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FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA LUDWIG SIQUEIRA WEISS MACLEAN FELIX TENORIO NIVALDO FONSECA CAVALCANTE PAULO CÉSAR LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA, FLEXIBILIDADE E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS MACEIÓ/AL 2018 1 LUDWIG SIQUEIRA WEISS MACLEAN FELIX TENORIO NIVALDO FONSECA CAVALCANTE PAULO CÉSAR LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA, FLEXIBILIDADE E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS Artigo Científico apresentado como requisito parcial, para conclusão do Curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Alagoas/FAL, sob a orientação do professor Dante Wanderley Lima de Oliveira MACEIÓ/AL 2018 2 LUDWIG SIQUEIRA WEISS MACLEAN FELIX TENORIO NIVALDO FONSECA CAVALCANTE PAULO CÉSAR LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA, FLEXIBILIDADE E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS Artigo Científico apresentado como requisito parcial, para conclusão do Curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Alagoas/FAL, sob a orientação do professor Dante Wanderley Lima de Oliveira ___________________________________________ Dante Wanderley Lima de Oliveira APROVADO EM: 17/08/2018 BANCA EXAMINADORA _________________________________ Prof° Rafael Ayres Montenegro _________________________________ Profª Isabela M. Falcão ________________________________ Dante Wanderley Lima de Oliveira 3 CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA, FLEXIBILIDADE E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS Ludwig Siqueira Weiss1 Maclean Felix Tenorio1 Nivaldo Fonseca Cavalcante1 Paulo César Lopes de Vasconcelos Júnior1 Dante Wanderley Lima de Oliveira2 RESUMO Introdução: Um dos maiores desafios da saúde pública na atualidade é o envelhecimento populacional. Isso ocorreu primeiramente em países desenvolvidos, mas recentemente notou-se que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada em países em desenvolvimento. A prática regular de atividades físicas tem papel fundamental na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, melhor mobilidade, capacidade funcional e qualidade de vida durante o envelhecimento. Objetivo: Verificar a correlação existente entre a força, flexibilidade e funcionalidade em idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa do tipo descritiva. A amostra foi composta por 45 idosos, de ambos os sexos, e foi selecionada de forma probabilística por sorteio. Para mensurar a funcionalidade foi utilizada a bateria de testes do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM), constituídos pelos testes de caminhar 10 metros (C10m), levantar-se da posição sentada (LPS), levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC). Para mensurar a força foi utilizado o teste de Sentar e Levantar, e para mensurar a flexibilidade foi utilizado o teste FLEX da bateria de testes AAHPERD. Resultados: A força dos membros inferiores apresentou um bom nível e a flexibilidade apresentou nível regular, entretanto o desempenho funcional foi fraco. As correlações encontradas entre a funcionalidade e a força muscular (r= 0,412) e entre a funcionalidade e a flexibilidade (r= 0,336) foram fracas, mesmo sendo verificada correlação forte entre o teste de C10m e SENTLEV (r= 0,803), e correlação moderada entre o teste de flexibilidade e LPDV (r= 0,532). Os demais testes apresentaram correlação baixa. Conclusão: É importante perceber que apesar da força e flexibilidade ser variáveis da aptidão física importantes para realizar atividades como, sentar e levantar de uma cadeira, arrumar a casa, dentre outras atividades básicas de vida diária, é fundamental para o idoso se envolver em programas de atividades físicas que enfatizem também outras variáveis da aptidão física relacionada a saúde como equilíbrio, agilidade e coordenação, pois a cada variável isoladamente parece contribuir de forma limitada para a melhoria do desempenho funcional. Palavras-Chave: Flexibilidade. Força Muscular. Envelhecimento. 1 Acadêmicos do Curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Alagoas 2 Docente do Curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Alagoas 4 ABSTRACT Introduction: One of the greatest public health challenges today is population aging. This occurred first in developed countries, but it has recently been noted that population aging has occurred more markedly in developing countries. The regular practice of physical activities plays a fundamental role in the prevention and control of chronic non-communicable diseases, better mobility, functional capacity and quality of life during aging. Objective: verify the correlation between strength, flexibility and functionality in the elderly. Methodology: This is a quantitative approach of the descriptive type. The sample consisted of 45 elderly individuals, of both sexes, and was probabilistically selected by lot. To measure the functionality was used the test battery of the Latin American Development Maturity Group (GDLAM), constituted by the tests of walking 10 meters (C10m), get up from the sitting position (LPS), rise from the position ventral decubitus (LPDV) and get up from the chair and move around the house (LCLC). To measure the force, the sit and lift test was used, and to measure flexibility, the FLEX test of the AAHPERD test battery was used. Results: The strength of the lower limbs presented a good level and the flexibility presented a regular level, however the functional performance was weak. The correlations found between functionality and muscle strength (r= 0,412) and between functionality and flexibility (r= 0,366) were weak, although a strong correlation was verified between the C10m test and SENTLEV (r= 0,803), and correlation between the flexibility test and LPDV (r= 0,532). The other tests had a low correlation. Conclusion: It is important to realize that although strength and flexibility are variables of physical fitness important to perform activities such as sitting and getting up from a chair, tidying up the house, and other basic activities of daily living, it is fundamental for the elderly to get involved in programs of physical activities that also emphasize other health related physical fitness variables such as balance, agility and coordination, since each variable alone seems to contribute in a limited way to the improvement of functional performance. Keywords: Flexibility. Muscle strength. Aging. INTRODUÇÃO Um dos maiores desafios da saúde pública na atualidade é o envelhecimento populacional. Isso ocorreu primeiramente em países desenvolvidos, mas recentemente notou-se que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada em países em desenvolvimento. No Brasil, o número de pessoas com mais de 60 anos, passou de 3 milhões em 1960 para 14 milhões em 2002, e estima-se que alcançará cerca de 32 milhões em 2020 (LIMA-COSTA; VERAS, 2003). Pois, o envelhecimento no Brasil se dará em um ritmo maior do que o ocorrido em países de primeiro mundo, principalmente naqueles que iniciaram sua transição 5 de fecundidade ainda no século XIX. Porém esses países já conviviam com populações menos jovens por nunca ter experimentado níveis tão altos de fecundidade quanto o Brasil (CARVALHO; GARCIA, 2003). Então, a incapacidade funcional é definida pela Organização Mundial de Saúde como a dificuldade, devido a uma deficiência, para realizar atividades típicas e de desejo pessoal (WHO, 1996). A prática regular de atividades físicas tem papel fundamental na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, melhor mobilidade, capacidadefuncional e qualidade de vida durante o envelhecimento. Enfatiza-se que tão importante quanto a prática regular de atividades aeróbicas, de fortalecimento muscular e do equilíbrio é necessário adotar hábitos de estilo de vida ativo para um envelhecer com saúde e qualidade (MATSUDO, 2009). Para Nóbrega et al. (1999) ter uma prática regular de atividades físicas tem como benefício a melhora da força, massa muscular e a flexibilidade em indivíduos acima de 50 anos, sua capacidade de adaptação não difere de indivíduos jovens. Sabendo da influência da flexibilidade na saúde dos idosos e sua relevância para atividades do dia a dia, deve-se estar atento com a oferta de variadas modalidades e seu impacto na amplitude articular dessa faixa etária (COSTA, 2014). Já a flexibilidade é definida por Araújo (2000) como a amplitude fisiológica máxima passiva de determinado movimento articular. É um componente da aptidão física e é relevante para execução de movimentos simples ou complexos, manutenção da saúde e preservação da qualidade de vida. Assim, como visto por Holland et al. (2002) é possível observar um declínio de 20 a 50% da flexibilidade entre 30 e 70 anos. Assim, os exercícios físicos impedem o declínio gradual das aptidões físicas, que podem alterar os hábitos de vida e rotina diária dos idosos. E a força muscular é definida por Fleck e Kraemer (1999) como a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento realizado. Com o declínio da força muscular ocasionado pelo envelhecimento e por baixos níveis de atividades físicas é possível notar um déficit da funcionalidade e do equilíbrio em idosos, dessa forma vê-se a relação direta da força muscular na funcionalidade e equilíbrio dos idosos (ARAÚJO; FLÓ; MUCHALE, 2010). 6 Segundo Raso et al. (2001) a interrupção de um programa de exercícios com pesos produz efeitos negativos sobre a força muscular. Em idosos há um decréscimo significativo na capacidade de produção de força muscular dos membros inferiores e superiores. O número de sujeitos idosos no Brasil aumentou de forma considerável nas últimas décadas, e desta forma é importante investigar a relação entre a quantidade de força muscular e flexibilidade, e sua associação com a melhoria ou manutenção do grau de funcionalidade nesta população. Assim agrega informações baseadas em estudos acadêmicos mostrando a importância do idoso manter bons níveis de flexibilidade e força muscular, para com isso ter uma melhoria ou manutenção de sua funcionalidade geral. O objetivo do estudo foi verificar a correlação existente entre a força, flexibilidade e funcionalidade em idosos. Pois o problema que norteou o estudo foi: Existe forte correlação entre força, flexibilidade e funcionalidade em idosos? METODOLOGIA Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa sob o parecer 2.828.231 e caracteriza-se por ser do tipo descritivo de natureza quantitativa. A pesquisa descritiva tem por objetivo descrever as características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência. Esse tipo de pesquisa estabelece relação entre as variáveis no objeto de estudo analisado. Variáveis relacionadas à classificação, medida e/ou quantidade que podem se alterar mediante o processo realizado (DUARTE, 2018). A pesquisa quantitativa se centra na objetividade, é influenciada pelo positivismo, e considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. Recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. (FONSECA, 2002). A amostra da pesquisa foi composta por 16 idosas, do sexo feminino frequentadores de uma instituição de convivência na cidade de Maceió. A amostra foi selecionada de forma probabilística por sorteio. Para mensurar a funcionalidade foi utilizado a bateria de testes Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM), constituídos de caminhar 10 metros (C10m): O participante caminhou por uma distância de 10 7 metros no menor tempo possível, iniciando o cronômetro e a execução ao comando do pesquisador e finalizando ao atingir os 10 metros, que visou avaliar a velocidade para caminhar 10 metros. Levantar-se da posição sentada (LPS): Sentado em uma cadeira de 50cm, o participante levantou-se, sem utilizar apoio dos membros inferiores, por 5 vezes consecutivas, tendo seu tempo de execução cronometrado pelo pesquisador, que avaliou a capacidade funcional da extremidade inferior. Levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV): Deitado em decúbito ventral e com os braços ao longo do corpo, o participante levantou-se para a posição de pé no menor tempo que conseguir, avaliou a habilidade de levantar-se do chão. Levantar- se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC): Com uma cadeira fixa ao solo e dois cones posicionados diagonalmente a cadeira a uma distância de 4 metros para trás e 3 metros para os lados direito e esquerdo da mesma. O participante iniciou o teste sentado na cadeira e com os pés sem contato com o chão, após o sinal para iniciar a execução, levantou-se e foi para a direita, contornou o cone e retornou para sentar-se novamente na cadeira retirando os dois pés do chão ao sentar-se, sem hesitar fez o mesmo para o lado esquerdo e depois repetiu a ação completa contornando assim 2 vezes cada cone no menor tempo possível, avaliou a capacidade do idoso na sua agilidade e equilíbrio em situações da vida. Para obter os dados de força foi utilizado o teste de Sentar e Levantar que tem como característica expressar os resultados em uma relação de repetições no tempo determinado com a utilização de cronômetro e uma cadeira. O idoso ficou sentado na cadeira com os pés na distância dos ombros e os membros superiores cruzados, ao aviso do pesquisador, levantou e sentou o maior número de vezes possíveis dentro de um tempo de 30 segundos sem utilizar o auxílio dos membros superiores. Para coletar dados de flexibilidade foi utilizado o teste FLEX da bateria de testes AAHPERD (1990). Que tem como característica expressar os resultados em uma escala de distância, tipicamente em centímetros com a utilização de réguas e fitas métricas. O idoso sentou no chão com as pernas retas e os pés afastados a 30,4cm de distância, no chão continha uma marcação de 63,5cm, com a marcação do 0cm virado a ele, ele levou a régua no máximo que conseguiu pela marcação do chão e segurou por 2 segundos na posição, houveram duas tentativas para realizar o teste e o maior valor foi levado em consideração. 8 A amostra do presente estudo foi caracterizada através da estatística descritiva: a média aritmética (X) foi utilizada como medida de tendência central, o desvio padrão (S) como principal medida de dispersão. Para correlacionar as variáveis foi utilizado o teste de correlação “r de Pearson”. A estatística foi feita com o auxílio pacote estatístico Statistical Package for the Social Science, versão SPSS® 20.0 (Chicago, IL, USA). RESULTADOS Os resultados encontrados no presente estudo são apresentados logo abaixo. Na tabela 1 são apresentadas as características antropométricas dos componentes da amostra. De acordo com a média do IMC, a amostra classificou-se como eutrófica quando comparado com a norma proposta por Lipschitz (1994) que recomenda valores de IMC para idosos de 22 a 27 Kg/m2. Tabela 1 – Características antropométricas da Amostra total Variáveis N= 16 Média±DP V. máximo V. Mínimo Idade (anos) 67,43±5,44 80,00 60,00 M. Corporal (Kg) 63,33±9,48 79,00 49,00 Estatura (m) 1,55±0,04 1,63 1,48 IMC (Kg/m2) 26,12±3,43 32,47 21,23 Os resultados dos testes que compõem a bateria GDLAMe a classificação do nível de funcionalidade da amostra são apresentados em seguida (TABELA 2). De acordo com a classificação proposta pelo GDLAM (DANTAS e VALE, 2004) o nível de funcionalidade dos componentes da amostra foi fraco. Em relação a força dos membros inferiores a amostra apresentou nível bom quando comparado com a classificação de Senior Fitness Test (RIKLI, 2001). Ao comparar o nível de flexibilidade da amostra com a proposta da AAPHERD (1990) verificou-se que a média da amostra é regular. 9 Tabela 2 – Resultados dos testes realizados Variáveis N= 16 Média±DP V. máximo V. Mínimo C10m (seg,) 8,29±1,09 10,00 6,520 LPS (seg,) 14,04±2,55 19,10 9,49 LPDV (seg,) 7,14±3,49 13,26 1,80 LCLC (seg,) 54,38±7,49 67,89 45,59 FLEX (cm) 39,50±9,37 53,00 23,00 SENTLEV (Repts) 11,75±2,56 18,00 7,00 IGGDLAM 37,78±4,80 47,39 28,80 Legenda: C10m: Caminhar 10 metros. LPS: Levantar-se da Posição Sentada. LPDV: Levantar-se da Posição Decúbito Ventral. LCLC: Levantar-se da Cadeira e Locomover-se pela Casa. FLEX: Teste de Flexibilidade. SENTLEV: Sentar e Levantar. IGGDLAM: Índice geral GDLAM. Este estudo verificou a correlação entre o nível de funcionalidade, a força muscular de membros inferiores e a flexibilidade de quadril e dorso. Observou-se correlações fraca entre a funcionalidade (bateria GDLAM) e a força muscular (r= 0,412) e entre a funcionalidade e a flexibilidade (r= 0,336), apresentadas logo abaixo (TABELA 3). Analisou-se também a correlação de cada um dos testes separadamente. Verificou-se correlação forte entre o teste de C10m e SENTLEV (r= 0,803) e correlação moderada entre o teste de flexibilidade (sentar e alcançar) e LPDV (r= 0,532). Os demais testes apresentaram correlação baixa. Tabela 3 - Correlação entre Funcionalidade, Força e a Flexibilidade Variáveis FLEX SENTLEV C10m 0,261 0,803 LPS 0,532 0,118 LPDV 0,025 0,340 LCLC 0,397 0,120 IGGDLAM 0,336 0,412 10 DISCUSSÃO Com o envelhecimento, é provável que o peso corporal aumente e em consequência deste fenômeno, o IMC também aumente. A associação do sobrepeso ou obesidade com o envelhecimento pode acarretar diversos problemas de saúde, e em consequência disto, a diminuição da capacidade funcional e do grau de independência dos idosos (FALSARELLA et al., 2014). Embora pareça evidente que o sobrepeso aumente a dificuldade de desempenhar tarefas no dia-a-dia, o desempenho funcional parece não ser afetado pelos valores de IMC. No presente estudo, a amostra teve seu IMC classificado como eutrófico (LIPSCHITZ, 1994), entretanto o desempenho funcional foi fraco. Outros estudos feitos com idosos ativos (LUCIO et al., 2011; RASO et al., 2002) observaram que o IMC não apresentou correlação com o desempenho funcional. Desta forma, é possível que o IMC não tenha sido o fator que mais contribuiu para o fraco desempenho funcional dos idosos que compuseram a amostra do presente estudo. Em relação a força dos membros inferiores dos integrantes da amostra, esta foi classificada como boa, apesar do desempenho funcional da amostra ter sido fraco. Um dos prováveis fatores que podem ter influenciado no nível de força da amostra é o fato dos idosos da serem fisicamente ativos. Essa suposição é reforçada pelo estudo de Da Silva et al. (2011) que encontrou nível de força muscular de membros inferiores alta em idosos fisicamente ativos quando comparados com idosos sedentários. Outro estudo (LIMA et al., 2012) verificou que quando o tipo de atividade física utilizada é o treinamento de resistência, a influência nos níveis de força é maior. No presente estudo, a amostra utilizada era fisicamente ativa e entre as atividades que realizam na instituição que faziam parte, estavam os exercícios de força e resistência muscular localizada, justificando o nível de força encontrado. Os exercícios de força e resistência muscular são importantes e tem dentre outros objetivos, a proteção muscular e óssea dos praticantes, pois o envelhecimento traz consigo um declínio da massa muscular e óssea (sarcopenia e osteopenia). Um estudo (REBELLATO et al., 2006), que acompanhou por 2 anos as atividades oferecidas a um grupo de idosos observou que os idosos que praticavam atividades físicas e apresentavam bons níveis de força, tinham um rápido declínio nessa valência ao parar o programa de exercícios. É importante perceber que 11 melhores níveis de força podem proporcionar melhor qualidade de vida aos idosos, e tornar possível realizar atividades como, sentar e levantar de uma cadeira, arrumar a casa, dentre outras atividades básicas de vida diária, sem nenhuma ou com pouca dificuldade. Analisando a flexibilidade da amostra do presente estudo, verificou-se um nível regular. Entretanto, sabe-se que um bom nível de flexibilidade é importante para conseguir uma boa funcionalidade em atividades diárias, pois é com ela que será possível o idoso alcançar algo no chão, pentear o próprio cabelo e ter uma boa mobilidade. Guadagnine e Olivoto (2004) analisaram através do teste de sentar e alcançar a flexibilidade de idosos ativos e constataram que 70% dos idosos que praticavam exercícios regularmente apresentam bons níveis de flexibilidade. Como a amostra do presente estudo foi composta por idosas fisicamente ativas que realizavam atividades físicas regulares por 3 vezes/semana durante 1 hora, era esperado que o nível de flexibilidade fosse alto. Entretanto, o fato do programa de exercícios ofertado pela instituição priorizar a força e resistência muscular localizada, utilizando a flexibilidade apenas como uma preparação pré- exercício (alongamento no início das atividades), pode ter influenciado neste resultado. Em relação a funcionalidade os resultados mostraram que a amostra apresentou um nível fraco, apesar de apresentar bons níveis de força e níveis regulares de flexibilidade. Diferentemente, outros estudos que avaliaram a funcionalidade em idosos fisicamente ativos encontraram bons níveis de desempenho funcional, principalmente quando comparados com idosos sedentários (SILVA et al., 2010; ALFIERI et al., 2009). Possivelmente o desempenho funcional da amostra do presente estudo não tenha sido bom pelo fato do programa de exercícios que estes estavam envolvidos priorizar apenas a força e a resistência muscular, ignorando o fato de que atividades físicas que combinem as variáveis da aptidão física relacionada a saúde contribuam mais para o desempenho funcional. Reforçando esta hipótese, alguns estudos verificaram que atividades físicas que proporcionam estímulos músculos- esqueléticos e proprioceptivos (GAUCHARD et al., 2003) ou utilizem exercícios multi-sensoriais (NAGY et al., 2007), ou combinem o equilíbrio com outras variáveis da aptidão física (NITZ; CHOY, 2004) podem apresentar melhores resultados para o desempenho funcional. 12 Por fim, ao correlacionar os resultados de força e flexibilidade com a funcionalidade através da bateria de testes do GDLAM verificou-se uma baixa correlação (r= 0,412 e r= 0,336 respectivamente), o que de acordo com a hipótese inicial não era esperado, pois acreditava-se que quanto melhor os resultados em força e flexibilidade, melhor seria o desempenho funcional. Outros estudos encontraram resultados semelhantes ao comparar alguns testes funcionais com a força e flexibilidade. Gadelha et al. (2014) em estudo realizado com 137 mulheres com osteopenia e fisicamente ativas, encontrou correlação fraca entre os testes SENTLEV e a força (r=0,100). Outro estudo (GONÇALVES et al., 2010) também verificou correlação baixa entre a força e a funcionalidade. Garcia et al. (2015), ao correlacionar capacidade funcional, força e massa muscular em idosas, concluiuque há uma associação da capacidade funcional apenas com o desempenho muscular e não com a massa muscular. Os mesmos autores também observaram correlação positiva baixa entre o nível de atividade física e todas as variáveis de desempenho muscular. Diferentemente, Roncato et al. (2014), não encontrou correlação entre a capacidade de produzir força máxima e o desempenho funcional em mulheres idosas, através dos testes TUGT (r=-0,44), CAM6m (r=-0,23) e SENTLEV (r=-0,09). Já para a flexibilidade, outro estudo (GERALDES et al., 2008), correlacionou a flexibilidade das articulações glenoumeral e coxofemoral com a funcionalidade de idosas, e observou correlações significantes que variavam entre r= 0,45 a 0,49 para os testes de SENTLEV e CAM6m. Os autores ainda verificaram que o desempenho funcional esteja mais ligado ao somatório de amplitudes de movimentos de várias articulações do que a amplitude de uma articulação isolada. Apesar do presente estudo verificar correlações baixas entre força, flexibilidade e desempenho funcional, sabe-se que estas variáveis são aptidões físicas relacionadas a saúde, e com isso, torna-se importante na manutenção ou melhoria dos níveis de funcionalidade, para que atividades da vida diária como locomover-se com baixos riscos de queda, calçar sapatos, vestir-se, pentear os cabelos, dentre outras sejam possíveis de serem feitas. 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da força dos membros inferiores apresentar um bom nível e a flexibilidade apresentar nível regular, o desempenho funcional foi fraco. As correlações encontradas entre a funcionalidade e a força muscular e entre a funcionalidade e a flexibilidade foram fracas, mesmo sendo verificada correlação forte entre o teste de C10m e SENTLEV, e correlação moderada entre o teste de flexibilidade e LPDV. Desta forma, é importante perceber que apesar da força e flexibilidade ser variáveis da aptidão física importantes para realizar atividades como, sentar e levantar de uma cadeira, arrumar a casa, dentre outras atividades básicas de vida diária, é fundamental para o idoso se envolver em programas de atividades físicas que enfatizem também outras variáveis da aptidão física relacionada a saúde como equilíbrio, agilidade e coordenação, pois a cada variável isoladamente parece contribuir de forma limitada para a melhoria do desempenho funcional. REFERÊNCIAS ALFIERI, F. M.; WERNER, A.; ROSCHEL, A. B.; MELO, F. C.; SANTOS, K. I. S. Mobilidade funcional de idosos ativos e sedentários versus adultos sedentários. Brazilian Journal Biomotricity, v. 3, n. 1, p. 89-94, 2009. ARAÚJO, Marina Lorenzi Monteiro; FLÓ, Claudia Marina; MUCHALE, Sabrina Michaels. Efeitos dos exercícios resistidos sobre o equilíbrio e a funcionalidade de idosos saudáveis: artigo de atualização. 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Acesso em: 15 de Maio de 2018. 18 ANEXO Protocolo GDLAM de avaliação de autonomia funcional (DANTAS; VALE, 2004) Trata-se de uma bateria de testes composto por 4 testes: caminhar 10 metros (C10m), levantar-se da posição sentada (LPS), levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC), que avaliam respectivamente a velocidade para caminhar, a capacidade funcional da extremidade inferior, a habilidade de levantar-se do chão e a capacidade do idoso na sua agilidade e equilíbrio, em situações da vida. Todos os testes serão cronometrados e terão seus resultados em segundos e utilizará a seguinte fórmula para analisar os dados coletados: Onde: C10m, LPS, LPDV e LCLC = tempo aferido em segundos. IG = índice GDLAM em escores. Teste de Sentar e Levantar (ARAÚJO, 1999) O teste pode ser realizado em qualquer local, desde que o solo seja plano e não escorregadio. Para execução do teste o participante deverá estar descalço e sem meias, também não poderá utilizar roupas que prejudiquem sua mobilidade. O avaliador orientará o participante a procurar sentar e levantar, sem se desequilibrar, e utilizando o menor número de apoios que você consiga. O avaliador fica próximo ao avaliado para oferecer-lhe segurança em caso de desequilíbrio, procurando posicionar-se em diagonal, de modo a ter melhor ângulo de visão para identificar o uso de apoios e a presença ou ausência de qualquer desequilíbrio. Completado o ato de sentar é atribuída a nota e solicitado ao avaliado que se levante e novamente o avaliador confere uma nota. Enquanto é válido cruzar as pernas para sentar ou levantar, não se permite que o indivíduo se jogue para trás ao tentar sentar-se. A velocidade de execução não é especificamente medida, mas recomenda-se que o indivíduo realize os dois atos de forma e com velocidade naturais, já que a rapidez relativa não está sendo mensurada e não é observada na avaliação. São normalmente feitas duas tentativas, procurando melhorar o resultado da primeira para a segunda. Caso o avaliador perceba que o indivíduo, por qualquer razão, pode ainda melhorar a técnica de execução, outras tentativas podem ser feitas. Cabe ao avaliador orientar como, eventualmente, o indivíduo poderá melhorar seus resultados, sem pôr em risco sua integridade física. Teste de Flexibilidade (FLEX) (AAHPERD et al., 1990). Teste de flexibilidade (FLEX) • Instrumentos: fita adesiva e régua de metal maior de 63 cm. • Organização do teste: uma fita adesiva de 50,8 cm foi afixada no solo e uma fita métrica de metal também foi afixada no solo perpendicularmente, com a marca de 63,5 cm diretamente colocada sobre a fita adesiva. Foram feitas 19 duas marcas equidistantes 15,2 cm do centro da fita métrica. • Posição do avaliado: o participante, descalço, senta-se no solo com as pernas estendidas, os pés afastados 30,4 cm entre si, os artelhos apontando para cima e os calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva. O zero da fita métrica aponta para o participante. • Posição do avaliador: ao lado do avaliado, segurando o joelho do avaliado para não permitir que o mesmo se flexione. • Procedimento: com as mãos uma sobre a outra, o participante vagarosamente desliza as mãos sobre a fita métrica tão distante quanto pode, permanecendo na posição final no mínimo por 2 segundos. São oferecidas duas tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final é dado pela melhor das duas tentativas anotadas. Escore: Classificação: Medidas em cm: Muito Fraco ≤ 26 Fraco 27 - 34 Regular 35 - 41 Bom 42 - 49 Muito Bom ≥ 50
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