Modos de Ação Gênica

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Nathália Gomes Bernardo 
Aula 3- 18/03/2021 
Modos de Ação Gênica 
Conforme o princípio básico do melhoramento genético, fenótipo = genótipo + ambiente. 
Sendo que o genótipo de um indivíduo representa o conjunto de seus genes (50% do pai 
e 50% da mãe) e atua como se fosse uma unidade. Genótipo provem da união de gametas; 
Cada gameta representa metade dos genes presentes em um indivíduo. O gene se expressa 
a partir da síntese proteica. 
Ambiente são todos os fatores não genéticos. 
No melhoramento genético tem-se o interesse de entender a ação desse conjunto 
de genes sobre o fenótipo do próprio indivíduo. 
O genótipo de um bovino, por exemplo, é um grande conjunto de genes > vários 
pares de genes. 
Cada animal possui o seu genótipo, então dentro de uma população existe uma 
variação genotípica. De acordo com o princípio básico do melhoramento, o desempenho 
do animal – ou seja, o fenótipo- se deve a ação dos genótipos (valor genotípico) mais o 
ambiente. 
VALOR GENOTÍPICO + AMBIENTE 
No valor genótipo existe o valor aditivo dos genes – porque cada gene provoca 
uma contribuição ao fenótipo, então é um efeito individual de cada gene que causa adição 
ao genótipo do animal- e as combinações gênicas (tem relação com os pares de genes). 
Existem dois modos de ação gênica: modos de ação aditiva e modos de ação 
gênica não aditiva (refere-se as combinações genicas; que podem ser de dominância 
e epistasia). 
Uma característica é considerada qualitativa quando é influenciada por um ou 
poucos pares de genes e há pouca ou nenhuma interferência do ambiente. Já 
características qualitativas são influenciadas por vários pares de genes e sofre 
interferência do ambiente. 
➔ Exemplo: uma espécie com 16 
cromossomos, ou seja, 8 pares de 
cromossomos. Em um determinado ponto 
do cromossomo tem uma característica 
qualitativa influenciada por 1 par de alelos/ genes> como é apenar um par de 
genes, pode estar ocorrendo ação genica aditiva ou não aditiva > se houver a 
presença ou dominância de um gene dominante sobre um gene recessivo pode ter 
situações diferentes. 
Já no caráter quantitativa, há vários genes presentes em todos os 
cromossomos influenciando uma determinada característica; nesse grande 
conjunto de genes que influenciam essa característica, os genes podem estar 
atuando de diferentes maneiras. > pode ter genes atuando de forma aditiva, genes 
atuando de forma não aditiva ( atuando de forma dominância completa, ou 
inclomleta, etc). Então para características quantitativa, os genes podem 
atuar de várias maneiras> todos os modos de ação gênica estão presentes em 
características quantitativas. 
MODO DE AÇÃO GÊNITA ADITIVA 
 
É aquela em que cada gene dos que constituem o genótipo (em relação a uma 
característica qualquer) provoca um acréscimo no valo fenotípico do indivíduo, 
independente dos outros genes presentes. > a contribuição individual de cada gene é 
individual e somada para a expressão do fenótipo expressado pelo animal. 
 Não há presença de dominância entre os genes (alelos) e o efeito de cada gene 
adiciona-se ao efeito dos demais. 
EX.: Sequência de DNA, ou seja, sequencia de genes, que influencia uma determinada 
característica quantitativa. Nesse conjunto de genes, cada gene tem um efeito sobre o 
fenótipo. 
A ação dos genes que vai influenciar na 
expressão do fenótipo do animal é uma somatória 
da ação individual de cada gene. Sendo assim, 
terão genes que atuam de forma favorável e genes que atuam de forma desfavorável. 
EX.: Supondo que tenhamos 3 genótipos, o genótipo homozigoto A1A1, um genótipo 
heterozigoto A1A2 e um genótipo homozigoto A2A2. 
 Supondo que no genótipo homozigoto A2A2 
há uma expressão fenotípica de 10g, no 
heterozigoto uma expressão fenotípica de 15g e 
no homozigoto A1A1 uma expressão fenotípica 
de 20g. 
 Como na ação gênica aditiva cada gene tem uma contribuição sobre o fenótipo, 
então ao analisar o genótipo homozigoto A1A1, é possível afirmar que o gene A1 tem 
valor de 10g; enquanto, se o genótipo homozigoto A2A2 tem valor de 10g, é possível 
afirmar que o gene A2 tem contribuição aditiva de 5g. 
 Ao acasalar os animais A1A1 e A2A2 terá prole heterozigota A1A2 de valor 15g. 
Então espera-se que o valor desse genótipo na expressão do fenótipo seja de 15g. 
 Esse valor de 15g representa a média, então se uma característica é determinada 
por um par de alelos (genes), na ação gênica aditiva o valor expresso pelo genótipo 
heterozigoto é o valor médio dos genótipos homozigotos. > 10+20= 30 > dividido por 2= 
15. As progênies representar o valor médio dos pais. 
 Nesse caso ainda, o gene A1 em relação ao gene A2 adiciona 5g a mais, mas o 
valor do gene A1 é 10g. 
 
Ex.: tem se os genótipos homozigotos AA e aa; ao acasalar pais com esses genótipos, a 
progênie será heterozigota Aa. 
Supondo então que o genótipo aa 
tem efeito fenotípico de 50, 
enquanto o AA tem efeito 
fenotípico de 150. A progênie tem 
valor fenotípico de 100 (valor 
médio dos pais) > cada gene teve 
um valor que foi somado chegando 
a expressão fenotípica do genótipo. 
 O alelo a (do genótipo aa) tem valor 25; enquanto o alelo A (do genótipo AA) tem 
valor 75. 
Aa= 100 
 Sendo assim, o efeito aditivo do gene A, em relação ao gene a, é de 50. > ainda 
assim o valor do gene A é 75. 
 
 
 
 
 
 
Ex.: 
A1A1 x A2A2= A1A2 
4000+2000= 6000/2= 3000kg 
A1= 2000 
A2= 1000 
 
 
 
 
 
Ex.: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O melhoramento genético leva ao aumento dos genes favoráveis na população. 
Ao identificar animais que carregam genótipo de maior valor genotípico, utilizamos eles 
como pais e tem-se progênie com maior frequência de genótipo melhor. 
➔ Ex: Analisando 2 pares de genes da 
característica quantitativa produção de 
leite do conjunto de genes que determinam 
essa característica: 
 AABB x aabb 
 (2400) (2000) 
Então AaBb: 2200 (1ª geração filial) 
 
F2: AaBb x AaBb 
 (2200) (2200) 
9 possibilidades de genótipos, cada um com um valor genotípico diferente, entre 2400 a 
2000. -> A média da progênie F2 é igual a média dos pais (que são F1). Mas 
individualmente, nesse acasalamento pode-se ter filhos a cima da média a e baixo da 
média. 
 Sendo assim, um touro que tem alto valo genético para peso ao desmame 
acasalando com uma fêmea que também tem alto valor genético para essa característica, 
a média dessa progênie é igual a média dos pais, mas a progênie pode ser a baixo da média 
(quando em sua constituição receber o gene de menor valor aditivo) como pode ser a cima 
da média (quando o indivíduo recebeu os melhores genes de efeito aditivo). > quanto 
maior número de genes de efeito aditivo, melhor o valor genótipo do animal. 
 Então a interpretação gênica aditiva é que: 
▪ A média fenotípica dos filhos é igual a média dos pais; > ex.: em um acasalamento 
em que se teve 10 progênies espera-se que a média fenotípica seja igual a dos pais, 
porém terá animais a cima da média e animais a baixo. 
▪ A distribuição dos valores fenotípicos da progênie é simétrica, originando sempre 
uma curva normal. 
▪ O acasalamento de indivíduos superiores produzirá uma descendência também 
superior. 
Ex.: 
 
 
 
 
 
 
 
MODO DE AÇÃO GÊNICA NÃO ADITIVA 
 
Dominância gênica é a combinação não aditiva dos efeitos dos genes que estão 
numa mesma série alélica. É a interação entre genes que estão situados numa mesma série 
alélica/ no mesmo locus. 
Então nesse caso não é feito a somatória individual de cada gene, mas sim a ação 
de um gene sobre o outro. 
 
Ex.: AA x aa 
 (2000kg) (1000kg) 
F1 Aa 
 (2000kg) 
Ou seja, a progênie Aa teve expressão fenotípica de 2000kg igual a expressão 
fenotípica do pai AA > não foi a média dos pais. Isso significa que está ocorrendo uma 
ação gênica não aditiva, e é do tipo dominância > a presença do gene A leva a expressão 
do seugenótipo que influencia no fenótipo> quando o A está presente tem a expressão 
fenotípica de 2000kg independente se o ‘a’ está presente. 
 
F2 Aa x Aa 
 1AA 2Aa 1aa 
 (2000kg) 2(2000kg) (1000kg) 
Média da F2= 1750kg 
 Em cruzamentos se explora a ação gênica não aditiva de dominância, e o efeito da 
dominância é melhor na geração filial 1 do que na 2. 
 
Tipos de Dominância: 
Dominância Completa: o heterozigoto é igual a um dos homozigotos. 
Dominância Incompleta: o heterozigoto não chega a ser igual ao homozigoto 
dominante, mas o valor excede o valor médio dos homozigotos. 
Superdominância: o valor heterozigoto excede o de qualquer homozigoto. 
 
Dominância Completa 
Ex.: 
A1A1= 4000 
A1A2= 2000 
A2A2= 2000 
 A ação de dominância está 
presente no alelo A2, pois 
quando está presente leva a 
expressão fenotípica. > gene 
dominante não significa maior valor> nesse caso o gene dominante é de menor valor. 
O heterozigoto tem valor genotípico igual ao homozigoto dominante (no primeiro caso o 
A2 e no segundo caso A1). > dominância completa. 
 
Dominância Incompleta 
 
Ex.: 
O heterozigoto não chega a ter valor genotípico 
igual a um dos homozigotos. 
Nesse caso, o heterozigoto não tem valor 
genotípico igual a média do valo genotípicos dos 
pais e nem tem valor genotípico igual ao do 
homozigoto> esse valor genotípico do 
heterozigoto não é igual a nenhum dos dois 
homozigoto. 
Superdominância ou Sobredominância 
 
Ex.: 
O genótipo heterozigoto tem valor 
genotípico a cima da média dos valores dos 
pais e também a cima do valor de qualquer 
um dos homozigotos. 
 
 
Resumindo... 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
 
Epistasia 
 
 É mais fácil de ser explicada em características qualitativas. 
A expressão fenotípica de um par de genes é influenciada pelos alelos presentes 
em outros locus (par de alelos)> conforme for a constituição de um locus, inibe a 
expressão de um outro par de alelos. 
 Neste caso, diz que um gene é epistático quando ele inibe a expressão de outro 
gene. Este outro gene, cuja expressão é inibida, recebe a denominação de hipostático. 
 
Ex.: o albinismo em coelhos é dada pela homozigose no alelo c. Gebe V determina 
pelagem aguti (pelos negros e faixa amarela) e gene b pelagem preta. 
 
O par de alelos em homozigose ‘cc’ não tem expressão do locus B. 
 
 
Ex.: