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Hanseníase e IST-Aids

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• Há várias Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), 
podendo ser causadas por vírus, bactérias e outros micro-
organismos. 
 
• Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato 
sexual (oral, anal e vaginal), sem o uso de camisinha masculina 
ou feminina, com uma pessoa infectada. A transmissão de uma 
IST ainda pode ocorrer da mãe para a criança durante a 
gestação, o parto ou a amamentação. 
 
• O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida 
das pessoas infectadas e interrompe a cadeia de transmissão 
destas infecções. 
 
• O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos 
serviços de saúde do SUS. 
 
• A terminologia IST passou a ser adotada em substituição à 
DST, porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e 
transmitir a infecção, mesmo sem sinais e sintomas, ou seja, 
sem estar doente. 
 
• O objetivo das políticas públicas de combate às IST-AIDS é a 
análise e a observação permanentes da situação epidemiológica 
das ISTs, do HIV/AIDS, das hepatites virais e coinfecções, de 
maneira a haver articulação com um conjunto de ações 
destinadas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. 
 
• As estratégias e recomendações relacionadas às ações de 
Vigilância Epidemiológica das IST, do HIV/AIDS e das 
hepatites virais encontram-se sistematizadas no Guia de 
Vigilância em Saúde (GVS). 
 
• O GVS é mais do que um instrumento de informação; ele visa 
disseminar os procedimentos relativos aos fluxos, prazos, 
instrumentos, definições de casos suspeitos e confirmados, 
funcionamento dos sistemas de informação em saúde, condutas, 
medidas de controle e demais diretrizes técnicas para 
operacionalização do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. 
 
• A VE das IST, do HIV/aids e das hepatites virais baseia-se, 
sobretudo, em informações fornecidas pela notificação e 
investigação de casos de doenças e agravos registrados no 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e no 
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). 
 
• A reação brasileira à epidemia de HIV/aids é marcada, em suas 
três décadas de história, pelo dinamismo das ações que 
caracterizaram as respostas que governo e sociedade civil 
deram ao agravo. Podem ser citadas três dessas ações que se 
destacaram mundialmente: 
 
1) A oferta universal e gratuita de Terapia Antirretroviral 
(TARV) a todos os usuários do SUS; 
2) O licenciamento compulsório, em 2007, das patentes de 
medicamentos antirretrovirais, fazendo com que o Brasil 
liderasse o mundo na construção de uma nova abordagem na 
relação entre interesses comerciais e políticas públicas de 
saúde; 
3) As ações de prevenção desempenhadas ao longo das últimas 
décadas, com destaque para a massificação da testagem na 
rede de saúde do SUS. 
 
• Esse dinamismo certamente impediu que a epidemia alcançasse 
níveis mais elevados, passando a apresentar um perfil 
estabilizado na população geral – embora as novas infecções 
pelo HIV em alguns subgrupos populacionais possuam taxa de 
prevalência muito superior à média nacional. Hoje, para o HIV, 
não se consideram mais grupos ou populações de risco, mas sim, 
comportamentos de risco. 
 
• Para fazer face a esses desafios, o Ministério da Saúde passou 
a valer-se de diversas estratégias. Entre elas, está a 
descentralização das ações de prevenção para a Atenção 
Básica, possibilitando maior cobertura e acessibilidade dos 
usuários do SUS à prevenção ao HIV. 
 
 Hanseníase e IST-Aids 
BPPM II - Monica 
Políticas Públicas de combate a IST/Aids 
• Informações sobre o Departamento de condições crônicas e 
IST do Ministério da Saúde: http://www.aids.gov.br/pt-br. 
Nele, há informações aos usuários gestores e profissionais da 
saúde sobre essas doenças 
 
 
• É provocada também por uma bactéria do gênero 
Mycobacterium, a Mycobacterium leprae, também 
conhecida como bacilo de Hansen, apresentando altas 
concentrações de ácido micólico em sua parede celular. É um 
parasita intracelular, com afinidade por células cutâneas e 
células dos nervos periféricos (ou seja, pode atingir pele e 
nervos). 
 
• O tempo de multiplicação da Mycobacterium leprae é lento, 
podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. São bactérias de 
alta infectividade, porém, de baixa patogenicidade (muitas 
pessoas são infectadas, porém poucas adoecem) 
 
• A hanseníase é uma doença que se manifesta por meio de 
sinais e sintomas dermatoneurológicos como lesões de pele 
e de nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos 
e nos pés. SEU DIAGNÓSTICO É ESSENCIALMENTE 
CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO (o exame laboratorial é 
complementar → Se seu resultado for negativo, não se pode 
excluir, de imediato, o diagnóstico, visto que o diagnóstico 
pode ser encontrado clinicamente ou por via epidemiológica). 
 
• A principal via de eliminação e infecção do indivíduo pelo 
bacilo são as vias aéreas superiores: mucosa nasal e 
orofaringe. Ou seja, é a mesma via de transmissão da 
tuberculose, através de fala, espirro ou tosse. Vale destacar 
que, para ocorrer a infecção por hanseníase através do 
contato com indivíduo já infectado, é necessário um 
CONVÍVIO PROLONGADO. 
 
• Geralmente, a hanseníase manifesta-se por meio de lesões 
de pele com diminuição ou ausência completa de 
sensibilidade ou lesões dormentes, em decorrência do 
acometimento dos ramos periféricos cutâneos. 
 
• AS LESÕES, ASSOCIADAS OU NÃO, MAIS COMUNS 
SÃO: 
 
➔ Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas – alteração na 
cor da pele, com ou sem relevo com perda de 
sensibilidade. 
➔ Pápulas – lesão sólida, com elevação superficial e 
circunscrita. 
➔ Infiltrações – alteração na espessura da pele, de forma 
difusa. 
➔ Tubérculos – lesão sólida, elevada (são caroços 
externos). 
➔ Nódulos – lesão sólida, mais palpável que visível (por 
serem caroços internos). 
 
• As lesões nos nervos manifestam-se através da dor e do 
espessamento dos nervos periféricos; da perda de 
sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, 
principalmente nos olhos, mãos e pés; da perda de força dos 
músculos inervados por esses nervos, principalmente nas 
PÁLPEBRAS, membros superiores e inferiores 
 
• Outros sintomas gerais, além das lesões de nervos e pele, 
precisam ser valorizados: edema de mãos e pés; febre e 
artralgia; entupimento, feridas e ressecamento do nariz 
(estes são frequentes e pelos quais os pacientes mais 
reclamam), até mesmo com queda do septo nasal e 
desabamento do nariz; nódulos eritematosos dolorosos; mal 
estar geral; ressecamento dos olhos; madarose. 
 
• O diagnóstico da hanseníase, como já visto, é essencialmente 
clínico e epidemiológico. O diagnóstico clínico, sendo o teste 
de sensibilidade, é dividido em três etapas: 
 
➔ Térmica: usam-se tubos de água fria e água quente ou 
algodão com álcool e algodão seco, de maneira que o 
paciente tente diferenciá-los sem observar; na falha ou 
incapacidade, nota-se ausência de sensibilidade térmica 
➔ Dolorosa: usa-se uma agulha ou uma caneta e, 
pressionando, questiona-se ao paciente se ele sente 
alguma coisa 
➔ Tátil: usa qualquer outro objeto para pressão. 
 
**Vale lembrar que a aplicação do teste é feita sobre a 
mancha ou em nervos que podem ter sido atingidos. 
 
• Também pode ser utilizado o estesiômetro, aplicado em 
pacientes com diabetes (a fim de identificar ausência de 
sensibilidade por microlesões vasculares periféricas em 
membros inferiores), sobre as mesmas manchas para 
identificar estas ausências de sensibilidade. Também são 
aplicados sobre manchas ou nervos danificados. Há 
diferentes cores de estesiômetros, com calibres 
diferentes. Ao aplicar o calibre de menor espessura sobre a 
mancha ou o nervo e perguntar se o paciente sentiu algo,obtendo resposta positiva, significa que não há 
comprometimento da sensibilidade. Porém, conforme é 
aumentado o calibre do estesiômetro e o paciente não vai 
sentindo, maior é o comprometimento da sensibilidade 
naquela mancha ou nervo. 
 
• A hanseníase manifesta-se, além de lesões na pele, através 
de lesões nos nervos periféricos. Essas lesões podem ser 
decorrentes, tanto do bacilo, quantos de processos 
inflamatórios (respostas imunológicas) exageradas em 
nervos (neurites). Ou seja, podem ser causadas tanto pela 
ação do bacilo nos nervos como pela reação do organismo a 
bacilo ou por ambas. Portanto, após testes de sensibilidade 
(térmica, dolorosa e tátil), devem ser feitas palpações dos 
nervos. 
 
• A neurite, geralmente, manifesta-se através de um processo 
agudo, acompanhado de dor intensa e edema. 
 
• A neurite torna-se crônica e passa a evidenciar um 
comprometimento através da perda da capacidade de suar, 
causando ressecamento na pele. 
 
• Há perda de sensibilidade, causando dormência e há perda 
da força muscular, causando paralisia nas áreas inervadas 
pelos nervos comprometidos. 
Hanseníase 
• Quando o acometimento neural não é tratado, pode provocar 
incapacidades e deformidades. 
 
• Quanto às lesões dos nervos periféricos, estas podem 
ocorrer em todas as fibras nervosas. Em fibras nervosas 
sensoriais, as ações do bacilo ou processos inflamatórios 
exagerados podem provocar diminuição ou perda da 
sensibilidade, ocasionando dormências. Como consequências 
da lesão neural, poderá haver queimaduras, ferimentos e 
úlceras. De um processo de infecção que é possível de 
ocorrer, pode ocorrer a destruição de estruturas (pele, 
tensão, ligamento, osso e músculo), levando a deformidades. 
 
• Já em fibras nervosas autônomas, as ações de bacilos, bem 
como de exagerados processos inflamatórios, provocam 
diminuição ou perda de sudorese e lubrificação da pele, 
causando pele seca. Como consequências da lesão neural, há 
fissuras pelo ressecamento da pele. Também do processo de 
infecção, pode haver destruição de tecidos e estruturas 
(pele, tendão, ligamento, osso e músculo), causando 
deformidades. 
 
• Por fim, em danos em fibras nervosas motoras, as ações de 
bacilos e de processos inflamatórios exagerados provocam 
diminuição ou perda da força muscular (condição de 
fraqueza). Como consequências da lesão neural, há: 
desequilíbrio muscular, garra, pé caído e lagoftalmo; 
aumento de pressão em áreas específicas nas atividades 
diárias; contraturas e articulações rígidas. De lesões e 
infecções sobre essas áreas atingidas, haverá destruição de 
estruturas (pele, tendão, ligamento, osso, músculo), 
provocando deformidades 
 
• Os principais nervos acometidos pela hanseníase são: 
auricular, fibular comum, radial, facial, ulnar, tibial, mediano 
e trigêmeo. Conhecer os principais nervos atingidos é 
fundamental para palpar estas regiões, a fim de verificar 
sensibilidade. 
 
 
 
• Entre os pontos a serem verificados, estão: queixa de dor 
espontânea no trajeto do nervo; queixa de choque ou dor à 
palpação no trajeto do nervo; simetria (comparar lado 
direito com o esquerdo, a fim de encontrar elevações de 
tamanho nos nervos); e tamanho. Pode ainda ser feito o teste 
de força muscular em áreas inervadas por esses nervos. 
 
• Para avaliação do nervo trigêmeo, o teste de sensibilidade 
consiste na aproximação de um barbante ou fio dental, 
buscando piscar o olho (induzir reflexo) para detectar 
sensibilidade (não precisa encostar). 
 
• Para observação de alteração no nervo facial, busca-se 
identificar lagoftalmia, ou seja, fechamento incompleto das 
pálpebras do paciente, sendo percebida pelo médico. Ou 
seja, há depleção da força muscular de fechamento das 
pálpebras do paciente. 
 
• Em relação ao nervo radial, é possível utilizar estesiômetro 
para verificar alteração de sensibilidade. Também pode ser 
feita palpação e teste de força, como movimentar a mão, por 
exemplo. Também, ao pedir que o paciente estenda suas 
mãos, pode ser identificada redução de força muscular ao 
observar mão caída. 
 
• Com o nervo ulnar, pode ser medida a força dos dedos 
inervados (como o dedo mínimo), além dos pontos de 
aplicação do estesiômetro. Vale destacar que, em situações 
de lesão do nervo ulnar, forma-se uma GARRA ULNAR 
(aspecto deformado dos dedos inervados pelo nervo ulnar). 
 
• Com o nervo mediano, pode ser feita a aplicação de 
estesiômetro, palpação, teste de força muscular da região 
inervada, bem como presença de garra mediana ou completa 
(junto com a garra ulnar, indicando estágio avançado e de 
difícil recuperação com fisioterapia, quase que irreversível). 
 
• Com o nervo fibular comum, também pode ser feito palpação, 
teste de força muscular com dedos e pés, além de aplicação 
de estesiômetros e identificação de pé caído quando ambos 
estão suspensos e pede-se para levantá-los 
 
• Em nervos tibiais posteriores, é possível realizar palpação, 
observação de elevação do nervo, e formação de garras nos 
dedos dos pés. 
 
• É importante destacar que as perdas e danos em nervos não 
necessariamente, são irreversíveis, podendo ser 
recuperados, totalmente ou parcialmente, através de 
tratamentos como a fisioterapia. Além disso, o paciente 
deve colaborar nos seguintes aspectos: autoinspeção diária 
(evitar colisões nestas regiões atingidas pelo quadro de 
hanseníase); hidratação e lubrificação no caso de 
ressecamento (devido à perda da capacidade de suar); 
exercícios físicos (fisioterapia, por exemplo) e proteção das 
áreas com falta de sensibilidade protetora. 
 
 
 
 
Palpação dos nervos 
Hanseníase – as lesões mais comuns são: 
 
 
 
 
 
• Edema de mãos e pés 
• Febre e artralgia 
• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz 
• Nódulos eritematosos dolorosos 
• Mal estar geral 
• Ressecamento dos olhos 
• Madarose 
 
 
 
• Dor e/ou espessamento dos nervos periféricos 
 
• Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas inervadas 
por esses nervos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos 
pés 
 
• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por 
esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros 
superiores e inferiores 
 
 
• As pessoas, em geral, têm imunidade para o M. leprae, e a 
maioria delas não adoece. Entre as que adoecem, o grau de 
imunidade varia determinando a forma clínica e a evolução 
da doença. 
 
 
• Há quatro formas de manifestação clínica da hanseníase: 
indeterminada, tuberculoide, virchowiana e dimorfa (ou 
borderline). A partir da forma indeterminada, a hanseníase 
pode evoluir para outras formas da doença 
 
➔ Forma indeterminada: caracteriza-se clinicamente por 
manchas esbranquiçadas na pele (manchas hipocrônicas), 
únicas ou múltiplas, de limites imprecisos e com alteração 
de sensibilidade. Pode ocorrer alteração apenas da 
sensibilidade térmica com preservação das 
sensibilidades dolorosa e tátil. Não há 
comprometimento de nervos e, por isso, não 
ocorrem alterações motoras ou sensitivas que 
possam causar incapacidades. A baciloscopia de 
raspado intradérmico é sempre negativa, 
quando positiva indica evolução da doença. As 
manifestações clínicas podem desaparecer 
espontaneamente ou evoluir para as outras 
formas da doença, de acordo com as 
características imunológicas do paciente. 
**OBS.: As manifestações clínicas podem 
desaparecer espontaneamente ou evoluir para outras 
formas da doença, de acordo com as características 
imunológicas do paciente 
 
➔ Forma tuberculoide – 
caracteriza-se clinicamente por lesões 
em placa na pele, com bordas bem 
delimitadas (bem definidas), 
eritematosas, ou por manchas 
hipocrômicas nítidas, bem definidas. 
Apresenta queda de pelos e alteração das 
sensibilidades térmica, dolorosa e tátil. 
As lesões de pele apresentam-se em 
número reduzido, podendo, também, 
ocorrer cura espontânea.O 
comprometimento de nervos ocorre, 
geralmente, de forma assimétrica (por 
isso, deve-se observar os dois nervos, 
direito e esquerdo, durante a palpação), 
sendo, algumas vezes, a única manifestação 
clínica da doença. A baciloscopia de raspado 
intradérmico é negativa. Em crianças, a 
forma tuberculoide pode apresentar-se com 
poucas lesões cutâneas, geralmente uma única 
lesão na face, recebendo a denominação de 
hanseníase nodular infantil. 
 
➔ Forma virchowiana – caracteriza-se clinicamente pela 
disseminação de lesões de pele que podem 
ser eritematosas, infiltrativas, de limites 
imprecisos, brilhantes e de distribuição 
simétrica. Nos locais em que a infiltração 
for mais acentuada podem se formar 
pápulas, tubérculos, nódulos e placas 
chamadas genericamente de 
hansenomas. Pode haver 
infiltração difusa da face e de 
pavilhões auriculares com perda 
de cílios e supercílios. Devem 
ser valorizados sintomas gerais 
incluindo obstrução nasal e rinite, 
mesmo na ausência de lesões 
significativas de pele e de nervos. 
Essa forma constitui uma doença 
sistêmica com manifestações 
mucosas e viscerais importantes, especialmente 
nos episódios reacionais, onde olhos testículos e 
rins podem ser afetados. Existem alterações de 
sensibilidade das lesões de pele e acometimento 
Hanseníase – Sintomas gerais devem ser valorizados: 
Hanseníase – Sinais e sintomas neurológicos 
Hanseníase – Manifestações clínicas da doença 
Formas de manifestação clínica da doença 
dos nervos, porém, não tão precoces 
e marcantes como na forma 
tuberculoide. A baciloscopia de 
raspado intradérmico é positiva com 
grande número de bacilos. 
 
 
 
 
➔ Forma dimorfa: Oscila clinicamente entre as 
manifestações da forma 
tuberculoide e as da 
forma virchowiana. Pode 
apresentar lesões de 
pele, bem delimitadas, 
com pouco ou nenhum 
bacilo, e lesões 
infiltrativas mal delimitadas, com 
muitos bacilos. Uma mesma lesão 
pode apresentar borda interna 
nítida e externa difusa. 
O comprometimento de nervos e os episódios reacionais 
(decorrentes de processos inflamatórios em nervos, 
causando dor e deformidades) são frequentes, podendo 
esse paciente desenvolver incapacidades e 
deformidades físicas. A baciloscopia de raspado 
intradérmico pode ser positiva (em casos de forma 
dimórfica com tendência para virchowiana) ou negativa 
(em casos de formas dimórficas com tendência para 
manifestação tuberculoide). 
 
• A classificação operacional para fins de tratamento 
poliquimioterápico proposta pela OMS e adotada pelo MS, 
baseia-se no número de lesões cutâneas de acordo com os 
seguintes critérios (para classificar a hanseníase segundo 
manifestações clínicas, há quatro tipos, para classificar de 
acordo com o tratamento, há dois tipos): 
 
1) Casos paucibacilares (PB): pacientes que apresentam 
até cinco lesões ou manchas de pele. São pacientes com 
pequeno número de bacilos. 
2) Casos multibacilares (MB): pacientes que apresentam 
mais de cinco lesões ou manchas de pele. São pacientes 
com alto número de bacilos. 
 
• A baciloscopia de esfregaço intradérmico deve ser 
utilizada como exame complementar para a identificação 
dos casos PB e MB de difícil classificação clínica → ou seja, 
é complementar ao diagnóstico, pois este é 
predominantemente clínico. 
 
• Baciloscopia positiva classifica o caso como MB, 
independentemente do número de lesões. O resultado 
negativo não exclui o diagnóstico da doença (pois o 
diagnóstico não é somente por exames de baciloscopia, mas 
essencialmente clínico; os exames são complementares) 
 
 
 
 
A. Em caso de dúvidas na classificação operacional para 
instituição da poliquimioterapia (ou seja, não consegue 
diferenciar multibacilar e paucibacilar) 
 
B. Diagnóstico diferencial com outras doenças 
dermatoneurológicas 
 
C. Casos suspeitos de recidiva → Para saber se é uma recidiva 
ou apenas um processo inflamatório de reação hansêmica. 
 
**Fora esses casos, é possível dar um diagnóstico clínico, 
sem a necessidade de um diagnóstico por baciloscopia 
 
 
 
 
• Em pacientes com lesões cutâneas visíveis ou áreas com 
alteração de sensibilidade, a coleta da linfa deverá ser 
feita em lóbulo auricular direito (LD), lóbulo auricular 
esquerdo (LE), cotovelo direito (CD) e lesão ou mancha (L). 
Nas lesões planas, coletar no limite interno. Nos nódulos, 
tubérculos e placas eritematosas marginadas por 
microtubérculos, coletar no centro. É provocada uma 
isquemia para impedir a vinda de sangue, mas apenas de 
linfa. 
 
• Aperta-se com uma pinça a extremidade auricular do 
paciente até provocar uma isquemia local, de maneira que a 
incisão por um bisturi provoca a saída de um líquido 
Critérios de indicação para realização da baciloscopia 
Sítios de coleta da baciloscopia 
transparente denominado linfa, sendo coletado para a 
lâmina (não pode ter sangue presente). 
 
• Após a ida ao laboratório e realização da coloração de 
Ziehl-Neelsen, os bacilos íntegros são vistos com 
frequência em esfregaços de pacientes que ainda não 
receberam tratamento ou diagnóstico ou está nos casos de 
recidiva da doença. Ou seja, é um paciente com hanseníase 
e tem baciloscopia positiva. 
 
• Também há bacilos granulosos e fragmentados. Os bacilos 
fragmentados são considerados inviáveis ou mortos e são, 
frequentemente, observados em esfregaços de pacientes 
após término do tratamento (efetivo). 
 
• Esses bacilos fragmentados e granulosos podem gerar 
fragmentos de bacilos, após tratamento e ação de 
antibióticos, que, permanecendo ali, podem provocar 
reações inflamatórias exageradas, causando mais 
vermelhidão em manchas e danos em nervos. Ou seja, por 
mais que o tratamento mínimo tenha sido completado (de 
seis meses para paucibacilar e de doze meses para 
multibacilar), é possível que o paciente continue o 
tratamento devido aos processos inflamatórios que 
persistem com a presença destes fragmentos reconhecidos 
como antígenos pelo sistema de defesa do organismo. 
Dessa maneira, com mais danos possíveis de recorrência em 
manchas ou nervos, o tratamento pode mudar de 
antibióticos para antiinflamatórios ou imunossupressores. 
 
• Forma indeterminada e tuberculoide → paucibacilar; e 
dimorfa e virchowiana → multibacilar 
** OBS.: Lembrando, dando positiva a baciloscopia, o paciente 
é multibacilar. 
**O tratamento para paucibacilar dura seis meses, enquanto o 
tratamento de multibacilar dura doze meses. 
**Há cartelas específicas para paucibacilares e multibacilares 
para adultos e para crianças. 
 
 
• As cartelas são sempre fornecidas, todos os meses, aos 
pacientes pelas Unidades de Saúde ou até mesmo pelos 
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em visitas 
domiciliares. Sempre os medicamentos de cima devem ser 
administrados sob supervisão do médico ou ACS, no 
primeiro dia e de imediato, devendo as outras serem 
administradas com os dias (sempre duas a duas, uma branca 
e outra vermelha; paucibacilar é uma diária). A explicação é 
devida ao fato de os medicamentos de cima serem a dose 
de ataque aos bacilos (podendo eliminar todos os bacilos), 
havendo posterior manutenção com os menores. 
 
 
• Inflamação aguda em pele ou nervos: 
 
➔ Pele: não é incomoda e raramente grave 
➔ Nervos: causa danos graves como perda da função 
sensitiva e motora pelo edema e pressão exercida sobre 
o nervo 
 
• De 25 a 30% dos pacientes desenvolvem reações, mesmo após 
o tratamento 
• Podem ocorrer: antes do tratamento; no momento do 
diagnóstico; durante o tratamento; depois do término do 
tratamento. 
 
• Quando o paciente é multibacilar e tem o nervo alterado 
durante o diagnóstico, é muito alta a chance de desenvolver 
reação pós-tratamento. Enquanto as chances são bem menores 
em paciente paucibacilar sem alteração de nervo durante 
diagnóstico. 
 
• Como identificar uma reação hansêmica de uma recidiva oude 
reinfecção? As reações hansêmicas possuem lesões inflamadas 
na pele; nos nervos, dor, hipersensibilidade, perda de 
sensibilidade e força muscular recentes; nos olhos, dor, 
hiperemia, fotofobia, piora da acuidade visual, da força 
muscular palpebral e sensibilidade córnea; além disso, nas 
mãos e pés, há edema súbito, perda de sensibilidade e força 
muscular recente. 
 
 
Reações Hansêmicas 
 
➔ É 
possível 
haver dois 
tipos de 
reações, a 
do tipo 1 e 
a do tipo 2. 
A do tipo 1 
acomete PB 
e MB, já a 
do tipo 2 
acomete 
apenas MB. 
 
 
• Nas reações hansêmicas, não é comum ter prurido. 
Brevemente, a reação hansêmica de tipo I é mais branda 
que a forte reação hansêmica de tipo II. PQT= 
poliquimioterapia. Reação de tipo II ou eritema nodoso 
hansênico (ENH) pode provocar internações por mal estar, 
como problemas renais. A hanseníase é uma doença, assim 
como a tuberculose, de notificação compulsória, com ficha 
de preenchimento próprio 
 
• Em casos de dúvidas quanto às manchas 
(independentemente da cor, forma, tamanho, relevo, 
número e região do corpo) serem hansêmicas ou não, deve-
se fazer o teste de sensibilidade (térmica, dolorosa e 
tátil), pois a hanseníase manifesta-se por meio de lesões de 
pele com diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões 
dormentes. Além disso, não se pode esquecer a palpação 
dos nervos, nem os sintomas e sinais gerais. 
 
• Vale lembrar que, quando um paciente é diagnosticado com 
hanseníase, todos os contatos prolongados devem ser 
vistos (como família e trabalho), examinados e vacinados 
com BCG, para a segunda aplicação. Em adultos com contato 
prolongado, este é o único caso de vacinação segunda para 
proteger da hanseníase (embora não proteja muito da 
tuberculose). Além disso, é importante avisar aos contatos 
que estes podem desenvolver a doença a longo prazo.

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