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Princípios básicos de Acústica

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Princípios básicos de Acústica: Por que os 
arquitetos não deveriam deixar tudo para os 
consultores 
Escrito por Lindsey Leardi | Traduzido por Eduardo Souza 
 
Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas densas. 
Restaurantes, lojas, hotéis ou escritórios desconfortavelmente barulhentos são 
suficientes para manter os clientes afastados. Ao planejar uma reunião ou 
mesmo sair à noite com amigos, estamos conscientes de selecionar um local 
onde possamos nos concentrar e ouvir um ao outro. Quanto mais barulhento 
fica nosso mundo, mais difícil é nos concentramos nos sons que realmente 
queremos ouvir. 
Desde o começo dos tempos, nossos ouvidos nos alertaram sobre o perigo que 
se aproxima. Enquanto sua função permanece a mesma, os perigos de hoje são 
diferentes do que eram no passado. Sons indesejados podem ter efeitos graves 
para a saúde, tais como: perda auditiva, pressão alta, dores de cabeça, 
alterações hormonais, doenças psicossomáticas, distúrbios do sono, redução do 
desempenho físico e mental, reações de estresse, agressividade, sentimentos 
constantes de desprazer e redução geral bem-estar. Com essa lista de efeitos 
colaterais, seria tolice deixar o conforto acústico de nossos espaços apenas para 
consultores. Quando os arquitetos tem a consciência do conforto acústico, o 
resultado final pode ser extraordinário. 
Como funciona o conforto acústico 
Mesmo durante o sono, nosso ouvido externo, médio e interno recebe, 
transmite e detecta o som, respectivamente. As pressões sonoras fazem com 
que o tímpano vibre, estimulando os nervos no ouvido interno. Diferenças na 
pressão determinam o volume, medido em decibéis. Os ciclos de vibração por 
segundo determinam o pitch ou a frequência, medida em Hertz. 
https://www.archdaily.com.br/br/author/lindsey-leardi
https://www.archdaily.com.br/br/author/eduardo-souza
 
A qualidade acústica interna depende de quão bem as fontes de som são 
controladas. Ruídos externos, internos, de impacto e de equipamentos são 
transmitidos através do ar ou da textura do edifício. A maneira que o ouvido 
humano percebe o som depende diretamente dos níveis de reverberação e 
absorção dentro do edifício. Para avaliar o conforto acústico de um edifício, o 
nível sonoro e a acústica da sala são avaliados. O nível de som é medido por 
níveis de ruído de fundo versus pico. A acústica da sala é medida pelo tempo 
de reverberação, nível de inteligibilidade e nível de privacidade. Dependendo 
da funcionalidade do edifício ou sala, diferentes requisitos acústicos serão 
aplicados. 
Como projetar para atingir conforto acústico 
Ao projetar para o conforto acústico, considere as necessidades dos ocupantes, 
juntamente com fatores externos e arquitetônicos: o programa da construção, 
hábitos culturais, tipos de ruído, espectro de ruído, sistemas de construção e 
materiais. É desafiador prever o som com precisão. Mas é imprescindível 
antever os níveis de ruído externos por meio da análise do local e uma narrativa 
explicando os requisitos de desempenho do edifício, a estrutura do edifício e 
as necessidades de equipamento técnico. Análises no local não podem ser 
substituídas por simulações computacionais, já que elas não possuem ouvidos 
humanos. Em última análise, o desempenho acústico se resume aos 
acabamentos 
 
Onde os arquitetos devem se envolver? 
Uma vez que as necessidades programáticas são conhecidas (e os níveis de ruído 
corretos já são determinados com a ajuda de um especialista), é hora de 
selecionar os materiais. É exatamente neste ponto que os arquitetos devem 
estar mais envolvidos e onde podem fazer a diferença no desenho e na 
expressão do edifício (dentro e fora). Existe uma grande variedade de materiais 
personalizáveis disponíveis, tais como painéis acústicos de parede e forro que 
são uma excelente maneira de reduzir os reflexos sonoros. Também o vidro 
acústico integra uma camada intermediária de filme para diminuir a 
transmissão de som sem sacrificar a transparência, e isso pode ser uma ótima 
maneira de criar subdivisões interiores em espaços modernos e reduzidos, por 
exemplo. E nunca devemos esquecer o uso e a aplicação corretos do selante à 
prova de som, que evita que ruídos indesejados escapem de uma sala através 
de falhas mínimas e rachaduras. Finalmente, um teste no local garante que o 
desempenho especificado seja alcançado. 
A acústica é um elemento-chave em todos os tipos de construção, desde 
hospitais, edifícios educacionais, centros esportivos até residenciais ou locais 
de trabalho e música. Cada tipologia na arquitetura terá seus próprios requisitos 
acústicos e é por isso que os arquitetos não podem projetar um edifício 
confortável e sustentável sem a pesquisa e o conhecimento anteriores. Para 
alcançar um espaço acústico perfeito, devemos estar cientes dos materiais 
tecnologicamente avançados que mantêm a acústica de classe mundial. À 
medida que as cidades se adensam, os vizinhos se aproximam, as pessoas 
trabalham em casa e os tipos de construções se tornam mais e mais mistas, as 
paisagens acústicas internas estão evoluindo. As alterações climáticas já 
amplificaram os níveis de ruído, aumentando o nosso uso de sistemas de ar 
condicionado. As tempestades estão se intensificando, provocando mais 
vibrações. Nossos prédios vão exigir um melhor isolamento para proteger os 
ocupantes dos ruídos internos e externos. No final das contas, a maneira como 
“ouvimos” em um espaço afeta não apenas nossa apreciação, mas também 
nossa produtividade, nossa capacidade de aprender, nosso sono, conforto e 
bem-estar geral. 
 
 
 
https://www.archdaily.com.br/br/910936/principios-basicos-de-acustica-por-que-os-arquitetos-nao-deveriam-deixar-tudo-para-os-consultores/5c44ed5c284dd1240300010c-basic-principles-of-acoustics-why-architects-shouldnt-leave-it-all-to-consultants-photo
https://www.archdaily.com.br/br/910936/principios-basicos-de-acustica-por-que-os-arquitetos-nao-deveriam-deixar-tudo-para-os-consultores/5c44ed5c284dd1240300010c-basic-principles-of-acoustics-why-architects-shouldnt-leave-it-all-to-consultants-photo

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