose.
1.4.2 Componentes orgânicos
Para manter o corpo humano e, consequentemente, sistemas, órgãos, tecidos 
e células saudáveis, é necessária a ingestão balanceada de nutrientes orgânicos e 
vitaminas, considerando o estágio de desenvolvimento do indivíduo. Carboidratos, 
proteínas e lipídios fazem parte do rol de componentes orgânicos essenciais para a 
sobrevivência. A glicose, um carboidrato, é a primeira fonte de energia para a célula 
e pode ser estocada na forma de glicogênio e utilizada durante os períodos de jejum 
para alimentar a respiração celular. Por outro lado, proteínas são fontes de aminoá-
cidos que também podem ser utilizados na respiração celular, ou seja, é possível utilizar 
aminoácidos para produzir energia. Os lipídios biológicos apresentam uma diversidade 
de funções, entre elas o armazenamento de energia. Os ácidos graxos, assim como a 
glicose, são uma fonte importante de energia para células e tecidos.
1.4.3 Mecanismos celulares de transporte
As membranas celulares não são simples barreiras estáticas, elas permitem, por 
meio de proteínas especializadas, a passagem de solutos orgânicos e íons. Os principais 
constituintes das membranas celulares são os lipídios e as proteínas, que constituem a 
maior parte das membranas das células (por isso, recebem a denominação de membrana 
lipoproteica) e carboidratos complexos na forma de glicolipídios ou glicoproteínas. A 
proporção de cada um desses componentes varia de acordo com a função específica de 
cada célula, mas os lipídios estão em maior quantidade. Entretanto, a variedade e compo-
sição das proteínas da membrana é que determinam a função da célula. 
Vejamos a figura a seguir. Algumas proteínas estão incrustradas na camada lipí-
dica, sendo que algumas se projetam para fora da membrana em um dos lados. Essas 
proteínas são denominadas proteínas periféricas de membrana. Outras a atravessam 
inteiramente e são denominadas proteínas integrais de membrana e transportam subs-
tâncias de um lado a outro da membrana, funcionando como canais transmembrana.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 29
Organização da membrana citoplasmática de uma célula eucariótica
Proteínas
periféricas
Proteínas
integrais
Cadeia de carboidratos
em uma glicoproteína
O mecanismo de transporte transmembrana, conhecido como difusão simples, 
caracteriza-se pela movimentação de solutos lipossolúveis e apolares diretamente 
através da camada lipídica do lado no qual está mais concentrado para o lado no qual 
está menos concentrado, sem auxílio de canais transmembrana e sem gasto de energia. 
Já a passagem de substâncias através dos canais de proteínas chama-se difusão faci-
litada, e essas proteínas podem ser chamadas de permeases. Difusão simples e difusão 
facilitada são modalidades de transporte passivo, cuja principal característica e o movi-
mento das moléculas a favor do gradiente de concentração e sem gasto de energia.
Um exemplo de difusão simples é a passagem de oxigênio do sangue arterial para os tecidos.
O transporte ativo se caracteriza pela utilização de moléculas de adenosina 
trifosfato ou ATP para mover uma molécula de um lado para outro da membrana. Da 
mesma forma que o transporte passivo, o transporte ativo necessita de uma proteína 
que funcione como um canal de passagem. Essas proteínas são chamadas bombas 
porque movem o soluto contra o gradiente de concentração. A bomba frequentemente 
mencionada nos livros de Anatomofisiologia é a bomba de sódio e potássio (Na+/K+). 
©
 V
an
D
en
B
lin
d 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 30
Mecanismos de transporte através da membrana
Uniporte Simporte Antiporte
©
 e
xt
en
de
r_
01
 / 
/ F
ot
ol
ia
. (
A
da
pt
ad
o)
.
Quando um composto é transportado através da membrana, o mecanismo 
chama-se uniporte. Entretanto, algumas vezes o transporte através da membrana 
envolve dois ou mais compostos que passam simultaneamente para o mesmo lado da 
membrana, nesse caso, chamamos de simporte. Quando um composto é levado para 
um lado enquanto outro é carregado no sentido oposto, dizemos que ocorre antiporte.
1.4.4 Produção de energia 
A energia essencial para manter as células vivas e, por consequência, o corpo 
vivo, é produzida a partir da oxidação de nutrientes orgânicos, tais como carboidratos, 
proteínas e lipídios, em uma sequência de reações degradativas. Essa fase de produção 
de energia é denominada catabolismo. É nesse momento que moléculas orgânicas 
são transformadas em produtos com a liberação de energia na forma de Adenosina 
Trifosfato (ATP) ou de transportadores de elétrons reduzidos, como a Nicotinamida 
Adenina Dinucleotídeo (NAD) e a Flavina Adenina Dinucleotídeo (FAD).
Por outro lado, outras vias metabólicas utilizam a energia liberada durante o 
catabolismo para produzir moléculas mais complexas. Dessa forma, as células podem 
sintetizar suas próprias proteínas, peptídeos, aminoácidos, glicogênio e ácidos graxos. 
Esse sequência de reações de síntese de moléculas maiores é chamada de anabolismo. 
Ambos, catabolismo e anabolismo, fazem parte do metabolismo celular e têm em 
comum um elo importante de ligação: o ATP.
Neste capítulo, conhecemos alguns conceitos básicos da Anatomofisiologia, 
compreendendo aspectos básicos do corpo humano. Estudamos as células, com suas 
principais estruturas, que formam todos os órgãos e tecidos de nosso corpo. Também 
vimos algumas considerações acerca de nomenclatura e posição anatômica e enten-
demos o conceito de homeostase.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 31
Referências
APPLEGATE, E. J. Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
AUMULLER, G. et al. Anatomia. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
CARROL, R. G. Fisiologia. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
DRAKE, R. L.; VOGL, A. W.; MITCHELL, A. W. M. Gray’s Anatomia Básica. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2013.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2011.
LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 
5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 11. ed. São 
Paulo: Roca, 2005.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,2009. 
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisio-
logia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
2 Sustentação e movimento do corpo
Um dos primeiros grandes desafios de um humano é ficar em pé e ereto, com toda 
sua massa corpórea sustentada pelo esqueleto ósseo, e outro é se locomover. Para que 
essas ações ocorram, é necessária a inserção de músculos na estrutura óssea e a estabi-
lização das junções ósseas por tecidos que permitam, dentro de certos limites, a movi-
mentação. Esse é o tema deste capítulo, que abordará generalidades sobre o esqueleto 
humano, suas articulações e os músculos neles inseridos. 
2.1 Sistema esquelético 
Os ossos, além da função de sustentação e movimentação, também desempe-
nham um papel fisiológico importante, pois são eles que produzem células sanguíneas, 
armazenam minerais, protegem os órgãos vitais e armazenam gordura. Sendo assim, o 
sistema esquelético, ao contrário do que possa parecer, não é uma estrutura inerte e 
estática.
A Hematopoese, realizada na medula óssea vermelha, é a produção de células sanguíneas ver-
melhas, os eritrócitos, células sanguíneas brancas, os leucócitos e de megacariócitos, que ori-
ginam as plaquetas.
O mineral que predomina na estrutura óssea é a hidroxiapatita, cuja fórmula é 
Ca10(PO4)6(OH)2, e esse cálcio e fosfato depositados no tecido ósseo auxiliam em uma 
enorme quantidade de reações fisiológicas, como a contração muscular, transmissão 
de impulsos nervosos e coagulação sanguínea. A concentração deste mineral no corpo 
humano é cuidadosamente controlada pelos hormônios calcitonina e paratormônio e 
pela vitamina D.
Apesar da grande quantidade de cálcio e fósforo, os componentes orgânicos, tais 
como células, fibras colágenas, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos, garantem 
ao tecido ósseo intensa atividade metabólica. Além disso, células especializadas sinte-
tizam e reabsorvem a matriz óssea, fazendo com que, ao longo da vida, os ossos se 
remodelem continuamente. 
2.1.1 Fisiologia do tecido ósseo
Fisiologicamente, o tecido ósseo é dinâmico e muda constantemente de forma 
durante o crescimento e desenvolvimento do esqueleto. Ele é duro o suficiente para 
suportar pressões externas, mas ao mesmo tempo possui certa flexibilidade devido à 
presença da matriz orgânica.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 34
Microscopicamente, os ossos são formados por uma matriz orgânica que inclui 
células, vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervos e fibras colágenas, e por uma estru-
tura inorgânica, a hidroxiapatita, que garante rigidez aos ossos. Entre as células 
encontradas no tecido ósseo, algumas merecem atenção maior, devido a suas funções, 
descritas no quadro a seguir. 
Principais células encontradas no tecido ósseo
Células Função
Osteoblastos
Secretam fibras colágenas sobre as quais serão depositados os minerais, ou seja, 
formam tecido ósseo.
Osteoclastos Reabsorvem e remodelam o tecido ósseo, ou seja, destroem tecido ósseo.
O controle da homeostasia mineral é realizado pelos hormônios calcitonina, parator-
mônio e vitamina D3 (1,25 - D3). A calcitonina, hormônio tiroideano, estimula a atividade 
dos osteoblastos e a deposição do cálcio sanguíneo sobre o tecido ósseo, fazendo com 
que o nível de cálcio diminua no plasma. Já o paratormônio, secretado pelas paratireoides, 
tem efeito antagonista e ativa osteoclastos, que promovem a degradação da matriz óssea, 
elevando os níveis de cálcio no sangue. A vitamina D3 (1,25 - D3) tem função similar à do 
paratormônio, além de estimular diretamente a absorção intestinal de cálcio. 
2.1.2 Classificação dos ossos
A classificação dos ossos é feita com base em sua forma, desse modo, eles 
podem ser classificados em: curtos, planos, sesamoides, longos e irregulares. Os 
cinco tipos podem ser visualizados na figura a seguir.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 35
Diferentes ossos encontrados no corpo humano
(a) Osso longo
(úmero)
(b) Osso curto
(piramidal)
(c) Osso plano
(externo)
(d) Osso irregular (vértebra)
vista lateral esquerda
(e) Osso sesamoide
(paleta)
Fonte: MARIEB; HOEHN, 2009, p. 154. (Adaptado).
Os ossos curtos consistem basicamente em um centro de osso esponjoso reco-
berto por uma camada cortical fina de osso compacto. Os principais exemplos são os 
ossos do carpo, que compõem a mão, e do tarso, que compõem o pé.
Os ossos planos são finos, e sua espessura compreende uma camada média de 
osso esponjoso, chamada díploe, revestida em ambos os lados por uma camada fina de 
osso compacto, que são as lâminas interna e externa. Os ossos do crânio são exemplos 
de ossos planos. 
Ossos sesamoides, assim chamados porque possuem forma de gergelim (semente 
de sésamo), desenvolvem-se no trajeto de tendões para impedir a fricção do tecido 
fibroso sobre proeminências ósseas. No caso da patela, o maior osso sesamóide do corpo, 
sua função é aumentar a força de alavancagem de um músculo ou um grupo muscular.
Os ossos longos são cilíndricos, possuem o comprimento maior que a largura e a 
espessura e são encontrados nos membros superiores e inferiores, onde funcionam como 
alavancas. Estruturalmente, são divididos em duas extremidades, chamadas de epífises 
(uma proximal e outra distal), unidas a um corpo central tubular denominado diáfise. 
©
 s
ti
hi
i /
/ S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 36
Externamente, as epífises apresentam acidentes anatômicos que se adaptam às epífises 
de outros ossos para estabelecer as articulações. Internamente, as epífises contêm maior 
quantidade de tecido ósseo esponjoso recoberto por uma lâmina fina de osso compacto. 
Na diáfise, por outro lado, há uma grossa camada de osso compacto que delimita uma 
cavidade central conhecida como cavidade medular, revestida pelo endósteo. 
Durante o desenvolvimento, tanto o osso esponjoso das epífises quanto o canal 
medular da diáfise são preenchidos por medula óssea vermelha. Ao longo dos anos, a 
medula óssea vermelha encontrada na cavidade medular da diáfise acumula gordura, 
tornando-se amarela, e assim a medula óssea vermelha persiste somente nas epífises.
O crescimento dos ossos longos no sentido longitudinal ocorre graças à 
presença das cartilagens epifisárias localizadas entre a epífise e a diáfise. Já o cresci-
mento transversal se dá pela atividade osteoblástica do periósteo que recobre toda a 
extensão dos ossos longos, exceto nas regiões das epífises recobertas pelas cartila-
gens articulares. A figura a seguir demonstra a localização da epífise, da diáfise e das 
cartilagens articulares.
Estrutura de um osso longo
Linha epifisial
Tecido ósseo esponjoso
Tecido ósseo compacto
Cavidade medular
Endósteo
Periósteo
Cartilagem articular
Epífise
proximal
Epífise
distal
Diáfise
Cartilagem articular
Forame nutrício
©
 s
to
ck
sh
op
pe
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 37
Finalmente, os ossos que não pertencem às categorias anteriores são chamados 
de ossos irregulares. Os principais exemplos são os ossos da face e as vértebras.
O conjunto desses ossos forma nosso esqueleto, que pode ser classificado em dois 
tipos: esqueleto axial e esqueleto apendicular, como estudaremos nos próximos tópicos.
2.1.3 Esqueleto axial
O termo axial deriva da palavra grega áxis, que corresponde ao eixo sobre o 
qual o corpo gira. Assim, o esqueleto axial é representado pelo conjunto de ossos que 
forma o eixo central do corpo, portanto, os ossos que fazem parte do esqueleto axial 
são os ossos da cabeça, as vértebras, o esterno e as costelas, que podem ser visuali-
zados na imagem a seguir.
Divisão estrutural do esqueleto humano
Esqueleto axial
Esqueleto apendicular
A cabeça é dividida em crânio ou neurocrânio e face ou viscerocrânio. O crânio 
protege o encéfalo, enquanto a face abriga as cavidades orbital, oral e nasal, que são 
aberturas para os olhos e os sistemas digestório e respiratório, respectivamente.
As vértebras compõem a coluna vertebral, que se divide emsegmentos: 
cervical, torácico, lombar e sacral, cujas vértebras são denominadas com a letra 
maiúscula do segmento seguida de seu número. Assim, a fórmula vertebral do ser 
humano é C7, T12, L5, S5 e cóccix. 
©
 s
ti
hi
i /
/ S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 38
As duas primeiras vértebras cervicais (C1 e C2) são atípicas e recebem os nomes 
de atlas e áxis, respectivamente, enquanto as demais são designadas da forma conven-
cional, de C3 a C7. 
As vértebras torácicas se caracterizam por altos processos espinhosos e possuem 
fóveas costais para a articulação com os 12 pares de costelas. Já as vértebras lombares 
são reconhecidas pelos longos processos transversos que servem para a fixação dos 
músculos da parede abdominal dorsal. A última lombar (L5) se articula com a primeira 
vértebra sacral. 
As vértebras sacrais se encontram fusionadas, formando um osso triangular 
chamado de sacro, que forma a parede posterior da cavidade pélvica e se une lateral-
mente aos dois ossos do quadril. A extremidade inferior do sacro articula com o cóccix, 
osso que representa a fusão de quatro a cinco vértebras coccígeas. 
O esterno é um osso plano dividido em uma parte superior denominada manúbrio, 
um corpo central e um processo inferior, denominado processo xifoide, que serve para a 
fixação de músculos abdominais ventrais. A figura a seguir mostra a articulação anterior 
das costelas com o osso esterno e a articulação posterior dessas mesmas costelas com 
as vértebras.
Articulações anterior e posterior das costelas
Processo articular superior Faceta costal superior
Faceta costal do
processo transverso
Processo
articular
inferior
Disco intervertebral
Corpo vertebral
Faceta costal inferior
Cartilagem costal
Costela V
Esterno
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015, p. 126. (Adaptado).
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 39
Existem 12 pares de costelas se articulando posteriormente, com as 12 vérte-
bras torácicas e, a maioria deles, articulando-se anteriormente, com o esterno. Os 7 
primeiros pares de costelas, as costelas verdadeiras, articulam-se diretamente com o 
esterno por meio de suas cartilagens costais. Os 3 pares seguintes, as costelas falsas, 
articulam-se indiretamente ao esterno por meio da ligação com as cartilagens costais 
das costelas superiores, Isso significa que, por exemplo, a cartilagem costal da 8.ª 
costela se liga à cartilagem costal da 7.ª costela para estabe lecer conexão com o 
esterno. Os 2 últimos pares de costela, as costelas flutuantes, não fazem articulação 
com o esterno.
2.1.4 Esqueleto apendicular
O esqueleto apendicular está representado pelos membros inferiores e superiores, 
além dos ossos do cíngulo pélvico e cíngulo escapular.
Cíngulo é o nome dado ao conjunto de ossos que prendem os membros inferiores ou superio-
res ao esqueleto axial. O cíngulo escapular é formado pela escápula e pela clavícula, enquanto 
o cíngulo pélvico é formado pelos ossos do quadril.
Os membros superiores se dividem em braço, antebraço e mão. O osso do 
braço humano é o úmero. Sua epífise proximal apresenta uma superfície arredondada 
chamada de cabeça do úmero, que se articula com a cavidade glenoidal da escápula e 
a clavícula, formando a articulação do ombro. Essa articulação permite movimentos 
amplos ao membro superior. Na epífise distal, a superfície articular do úmero possui 
dois acidentes anatômicos importantes: a tróclea e o capítulo, que se articulam com 
ossos do antebraço: ulna (osso medial) e rádio (osso lateral), respectivamente, 
formando o cotovelo. A extremidade proximal desses dois ossos se articula com o 
úmero, mas é a ulna (especificamente o olécrano) que sentimos quando apoiamos o 
cotovelo sobre uma superfície. 
As epífises distais dos ossos do antebraço se articulam com a primeira fileira de 
ossos do carpo, uma das partes da mão. O esqueleto da mão humana é subdividido em 
três regiões: o carpo, com 8 ossos, o metacarpo, com 5, e falanges, com 14. Os ossos 
carpais estão firmemente unidos entre si por meio de ligamentos e aponeuroses. Os 
cinco ossos metacarpais se alinham com as falanges que formam os dedos, assim, os 
dedos são numerados de I a V no sentido lateromedial. Todos os dedos, com exceção 
do dedo I, conhecido popularmente como polegar, possuem 3 falanges: falange 
proximal, falange média e falange distal, conforme ilustrado na figura abaixo.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 40
Ossos dos membros superiores 
Cavidade glenoidal
Escápula
Úmero
Rádio
Ulna
Ossos carpais
Metacarpais
Falanges
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015, p. 654. (Adaptado).
Chegando aos membros inferiores, o cíngulo pélvico é formado pelos três ossos 
do quadril: ílio, púbis e ísquio. A depressão observada lateralmente formada pelos 
três ossos chama-se acetábulo e é o local onde a cabeça do fêmur articula. Esses três 
ossos, junto com o sacro e o cóccix, formam a pelve óssea.
O fêmur é o maior osso do corpo humano. Em sua extremidade proximal, a cabeça 
do fêmur se articula com o acetábulo no osso do quadril, e sua epífise distal apresenta 
os côndilos lateral e medial, que se articulam com os côndilos lateral e medial da tíbia. 
Enquanto os côndilos do fêmur são superfícies arredondadas, os da tíbia são planos, e 
essas superfícies articulares seriam incompatíveis se não houvessem os meniscos, que 
são discos de fibrocartilagem também classificados em lateral e medial. Além dessas 
superfícies articulares, o joelho também é formado pela articulação da patela com a 
tróclea do fêmur, vista na face anterior desse osso e presa pelos ligamentos patelares 
superior e inferior. O fêmur e os demais ossos dos membros inferiores estão ilustrados 
na figura a seguir.
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 41
Ossos dos membros inferiores
Osso do quadril
Articulação 
do quadril
Fêmur
PatelaArticulação 
do joelho
Tíbia
Fíbula
Maléolo lateral
Maléolo medial
Articulação 
do tornozelo
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015, p. 517. (Adaptado).
Os ossos da perna são a tíbia (medial) e a fíbula (lateral). Na extremidade distal 
da tíbia, há uma projeção óssea denominada maléolo medial, facilmente palpável no 
tornozelo. A fíbula, por sua vez, é um osso mais delgado, que garante sustentação 
à tíbia. Sua extremidade distal apresenta o maléolo lateral, que, em conjunto com o 
maléolo medial da tíbia, contribui para a formação da articulação da perna com o pé. 
O pé atua como uma potente alavanca para impulsão do corpo e é formado 
por 7 ossos tarsais, 5 pequenos ossos longos, denominados ossos metatarsais e 14 
falanges. Como na mão, existem três falanges para cada dedo do pé, exceto para o 
hálux, popularmente conhecido como dedão do pé. 
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 42
2.2 Sistema articular
Os locais de união entre dois ou mais ossos, entre ossos e cartilagens ou entre 
duas cartilagens são chamadas de articulações ou junturas, e o estudo do sistema arti-
cular é denominado artrologia.
A despeito da fragilidade das articulações quando comparadas aos ossos, suas 
estruturas permitem movimentos complexos capazes de resistir a grande grau de tração 
e compressão. A resistência das articulações depende de vários fatores, sendo um deles 
o tecido que une as superfícies articulares, permitindo ou não a mobilidade entre elas.
O sistema articular é classificado de acordo com a anatomia e a fisiologia. A clas-
sificação baseada em aspectos anatômicos considera a estrutura da articulação, ou, 
em outras palavras, a classificação estrutural se baseia no tecido que se interpõe às 
superfícies articulares, como mostram as figuras a seguir. 
Articulação sólida Articulação sólida
Osso Tecido
conjuntivo
Osso
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015, p. 20. (Adaptado).
As articulações podem ser sólidas, quando o tecido interposto aos ossos 
é fibroso ou cartilaginoso. 
Articulação sinovialArticulação sinovial
Cavidade articularOsso Osso
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015, p. 20. (Adaptado).
As articulaçõestambém podem ser do tipo sinoviais, quando há um 
espaço entre os ossos preenchido por líquido sinovial.
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 43
O sistema articular também pode ser classificado considerando-se o grau de 
mobilidade observado entre as superfícies articulares, abordagem que chamamos de 
classificação funcional ou fisiológica.
De acordo com os aspectos morfológicos, as superfícies articulares podem ser 
unidas por tecido fibroso, cartilaginoso ou líquido, também chamado de sinóvia. 
Considerando esse critério, as articulações poderão ser fibrosas, cartilaginosas ou 
sinoviais. Assim sendo, o grau de mobilidade das articulações será restrito, discreta-
mente móvel ou totalmente móvel, respectivamente. Essa classificação funcional, 
portanto, denominará as articulações de imóveis, semimóveis ou móveis.
2.2.1 Articulações fibrosas
O tecido que se interpõe às superfícies articulares é conjuntivo fibroso e, por isso, 
confere pouco ou nenhum movimento à articulação e, caso o objetivo fosse denominar 
as articulações fibrosas com base em seu grau de mobilidade, elas seriam denominadas 
articulações imóveis.
A restrição do movimento é determinada pelo comprimento das fibras de tecido 
conjuntivo que unem os ossos e dará origem a três tipos de articulações fibrosas: 
suturas, sindesmoses e gonfoses.
As suturas são observadas somente entre os ossos do crânio e da face dos 
adultos. Durante a vida fetal, os ossos do crânio e da face são ilhas de tecido ósseo 
unidas por ligamentos longos que permitem uma razoável mobilidade entre os ossos 
da cabeça para favorecer a passagem do feto pelo canal do parto. Após o nascimento, 
ainda é possível sentir a presença das fontanelas e, com o passar do tempo e como 
resultado da ossificação intramembranosa, esses ligamentos se tornam cada vez mais 
curtos e passam a ser observados como linhas suturais em um crânio que completou 
seu desenvolvimento, conforme ilustram as figuras a seguir.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 44
Suturas do crânio
Sutura esfenoescamosa
Sutura coronal
Sutura esfenoparietal
Ptério
Osso Frontal
Asa maior
(do osso estenoide)
Forame zigomaticotemporal
(na superfície profunda
do osso zigomático)
Osso nasal
Osso lacrimal
Forame
zigomaticofacial
Osso zigomático
Maxila
Parte alveolar
(da mandíbula)
Forame
mentual
Corpo da mandíbula
Processo temporal (do osso zigomático) Processo coronoide
Processo zigomático (do osso temporal)
Ramo da mandíbula
Ângulo da mandíbula
Processo condilar
Processo estiloide
Parte timpânica (do osso temporal)
Processo mastóideo
Parte mastóidea
do osso temporal
Sutura occipitomastóidea
Osso occipital
Astério
Sutura lambdoide
Sutura parietomastóidea
Osso parietal
Parte escamosa
(do osso temporal)
Sutura escamosa
Protuberância
occipal externa
Osso sutural
Osso parietal
Sutura 
lambdoide
Incisura
mastoide
Processo 
mastoide
Linha nucal inferior
Crista occipal 
externa
Ínio
Linha nucal
superior
Sutura
occipito-
mastóidea
Parte escamosa
do osso occiptial
Osso
parietal
Sutura sagital
©
 R
an
da
ll 
R
ee
d 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 45
As suturas recebem denominações específicas conforme sua localização, o 
formato das bordas dos ossos ou, simplesmente, pela composição dos nomes dos 
ossos que se articulam. 
Além das suturas, as articulações fibrosas também são representadas pelas 
sindesmoses, onde os ossos são unidos por feixes de fibras mais longas que aquelas 
observadas nas suturas. São exemplos de sindesmoses as articulações entre os ossos 
do antebraço e da perna. As fibras da membrana interóssea entre o rádio e a ulna 
permitem certa rotação no antebraço, porém, entre as epífises distais da tíbia e da 
fíbula, há um ligamento curto que permite um grau de mobilidade restrito. Por isso, as 
sindesmoses também são classificadas funcionalmente como articulações imóveis. 
As articulações fibrosas também são observadas na maxila e na mandíbula, onde 
as raízes dos dentes se articulam nos alvéolos dentários pelos curtos ligamentos perio-
dontais em articulações chamadas de gonfoses. Os ligamentos periodontais unem o 
cemento ao osso alveolar, estabilizando essas articulações de tal forma que sua mobili-
dade indica doença periodontal.
2.2.2 Articulações cartilaginosas
As articulações cartilaginosas são assim chamadas porque os ossos são unidos 
por cartilagem. Essas articulações podem ossificar ao longo do desenvolvimento, 
sofrendo um processo conhecido como sinostose, ou podem permanecer durante toda 
a vida conferindo uma mobilidade parcial à articulação. De acordo com essas caracte-
rísticas, as articulações cartilaginosas dividem-se em sincondroses e sínfises. Do ponto 
de vista funcional, as articulações cartilaginosas são conhecidas como semimóveis. 
As sincondroses são placas de cartilagem hialina que unem as epífises proximal 
e distal com a diáfise dos ossos longos. Essas placas de cartilagem são chamadas de 
placas ou discos epifisários e promovem o crescimento dos ossos longos no sentido 
de seu comprimento. O processo de sinostose inicia com a liberação dos hormônios 
sexuais na puberdade.
A secreção de estrogênio pelos ovários ocorre prematuramente em relação à secreção de tes-
tosterona pelos testículos. Assim, por conta do “selamento” sofrido pelas placas epifisárias em 
decorrência da sinostose, as mulheres são geralmente mais baixas que os homens.
Nas sínfises, as superfícies articulares estão unidas por um disco de fibrocar-
tilagem, cuja função é conferir resistência aliada à flexibilidade. Os exemplos mais 
lembrados de sínfises são as articulações entre as vértebras.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 46
2.2.3 Articulações sinoviais
Nas articulações sinoviais, as superfícies articulares estão separadas por um 
espaço chamado de cavidade articular, que se encontra preenchido por líquido sinovial 
ou sinóvia. Portanto, do ponto de vista funcional, essas articulações são denominadas 
móveis, e as peças articulares são mantidas unidas por cápsula articular e, em alguns 
casos, por ligamentos.
O termo sinóvia tem origem grega (sin + oóv) e significa com ovo, pois esse líquido viscoso 
contém mucina e uma pequena quantidade de sais minerais. É transparente e alcalino e sua 
aparência lembra a clara do ovo.
A cápsula articular também tem a função de produzir o líquido sinovial por 
processos de filtração do plasma a partir da sua membrana mais interna e vasculari-
zada, chamada de membrana sinovial. Esse líquido mantém a nutrição e a viabilidade das 
cartilagens hialinas que recobrem as superfícies articulares e que têm a função de evitar 
atrito entre si.
Algumas articulações sinoviais contam com componentes considerados acessó-
rios como ligamentos, meniscos, discos, bainhas e bolsas sinoviais.
As únicas articulações móveis da cabeça são as articulações temporomandibu-
lares (ATMs). São articulações sinoviais complexas que possuem os componentes 
básicos de uma articulação sinovial, além de ligamentos e um disco interarticular posi-
cionado entre o côndilo da mandíbula e a fossa mandibular do osso temporal.
A articulação do joelho, ilustrada na figura abaixo, possui os elementos conside-
rados constantes em uma articulação sinovial, como superfícies articulares represen-
tadas pelos côndilos do fêmur, côndilos da tíbia e patela e cápsula articular. 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 47
Articulação do joelho
Ligamento
colateral 
fibular
Côndilo 
lateral do 
fêmur
Menisco
lateral
Tíbia
Fíbula
Ligamento
colateral 
posterior
Côndilo 
medial
Ligamento
colateral
tibial
Ligamento
cruzado
anterior
Menisco
medial
Ligamento
patelar
Patela
Tendão do 
quadríceps
Fonte: MARIEB; HOEHN, 2009, p. 236. (Adaptado).
A cápsula articular delimita uma cavidade, chamada de cavidade articular, que é 
preenchida pelo líquido sinovial, importante na lubrificação das cartilagens articulares. 
O joelho também possui ligamentos patelares e colaterais medial e lateral, além de 
meniscos medial

Outros materiais