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Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III Anatomia do Coração – André INTRODUÇÃO Numa vista anterior, vemos o mediastino após a retirada das costelas e músculos. O mediastino médio inclui: o pericárdio (saco fibroseroso que envolve o coração), o coração e as raízes de seus grandes vasos – parte ascendente da aorta, tronco pulmonar e veia cava superior – que entram e saem do coração. Não e possível vermos esses vasos na ilustração porque o pericárdio se alonga e acaba por cobrir os vasos da base. Agora, foi retirado grande parte do tecido adiposo, foi afastada as faces mediais do pulmão direito e esquerdo e observamos bem o mediastino médio, ocupado pelo coração e seu vasos da base. À esquerda, vemos o pericárdio com seus vasos e nervos e à direita ele foi retirado, permitindo que visualizemos que ele começa desde os vasos da base, recobre todo o coração e se fixa na aponeurose do m. diafragma. PERICÁRDIO É o tecido de revestimento do coração. O pericárdio é uma das 3 membranas fibroserosas que existem no corpo humano (as outras são a pleura e o peritônio). Ele cobre o coração e o inicio de seus grandes vasos. É um saco fechado formado por 2 camadas: → Uma camada externa resistente, o pericárdio fibroso, que é contínua com o centro tendíneo do diafragma (o mais externo); → A face interna do pericárdio fibroso é revestida por uma membrana serosa brilhante, a lâmina parietal do pericárdio seroso; → Essa lâmina é refletida sobre o coração nos grandes vasos (aorta, tronco e veias pulmonares e veias cavas superior e inferior) como a lâmina visceral do pericárdio seroso. Ou seja, temos um pericárdio fibroso e duas lâminas do pericárdio seroso (lâmina parietal e lâmina visceral). As túnicas de revestimento costumam ter essa denominação de “parietal” e “visceral” porque uma delas está voltada para a parede e, quando chega em um determinado ponto, ela se reflete para cobrir a víscera. Quando ela faz isso, ela se transforma numa lâmina visceral. Por isso, o pericárdio possui duas lâminas: uma voltada para a parede e outra para a víscera. A cavidade do pericárdio é o espaço virtual entre as lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso. Ali circula um líquido chamado de líquido pericárdico que apenas permite que o coração se movimente sem gerar atrito entre as lâminas. → Pericárdio fibroso O pericárdio fibroso é continuo superiormente com a túnica adventícia dos grandes vasos que entram e saem do coração e com a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical (não estudada por enquanto). Além disso, ele é fixado anteriormente à face posterior do esterno pelos ligamentos esternopericárdicos (não é possível ver nessa figura). É unido posteriormente por tecido conectivo frouxo às estruturas do mediastino posterior. Por fim, é contínuo inferiormente com o centro tendíneo do diafragma. É tão fortemente aderido que forma um ligamento chamado de ligamento pericardicofrênico. O coração e as raízes dos grandes vasos no interior do saco pericárdico apresentam relação anterior com o osso esterno, com as cartilagens costais e as extremidades anteriores das costelas de 3 a 5 no lado esquerdo. Ele fica posicionado de forma oblíqua: cerca de 2/3 à esquerda e 1/3 à direita do plano mediano. A lamina visceral do pericárdio seroso forma o epicárdio, que é um tecido mais gorduroso que estende- se sobre o início dos grandes vãos e torna-se contínuo com a lâmina parietal do pericárdio soroso 1) no local onde a aorta e o tronco pulmonar deixam o coração e 2) no local onde a veia cava superior e as veias pulmonares entram no coração. Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III O seio transverso do pericárdio é uma passagem transversal dentro da cavidade pericárdica entre esses dois grupos de vasos. → Irrigação e inervação A irrigação arterial do pericárdio provém principalmente da artéria pericardiofrênica, que não raro acompanha o nervo frênico até o diafragma. Essa é a mais importante e que devemos sabem. Além disso, existem contribuições menores, como a da a. musculofrênica, a. bronquial, a. esofágica, a. frênica superior e aa. coronárias, contudo, é importante ressalvarmos que as coronárias irrigam apenas a lâmina visceral do pericárdio seroso, não o pericárdio fibroso e nem sua lâmina parietal. A drenagem venosa do pericárdio é feita pela v. pericardiofrênica e por tributárias variáveis do sistema venoso ázigo. A inervação do pericárdio provêm dos nervos frênicos (C3-C5), sendo que as sensações álgicas são comumente referidas na região supraclavicular ipsilateral (parte superior do ombro do mesmo lado). O CORAÇÃO O coração, que é um pouco maior do que uma mão fechada, é uma bomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pela veia cava superior (VCS) e veia cava inferior (VCI) e o bombeia através do tronco e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. O coração possui quatro câmaras: átrios direito (AD) e esquerdo (AE) e ventrículos direito (VD) e esquerdo (VE). Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) cardíacas (câmaras direita e esquerda) constituem o ciclo cardíaco. O coração possui três camadas, sendo elas, da superficial para a profunda: 1. Endocárdio: uma fina camada interna (endotélio e tecido conectivo subendotelial). Também pode ser chamado de membrana de revestimento do coração e também cobre suas valvas. É o mesmo revestimento de endotélio que existe nos vasos sanguíneos). 2. Miocárdio: uma camada intermediária helicoidal e espessa, formada por músculo cardíaco. É mais abrangente no VE e no septo interventricular. 3. Epicárdio: uma camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. As fibras do miocárdio são em forma de hélice (helicoidal). Quando ele se contrai, produz um movimento análogo a um pano de chão sendo torcido/girado. Para que seja possível girar, é preciso que essas fibras tenham pontos fixos, assim como são as nossas mãos torcendo o pano. Os pontos fixos das fibras cardíacas são o esqueleto fibroso do coração, que é constituído por anéis fibrosos que circundam os anéis das valvas, além de um trígono fibroso direito e esquerdo. Além de servir como uma âncora para as fibras (sua principal função), o esqueleto fibroso mantém os óstios das valvas atrioventriculares (AV) e arteriais permeáveis, ou seja, mantém-nas abertas. Ademais, oferece fixação para as válvulas das valvas e forma um “isolante” elétrico, separando os impulsos conduzidos mioentericamente dos átrios e ventrículos – é como se a Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III atividade elétrica para contração dos átrios fosse inibida por esse esqueleto fibroso, ocorrendo essa passagem elétrica para os ventrículos apenas no momento e pelo local correto. Na parte externa dos átrios será encontrado o sulco coronário, por onde trafegam as aa. coronárias. Entre os VD e VE será encontrado o sulcos interventriculares (IV) anterior e posterior. Onde for observado o ramo interventricular da a. coronária esquerda corresponderá ao sulco IV anterior, ao passo que, onde for observado o ramo interventricular posterior da a. coronária direita corresponderá ao sulco IV posterior. O ápice do coração é formado pela parte inferolateral do VE (é a parte menos móvel do coração). Ele situa-se posteriormente ao 5º espaço intercostal esquerdo em adultos (essencial saber disso na anamnese). Éo local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva AV esquerda (mitral), chamada de batimento apical. A base é a face posterior do coração, formada principalmente pelo AE. É onde encontra-se as 4 veias pulmonares (imagem abaixo) e está voltada posteriormente em direção aos corpos das vértebras de T6 a T9. Basicamente, a base é formada pelos 2 átrios. O coração possui quatro faces: 1. Face esternocostal (anterior): formada pelo VD 2. Face diafragmática (inferior): repousa acima do m. diafragma, formada pelo VE e em parte pelo VD 3. Fase pulmonar direita: formada pelo AD 4. Face pulmonar esquerda: formada pelo VE Além disso, o coração possui margens, que lhe dão uma forma de trapezoide. a) Margem superior: onde se encontra os átrios e aurículas direita e esquerda, formando também o limite inferior do seio transverso b) Margem esquerda: é obliqua, quase vertical, formado principalmente pelo VE e por uma parte da aurícula esquerda c) Margem direita: ligeiramente convexa, formada pelo AD e se estende pela VCI e VCS d) Margem inferior: praticamente horizontal, onde está a face diafragmática, formada pelo VD e uma pequena parte pelo VE Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III ÁTRIO DIREITO → Recebe sangue venoso da veia cava superior (VCS), da veia cava inferior (VCI) e do seio coronário → Externamente, possui a aurícula direita: é uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito como uma câmara adicional → Possui muitos músculos pectíneos. Essa é uma característica exclusiva de átrios. O AE possui menos músculos pectíneos do que o AD devido à grande quantidade de sangue recebida pelo AD → Existe uma crista terminal (onde se prendem os músculos pectíneos). É como se fosse um espessamento músculos pectíneos unindo os óstios da VCS com o óstio da VCI → A VCS se abre na parte superior do AD no nível da 3ª cartilagem costal direita, enquanto a VCI se abre na parte inferior do AD, quase alinhada com a VCS, no nível da 5ª cartilagem costal → Todas as estruturas venosas que entram no átrio direito se abrem no seio das veias cavas; → A fossa oval superficial é o local de fusão da valva embrionária do forame oval com o septo interatrial (que conectava os dois átrios embriologicamente) → O sangue da veia cava superior (VCS) é direcionado para o óstio atrioventricular direito, enquanto o sangue da veia cava inferior (VCI) é direcionado para a fossa oval, como era antes do nascimento. VENTRÍCULO DIREITO → Forma a maior parte da face esternocostal, pequena parte da face diafragmática e a margem inferior do coração → Superiormente, afila-se e forma um cone arterial, que conduz ao tronco pulmonar → Interiormente, apresenta as trabéculas cárneas, tecido muscular exclusivo de ventrículos → Uma estrutura que se destaca é a crista supraventricular, separa a parede muscular rugosa da parede lisa do cone arterial → Óstio AV direito (valva tricúspide): localizado posteriormente ao corpo do esterno no nível do 4º e 5º espaços intercostais (ponto de ausculta) → Óstio AV direito é circundado por um dos anéis fibrosos: mantém o calibre do óstio constante, resistindo à dilatação que poderia resultar da passagem de sangue através dele com pressões variadas. → Cordas tendíneas fixam-se às margens livres e às superfícies ventriculares das válvulas anterior, posterior e septal. → As cordas tendíneas originam-se dos ápices dos músculos papilares. Existem os músculos papilares: o Anterior: o maior deles, se origina na parede anterior do VD e nele se fixam 2 válvulas, a anterior e a posterior o Posterior: se origina na parede inferior do VD e suas cordas tendíneas nas válvulas posterior e septal o Septal: origina-se do septo IV e suas cordas tendíneas se fixam às válvulas anterior e septal da valva AV direita → Os músculos papilares começam a se contrair antes da contração do VD, tensionando as cordas tendíneas e aproximando as válvulas. Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III → Como as cordas estão fixadas às faces adjacentes de duas válvulas, elas evitam a separação das válvulas e sua inversão quando é aplicada tensão às cordas tendíneas e mantida durante toda a sístole, isto é, impede o prolapso das válvulas da valva AV direita quando a pressão ventricular aumenta. → Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de sangue do VD para o AD durante a sístole ventricular é impedida pelas válvulas. → Entre os ventrículos existe um septo interventricular (SIV) que possui duas partes: o Parte muscular: a maior parte do septo o Parte membranácea: a válvula septal da valva AV direita está fixada ao meio dessa parte membranácea → Existe uma trabécula cárnea que se destaca e é chamada de trabécula septomarginal e ela vai originar o ramo direito do fascículo AV, que possui uma relação com a condução elétrica → Crista supraventricular: direciona o fluxo de entrada para a cavidade principal do ventrículo e o fluxo de saída para o cone arterial em direção ao óstio do tronco pulmonar. → A valva do tronco pulmonar no ápice do cone arterial situa-se no nível da 3ª cartilagem costal esquerda. Também é possível ouvir a ausculta do fechamento dessa valva. A imagem abaixo destaca as valvas com suas válvulas, hora abertas e hora fechadas. É possível notar que a valva AV direita é tricúspide, possuindo as válvulas: septal, anterior e posterior. Enquanto isso, a valva AV esquerda é bicúspide, possuindo uma válvula anterior e outra posterior. ÁTRIO ESQUERDO → O AE forma a maior parte da base do coração. Os pares de veias pulmonares direita e esquerda (que são avalvulares) entram nesse átrio, diferente da VCS e VCI, que possuem válvulas → A aurícula esquerda é tubular, com músculos pectíneos, forma a parte superior da margem esquerda do coração e cavalga a raiz do tronco pulmonar; → Uma depressão semilunar no septo interatrial indica o assoalho da fossa oval, a crista adjacente é a valva do forame oval; → O interior do átrio esquerdo apresenta: o Uma parte maior com paredes lisas o Abertura das quatro veias pulmonares (duas superiores e duas inferiores) que entram em sua parede posterior lisa o Uma parede ligeiramente mais espessa do que a do AD → Existe um septo interatrial que se incline posteriormente e para a direita → E também um óstio AV esquerdo através do qual o átrio esquerdo transfere o sangue oxigenado que recebe das veias pulmonares para o VE VENTRÍCULO ESQUERDO → O VE forma o ápice do coração e quase toda sua face esquerda (face pulmonar) Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III → O interior do ventrículo esquerdo apresenta: o Paredes cobertas principalmente por uma tela de trabéculas cárneas que são mais finas e mais numerosas do que no VD; o Uma cavidade cônica mais longa do que no VD; o Músculos papilares anteriores e posteriores maiores; o Uma parte de saída não muscular, de parede lisa, o vestíbulo da aorta, levando ao óstio da aorta e à valva da aorta; o Uma valva atrioventricular esquerda com duas válvulas que guarda o óstio AV esquerdo; o Um óstio da aorta situado em sua parte póstero superior direita e circundado por um anel fibroso ao qual estão fixadas as válvulas direita, posterior e esquerda da valva da aorta; o valva da aorta: localizada no nível do 3o espaço intercostal. Na diástole ventricular, a retração elástica da parede do tronco pulmonar ou da aorta força o sangue de volta para o coração. No entanto, as válvulas fecham- se com um estalido, como um guarda-chuva apanhado pelo vento, quando há inversão do fluxo sanguíneo. Elas se aproximam para fechar por completo o óstio, sustentando umas às outras quando suas bases se tocam (encontram) e evitando o retorno de qualquer quantidade significativa de sangue para o ventrículo. Todas as válvulas são côncavas quando vistas de cima. Além disso, elas não possuem cordastendíneas para sustentá-las. Têm área menor do que as válvulas das valvas AV e a força exercida sobre elas é menor. As válvulas projetam-se para a artéria, mas são pressionadas em direção (e não contra) às suas paredes, formando a lúnula. O ápice da margem livre angulada é ainda mais espesso, formando o nódulo. A abertura da artéria coronária direita é no seio da aorta direito. Enquanto isso, a abertura da artéria coronária esquerda é no seio da aorta esquerdo, e nenhuma artéria origina-se do seio da aorta posterior (não coronário). VASCULARIZAÇÃO DO CORAÇÃO É realizada pelas artérias coronárias e veias cardíacas. Entretanto, o endocárdio e parte do tecido subendocárdico imediatamente externo ao endocárdio recebem oxigênio e nutrientes por difusão ou por microvascularização diretamente das câmaras do coração. Externamente e até o miocárdio, quem vasculariza o coração são as artérias coronárias. Elas são os primeiros ramos da aorta, irrigam o miocárdio e o epicárdio. Ademais, elas originam-se dos seios da aorta na região proximal da parte ascendente da aorta, imediatamente superior à valva da aorta, e seguem por lados opostos do tronco pulmonar. Artéria coronária direita (ACD) passa para o lado direito do tronco pulmonar, seguindo no sulco coronário. Ele dará ramos, como o ramo do nó sinoatrial ascendente, que irriga o nó SA. A ACD desce no sulco coronário e emite o ramo marginal direito, que irriga a margem direita do coração enquanto segue em direção ao ápice do coração, porém sem alcançá-lo. Após emitir esse ramo, vira para a esquerda e continua no sulco coronário até a face posterior do coração. Na face anterior da cruz do coração (a junção dos septos interatrial e interventricular entre as quatro câmaras cardíacas) a ACD dá origem ao ramo do nó atrioventricular, que irriga o nó AV. Ademais, ela dará origem ao ramo interventricular (IV) posterior, que desce no sulco IV posterior em direção ao ápice do coração. Esse ramo irriga áreas adjacentes de ambos os ventrículos e envia ramos interventriculares septais perfurantes para o septo. Um aspecto interessante é que o domínio do sistema arterial coronário é definido pela artéria que dá origem ao ramo interventricular (IV) posterior. Isso é Leonan José – T5 ANATOMIA – BBPM III interessante já que o domínio da artéria coronária direita é mais comum (aproximadamente 67%), porque geralmente é dela que vem o ramo IV posterior. Em outras palavras, a artéria coronária direita vasculariza bem mais do que a esquerda. Desse modo, o ramo terminal (ventricular esquerdo) da ACD continua por uma curta distância no sulco coronário Em resumo, a ACD supre: o O átrio direito; o A maior parte do ventrículo direito; o Parte do ventrículo esquerdo (principalmente a face diafragmática); o Parte do septo IV; o O nó SA (em cerca de 60% das pessoas) o O nó AV (em cerca de 80% das pessoas). A artéria coronária esquerda (ACE) passa entre a aurícula esquerda e o lado esquerdo do tronco pulmonar e segue no sulco coronário. Em 40% das pessoas, o ramo do nó SA origina-se do ramo circunflexo da ACE. Quando entra no sulco coronário, na extremidade superior do sulco IV anterior, a ACE divide- se em dois ramos, o ramo IV e o ramo circunflexo. O ramo IV anterior segue ao longo do sulco IV até o ápice do coração. A seguir, faz a volta ao redor da margem inferior do coração e costuma fazer anastomose com o ramo IV posterior. Ele supre partes adjacentes de ambos os ventrículos e, através de ramos IV septais, os dois terços anteriores do SIV. A partir dele surge um ramo lateral (ou artéria diagonal), que desce sobre a face anterior do coração. O ramo circunflexo da ACE, é menor e acompanha o sulco coronário ao redor da margem esquerda do coração até a face posterior do coração. A partir dele surge o ramo marginal esquerdo, que acompanha a margem esquerda do coração e supre o VE. Na maioria das vezes, o ramo circunflexo da ACE termina no sulco coronário na face posterior do coração antes de chegar à linha média, mas em aproximadamente um terço das pessoas, ele continua como um ramo que segue dentro do sulco IV posterior ou adjacente a ele. Em resumo, a ACE supre: o O átrio esquerdo o A maior parte do ventrículo esquerdo o Parte do ventrículo direito o A maior parte do SIV (geralmente seus dois terços anteriores), inclusive o feixe AV do complexo estimulante do coração, através de seus ramos IV septais perfurantes o O nó SA (em cerca de 40% das pessoas). Veias cardíacas As veias cardíacas se abrem no seio coronário e em pequenas veias que drenam para o átrio direito. O seio coronário é um canal venoso largo que segue da esquerda para a direita na parte posterior do sulco coronário. Recebe a veia cardíaca magna em sua extremidade esquerda e a veia interventricular posterior e veia cardíaca parva em sua extremidade direita. A veia cardíaca magna dá origem à veia interventricular anterior, que se inicia no ápice do coração e ascende com o ramo IV anterior da ACE. No sulco coronário, ela vira-se para a esquerda, e sua segunda parte segue ao redor do lado esquerdo do coração como ramo circunflexo da ACE para chegar ao seio coronário. Desse modo, se a drenagem do lado esquerdo é realizada pela veia cardíaca magna, a drenagem do lado direito é realizada pela veia cardíaca parva que acompanha o ramo marginal direito da ACD. Assim, essas duas veias drenam a maioria das áreas comumente supridas pela ACD. INERVAÇÃO CARDÍACA O estímulo cardíaco se inicia no nó sinusal (AS) e a propagação do impulso começa pelos átrios até chegar no septo interventricular. Surge então um estímulo do nó atrioventricular (AV), que passa pelos ramos subendocárdicos para a inervação do coração. O coração é inervado pelo plexo cardíaco. Esse plexo é formado pelo nervo cardíaco (que conduz fibras simpáticas). Esse nervo é formado por fibras pós- ganglionares dos gânglios T1, T2 e T3. Elas não seguem nenhum vaso, apenas seguem até chegarem no coração. O nervo vago também participa do plexo cardíaco, fornecendo fibras parassimpáticas e possui ação de diminuição dos batimentos cardíacos.
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