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Disfunção erétil Definição ▪ Disfunção Erétil (DE) é a inabilidade de conseguir e/ou manter uma ereção adequada para performance sexual satisfatória (para o casal) ▪ Dificuldade de ereção e impotência são também referidas como DE ▪ ≠ ejac.precoce, ejac retrógrada ou anorgasmia (não chega ao orgasmo) Ejaculação retrograda A ejaculação é mediada pelo SNA simpático→ ocorre o fechamento do colo vesical sob influencia simpática e com a contratura da musculatura o esperma é “jogado para frente” Eventualmente o colo vesical pode ficar aberto e o esperma vai “ser vazar para traz” → para a bexiga. Ex: tto HPB Epidemiologia ▪ DE é ↑ prevalente: até 45% dos homens brasileiros ▪ >50% dos homens americanos (40-70aa) ▪ DE está diretamente relacionada: idade, DAC, HAS, DM, hiperlipidemia e tabagismo ▪ DE está inversamente relacionada: HDL e androgênios ▪ ↑ na procura por assistência médica: surgimento dos inibidores PDE-5 ▪ A incidência da DE é relacionada com a idade ▪ DE afeta negativamente os domínios sexuais e não sexuais da qualidade de vida (“individuo que não tem uma vida sexual satisfatória é menos feliz”) ▪ DE é sub-diagnosticada e sub-tratada Suprimento arterial: a. pudenda interna Túnica albugínea durante a ereção se estica dando rigidez aos corpos cavernosos. Cascata de eventos resultando em ereção 1. Estimulo sexual (atividade parassimpática ↑) 2. ↓ RVP 3. ↑ fluxo sanguíneo para aa. Carvenosas 4. ↑ pressão intracavernosa 5. Relaxamento da mm. Lisa trabecular 6. Engurgitamento lacunar (entrada de grande volume sanguíneo) 7. Ereção Caso não ocorra o mecanismo de “pinçamento” das veias ocorre uma ereção efêmera. Etiologia A DE está associada a: ▪ fatores de risco (tabagismo) e doenças vasculares (DM, DAC) ▪ fatores neurogênicos (prostatectomia radical, TRM, esclerose múltipla) ▪ uso de medicamentos (antihipertensivos, antidepressivos) ▪ fatores psicosociais (depressão, distúrbios de relacionamento) Fisiologia da ereção Doença de Peyronie (curvatura peniana do adulto): desenvolvimento de placas fibrosas ao redor da túnica albugínea geradas provavelmente por micro-traumas. Etiologia- arteriogênica ▪ DE vasculogênica: arteriogênica ou venogênica ▪ fatores de risco para DE arteriogênica: DM, HAS, hiperlipidemia, tabagismo, irradiação/trauma pélvico ▪ DE arteriogênica pode ser parte de aterosclerose generalizada incluindo a doença coronariana ▪ a DE geralmente precede a coronariopatia ▪ pode ser avaliada por ultrassonografia peniana (dopplerfluxometria) Etiologia- venogênica ou cavernosa ▪ DE venogênica - disfunção veno-oclusiva (DVOC): compressão inadequada das vênulas subtúnicas devido a disfunção/atrofia da mm. lisa e fibrose corpórea (túnica albugínea pode estar alterada não causando compressão adequada) ▪ os fatores de risco incluem os mesmos da DE arteriogênica além da Dça de Peyronie ▪ pode ser diagnosticada por dopplerfluxometria peniana, cavernosografia/cavernosometria (não são mais utilizadas na propedêutica) Etiologia- neurogênica ▪ até 20% neuropatia eferente ▪ resultante da ruptura ou disfunção das vias neurais parassimpáticas eferentes (n. cavernosos) ▪ causas: TRM, esclerose múltipla, Cx pélvica radical, neuropatia periférica (ex. DM, álcool), outras dças neurológicas (ex. D. Parkinson, demência, AVC, TCE) neuropatia aferente (somatosensória) ▪ também chamada “impotência do n. dorsal” ▪ causada por neuropatias polisensórias secundárias a DM, defic. vit B12 ▪ menos comum Etiologia- DE associada a drogas Medicações associadas a DE incluem: ▪ Anti-hipertensivos: diureticos tiazídicos, ß- bloqueadores, bloqueadores de canais de Ca++ ▪ Antidepressivos: tricíclicos, inibidores da recaptação da serotonina ▪ Antiarrítmicos ▪ Antiandrógenos ▪ antagonistas dos receptores H2 (cimetidina) ▪ drogas recreativas: cigarro, álcool; cocaína, maconha OBS: o álcool a curto prazo em baixas doses pode ser estimulante!! Etiologia- DE psicogênica Etiologia- Hormonal ▪ 3 - 6% de todos os casos de DE ▪ pode incluir hipogonadismo, hiperprolactinemia, hipo ou hipertireoidismo ▪ testosterona atua centralmente (hipotálamo) e perifericamente (regulação da NO sintase) ▪ muitos homens com hipogonadismo podem ter DE vasculogênica concomitante ↓ libido geralmente associada →SEMPRE lembrar de fator hormonal Diagnóstico Rotina obrigatória: ▪ anamnese bem elaborada (sexual, médica, drogas e psicossocial), participação da(o) parceira (o) Exames recomendados: ▪ dosagem hormonal (caso a anamnese sugira algo hormonal) ▪ glicose em jejum, lipidograma, outros Exames especializados (2° momento): ▪ USG Doppler, Teste de tumescência peniana noturna, Teste de ereção fármaco induzido TTPN= “polissonografia do pênis” Tratamento Estratégia: Em etapas, com participação da(o) parceira(o) 1. Mudança de hábitos (fatores de risco identificados) + aconselhamento sexual/conjugal + agentes orais 2. Avaliação de resultados 3. Terapia intracavernosa, intrauretral 4. Avaliação de resultados 5. Tratamentos cirúrgicos Drogas orais: Inibidores da PDE-5 ▪ revolução no tto da DE ▪ ação local: aumentam a oferta de GMPc na cél. muscular lisa do CC →não são provocadores de ereção e sim facilitadores ▪ eficácia e segurança ▪ sildenafil, vardenafil, tadalafil (Viagra®, Levitra®e Vivanza®, Cialis® ▪ nitrato + inib PDE-5 (PROIBIDO!) ▪ perfis farmacocinéticos e farmacodinâmicos distintos ▪ efeitos colaterais leves e transitórios (mais comuns: rubor facial, cefaleia...) ▪ Tadalafil possui ½ maior (até 36 horas) Papel do NO e GMPc na ereção peniana A droga age na PDE5, inibindo a degradação do GMPc fazendo com que o GMPc fique dentro da célula por + tempo. O nervo cavernoso “joga” o estimulo na célula liberando oxido nítrico gerando uma cascata de eventos (produção de guanilato ciclase→ GMPc→ ↓Ca++ intracelular) que cursam com o relaxamento da célula muscular lisa→ ereção LEMBRAR QUE: o estimulo sexual é necessário para que ocorra a ereção, mesmo após usar o medicamento oral. Outras drogas orais: ▪ ioimbina - antagonista 2-adrenérgico - Yomax ▪ fentolamina - antagonista 1 e 2- adrenérgico – Regitina ▪ trazodona - antidepressivo serotoninérgico – Donaren ▪ apomorfina - antagonista dopaminérgico de ação central – Uprima Drogas intracavernosas: ▪ opção na falha das drogas orais ▪ PGE1, fentolamina, papaverina e clorpromazina ▪ associações são eficientes e têm menos efeitos colaterais ▪ requer titulação (deve-se testar a dose ideal para cada individuo conseguir prolongar a ereção por até 40 min) ▪ complicações: priapismo, fibrose IC ▪ contraindicações: infecção, anemia falciforme, obesidade, dça psiquiátrica, falta de habilidade manual Cirurgia: Implante de próteses: ▪ tto curativo ▪ causa orgânica que não respondeu ao tto farmacológico: ex. pós -prostatectomia radical, DM refratário... ▪ maleável x inflável ▪ profilaxia antibiótica rigorosa Cirurgia vascular: ▪ reservada a pacientes jovens vítimas de trauma genital e/ou perineal ▪ casos selecionados de obstrução aorto- ilíaca ▪ cx para fuga venosa - abandonada DE é altamente prevalente, com impacto significativo na qualidade de vida do casal DE é subdiagnosticada e subtratada O diagnóstico deve estar centrado na história sexual, médica e psicossocial detalhada e no exame físico criterioso As principais opções terapêuticas são o aconselhamento, farmacoterapia oral e IC e o implante de próteses
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