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IV Semana da Integração do Ensino, Pesquisa e Extensão da UFVJM Cultura, identidades e ambiente Diamantina - MG Aplicação da transferência de calor e massa na construção de churrasqueira multifuncional Vitor J. Leal*, Marcos S. Cunha, Charles W. Gonçalves, Marcos V.B.O. Sá, João V. Q. Santos, Hamiltom C.S. Filho, Joyce M. G. Costa 1 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Diamantina-MG *E-mail do autor principal: vitor.justus@gmail.com.br INTRODUÇÃO Objetivou-se em construir uma churrasqueira multifuncional como protótipo capaz de executar a arte culinária do churrasco com eficiência durante todo seu processo. Solucionou-se a desidratação da carne, colocando-a sob vapor de água e adicionou-se na lateral da churrasqueira, um recipiente isolado termicamente para armazenamento das bebidas refrigeradas, proporcionando multifuncionalidade e praticidade. MATERIAIS E METODOS Visando evitar o processo de desidratação da carne, a mesma após assada ficaria sob um compartimento de água fervente ao invés do compartimento de carvão. Dessa forma, o reservatório com água será o responsável por manter a carne aquecida e hidratada. Com um isolamento térmico eficiente que atua como barreira ao calor proveniente da queima do carvão e aquecimento da água tornou- se possível ter agregado a este equipamento um espaço para manter as bebidas refrigeradas. Tal isolamento age de acordo com a transferência de calor convectiva, onde a temperatura entre as superfícies cairá de acordo com um determinado coeficiente para cada material. 1. Chapas de aço carbono 1,2 mm: Baixo custo; Boa Soldabilidade; Resistencia a temperaturas elevadas; 2. Manta térmica: Coeficiente convectivo satisfatório; Baixo custo; Facilidade de obtenção 3. Manta de fibra de vidro: Boa resistência térmica; Baixo custo; Disponibilidade de mercado; 4. Isopor: Isolamento térmico; Leve; Baixo custo; Figura 1. Protótipo em solidworks 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para o cálculo do fluxo de calor, considerou-se um regime permanente, fluxo unidirecional e as propriedades termofísicas constantes, desprezou-se a transferência de calor por radiação, e o fluxo de calor foi calculado do recipiente contendo o carvão até a parede do cooler e sem a presença do gelo, totalizando em três resistências térmicas. Para o compartimento do cooler foi utilizado três tipos de isolantes disponíveis no mercado. As temperaturas usadas para o cálculo foram medidas com o auxílio de um termômetro a laser. Tabela 1. Condutividade térmica dos materiais utilizados na construção da churrasqueira. Fonte: Incropera, 6ª ed. 2008. De acordo com INCROPERA (2008), o coeficiente convectivo da água líquida convecção natural encontra-se na faixa de 20 a 100 W/m².k. A partir desta faixa foi estimado um valor para o coeficiente convectivo (h) da água por convecção natural igual a 20 W/m².K. A partir dos dados obtidos foi aplicado a Equação 1 para obter o fluxo de calor. Com os dados apresentados na Tabela 1 e através da Equação 1 obteve-se o valor de q igual 14,01 W. O valor do raio crítico (K/h) para o isolamento também foi obtido e foi o valor encontrado foi igual a 1,8 mm. A partir dos resultados observou-se que o valor ficou aquém do valor utilizado para a construção do protótipo, e o fluxo de calor máximo seria alcançado se fosse utilizado o valor de 1,8 mm de espessura de isolante. Na confecção do protótipo optou-se por uma espessura de 30 mm, sendo essa espessura acima do valor do raio crítico e, consequentemente, a transferência de calor tende a diminuir. Para os testes do cozimento da carne na churrasqueira foi considerado o cozimento da carne regime transiente e resistência interna da carne não desprezível, ou seja, obteve-se um valor de Biot maior que 0,1, utilizando-se, portando, o método das cartas de Heisler. Calculou-se o tempo necessário para que o centro de um pedaço de carne com espessura de 24 mm atinja a temperatura de 71º C (Portaria 2619, 06/12/2011, ANVISA), e o resultado obtido foi igual a 37,5 minutos. CONCLUSÃO Concluiu-se que, com o conhecimento adquirido na disciplina de Trasferência de calor e massa foi possível aplicar as equações de transferência de calor para regime permanente e transiente, além de quantificar o fluxo de calor do protótipo construído. Com a confecção do protótipo foi possível realizar testes e obter resultados satisfatórios auxiliando na funcionalidade de, problemas cotidianos. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Profª. Drª Joyce Maria Gomes da Costa, pelo incentivo e apoio durante a disciplina ministrada de transferência de calor massa, nos possibilitando a executar os aprendizados teóricos. REFERÊNCIAS 1. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa - 7ª Ed. 2014. David DeWitt, Andrienne Lavine, Frank Incropera, Theodore Bergman. 2.Incropera, F. P.,Dewitt, D.P.; Butler,Bergman, T.L.,LAVINE,A.S..Fundamentos de Transferência de Calor e Massa.LTC – Rio De Janeiro 6ª ed. 2008.