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E-BOOK GESTÃO AMBIENTAL I Problemas ambientais no Brasil e no mundo APRESENTAÇÃO Atualmente presenciamos uma grande crise ambiental mundial, fomentada pela má gestão dos recursos naturais por décadas, principalmente após a revolução industrial. Um desses efeitos diz respeito às alterações climáticas, mais especificamente ao aquecimento global. Neste aspecto, entenda que o aquecimento global é natural, perante a escala do tempo geológico, no entanto, devido à intensa emissão de gases do efeito estufa (como CO2, CH4 e N2O), esse processo tem sido acelerado, e tem causado diversos efeitos, como o acelerado desgelo das calotas polares ou mesmo o aumento na intensidade de eventos climáticos, como, por exemplo, furacões. O aquecimento global é um aspecto relacionado diretamente à exploração do petróleo e à inserção de seus resíduos na atmosfera, mas podemos também relatar problemas com a poluição da água pelo esgoto sanitário, problema básico mas que perpetua-se desde as mais antigas civilizações humanas, e relacionado diretamente à saúde pública, ou mesmo à poluição do solo, que, por sua vez, reflete-se na qualidade do alimento que ingerimos. Esses são apenas alguns dos desafios ambientais que a humanidade terá que enfrentar e resolver. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprofundar o estudo acerca dos problemas ambientais, suas causas e também as ações necessárias para a sua solução. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever as questões ambientais no Brasil e no mundo.• Identificar as causas dos problemas ambientais no Brasil e no mundo.• Relacionar ações para evitar e minimizar impactos ambientais negativos.• DESAFIO A preocupação com os efeitos ou impactos ambientais, decorrentes da ação do homem no ambiente natural, passou a merecer maior atenção a partir da década de 1950. Essa preocupação foi motivada pela queda da qualidade de vida em algumas regiões do planeta. Surgiram movimentos ambientalistas e foram criadas entidades não governamentais sem fins lucrativos, alem de agências governamentais voltadas para a proteção ambiental. Sendo assim, é sabido que o ramo da construção civil é o que mais gera resíduos sólidos. Quais atitudes poderiam ser tomadas por você – um engenheiro - para minimizar a geração de resíduos e sua reutilização nas obras? INFOGRÁFICO Nos primórdios da civilização humana, os impactos ao meio ambiente eram facilmente absorvidos pelo meio, no entanto, após a revolução industrial, os impactos superaram a capacidade de autodepuração do sistema, causando, assim, grandes alterações negativas na qualidade dos aspectos ambientais. Acompanhe no Infográfico mais informações acerca das principais questões ambientais que assolam o Brasil e o mundo. CONTEÚDO DO LIVRO As principais questões ambientais estão associadas à degradação do ambiente e, consequentemente, da vida, inclusive, do ser humano, caso este esteja vivendo nesse meio. Imagine-se respirando um ar contaminado, ou mesmo ingerindo água e alimentos contaminados. Pois é, hoje essa realidade não está distante e a crise ambiental só aumenta em todos os lugares do mundo. A causa: décadas e mais décadas de descaso, sendo os resíduos perigosos dispostos diretamente nos solos, nas águas e no ar, que são os mesmos recursos que necessitamos para viver. Além de detectar as causas e consequências dos inúmeros problemas ambientais, a procura por suas soluções deve ser priorizada, tendo em vista o manejo correto dos recursos e a perpetuação destes para as próximas gerações. Acompanhe, no capítulo Principais questões ambientais no Brasil e no mundo, da obra Gestão de recursos ambientais, algumas das ações e programas que podem ser realizados para minimizar os problemas ambientais. Boa leitura. GESTÃO DE RECURSOS AMBIENTAIS Agnes Reis Principais questões ambientais no Brasil e no mundo Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever as questões ambientais no Brasil e no mundo. � Identificar as causas dos problemas ambientais no Brasil e no mundo. � Relacionar ações para evitar e minimizar impactos ambientais negativos. Introdução Hoje, vivenciamos uma grande crise ambiental mundial, em consequência da má gestão de recursos naturais com o passar das décadas, princi- palmente após a revolução industrial. Um desses efeitos diz respeito às alterações climáticas, especificamente, ao aquecimento global. Nesse aspecto, é preciso ter em mente que o aquecimento global é natural, den- tro da escala do tempo geológico. No entanto, devido à intensa emissão de gases do efeito estufa, como CO2, o CH4 e o N2O, esse processo tem sido mais rápido, causando diversos efeitos, como o acelerado desgelo das calotas polares, ou mesmo o aumento na intensidade de eventos climáticos, como, por exemplo, furacões. Esse é um aspecto relacionado diretamente à exploração do petróleo e à emissão de seus resíduos para a atmosfera, mas podemos também relatar outros problemas, como a poluição da água pelo esgoto sanitário, um problema básico, mas que se perpetua desde as mais antigas civilizações humanas; relacionado diretamente à saúde pública, ou mesmo à poluição do solo que, por sua vez, reflete na qualidade do alimento que ingerimos. Esses são apenas alguns dos desafios ambientais que a humanidade terá que enfrentar e resolver para o futuro. Neste capítulo, vamos aprofundar nosso estudo acerca dos problemas ambientais, suas causas e as ações necessárias para sua solução. Questões ambientais no Brasil e no mundo Nosso planeta é, atualmente, alvo de uma grande quantidade de problemas ambientais, decorrentes de fatores diversos, independentes e interligados, que podem se diferenciar em relação à localização e às especificidades locais. Os efeitos podem ser visualizados de forma isolada ou cumulativa, sendo um consequência do outro. Os impactos podem ter diversas causas, assim como uma única ação pode desencadear muitos impactos. Podemos citar, como os principais problemas no mundo: � poluição do ar; � desmatamento; � extinção de espécies; � degradação do solo; � superpopulação ou crescimento demográfico; � aquecimento climático, devido ao efeito estufa. A questão é que, na prática, colocar apenas uma causa em primeiro lugar torna-se uma tarefa árdua, devido à correlação e à interdependência entre causas. Muitas vezes, há dificuldade em simplesmente definir uma escala de prioridade. Uma coisa é certa: existe relação entre a pobreza e a degradação ambien- tal. Conforme pesquisa feita a cada dois anos pelas universidades de Yale e Columbia, 178 países foram classificados com base em 20 indicadores, dis- tribuídos por nove categorias, como saúde ambiental, poluição do ar, recursos hídricos, biodiversidade e habitat. Os países de extrema pobreza possuem altos níveis de degradação de recursos naturais, possivelmente relacionado ao fato de que, por serem países pobres, não há dinheiro para tratamento de resíduos e efluentes. Como já mencionado anteriormente, uma única ação pode desencadear muitas consequências; por isso, vamos analisar apenas a deposição de resíduos sem prévio tratamento e sua correta disposição. Essa única ação pode causar contaminação do solo, da água, configurando sérios problemas de saúde pública, por serem vetores de doenças. Em 2013, o relatório sobre o índice de desenvolvimento humano (IDH), feito pelo programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), mostrou Principais questões ambientais no Brasil e no mundo42 que é preciso enfrentar os problemas ambientais, pois se não os enfrentarmos, os avanços do desenvolvimento humano poderão regredir drasticamente. As regiões mais pobres do globo deverão ser as mais afetadas, com uma redução no IDH de 22% no sul da Ásia e de 24% na África Subsaariana. Existem alguns fenômenos naturaisque causam modificações no meio am- biente, chamados distúrbios naturais. Um bom exemplo disso são os incêndios florestais espontâneos que ocorrem no bioma do cerrado brasileiro. Portanto, cabe lembrar que os desastres naturais são divididos em duas categorias de origem: climatológica e geológica. Mesmo com a ocorrência desses fenômenos naturais, algumas atividades do homem que causam alterações no meio ambiente podem interferir no agravamento desses desastres, como desmatamento e assentamento de pessoas em zonas de risco. No Brasil, os desastres mais frequentes são: deslizamento, enchentes, erosões, seca, incêndio florestal e chuva de granizo. Apesar disso, os desastres que mais causam impactos econômicos são os de origem geológica, como terremotos, vulcões e tsunamis. Em muitos casos, a origem do desastre pode não ser esclarecida, por ter se iniciador de tal forma e desencadeado outro tipo de desastre. Em relação aos tipos de desastre, os maiores causadores de mortes de pessoas no mundo são os furacões e os terremotos; em terceiro lugar, estão as inundações, e em seguida, as tempestades elétricas e os tornados. Figura 1. Grande cidade com níveis extremamente altos de poluição no ar, uma das principais causas dos problemas am- bientais no mundo. Fonte: nEwyyy/Shutterstock.com. 43Principais questões ambientais no Brasil e no mundo Principais causas da problemática ambiental Com o passar dos anos, verificou-se uma baixa capacidade de autodepuração do ar em relação ao grau e quantidade de emissão que a atmosfera recebe. São dados reais que, em países em desenvolvimento ou países emergentes — países que possuem padrão de vida entre baixo e médio, base industrial em desenvolvimento e IDH variando entre médio e elevado —, de 500 mil a um milhão de pessoas morrem anualmente, devido à poluição atmosférica. Ligada à agricultura mundial, a prática de queimadas é aplicada com o objetivo de “limpar” áreas a ser utilizadas para o cultivo de determinadas plantas, inclusive para a criação de gado e outras espécies que alimentam a indústria. � A poluição do ar tem como principal vilã as atividades antrópicas, impactando a saúde e o meio ambiente. A emissão gerada por determi- nadas atividades, como o processo industrial, que apenas atendem aos padrões consumistas da sociedade, pode variar por questões culturais e tecnológicas. � O desmatamento é a remoção completa ou parcial de vegetação, atu- almente tendo como causa principal a ação do homem. � Sendo a maioria dos problemas ambientais relacionados à ação antrópica, seria equivalente colocar a superpopulação no ranking de causas dos problemas ambientais. O desmatamento afeta diretamente a qualidade de vida do homem, que é totalmente dependente deste recurso. � A extinção de espécies é consequência de outras ações, com grandes complicações para a fauna a partir de pequenas alterações no meio ambiente. � A degradação do solo pode ser causada por diversos fatores, sendo um deles a erosão (um fenômeno natural, facilmente intensificado pela ação do homem). Outros fatores que causam a degradação do solo são a salinização e a compactação, entre outros. � A superpopulação (ou o crescimento demográfico) diz respeito ao número excessivo de pessoas habitando determinado local. Esta causa acaba se agravando principalmente em função da carência em políticas públicas e em planejamento urbano com definições de zonas. Principais questões ambientais no Brasil e no mundo44 � O aquecimento climático, decorrente do efeito estufa, nada mais é do que o aquecimento da temperatura média do oceano e da atmosfera terrestre, causado pelas emissões de gases, que intensificam o efeito estufa. Figura 2. Processo de destruição do meio ambiente pelo desmatamento. Fonte: Marten_House/Shutterstock.com. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, recentemente, que uma em cada nove mortes ocorridas em 2012 estava relacionada a doenças causadas por agentes cancerígenos e outros poluentes presentes no ar. Algumas soluções possíveis seriam substituir os combustíveis fósseis por energia renovável; o reflorestamento; reduzir as emissões originadas pela agricultura ou alterar processos industriais (DEUTSCHE WELLE, 2016). 45Principais questões ambientais no Brasil e no mundo De acordo com relatório publicado pela revista científica The Lancet, a poluição do ar causou a morte de 101.739 pessoas no Brasil em 2015, o que equivale a 7,49% do total de mortes no país durante o período. De acordo com o estudo, a poluição do ar foi a grande vilã responsável pela maioria dos óbitos (70.685) (SILVER, 2017). Ações para minimizar e evitar impactos ambientais negativos Os impactos negativos normalmente estão associados a atividades do homem, estando ainda relacionados à falta de planejamento e a medidas preventivas. Visto que o conceito de impacto concerne às consequências que deter- minadas ações podem trazer para o meio ambiente, é preciso buscar, através de estudos, alternativas para minimizar esses riscos, sendo necessário, pri- meiramente, identificá-las de acordo com a atividade que estamos avaliando. Minimizar significa reduzir os impactos ao meio ambiente no caso, aqueles inevitáveis. Um bom exemplo de minimização de impactos é a construção de uma cortina vegetal para conter as emissões de partículas para uma co- munidade vizinha. Um das ferramentas mais importantes e eficazes para minimizar impactos é o planejamento ambiental, pois, neste processo, aprofundamos conceitos, entendimentos e análises, proporcionando a projeção e a avaliação desses impactos, e, como consequência, a definição de melhores alternativas. Para alcançarmos resultados, é necessário seguir alguns passos dentro do planejamento: � planejar a realidade, com base em um conhecimento aprofundado, tendo como objetivo maior eficiência no processo e nas metas traçadas; � elaborar estratégias para o alcance de metas; � planejar detalhadamente, avaliando todos os riscos possíveis, desde os mais comuns aos menos prováveis. Principais questões ambientais no Brasil e no mundo46 Para o planejamento, é importante que tenhamos profissionais qualificados, realmente preocupados e conscientes das necessidades reais de se manter um bom trabalho, pois este é fundamental, o alicerce para o sucesso e para a garantia de melhores condições para o meio ambiente. Figura 3. Paisagem com impactos negativos associados. Fonte: Roman Mikhailiuk/Shutterstock.com. De acordo com pesquisas (BARBOSA, 2016), a Somália possui a 178º posição no ranking geral de qualidade ambiental. Com uma população de 10,2 milhões de habitantes, apresenta as seguintes classificações: � saúde: 18,55/166º; � qualidade do ar: 66,89/ 58º; � água e saneamento: 1,29/178º; � recursos hídricos: 3,96 /108º; � agricultura: 56/126º; � recursos pesqueiros: 0/ 8º; � biodiversidade e habitat: 1,75/172º. 47Principais questões ambientais no Brasil e no mundo BARBOSA, V. Os 20 países do mundo com pior desempenho ambiental em 2014. Exame, 13 se. 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/os-20-paises- -com-pior-desempenho-ambiental-em-2014/>. Acesso em: 10 jan. 2018. DEUTSCHE WELLE. Os cinco maiores problemas ambientais do mundo e suas soluções. Terra, 13 out. 2016. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/os-cinco- -maiores-problemas-ambientais-do-mundo-e-suas-solucoes,cf455538bbcf16f47b9 bae6cd2694d81jc6rr5as.html>. Acesso em: 10 jan. 2018. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Índice de Desenvol- vimento Humano Municipal Brasileiro. Brasília: PNUD, 2013. Disponível em: <file:///C:/ Users/10086049/Downloads/Livro_O%20%C3%8Dndice%20de%20Desenvolvi- mento%20Humano%20Municipal%20Brasileiro.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2018. SILVER, K. Poluição mata mais de 100 mil pessoas por ano no Brasil, diz relatório. BBC, 20 out. 2017. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-41692503>. Acesso em: 10 jan. 2018. 49Principais questões ambientaisno Brasil e no mundo Leituras recomendadas ECYCLE. O que é a degradação dos solos? Entenda suas causas e alternativas. [S.l.]: eCycle, 2013. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/ article/63-meio-ambiente/4152-degradacao-dos-solos-causas-alternativas-desma- tamento-acao-humana-vegetacao-erosao-lixiviacao-vocorocas-assoreamento- -deslizamento-desertificacao-salinizacao-compactacao-contaminacao-poluicao- -quimica-reflorestamento-conservacao-preservacao.html>. Acesso em: 10 jan. 2018. NOGUEIRA-NETO, P. Os grandes problemas ambientais do mundo contemporâneo. São Paulo: IEA/USP, 2013. Disponível em: <http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/ nogueira_netoambientais.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2018. Principais questões ambientais no Brasil e no mundo50 DICA DO PROFESSOR Quando tratamos das principais questões ambientais relacionadas à civilização humana, não podemos deixar de analisar melhor um dos primeiros problemas relacionados às aglomerações humanas, ou seja, as primeiras cidades, o tratamento dos resíduos cloacais, ou seja, o esgoto. Ocorre que esse continua sendo um dos principais problemas, não apenas do Brasil, mas mundialmente, relacionados com os países subdesenvolvidos. Acompanhe na Dica do Professor mais informações acerca do tema. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) (FGV-SP) Nos jornais em todo o mundo, cotidianamente a palavra crise está presente e associada à economia. Várias reuniões de lideranças mundiais são realizadas para discutir a crise econômica e, nelas, a questão ambiental é geralmente tratada com menor profundidade com que se discutem os problemas econômicos. Um dos grandes desafios para diminuir o peso da crise ambiental é: A) Difundir, em escala global, os hábitos de consumo que estão presentes nos países tradicionalmente desenvolvidos. B) Controlar a natalidade nos países mais pobres e emergentes de modo a retardar a chegada dos 8 bilhões de habitantes previstos para 2015. C) Expandir modelos econômicos neoliberais que concretizem ações voltadas à educação ambiental nos países pobres. D) Promover a desconcentração espacial das populações que vivem nos vales fluviais onde há forte pressão sobre os recursos naturais. E) Desenvolver pesquisas de novas tecnologias para incentivar o uso de recursos naturais menos susceptíveis ao esgotamento. 2) A partir da revolução industrial e da utilização de grandes quantidades de combustíveis fósseis, que acabaram sendo incorporados à atmosfera, teve início um dos principais problemas ambientais do planeta, e que hoje é responsável pelo acelerado desgelo das calotas polares. De qual questão estamos falando? A) Aquecimento global. B) Extinção. C) Desmatamento. D) Poluição do ar. E) Degradação do solo. 3) A degradação do solo é a alteração física, química ou biológica desse meio, e pode ser causada por diversos fatores, como: I - Agricultura II - Erosão III - Assoreamento Marque a alternativa que indica corretamente a causa ou causas da degradação do solo. A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas I e III. 4) As questões ambientais estão associadas à utilização e ao gerenciamento inadequado dos recursos naturais, causando impactos no meio ambiente e provocando, então, a crise ambiental que hoje presenciamos. Nossos rios estão alterados, nossos solos contaminados, nosso ar poluído. Com relação aos impactos ao recurso água e às doenças de veiculação hídrica, podemos afirmar que: A) As doenças de veiculação hídrica estão associadas, principalmente, com a falta de saneamento básico. B) As doenças de veiculação hídrica são causadas por metais pesados contidos nos efluentes domésticos. C) As doenças de veiculação hídrica são causadas por microrganismos biológicos contidos nos efluentes industriais. D) A poluição das águas superficiais não impacta os seres vivos diretamente. E) As doenças de veiculação hídrica são causadas, principalmente, pela agricultura e pecuária. 5) Existem técnicas e métodos específicos para minimizar os problemas ambientais, mas tratando-se da utilização dos recursos naturais, o planejamento é a melhor maneira para utilizá-los racionalmente e impactar o mínimo possível no meio ambiente. Nesse sentido, é CORRETO afirmar que: A) Através da análise de impactos ou mesmo riscos ambientais, é possível anteceder as interferências positivas de uma determinada atividade. B) A indicação de ações para evitar ou minimizar cada um dos impactos negativos de uma determinada atividade antecede a identificação dos respectivos riscos e impactos. C) Através da análise de impactos ou mesmo de riscos ambientais, é possível indicar métodos gerais para evitar ou minimizar cada um dos impactos negativos. D) A identificação dos impactos e dos riscos compreende exatamente a indicação das ações necessárias para minimizar os impactos negativos. E) A identificação prévia de impactos e de riscos permite agir exatamente nos aspectos negativos das atividades, evitando e minimizando-os. NA PRÁTICA A Amazônia, bioma que transcende as fronteiras do Brasil, é um bem natural e que tem importância fundamental na manutenção das condições globais de temperatura do planeta, bem como resguarda a maior fonte de água doce do mundo, e que compreende toda a extensão e tributários do rio Amazonas. Além disso, é um ambiente altamente rico em biodiversidade, inclusive, estima-se que grande parte ainda permanece desconhecida, principalmente quando se trata de insetos. No entanto, o desmatamento é um grande risco à preservação desse ecossistema. Acompanhe a seguir um relato que ilustra um pouco dessa realidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Questões ambientais globais e relações internacionais: um chamado por ação As relações internacionais serão essenciais nas soluções das principais questões ambientais mundiais. Nessa perspectiva, nas últimas décadas houve uma crescente abordagem dos temas ambientais nas Relações Internacionais. Acompanhe o artigo a seguir, que possui como objetivo discutir o tema ambiental associado às relações internacionais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Desmatamento, poluição, desigualdade e doenças são apenas alguns dos maiores problemas associados às questões ambientais no Brasil e no mundo. Acompanhe uma publicação da Organização das Nações Unidas, com sede no Brasil, que apresenta os problemas ambientais e as suas possíveis ações tendo em vista o desenvolvimento sustentável. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Consumo, um dos dilemas da sustentabilidade O atual sistema da civilização humana, principalmente baseado no consumo, vai na contramão das demandas ambientais. Essa reflexão foi foco do artigo recentemente publicado, que coloca o atual padrão de consumo que vivenciamos como produto de um longo e lento processo histórico de construção social de uma cultura, sustentada por valores, normas e padrões que se reproduzem. Acesse o artigo na íntegra e perceba o grande desafio que temos diante da busca pela sustentabilidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Gestão ambiental organizacional APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos estudar a Gestão Ambiental Organizacional, ou seja, aquela que se desenvolve nas empresas. Veremos, também, os empreendimentos privados em geral. A base desta gestão é a ISO 14001, que também será analisada nesta unidade. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as características principais da Norma ISO 14001.• Definir as vantagens de utilização de um sistema de gestão ambiental reconhecido internacionalmente. • Identificaros objetivos e princípios gerais que regem um sistema de gestão ambiental.• DESAFIO Você administra uma pequena empresa de produção artesanal de doces, por exemplo. Neste caso, você recebe a matéria-prima (frutas) de diversos lugares, conforme o tipo. Você tem dez funcionários, além de equipamentos para fabricação e embalagem dos doces. Numa visita de um especialista, você soube que, se implantasse um SGA simples, poderia economizar até 10% de gastos. A partir dessa situação, seu desafio será elaborar uma proposta que responda às seguinte questões: - O que você faria para implantar esse sistema? - Que aspectos você poderia incluir nele? - Como envolver todos os funcionários neste SGA? INFOGRÁFICO A figura representa graficamente a ISO 14001 como um sistema de gestão ambiental. Cada elemento pode ser considerado como um subsistema independente que, na sequência, leve à melhoria contínua do próprio sistema. CONTEÚDO DO LIVRO Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos trabalhar a Norma Internacional ISO 14001. Os conteúdos vinculados a esta unidade encontram-se nas páginas selecionadas no livro Ambiente: tecnologias. Boa leitura! CYAN VS Gráfica VS Gráfica MAG VS Gráfica YEL VS Gráfica BLACK AM BIE NTE CIB ELE S CHW ANK ETEC NO LOG IAS ORG ANI ZAD ORA AM BIENTE TECN O LO G IAS CIBELE SCHW ANKE AMBIENTE TECNOLOGIAS Idealizado com o intuito de oferecer os subsídios necessários para uma formação qualificada na área ambiental, Ambiente: tecnologias aborda temáticas fundamentais para a prática profissional, considerando as técnicas de análise e monitoramento ambiental, os principais aspectos dos processos produtivos e a evolução das tecnologias sustentáveis. Ambiente: tecnologias possui projeto gráfico dinâmico e inovador, contribuindo para o desenvolvimento do aluno de forma eficaz por meio de recursos que proporcionam o aprofundamento intelectual. Isso ocorre com o auxílio de exercícios práticos, leituras sugeridas e vídeos disponíveis em um exclusivo ambiente virtual de aprendizagem. Respaldado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), este lançamento da série Tekne é um instrumento pedagógico indispensável para alunos e professores dos cursos do eixo Ambiente e Saúde, previstos pelo Ministério da Educação. Conheça também AMBIENTE www.bookman.com.br/tekne CIBELE SCHWANKE ORGANIZADORA Estudante: Visite o ambiente virtual de aprendizagem Tekne em www.bookman.com. br/tekne para ter acesso a atividades interativas, vídeos e artigos. CYAN VS Gráfica VS Gráfica MAG VS Gráfica YEL VS Gráfica BLACK AM BIENTE CIBELE SCHW ANKE CO N H ECIM EN TO S E PRÁTICAS AMBIENTE AMBIENTE www.bookman.com.br/tekne Idealizado com o intuito de oferecer os subsídios necessários para uma formação qualificada na área ambiental, Ambiente: conhecimentos e práticas aborda temáticas fundamentais para o desenvolvimento profissional, especialmente no que diz respeito à capacidade de identificar, analisar e propor medidas de gestão que propiciem a utilização de recursos naturais com o compromisso ético de garantir a conservação e o desenvolvimento socioambiental. Ambiente: conhecimentos e práticas possui projeto gráfico dinâmico e inovador, contribuindo para o desenvolvimento do aluno de forma eficaz por meio de recursos que proporcionam o aprofundamento intelectual. Isso ocorre com o auxílio de exercícios práticos, leituras sugeridas e vídeos disponíveis em um exclusivo ambiente virtual de aprendizagem. Respaldado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), este lançamento da série Tekne é um instrumento pedagógico indispensável para alunos e professores dos cursos do eixo Ambiente e Saúde, previstos pelo Ministério da Educação. CIBELE SCHWANKE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS ORGANIZADORA AM BIE NTE CIB ELE S CHW ANK ETEC NO LOG IAS ORG ANI ZAD ORA Conheça também Estudante: Visite o ambiente virtual de aprendizagem Tekne em www.bookman.com. br/tekne para ter acesso a atividades interativas, vídeos e artigos. AM BIE NTE CIB ELE S CHW ANK ECON HEC IME NTO S E PR ÁTI CAS ORG ANI ZAD ORA 45690 Ambientes - Conhecimentos e Praticas.indd 1 20/03/13 09:36 47270 Ambiente Tecnologias.indd 1 17/05/13 10:19 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB10/2052 A492 Ambiente [recurso eletrônico] : tecnologias / Organizadora, Cibele Schwanke. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2013. Editado também como livro impresso em 2013. ISBN 978-85-8260-012-2 1. Meio ambiente. 2. Conservação e proteção. I. Schwanke, Cibele. CDU 502.1 232 A m b ie n te : te c n o lo g ia s O zoneamento urbano certamente é o mais difundido instrumento. Na definição de áreas destinadas à expansão urbana, é muito importante determinar o plano diretor que cada município irá adotar, de modo a articular os interesses de to- dos os agentes envolvidos no processo. Como instrumento de gestão territorial urbana, o plano diretor também é um instrumento de gestão ambiental urbana, talvez o principal deles, sobretudo, pelo fato de não haver uma tradição de política ambiental em nível municipal no Brasil. O documento do Ministério do Meio Ambiente para formulação e implementação de políticas públicas compatíveis com os princípios do desenvolvimento susten- tável definidos na Agenda 21 (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO, 1992), intitulado Cidades sustentáveis, estabe- lece quatro estratégias de sustentabilidade urbana identificadas como priori- tárias para o desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras, duas das quais remetem diretamente ao plano diretor: 1. Aperfeiçoar a regulação de uso e ocupação do solo urbano e promover o or- denamento do território, contribuindo para a melhoria das condições de vida da população, considerando a promoção da equidade, da eficiência e da qua- lidade ambiental. 2. Promover o desenvolvimento institucional e o fortalecimento da capacidade de planejamento e gestão democrática da cidade, incorporando no processo a dimensão ambiental urbana e assegurando a efetiva participação da sociedade. Contudo, existe uma diferença muito grande entre os ideais existentes para a im- plantação de um plano diretor e o que é observado na prática. Na maioria dos ca- sos, esses desvios são induzidos pelo processo de especulação imobiliária e pelas mudanças de governo, o que induz a uma série de problemas ambientais de difícil resolução, sem o uso de alternativas mais drásticas de intervenção. Gestão ambiental organizacional O panorama atual de mercados em unificação e a globalização da competição, facilitada pela queda de barreiras alfandegárias, forçam as empresas a adotar uma nova visão quanto à amplitude de competidores em seu mercado. A atua- ção das empresas pode ser restrita, mas a competição é globalizada, porque, po- tencialmente, qualquer competidor é capaz de atender ao mercado em que uma ou outra empresa atua. Juntamente com esse panorama, a preocupação com os aspectos ambientais da produção, por parte dos governos e pela sociedade civil organizada, gerou uma nova demanda às empresas. Nesse contexto, o objetivo para a emissão de uma norma internacional para o gerenciamento ambiental visa a possibilitar que ela possa ser utilizada como ponto de referência, por meio do qual as empresas possam ser comparadas. Essas normas possuem também o potencial de estender e difundir as boas práticas am- bientais ao longo das fronteiras. Schwanke2_12_175x250.indd 232Schwanke2_12_175x250.indd 232 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 233 c a p ít u lo 1 2 G e st ã o a m b ie n ta l A série de normas ISO 14000 vem ao encontro das necessidades das empresas de adotarem práticas gerenciais adequadas às exigências de mercado, universalizando os princípios e os procedimentos que permitirãouma expressão consistente de qua- lidade ambiental. Essa série de normas possui duas abordagens de avaliação: avalia- ção da organização e avaliação do produto, conforme apresentado na Figura 12.1. Normas da série NBR ISO 14.000 Avaliação da organização Sistema de gestão ambiental (ISO 14001 e 14004) Avaliação do produto Auditoriais ambientais (ISO 14010 e 1412) Avaliação de desempenho ambientais (ISO 14031) Rotulagem ambiental (ISO 14020 e 14025) Análise do ciclo de vida (ISO 14040 a 14049) Figura 12.1 Normas ISO 14000. A série de normas ISO 14000 é uma contribuição da International Organization for Standardization (ISO) ao campo do gerenciamento ambiental. Uma organização poderá decidir sobre a adoção dos requisitos ISO 14001 para sua gestão interna, bem como para a certificação ambiental, obtida a partir de auditorias de organis- mos de certificação, externos à empresa. Entre as vantagens de utilização de um sistema de gestão ambiental (SGA) norma- lizado e adotado internacionalmente, podemos destacar: • Diferencial competitivo: melhora da imagem, aumento de produtividade e con- quista de novos mercados. • Melhoria organizacional: gestão ambiental sistematizada, integração da qualida- de ambiental à gestão dos negócios da empresa, conscientização ambiental dos funcionários e relacionamento de parceria com a comunidade. • Minimização de custos: eliminação de desperdícios, conquista da conformidade ao menor custo e racionalização dos recursos humanos, físicos e financeiros. • Minimização dos riscos: segurança legal, segurança das informações, minimiza- ção dos acidentes e passivos ambientais, minimização dos riscos dos produtos e identificação de vulnerabilidade. Entre os principais objetivos de um SGA, podemos citar: • Fornecer ferramentas necessárias para alcançar metas ambientais e melhoria contínua do desempenho de uma empresa. Schwanke2_12_175x250.indd 233Schwanke2_12_175x250.indd 233 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 234 A m b ie n te : te c n o lo g ia s • Buscar a qualidade ambiental. • Avaliar a estratégia da empresa (fator de diferenciação no mercado). • Adotar medidas de prevenção da poluição. O sistema de gestão ambiental está fundamentado na adoção de medidas preven- tivas à ocorrência de impactos adversos ao meio ambiente e se baseia em cinco princípios: • Conhecer o que deve ser feito. Assegure o comprometimento da empresa e defi- na sua política de meio ambiente. • Elaborar o plano de ação para atender aos requisitos de sua política ambiental. • Assegurar condições para o cumprimento dos objetivos e das metas ambientais e implementar as ferramentas de sustentação necessárias. • Realizar avaliações qualitativas e quantitativas do desempenho ambiental da empresa. • Revisar e aperfeiçoar a política, os objetivos e as metas ambientais e as ações implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa. Norma internacional ISO 14001 A ISO 14001 no Brasil é editada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tendo sua última versão sido publicada em 31/12/2004 (2ª edição), com validade a partir de 31/01/2005. Essa norma especifica os requisitos relativos a um SGA, permitindo a uma organização formular política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais significativos. A finalidade da ISO 14001 é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de po- luição com as necessidades socioeconômicas. Sua adoção não garante, por si só, resultados ambientais ótimos. Ela não aborda e não inclui requisitos relativos a aspectos de gestão de saúde ocupacional e de segurança do trabalho. A norma contém requisitos de sistema de gestão baseados no processo dinâmico e cíclico de planejar, executar, verificar e agir, o chamado PDCA: plan (planejar), do (executar), check (verificar), action (agir). O PDCA pode ser resumido conforme sugere a Figura 12.2: ASSISTA AO FILME Assista ao vídeo Vida Reciclada ISO 14001, disponível no ambiente de aprendizagem Schwanke2_12_175x250.indd 234Schwanke2_12_175x250.indd 234 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 235 c a p ít u lo 1 2 G e st ã o a m b ie n ta l Análise pela administração Verificação Implementação e operação Política ambiental Melhoria contínua Planejamento Figura 12.2 Subsistemas da norma NBR ISO 14001. Fonte: NBR ISO 14004 (2004b). A etapa de planejamento inclui identificação e classificação dos aspectos am- bientais, levantamento dos requisitos legais aplicáveis e definição de objetivos e metas ambientais. Os empresários precisam fazer as perguntas fundamentais re- lativas aos seus negócios: “Onde estamos e para onde queremos ir?”. Responder a essas perguntas envolve três passos. • Fazer avaliação ambiental inicial: compreender a posição ambiental atual da empresa, as exigências legais impostas, os aspectos ambientais relevantes, suas práticas e posturas; identificar os pontos fortes e fracos. • Obter uma visão clara do futuro próximo: compreender os prováveis aspectos e impactos ambientais futuros e suas implicações no futuro da empresa, a fim de identificar os riscos e as oportunidades ambientais. • Estabelecer uma política ambiental: definir como a empresa irá reagir às ques- tões ambientais atuais e futuras, antecipando-se a elas. A etapa de implantação e operação implica definição de estruturas e responsa- bilidades, treinamentos, comunicação, elaboração da documentação do sistema (incluindo a criação de procedimentos de controle operacional e atendimento das situações de emergência). Os colaboradores encarregados da implementação das ações devem definir responsabilidades e procedimentos, que devem ser aprova- dos pela alta direção. Nessa etapa, o levantamento das atividades, sua descrição, incluindo sua interação com o meio ambiente, é a parte principal. A partir daí é que as outras atividades dessa etapa se desenvolvem. Na etapa de verificação são executadas ações de monitoramento e medição, conforme padrões ou requisitos legais, sendo levantadas as não conformidades e gerados seus registros. Nessa etapa, geralmente faz-se uma auditoria do sistema para avaliação da eficácia da sua implantação. Esses resultados são analisados jun- to à direção da empresa, que promove uma análise crítica e determina mudanças de rumo quando necessário. Schwanke2_12_175x250.indd 235Schwanke2_12_175x250.indd 235 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 236 A m b ie n te : te c n o lo g ia s A empresa deve possuir instrumentos para responder à pergunta “Como estamos indo?”. Esses instrumentos de controle e monitoramento geralmente incluem re- latórios sobre desempenho ambiental e geração de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos). Eles também incluem ações corretivas e preventivas. O objetivo dessa etapa é avaliar a real condição ambiental da empresa em relação às suas políticas definidas, bem como aos objetivos e às metas presentes no plano de ação. As etapas de análise pela administração e melhoria contínua se caracterizam por etapas de aperfeiçoamento do SGA. Deficiências ou imprevistos são identifica- dos e corrigidos. O plano de ação deve ser revisado e adaptado, e os procedimen- tos são melhorados ou reorientados, conforme a necessidade e a orientação da empresa. O emprego desse método propicia que a direção da organização iden- tifique as mudanças que podem ou devem ser feitas no SGA e se devem retornar à fase de planejamento para introduzir tais alterações na política ambiental e no plano de ação. O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente da alta administração. São elementos básicos do sistema de gestão ambiental (SGA): • política ambiental; • programa de gestão ambiental, considerando a avaliação ambiental inicial; • estrutura organizacional; • integração da gestão ambiental nas várias atividades de negócios da organização; • monitoramento, medição eregistros; • ações corretivas e preventivas. • auditorias; • análises críticas; • treinamento; • comunicação interna/externa. Basicamente, uma política ambiental é a expressão do compromisso da direção da empresa de introduzir a gestão ambiental em suas rotinas. A política ambiental é uma declaração pública das intenções e dos princípios de ação da empresa. É justamente essa política que deve orientar a definição dos objetivos gerais que a organização quer alcançar em termos de relação com o meio ambiente. Um programa de gestão ambiental (ou plano de ação) pode se caracterizar como um conjunto de medidas que a empresa tomará na vigência do SGA. O pro- grama ambiental traduz a política ambiental da organização em objetivos e metas Schwanke2_12_175x250.indd 236Schwanke2_12_175x250.indd 236 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 237 e identifica as ações para atingi-los. Nesse sentido, define as responsabilidades dos colaboradores internos e aloca os recursos humanos e financeiros necessários para a sua implementação. Além disso, o programa deve levar em consideração os aspectos ambientais da organização, uma visão geral das exigências legais e outros requisitos aplicáveis. Um sistema de gestão ambiental deve determinar a estrutura organizacional, estabelecendo tarefas, delegando autoridades e definindo responsabilidades para implementar as ações. A integração do sistema de gestão ambiental com as operações comerciais inclui procedimentos para incorporar as medidas ambientais em outros aspectos das ope- rações da empresa, tais como saúde e segurança operacional, compras, desenvol- vimento de produtos, associações e aquisições, marketing, finanças, entre outras. Inclui também o desenvolvimento de procedimentos ambientais especiais, geral- mente especificados em manuais e outras instruções de trabalho, descrevendo me- didas e atitudes a serem tomadas na implementação do programa ambiental. Nesse sentido, devemos entender por procedimentos para monitoramento, medi- ção e manutenção de registros a atitude de documentar e monitorar os resultados de ações e programas específicos, assim como os efeitos globais das melhorias ambientais. Já as ações corretivas e preventivas têm por objetivo principal a eli- minação das causas reais ou potenciais de não cumprimento de objetivos, metas, critérios e especificações integrantes do programa ambiental. As auditorias para verificar a adequação, a eficiência e a implementação do siste- ma de gestão ambiental têm suas metodologias amplamente explicitadas na série de normas ISO 14000. A organização deve assegurar que as auditorias internas do sistema de gestão ambiental sejam conduzidas em intervalos planejados. Os objetivos da auditoria interna são: • Determinar se o sistema de gestão ambiental está em conformidade com os ar- ranjos planejados para a gestão, incluindo-se os requisitos da norma. • Avaliar se o sistema de gestão ambiental foi adequadamente implementado e se é mantido. • Fornecer informações à administração sobre os resultados das auditorias. Os procedimentos de auditoria devem ser estabelecidos, implementados e manti- dos a fim de tratar das responsabilidades e dos requisitos para planejar e conduzir as auditorias, relatar os resultados, manter registros associados, bem como para determinar os critérios de auditoria, escopo, frequência e métodos. A seleção de auditores e a condução das auditorias devem assegurar a objetivi- dade e a imparcialidade do processo. O auditor interno deve ser independente da área auditada. Também deve ser definida a periodicidade dos processos. Os DEFINIÇÃO Auditoria interna é uma atividade geralmente desempenhada pelo departamento de uma entidade, incumbido pela direção de efetuar verificações e de avaliar os sistemas e os procedimentos da entidade, com vistas a minimizar as probabilidades de fraudes, erros ou práticas ineficazes. A auditoria interna deve ser independente no seio da organização e se reportar diretamente à direção. DEFINIÇÃO DICA Leia o Capítulo 4 do livro Fundamentos da gestão ambiental, de Shigunov Neto, Campos e Shigunov (2009), e verifique como ocorre a integração dos sistemas de gestão. Schwanke2_12_175x250.indd 237Schwanke2_12_175x250.indd 237 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 238 auditores devem possuir qualificação, normalmente estabelecida pela própria organização. Ao término da auditoria deve ser elaborado um relatório. Análises críticas são realizadas periodicamente pela alta direção da organização, visando à adequação do sistema de gestão ambiental à luz das mudanças e circunstâncias, sejam elas organizacionais ou ambientais. Um importante elemento do sistema de gestão ambiental é o estabelecimento de rotinas de comunicação – entendi- do como o estabelecimento de um fluxo comunicacional das partes interessadas, internas e externas à organização. No nível externo, relações com a comunidade para comunicar a política e as metas ambientais da organização; no nível interno, todos os níveis hierárquicos devem ter acesso às informações de gerenciamento ambiental que lhes interessem. PARA SABER MAIS Consulte o site do INMETRO e verifique o histórico de certificações concedidas pelos Estados e as organi- zações credenciadas pelo INMETRO para certificação da norma NBR ISO 14001. PPARA SAB O estabelecimento de treinamentos é altamente necessário para assegurar que todos os colaboradores entendam onde estão inseridos no contexto do SGA e em relação a suas atividades de trabalho, além da conscientização a respeito das questões ambientais relevantes, da política ambiental, dos objetivos, das metas e do papel de cada colaborador no sistema de gestão ambiental da empresa. JUNTANDO TUDO! Realize uma busca na internet sobre a Conferência de Estocolmo em 1972. Essa pesquisa auxiliará você a entender o cenário mundial na década de 70 em relação ao controle da poluição industrial a partir dos sistemas de tratamento de poluentes, conhecido como end of pipe (fim de tubo). Além disso, ela poderá auxiliá-lo a compreender o processo de licenciamento ambiental, essencial para autorização dos projetos, construções/ampliações ou operação de processos produtivos industriais. Após pesquisar, pense sobre como é possível relacionar este processo com a gestão ambiental adotada pelas empresas atualmente? JJUNTAND Schwanke2_12_175x250.indd 238Schwanke2_12_175x250.indd 238 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 239 c a p ít u lo 1 2 G e st ã o a m b ie n ta l REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 14000: sistemas de gestão ambiental: diretrizes gerais, prin- cípios sistemas e técnicas. 2. ed. Rio de Janeiro: ANBT, 2004a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 14004: sistemas de gestão ambiental: diretrizes gerais, prin- cípios sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro: ANBT, 2004b. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Diário Oficial da União, 5 out. 1988. Seção 1, n. 191-A, p. 1. BRASIL. Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980. Diário Oficial da União, 3 jul. 1980. Seção 1, n. 123, p. 585. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Diário Oficial da União, 2 set. 1981. Seção 1, n. 167, p. 16509. CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO, 2., 1992, Rio de Janeiro. Agenda 21. Rio de Janeiro: [s.n.], 1992. CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE, 1., 1972, Estocolmo. Anais... Estocolmo: [s.n.], 1972. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. Empresas certificadas ISO 14001. Rio de Ja- neiro: INMETRO, 2012. Disponível em: �http://www.inmetro.gov.br/gestao14001�. Acesso em: 22 nov. 2012. REIS, M. J. L. ISO 14000 gerenciamento ambiental: um novo desafio para a sua competitividade. São Paulo: Quali- tymark, 1996. SEIFFERT, M. E. B. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2010. SHIGUNOV NETO, A.; CAMPOS, L. M. S.;SHIGUNOV, T. Fundamentos da gestão ambiental. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009. Schwanke2_12_175x250.indd 239Schwanke2_12_175x250.indd 239 10/05/13 15:3810/05/13 15:38 OBJETIVOS Após o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de: Reconhecer a estrutura das relações organizacionais na sociedade. Explicar a importância da administração na gestão de organizações. Identificar as diferentes etapas envolvidas nos processos gerenciais (ou administrativos). Reconhecer as competências profissionais necessárias para funções de liderança nas organizações. Caracterizar as ferramentas necessárias para planejar as atividades em organizações, destacando a importância do planejamento estratégico. Explicar as influências atuais da questão socioambiental nos processos de gestão das organizações, em especial das empresas. Gestão de organizações e sustentabilidade capítulo 13 Cláudio V. S. Farias Falar sobre gestão de organizações é uma tarefa bastante complexa, pois as organizações, por definição, possuem um comportamento complexo. Este capítulo lança alguns elementos iniciais necessários para a compreensão dos princípios básicos sobre como gerenciar organizações, sejam elas públicas, privadas, lucrativas, sem fins lucrativos, religiosas, etc. Como ponto de partida, abordaremos o papel dos indivíduos em uma sociedade que é cada vez mais regida pelas organizações. Em geral, as organizações servem para melhorar a vida dos seres humanos, mas isso é efetivamente constatado em todas as organizações da sociedade. As organizações possuem características, gerais e particulares, e em cada uma delas existem funções (gerais e específicas) atribuídas aos seus gestores. Desde sempre, mas de forma mais acentuada nesse momento, as organizações são governadas por princípios de racionalidade. Vamos aqui discutir até que ponto tais princípios são verdadeiros, apresentando quais as funções básicas da gestão e como se expressam nos diversos tipos de organização, introduzindo uma discussão-recente acerca da sustentabilidade como fator-chave nas organizações. Schwanke2_175x250.indb 241Schwanke2_175x250.indb 241 10/05/13 13:0710/05/13 13:07 242 Até que ponto estamos cercados por organizações Joana acorda pela manhã e, após realizar sua higiene matinal, toma café com sua família. Em seguida, vai à escola, ação que realiza todos os dias pela manhã. Nas terças e quintas à tarde, realiza trabalhos voluntários em uma organização não governamental (ONG) na área de educação ambiental. Nos sábados integra o grupo de escoteiros e, aos domingos, vai com sua avó ao culto de sua igreja, próxima à sua casa. Talvez a semana de Joana seja muito semelhante a sua, não no que se refere às ati- vidades em si, mas na presença marcante de organizações. Família, escola e igreja são exemplos de como as organizações estão presentes em nosso cotidiano. Mas afinal, o que vem a ser uma organização? Assim, uma organização é um conjunto de pessoas e recursos, que tem por fina- lidade atingir um objetivo comum, inatingível pelo esforço de uma única pessoa. PARA REFLETIR As organizações fazem parte de seu cotidiano? PPARA REF Organizações e sociedade Uma frase dita pelo filósofo francês Jean Jacques Rousseau (1712-1778) serve para compreendermos a relação do homem com as organizações: “o homem nasce li- vre, mas está sempre acorrentado.” Essa frase aparece em seu livro O contrato so- cial, publicado em 1762, e se referia às amarras institucionais (em especial aquelas baseadas nas imposições religiosas e sociais) que oprimiam a maioria dos euro- peus no período que antecedeu a Revolução Francesa. PENSAMENTO CRÍTICO Você acredita, assim como Rousseau, que estamos “amarrados” às organizações? Pense sobre a atuali- dade da frase. PPENSAME DEFINIÇÃO As organizações são entendidas como uma combinação de esforços individuais que têm por finalidade realizar objetivos coletivos. Além de seus integrantes (as pessoas), as organizações empregam diversos outros recursos, tais como máquinas e equipamentos, dinheiro, tempo, espaço e conhecimentos. Schwanke2_175x250.indb 242Schwanke2_175x250.indb 242 10/05/13 13:0710/05/13 13:07 243 Na atualidade, nossas vinculações com as organizações modelam nossas vidas: nascemos em uma organização (hospital) e, quando morremos, somos enterrados ou cremados em outra organização (cemitério). E não nos deparamos com as organizações apenas no início e no fim de nossas vidas: passamos por escolas, universidades; trabalhamos em empresas; nos filia- mos a partidos políticos; nos associamos a clubes de lazer; temos nossos times de futebol de preferência; frequentamos festas, cinemas, restaurantes; frequentamos organizações que tratam de nossa espiritualidade (igrejas, sinagogas, mesquitas, entre outras). Todas essas organizações possuem pontos em comum: influenciam e são influen- ciadas pelas pessoas, além de possuirem rotinas e regras que orientam seus traba- lhos e objetivos. Ao longo da história do homem, as organizações foram evoluin- do, em forma e complexidade. Um tipo específico de organização são as empresas. Uma empresa é uma organização, privada ou pública, que tem por objetivo su- prir as pessoas com bens ou serviços necessários ou desejados. Essas empresas surgiram, nos moldes como conhecemos hoje, a partir da Revolução Industrial, em meados do século XVIII. O crescimento das empresas impôs o surgimento de técnicas e formas específicas de controlar a obtenção dos seus objetivos. Nascia, assim, oficialmente a gestão ou a administração, entendida como um pro- cesso de comunicação, coordenação e execução de ações visando à obtenção de objetivos comuns à empresa. A gestão, por sua vez, envolve atividades de articu- lação entre as ações internas de uma empresa, bem como sua relação externa. O gestor, para além de um profissional técnico, é também um especialista em articu- lar relações sociais, tanto entre si e com os outros como entre pessoas e processos organizacionais aos quais estão sujeitos. CURIOSIDADE A palavra “administrador” aparece pela primeira vez na obra de Shakespeare Sonho de uma noite de verão, escrita em meados de 1590. O autor aponta para um personagem como o “administrador do riso”. No entanto, para administrar o riso é necessário compreender as piadas, as quais são histórias bem humora- das, em geral muito contextualizadas. Essa ideia de contextualização é bastante atual e importante para compreender o papel desempenhado pelos gestores nos dias atuais. Assim, administrar (ou gerenciar) é estar à frente de algo, sendo responsável pelo fluxo de processos, adotando uma sistemática racional. Mas, afinal, o que isso sig- nifica? Significa que, ao adotar uma gestão racional, o administrador se ocupa de aplicar sistematicamente várias técnicas para alcançar uma determinada meta ou um objetivo. Schwanke2_175x250.indb 243Schwanke2_175x250.indb 243 10/05/13 13:0710/05/13 13:07 244 Portanto, os administradores sempre atuam como indivíduos que interpretam (ou seja, compreendem) clientes, fornecedores, funcionários, governo, etc. Além disso, os administradores devem fazer interpretações em ambientes com rápidas mu- danças, tais como os desejos dos consumidores, a tecnologia, o comportamento dos concorrentes, etc. É importante destacar que o trabalho do gestor requer compreensão, interpreta- ção, comunicação, persuasão, liderança, negociação, motivação, entre outras. Com isso, não se está dizendo que os administradores são os únicos que pensam nas empresas. O que se está dizendo é que as exigências sobre um administrador reca- em sobre habilidades cada vez mais compreensivas e analíticas, e menos manuais. Essas características ficarão mais claras ao longo da leitura deste capítulo. A administração pode ser considerada um processo? As pessoas acessam produtos e serviços porque existem organizações que se ocu- pam em fornecê-los, tais como serviços de saúde, de água e energia,alimentação, diversão, educação, entre outros. Também, é por meio das organizações que as pessoas obtêm seus meios de subsistência, tais como salários, abonos, lucros e outras formas de remuneração que lhes possibilitam adquirir bens e serviços de que necessitam ou desejam. Assim, ao vender produtos e pagar salários, por exemplo, as empresas movem as economias locais, regionais e nacionais. Para ter um bom desempenho de acordo com todas essas expectativas, as organizações precisam ser bem administradas. Essa visão de que as atividades de gestão assumem um formato “circular” diz res- peito ao entendimento que se tem da administração como um processo complexo com início, meio e fim. Além de uma atividade de feedback constante e múltiplas variáveis, por exemplo, tecnologia, meio ambiente, relações sociais, etc. A partir desse entendimento, vários pesquisadores de organizações, entre eles ad- ministradores, economistas, sociólogos, introduziram o conceito de “organizações complexas” para descrever o comportamento destas, bem como de seus mem- bros, inseridos em um mundo cada vez mais diverso e multifacetado. O que caracteriza uma organização complexa? Diversos estudos vêm sendo de- senvolvidos, em especial a partir da década de 1960, tentando explicar e caracte- ASSISTA AO FILME Assista ao vídeo Organização do trabalho, produzido pela equipe técnica do SENAI de São Paulo e veja a importância da divisão do trabalho nas organizações. Disponível no ambiente virtual de aprendizagem: www. bookman.com.br/tekne. Schwanke2_175x250.indb 244Schwanke2_175x250.indb 244 10/05/13 13:0710/05/13 13:07 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta os elementos fundamentais desenvolvidos nesta unidade, tais como o sistema conceitual básico relacionado à ISO 14001. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Analise os itens a seguir: I. Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001 e 1400 II. Rotulagem ambiental (ISO 14020 e 1402 III. Análise do ciclo de vida (ISO 14040 e 14049) IV. Auditorias ambientais (ISO 14010 e 1401 V. Avaliação de desempenho (ISO 14031) Desses grupos de normas ISO 1400, dois não pertencem à avaliação da organização, e sim à avaliação do produto. Assinale a alternativa que indica APENAS esses dois grupos: A) I e II. B) II e III. C) I e III. D) III e IV. E) IV e V. 2) A série de normas ISO 14000 vem ao encontro das necessidades das empresas de adotarem práticas gerenciais adequadas às exigências de mercado, universalizando os princípios e os procedimentos que permitirão uma expressão consistente de qualidade ambiental. Essa série de normas possui duas abordagens de avaliação: a avaliação da organização e a avaliação do produto. Com base nessas avaliações, pode-se dizer CORRETAMENTE que: A) As normas ISO 14000 entram em contradição com as necessidades das empresas de adotarem práticas adequadas às exigências do mercado. B) A avaliação do produto não está relacionada à organização do empreendimento. C) As normas ISO 14000 caracterizam-se por terem uma abordagem avaliativa dos lucros das empresas. D) Uma adequada implementação das normas ISO 14000 deve levar em consideração tanto a avaliação da organização quanto a avaliação do produto. E) Se for feita a avaliação da organização, não será necessária a avaliação do produto. 3) Assinale os itens a seguir: I. Fornecer ferramentas necessárias para alcançar metas ambientais e melhoria contínua do desempenho de uma empresa. II. Buscar a qualidade ambiental. III. Aumentar os lucros da empresa. IV. Adotar medidas de prevenção da poluição. V. Buscar estabilidade da força de trabalho na empresa. Entre os itens mencionados, quais representam os objetivos de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)? A) I, II e III. B) II, III e IV. C) III, IV e V. D) II, IV e V. E) I, II e IV. 4) Segundo o site Mundo Ambiente Engenharia, um Sistema de Gestão Ambiental está fundamentado na adoção de medidas preventivas à ocorrência de impactos adversos ao Meio Ambiente. A partir dessa observação, analise os itens a seguir: I. Conhecer o que deve ser feito. Assegurar o comprometimento da empresa e definir sua política de Meio Ambiente. II. Buscar a qualidade ambiental. III. Adotar medidas de prevenção da poluição. IV. Realizar avaliações quantitativas e qualitativas do desempenho ambiental da empresa. V. Elaborar o plano de ação para atender os requisitos da política ambiental. Entre os itens supracitados, quais representam alguns princípios do SGA? A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, IV e V. D) I, II e V. E) I, III e V. 5) Avalie os itens a seguir: I. Redução da poluição. II. Estabilização da força de trabalho. III. Planejamento. IV. Implementação e operação. V. Verificação. Entre os itens mencionados, quais representam etapas ou subsistemas do Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001? A) I, II e III. B) I, III e IV. C) II, III e IV. D) II, IV e V. E) III, IV e V. NA PRÁTICA Atualmente, os grandes empreendimentos são praticamente obrigados a obter a ISO 14001. Isso não é uma exigência nacional, mas uma necessidade para entrar no Mercado Internacional, pois muitos países só aceitam produtos que tenham o selo ISO 14001. Veja o exemplo a seguir. Veja outro exemplo de resultados a partir da implantação da ISO 14001. Veja aqui SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Meio ambiente e sustentabilidade ROSA, André H.; FRACETO, Leonardo F. ; MOSCHINI-CARLOS, Viviane (Org.). Meio ambiente e sustentabilidade. Porto Alegre : Bookman, 2012. p. 392-398. https://www.fiat.com.br/sustentabilidade/meio-ambiente/iso-14001.html EIA - Estudo de impacto ambiental APRESENTAÇÃO O Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) foi instituído no Brasil pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), através da Lei n.o 6938/81, sendo regulamentado pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n.o 001/1986. Dessa forma, a instalação de empreendimentos com impactos ambientais significativos exige a realização de estudos de impactos ambientais, bem como do Relatório de Impacto de Meio Ambiente (EIA/RIMA). O EIA engloba várias etapas, com o principal objetivo de identificar os impactos ambientais (principalmente negativos) nas diferentes esferas (social, econômica e ambiental) que um empreendimento pode ocasionar. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os conceitos que regem os estudos de impactos ambientais, bem como as atividades/empreendimento que necessitam apresentar o EIA. Além disso, serão apresentadas as principais etapas e metodologias envolvidas nesse tipo de estudo ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir EIA e apresentar obras/atividades sujeitas a esse estudo.• Identificar quais as etapas envolvidas para a elaboração do EIA.• Reconhecer algumas metodologias para a identificação de impactos ambientais.• DESAFIO A apresentação de EIA/RIMA deve ser feita apenas nos casos de atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Dessa forma, seu desafio consiste em responder se a construção do aeroporto necessita ou não da elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Justifique sua resposta, indicando a legislação que você usou para se basear. Quais são os impactos ambientais negativos que um aeroporto poderia ocasionar (cite pelo menos três)? Lembre-se que a construção do aeroporto é para pequenas aeronaves, principalmente agrícolas, e alguns voos esporádicos de passageiros.INFOGRÁFICO Dependendo do porte e dos impactos ambientais que determinado empreendimento/atividade pode ocasionar, o EIA poderá levar bastante tempo, podendo chegar até mesmo a 1 ano. É necessário analisar os impactos na fauna migratória, como, por exemplo, em hidrelétricas, onde necessita-se saber ao certo se a atividade irá interferir na piracema (período em que os peixes sobem os rios para reprodução). Porém, para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, bem como do Relatório de Impacto de Meio Ambiente, é necessária a realização de várias etapas, visando realizar o correto levantamento de todos os dados e estudos necessários. No Infográfico a seguir você visualizará cada uma delas. CONTEÚDO DO LIVRO Em relação ao meio ambiente e ao licenciamento ambiental, não pode-se deixar de abordar um dos instrumentos de controle preventivo de danos ambientais mais importante. Trata-se do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que é obrigatório, de acordo com Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n.º 001/1986, para a atividade ou empreendimento causador de significativo impacto ambiental. Esse estudo consiste em um controle preventivo de danos ambientais para a atividade onde for constatado um grande perigo ao meio ambiente e ao constatá-lo são avaliados os meios para evitar ou minimizar os prejuízos causados. Para entender mais a respeito das etapas e das diferentes metodologias aplicadas ao EIA, leia o capítulo Estudo de Impacto Ambiental, parte do livro Licenciamento Ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Ronei Stein Revisão técnica: Vanessa de Souza Machado Bióloga Mestre e Doutora em Ciências Biológicas Professora de Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 S818l Stein, Ronei Tiago. Licenciamento ambiental / Ronei Tiago Stein ; [revisão técnica: Vanessa de Souza Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 265 p. : il ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-277-5 1. Ciências Biológicas. 2. Licenças ambientais. I. Título. CDU 502.13 Licenciamento_Ambiental_Book.indb 2 07/12/2017 16:18:40 Estudo de Impacto Ambiental Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Defi nir Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e apresentar obras/ativi- dades sujeitas a ele. Verifi car quais são as etapas envolvidas para elaboração do EIA. Reconhecer algumas metodologias para identifi cação de impactos ambientais. Introdução O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) foram instituídos no Brasil pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), por meio da Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, e regulamentado pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 001, de 23 de janeiro de 1986. Dessa forma, a instalação de empreendimentos com impactos ambientais significativos exige a realização de estudos de impactos ambientais, bem como a criação de um relatório de impacto de meio ambiente (EIA/RIMA). O EIA engloba várias etapas e tem como objetivo principal identificar os impactos ambientais (principalmente negativos) que um empre- endimento pode ocasionar nas diferentes esferas (social, econômica e ambiental). Neste capítulo, serão definidos conceitos que regem o estudo de impactos ambientais e quais são as atividades/empreendimentos que necessitam apresentar o EIA. Além disso, serão apresentadas as principais etapas e metodologias envolvidas nesse tipo de estudo ambiental. U N I D A D E 3 Cap10_Licenciamento_Ambiental.indd 145 07/12/2017 16:21:18 Definição de Estudo de Impacto Ambiental O EIA é um procedimento administrativo que, apoiado em uma avaliação de impacto sobre as incidências ambientais de determinado projeto e em um processo de participação pública sobre tais incidências, subsidia o órgão ambiental, em termos de aprovação, modifi cação ou recusa de um projeto. De acordo com o art. 22 da Resolução CONAMA nº. 001/86, “dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental — RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modifi cadoras do meio ambiente” (BRASIL, 1986). O EIA/RIMA deve ser realizado por uma equipe técnica multidisciplinar, que contará com profissionais das mais diferentes áreas, como geólogos, físicos, biólogos, psicólogos, sociólogos, advogados, engenheiros (de diferentes setores), arqueólogos, entre outros, os quais avaliarão os impactos ambientais positivos e negativos do empreendimento pretendido. Objetiva-se com isso a elaboração de um estudo completo e profundo a respeito da pretensa atividade, conforme ressalta Fiorillo (2014). A maior parcela das bibliografias apresenta o conceito de EIA e RIMA de forma interligada. Portanto, EIA/RIMA consiste em um estudo prévio que serve de instrumento de planejamento e subsídio à tomada de decisões sobre um projeto a ser estabelecido em determinada área ou meio. O EIA/RIMA tem como objetivo antecipar e apoiar a decisão, fornecendo aos decisores (órgão público) informações sobre as implantações ambientais significativas de determinadas ações propostas, sugerindo modificações da ação visando à eliminação dos potenciais impactos adversos e potenciação dos impactos positivos e, ainda, propondo os meios de minimização dos potenciais impactos inevitáveis. O RIMA reflete as conclusões do EIA, conforme definido no art. 9º da Resolução CONAMA nº. 001/1986. O relatório deve apresentar uma linguagem simples e objetiva, tornando-o formal perante o Poder Público e a sociedade (BRASIL, 1986). Estudo de Impacto Ambiental146 Cap10_Licenciamento_Ambiental.indd 146 07/12/2017 16:21:19 Neste capítulo, estudaremos apenas o EIA, o qual compreende levanta- mento da literatura científica e legal pertinente, trabalhos de campo, análises de laboratório, bem como a redação do relatório. O EIA deverá contemplar a proposição de medidas mitigadoras e de controle ambiental, garantindo o uso sustentável dos recursos naturais. Desse modo, o EIA deve seguir um roteiro que contenha (aborde) pelo menos as etapas a seguir, conforme Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2009). Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto: a primeira atividade em um estudo de impacto ambiental é o diagnóstico ambiental da área a ser estudada, que é uma atividade extremamente importante, pois serve de base para as atividades posteriores. O diagnóstico deve conter a descrição dos recursos ambientais e suas interações, caracteri- zando as condições ambientais antes da implantação do projeto, assim como contemplar os meios físico, biótico e socioeconômico. Um problema encontrado nessa etapa é a falta de disponibilidade de dados como informações cartográficas atualizadas e em escalas adequadas, dados referentes aos componentes físicos e biológicos do meio ambiente, dados econômicos e sociais da população local, etc. Nem sempre existem todos os dados necessários para o diagnóstico da área, o que exige, na maioria das vezes, trabalho de campo para sua complementação. Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): análise dos impactos am- bientais do projeto e das suas alternativas, por meio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes (diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; a dis- tribuição dos ônus; e benefícios sociais). Essa etapa, de maneira geral, é mais complexa devido à variedade de impactos que podem ocorrer sobre os sistemas ambientais na área de estudo. Medidas mitigadoras: são aquelas destinadas a corrigir impactos negativos ou a reduzir sua magnitude. Identificados os impactos, deve-se pesquisar quais são os mecanismos capazes de reduzi-los ou anulá-los. 147Estudo de ImpactoAmbiental Cap10_Licenciamento_Ambiental.indd 147 07/12/2017 16:21:19 Programa de monitoramento dos impactos: estabelecidos no EIA, plano que permite comparar, durante a implantação e operação da atividade, os impactos previstos com os que efetivamente ocorreram. O programa deve permitir o acompanhamento da implantação e da operação de todas as medidas mitigadoras e compensatórias previstas, dentro do cronograma proposto, ficando automaticamente vinculado à licença prévia (LP), de forma que a continuidade do processo de licenciamento permita a verificação da efetiva implementação das medidas propostas. Struchel (2016) comenta que, quando o processo de licenciamento ambiental tiver por pressuposto o EIA, esse estudo é elaborado e apresentando anterior- mente à emissão da LP. Trata-se de um procedimento administrativo prévio à implantação do empreendimento e ao início da atividade, que faz parte do requerimento de licença ambiental e sujeita-se a três condicionantes básicas: transparência administrativa, pois todas informações devem ser públi- cas, salvo o sigilo industrial; consulta aos interessados, pois a comunidade tem o direito e o dever de participar; motivação da decisão ambiental, pois as metodologias de investigação dos impactos ambientais (negativos e positivos) devem ser claramente apresentadas. Atividades/empreendimentos sujeitos ao Estudo de Impacto Ambiental O art. 225 da Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, exige a apresen- tação de EIA/RIMA apenas nos casos de “atividades potencialmente causadora de signifi cativa degradação do meio ambiente” (BRASIL, 1988). Por essa razão, Machado (2012) ressalta que não é qualquer atividade capaz de lesar o meio ambiente que deve ser precedida do EIA/RIMA, apenas aquelas que agravem substancialmente o risco de dano a esse bem jurídico constitucional. Entre elas, podemos citar: estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamentos; ferrovias; portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; aeroportos; Estudo de Impacto Ambiental148 Cap10_Licenciamento_Ambiental.indd 148 07/12/2017 16:21:19 oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 kV; obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos (hidrelétricas); extração de combustível fóssil; extração de minério, inclusive os de classe II; aterros sanitários e de processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MV. Apesar de a Resolução CONAMA nº 001/86, em seu art. 2º, listar os casos de empreendi- mentos ou atividades sujeitas ao EIA e ao RIMA, caberá ao órgão ambiental competente identificar as atividades e os empreendimentos causadores de impactos significativos. Etapas do Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental O EIA e o seu respectivo RIMA devem ser previamente defi nidos junto ao órgão ambiental, por meio do termo de referência (TR). O TR é o instrumento orientador para a elaboração de qualquer tipo de estudo ambiental e tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, o conteúdo e a abrangência do estudo exigido do empreendedor, em etapa antecedente à implantação da atividade modifi cadora do meio ambiente. O TR é elaborado pelo órgão ambiental a partir das informações prestadas pelo empreendedor na fase de pedido de licenciamento ambiental. Em alguns casos, o órgão ambiental solicita que o empreendedor elabore o TR, reservando-se ao papel de julgá-lo e aprová-lo. 149Estudo de Impacto Ambiental Cap10_Licenciamento_Ambiental.indd 149 07/12/2017 16:21:19 Após definido o TR, o próximo passo é contratar uma equipe multidisci- plinar para realizar o trabalho/levantamento, de acordo com a caraterização do empreendimento e os seus possíveis impactos ambientais (positivos e negativos) no meio físico, biológico e socioeconômico. É imprescindível que toda a equipe entenda a atividade proposta, pois deve ser considerada para a avaliação dos impactos específicos sobre os distintos meios diagnosticados. Além disso, é importante analisar os currículos de todos membros, verificando se possuem experiência na área. Todos devem assinar o trabalho e indicar o seu número de inscrição nos respectivos conselhos profissionais (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Conselho Regional de Química, Con- selho Regional de Biologia). Os impactos no meio físico, biológico e socioeconômico diferem quando tratamos das atividades de geração de energia hidrelétrica ou mesmo eólica. No primeiro caso, temos um manancial (recurso hídrico) diretamente inserido na área de operação da atividade, impactando mais especificamente a fauna aquática e terrestre, bem como na vegetação ciliar. Já no segundo caso, de geração eólica, os impactos são mais perceptíveis nos animais alados que voam, em aves ou mesmo mamíferos (morcegos). É durante a caracterização do empreendimento que se abordam todos os aspectos ligados à nova atividade. Informações básicas do empreendimento, como Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), razão social, endereço, atividade principal, infraestrutura, área total da empresa e da sua operação, matéria-prima, processo e resíduos gerados, devem ser previamente apresen- tadas. A partir da definição e caracterização da empresa, e levando em consi- deração o potencial de impactos da atividade, o próximo passo é caracterizar as áreas de influência do empreendimento, que, de forma geral, são definidas com base na área aferrada pelo empreendimento, no conhecimento da equipe técnica ou mesmo em impactos específicos em algum dos meios diagnosti- cados. Existem várias denominações para designar as áreas de influência, mas as mais utilizadas e ilustradas nos EIA/RIMAs estão elencadas a seguir. Área Diretamente Afetada (ADA): diz respeito à área que sofrerá os impactos diretos, ou seja, a área que será diretamente alterada pela implantação do empreendimento. Estudo de Impacto Ambiental150 Cap10_Licenciamento_Ambiental.indd 150 07/12/2017 16:21:19 Área de Influência Direta (AID): compreende a área indiretamente afetada pela implantação da obra, integrando as regiões do entorno e também as vias de acesso ao empreendimento. Área de Influência Indireta (AII): refere-se à área maior, mais abran- gente, que pode ser afetada pelo empreendimento. Pode ser definida, por exemplo, com base na área de uma bacia hidrográfica, quando existir o risco de os efeitos do empreendimento atingirem tais proporções. Definido o TR, realizada a contratação da equipe técnica e a caracterização do empreendimento, o passo seguinte é realizar o diagnóstico ambiental da área. Os meios a serem diagnosticados, nas três áreas de influência definidas, são o físico, o biológico e o socioeconômico. Dados primários e secundários devem embasar os levantamentos e diagnósticos das áreas de influência do empreendimento. Concluída a fase de diagnóstico, ou seja, da compreensão da situação atual da área, a próxima etapa é a análise de impactos. Essa é uma parte um tanto subjetiva, pois imagina-se como será o efeito da implantação do empreendimento sobre os distintos meios diagnosticados, tanto positivo como negativo. Nesse sentido, existem metodologias de levantamento de impactos, das mais simples às mais complexas, que utilizam métodos qualitativos ou quantitativos, mas com foco na identificação dos principais impactos (em especial os negativos) gerados pela atividade. Após o diagnóstico e a AIA, o estágio seguinte consiste nas medidas mitigadoras, as quais visam achar soluções que possam remediar/minimizar os impactos ambientais (principalmente os negativos). Podemos citar como exemplos de medidas mitigadoras realizar o plantio de mudas de árvores, construir taludes para conter a erosão, regar o solo para evitar a emissão
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