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Origem e Classificação dos Coronavírus

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Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
 
Os coronavírus são grandes vírus de RNA dotados de envelope. Os coronavírus 
humanos provocam resfriado comum, infecções do trato respiratório inferior e, 
também, têm sido implicados na gastrenterite de lactentes. Um novo 
coronavírus foi identificado como causador de um surto mundial da síndrome 
respiratória aguda grave. Os coronavírus de animais causam doenças de 
importância econômica em animais domésticos. Os coronavírus de animais 
inferiores estabelecem infecções persistentes em seus hospedeiros naturais. 
Devido à dificuldade de efetuar culturas, os vírus humanos são pouco 
caracterizados 
Origem 
Ao lado de vírus encontrados em morcegos, vários artigos relataram a presença de 
coronavírus em pangolins, com similaridade de 85,5-92,4% com o genoma do 
Sars-Cov-2. Pangolins são vendidos ilegalmente na China pela sua carne, 
escamas e uso na tradicional medicina chinesa. Embora em princípio não fossem 
vendidos no mercado de Wuhan, não é possível descartar a sua possível venda 
ilegal. 
O genoma do Sars-CoV-2 apresenta 96% de similaridade com o do vírus 
RaTG13, obtido do morcego Rhinolophus affinis, valor bastante superior à 
similaridade observada com vírus de pangolins, o que sugere que o pangolim não 
tenha transmitido o vírus diretamente ao homem. O RBD do SARS-CoV-2 é capaz 
de aderir com alta afinidade no receptor ACE2 humano, mas, dos seis resíduos de 
aminoácidos identificados como essenciais para a ligação, somente um é 
compartilhado com o Sars-CoV, causador da Sars, ou com o RaTG13. Isso indica 
que o Sars-CoV-2 desenvolveu através da seleção natural um novo sítio 
otimizado para a interação com o receptor humano. Por outro lado, vírus de 
pangolins, apesar de terem menor semelhança genômica com o Sars-CoV-2 do 
que vírus de morcego, apresentam uma região RBD muito mais parecida, 
conservando cinco dos seis resíduos de aminoácidos essenciais para a interação. 
É possível que o vírus transmitido a humanos tenha sido um produto quimérico 
resultante da recombinação entre um vírus próximo ao RaTG12 de morcego e um 
segundo vírus próximo do vírus de pangolim. Portanto, parece faltar um elo 
perdido que possa explicar a origem do Sars-CoV-2. 
Um modelo experimental e a busca pelo hospedeiro intermediário 
Em um artigo recente, pesquisadores chineses fizeram análises de modelagem 
estrutural e de interação entre o sítio RBD da proteína S e o receptor ACE2 e 
observaram que o hamster, dentre as diferentes espécies de animais de 
experimentação testadas, apresenta a maior afinidade entre as duas proteínas. 
Coronavírus 
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
Infecções experimentais reproduziram as principais manifestações clínicas e 
lesões da covid-19, validando seu uso como modelo de infecção experimental. 
Estudos de afinidade entre o sítio RBD e ACE2 de diferentes espécies animais têm 
sido feitos, visando identificar potenciais candidatos a hospedeiros intermediários. 
Os candidatos seriam possivelmente uma ou mais espécies de animais presentes 
em mercados chineses, sendo que desses, um dos mais próximos do hamster é o 
rato de bambu. Esse animal é encontrado em vários países asiáticos, incluindo as 
regiões central e sudeste da China. Muito populares na culinária chinesa, os ratos 
de bambu são capturados nos seus habitats naturais ou criados em larga escala 
em fazendas. Recentemente, Zhong Nanshan, médico chinês que conduziu os 
esforços contra a Sars entre 2003 e 2004 e lidera o grupo de especialistas contra a 
covid-19, apontou em entrevista que o rato de bambu é um provável hospedeiro 
intermediário do Sars-CoV-2. O pesquisador embasou sua hipótese no fato que o 
arquipélago de Zhoushan, localizado no leste da China, é o habitat natural de ratos 
de bambu, morcegos e pangolins, o que teria possibilitado a transmissão viral 
entre esses hospedeiros antes de sua passagem para o homem. 
Para validar essa hipótese, seria necessário se avaliar a afinidade da ACE2 de 
ratos de bambu com a proteína S viral, realizar infecções experimentais, avaliar as 
manifestações clínicas e patológicas e testar a capacidade de transmissão viral 
entre indivíduos. Caso a suscetibilidade de infecção dessa espécie venha a ser 
comprovada, levantamentos metagenômicos poderiam estabelecer seu papel na 
transmissão do Sars-CoV-2 para humanos. 
 
Classificação 
 
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
Coronavírus - Vírus da família Coronaviridae causam uma variedade de doenças 
no homem e nos animais, especialmente no trato respiratório. As partículas 
virais são esféricas, com cerca de 125 nm de diâmetro e revestidas por um 
envelope fosfolipídico. O genoma de RNA de fita simples e senso positivo 
contém entre 26 a 32 quilobases e está associado a proteínas, formando o 
nucleocapsídeo. As partículas apresentam projeções que emanam do envelope 
em forma de espículas, formadas por trímeros da proteína S (spike protein). Essas 
projeções geram um aspecto de coroa, daí a denominação coronavírus. A 
proteína S é responsável pela adesão do vírus nas células do hospedeiro e 
participa do processo de interiorização, no qual ocorre a fusão entre as 
membranas viral e da célula e a entrada do vírus no citoplasma. 
Coronaviridae é uma das duas famílias, juntamente com Ateriviridae, 
pertencentes a ordem Nidovirales. As características utilizadas para classificar os 
Coronaviridae consistem em morfologia das partículas, estratégia singular de 
replicação do RNA, organização do genoma e homologia da sequência dos 
nucleotídeos. Existem duas subfamílias (Coronavirinae e Torovirinae) e cinco 
gêneros (Alphacoronavirus, Betacoronavirus, Gammacoronavirus, Bafinivirus e 
Torovirus) na família Coronaviridae. Os dois primeiros e o último gênero 
apresentam vírus que provocam infecções humanas. Os torovírus são 
disseminados nos ungulados e parecem estar associados à ocorrência de diarreia. 
Parece haver pelo menos dois sorogrupos de coronavírus humanos, representados 
pelas cepas 229E e OC43. O coronavírus isolado em 2003 de pacientes com a 
síndrome respiratória aguda grave (SARS) encontra-se no mesmo grupo que o HCo V-
OC43. Os coronavírus de animais domésticos,roedores e morcegos estão incluídos 
nesses dois grupos. Existe um terceiro grupo antigênico distinto que contém o vírus da 
bronquite infecciosa de galinhas. Parece existir uma significativa heterogeneidade 
antigênica entre as cepas virais dentro de um importante grupo antigênico 
(dados de 2003) 
Hoje, sabe-se que existe variações desse vírus. Mais de 100 diferentes linhagens 
do novo coronavírus (Sars-CoV-2) chegaram ao Brasil entre os meses de 
fevereiro e março de 2020, mas apenas três delas – muito provavelmente vindas 
da Europa – 
No caso do Sars-CoV-2, causador da atual pandemia de covid-19, a proteína S 
reconhece através de seu domínio ligante do receptor (RBD) o receptor ACE2 
(enzima conversora de angiotensina 2) da célula. Sete espécies podem infectar 
humanos, sendo que três podem produzir doenças graves, o Sars-CoV-2, o Sars-
CoV, agente da pandemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave) de 2002-
2003 e o Mers-CoV, causador da Mers (síndrome respiratória do Oriente Médio). 
Os coronavírus HKU1, NL63, OC43 e 229E estão associados a doenças com 
sintomatologia leve. 
Como o coronavirus se replica? 
TODO VIRUS RNA POSITIVO É AQUELE VIRUS QUE QUANDO INFECCTA A 
CELULA JÁ PRODUZ PROTEINA DIRETAMENTE = Sars-cov-19 
O influenza já é um vírus de DNA NEGATIVO 
https://pfarma.com.br/coronavirus.html
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/05/video-mostra-o-modelo-3d-mais-preciso-ja-criado-do-novo-coronavirus.html
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/estudo-conclui-que-coronavirus-sars-cov-2-so-pode-ter-evoluido-naturalmente.html
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
Como os coronavírus humanos não crescem adequadamente em cultura de 
células, os detalhes acercade sua replicação provêm de estudos com o vírus da 
hepatite murina, estreitamente relacionado com a cepa humana OC43 (Fig. 41.3). 
O ciclo de replicação ocorre no citoplasma das células. O vírus fixa-se a 
receptores nas células-alvo por meio das espículas de glicoproteína 
existentes no envelope viral. O receptor do coronavírus humano 229E é a 
aminopeptidase N, enquanto o receptor funcional do vírus da SARS é a enzima 
conversora da angiotensina 2. Várias isoformas da família da glicoproteína 
relacionada com o antígeno carcinoembrionário atuam como receptores do 
coronavírus de camundongo. Em seguida, a partícula é internalizada 
provavelmente por endocitose absortiva. A glicoproteína S pode causar a fusão 
do envelope virai com a membrana celular. O primeiro evento após o 
desnudamento consiste na tradução do RNA do genoma viral para produzir 
uma RNA-polimerase dependente do RNA e específica do vírus. A polimerase 
viral transcreve todo o comprimento do RNA complementar (fita negativa) que 
serve como modelo para um conjunto de 5 a 7 RNAm subgenômicos. Apenas a 
sequência gênica terminal 5' de cada RNAm é traduzida. As cópias de 
comprimento total do RNA genômico também são transcritas a partir do RNA 
complementar. Como cada RNAm subgenômico é traduzido em um único 
polipeptídeo, os precursores poliproteicos não são comuns nas infecções por 
coronavírus, embora o RNA genômico codifique uma grande poliproteína, 
processada para produzir a RNA-polimerase viral. As moléculas do RNA 
genômico recém-sintetizadas interagem no citoplasma com a proteína do 
nucleocapsídeo para formar nucleocapsídeos helicoidais. Existe um local de 
ligação preferido para a proteína N no RNA líder. Os nucleocapsídeos derivam 
através da membrana do retículo endoplasmático rugoso e do aparelho de Golgi, 
em áreas que contêm as glicoproteínas virais. Em seguida, os virions maduros 
podem ser transportados em vesículas até a periferia celular para abandonar 
a célula, ou podem aguardar até que a célula morra para serem liberados. 
Aparentemente, os virions não são formados por brotamento na membrana 
plasmática. Pode-se observar um grande número de partículas no exterior das 
células infectadas, presumivelmente adsorvidas a essas células após a liberação 
do virion. Certos coronavírus induzem a fusão celular, mediada pela glicoproteína 
Se que exige pH de 6,5 ou mais. Alguns coronavírus estabelecem infecções 
persistentes das células em vez de serem citocidas. Os coronavírus exibem 
alta frequência de mutação durante cada ciclo de replicação, incluindo a 
produção de alta incidência de mutações por deleção. Também, sofrem alta 
frequência de recombinação, durante a replicação, o que é incomum para um 
vírus de RNA com genoma não segmentado, e podem contribuir para a 
evolução de novas cepas virais. 
 
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
 
Imunidade 
 A exemplo de outros vírus respiratórios, ocorre imunidade, embora não seja 
absoluta. A imunidade contra o antígeno existente na projeção superficial do 
vírus é provavelmente mais importante para a proteção. A resistência à 
reinfecção pode durar alguns anos, mas é comum a ocorrência de reinfecções por 
cepas semelhantes. A maioria dos pacientes (> 95%) com SARS desenvolve 
resposta humoral aos antígenos virais detectáveis por testes de 
imunofluorescência ou Elisa 
 
Epidemiologia 
O Brasil possui 5.570 municípios divididos em 27 UFs, as quais são agrupadas em cinco 
macrorregiões geográficas (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul), que possuem 
características sociodemográficas e de saúde bem distintas entre si.14 
Para a situação epidemiológica, considerou-se o período entre 26 de fevereiro, data da 
confirmação do primeiro caso no país, e 16 de maio de 2020 (data de extração dos dados). 
Foram utilizados os dados de casos e óbitos confirmados pela doença, por local de 
residência e agregados por país, macrorregião geográfica e UFs do Brasil, disponibilizados 
pelo Painel COVID-19 do Ministério da Saúde de modo público, agrupado e não nominal, 
e, para comparação com a situação mundial, foram considerados os informes 
epidemiológicos disponibilizados pela OMS e pela Johns Hopkins University.12 
Sobre o número de casos confirmados por COVID-19 no Brasil, é importante ressaltar que 
o Ministério da Saúde adotou diferentes definições de caso durante a pandemia, a saber: 
1. Janeiro e fevereiro de 2020 (divulgada em 23 de janeiro de 2020): indivíduo com 
confirmação laboratorial conclusiva para COVID-19, independentemente de sinais 
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
e sintomas; ainda que o resultado fosse positivo, a vigilância investigaria se o 
indivíduo estivera fora do país nos últimos 14 dias ou se teve contato com alguém 
que realizou viagem internacional.16 
2. Março de 2020 (divulgada em 4 de março de 2020): após a decretação de 
transmissão comunitária no país, a definição mudou para incluir também o critério 
clínico-epidemiológico, além do laboratorial: caso suspeito ou provável com 
histórico de contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente 
para COVID-19, que apresentasse febre ou pelo menos um dos sinais ou sintomas 
respiratórios, nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não fosse possível 
realizar a investigação laboratorial específica.16 
3. Abril e maio de 2020 (divulgada em 3 de abril de 2020): a definição de caso 
adotada a partir de abril considera que casos confirmados são indivíduos que 
possuem confirmação laboratorial para SARS-CoV-2, independentemente de 
sinais e sintomas, ou por critério clínico-epidemiológico, quando o indivíduo possui 
histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos sete dias antes do 
aparecimento dos sintomas com caso confirmado laboratorialmente, para o qual 
não foi possível realizar o teste laboratorial.14 
Foram elaborados gráficos de casos e óbitos acumulados para os dez países e dez UFs 
do Brasil com maior número de casos até o dia 16 de maio de 2020, a partir da 
confirmação do 50° caso ou óbito, com o intuito de descrever em que fase da epidemia o 
Brasil e suas UFs estão e como estão se comportando as curvas epidêmicas de cada 
localidade. Foi elaborado, ainda, um histograma do número de casos acumulados no 
Brasil sobreposto a uma linha do tempo, com o intuito de mostrar o histórico da pandemia, 
bem como os fatos relevantes para a preparação nacional para resposta à situação de 
emergência. Para o levantamento dos fatos históricos, foram consultados o sítio eletrônico 
da OMS, a literatura especializada e documentos oficiais disponibilizados pelo Ministério 
da Saúde brasileiro.4 
Por fim, foram calculadas as taxas de incidência e de mortalidade para os países e para o 
Brasil, por macrorregiões e UFs, obtidas dividindo-se o número de casos e óbitos, 
respectivamente, pela população residente, e multiplicando-se por 1 milhão. Esse fator de 
multiplicação foi utilizado para permitir comparações nacionais e internacionais. As 
estimativas populacionais utilizadas como denominadores do mundo foram produzidas 
pelo Banco Mundial21 e as do Brasil foram produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE) para o Tribunal de Contas da União (TCU), e são referentes ao ano de 
2019.14 Para o cálculo das taxas por SE, foram considerados os valores acumulados de 
casos e óbitos relacionados ao último dia de cada semana. 
Os softwares Microsoft Excel e R 3.5.3 foram utilizados para tratamento, análise de dados 
e criação de gráficos. 
Resultados 
De 31 de dezembro de 2019 a 16 de maio de 2020, foram registrados 4.425.485 casos e 
302.059 óbitos confirmados por COVID-19 em 216 países e territórios. Em 16 de maio de 
2020, os Estados Unidos apresentavam o maior número de casos (1.443.397; 4.380,1 por 
1 milhão de hab.), seguido da Rússia (262.843; 1.820,6 por 1 milhão de hab.), Reino Unido 
(236.711; 3.540,6 por 1 milhão de hab.) e Brasil (233.142; 1.109,4 por 1 milhãode hab.). 
Naquela data, o Brasil ocupava a 4a posição em números absolutos de casos confirmados, 
e a 6a posição segundo óbitos confirmados. Os maiores números de óbitos foram 
encontrados nos Estados Unidos (89.562; 271,8 óbitos por 1 milhão de hab.), vindo em 
seguida o Reino Unido (34.636; 518,1 óbitos por 1 milhão de hab.) e a Itália (31.908; 528,8 
óbitos por 1 milhão 
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
 
Atualmente 
“Ao longo da última Semana Epidemiológica 13, houve uma aceleração da 
transmissão de Covid-19 no Brasil. Devido ao acúmulo de casos, diversos 
deles graves, advindos da exposição ao vírus ainda no mês de março, o vírus 
permanece em circulação intensa em todo o país”, explicam os pesquisadores. 
Segundo os dados, foi observado ainda um novo aumento da taxa de 
letalidade, de 3,3 para 4,2%. Este indicador se encontrava em torno de 2,0% no 
final de 2020. Os pesquisadores do Boletim alertam que esse crescimento 
pode ser consequência da falta de capacidade de se diagnosticar, correta e 
oportunamente, os casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais. 
Com base neste cenário e a partir da premissa de que o “essencial é proteger à 
saúde e salvar vidas”, os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, 
responsáveis pelo estudo, defendem que é fundamental neste momento a 
adoção ou a continuidade de medidas urgentes, que envolvem a contenção das 
taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas bloqueio 
ou lockdown, seguidas das de mitigação, com o objetivo reduzir a velocidade 
da propagação. Tendo como referência a Carta dos Secretários Estaduais de 
Saúde à Nação Brasileira, publicada pelo Conselho Nacional de Secretários de 
Saúde (Conass) em 1 de março de 2021, a análise aponta para a necessidade 
de maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais para 
todos estados, capitais e regiões de saúde que tenham uma taxa ocupação de 
leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos. 
Para que se alcance os resultados esperados, o estudo destaca que essas 
medidas de bloqueio precisam ter pelo menos 14 dias de duração e, em 
algumas situações, mais tempo, dependendo da amplitude do rigor da 
aplicação. Na visão dos pesquisadores, é fundamental a adoção de medidas 
combinadas e complexas, assim como a coerência e a convergência dos 
poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como dos 
diferentes níveis de governo (municipais, estaduais e federal), em favor destas 
medidas de bloqueio. 
“Coerência e convergência são fundamentais neste momento de crise para que 
as medidas de bloqueio sejam efetivamente adotadas de forma a sair do 
estado de colapso de saúde e progredir para uma etapa de medidas de 
mitigação da pandemia, diminuindo o número de mortes, casos e taxas de 
transmissão e efetivamente salvando vidas”, afirmam. 
Dentre as medidas de bloqueio propostas, estão a proibição de eventos 
presenciais, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e 
correlatas em todo território nacional; a suspensão das atividades presenciais 
de todos os níveis da educação do país; o toque de recolher nacional a partir 
das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana; o fechamento das 
praias e bares; a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no 
setor público quanto no privado; a instituição de barreiras sanitárias nacionais e 
internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte 
interestadual; a adoção de medidas para redução da superlotação nos 
transportes coletivos urbanos; a ampliação da testagem e acompanhamento 
dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos 
contatos. 
https://www.conass.org.br/carta-dos-secretarios-estaduais-de-saude-a-nacao-brasileira/
https://www.conass.org.br/carta-dos-secretarios-estaduais-de-saude-a-nacao-brasileira/
Larissa Fernandes –Medicina Unime 2 semestre 
 
Os resultados da investigação apontam ainda que é fundamental insistir nos 
esforços para o fortalecimento da rede de serviços de saúde, incluindo os 
diferentes níveis de atenção e de vigilância, com ampla testagem, compra e 
ampliação da produção de vacinas, e aceleração da vacinação. “É 
imprescindível ainda garantir condições para que a população possa se manter 
em casa protegida, limitando a circulação de pessoas nas cidades apenas para 
a execução de atividades verdadeiramente essenciais”, orientam os 
pesquisadores. 
Leitos de UTI para Covid-19 
Entre os dias 29 de março e 5 de abril de 2021, as taxas de ocupação de leitos 
de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentaram 
reduções em Roraima (de 62% para 49%), Amapá (de 100% para 91%), 
Maranhão (de 88% para 80%), Paraíba (de 84% para 77%) e Rio Grande do 
Sul (de 95% para 90%). Na direção oposta, destaca-se piora em Sergipe, com 
a taxa subindo de 86% para 95%. Exceto por essas mudanças, os dados 
obtidos em 5 de abril de 2021 ainda indicam relativa estabilidade do indicador, 
em níveis muito críticos, na maior parte dos estados e no Distrito Federal. 
Boletim fio cruz 
 
 
Como diagnosticar laboratorialmente? 
 
A. Detecção dos antígenos e ácidos nucleicos 
Os antígenos dos coronavírus em células de secreções respiratórias 
poderão ser detectados por meio do teste Elisa se houver disponibilidade de 
antissoro de boa qualidade. Os coronavírus entéricos podem ser detectados 
pelo exame de amostras de fezes à microscopia eletrônica. Os testes de 
reação em cadeia da polimerase (PCR) são úteis para detecção do ácido 
nucleico de coronavírus em secreções respiratórias e amostras de fezes. O 
RNA dos vírus da SARS é detectável no plasma pela PCR, sendo a viremia 
mais facilmente detectável entre o quarto e o oitavo dias de infecção. 
B. Isolamento e identificação do vírus 
O isolamento dos coronavírus em cultura de células tem sido difícil. 
Entretanto, o vírus da SARS foi isolado de amostras de orofaringe por meio 
de cultura de células Vero de rins de macaco. 
C. Sorologia 
Devido à dificuldade de isolamento do vírus, o diagnóstico sorológico com 
base no exame de amostras de soro das fases aguda e convalescente 
constitui a única maneira prática de se confirmar infecção por coronavírus. 
Pode-se utilizar testes de Elisa, imunofluorescência indireta e 
hemaglutinação. O diagnóstico sorológico das infecções pela cepa 229E é 
possível mediante um teste de hemaglutinação passiva, em que os 
eritrócitos recobertos com antígeno de coronavírus são aglutinados por 
soros que contêm anticorpos

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