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LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA HERPES VÍRUS • Herpesvirus homini • Quadros variáveis benignos ou graves • HSV-1: infecções na face e tronco (não genital) ➢ 80-90% antes dos 10 anos de idade • HSV-2: infecções de genitália, transmissão sexual (genital) ➢ Pós adolescência • Podem ser diagnosticados pro sorologias • Transmissão: contato pessoal • Mucosa ou soluções de continuidade • Período de incubação: 10 dias • Latência em gânglios de nervos cranianos (gera dor antes de aparecer as lesões) ou espinhais • O vírus pode ser transmitido na ausência de lesão clínica • A principal característica do vírus é a sua persistência no organismo do hospedeiro: ele simplesmente não é eliminado • Na primoinfecção herpética, pela imaturidade do sistema imunológico específico contra o vírus, as manifestações clínicas, quando ocorrem, são floridas e mais prolongadas. Na reativação herpética, o quadro clínico é mais brando, pelo uso da memória imunológica o É autolimitada, durando cerca de 10-14 dias, mas pode se estender até por 6 semanas o Gengivoestomatite herpética primaria (priminfecção): ▪ Mais comum em crianças ▪ São vesículas que rompem com facilidade ▪ Lesões vesicoesrosivas e quadro subfebril: erupção vesiculosa com febre alta, adenopatias e comprometimento do estado geral ▪ As vesículas se rompem facilmente, formando exulcerações, que ficam recobertas por placas esbranquiçadas ▪ Febre alta, dor de garganta, mialgia, adenopatia cervical e aparecimento de lesões vesiculares dolorosas múltiplas envolvendo lábios, regiãobperioral e cavidade bucal ▪ Pode comprometer até a faringe, causando dor na deglutição de alimentos e líquidos o Vulvovaginite herpética o Herpes orolabial (reativação herpética): ▪ Mais comum em adultos ▪ Pode ser desencadeada por exposição ao sol, trauma, estresse emocional ou por uma infecção respiratória febril ▪ Inicia com um pródromo de uma dor em queimação ou ardência na região labial ou perilabial cerca de 24h antes do surgimento das lesões ▪ Vesículas agrupadas, com base eritematosa, acometendo uma pequena área orolabial unilateral ▪ Não há sinais e sintomas sistêmicos ▪ A dor melhora após as primeiras 24h e lesões regridem em 5 dias o Queratoconjuntivite herpética: ▪ Lesão na conjuntiva manda para o hospital ▪ Vesículas agrupadas e erosões na conjuntiva e córnea LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA ▪ Pode causar ulcerações profundas, levando a cegueira ▪ Dura entre 2-6 semanas e tem tendencia a cura, sem deixar sequelas o Panarício herpético: ▪ Raro ▪ Atinge os dedos das mãos ▪ Pode ocorrer por autoinoculação ▪ Médicos, dentistas, enfermeiros e auxiliares de odontologia ▪ Vesículas que coalescem podendo formar uma bolha única, febre e adenopatia ▪ Dor, edema e eritema da extremidade do dígito com aparecimento das vesículas ▪ Sintomas sistêmicos e adenite satélite podem ocorrer ▪ Caráter recidivante ▪ É considerada dermatose ocupacional o Erupção variceliforme de kaposi (eczema herpético): ▪ Quadro de disseminação pelo vírus herpético em lesões cutâneas preexistentes ▪ Ocorre em indivíduos com afecções cutâneas previas (dermatite atópica) ▪ Vesículas disseminadas em áreas de pele comprometidas, que rapidamente se transformam em pústulas e estas dessecam dando origem a crostas ▪ Febre, prostração, toxemia e adenopatias o Herpes não genital recidivante: ▪ Mais comum em adultos ▪ Ardor ou prurido local precede o aparecimento das lesões ▪ Vesículas agrupadas sobre base eritematosa, que se tornam pústulas e se ulceram ▪ Fatores desencadeantes: traumas, exposição ao sol, tensão emocional, menstruação, alimentos, infecções respiratórias o Incubação de 5-10 dias o Duração media dos sintomas: 12 dias na primo-infecção e de 9 dias em infecção recorrente LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o Vesículas agrupadas dolorosas no pênis, vulva ou anus que se ulceram o Quadro clínico variável com sintomas mais ou menos intensos o Tem tendencia a evoluir pra quadros recidivantes o O vírus se mantem no estado de latência nos gânglios sacrais o Vesículas com base eritematosa, que evoluem para úlceras e crostas seroemorrágicas. No quadro da primoinfecção é mais proeminente e pode cursar com febre, adenopatia inguinal e queda do estado geral. Disúria e secreção uretral no homem e corrimento aquoso na mulher são relatados o Clínico o Exames complementares o Citodiagnose de Tzank: lamina com raspado de uma vesícula ou erosão – células gigantes multinucleadas o Histopatologia, cultura, sorologia, biologia molecular o Imunocomprometidos: dose dobrada o Sempre trata as recidivas da mesma forma o Formas graves: hospitalização e Aciclovir EV 5 mg/kg de 8/8 horas o Pode ser usado em gestantes o Aciclovir tópico: se usar na fase de ardor antes de sair a lesão, tende a ser menos dolorida ou nem aparecer a lesão. Mas não passa, se o paciente tiver usando não tira, mas não é para passar! O recomendado é o tratamento oral PRIMOINFECÇÃO (GENGIVOESTOMATITE): Aciclovir VO 15 mg/kg 5x/dia por 7 dias. PRIMOINFECÇÃO (HERPES GENITAL): Aciclovir VO 400 mg 3x/dia por 7-10 dias; Fanciclovir VO 250 mg 3x/dia por 7-10 dias; Valaciclovir 1.000 mg 2x/dia por 7-10 dias. HERPES OROLABIAL RECORRENTE (TERAPIA INICIADA ANTES DO APARECIMENTO DAS VESÍCULAS): Aciclovir VO 400 mg 3x/dia por 5 dias; Fanciclovir VO 500 mg 2x/dia por 7 dias; Valaciclovir 2.000 mg 2x/dia por 1 dia. Terapia tópica: Penciclovir 1% creme 2/2h por 4 dias; Aciclovir 5% creme 3/3h por 7 dias; Docasanol 10% creme 5x/dia até desaparecimento das lesões. HERPES GENITAL RECORRENTE: Aciclovir VO 400 mg 3x/dia por 5 dias ou 800mg 3x/dia por 2 dias; Fanciclovir VO 125 mg 2x/dia por 5 dias; Valaciclovir 500 mg 2x/dia por 3 dias. Obs.: Indicada a profilaxia das recorrências se mais de 6 por ano: (Aciclovir 400 mg 2x/dia ou Fanciclovir 250 mg 2x/dia ou Valaciclovir 500 mg 1x/dia). PANARÍCIO HERPÉTICO: Aciclovir VO 400 mg 3x/dia por 10 dias. Imunodeprimidos (Aids, transplantados): Aciclovir IV 5 mg/kg 8/8h por 7 dias ou VO 400 mg 5x/dia por 14-21 dias; Fanciclovir VO 500 mg 2x/dia por 7 dias; Valaciclovir 500 mg 2x/dia por 7-10 dias. LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA VARICELA VÍRUS • Distribuição universal • Mais comum na infância • Transmissão por via aérea • Altamente contagiosa • Incubação: 2-3 semanas • Em geral, confere imunidade por toda a vida • Herpes, varicela e zoster o vírus fica em latência nos nervos periféricos para sempre • Varicela é a primo-infecção pelo vírus Varicela- Zoster (VZV), enquanto a herpes-zoster é a reativação do vírus • Varicela é uma doença febril com exantema vesicular disseminado que ocorre quase sempre na infância VARICELA o Mal estar e febre moderada o Manchas eritematosas → Pápulas → Vesículas → Pústulas → Crostas o Disseminação craniocaudal o Maior numero de lesões no tronco o Acometimento de mucosas o Duração media de 1 semanas o Quadro mais graves: febre elevada, lesões muito numerosas, acometimento importante da mucosa o Varicela neonatal: grave e potencialmente fatal o Varicela congênita: microftalmia, catarata, atrofia ótica e do SNC o Imunocomprometidos: lesões hemorrágico necróticas, pneumonia, encefalite o Clinico o Citodiagnose de Tzanc: células multinucleadas o Histopatológico: vesícula epidérmica com células balonizantes o Sorologia: anticorpos IgM indicam infecção recente o Repouso e antitérmicos (paracetamol, dipirona) o Evitar AAS pelo risco de desenvolvimento de Síndrome de Reye o Tópicos para limpeza das lesões: água boricada, permanganato de potássio o Anti-histamínico o Aciclovir nas formas graves LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o Indicações: imunocomprometidos,gestantes, neonatos de mães infectadas pouco antes do nascimento o Imunoglobulina (VZIG) até 96 horas após a exposição o Vacina: previne a doença em 70-90% e impede a ocorrência das formas mais graves o Indicada para todas as crianças saudáveis entre 12 meses e 12 anos de idade, em dose única, com um reforço aos 4 anos de idade e adultos que não tiveram varicela HERPES ZOSTER o Ocorre vários anos depois do episodio de varicela o Dores nevrálgicas antecedem o quadro o Lesão elementar: vesícula sob base eritematosa o As lesões se reúnem em distribuição linear, seguindo o trajeto de um nervo, geralmente unilateral e raramente ultrapassam a linha mediana o Geralmente a nível torácico, quando facial é perigoso porque pode atingir o nervo oftálmico resultando em cegueira o Acomete o dermatomo bilateral quando o paciente é imunocomprometido, o que é grave o As vesículas dessecam formando crostas o Cura: 2 a 4 semanas o Mais comum em adultos e idosos o Pródromo de dor em queimação na área do dermátomo acometido, por vezes associada à febre. Dias depois aparecem as lesões: vesículas agrupadas com base eritematosa, dolorosas o Os nervos mais frequentemente atingidos são os intercostais (50%), vindo, em seguida, trigêmio (15%), cervical, lombar e lombossacro o Imunocomprometidos: nevralgia intensa e lesões hemorrágico necróticas o O quadro pode generalizar constituindo zoster-varicela o As vesículas tornam-se crostas e as lesões tendem a desaparecer em 2-4 semanas, podendo haver infecção bacteriana secundária o O comprometimento do ramo oftálmico do trigemio pode comprometer a córnea o O acometimento do nervo facial pode causar paralisia facial de Bell o Em alguns casos pode haver comprometimento neural isolado o Clínico o Citodiagnose (células gigantes multinucleadas) ou histopatologia o Investigar causas predisponentes: diabetes, anemia, linfoma e HIV (tudo que causa imunossupressão) LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o No paciente jovem precisa investigar tudo, inclusive HIV o No idoso não precisa investigar tudo, é mais comum o Deve ser iniciado em até 72h após o início dos sintomas o Aciclovir: 800 mg de 4/4 horas por 7 dias o Fanciclovir: 1g 12/12 horas por 7 dias OU 500mg 8/8 horas por 7 dias o Valaciclovir: 1000mg 8/8 horas por 7 dias o Quadros graves: antiviral endovenoso o Corticoides sistêmicos: sempre associado ao antiviral ▪ Prednisona 30 mg 2x/dia até o 7º dia + 15mg 2x/dia até o 14º dia + 7,5mg 2x/dia até completar 21 dias (Prevenção de neuralgia pós-herpética, mas é mais evidente nos pacientes acima de 50 anos) o Neuralgia pós herpética (persistência >30 dias de dor em queimação e disestesia na área afetada após o desaparecimento das lesões): Carbamazepina (200mg 2x/dia), Amitriptilina, Gabapentina, infiltrações de corticoide, uso tópico de Capsaicína 0,025-0,075% o Imunodeprimidos: Aciclovir IV 10mg/kg 8/8h por 14 dias. Corticoide é contraindicado VÍRUS EPSTEIN-BARR (LEUCOPLASIA PILOSA) • Mais de 90% dos adultos apresentam sorologia positiva para EBV • Primoinfecção ocorre na infância, e a localização do vírus na faringe e glândulas salivares permite a excreção pela saliva e disseminação viral • Leucoplasia pilosa oral: lesões filiformes esbranquiçadas na cavidade oral, geralmente na face lateral da língua e são assintomáticas • Quase sempre associado a Aids e faz diagnóstico diferencial com candidíase oral, mas as placas não saem com a espátula • O tratamento antirretroviral do HIV costuma ser suficiente para regredir a lesão. Terapia tópica com podofilina ou isotretinoína PITIRÍASE RÓSEA DE GILBERT • Sazonal, mais comum em jovens • Inicia com lesão eritematoescamosa arredonda de crescimento centrifugo, atingindo 2-8cm de diâmetro • Localizada em geral nos membros e no tronco, começa com a lesão mãe e em duas semanas surgem as lesões menores, eritematoescamosas predominando no tronco • A descamação é mais nítida na parte interna da borda da lesão • Prurido discreto • Involução em 8 a 12 semanas • Conduta expectante, embora possa utilizar corticoide tópico no casos extensos e eruptivos (Prednisona oral) 5 LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA FAMÍLIA HPV-VERRUGAS • Prevalência de verrugas é maior em crianças e adolescentes (pico entre 12 e 16 anos) • Transmissão: cotato direto interpessoal, autoinoculação ou por piscinas e recintos esportivos • Verruga: pápula hiperceratósica, devido a hiperproliferação epitelial localizada • Período de incubação: 3 meses • As verrugas podem ser permanentes ou podem regredir espontaneamente em 2 anos o Mais comum e mais clássico o Lesão papulovegetante hiperceratórica de tamanho variável o Ao dermatoscópio: vários pontinhos pretos ou escuros por alças capilares trombosadas o Papula ou nódulo de consistência firme, com superfície dura, hiperqueratótica o Dorso das mãos e dedos, dobras periuungueais o Pouco salientes em decorrência da pressão do corpo (o paciente pisa e ela entra) o Placa cor da pele a amarelada envolta por anel hiperqueratótico o Pelo efeito da pressão do corpo, as verrugas plantares têm crescimento endofítico, apresentando-se como lesões planas com halo hiperceratórico o Dolorosa. Quando dificulta a deambulação é chamada de mirmécia o Se tirar nasce novamente o É “olho de peixe” que alguns pacientes chamam o Pápulas planas de 1-5mm de diâmetro, levemente amareladas e ligeiramente salientes o Crianças e adolescentes: verruga plana juvenil o Numerosas o Face, dorso das mãos e antebraços LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o Semelhante a uma espicula, saindo de forma perpendicular ou obliqua a pele o Predominam na face e pescoço o Destruição local da verruga o Toda verruga deve ser eliminada com uma pequena parte da epiderme abaixo da lesão para reduzir o risco de recidiva o Verrugas vulgares: ▪ Eletrocoagulação com curetagem ▪ Ceratolíticos: ácido salicílico 16,5% com ácido lático 14,5%, aplicado exclusivamente na lesão 1x/dia por 7 dias ▪ Crioterapia com nitrogênio líquido: mais rápido, mas dolorosa ▪ Ácido tricloroacético (TCA) 50-70% ▪ Laser ablativo (CO2) ▪ Imiquimod o Peirungueais: mesmo tratamento, são mais resistentes o Verrugas plantares: ▪ Tratamento difícil ▪ Ácido nítrico fumegante 66% após raspagem da verruga ▪ Crioterapia ▪ Desbastamento ▪ Imiquimod ▪ Contraindicação: cirurgia de eletrocauterização o Verrugas planas: ▪ Tretinoina 0,05-1% gel ou creme diariamente a noite por 4-6 semanas ▪ Crioterapia ▪ Eletrocoagulação ▪ 5-fluoracil (5-FU) 5% creme, diariamente por 7 dias o Verrugas filiformes: ▪ Exérese cirúrgica seguida de eletrocoagulação da base o Ácido salicílico com lático deixa a verruga mais molinha para retirar o Imiquimod não faz para verruga plantar o Evita crioterapia na plantar o Dasbastamento sozinho não adianta MOLUSCO CONTAGIOSO • Parapoxvírus • Transmissão por contato individual em crianças • Adultos a transmissão é sexual • Pápula semiesférica e aproximadamente 0,5cm, geralmente umbilicada com depressão central e sem base eritematosa • Em pacientes imunodeprimidos encontra lesões maiores e mais numerosas • No adulto acomete mais área genital, enquanto na criança atinge mais face, tronco e membros superiores • Histoplasmose e Criptococose podem expressar clinicamente lesões semelhantes ao molusco em pacientes com Aids • Assintomática • Predisposição: crianças com dermatite atópica • O diagnóstico é clínico e em casos duvidosos faz a biopsia para confirmar LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o Curetagem com retorno a cada 2 semanas para tratar possíveis lesões que apareçam posteriormente o Crioterapia (quando tem poucas lesõesou em lesões maiores) o Hidróxido de potássio a 5-10% toda noite na lesão com auxilio de um cotonete ou palitinho com algodão. Se irritar a pele é para suspender o uso o Imiquimod: só em pacientes com muitas lesões ACRODERMATITE PAPULOSA INFANTIL: SÍNDROME DE GIANOTTI-CROSTI • Etiologia: vírus da hepatite B • Manifestações clínicas: erupção eritematosa ou papuloeritematosa, não pruriginosa, sem tendencia a confluir, localizada na face, nádegas, membros e tronco, de instalação em cerca de 3-5 dias e perdura por 3-8 semanas, acompanhada de linfadenopatia, principalmente inguinal e axilar
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