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QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL

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QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO
AMBIENTAL 
PROFESSORAS
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/1012
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. STRUET, Mirian Aparecida Mi-
carelli; POLASTRI, Paula
Qualidade e Certificação Ambiental. 
Mirian Aparecida Micarelli Struett
Paula Polastri
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 
184 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Qualidade 2. Certificação 3. Ambiental. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Silvio Silvestre Barczsz
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Lucas Pinna Silveira Lima
Design Educacional
Marcus Vinicius A. S. Machado
Revisão Textual
Cindy Mayumi Okamoto Luca
Nagela Neves da Costa
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 333.7 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN: 978-85-459-2053-3
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria 
de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso 
Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão 
de Projetos Especiais Yasminn Zagonel
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
DIREÇÃO UNICESUMAR
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenasde cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Maringá - UEM 
(2001) e mestrado em Administração em Gestão de Negócios (2005) pela mesma 
instituição. É funcionária pública estadual desde 1992. Já coordenou equipes na área 
de Imaginologia (Radiologia, Tomografia e USG), realizou Estatística Hospitalar e, 
atualmente, é gestora de contratos e atas de registro de preços e convênios federais 
do Hospital Universitário Regional de Maringá/UEM. Além disso, é pesquisadora da 
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMGna área de Sistemas de Informação e 
Contabilidade Gerencial, e professora titular do Centro de Ensino Superior de Ma-
ringá - Unicesumar. Tem experiência na área de Administração Pública e Privada e 
atua como docente nas áreas de Gestão Hospitalar, Gestão de Hotelaria e Estrutura 
Hospitalar, Gestão da Qualidade e Certificação Ambiental, Administração voltada 
para a Gestão Pública, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Desenvolvimen-
to Sustentável, Segurança no Trabalho Hospitalar e Conceitos da Administração e 
Ética Empresarial
http://lattes.cnpq.br/3388750064285917
Me. Paula Polastri
Possui graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade Estadual Paulista 
Júlio de Mesquita Filho - Unesp (2007),, pós-graduação em Ciências Ambientais pelo 
Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM (2014), mestrado em Engenharia Ur-
bana e pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade 
Estadual de Maringá - UEM (2017). Tem experiência em implantação e certificação 
do Sistema de Gestão Ambiental com base na norma ABNT NBR ISO 14001, em 
auditorias ambientais, licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos sólidos 
e elaboração/execução de projetos ambientais. Atualmente, é doutoranda em Enge-
nharia Química pela UEM na linha de pesquisa acerca do potencial da produção de 
biogás a partir da co-digestão anaeróbia de resíduos sólidos industriais. Não só, mas 
também compõe o grupo de pesquisa em Gestão Integrada de Águas Urbanas da 
Universidade Estadual de Maringá (GIAU/UEM) e atua como professora mediadora 
e formadora na modalidade de ensino a distância no Centro de Ensino Superior de 
Maringá - Unicesumar.
http://lattes.cnpq.br/6170602428689890
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
Caro(a) aluno(a), é com muito prazer que lhe apresentamos o livro que fará parte da disciplina 
Qualidade e Certificação Ambiental. Com ela, esperamos que você adquira os conhecimentos 
necessários para a sua atuação enquanto gestor(a) ambiental.
Na Unidade 1, construiremos o conhecimento acerca da qualidade ambiental, abordando as 
principais teorias e parâmetros que nos permitem inferir sobre. Nesse sentido, apresenta-
remos os principais indicadores utilizados para mensurar qualitativa e quantitativamente a 
qualidade do meio ambiente.
Faremos, na Unidade 2, uma relação entre qualidade, gestão da qualidade e gestão ambien-
tal. Assim, trabalharemos algumas ferramentas de apoio ao gerenciamento da qualidade e à 
implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
Na Unidade 3, explanaremos os principais aspectos que culminaram na busca por uma melhor 
forma de realizar a gestão organizacional, especificamente por intermédio do Sistema de Ges-
tão Ambiental (SGA). Com ele, as organizações têm buscado aprimorar a sua gestão por meio 
da implantação de sistemas de gestão com base em normas de padrão internacional, da qual 
a ISO é a mais reconhecida internacionalmente. Por fim, faremos uma breve descrição sobre a 
integração do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Para que obtenham a certificação na área ambiental ou da qualidade, as empresas precisam 
implementar, primeiramente, um sistema de gestão consistente em uma estrutura organiza-
cional que permita que elas avaliem e controlem as suas atividades produtivas e seus impactos 
ambientais. Por isso, na Unidade 4, você conhecerá os tipos de auditoria ambiental e suas 
aplicações, bem como a auditoria interna de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).
Na Unidade 5, demonstraremos a importância das certificações e das rotulagens ambien-
tais a partirda apresentação de alguns selos e algumas certificações mais conhecidas e 
reconhecidas no mercado internacional. Ao final da unidade, trabalharemos aspectos extras 
relacionados à obtenção dessas certificações para as organizações. 
Prezado(a) aluno(a), vamos à leitura deste livro. Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando Ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
INDICADORES E
METODOLOGIAS DE
QUALIDADE 
AMBIENTAL
8
GESTÃO DA
QUALIDADE
E MEIO AMBIENTE
42
78
SISTEMA DE
GESTÃO
AMBIENTAL (SGA)
112
AUDITORIA E
CERTIFICAÇÃO
143
ROTULAGEM
AMBIENTAL
171
CONCLUSÃO GERAL
1
INDICADORES E
METODOLOGIAS DE
Qualidade Ambiental
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Construindo conceitos sobre 
Qualidade Ambiental • Metodologias e Indicadores de Qualidade Ambiental.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Estabelecer a Qualidade Ambiental como um dos principais parâmetros das estratégias de Desenvol-
vimento Sustentável • Discutir sobre as principais metodologias analíticas relacionadas ao levantamento 
e ao diagnóstico da Qualidade Ambiental.
PROFESSORAS 
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro Qua-
lidade e certificação ambiental. Sabe-se a necessidade de compreender 
os principais aspectos que influenciam as nossas tomadas de decisões na 
sociedade. Todos somos autores responsáveis por essa construção. Por isso, 
nossas decisões precisam ser pautadas nos objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável e da sustentabilidade; mensuradas e analisadas para que possa-
mos traçar estratégias e metas a serem atingidas. Uma das formas de atingir 
essas metas é conhecer os índices de desenvolvimento humano e ambiental 
para a posterior formulação das Políticas Públicas.
Desse modo, inicialmente, construiremos o conhecimento acerca da 
Qualidade Ambiental, abordando as principais teorias e os parâmetros que 
nos permitem inferir na qualidade ambiental. Você verá que muitos parâ-
metros são qualitativos, ou seja, extremamente variáveis, de acordo com 
o observador. Tal fato é derivado do conceito de sustentabilidade, sem, no 
entanto, sustentar o próprio conceito de qualidade ambiental. 
Apresentaremos depois, alguns indicadores, como os índices do desen-
volvimento humano (IDH) e seus desdobramentos; os índices de Desen-
volvimento Ambiental e a Sustentabilidade Ambiental e Humana, a partir 
da análise do conceito de Pegada Ecológica; a metodologia Pressão-Estado-
-Resposta e a apresentação do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente 
(RQMA), compilado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis - Ibama. Observa-se, também, o exemplo do 
Estado de São Paulo para melhor visão da importância desses indicadores 
para a construção da qualidade ambiental.
Ao final desta unidade, Discutiremos a pesquisa detalhada de Silva 
(2016), intitulada “Pegada Ecológica: uma análise dos colaboradores e fa-
miliares do Supermercado Selau em Santana do Livramento”, disponibili-
zada em formato QR Code.
Agora, prezado(a) aluno(a), iniciemos nossa caminhada pela estrada 
do conhecimento.
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CONSTRUINDO CONCEITOS 
SOBRE A QUALIDADE
ambiental
Por muitos anos, o conceito de “crescimento” confunde-se ao de “desenvolvimen-
to”. O aumento das pressões ambientais e da conscientização em relação à ação 
antrópica no meio ambiente leva a sociedade a buscar um padrão de vida mais 
alto e melhor, conjuntamente ao crescimento econômico, à inclusão da temática 
ambiental e ao desenvolvimento humano. A definição de “desenvolvimento”, desse 
modo, tornou-se, a partir de 1945, alvo de debates e de discussões (na academia, 
nas organizações e nos governos), intensificando-se na década de 70. Encontrou, 
porém, partir da década de 90, uma definição mais clara, que perpetua na busca 
pelo Desenvolvimento Sustentável no Mundo, até hoje (TOIGO; MATTOS, 2016). 
De acordo com Toigo e Mattos (2016, p. 554-555):
 “ Tal discussão estava relacionada, sobretudo, a caminhos e trajetórias para se alcançar o progresso a partir da submissão (e uso extensivo) da natureza de forma contínua. Assim, a relação entre questões ambientais 
e desenvolvimento, principalmente na escala humana, tornou-se um 
importante elo para entender os problemas ecológicos cada vez mais 
evidentes e irreversíveis. As indagações crescentes a respeito do futuro 
do meio ambiente e da humanidade, no que diz respeito à qualidade 
de vida e bem-estar, tornaram necessária a criação de indicadores que 
fossem além dos limites trazidos pelo Produto Interno Bruto (PIB). 
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Segundo Costa (2018), a qualidade atrela-se às características, propriedades e 
atributos. Podemos, também, adjetivar qualidade ambiental como alta ou baixa, 
relacionando-a a outros indicadores, como os que produzem baixa qualidade 
ambiental, por exemplo, a poluição (ar, água, solos, atmosfera), a geração de resí-
duos perigosos à vida, entre outros. 
Para Toigo e Mattos (2016, p.558), “o uso contínuo dos recursos naturais”; o 
crescente nível de poluição” e o “desconhecimento da realidade ambiental” glo-
bal “levariam a um declínio na qualidade de vida da população”. Desse modo, 
independentemente da atividade ou do empreendimento, ela será importante 
para a economia, mas gerará impactos. O exemplo dado por Silva et al. (2018) 
demonstra alguns dos impactos, como assoreamento marítimo, contaminação, 
poluição etc., causados pelas atividades nos portos; relacionados às atividades 
econômicas e ao ecossistema local, demonstrando a necessidade de uma gestão 
ambiental a fim de evitar o declínio da qualidade de vida das pessoas e do planeta.
No levantamento de dados, juntos a outros autores, Silva et al. (2018) identifi-
caram alguns indicadores a serem analisados para verificar a medição do desem-
penho ambiental portuário. Dentre eles, têm-se os principais: resíduos, consumo de 
água, treinamentos ambientais, acidentes ambientais, emissões, políticas ambientais, 
energia, ecossistema local, licenciamento e certificação, ruídos e custos ambientais.
Ao tratarmos do tema “qualidade ambiental”, podemos associá-lo às proprie-
dades e aos atributos ambientais com padrões existentes, utilizados para avaliar 
o potencial de sobrevivência do ser humano. Exemplificaremos, a seguir, veri-
ficando a longevidade e a qualidade ambiental de determinado centro urbano 
ou rural. Analisar a exata correlação entre a longevidade, as características e os 
atributos da área urbana e rural, porém, será tão complexo quanto a correlação 
de sustentabilidade de um país para outro.
Desse modo, ao estabelecer um parâmetro para analisar a qualidade ambiental 
da Lagoa da Conceição (Florianópolis-SC), Silva (2002 apud COSTA, 2018) uti-
lizou uma metodologia de densidade populacional, uso e ocupação de solo, que é 
uma das utilizadas para realizar uma análise qualitativa sobre pressões ambientais, 
mas não são gerados os indicadores quantitativos passíveis de comparação. 
Percebemos,assim, que adjetivar qualidade ambiental por termos genéricos 
e quantificá-los são de difícil execução, pois existem diversos fatores específicos a 
serem avaliados, e, dificilmente, conseguimos encontrar uma única metodologia 
para a compreensão e análise da qualidade ambiental (COSTA, 2018).
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Para Hammond et al. (1995 apud ARAÚJO; MAIA; RODRIGUES, 2016, p. 
2), “a palavra ‘indicador’ vem do latim indicare, que significa apontar, divulgar, ou 
seja, os indicadores são capazes de mostrar e orientar aspectos de certa realida-
de”. De acordo com Dahl (1997), o maior desafio concentra-se na construção de 
indicadores relacionados à sustentabilidade e à qualidade ambiental, pois devem 
fornecer um retrato da situação de sustentabilidade.
Para Araújo, Maia e Rodrigues (2016), o primeiro entrave na construção de 
indicadores relaciona-se à pluralidade do uso conceitual do termo desenvolvi-
mento sustentável e das diferentes correntes de pensamento, por exemplo, as 
correntes da Sustentabilidade Econômica Forte e Fraca:
 ■ Sustentabilidade Econômica Fraca: faz parte da corrente neoclássica. 
Nesta, justifica-se as perdas ecológicas quando há ganhos econômicos e 
utiliza-se indicadores monetários.
 ■ Sustentabilidade Econômica Forte: há uma defesa pela ecologia, na 
qual, diferentemente da corrente neoclássica, as perdas ecológicas não 
podem ser justificadas por ganhos econômicos e os indicadores devem 
ser mensurados fisicamente. 
Questiona-se, porém, como mensurar um padrão, se existe tanta incerteza e com-
plexidade no trato dos dados, originado, principalmente, pelas diferenças entre 
países, por exemplo, dos indicadores relativos às questões de diversidade cultural 
e outros fatores, como os atrelados à responsabilidade socioambiental? 
É possível relacionar índices desfavoráveis, ou seja, que em comparação a outras 
regiões ou países, esteja ligado à baixa qualidade ambiental. Dentre os indicadores, 
podemos relacionar os de crescimento do PIB e outros passíveis de comparação 
com os impactos dos empreendimentos na natureza e na vida das pessoas. Dessa 
forma, proposições e levantamentos específicos de dados são necessários para a 
correta compreensão da qualidade ambiental, envolvendo gestão e manejo ade-
quado dos recursos existentes bem como a associação de outros fatores, atrelados, 
por exemplo, aos aspectos sociais, políticos, físicos, químicos, dentre outros, que, 
de fato, podem permitir o desenvolvimento sustentável. 
Em síntese, como afirma Valois (2009 apud SILVA et al., 2018, p. 7), “[...] a 
avaliação de desempenho [...] com uso de indicadores de desempenho ambiental 
deve direcionar a gestão ambiental [...] para a implementação de medidas [...] a 
fim de que possam ser comparados [...]” com outros indicadores. 
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Os indicadores e seus desdobramentos mencionados a seguir são utilizados 
para a formulação e definição de políticas públicas; visam ao alcance dos objetivos 
do Desenvolvimento Sustentável (ODS) no mundo e à implementação de medi-
das para o meio ambiente, justamente por representar a orientação das ações de 
governos nacionais e internacionais, para proporcionar níveis mais elevados de 
renda, redução de desigualdades e da degradação dos recursos naturais, ou seja, 
buscar melhorar a relação da sociedade com a natureza. 
2 
METODOLOGIAS E
INDICADORES DE
Qualidade Ambiental
Iniciemos com a seguinte questão: como mensurar Desenvolvimento Humano 
e Qualidade Ambiental?
 “ Todo o debate sobre desenvolvimento humano e sustentabilida-de encontra maior respaldo, quando se consideram iniciativas como a Avaliação do Milênio e também no contexto dos tra-
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balhos de mensuração. Os índices são ferramentas poderosas 
no processo de consolidação das ideias e também de oferta de 
informação mais palpáveis aos formuladores de política pública 
(TOIGO; MATTOS, 2018, p.558). 
Diante do que aprendemos acerca da Qualidade Ambiental, torna-se necessário 
conhecer os indicadores que possam elucidar boa parte das questões atreladas à 
sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável. Por isso, nos subtópicos, a seguir, 
apresentamos alguns Indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH), bem como 
do Desenvolvimento Ambiental e a Sustentabilidade Ambiental e Humana, a partir, 
também, da análise do conceito de Pegada Ecológica, a Metodologia da Pressão-
-Estado-Resposta (PER) e o Relatório de Qualidade do Meio Ambiente (RQMA).
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou o “Índi-
ce de Desenvolvimento Humano” (IDH) para evitar o uso exclusivo da opulência 
econômica. A publicação do primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano 
deu-se em 1990. Até 1960, porém, não houve a necessidade de distinguir desen-
volvimento de crescimento econômico, momento em que as nações ricas estavam 
envolvidas no processo da industrialização.
Alguns países, no entanto, permaneciam subdesenvolvidos, nos quais a in-
dustrialização era incipiente, como no Brasil. Nesse momento, nasce um intenso 
debate internacional sobre o vocábulo “desenvolvimento”, concebido pela Orga-
nização das Nações Unidas (ONU). Até o final do século XX, ainda, os manuais 
serviam-se despudoradamente do desenvolvimento e do crescimento econômico 
como sinônimo (VEIGA, 2005).
Segundo Toigo e Mattos (2016), a sociedade precisava compreender que a 
sustentabilidade não se relaciona, somente, ao meio ambiente, mas também à 
forma de vida das pessoas. A sustentabilidade liga-se, ainda, à equidade, por isso 
é preciso que haja consciência da ação individual em relação à coletividade, pois 
essas ações podem e poderão afetar a vida das pessoas, a curto e longo prazo.
Ao final dos anos 80, a contribuição de Sen foi importantíssima para o Programa 
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), consultor de Mahbud ul Haq, 
do Banco Mundial, arquiteto do Relatório de Desenvolvimento Humano, publicado 
pelo PNUD, em 1990, tentou transformar os dados em índices sintéticos. Mahbud 
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foi, fortemente, criticado por Sen, ao tentar transformar dados complexos e amplos 
do processo de desenvolvimento em dados quantitativos per capita (VEIGA, 2005).
 Ainda, concebem Sen e Mahbud (apud VEIGA, 2005, p. 85):
Só há desenvolvimento quando os benefícios do crescimento ser-
vem à ampliação das capacidades humanas, entendidas como o 
conjunto das coisas que as pessoas podem ser, ou fazer, na vida. E 
são quatro as mais elementares: ter uma vida longa e saudável, ser 
instruído, ter acesso aos recursos necessários e um nível de vida 
digno e ser capaz de participar da vida em comunidade. Na ausência 
destes quatro, estão indisponíveis todas as outras escolhas comuns. 
E muitas oportunidades na vida serão inacessíveis. Além disso, há 
um fundamental pré-requisito que precisa ser explicitado: as pes-
soas têm de ser livres para que suas escolhas possam ser exercidas, 
para que garantam seus direitos e se envolvam nas decisões que 
afetarão suas vidas.
Os relatórios incidem em quatro capacidades anteriormente mencionadas: vida 
longa e saudável, conhecimento, acesso aos recursos necessários para um padrão 
de vida digno e a participação da comunidade. Apesar das mudanças ocorridas 
em 2010 na metodologia do cálculo do IDH, o índice manteve suas características 
principais. Os pilares do IDH–longevidade, educação e renda (conhecimento, 
saúde e padrão de vida digno, respectivamente)– não foram alterados, mas houve 
modificação no cálculo final do índice:
 ■ Longevidade – não mudou, mede-se pela expectativa ao nascer.
 ■ Educação – anteriormente, o indicador referia-se à “taxa de alfabetização”, 
agora, calcula-se a partir dos anos de estudo da população adulta (25 anos 
ou mais), pois as taxas de matrícula aumentavam significativamente, bem 
como os padrões de matrícula bruta e alfabetização. Mudou-se, também, 
os pesos de avaliação dos subíndices de analfabetismo e taxa de matrícula,que, agora, têm peso semelhante (2 e 1, respectivamente, para 1).
 ■ RNB – o Produto Interno Bruto (PIB) per capita foi substituído pela 
Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, pois, dantes, não contempla-
va o capital exterior (maneira de captar melhor as remessas vindas de 
imigrantes, excluírem da conta o envio de lucro para o exterior das 
empresas e o cômputo das verbas de ajuda humanitária, recebido pelo 
país, por exemplo). Mantido o modo como os valores são expressos 
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(paridade do poder de compra – PPC), levando em conta a variação do 
custo de vida entre os países. 
 ■ Cálculo– até 2009, o cálculo do IDH era a média simples (eram somados os 
três subíndices e divididos por três) dos três subíndices. Apartir desse rela-
tório, recorre-se à média geométrica (são multiplicados os três subíndices 
e calculada a raiz cúbica do resultado da multiplicação). Agora, o nível de 
desenvolvimento deixa de ser um valor fixo e passa a ser um valor relativo.
O PNUD admite que o IDH seja o ponto de partida, entretanto não é uma medida 
compreensiva, já que não inclui a participação nas decisões que afetam a vida 
das pessoas em comunidade. Como afirma Veiga (2005), no relatório 2004, “uma 
pessoa pode ser rica, saudável e muito bem instruída, mas sem essa capacidade 
o desenvolvimento é retardado”. O principal defeito do IDH é o resultado arit-
mético dos três índices: renda, escolaridade e longevidade, não havendo dispo-
nibilidade para indicadores tão importantes, como ambiental, cívico e cultural.
O IDH foi muito criticado pelos índices que apresentava. Como a metodologia 
não era passível de comparação, e a fim de possibilitar que fossem verificadas novas 
tendências no desenvolvimento humano, a equipe responsável pelo relatório cal-
culou, também, o IDH 2009 e os demais anos de referência (UNITED NATIONS 
DEVELOPMENT PROGRAMME, 2010 apud TOIGO; MATTOS, 2016). 
Podemos ver no Mapa, a seguir, a classificação dos países que participaram do 
cálculo do IDH global e estão entre os 25% com maior IDH (desenvolvimento 
humano muito alto); seguido dos 25% (alto desenvolvimento humano); dos 25% 
de desenvolvimento humano médio; e, por fim, os 25% restantes com menor IDH, 
classificados como países de baixo desenvolvimento humano. 
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Figura 1 - Mapa-múndi de IDH (2017) / Fonte: Wikipédia ([2019], on-line)1.
Mapa-múndi indicando o Índice de Desenvolvimento Humano - 2017.
acima de 0,900
0,850-0,899
0,800-0,849
0,750-0,799
0,700-0,749
0,650-0,699
0,600-0,649
0,550-0,599
0,500-0,549
0,450-0,499
0,400-0,449
0,350-0,399
0,300-0,349
abaixo de 0,300
Sem dados
A partir de 2010, o Brasil apresentou diferentes posições no IDH. Atualmente, 
encontra-se quase estagnado desde 2016, em relação à expectativa de vida, aos 
anos de estudo e à média de anos de estudo. O diferencial refere-se à renda, que, 
desde 2010, o Brasil deixou de apresentar crescimento da renda nacional. 
No ranking 2018 do IDH global, realizado pela Organização das Nações Uni-
das (ONU), o Brasil posiciona-se na 79ª colocação. Apesar de o Brasil estar no 
grupo considerado de “Alto desenvolvimento humano”, é considerado o segundo 
escalão na lista, pois, em primeiro escalão, posicionam-se os países de “Muito alto 
desenvolvimento humano”, e, após o segundo escalão, tem-se o “Médio desen-
volvimento humano”, seguido dos países de “Baixo desenvolvimento humano”.
A seguir, observe a descrição das três primeiras posições em relação ao ran-
king de cada escalão:
18
Gru-
po de 
Desen-
volvi-
mento
Posição 
no Ran-
king
País IDH
Espe-
rança 
de vida 
ao nas-
cer
Anos 
esperados 
de escola-
ridade
Mé-
dia de 
anos 
de 
estu-
dos
RNB 
per 
capita 
(PPP, 
2018)
Muito 
Alto
1º Noruega 0.953 82.3 17.9 12.6 68,012
2º Suíça 0.944 83.5 16.2 13.4 57,625
3º Austrália 0.939 83.1 22.9 12.9 43,56
Alto
60º Irã 0.798 76.2 14.9 9.8 19,130
60º Palau 0.798 73.4 15.6 12.3 12,831
62º Seicheles 0.797 73.7 14.8 9.5 26,077
79º Brasil 0.759 75.7 15.4 7.8 13,755
Médio
113º Filipinas 0.699 69.2 12.6 9.3 9,154
113º
África do 
Sul
0.699 63.4 13.3 10.1 11,923
115º Egito 0.696 71.7 13.1 7.2 10,355
Baixo
152º
Ilhas Sa-
lomão
0.546 71.0 10.2 5.5 1,872
153º
Papua 
- Nova 
Guiné
0.544 65.7 10.0 4.6 3,403
154º Tanzânia 0.538 66.3 8.9 5.8 2,655
189º Níger 0.354 60.4 5.4 2.0 906
Quadro 1 - As três primeiras posições em relação ao ranking de cada escalão do IDH / Fonte: 
adaptado de UNDP ([2019], on-line)2. 
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Informações oficiais sobre a atualização estatística do IDH e seus desdobramentos, os 
relatórios de Desenvolvimento humano (RDH) bem como outras informações a respeito 
dos indicadores de Desenvolvimento Humano e dos Objetivos do Desenvolvimento Sus-
tentável (ODS) poderão ser adquiridas, diretamente, nos sites da Organização da Nações 
Unidas (ONU), no Brasil: https://nacoesunidas.org/brasil e no site da United Nations Deve-
lopment Programme – UNDP: https://www.undp.org/. 
Fonte: as autoras.
explorando ideias
IDHM e as Políticas Públicas
Importante destacar que o conceito IDH sustentável foi consolidado no Brasil na 
década de 90. Esse é o método mais empregado para estabelecer prioridades públi-
cas, calcular repasses a estados e municípios na destinação orçamentária, apoiar a 
sociedade civil, orientar as empresas privadas, em processos decisórios e alocação 
de investimentos. Ele possibilitou o pensamento do progresso, ou seja, o desen-
volvimento atrelado ao rendimento, porém, no quesito ecológico, recebe críticas.
 “ O IDH tem sido criticado por não incluir quaisquer considera-ções ecológicas, com foco exclusivamente no desempenho na-cional e na classificação, e por não avaliar o desenvolvimento em 
uma perspectiva mais abrangente. O índice também foi criticado 
como “redundante” por medir aspectos do desenvolvimento que 
já foram estudados exaustivamente (SAGAR; NAJAM, 1998; CA-
SADIO; PALAZZI, 2012; PALAZZI; LAURI, 2013 apud BRASIL; 
MACEDO, 2016, p.108). 
A partir do IDHM Municipal podem ser analisadas prioridades públicas 
para cada região, principalmente em busca de melhoria na qualidade de vida nos 
Em análise aos resultados apresentados nesse relatório, podemos observar que a 
Noruega lidera o ranking do IDH entre os resultados apresentados para os 189 
países e territórios, enquanto Níger apresenta a pontuação mais baixa na média 
de realizações nacionais do IDH– saúde, educação e renda.
https://nacoesunidas.org/brasil-mantem-tendencia-de-avanco-no-desenvolvimento-humano-desigualdades-persistem/
https://www.undp.org/
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meios urbanos, já que a forma como se apresenta a urbanização das cidades é 
insustentável, aliada à falta de planejamento, à deterioração de recursos naturais 
e à vulnerabilidade social. 
 “ De acordo com o Department of Economic and Social Affairs (2012) um bilhão de pessoas já vivem em assentamentos precários, ou seja, sem infraestrutura e sem acesso aos serviços básicos neces-
sários. Se ações não forem tomadas, em 2050 pode haver três bilhões 
de pessoas habitando favelas. Com a preocupação global de mudar 
esse cenário, os indicadores tornaram-se ferramentas indispensáveis 
para orientar, avaliar e monitorar o desempenho das cidades rumo 
ao sustentável (ARAÚJO; MAIA; RODRIGUES, 2016).
Silva e Guimarães (2012) fizeram uma correlação importante entre o IDH de 
regiões brasileiras, de forma a computar a demanda por consumo de eletricidade 
per capita necessária para atingi-las. De acordo com os autores, baseados em 
diversos estudos anteriores:
 “ [...] a evolução da qualidade de vida da sociedade, traduzida pelo IDH, apresenta uma correlação estreita com o consumo de eletri-cidade per capita. Como dispomos no Brasil do indicador de IDH 
desagregado, podemos adotar nos estados brasileiros o mesmo 
raciocínio usado na comparação entre diferentes países. Assim, é 
possível traçar a curva IDH vs. Consumo de eletricidade per capita 
(SILVA; GUIMARÃES, 2012, p.16). 
Apóso levantamento da curva “IDH versus Consumo” de eletricidade dos es-
tados brasileiros, os autores Silva e Guimarães (2012, p.16) propuseram a integra-
ção do Planejamento Energético a uma Política de Governo, visando à melhoria 
do IDH, “abrangendo os aspectos de saneamento, construção da infraestrutura, 
saúde e educação” sob o risco de inviabilizar o desenvolvimento e a inclusão 
social. Nas palavras de Silva e Guimarães (2012, p.16):
 “ O acesso à energia é um dos fatores fundamentais na evolução da qua-lidade de vida da sociedade. Com efeito, apenas com acesso à energia podemos viabilizar melhorias na expectativa de vida, na escolaridade 
e na renda da população. Acima de tudo, a disponibilidade de energia 
elétrica é um pré-requisito para esta melhoria, e não sua consequência. 
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Como apontamos, anteriormente, bem como destacado pelos autores Silva 
e Guimarães, é preciso que essa distribuição equitativa da energia elétrica 
ocorra de forma sustentável, de maneira que outros indicadores, como a PE 
e o IDA, sejam necessários para avaliar, efetivamente, a sustentabilidade. A 
seguir, apresentamos o índice de desempenho ambiental (IDA) e, na sequên-
cia, a Pegada Ecológica (PE).
Índice de Desempenho Ambiental
As Universidades de Yale e Columbia criaram uma metodologia chamada Envi-
ronmental Performance Index (EPI) cujo objetivo era a criação de uma economia 
e uma sociedade mais sustentável. Esse método, no Brasil, chama-se Índice de 
Desempenho Ambiental (IDA).
Para avaliar esse desempenho governamental, tal ferramenta mensura as po-
líticas ambientais governamentais, priorizando dois objetivos do meio ambiente: 
o primeiro relaciona-se à redução de estresses ambientais para a saúde humana 
e, o segundo, à promoção da vitalidade do ecossistema e da correta gestão dos 
recursos naturais (TOIGO; MATTOS, 2016). 
Segundo essa metodologia, os objetivos são avaliados por meio de 25 indicadores 
e divididos em seis dimensões, chamadas de categorias políticas, consideradas funda-
mentais para a vitalidade do ecossistema e estão relacionadas à: “saúde do meio am-
biente, qualidade do ar, recursos hídricos, biodiversidade e habitat, recursos naturais 
produtivos e mudança climática” (YALE UNIVERSITY; COLUMBIA UNIVERSITY, 
2008 apud TOIGO; MATTOS, 2016, p.561-562).
De acordo com Yale e Columbia Universities (apud TOIGO; MATTOS, 
2016), essa ferramenta possui algumas limitações metodológicas, como a falta 
de dados. Porém, quando relacionamos aos aspectos da redução da pobreza; da 
saúde e de outros objetivos de desenvolvimento, auxilia a tomar decisões e for-
mular políticas ambientais mais condizentes com a realidade, uma vez que resulta 
em informações coerentes com os problemas decorrentes do meio ambiente e as 
condições de vida humana. 
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Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)
Um exemplo de como o indicador quantifica, facilita e simplifica as informações 
sobre questões ambientais, além de auxiliar no entendimento a essa ferramenta, foi 
o IDA, desenvolvido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). 
De acordo com os autores Silva et al. (2018), a ANTAQ, criada pela Lei nº 
10.233/2001, é uma agência regulamentadora com a finalidade de regular, super-
visionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviá-
rio e de exploração da infraestrutura portuária. Assim, por meio da Resolução nº 
2650/2012, desenvolveu-se o Índice de Desempenho Ambiental (IDA) cuja ferra-
menta apresenta categorias com indicadores globais e específicos para avaliação 
dos portos, envolvendo os aspectos econômico, operacional, sociológico, cultural, 
físico, químico, biológico e ecológico.
 “ A aplicação dessa ferramenta governamental que é o IDA se dá por meio de um questionário aplicado aos gestores ambientais, o qual é preenchido de forma voluntária pelos portos. Esse questionário é 
composto por 38 indicadores específicos de desempenho ambiental 
que são classificados em 4 categorias e 14 indicadores globais, sendo 
que para cada indicador foi estabelecido um conjunto de situações 
de atendimento (atributos), as quais determinam em que estágio a 
gestão se encontra para aquele indicador, ou ainda, em que nível de 
atendimento (SILVA et al. 2018,p. 10-11).
O quadro, a seguir, apresenta esses indicadores e as categorias globais e específicas 
do IDA e seus respectivos pesos.
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ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL
Categoria Econômico-Operacional
Indicadores Globais Peso Indicadores Específicos Peso
Governança 
Ambiental
0,217
Licenciamento ambiental 
do porto
0,117
Quantidade e qualifica-
ção dos profissionais no 
núcleo ambiental
0,033
Treinamento e capacita-
ção ambiental
0,016
Auditoria ambiental 0,05
Segurança 0,16
Banco de dados oceano-
gráficos/hidrológicos e me-
teorológicos/climatológicos
0,016
Prevenção de riscos e 
atendimento a emergência
0,108
Ocorrência de acidentes 
ambientais
0,036
Gestão Das 
Operações 
Portuárias
0,028
Ações de retirada de resí-
duos de navios
0,033
Operações de contêineres 
com produtos perigosos
0,019
Gerenciamento de 
Energia
0,028
Redução do consumo de 
energia
0,019
Geração de energia limpa 
e renovável pelo porto
0,006
Fornecimento de energia 
para navios
0,002
Custos e Benefícios 
das Ações 
Ambientais
0,068
Internalização dos custos 
ambientais no orçamento
0,068
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Agenda Ambiental 0,039
Divulgação de informa-
ções ambientais do porto
0,004
Agenda ambiental local 0,018
Agenda ambiental institu-
cional
0,01
Certificações voluntárias 0,007
Gestão Condominial 
o Porto Organizado
0,11
Controle do desempenho 
ambiental dos arrenda-
mentos e operadores 
pela Autoridade Portuária
0,038
Licenciamento ambiental 
das empresas
0,026
Plano de Emergência Indi-
vidual dos terminais
0,015
Auditoria ambiental dos 
terminais
0,008
Planos de Gerenciamento 
de Resíduos Sólidos dos 
terminais
0,011
Certificações voluntárias 
das empresas
0,004
Programa de educação 
ambiental nos terminais
0,008
CATEGORIA SÓCIO-CULTURAL
Educação Ambiental 0,05
Promoção de ações de 
educação ambiental
0,05
Saúde Pública 0,025
Ações de promoção da 
saúde
0,008
Plano de contingência de 
saúde no porto
0,017
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CATEGORIA FÍSICO-QUÍMICA
Monitoramento
da Água
0,039
Qualidade ambiental do 
corpo hídrico
0,025
Drenagem pluvial 0,004
Ações para redução e 
reuso da água
0,01
Monitoramento 
Do Solo e Material 
Dragado
0,025
Área dragada e disposi-
ção de material dragado
0,012
Passivos ambientais 0,012
Monitoramento do 
Ar e Ruído
0,015
Poluentes atmosféricos 
(gases e particulados)
0,011
Poluição sonora 0,004
Gerenciamento De 
Resíduos Sólidos
0,08
Gerenciamento de resí-
duos sólidos
0,08
CATEGORIA BIOLÓGICO-ECOLÓGICA
Biodiversidade 0,049
Monitoramento de Fauna 
e Flora
0,01
Animais sinantrópicos 0,029
Espécies aquáticas exóti-
cas/invasoras
0,01
Quadro 2 - Indicadores e categorias que compõe o IDA
Fonte: adaptado de ANTAQ (2017 apud SILVA et al. 2018).
De acordo com o levantamento de Silva et al. (2018) sobre os portos brasileiros, 
no período de 2012 a 2015 e no primeiro semestre de 2016, dados quantitativos 
foram levantados, como antecipou Povia (2015), para auxiliar na promoção do 
fluxo de informações técnicas sobre a gestão ambiental, porém como o IDA pro-
posto pela ANTAQ é um questionário gerencial, não reflete, necessariamente, 
o desempenho ambiental do porto, apesar de 54,50% dos gestores portuários 
concordarem com a composição de seus indicadores como adequados. 
Nesse sentido, Silva et al. (2018) entenderam que a metodologia da ANTAQ 
trouxe indicadores qualitativos organizacionais, não refletindo, especificamente, o 
desempenho quantitativo e as consequências do impacto ambiental ou do sistema 
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de gestão ambiental do próprio porto, uma vez que esses gestores respondem 
de forma voluntáriae podemhaver diferenças nos resultados, ocasionadas pela 
diversidade de percepção em relação ao desempenho ambiental.
Pegada Ecológica
Em 1996, os autores Wackernagel e Rees lançaram um livro chamado Our Eco-
logical Footprint, que trouxe importantes medições acerca das pressões e marcas 
que nós, seres humanos, deixamos no planeta Terra. 
Em português, chamamos Pegada Ecológica (PE) na busca da redução do 
impacto do ser humano na Terra. A partir do Ecological Footprint Method, foi 
possível avaliar a pressão do consumo sobre os recursos naturais de forma global, 
ou seja, mensurar e avaliar os recursos requeridos para sustentar o padrão de vida 
das pessoas no mundo (TOIGO; MATTOS, 2016).
De acordo com Pereira (2008, p. 35), esse método busca “quantificar os fluxos 
de energia e massa de uma economia ou atividade específica, convertidos em 
áreas correspondentes necessárias para suportar esses fluxos”. De maneira sintéti-
ca, reduz a dimensão – áreas de terra e água para o seu suporte, toda a exploração 
humana dos recursos e do seu meio ambiente. 
Conforme Toigo e Matos (2016, p. 560), a PE “é considerada uma metodologia 
de contabilidade ambiental”, seus resultados são expressos em hectares globais 
(gha). De acordo com os mesmos autores, “Um gha representa um hectare bio-
logicamente produtivo em relação à média mundial de produtividade”. 
Segundo Silva (2016, p.12), para realizar o cálculo da Pegada Ecológica 
deve-se considerar os mais diversos “tipos de territórios produtivos e de con-
sumo”, “das tecnologias utilizadas e o tamanho das populações, além das áreas 
utilizadas para o recebimento de resíduos gerados e dos recursos necessários 
para a manutenção da própria natureza”. Assim, essa metodologia mede uma 
área (em hectares globais, que correspondem à terra e à água) impactada pelo 
homem na terra e calcula, por meio dessas ocupações (prédios, rodovias, plan-
tio agrícola, dentre outros elementos do planeta), a área de terreno produtivo 
necessário para sustentar a vida. 
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De acordo com Scarpa (2012, p. 7), para obter a Pegada Ecológica, deve-se 
considerar “a emissão de gases de efeito estufa (principalmente o gás carbônico 
- CO2 ) na atmosfera e a presença de poluentes no ar, na água e no solo”. Dessa 
forma, todo tipo de consumo (alimentos, bens ou serviços, entre outros) podem 
ser convertidos em uma área medida em hectares. 
De acordo com o Portal World Wide Fund for Nature - WWF Brasil (2007 
apud SILVA, 2016, p.20-21), 
 “ a pessoa que na somatória de seus pontos obtiver até 23 pontos possui a pegada ideal (1,8 gha), um planeta Terra; de 24 a 44 pontos (3,6 gha), 21 o ser humano necessitaria de dois planetas Terra; de 45 
a 66 pontos (5,4 gha), o indivíduo necessitaria de três planetas Terra 
e; por último, de 67 a 88 pontos (7,2 gha) o impacto de sua pegada 
seria de quatro planetas terra.
De acordo com Becker (2012 apud SILVA, 2016), “a média da Pegada Ecológica 
mundial era de 2,7 gha por pessoa, enquanto a biocapacidade disponível para 
cada ser humano era de apenas 1,8 gha”.
Com isso, a humanidade estava em grave déficit ecológico de 0,9 
gha/cap, ou seja, a humanidade consumia um planeta e meio, exce-
dendo assim a capacidade regenerativa do planeta em 50% [...] E, 
a Pegada Ecológica brasileira, em 2012, era de 2,9 hectares globais 
por habitante, indicando que o consumo médio de recursos ecológi-
cos pelo brasileiro está bem próximo da Pegada Ecológica mundial 
(BECKER, 2012 apud SILVA, 2016).
Silva (2016, p.9) afirma que “as projeções para 2050 são que se a humanidade 
seguir procedendo desta forma, serão necessários mais de dois planetas para 
manter o padrão de consumo”. Como podemos perceber, a sociedade consume 
muito mais do que o planeta pode oferecer. 
De acordo com os autores Hails et al. (2006 apud PEREIRA, 2008, p. 35), a PE “não 
prevê o futuro, portanto ela não estima perdas futuras causadas pela atual degradação 
dos ecossistemas”. Para esses mesmos autores, os valores quantitativos encontrados da 
pegada não indicam a intensidade de cada zona biologicamente produtiva utilizada, 
também não apontam para pressões específicas à biodiversidade. 
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Pegada Ecológica dos colaboradores do 
Supermercado Selau e suas famílias
No levantamento dos entrevistados, colaboradores do Supermercado Selau 
e suas famílias foram apontados na pesquisa e foi possível concluir que eles 
possuem uma Pegada Ecológica de 3,6 a 5,4 gha, ou seja, duas a três vezes 
maior do que o valor ideal. Considerando os resultados da pesquisa de Silva, 
chegou-se às seguintes conclusões, quanto ao cálculo da Pegada Ecológica dos 
entrevistados (SILVA, 2016, p. 21):
 ■ 50% atingiram a pontuação de 24 a 44 pontos, representativo de “dois 
planetas Terra”.
 ■ 43,75% atingiram a pontuação de 45 a 66 pontos, representativo de “três 
planetas Terra”.
 ■ E, apenas, 6,25% atingiram a pontuação de 67 a 88 pontos, equivalente a 
“quatro planetas Terra”.
Convertido em gha, a maioria dos entrevistados tem uma Pegada Ecológica 
correspondente à 3,6 a 5,4, maior do que o ideal, 1,8, como destacado anterior-
mente. Sugeriu-se, desse modo, a educação ambiental para esses respondentes, 
por meio de folders, por exemplo, para que possam mudar suas atitudes, tor-
nando-as mais sustentável.
Importante destacar que, como indicador ambiental, a PE cumpre seu papel, 
pois gera impacto na população, que consegue levar as pessoas a uma reflexão 
em relação ao seu comportamento e ao seu consumo (individual e global); não 
consegue, porém, evoluir além desse papel de promover a sensibilização (ARAÚ-
JO; MAIA; RODRIGUES, 2016). 
Como afirma Amaral, (2010, p. 80) “é necessário que a informação seja 
complementada com outros dados específicos para que haja mais coerência 
no processo decisório e no planejamento das ações”. Nesse sentido, sugerimos 
a metodologia PER, a seguir, como uma das formas de corroborar e somar à 
função da Pegada Ecológica. 
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Metodologia Pressão-Estado-Resposta
Rufino (2002) realizou uma análise de Qualidade Ambiental no município de Tu-
barão, no estado de Santa Catarina, utilizando-se da metodologia quantitativa de-
nominada Pressão-Estado-Resposta(PER). O modelo proposto apresenta como as 
atividades humanas exercem pressão sobre o meio ambiente e, consequentemente, 
como essa pressão pode afetar o seu estado (quantidade de recursos), levando às 
ações para reduzir ou prevenir os impactos negativos. Dessa forma, o sistema PER 
baseia-se no conceito da causalidade:
 “ Atividades humanas exercem pressão sobre o meio ambiente e mu-dam sua qualidade e a quantidade dos recursos naturais (estado). A sociedade responde a estas mudanças através de políticas ambien-
tais, econômicas e setoriais (resposta social). [...] estes passos for-
mam parte de um ciclo (política) ambiental que inclui a percepção 
dos problemas, a formulação de políticas, monitoramento e ava-
liação política (OECD, 1993 apud ROSSETO et al., 2004, p.5173).
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Os indicadores, na estrutura Sistema Pressão-Estado-Resposta, representado 
na Figura 2, a seguir, apresentam os indicadores como (OECD, 1993 apud 
ROSSETO et al., 2004, p.5173):
Indicadores de pressão ambiental – descrevem as pressões 
antrópicas exercidas sobre o meio ambiente e que causam 
mudanças qualitativas e quantitativas nos recursos naturais. 
Compreendem indicadores de pressão imediata (pressão 
diretamente exercida sobre o meio ambiente, normalmente 
expressa em termos de emissões ou consumo de recursos na-
turais) e indicadores de pressão indireta (refletem atividades 
que levam a futuras pressões ambientais).
Indicadores das condições ambientais – correspondem ao 
“estado” e relacionam-se à qualidade ambiental e aos aspectos 
de quantidade/qualidade dos recursos naturais, refletindo o 
objetivo final das políticas ambientais e proporcionando visão 
geral da situação (estado) do meio ambiente e o seu desenvol-
vimento ao longo do tempo.Indicadores de resposta – correspondem às respostas so-
ciais, às ações individuais e coletivas para mitigar ou preve-
nir impactos negativos induzidos pelas atividades humanas, a 
fim de interromper ou reverter danos ambientais infligidos ao 
meio e caracterizados pelas mudanças ambientais. Estas res-
postas também contemplam ações pertinentes à preservação 
e conservação do meio natural e seus recursos. Indicadores de 
resposta devem refletir esforços da sociedade no processo de 
enfrentamento da problemática ambiental.
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RA OECD (1993 apud ROSSATO et al., 2004) apresenta quatro categorias de 
utilização dos indicadores ambientais, a saber: (1) a medição do desempenho 
ambiental; (2) a integração das preocupações ambientais nas políticas setoriais; 
(3) a integração das tomadas de decisões econômicas e ambientais; e (4) a infor-
mação sobre o estado do meio ambiente. Esses indicadores, respectivamente, são 
utilizados para avaliar desempenho. 
O exemplo da figura a seguir demonstra as formas de ação da PER:
Figura 2 - Sistema Pressão-Estado-Resposta / Fonte: OECD (1993 apud ROSSATO et. al., 2004, p. 5174).
O trabalho de Rufino (2002 apud COSTA, 2018) esclarece a análise de Qualidade 
Ambiental. Para o autor, ela deve ser realizada em microescala, tendo em vista os 
diversos padrões atrelados aos aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais 
e ambientais. A análise deve, também, estabelecer padrões de sustentabilidade 
locais, ainda que para uma análise global de uma nação a análise de Qualidade 
Ambiental seja sistematizada por meio do mapeamento das situações loco-re-
gionais, visando à formulação e ao desenvolvimento de políticas públicas para 
solucionar os problemas encontrados.
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Relatório de qualidade do Meio Ambiente (RQMA)
No que tange ao nível nacional, o sistema de análise de sustentabilidade e qua-
lidade ambiental encontra-se hierarquizado e o trabalho de alimentação do sis-
tema se dá do nível municipal ao nível federal, passando pelos Estados. Todos 
os dados são sistematizados diante de uma metodologia padronizada e, ao final 
do processo, fazem parte do que se chama “Relatório Nacional de Qualidade do 
Meio Ambiente”. Isso tem uma explicação: o meio ambiente apresenta uma série 
muito extensa de variáveis que precisam ser consideradas, mesmo em um recorte 
mais restrito, como a análise da qualidade ambiental, no Estado de São Paulo, 
produzido pelo Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (Decont) 
da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). 
A Prefeitura Municipal de São Paulo realiza o gerenciamento de áreas 
contaminadas por meio do Grupo Técnico de Áreas Contaminadas (GTAC), 
vinculado ao Decont e ao SVM. em consonância com os instrumentos legais 
vigentes. Todos os anos, realiza-se o levantamento das renovações de licenças 
e o acompanhamento dos setores que mais degradam o meio ambiente, a 
partir das denúncias, e em que boa parte se traduz em políticas ou progra-
mas financiados pelo Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável (Fema ). Este objetiva apoiar os projetos e programas que prio-
rizam o uso sustentável dos recursos naturais, manutenção, melhoria e/ou 
recuperação da qualidade ambiental, pesquisa e atividades ambientais de 
controle, fiscalização e defesa do meio ambiente (FEMA, 2019 on-line)3.
Em nossa Leitura Complementar sobre o Relatório Anual de Qualidade do 
Meio Ambiente, você verá que muitas análises, em especial as de qualidade das 
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A partir dos resultados da pesquisa sobre a Pegada Ecológica dos colaboradores e fami-
liares do Supermercado Selau, em Santana do Livramento, comparando-se população e 
entrevistado, teríamos a necessidade de dois a três planetas para garantir a manutenção 
dos hábitos da população mundial, apesar do tamanho da amostra de respondentes des-
ta pesquisa em relação à população ser muito pequena. 
Fonte: Silva (2016).
explorando ideias
Você já pensou na quantidade de recursos naturais necessários para manter 
seu estilo de vida?  Por exemplo, a sua alimentação, o seu transporte, ou seja, 
tudo o que você faz, Qual é o impacto das suas ações ao meio ambiente? Para 
saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo a seguir.
conecte-se
águas superficiais e subterrâneas, de qualidade do ar, áreas degradadas e número 
de espécies, exigem levantamentos de campo, coleta de amostras e análises labo-
ratoriais para definir tais parâmetros.
Assim, com os parâmetros numericamente definidos, executa-se uma com-
paração com as bases oficiais, como abordadas, realizando-se uma posterior 
discussão dos resultados encontrados, que faz parte de qualquer trabalho sobre 
a análise da qualidade ambiental em nível local, territorial, regional e nacional. 
Você deseja ter uma ideia de parâmetros oficiais para comparação na produção 
dos relatórios de qualidade ambiental? Veja a sugestão de leitura dessa unidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, discutimos um dos temas centrais desta obra: 
a Qualidade Ambiental e a mensuração dos indicadores de Desenvolvimento 
Sustentável e Sustentabilidade.
O assunto “Qualidade Ambiental” ganhou seu merecido destaque, com sua 
conceituação e com a verificação das diferentes metodologias de análise. Infe-
lizmente, muitas metodologias ainda orbitam na indefinição das características 
qualitativas e poucas (as mais completas e efetivas) levam em consideração parâ-
metros quantitativos que permitam a comparação com outras bases, em especial, 
as bases oficiais, legalmente definidas.
Em termos práticos, a dificuldade em estabelecer uma análise de Qualidade 
Ambiental encontra-se, somente, no nível de trabalho exigido, uma vez que a 
complexidade das variáveis a serem analisadas é dirimida por um correto planeja-
mento das ações, antes e durante a realização dos trabalhos. Resultados fidedignos 
à situação real refletem em um melhor planejamento em termos de políticas pú-
blicas e, em última etapa do ciclo, no estabelecimento de um verdadeiro processo 
de desenvolvimento sustentável.
Conforme observamos, prezado(a) aluno(a), várias são as formas de mensura-
ção qualitativa e quantitativa do desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e 
qualidade socioambiental atrelada aos objetivos do Desenvolvimento Sustentável. 
É preciso compreender, além dos índices, quais, como e de que forma a degradação, 
a poluição e as ações humanas impactam o meio ambiente. Torna-se, portanto, 
imprescindível conhecer esses indicadores e essas metodologias analíticas para 
balizar o seu conhecimento acerca da qualidade ambiental, e não se esgota, nesta 
unidade, os métodos e as propostas estratégicas disponíveis para essa mensuração. 
35
na prática
1. Indicadores são medidas que capturam dados importantes relacionados a uma 
atividade, um fenômeno ou uma situação; fornecem informações que subsidiam 
o processo de tomada de decisão e orientam a formulação de políticas públicas e 
planejamento. São utilizados com o objetivo de conhecer a realidade econômica, so-
cial, ambiental etc. de uma sociedade; monitorar o seu desenvolvimento e subsidiar 
os gestores públicos e privados em suas administrações. São, então, importantes 
ferramentas de informação para avaliar avanços, retrocessos ou estancamentos nos 
mais diversos aspectos e setores da sociedade.
Fonte: Souza e Spinola (2017).
Dentre os indicadores apresentados, na disciplina, sobre mensuração do desenvol-
vimento sustentável, temos os seguintes:
I - Índice de Qualidade de Desenvolvimento (IQD). 
II - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
III - Índice de Concentração de Renda (GINI). 
IV - Índice de Riqueza Inclusiva (IRI). 
A esse respeito, podemos afirmar que o Indicador que busca medir a igualdade 
ou a desigualdade dos países, na distribuição de renda da população; verificar a 
homogeneidade econômica e social de seu povo, levando em consideração compo-
nentes como a renda e a infraestrutura,corresponde a ___? Responda, assinalando 
a alternativa correta.
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) IV, somente.
e) I e II, somente.
36
na prática
2. Temas de grande relevância para o município de São Paulo são registrados ano a 
ano no Relatório da Qualidade do Meio Ambiente (RQMA), produzido pelo Depar-
tamento de Controle da Qualidade Ambiental (Decont) da Secretaria do Verde e do 
Meio Ambiente (SVMA) desde 2010. O relatório atualiza os dados relativos ao ano 
anterior, neste caso, 2017, e confere novas informações.
Fonte: Prefeitura de São Paulo (2018). 
A esse respeito, leia o RQMA de São Paulo 2018 (link, nas referências) e avalie as 
afirmações a seguir:
I - No relatório, apresentam-se os dados relativos ao estágio atual dos dois Aterros 
Sanitários da cidade que possuem projetos para exploração de biogás.
II - Apresenta o total de autuações em processos administrativos, número de áreas 
degradadas já recuperadas, total de plantios realizados por meio dos Termos 
de Ajustamento de Conduta (TAC).
III - O Decont fiscaliza a instalação de cemitérios, helipontos e heliportos, por exem-
plo, bem como o cumprimento de exigências estabelecidas aos empreendimen-
tos licenciados.
IV - Apresenta um Panorama do Uso e Ocupação do Solo das Áreas Contaminadas 
no Município de São Paulo.
Considerando essas afirmações, é correto o que se afirma em:
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I e III, somente.
d) I, II, III e IV.
e) I, II e III, somente.
37
na prática
3. De acordo com Rufino (2002) e Silva (2002), uma questão é clara: a análise de Qua-
lidade Ambiental deve ser realizada sempre em microescala, tendo em vista os di-
ferentes padrões sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais e, ainda, o 
estabelecimento de padrões de sustentabilidade locais.
A esse respeito, analise as afirmações a seguir:
1 - A análise de Qualidade Ambiental Nacional deve ser sistematizada para um 
correto mapeamento das situações locorregionais e para o desenvolvimento de 
políticas públicas que visem à solução das problemáticas encontradas.
Porque
2 - O sistema de análise de sustentabilidade e qualidade ambiental encontra-se 
hierarquizado. O trabalho de alimentação do sistema nacional se dá do nível 
federal para o nível municipal. Todos os dados são sistematizados diante de 
uma metodologia padronizada e, ao final do processo, fazem parte do que se 
chama “Relatório Nacional de Qualidade do Meio Ambiente”.
 A respeito dessas duas afirmações, é CORRETO afirmar que:
a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
e) As duas afirmações são falsas.
38
na prática
4. A qualidade ambiental deve ser sistematizada para um correto mapeamento das 
situações locorregionais e para desenvolvimento de políticas públicas que visem à 
solução das problemáticas encontradas. Ao considerar o contexto, assinale a alterna-
tiva correta para o relatório que agrega, sistematicamente, todas essas informações.
a) Pressão-Estado-Resposta (PER). 
b) Relatório de Qualidade do Meio Ambiente (RQMA)
c) Densidade Populacional/Uso e Ocupação do Solo
d) Modelo Analítico PEIR e RQMA.
e) Pegada Ecológica e Índice de Desempenho Ambiental. 
5. O índice, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento vem 
por meio dos seus componentes principais: a) longevidade, b) anos de estudo e c) 
renda nacional bruta para mensurar o índice de ___________________________. Complete 
assinalando a alternativa correta:
a) Qualidade do Desenvolvimento.
b) Desenvolvimento Humano.
c) Índice de Gini - Conrado Gini.
d) Crescimento Econômico (PIB). 
e) Riqueza Inclusiva.
39
aprimore-se
O Relatório de Qualidade do Meio Ambiente (RQMA) foi instituído pela n. nº 6.938/81 
na forma transcrita abaixo:
Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
IX – [...]
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº. 7.804, de 1989).
Este instrumento de informação ambiental tem como objetivo informar a sociedade 
brasileira o status da qualidade ambiental dos diversos ecossistemas brasileiros ou 
mais intrinsecamente dos seus compartimentos ambientais.
O RQMA deve ser utilizado para a gestão ambiental a qual objetiva a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, 
para o nosso Brasil, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses 
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Desta forma, a divulgação anual trará ao público as informações de qualida-
de ambiental, tornando-se um item essencial para garantir as condições para 
que os diversos segmentos da sociedade entrem na discussão das questões am-
bientais e as internalizem.
Entendemos, assim, que o conjunto de relatórios anuais possibilitará uma visão 
temporal sobre a evolução da qualidade ambiental no Brasil, auxiliando na avalia-
ção do êxito dos programas de controle ambientais implantados.
Portanto, o IBAMA vem por meio deste meio eletrônico mostrar a sociedade uma 
proposta de metodologia de RQMA, bem como solicitar colaboração para a melho-
ria desta proposta, e desde já dizer que é uma proposta de todos.
A ideia que norteia esta proposta tem o Relatório de Qualidade do Meio Am-
biente como um grande banco de informações sobre os diversos compartimentos 
ambientais. Estas informações deverão estar disponíveis para acesso na forma de 
relatórios pré-formatados, como deverá prever a recuperação desses dados através 
de planilhas ou via webservices de forma que possibilitem o seu uso por organismos 
40
aprimore-se
que queiram fazer uso desses dados em trabalhos ou para a elaboração de comen-
tários que serão posteriormente incorporados às versões anuais para orientação 
dos órgãos gestores daquele segmento.
Dessa forma o RQMA proposto deverá ser dinâmico, permitindo consultas cruza-
das e abordagens por diversos temas. Os dados deverão ser coletados de forma que 
possibilitem a sua indexação pelos diversos temas, como localização por Unidade 
Federada, Unidade Municipal, Bioma, Bacia Hidrográfica. Deverão tratar de biodi-
versidade, solo, atmosfera, água e bioindicadores.
É uma proposta de todos, e se deve ao fato que a possibilidade de inserção de 
informações de forma on-line por várias pessoas, reserva ao IBAMA apenas a respon-
sabilidade pela edição e publicação, garantindo o papel de gerenciador do sistema de 
coleta e divulgação e aos informantes a responsabilidade pela inserção, atualização e 
conteúdo do documento. Este procedimento parece-nos ser o caminho mais coerente 
para a publicação e a atualização do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente.
Fonte: IBAMA ([2019], on-line)4
41
eu recomendo!
Indicadores de aplicação e cumprimento da norma ambien-
tal para ar, água e vegetação no Brasil
Autor: Sílvia Cappelli
Ano: 2007
Editora: ONU 
Sinopse: os indicadores de aplicação e cumprimento da norma-
tiva ambiental adquirem, nos últimos tempos, crescente impor-
tância, especialmente pelo interesse mostrado por vários países na avaliação do 
grau de aplicação das políticas associadas aos regulamentos. A aplicação desses 
indicadores na avaliação da eficiência dos investimentos institucionais no meio 
ambiente, em função dos progressos no cumprimento dos objetivos nacionais, 
tem gerado interesse.
livro
Lixo Extraordinário (Waste Land)
Ano: 2010
Sinopse: com direção de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley, 
duração de 99 minutos, Lixo Extraordinário é um documentário 
anglo-brasileiro que relata o trabalho do artista plástico brasileiro 
Vik Muniz com catadores de material reciclável, em um dos maio-
res aterros controlados do mundo. O documentárioapresenta a 
realidade de pessoas que vivem em condições críticas (pobreza e 
saneamento) e enfrentam o problema ambiental da disposição de resíduos sólidos.
filme
Temas de grande relevância para o município de São Paulo são registrados ano a ano 
no Relatório da Qualidade do Meio Ambiente (RQMA). O relatório atualiza os dados 
relativos ao ano anterior e inova ao trazer um Panorama do Uso e Ocupação do Solo 
das Áreas Contaminadas no Município de São Paulo.
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/RQMA%202018_Vanda_
final_ok(5).pdf.
conecte-se
2
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Gestão da qualidade total e 
gestão ambiental • Ferramentas da qualidade • Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Entender a qualidade e a sua contribuição para a gestão ambiental • Conhecer as ferramentas de 
apoio à gestão da qualidade • Compreender o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
GESTÃO DA
QUALIDADE
e Meio Ambiente
PROFESSORAS 
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), esta unidade tem como propósito apresentar-lhe a 
relação entre qualidade, a gestão da qualidade e a gestão ambienta. As 
principais ferramentas de apoio ao gerenciamento da qualidade e quais 
são as etapas para a implementação de um Sistema de Gestão da Qualida-
de (SGQ). Para compreendermos mais sobre qualidade e as certificações 
ambientais ainda temos um grande caminho a percorrer.
Por isso, no primeiro tópico desta unidade, trataremos um pouco mais 
sobre esse tema, seus principais autores, sua evolução histórica, bem como 
o seu vínculo com a qualidade organizacional e a gestão do meio ambiente. 
Tudo isso, a fim de demonstrar a importância de gerenciar a qualidade não 
somente para atender ao cliente, mas a todas as partes interessadas.
Em seguida, apresentaremos algumas ferramentas de apoio para o ge-
renciamento da qualidade na organização. Algumas são consideradas bem 
simples, outras são básicas, intermediárias e avançadas. Lembre-se que, para 
cada uma delas, será necessário aprofundar um pouco mais sobre o assunto 
quando for do seu interesse, pois, para cada tipo de organização, segmen-
to, produto ou serviço realizado, será preciso o uso de uma ou mais dessas 
ferramentas de apoio, inclusive de outras que não abordaremos neste livro.
No último tópico, explanaremos o processo de implantação de um 
SGQ com base na norma ISO 9001. Assim, apresentaremos, de forma su-
cinta, algumas dessas etapas, atribuindo ênfase aos requisitos necessários 
para a sua implementação e relacionando-as à ferramenta do ciclo PDCA, 
a qual é considerada padrão para atender aos requisitos das normas ISO.
Bons estudos!
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GESTÃO DA 
QUALIDADE TOTAL
e gestão ambiental
Segundo Shigunov Neto e Campos (2016), o conceito de qualidade existe há 
milhares de anos. No entanto, na gestão administrativa, existe desde a década 
de 20, com a inserção do conceito de revolução industrial como tentativa 
de reduzir os problemas em relação aos defeitos dos produtos. Isso se deve, 
pois, inicialmente, os defeitos eram visualizados a partir da inspeção técnica 
do produto, ou seja, essa certificação se dava, na maioria das vezes, no final 
do processo produtivo. Em contrapartida, com o passar dos anos, a busca 
pela qualidade se tornou uma questão de sobrevivência, devendo-se seguir 
padrões determinados.
Em suma, tivemos cinco momentos históricos importantes e distintos para 
a evolução da qualidade, tal qual demonstrado a seguir:
Fase 1 – 1920: Inspeção dos produtos.
Fase 2 – 1930: Controle da Qualidade.
Fase 3 – 1950: Garantia da Qualidade Total.
Fase 4 – 1980: Gestão da Qualidade.
Fase 5 – 1990: Gestão Estratégica da Qualidade.
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Figura 1 – Fases evolutivas da qualidade / Fonte: adaptada de Shigunov Neto e Campos (2016).
Ao longo dos anos, existiram grandes nomes da qualidade total. A apresentação 
pode ser atribuída a Deming, na década de 50, o qual é considerado um dos mais 
importantes. Posteriormente, surgiram outros, tais como Juran, Feigenbaum e 
Crosby, que também trouxeram importantes contribuições para a qualidade:
Ano Autor Definição
1950 Deming Máxima utilidade para o consumidor
1951 Feigenbaum Perfeita satisfação do usuário
1954 Juran Satisfação das aspirações do usuário
1961 Juran Maximização das aspirações do usuário
1964 Juran Adequação ao uso
1979 Crosby
Conformidade com os requisitos do 
cliente
Quadro 1 – Grandes nomes da qualidade total / Fonte: Shigunov Neto e Campos (2016).
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A qualidade total, também chamada de Total Quality Control (TQC), en-
volve os grandes objetivos de uma empresa e deve ser realizada ao longo do 
processo produtivo da organização, de acordo com Shigunov Neto e Campos 
(2016), promovendo:
 “ [...] a minimização dos custos por meio de uma organização eficaz e eficiente e a maximização dos recursos produtivos (matéria-pri-ma, recursos humanos, equipamentos e instalações). Não se trata 
apenas de uma técnica ou ferramenta, como visto, mas sim de uma 
estrutura voltada a qualidade, em que se tem o controle das ativi-
dades internas da companhia, buscando sua otimização e visão de 
concorrência de mercado na qual atua para promover mais eficácia 
(SHIGUNOV NETO; CAMPOS, 2016, p. 80).
Foi Deming, o grande divulgador e entusiasta do método PDCA criado por 
Walter Stewart na década de 50 e que evoluiu para um gerenciamento, o TQM. 
Entendido como um subelemento da qualidade total, o PDCA surgiu como uma 
forma de melhorar a qualidade, ou seja, promover a melhoria contínua.
A seguir, apresentamos sucintamente as etapas do ciclo PDCA:
Figura 2 – Etapas do PDCA / Fonte: adaptada de Shigunov Neto e Campos (2016).
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O ciclo PDCA é uma ferramenta gerencial que visa à melhoria contínua, permi-
tindo que os processos sejam, ao mesmo tempo, avaliados durante a sua operacio-
nalização e forneçam subsídios (retroalimentação) para melhorias. É importante 
ressaltar que esse processo envolve a mudança de cultura e de comportamentos 
voltados à melhora constante. 
Para tanto, o PDCA, segundo Marshall Junior et al. (2011) e Mello (2011), 
dá-se em quatro etapas, a saber:
1. PLAN (planejar): nesta etapa, inicia-se o estabelecimento de 
objetivos e metas pautadas nas diretrizes da empresa. Assim, as 
metas são desdobradas em planejamento estratégico por meio dos 
requisitos ou parâmetros que os clientes apontaram nos produtos, 
serviços ou processos. Nesse momento, é possível estabelecer os 
itens de controle e quais métodos serão utilizados. Além disso, as 
metas necessitam de um padrão, a fim de serem utilizadas tanto para 
manter quanto para melhorar.
2. DO (executar): nesta etapa, há a implementação do planejamento, 
o que exige o fornecimento de educação e treinamento para a exe-
cução dos métodos planejados. Nesse sentido, é importante treinar e 
executar o método e coletar os dados para a verificação do processo.
3. CHECK (checar): é nesta etapa que ocorre a avaliação do que foi 
planejado. Dessa forma, é realizada uma comparação com os resul-
tados obtidos por meio das ferramentas de controle e acompanha-
mentos, tais como as cartas de controle, os histogramas e as folhas de 
verificação, por exemplo. É, portanto, necessário verificar o padrão 
e a variação para comparar os resultados com os itens de controle.
4. ACT (agir): nesta etapa, é preciso buscar as causas fundamentais, 
a fim de prevenir os efeitos indesejados, ou seja, os distanciados da 
meta, e adotar, como padrão, o planejado. Caso não sejam alcança-
das, as metas, deve-se buscar as causas, a fim de prevenir a repetição 
dos efeitos não conformes. Com as metas alcançadas, é necessária 
a adoção de um padrão.
De acordo com Maciel e Silva (2014), há muitos anos, são discutidos os assuntos 
voltados para a qualidade e a proteção ambiental nas organizações. A principal 
preocupação está relacionadaàs exigências dos clientes, pois eles estão em cons-
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tante busca por produtos mais sofisticados, com qualidade, e por empresas que 
executem, com efetividade, a responsabilidade socioambiental ou a sustentabili-
dade. Isso ocorre, porque é preciso interação entre qualidade e gestão ambiental, 
não somente por ser uma forma de competição e um diferencial de mercado para 
as organizações, mas também porque estas devem levar em consideração seus 
compromissos com o meio ambiente.
Diante desse contexto, torna-se importante definirmos o que são os stakeholders. 
De acordo com a ABNT (2015a), a parte interessada, ou stakeholder (termo em 
inglês), trata-se de pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada ou perce-
ber-se afetada por uma decisão ou atividade. 
Os stakeholders são pessoas ou grupos que possuem ou reivindicam proprie-
dade, direitos ou interesses em uma empresa e em suas atividades presentes, pas-
sadas e futuras. Os principais grupos de stakeholders são acionistas, investidores, 
clientes e funcionários, os quais possuem participação permanente e vital para 
a sobrevivência da empresa. Já outros grupos detêm a capacidade de mobilizar 
a opinião pública contra ou a favor de determinada empresa, como os meios de 
comunicação, as organizações não governamentais (ONGs) e as demais organi-
zações (BARROS, 2013).
As organizações que não buscam adaptar-se às exigências e às pressões dos clientes e das 
partes interessadas (stakeholders), fatalmente não conseguirão manter-se no mercado.
Fonte: as autoras.
explorando Ideias
As organizações que realizam as suas atividades em busca da qualidade do produto ou 
serviço, mas que não se preocupam com a degradação ambiental gerada por sua ativida-
de conseguirão manter-se no mercado?
pensando juntos
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De acordo com Maciel e Silva (2014), qualidade e gestão ambiental são temas 
que têm atraído e garantido credibilidade entre as organizações do século XXI, 
servindo como vantagem competitiva. Nesse sentido, é preciso que ambas se en-
trelacem na criação de estratégias para a redução de impactos ao meio ambiente 
e busquem práticas semelhantes para essa implementação, a qual traz diversos 
benefícios, como as reduções de custos em água e energia elétrica, por exemplo. 
Além disso, é importante destacar que os sistemas de gestão da qualidade e do 
meio ambiente devem agir em conjunto para o cumprimento da sua responsa-
bilidade com os diversos setores de fabricação, uma vez que as empresas têm 
implementado certificações de normas técnicas para várias organizações. 
Para tanto, foi criada a ISO 9001 para o sistema de gestão da qualidade e a ISO 
14001 para o sistema de gestão ambiental. Ambas apresentam melhorias e bene-
fícios, uma vez que a 9001 traz melhoria na satisfação dos clientes, redução dos 
custos e melhor acesso à informação, enquanto a 14001 proporciona melhoria 
na imagem, na proteção ao meio ambiente e na prevenção de riscos ambientais 
(SANTOS et al., 2011 apud MACIEL; SILVA, 2014).
Maciel e Silva (2014, p. 5) também sustentam que:
 “ Os sistemas de gestão da qualidade e ambiental são processos que trazem uma melhoria eficiente no mercado, buscando sempre apri-morar e inovar os existentes nas organizações. Assim, a gestão da 
qualidade e a gestão ambiental são de suma importância para as 
empresas trazendo reduções de custos, melhoramento na satisfação 
das partes interessadas, prevenção das ameaças que podem surgir 
ao ambiente e um efeito positivo no desempenho organizacional.
É importante observar que os sistemas (SGQ e SGA) trazem melhorias e são de suma 
importância para as empresas, pois proporcionam desempenho organizacional posi-
tivo, prevenindo ameaças que possam afetar direta ou indiretamente o meio ambien-
te. Assim, reduzem-se os custos e é promovida a melhoria contínua, principalmente 
no que tange à satisfação das partes interessadas, nas quais incluem-se os clientes.
A seguir, apresentaremos as ferramentas de apoio à gestão da qualidade, o 
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), bem como a sua implantação.
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FERRAMENTAS DA 
QUALIDADE
Diversas ferramentas são pré-requisitos necessários para a implantação da quali-
dade e do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) nas organizações. Além disso, 
é preciso controlar as muitas variáveis qualitativas e quantitativas no processo 
produtivo. Nesse sentido, utilizamos ferramentas, que vão desde as mais simples, 
utilizadas como formas de controle da qualidade, às básicas, intermediárias e até 
mais avançadas (SHIGUNOV NETO; CAMPOS, 2016).
Para que um SGQ tenha sucesso, é importante que o processo seja bem 
conduzido e que as ferramentas da qualidade sejam adequadas para correto ge-
renciamento, análise e solução dos problemas. Em consequência disso, diversas 
ferramentas estão disponíveis para auxiliar os gestores da qualidade.
A seguir, serão apresentadas algumas metodologias para a implantação da 
gestão da qualidade. Algumas são simples e outras mais complexas, mas, diante 
de cada realidade, os gestores podem fazer uso de uma ou mais, na busca pela 
solução de problemas ou controle da qualidade organizacional.
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Método 5W1H e 5W2H
Uma das formas de controle da qualidade mais simples e que visa à garantia da 
qualidade é o método 5W1H. Nele, são utilizadas algumas perguntas, conforme 
pode ser visualizado no quadro a seguir:
What
Quais são os itens de controle de qualidade, custo, entrega e 
segurança? Qual é a unidade de medida?
When
Qual é a frequência com que devem ser medidos (diário, se-
manal, mensal, anual)? Quando atuar?
Where Onde são conduzidas as ações de controle?
Why
Em quais circunstâncias o controle será exercido? (Por exem-
plo, o market share caiu abaixo de 50%)
Who Quem participará das ações necessárias ao controle?
How
Como exercer o controle? Indique o grau de prioridade para a 
ação de cada item.
Quadro 2 – Método 5W1H / Fonte: adaptado de Shigunov Neto e Campos (2016).
Marshall Junior et al. (2011) citam mais um H além dos já mencionados, o chamado 
5W2H, conhecido como plano de ação. Para os autores, é uma ferramenta comple-
mentar ao PDCA, de aplicação gerencial, e que visa ao estabelecimento de responsa-
bilidades, métodos, prazos, objetivos e recursos financeiros necessários. Nesse caso, o 
H é de How Much, ou seja, “Quanto Custa?”, o qual pode ser complementado, tornan-
do-se “Quanto custa para exercer esse controle?” (MARSHALL JUNIOR et al., 2011).
A seguir, expomos outro exemplo de aplicabilidade dessa ferramenta, o qual 
foi descrito por Custódio (2015), sobre defeito no produto:
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Pergunta Resposta
Por que o produto está defeituoso? Porque houve falhas na fabricação.
Por que houve falhas na fabricação?
Porque o operador não fez os tes-
tes de funcionamento.
Por que o operador não fez os testes 
de funcionamento?
Porque não estava descrito no pro-
cedimento de trabalho.
Por que não estava descrito no pro-
cedimento de trabalho?
Porque o engenheiro de processos 
não colocou nos procedimentos.
Por que o engenheiro de processos 
não colocou nos procedimentos?
Porque o engenheiro de projetos 
esqueceu de solicitar.
Quadro 3 – Método 5W2H / Fonte: adaptado de Custódio (2015).
De acordo com Shigunov Neto e Campos (2016), alguns métodos de controle se 
constituem enquanto simples elementos de verificação, como a lista ou folha de 
verificação, a estratificação ou o diagrama de Pareto, por exemplo. Em contra-
partida, outras ferramentas são utilizadas para a solução de problemas, como o 
diagrama de causa e efeito, os gráficos, a carta de controle e o histograma. 
Lista ou folha de verificação
Essa lista se refere à utilização de formulários, com o objetivo de levantar dados 
que tenham relação com a frequência de efeitos. Nesse sentido, reúne informações 
para iniciar os controles dos processos ou para tomar medidas que solucionem 
problemas (SHIGUNOV NETO; CAMPOS, 2016).
Tal qual

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