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• Há várias Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), podendo ser causadas por vírus, bactérias e outros micro- organismos. • Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, anal e vaginal), sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa infectada. A transmissão de uma IST ainda pode ocorrer da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. • O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida das pessoas infectadas e interrompe a cadeia de transmissão destas infecções. • O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS. • A terminologia IST passou a ser adotada em substituição à DST, porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir a infecção, mesmo sem sinais e sintomas, ou seja, sem estar doente. • O objetivo das políticas públicas de combate às IST-AIDS é a análise e a observação permanentes da situação epidemiológica das ISTs, do HIV/AIDS, das hepatites virais e coinfecções, de maneira a haver articulação com um conjunto de ações destinadas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. • As estratégias e recomendações relacionadas às ações de Vigilância Epidemiológica das IST, do HIV/AIDS e das hepatites virais encontram-se sistematizadas no Guia de Vigilância em Saúde (GVS). • O GVS é mais do que um instrumento de informação; ele visa disseminar os procedimentos relativos aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde, condutas, medidas de controle e demais diretrizes técnicas para operacionalização do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. • A VE das IST, do HIV/aids e das hepatites virais baseia-se, sobretudo, em informações fornecidas pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). • A reação brasileira à epidemia de HIV/aids é marcada, em suas três décadas de história, pelo dinamismo das ações que caracterizaram as respostas que governo e sociedade civil deram ao agravo. Podem ser citadas três dessas ações que se destacaram mundialmente: 1) A oferta universal e gratuita de Terapia Antirretroviral (TARV) a todos os usuários do SUS; 2) O licenciamento compulsório, em 2007, das patentes de medicamentos antirretrovirais, fazendo com que o Brasil liderasse o mundo na construção de uma nova abordagem na relação entre interesses comerciais e políticas públicas de saúde; 3) As ações de prevenção desempenhadas ao longo das últimas décadas, com destaque para a massificação da testagem na rede de saúde do SUS. • Esse dinamismo certamente impediu que a epidemia alcançasse níveis mais elevados, passando a apresentar um perfil estabilizado na população geral – embora as novas infecções pelo HIV em alguns subgrupos populacionais possuam taxa de prevalência muito superior à média nacional. Hoje, para o HIV, não se consideram mais grupos ou populações de risco, mas sim, comportamentos de risco. • Para fazer face a esses desafios, o Ministério da Saúde passou a valer-se de diversas estratégias. Entre elas, está a descentralização das ações de prevenção para a Atenção Básica, possibilitando maior cobertura e acessibilidade dos usuários do SUS à prevenção ao HIV. Hanseníase e IST-Aids BPPM II - Monica Políticas Públicas de combate a IST/Aids • Informações sobre o Departamento de condições crônicas e IST do Ministério da Saúde: http://www.aids.gov.br/pt-br. Nele, há informações aos usuários gestores e profissionais da saúde sobre essas doenças • É provocada também por uma bactéria do gênero Mycobacterium, a Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen, apresentando altas concentrações de ácido micólico em sua parede celular. É um parasita intracelular, com afinidade por células cutâneas e células dos nervos periféricos (ou seja, pode atingir pele e nervos). • O tempo de multiplicação da Mycobacterium leprae é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. São bactérias de alta infectividade, porém, de baixa patogenicidade (muitas pessoas são infectadas, porém poucas adoecem) • A hanseníase é uma doença que se manifesta por meio de sinais e sintomas dermatoneurológicos como lesões de pele e de nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés. SEU DIAGNÓSTICO É ESSENCIALMENTE CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO (o exame laboratorial é complementar → Se seu resultado for negativo, não se pode excluir, de imediato, o diagnóstico, visto que o diagnóstico pode ser encontrado clinicamente ou por via epidemiológica). • A principal via de eliminação e infecção do indivíduo pelo bacilo são as vias aéreas superiores: mucosa nasal e orofaringe. Ou seja, é a mesma via de transmissão da tuberculose, através de fala, espirro ou tosse. Vale destacar que, para ocorrer a infecção por hanseníase através do contato com indivíduo já infectado, é necessário um CONVÍVIO PROLONGADO. • Geralmente, a hanseníase manifesta-se por meio de lesões de pele com diminuição ou ausência completa de sensibilidade ou lesões dormentes, em decorrência do acometimento dos ramos periféricos cutâneos. • AS LESÕES, ASSOCIADAS OU NÃO, MAIS COMUNS SÃO: ➔ Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas – alteração na cor da pele, com ou sem relevo com perda de sensibilidade. ➔ Pápulas – lesão sólida, com elevação superficial e circunscrita. ➔ Infiltrações – alteração na espessura da pele, de forma difusa. ➔ Tubérculos – lesão sólida, elevada (são caroços externos). ➔ Nódulos – lesão sólida, mais palpável que visível (por serem caroços internos). • As lesões nos nervos manifestam-se através da dor e do espessamento dos nervos periféricos; da perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente nos olhos, mãos e pés; da perda de força dos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas PÁLPEBRAS, membros superiores e inferiores • Outros sintomas gerais, além das lesões de nervos e pele, precisam ser valorizados: edema de mãos e pés; febre e artralgia; entupimento, feridas e ressecamento do nariz (estes são frequentes e pelos quais os pacientes mais reclamam), até mesmo com queda do septo nasal e desabamento do nariz; nódulos eritematosos dolorosos; mal estar geral; ressecamento dos olhos; madarose. • O diagnóstico da hanseníase, como já visto, é essencialmente clínico e epidemiológico. O diagnóstico clínico, sendo o teste de sensibilidade, é dividido em três etapas: ➔ Térmica: usam-se tubos de água fria e água quente ou algodão com álcool e algodão seco, de maneira que o paciente tente diferenciá-los sem observar; na falha ou incapacidade, nota-se ausência de sensibilidade térmica ➔ Dolorosa: usa-se uma agulha ou uma caneta e, pressionando, questiona-se ao paciente se ele sente alguma coisa ➔ Tátil: usa qualquer outro objeto para pressão. **Vale lembrar que a aplicação do teste é feita sobre a mancha ou em nervos que podem ter sido atingidos. • Também pode ser utilizado o estesiômetro, aplicado em pacientes com diabetes (a fim de identificar ausência de sensibilidade por microlesões vasculares periféricas em membros inferiores), sobre as mesmas manchas para identificar estas ausências de sensibilidade. Também são aplicados sobre manchas ou nervos danificados. Há diferentes cores de estesiômetros, com calibres diferentes. Ao aplicar o calibre de menor espessura sobre a mancha ou o nervo e perguntar se o paciente sentiu algo,obtendo resposta positiva, significa que não há comprometimento da sensibilidade. Porém, conforme é aumentado o calibre do estesiômetro e o paciente não vai sentindo, maior é o comprometimento da sensibilidade naquela mancha ou nervo. • A hanseníase manifesta-se, além de lesões na pele, através de lesões nos nervos periféricos. Essas lesões podem ser decorrentes, tanto do bacilo, quantos de processos inflamatórios (respostas imunológicas) exageradas em nervos (neurites). Ou seja, podem ser causadas tanto pela ação do bacilo nos nervos como pela reação do organismo a bacilo ou por ambas. Portanto, após testes de sensibilidade (térmica, dolorosa e tátil), devem ser feitas palpações dos nervos. • A neurite, geralmente, manifesta-se através de um processo agudo, acompanhado de dor intensa e edema. • A neurite torna-se crônica e passa a evidenciar um comprometimento através da perda da capacidade de suar, causando ressecamento na pele. • Há perda de sensibilidade, causando dormência e há perda da força muscular, causando paralisia nas áreas inervadas pelos nervos comprometidos. Hanseníase • Quando o acometimento neural não é tratado, pode provocar incapacidades e deformidades. • Quanto às lesões dos nervos periféricos, estas podem ocorrer em todas as fibras nervosas. Em fibras nervosas sensoriais, as ações do bacilo ou processos inflamatórios exagerados podem provocar diminuição ou perda da sensibilidade, ocasionando dormências. Como consequências da lesão neural, poderá haver queimaduras, ferimentos e úlceras. De um processo de infecção que é possível de ocorrer, pode ocorrer a destruição de estruturas (pele, tensão, ligamento, osso e músculo), levando a deformidades. • Já em fibras nervosas autônomas, as ações de bacilos, bem como de exagerados processos inflamatórios, provocam diminuição ou perda de sudorese e lubrificação da pele, causando pele seca. Como consequências da lesão neural, há fissuras pelo ressecamento da pele. Também do processo de infecção, pode haver destruição de tecidos e estruturas (pele, tendão, ligamento, osso e músculo), causando deformidades. • Por fim, em danos em fibras nervosas motoras, as ações de bacilos e de processos inflamatórios exagerados provocam diminuição ou perda da força muscular (condição de fraqueza). Como consequências da lesão neural, há: desequilíbrio muscular, garra, pé caído e lagoftalmo; aumento de pressão em áreas específicas nas atividades diárias; contraturas e articulações rígidas. De lesões e infecções sobre essas áreas atingidas, haverá destruição de estruturas (pele, tendão, ligamento, osso, músculo), provocando deformidades • Os principais nervos acometidos pela hanseníase são: auricular, fibular comum, radial, facial, ulnar, tibial, mediano e trigêmeo. Conhecer os principais nervos atingidos é fundamental para palpar estas regiões, a fim de verificar sensibilidade. • Entre os pontos a serem verificados, estão: queixa de dor espontânea no trajeto do nervo; queixa de choque ou dor à palpação no trajeto do nervo; simetria (comparar lado direito com o esquerdo, a fim de encontrar elevações de tamanho nos nervos); e tamanho. Pode ainda ser feito o teste de força muscular em áreas inervadas por esses nervos. • Para avaliação do nervo trigêmeo, o teste de sensibilidade consiste na aproximação de um barbante ou fio dental, buscando piscar o olho (induzir reflexo) para detectar sensibilidade (não precisa encostar). • Para observação de alteração no nervo facial, busca-se identificar lagoftalmia, ou seja, fechamento incompleto das pálpebras do paciente, sendo percebida pelo médico. Ou seja, há depleção da força muscular de fechamento das pálpebras do paciente. • Em relação ao nervo radial, é possível utilizar estesiômetro para verificar alteração de sensibilidade. Também pode ser feita palpação e teste de força, como movimentar a mão, por exemplo. Também, ao pedir que o paciente estenda suas mãos, pode ser identificada redução de força muscular ao observar mão caída. • Com o nervo ulnar, pode ser medida a força dos dedos inervados (como o dedo mínimo), além dos pontos de aplicação do estesiômetro. Vale destacar que, em situações de lesão do nervo ulnar, forma-se uma GARRA ULNAR (aspecto deformado dos dedos inervados pelo nervo ulnar). • Com o nervo mediano, pode ser feita a aplicação de estesiômetro, palpação, teste de força muscular da região inervada, bem como presença de garra mediana ou completa (junto com a garra ulnar, indicando estágio avançado e de difícil recuperação com fisioterapia, quase que irreversível). • Com o nervo fibular comum, também pode ser feito palpação, teste de força muscular com dedos e pés, além de aplicação de estesiômetros e identificação de pé caído quando ambos estão suspensos e pede-se para levantá-los • Em nervos tibiais posteriores, é possível realizar palpação, observação de elevação do nervo, e formação de garras nos dedos dos pés. • É importante destacar que as perdas e danos em nervos não necessariamente, são irreversíveis, podendo ser recuperados, totalmente ou parcialmente, através de tratamentos como a fisioterapia. Além disso, o paciente deve colaborar nos seguintes aspectos: autoinspeção diária (evitar colisões nestas regiões atingidas pelo quadro de hanseníase); hidratação e lubrificação no caso de ressecamento (devido à perda da capacidade de suar); exercícios físicos (fisioterapia, por exemplo) e proteção das áreas com falta de sensibilidade protetora. Palpação dos nervos Hanseníase – as lesões mais comuns são: • Edema de mãos e pés • Febre e artralgia • Entupimento, feridas e ressecamento do nariz • Nódulos eritematosos dolorosos • Mal estar geral • Ressecamento dos olhos • Madarose • Dor e/ou espessamento dos nervos periféricos • Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés • Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores • As pessoas, em geral, têm imunidade para o M. leprae, e a maioria delas não adoece. Entre as que adoecem, o grau de imunidade varia determinando a forma clínica e a evolução da doença. • Há quatro formas de manifestação clínica da hanseníase: indeterminada, tuberculoide, virchowiana e dimorfa (ou borderline). A partir da forma indeterminada, a hanseníase pode evoluir para outras formas da doença ➔ Forma indeterminada: caracteriza-se clinicamente por manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração de sensibilidade. Pode ocorrer alteração apenas da sensibilidade térmica com preservação das sensibilidades dolorosa e tátil. Não há comprometimento de nervos e, por isso, não ocorrem alterações motoras ou sensitivas que possam causar incapacidades. A baciloscopia de raspado intradérmico é sempre negativa, quando positiva indica evolução da doença. As manifestações clínicas podem desaparecer espontaneamente ou evoluir para as outras formas da doença, de acordo com as características imunológicas do paciente. **OBS.: As manifestações clínicas podem desaparecer espontaneamente ou evoluir para outras formas da doença, de acordo com as características imunológicas do paciente ➔ Forma tuberculoide – caracteriza-se clinicamente por lesões em placa na pele, com bordas bem delimitadas (bem definidas), eritematosas, ou por manchas hipocrômicas nítidas, bem definidas. Apresenta queda de pelos e alteração das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil. As lesões de pele apresentam-se em número reduzido, podendo, também, ocorrer cura espontânea.O comprometimento de nervos ocorre, geralmente, de forma assimétrica (por isso, deve-se observar os dois nervos, direito e esquerdo, durante a palpação), sendo, algumas vezes, a única manifestação clínica da doença. A baciloscopia de raspado intradérmico é negativa. Em crianças, a forma tuberculoide pode apresentar-se com poucas lesões cutâneas, geralmente uma única lesão na face, recebendo a denominação de hanseníase nodular infantil. ➔ Forma virchowiana – caracteriza-se clinicamente pela disseminação de lesões de pele que podem ser eritematosas, infiltrativas, de limites imprecisos, brilhantes e de distribuição simétrica. Nos locais em que a infiltração for mais acentuada podem se formar pápulas, tubérculos, nódulos e placas chamadas genericamente de hansenomas. Pode haver infiltração difusa da face e de pavilhões auriculares com perda de cílios e supercílios. Devem ser valorizados sintomas gerais incluindo obstrução nasal e rinite, mesmo na ausência de lesões significativas de pele e de nervos. Essa forma constitui uma doença sistêmica com manifestações mucosas e viscerais importantes, especialmente nos episódios reacionais, onde olhos testículos e rins podem ser afetados. Existem alterações de sensibilidade das lesões de pele e acometimento Hanseníase – Sintomas gerais devem ser valorizados: Hanseníase – Sinais e sintomas neurológicos Hanseníase – Manifestações clínicas da doença Formas de manifestação clínica da doença dos nervos, porém, não tão precoces e marcantes como na forma tuberculoide. A baciloscopia de raspado intradérmico é positiva com grande número de bacilos. ➔ Forma dimorfa: Oscila clinicamente entre as manifestações da forma tuberculoide e as da forma virchowiana. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. Uma mesma lesão pode apresentar borda interna nítida e externa difusa. O comprometimento de nervos e os episódios reacionais (decorrentes de processos inflamatórios em nervos, causando dor e deformidades) são frequentes, podendo esse paciente desenvolver incapacidades e deformidades físicas. A baciloscopia de raspado intradérmico pode ser positiva (em casos de forma dimórfica com tendência para virchowiana) ou negativa (em casos de formas dimórficas com tendência para manifestação tuberculoide). • A classificação operacional para fins de tratamento poliquimioterápico proposta pela OMS e adotada pelo MS, baseia-se no número de lesões cutâneas de acordo com os seguintes critérios (para classificar a hanseníase segundo manifestações clínicas, há quatro tipos, para classificar de acordo com o tratamento, há dois tipos): 1) Casos paucibacilares (PB): pacientes que apresentam até cinco lesões ou manchas de pele. São pacientes com pequeno número de bacilos. 2) Casos multibacilares (MB): pacientes que apresentam mais de cinco lesões ou manchas de pele. São pacientes com alto número de bacilos. • A baciloscopia de esfregaço intradérmico deve ser utilizada como exame complementar para a identificação dos casos PB e MB de difícil classificação clínica → ou seja, é complementar ao diagnóstico, pois este é predominantemente clínico. • Baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões. O resultado negativo não exclui o diagnóstico da doença (pois o diagnóstico não é somente por exames de baciloscopia, mas essencialmente clínico; os exames são complementares) A. Em caso de dúvidas na classificação operacional para instituição da poliquimioterapia (ou seja, não consegue diferenciar multibacilar e paucibacilar) B. Diagnóstico diferencial com outras doenças dermatoneurológicas C. Casos suspeitos de recidiva → Para saber se é uma recidiva ou apenas um processo inflamatório de reação hansêmica. **Fora esses casos, é possível dar um diagnóstico clínico, sem a necessidade de um diagnóstico por baciloscopia • Em pacientes com lesões cutâneas visíveis ou áreas com alteração de sensibilidade, a coleta da linfa deverá ser feita em lóbulo auricular direito (LD), lóbulo auricular esquerdo (LE), cotovelo direito (CD) e lesão ou mancha (L). Nas lesões planas, coletar no limite interno. Nos nódulos, tubérculos e placas eritematosas marginadas por microtubérculos, coletar no centro. É provocada uma isquemia para impedir a vinda de sangue, mas apenas de linfa. • Aperta-se com uma pinça a extremidade auricular do paciente até provocar uma isquemia local, de maneira que a incisão por um bisturi provoca a saída de um líquido Critérios de indicação para realização da baciloscopia Sítios de coleta da baciloscopia transparente denominado linfa, sendo coletado para a lâmina (não pode ter sangue presente). • Após a ida ao laboratório e realização da coloração de Ziehl-Neelsen, os bacilos íntegros são vistos com frequência em esfregaços de pacientes que ainda não receberam tratamento ou diagnóstico ou está nos casos de recidiva da doença. Ou seja, é um paciente com hanseníase e tem baciloscopia positiva. • Também há bacilos granulosos e fragmentados. Os bacilos fragmentados são considerados inviáveis ou mortos e são, frequentemente, observados em esfregaços de pacientes após término do tratamento (efetivo). • Esses bacilos fragmentados e granulosos podem gerar fragmentos de bacilos, após tratamento e ação de antibióticos, que, permanecendo ali, podem provocar reações inflamatórias exageradas, causando mais vermelhidão em manchas e danos em nervos. Ou seja, por mais que o tratamento mínimo tenha sido completado (de seis meses para paucibacilar e de doze meses para multibacilar), é possível que o paciente continue o tratamento devido aos processos inflamatórios que persistem com a presença destes fragmentos reconhecidos como antígenos pelo sistema de defesa do organismo. Dessa maneira, com mais danos possíveis de recorrência em manchas ou nervos, o tratamento pode mudar de antibióticos para antiinflamatórios ou imunossupressores. • Forma indeterminada e tuberculoide → paucibacilar; e dimorfa e virchowiana → multibacilar ** OBS.: Lembrando, dando positiva a baciloscopia, o paciente é multibacilar. **O tratamento para paucibacilar dura seis meses, enquanto o tratamento de multibacilar dura doze meses. **Há cartelas específicas para paucibacilares e multibacilares para adultos e para crianças. • As cartelas são sempre fornecidas, todos os meses, aos pacientes pelas Unidades de Saúde ou até mesmo pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em visitas domiciliares. Sempre os medicamentos de cima devem ser administrados sob supervisão do médico ou ACS, no primeiro dia e de imediato, devendo as outras serem administradas com os dias (sempre duas a duas, uma branca e outra vermelha; paucibacilar é uma diária). A explicação é devida ao fato de os medicamentos de cima serem a dose de ataque aos bacilos (podendo eliminar todos os bacilos), havendo posterior manutenção com os menores. • Inflamação aguda em pele ou nervos: ➔ Pele: não é incomoda e raramente grave ➔ Nervos: causa danos graves como perda da função sensitiva e motora pelo edema e pressão exercida sobre o nervo • De 25 a 30% dos pacientes desenvolvem reações, mesmo após o tratamento • Podem ocorrer: antes do tratamento; no momento do diagnóstico; durante o tratamento; depois do término do tratamento. • Quando o paciente é multibacilar e tem o nervo alterado durante o diagnóstico, é muito alta a chance de desenvolver reação pós-tratamento. Enquanto as chances são bem menores em paciente paucibacilar sem alteração de nervo durante diagnóstico. • Como identificar uma reação hansêmica de uma recidiva oude reinfecção? As reações hansêmicas possuem lesões inflamadas na pele; nos nervos, dor, hipersensibilidade, perda de sensibilidade e força muscular recentes; nos olhos, dor, hiperemia, fotofobia, piora da acuidade visual, da força muscular palpebral e sensibilidade córnea; além disso, nas mãos e pés, há edema súbito, perda de sensibilidade e força muscular recente. Reações Hansêmicas ➔ É possível haver dois tipos de reações, a do tipo 1 e a do tipo 2. A do tipo 1 acomete PB e MB, já a do tipo 2 acomete apenas MB. • Nas reações hansêmicas, não é comum ter prurido. Brevemente, a reação hansêmica de tipo I é mais branda que a forte reação hansêmica de tipo II. PQT= poliquimioterapia. Reação de tipo II ou eritema nodoso hansênico (ENH) pode provocar internações por mal estar, como problemas renais. A hanseníase é uma doença, assim como a tuberculose, de notificação compulsória, com ficha de preenchimento próprio • Em casos de dúvidas quanto às manchas (independentemente da cor, forma, tamanho, relevo, número e região do corpo) serem hansêmicas ou não, deve- se fazer o teste de sensibilidade (térmica, dolorosa e tátil), pois a hanseníase manifesta-se por meio de lesões de pele com diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes. Além disso, não se pode esquecer a palpação dos nervos, nem os sintomas e sinais gerais. • Vale lembrar que, quando um paciente é diagnosticado com hanseníase, todos os contatos prolongados devem ser vistos (como família e trabalho), examinados e vacinados com BCG, para a segunda aplicação. Em adultos com contato prolongado, este é o único caso de vacinação segunda para proteger da hanseníase (embora não proteja muito da tuberculose). Além disso, é importante avisar aos contatos que estes podem desenvolver a doença a longo prazo.
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