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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 A HISTÓRIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA ......................... 4 
3 AS DIFERENTES ABORDAGENS DE TERAPIA FAMILIAR ............. 7 
3.1 - Escola Estratégica................................................................... 10 
3.2 Escola Estrutural ....................................................................... 11 
3.3 Escola de Milão ......................................................................... 12 
3.4 Escola Construtivista ................................................................. 13 
4 A RELAÇÃO FAMÍLIA E SAÚDE MENTAL ..................................... 14 
5 ENTREVISTA FAMILIAR SISTÊMICA ............................................. 19 
6 ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: FAMÍLIA E 
CASAL 26 
6.1 A terapia cognitivo-comportamental no tratamento de casais: 
objetivos e etapas ......................................................................................... 30 
7 RECURSOS TERAPÊUTICOS NA TERAPIA FAMILIAR E DE CASAL
 33 
7.1 Técnicas da Análise Psicodramática no atendimento de Casal e 
Família 34 
8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 40 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o 
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
4 
 
2 A HISTÓRIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA 
 
https://zenklub.com.br/ 
A família é o lugar que dá origem à história de cada pessoa, é o espaço 
privado onde se dão as relações mais espontâneas. Não podemos escolher 
nossa qualidade de membro na família a não ser, talvez, pelo casamento. Ainda 
que possamos acreditar que é possível deixar de pertencer a uma família, 
rompendo os laços com a família de origem e não nos enveredando na 
constituição de outra, mesmo assim as lembranças e memórias de um convívio 
familiar ficarão como marcas em nossas histórias, podendo ser acessadas a 
qualquer momento. Vale lembrar que algumas pessoas acreditam que a família 
seja a unidade operacional que dura de nosso nascimento à morte (CARTER & 
McGOLDRICK, 1995 apud César, 2010). 
Temos em mente a interação de cada membro com os demais membros, 
e refletimos sobre a realidade familiar na perspectiva do sistema e da 
comunicação humana da convivência dos familiares. A perspectiva do sistema e 
da comunicação tenta compreender as interações que ocorrem no sistema 
familiar. Essa visão sistemática trata a família como um todo. Os membros da 
família interagem e se comunicam para construir relacionamentos e manter o 
sistema equilibrado. 
 
5 
 
O desequilíbrio do sistema levará ao desequilíbrio pessoal e vice-versa. 
Visto que a família é um sistema contínuo e interconectado, quando um membro 
da família muda, outros membros também mudam. Sabendo que uma pessoa 
vive em sistemas diferentes, eles afetarão uns aos outros. Portanto, ao olhar 
para a família de uma perspectiva sistemática, considerando o processo de 
comunicação no sistema familiar, queremos analisar as dinâmicas que levam às 
mudanças do sistema, as limitações dos conceitos de família, a abordagem 
sistemática da família e o processo de comunicação no sistema familiar. 
O início de toda vida tem origem na família, ela é um instituto que rege as 
relações em um todo; não tem como existir alguém que não descenda de uma 
geração anterior ou que seja parente, mesmo que distante, de uma determinada 
família. A entidade familiar consiste em marido e mulher. Em seguida, ele se 
expande com o advento das gerações futuras. Em outros aspectos, a família 
cresce ainda mais: depois do casamento, os filhos não romperão o vínculo 
familiar com os pais, continuarão a fazer parte da família e os irmãos continuarão 
a viver, depois se casarão e terão filhos. Uma família é uma sociedade natural 
composta de indivíduos, combinados por sangue ou afinidade. A relação de 
sangue vem da prole. O parentesco ocorre quando o cônjuge e parentes que se 
juntam à família pelo casamento. 
Com o passar do tempo, esta sociedade familiar sentiu a necessidade de 
instituir um direito organizado, com isso surgiu o Direito da Família, regulando as 
relações familiares e tentando resolver os conflitos daí resultantes, e com o 
passar do tempo, o direito foi regulando e Na legislação, ajudar a manter a 
família, para que os indivíduos possam até existir como cidadãos (sem essa 
estrutura familiar, cada membro tem uma posição clara), e se comprometer com 
a própria composição (construindo o sujeito) e as relações interpessoais e 
sociais. 
A origem da família está diretamente ligada à história da civilização, uma 
vez que surgiu como um fenômeno natural, fruto da necessidade do ser humano 
em estabelecer relações afetivas de forma estável. Pois bem, deixando de lado 
a família da antiguidade, em sua forma primitiva, é possível afirmar que a família 
brasileira tem como base a sistematização formulada pelo direito romano e pelo 
direito canônico. 
 
6 
 
A família romana era formada por um conjunto de pessoas e coisas que 
estavam submetidas a um chefe: o pater famílias. Esta sociedade primitiva era 
conhecida como a família patriarcal que reunia todos os seus membros em 
função do culto religioso, para fins políticos e econômicos. AUREA PIMENTEL 
PEREIRA (apud Noronha,2014) descreveu a estrutura da família romana neste 
estágio: 
 Sob a auctoritas do pater famílias, que, como anota Rui 
Barbosa, era o sacerdote, o senhor e o magistrado, estavam, 
portanto, os membros da primitiva família romana (esposa, 
filhos, escravos) sobre os quais o pater exercia os poderes 
espiritual e temporal, à época unificados. No exercício do poder 
temporal, o pater julgava os próprios membros da família, sobre 
os quais tinha poder de vida e de morte (jus vitae et necis), 
agindo, em tais ocasiões, como verdadeiro magistrado. Como 
sacerdote, submetia o pater os membros da família à religião 
que elegia. 
O direito romano teve o mérito de estruturar, por meio de princípios 
normativos, a família. Isto porque até então a família era formada por meio dos 
costumes, sem regramentos jurídicos. Assim, a base da família passou a ser o 
casamento, uma vez que somente haveria família caso houvesse casamento. 
Pois bem, com a ascensão do Cristianismo, a Igreja Católica assumiu a 
função de estabelecer a disciplina do casamento, considerando-o um 
sacramento. Assim, passou a ser incumbência do Direito Canônico regrar o 
casamento, fonte única do surgimento da família. (NORONHA, Maressa Maelly 
Soares; PARRON, Stênio Ferreira 2014) 
Durante o período imperial, apenas os casamentos católicos eram 
conhecidos, porque essa é a religião oficial do país. Então só poderiam se casar 
pessoas que afirmam ser católicas. A Igreja detinha as regras em relação ao 
casamento, impondo as condições. 
Naquela época, o estado decidiu intervir e criouum casamento misto, 
onde era possível unir aqueles que eram pertencentes a seitas dissidentes e 
observando as respectivas prescrições religiosas. Desta forma, no Brasil, 
quando da Colônia e Império, haviam três modalidades distintas de casamento: 
o casamento católico; o casamento misto e o casamento entre pessoas de seitas 
dissidentes. 
 
7 
 
O que se pode detectar, portanto, é que tanto o Direito Canônico, por meio 
de suas normas de cunho moral, idealizadas e impostas pela Igreja Católica, 
quanto outras regras estipuladas e moldadas pelos portugueses, mantinham 
todas as famílias sob intensa fiscalização e vigilância, fossem formadas por 
brancos, negros, índios ou advindas da fusão destes. Desta forma, a família se 
desenvolveu no Brasil, fruto de uma mistura de raças e culturas, sob a tentativa 
de um controle intenso e repressor realizado a pela igreja católica. Tal 
constatação mostra-se de suma importância para a compreensão da evolução 
da família. (NORONHA, Maressa Maelly Soares; PARRON, Stênio Ferreira 
2014). 
A família é a base de tudo, é onde tudo se originou e se desenvolveu. Nos 
tempos modernos, é também o lugar onde todos aparecem e se desenvolvem. 
É o feixe principal do desenvolvimento físico e mental humano. Portanto, a 
família pode ser composta pelos mais diversos membros, não existem limites. 
Não há restrições de gênero, função ou número. Existindo afeto e ideais de 
família entre os membros, então existe uma família. 
 
3 AS DIFERENTES ABORDAGENS DE TERAPIA FAMILIAR 
 
https://www.altoastral.com.br/ 
 
8 
 
 
A terapia de casal pode ser considerada como um caso particular de 
terapia familiar. As indicações de terapia de casal, para Lemaire (1982 apud 
Carneiro, 2015), estão sobretudo relacionadas a certos tipos de funcionamento 
conjugal onde as codificações tomaram-se mais complexas entre os cônjuges 
que, ou funcionam de um modo simbiótico ou fusionai, ou, ao contrário, 
defendem-se intensamente de tudo que poderia ser uma ameaça de 
funcionamento simbiótico ou fusional. É o que leva certas pessoas a brigarem e 
a ficarem agressivas a partir do momento em que experimentam ternura ou 
desejo de felicidade fusionai ou regressiva. Para estas pessoas aparentemente 
tão "individualizadas", trata-se de formações reativas muito marcadas. 
Neuburger (1988 apud Carneiro, 2015), ao discutir a questão da 
especificidade da abordagem terapêutica individual, familiar ou de casal ressalta 
que não se pode falar de tal especificidade, sem se falar de especificidade da 
demanda. Para ele, a demanda é constituída de elementos entre os quais 
figuram o sofrimento, o sintoma e a queixa. Na clínica de casais constata-se um 
sofrimento referido especificamente ao casal, sintomas conjugais e uma queixa 
centrada nos problemas do casal. 
Lemaire (1987 apud Carneiro, 2015) mostra como a escolha entre terapia 
individual e terapia de casal não é sempre evidente. Há os que demandam 
terapia de casal para escapar a um questionamento pessoal, individual e, neste 
caso, o terapeuta deve encaminhá-los a terapias individuais. Mas, inversamente, 
muitos terapeutas desconhecem ainda o caminho clínico que a terapia de casal 
pode abrir para o tratamento de pessoas mal individualizadas. Diante das 
disfunções individuais, que estão relacionadas a um clima simbiótico entre os 
cônjuges, os terapeutas, muitas vezes, indicam terapias individuais como 
solução para este problema. Isto significa compreender mal o sentido da colusão 
inconsciente que presidiu à fundação do casal. Por isto, muitas das terapias 
individuais são interrompidas prematuramente. 
Para Eiguer (1984 apud Carneiro, 2015), a terapia de casal representa, 
muitas vezes, uma demanda de um segundo e último ritual de casamento. 
Assim, o terapeuta de casal estaria colocado, pelos cônjuges, mais perto da lei 
do que do desejo. Para este autor, os problemas conjugais estão situados em 
 
9 
 
relação aos dois universos pessoais dos parceiros, à parte que não quer admitir 
a especificidade da outra. Seria um combate entre dois narcisismos individuais. 
Willi (1978 apud Carneiro, 2015) ressalta que o resultado mais importante 
da terapia de casal é o conhecimento da temática fundamental do conflito 
colusivo vivido pelos cônjuges. Os parceiros, antes, em suas posições 
polarizadas, acreditam que não tinham nada em comum. A terapia vai mostrar 
que, com seus problemas, estão no mesmo barco. O que antes consideravam 
que os separava é agora o que os une. O objetivo é não tornar os temas 
fundamentais colusivos ineficazes, mas levar o casal a um equilíbrio livre e 
flexível. São as posturas extremas rígidas, nas quais os cônjuges se fixam, que 
tornam a relação menos saudável. Se vividos com flexibilidade, os temas da 
colusão se convertem em enriquecimento recíproco. 
Diferentemente da teoria psicanalítica, que teve suas raízes no início 
deste século, as teorias que influenciaram as formulações teóricas dos autores 
das escolas sistêmicas em terapia de família e de casal desenvolveram-se na 
segunda metade do século. Em 1948, Wiener publicou o livro Cybernetics e, na 
década seguinte várias ciências começam a enfatizar os sistemas homeostáticos 
com processos de retroalimentação (mecanismos de feedback) que tornam os 
sistemas autocorretivos. No início da década de 50, Bertalanffy (Bertalanffy, 
1973 apud Carneiro, 2015) desenvolve a Teoria Geral dos Sistemas que, 
juntamente com a Cibernética e a Teoria da Comunicação, muito influenciaram 
os desenvolvimentos teórico-técnicos da terapia sistêmica de família e de casal. 
A família, o marido e a esposa são considerados um sistema equilibrado, 
e são as regras da família e as funções do marido e da esposa que mantêm esse 
equilíbrio. Quando essas regras são violadas por algum motivo, as meta-regras 
funcionarão para restaurar o equilíbrio perdido. As terapias desenvolvidas desta 
forma enfatizam as mudanças no sistema familiar e matrimonial, reorganizando 
a comunicação entre os membros. Não se trata de trazer à consciência o 
conteúdo reprimido. O passado não é mais uma questão central, porque o foco 
está na maneira atual como as pessoas se comunicam. 
Os terapeutas comunicacionais se abstêm de fazer interpretações na 
medida em que assumem que novas experiências - no sentido de um novo 
comportamento que provoque modificação no sistema familiar ou conjugal é que 
geram mudanças. Neste sentido, são usadas prescrições nas sessões 
 
10 
 
terapêuticas para mudar os padrões de comunicação e prescrições fora das 
sessões com o objetivo de encorajar uma gama mais ampla de comportamentos 
comunicacionais no sistema familiar e conjugal. Há uma concentração no 
problema presente e o comportamento sintomático é visto como uma resposta 
adequada ao comportamento comunicativo que o provocou. (Carneiro, 
Terezinha Feres 2015). 
A partir do enfoque sistêmico, várias escolas de terapia familiar se 
desenvolveram, entre elas a Escola Estrutural, a Estratégia, a de Milão e, mais 
recentemente, a Escola Construtivista. 
3.1 - Escola Estratégica 
 
clinicapsicoplus.com.br 
Para Haley (1979), o que caracteriza o sistema familiar e o sistema 
conjugal é a luta pelo poder. O termo "estratégico" é utilizado por ele para 
descrever qualquer terapia em que o terapeuta realiza ativamente intervenções 
para resolver o problema. Para que uma terapia seja bem-sucedida é preciso 
que comece adequadamente. Isto é, através da negociação de um problema 
solucionável e da descoberta da situação social e familiar que o mantém. 
Ao discutir o conceito de "diretivas terapêuticas", Haley (1973 apud 
Carneiro, 2015) fala da influência que sofreu do trabalho de Milton Erickson. As 
diretivas ou tarefas propostas à família ou ao casal têm, em primeiro lugar, o 
objetivo de fazer com que as pessoas se comportem diferentemente e, como 
resultado, tenham experiências subjetivas diferentes. Em segundolugar, as 
diretivas são usadas para intensificar o relacionamento com o terapeuta. E, 
 
11 
 
finalmente, têm o objetivo de obter informações sobre os pacientes e sobre como 
responderão às mudanças desejadas. 
Os teóricos da escola estratégica apresentam alguns princípios 
fundamentais do seu trabalho terapêutico: 1) a orientação franca para o sintoma; 
2) a visão dos problemas como dificuldades de interação; 3) a visão dos 
problemas como uma super-ênfase ou uma sub-ênfase nas dificuldades do viver 
cotidiano; 4) a busca de resolução dos problemas através da substituição dos 
padrões de comportamento; 5) a utilização de meios que podem parecer ilógicos 
para promover mudanças; 6) o "pensar pequeno" focalizando o sintoma; 7) a 
adoção de uma abordagem pragmática na terapia: abordam-se as interações e 
os porquês são evitados. 
3.2 Escola Estrutural 
 
slideplayer.com.br 
 
O principal teórico da escola estrutural é Salvador Minuchin para quem a 
família é um sistema e o casal um subsistema que se definem em função dos 
limites de uma organização hierárquica. O sistema familiar diferencia-se e 
executa suas funções através de seus subsistemas. 
 
12 
 
As fronteiras de um subsistema são as regras que definem quem participa 
e como participa de cada subsistema, e para que o funcionamento da família 
seja adequado, elas devem ser nítidas. Em algumas famílias tais fronteiras são 
muito rígidas e em outras muito difusas. Estes dois extremos de funcionamento 
das fronteiras são classificados respectivamente como "desligado" e como 
"aglutinado" e indicam áreas de possíveis patologias (Féres-Carneiro, 1983). 
Minuchin (1982) define a terapia familiar estruturada como uma terapia de 
ação que visa mudar o presente em vez de explorar ou explicar o passado. O 
objetivo da intervenção do terapeuta é o sistema familiar ao qual ele se integra, 
usando a si mesmo para transformá-lo. Ao mudar a posição dos membros da 
família ou casais no sistema, o terapeuta pode mudar os requisitos subjetivos de 
cada membro. 
Para Minuchin, a transformação do sistema familiar ou do sistema 
conjugal inclui três passos importantes: o terapeuta deve se unir à família ou ao 
casal, desempenhando o papel de líder; deve descobrir e avaliar a estrutura 
familiar ou conjugal; e deve criar circunstâncias que permitam a transformação 
desta estrutura. Neste processo de reestruturação, o terapeuta então age tanto 
como "diretor" quanto como "ator" no drama familiar. Como "diretor", ele cria 
cenários, coreografias, dá realce a temas e leva os membros da família ou do 
casal a improvisarem; como "ator", ele atua promovendo alianças e coalizões, 
criando, fortalecendo ou enfraquecendo fronteiras, sempre tentando colocar 
desafios aos quais os membros da família ou do casal devem se "acomodar" 
para, com isto, "descristalizar" padrões transacionais desadaptativos. (Carneiro, 
Terezinha Feres 2015). 
3.3 Escola de Milão 
A principal representante deste grupo é Mara Selvini Palazzoli que, 
juntamente com Boscolo, Ceccin e Prata, fundou em 1967 o Centro para o 
Estudo da Família. Partindo dos mesmos pressupostos teóricos da Escola 
Estratégica, Palazzoli et al (1980, apud Carneiro, 2015) consideram que os 
problemas que emergem quando os mapas familiares não são mais adequados, 
ou seja, os padrões de comportamento desenvolvidos não são mais úteis nas 
situações atuais. Dada a tendência à homeostase, os problemas surgem quando 
 
13 
 
as regras que governam o sistema são tão rígidas que possibilitam padrões de 
interação repetitivos, homeostáticos e vistos como "pontos nodais" do sistema. 
O princípio básico do tratamento do Grupo Milão é a conotação positiva 
do comportamento demonstrado pela família. Quando o comportamento 
sintomático é definido como positivo, é causado mais pela tendência de estado 
estacionário do sistema do que pelo comportamento. Outro método de 
intervenção utilizado pelo Grupo Milan são os rituais familiares, ou seja, realizar 
uma ação ou uma série de ações para envolver todos os membros da família. O 
objetivo do ritual é evitar comentários orais sobre as regras que tornam o jogo 
perpétuo. Na cerimônia familiar, as novas regras substituem as regras anteriores 
por padrão. Para desenvolver um ritual, o terapeuta deve ser muito observador 
e criativo. A cerimônia é estritamente para uma família específica. 
3.4 Escola Construtivista 
No final da década de 70, utilizando os conceitos da cibernética de 
segunda ordem e de sua aplicação aos sistemas sociais, surge a Escola 
Construtivista. A partir da concepção de retroalimentação evolutiva de Prigogine 
(1979 apud Carneiro, 2015), considera-se que a evolução de um sistema ocorre 
através da combinação de acaso e história em que, a cada patamar, surgem 
novas instabilidades que geram novas ordens, e assim sucessivamente. Nesta 
perspectiva em que os sistemas vivos são considerados como hipercomplexos 
e indeterminados, instabilidade e a crise ganham um novo sentido no sistema 
familiar. A crise não é mais um risco, mas parte do processo de mudanças, assim 
como o sintoma. 
Ocorre uma ruptura entre o sistema familiar / observado e o terapeuta / 
observador. O sistema é mostrado como a estrutura de seus participantes. O 
terapeuta não estará mais interessado no comportamento a ser mudado, mas 
sim no significado produzido no estabelecimento da realidade e do sistema 
familiar. O foco mudou do que o terapeuta introduzia no sistema para o que o 
sistema permitia que ele escolhesse e entendesse. 
Alguns terapeutas estratégicos podem ser citados como tendo incluído 
posteriormente na sua prática o modo de pensar construtivista; entre eles, os do 
grupo de Milão. Palazzoli et al (1980) estabelecem três princípios indispensáveis 
 
14 
 
ao trabalho terapêutico: a formação de uma hipótese, a circularidade e a 
neutralidade. A hipótese formulada deve ser testada ao longo da sessão; se 
rejeitada, o terapeuta procurará outras, baseando-se nos dados obtidos na 
verificação da primeira hipótese. Todas as hipóteses devem ser sistêmicas, ou 
seja, devem incluir todos os membros da família e fornecer uma conjetura que 
explique a função da relação. A circularidade diz respeito à capacidade do 
terapeuta de conduzir a sessão baseando-se nos feedbacks recebidos da família 
como resposta à informação que solicitou em termos relacionais. A neutralidade 
consiste numa atitude de imparcialidade do terapeuta que se alia a cada membro 
da família, neutralizando qualquer tentativa de coalizão ou sedução de qualquer 
componente do grupo familiar. (Carneiro, Terezinha Feres 2015). 
A abordagem construtivista foi proposta na perspectiva do segundo 
sistema e, portanto, questionou o papel do terapeuta na terapia familiar e na 
intervenção terapêutica guiada. O foco não está no problema, mas na estrutura 
da interação. As ações do terapeuta são projetadas para explorar a estrutura do 
problema. 
 
4 A RELAÇÃO FAMÍLIA E SAÚDE MENTAL 
 
https://saude.abril.com.br/ 
 
 
15 
 
Para falar sobre o cuidado em saúde mental no âmbito familiar é 
imprescindível que se faça uma apresentação da família moderna. Segundo 
Beltrame e Bottoli (2010 apud Santin; Klafke 2011), a família moderna constitui-
se através do progresso da vida privada, ou seja, a família assume um espaço 
maior em detrimento da sociedade. Assim, é importante considerar que, "a 
relação da família com o portador de transtorno mental é historicamente 
construída" (ROSA 2003, p. 28), sendo que nem sempre foi vista como uma 
instituição capaz de acolher e cuidar de um familiar que adoece mentalmente. 
Com a culpabilização da família, em relação ao adoecimento psíquico, 
ocorre que o saber psiquiátrico, cada vez mais, procura afastar o paciente do 
ambiente familiar. Assim, ganham força as instituições psiquiátricas e a cultura 
do isolamento social do portador de sofrimento psíquico. Melman (2008 apudSantin; Klafke 2011) aponta outra justificativa para o procedimento de 
isolamento, considerando também necessário proteger a família da loucura e 
prevenir uma possível contaminação dos demais membros. 
De uma forma ou outra, a família entra para o rol das intervenções dos 
especialistas. Esse movimento se intensifica no século XX, principalmente com 
influência das teorias freudianas, que destacam a importância das relações 
familiares sobre o psiquismo dos sujeitos (ROSA, 2003 apud Santin; Klafke 
2011). 
Ao penetrar no universo familiar, identificam na determinação da 
doença ou das disfunções a maneira como os pais conduzem a 
educação dos seus filhos. A ação psiquiátrica tendia a 
culpabilizar os pais pelas inadequações do comportamento da 
criança, orientando sua interpretação de conduta para a má 
educação ou para a doença (ROSA, 2003, p. 59 apud Santin; 
Klafke 2011). 
Por meio da observação sistemática, da pesquisa e da intervenção direta 
no ambiente familiar, a família passou a intervir, com foco no papel de mãe. 
Alguns autores também começaram a dar importância ao papel da patologia nos 
grupos familiares. Os pacientes com doenças mentais se tornarão os porta-
vozes dos pacientes identificados, as doenças de toda a família. 
Cada vez mais, o portador de transtorno mental é visibilizado em 
seu papel positivo, como um agente catalizador que adoece para 
proteger o grupo familiar, mantendo sua homeostase, ou é 
invalidado, rotulado e alçado a 'bode expiatório' com a mesma 
 
16 
 
finalidade, impedindo que se processem mudanças nos padrões 
de relacionamento do grupo (ROSA, 2003, p. 61 apud Santin; 
Klafke 2011). 
A relação e o significado da família na prestação do cuidado do paciente 
com sofrimento psíquico têm passado por diferentes fases, sendo modificadas 
com o tempo e o espaço de acordo com as realidades sociais, culturais e 
econômicas. O grupo familiar do CAPS por exemplo, é composto principalmente 
pelas mães ou irmãs de usuários com sofrimento psíquico, tem o objetivo de dar 
apoio aos familiares, fazer perguntas aos usuários sobre o tratamento e manejo 
espacialmente e também permitir que os cuidadores familiares falem sobre sua 
ansiedade e cansaço. 
Para Pontes (2009 apud Santin; Klafke 2011), nos grupos de familiares ou 
nos atendimentos de família, é comum que as discussões girem em torno dos 
sintomas, e é importante que o profissional que coordena o grupo fique atento 
às possibilidades e ao conjunto de recursos que a família apresenta e como cada 
um se apropria deles ou como fica paralisado diante do momento vivido. 
Alguns participantes são familiares dos usuários, estes usuários não estão 
relacionados às atividades do cotidiano do CAPS, apenas às consultas médicas 
e medicamentos, dificultando a adesão dos usuários a outros planos de 
tratamento. Portanto, pode-se dizer que o vínculo mais importante com esses 
usuários é por meio dos familiares que participam do grupo. Portanto, é 
fundamental envolver a família no tratamento. 
Outra característica marcante é o fato de a maioria dos cuidadores serem 
mulheres. Esse fato é comumente encontrado na literatura sobre o cuidado de 
portadores de sofrimento psíquico no ambiente doméstico. Conforme Rosa, há 
uma feminização do encargo de assistir ao portador de transtorno mental (ROSA, 
2003, p. 240 apud Santin; Klafke 2011), deixando claro que o provimento de 
cuidado para familiares é uma questão de gênero historicamente produzida e 
mantida pela sociedade que vê na mulher uma cuidadora por excelência, tanto 
para familiares adoecidos ou não. 
Se de um lado temos a mulher/mãe cuidadora, de outro temos o filho 
portador de transtorno mental. Para Rosa (2003 apud Santin; Klafke 2011), o 
impacto que a doença mental provoca na família está diretamente relacionado à 
posição que o portador de sofrimento psíquico ocupa na estrutura familiar. 
 
17 
 
Quando o filho é o portador de transtorno mental, a família é afetada em uma 
dimensão diferente e bem menor do que quando o pai ou a mãe adoecem. Isso 
ocorre pela suposta relação de dependência que o filho tem com os pais, 
podendo até exercer uma função positiva de unir o casal, ou, ao contrário, e 
agravar as tensões entre o casal (ROSA, 2003 apud Santin; Klafke 2011). 
O adoecimento mental de um filho abala, frequentemente de 
forma intensa, a autoestima dos pais. O filho doente parece 
representar, para muitos genitores, uma denúncia das falhas do 
sistema familiar, que não conduziu com sucesso sua missão de 
formar os filhos (MELMAN, 2008, p. 32 apud Santin; Klafke 
2011). 
A questão do trabalho também é abordada pelos familiares em relação à 
impossibilidade ou à dificuldade do portador de sofrimento psíquico em ter um 
emprego, havendo somente dois usuários exercendo atividade remunerada. 
Essa é uma realidade encontrada com bastante frequência, sendo poucas as 
pessoas acometidas por algum transtorno mental grave (em especial a 
esquizofrenia, que é a realidade vivida pela maioria dos familiares do grupo) que 
estão empregados. Isso parece se tornar ainda mais delicado quando o sujeito 
adoeceu já na idade adulta, pois, dessa forma, a família já estava acostumada 
em ter aquele indivíduo como alguém produtivo e que ajudava com as despesas 
e as tarefas domésticas e, de repente, se vê obrigada a arcar com o seu sustento. 
Para Rosa (2003 apud Santin; Klafke 2011), a ociosidade constante do portador 
de transtorno mental compromete sua autonomia e a liberdade do cuidador. 
Uma queixa dos familiares é em relação à agressividade que muitas vezes 
se faz presente com a doença mental. Conforme Rosa (2003 apud Santin; Klafke 
2011), a agressividade é um dos aspectos mais destacados pelos familiares 
como típicos da loucura. Quase todas as pessoas do grupo já relataram algum 
episódio de agressividade, principalmente em situações de surto, quando a 
relação da família com o enfermo psicótico tende então a ser mais dramática, 
pois os sintomas são mais intensos e ameaçadores à segurança do grupo 
(ROSA, 2003, p. 262 apud Santin; Klafke 2011). Essa é uma situação que deixa 
os familiares bastante apreensivos, mas é importante destacar que as agressões 
são mais comuns no início do desenvolvimento da doença, quando a família 
ainda não sabe ao certo o que está acontecendo e o tratamento não está 
adequado. 
 
18 
 
O medo de sofrer uma agressão ou, mais comumente, a necessidade de 
estar sempre vigilante para que o portador de sofrimento psíquico não coloque 
sua vida em risco e faça o tratamento medicamentoso corretamente, entre outros 
cuidados necessários, acaba gerando uma sobrecarga na família. Para conviver 
com a doença, o núcleo de toda a família precisa se reorganizar. 
Frequentemente, ouvimos relatos de familiares que precisam mudar 
drasticamente suas rotinas para cuidar dos doentes. Para algumas famílias, esse 
momento é ainda mais dramático, porque algumas pessoas com sofrimento 
psíquico se recusam a cuidar e receber tratamento. Portanto, o cuidador 
necessita passar mais tempo com sua família, o que acaba prejudicando outras 
atividades de seu dia a dia. 
O conhecimento desse quadro de sobrecarga por parte dos 
profissionais de saúde sugere que as intervenções terapêuticas 
levem em consideração essa realidade. Ajudar os familiares na 
interação e na gestão da vida cotidiana dos pacientes alivia o 
peso dos encargos, facilita o processo de estabelecimento de 
uma cooperação, diminui os fatores estressantes ativadores de 
situações de crise, estimula a criação de possibilidades 
participativas, melhorando a qualidade de vida de todas as 
pessoas envolvidas (MELMAN, 2008, p. 80 apud Santin; Klafke 
2011). 
O aconselhamento sobre a reinserção social do doente mental e a relação 
com a família não é fácil. Embora as famílias desejem a proximidade de todos 
os membros, também refletem os medos e preconceitos que existem em nossa 
sociedade, o que muitas vezes astorna relutantes em receber pacientes: 
A construção de um tratamento pautado também pela conquista 
da cidadania e a confirmação de um outro modo de cuidar não 
poderia calar a necessidade de um espaço de escuta, para que 
nele pudesse aparecer o sofrimento muitas vezes inerente à 
convivência com alguém que representa na família algo 
estranho (SOUZA; BAGNOLA, 2007, p. 268 apud Santin; Klafke 
2011). 
Dessa forma, um grupo de familiares pode funcionar como um espaço de 
acolhimento das experiências de vida dos seus participantes. O estímulo às 
trocas de experiências tem se revelado uma importante ferramenta para ampliar 
a capacidade de lidar com os problemas, assim como tem permitido que um 
 
19 
 
familiar possa se abrir para o discurso do seu companheiro (MELMAN, 2008 
apud Santin; Klafke 2011). 
Feuerwerker e Merhy (2008, apud Santin; Klafke 2011) dizem que os 
modos de cuidar da família e do serviço respondem a lógicas diferentes de 
cuidado e que, portanto, entre essas duas instâncias se estabelece uma 
competição pelo cuidado. Uma das expressões da competição é a 
desqualificação ou o não reconhecimento do cuidado realizado pelo outro. 
5 ENTREVISTA FAMILIAR SISTÊMICA 
 
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A entrevista é uma ferramenta básica para os psicólogos trabalharem em 
diferentes áreas no contexto: clínico, hospitalar, organizacional, escolar, jurídico, 
etc. No contexto clínico, este instrumento é muito importante no acolhimento, 
avaliação e na condução de todo o processo terapêutico até o seu encerramento 
Neste sentido, a entrevista psicológica se estrutura a partir dos 
pressupostos teóricos que sustentam o entendimento do indivíduo, do seu 
desenvolvimento, das suas relações, das suas potencialidades e limitações, da 
sua saúde e de seu adoecimento. Assim, pode estar baseada numa perspectiva 
psicanalítica, cognitivo-comportamental, humanista, sistêmica ou outra. 
(ZORDAN et al.2012) 
 
20 
 
As propriedades do sistema que podem ser observadas na família são: 
totalidade, causalidade circular, equifinalidade, equicausalidade, limitação, 
regras de relação, ordenação hierárquica e teleologia. A propriedade de 
totalidade considera que o entendimento de uma família não se constitui apenas 
pela soma das condutas de seus membros, mas sim pela compreensão das 
relações entre eles. A causalidade circular descreve as relações familiares como 
recíprocas, pautadas e repetitivas, de forma que a resposta de um membro A 
para a conduta de outro membro B é um estímulo para que B dê uma resposta 
que pode servir de estímulo para A. No que se refere à equifinalidade, entende-
se que um sistema pode alcançar o mesmo estado final a partir de condições 
iniciais distintas, o que dificulta buscar uma única causa para o problema. A 
equicausalidade significa que a mesma condição inicial pode resultar em estados 
finais diversos. Estas duas propriedades equifinalidade e equicausalidade 
estabelecem a conveniência de abandonar a busca de uma causa passada 
originária do sintoma e centrar-se no aqui e agora, nos fatores que estão 
mantendo o problema. Em relação à limitação, entende-se que quando se adota 
uma determinada sequência de interação, a probabilidade de que o sistema 
emita uma resposta diversa é diminuída, de modo que, se esta for uma conduta 
sintomática, ela tende a converter-se em patológica porque contribui para manter 
o problema. As regras de relação definem a interação entre seus componentes 
e a maneira que as pessoas enquadram a conduta ao comunicar-se entre si. A 
ordenação hierárquica postula que em toda a organização há uma hierarquia, na 
qual certas pessoas possuem mais poder e responsabilidade do que outras. Na 
família, além do domínio que uns exercem sobre os outros, é inerente a ajuda, a 
proteção e o cuidado que oferecem aos demais, sendo que há uma relação 
hierárquica entre as pessoas e também entre os subsistemas. Por fim, teleologia 
significa que o sistema familiar se adapta às diferentes exigências dos diversos 
estágios de desenvolvimento a fim de assegurar continuidade e crescimento 
psicossocial a seus membros (OCHOA DE ALDA, 2004 apud ZORDAN et 
al.2012). 
Na entrevista propriamente dita, Lopez e Escudero (2003 apud ZORDAN 
et al.2012) destacam que podemos diferenciar dois tipos de habilidades técnicas: 
as que se relacionam com a manutenção de uma comunicação adequada para 
o desenvolvimento da entrevista e as que se referem ao uso de técnicas 
 
21 
 
específicas de intervenção durante a mesma. Aqui serão descritas as primeiras, 
isto é, as habilidades gerais para a manutenção da entrevista: 
 
 Empatia/ conexão emocional: Escuta ativa, reflexão de 
sentimentos e transmissão de interesse genuíno pelo que diz e 
expressa cada membro da família 
 Autenticidade/credibilidade: Mostrar sinceridade e 
espontaneidade, aplicar os procedimentos profissionais de forma 
natural e adequada ao momento que vivem 
 Clareza na comunicação: Uso de linguagem adaptada, 
assegurando-se de que todas as perguntas, explicações ou 
sugestões são compreensíveis para cada elemento da família 
 Ritmo adaptado ao paciente: Ter em mente que o contexto e os 
profissionais são uma experiência nova para eles, o ritmo da 
entrevista deve acompanhar as possibilidades deles 
 Estímulo para que o paciente fale: É muito importante estimular 
que todos e cada um dos componentes da família falem e 
expressem seus pontos de vista e opiniões 
 Estrutura a informação: Geralmente a informação inicial que a 
família traz é contraditória ou desestruturada, o entrevistador deve 
focar a entrevista no que é mais importante, oferecendo um guia 
para fornecer informação útil 
 Controle das emoções/conflito: O entrevistador deve ser capaz 
de criar um equilíbrio entre a expressão necessária das emoções 
por parte dos membros da família e a possibilidade de trabalhar 
coletivamente, avançando no processo 
 
Assim, esta primeira entrevista tem como objetivo criar uma aliança com 
a família e desenvolver uma hipótese sobre o que mantém o problema 
apresentado. Para estabelecer a aliança com a família, o terapeuta inicia se 
apresentando, pedindo para os pais que apresentem os filhos, cumprimentando 
a cada um com um aperto de mão. Neste contato inicial e apresentação fica 
explicitada a relação hierárquica em que adultos têm mais poder e 
 
22 
 
responsabilidade. Após o terapeuta mostra a sala e expõe a duração e objetivos 
da sessão (ZORDAN et al.2012) 
Visando contemplar os aspectos teóricos mencionados, os terapeutas 
familiares norte-americanos Nichols e Schwartz (2007 apud ZORDAN et al.2012) 
apresentam uma lista de verificação da primeira sessão que inclui dez itens: 
 Fazer contato com cada membro da família e reconhecer seu ponto 
de vista em relação ao problema e seus sentimentos em relação à 
terapia; 
 Estabelecer liderança, controlando a estrutura e o ritmo da 
entrevista; 
 Desenvolver uma aliança de trabalho com a família, equilibrando 
simpatia e profissionalismo; 
 Elogiar as pessoas por ações positivas e forças familiares; 
 Ser empático com cada membro da família e demonstrar respeito 
pela maneira da família de fazer as coisas; 
 Focar problemas específicos e as soluções tentadas; 
 Desenvolver hipóteses sobre interações prejudiciais em torno do 
problema apresentado. Investigar porque elas persistem; 
 Não ignorar o possível envolvimento de membros da família, 
amigos ou auxiliares que não estão presentes; 
 Negociar um contrato de tratamento que reconheça os objetivos da 
família e especifique como o terapeuta vai estruturar o tratamento; 
 Estimular perguntas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
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Por sua vez, Ríos-González (1993 apud ZORDAN et al.2012) destaca que 
na primeira entrevista deve ficar estabelecido que o trabalho terapêutico será 
realizado com esse sistema familiar, não só atravésda verbalização, mas de 
métodos ativos e dinâmicos que ponham em jogo as interações. A proposta é 
trocar o esquema linear tradicional pelo esquema circular retroalimentador, que 
compreende os seguintes passos: passar do indivíduo ao sistema, dos 
conteúdos aos processos, de interpretar a prescrever, de buscar origens a 
compreender condutas, de analisar sintomas a analisar as mensagens implícitas 
nestes sintomas e de investigar as causas a reestruturar modelos de interação. 
Considerando sua experiência com terapia familiar na Espanha, Ochoa 
de Alda (2004 apud ZORDAN et al. 2012) propõe um modelo de entrevista criado 
para contextos privados, porque requer tempo e a possibilidade de trabalhar com 
uma equipe atrás de um espelho unidirecional. Ela estipula cinco etapas 
importantes da entrevista: a pré-sessão, a sessão, as pausas, a intervenção e a 
pós-sessão. 
 
 Pré-sessão: Compreende o período anterior ao início da entrevista com 
a família, quando a equipe se reúne durante 15 a 20 minutos para discutir as 
informações obtidas no contato telefônico. A finalidade é criar hipóteses sobre o 
que pode estar acontecendo no sistema familiar e em torno do sintoma, para que 
se possa planejar a sessão, especificando as estratégias que serão seguidas, 
os temas que serão abordados e a ordem de aparecimento, bem como as 
perguntas a serem realizadas para cada membro da família. (ZORDAN et 
al.2012) 
 
24 
 
 
Sessão: Segunda etapa, dura 50 ou 90 minutos, e o terapeuta começa 
definindo o contexto terapêutico, explicando sobre as condições sociais e sobre 
as técnicas que serão utilizadas durante as sessões, assim como esclarece 
possíveis dúvidas e firma um primeiro contrato verbal sobre essas condições. 
Posteriormente apresentará um contrato escrito com todos os aspectos da 
terapia, o que vai ser trabalhado, as técnicas a serem utilizadas, sigilo, 
honorários, horários, número de sessões e sobre o uso de filmagem durante o 
tratamento, se for o caso, o qual será assinado por todos os componentes da 
família. O objetivo do terapeuta consiste em orientar a entrevista para obter 
informações que vão confirmar ou não as hipóteses levantadas durante a pré-
sessão. O procedimento terapêutico abrange perguntas lineares e circulares, 
redefinições e conotações positivas em relação às informações que as pessoas 
da família trazem para a sessão. (ZORDAN et al.2012) 
As perguntas lineares são usadas no começo da entrevista para o 
terapeuta orientar-se sobre o que ocorre em torno do sintoma e, assim, 
aproximar-se da família através de seus pontos de vista. Exemplos: qual é o 
problema? Desde quando está acontecendo? Aconteceu alguma coisa que 
possa explicar seu aparecimento? Permitem conhecer a definição e a explicação 
da família para o sintoma. Com as perguntas circulares o terapeuta busca mais 
informações para confirmar ou refutar as hipóteses iniciais, sendo que estas 
caracterizam-se por buscar conexões entre pessoas, ações, percepções, 
sentimentos e contextos, apoiando-se nos pressupostos da circularidade e da 
neutralidade. Em seguida solicita que cada um expresse suas percepções sobre 
as relações e as diferenças entre os componentes do sistema. (ZORDAN et 
al.2012) 
 
Pausas: Que têm como objetivo proporcionar um tempo para que o 
terapeuta se desvincule deste ambiente, retornando à sessão com um olhar 
menos parcial sobre a família. (ZORDAN et al.2012) 
 
Intervenção: Geralmente acontece no final de cada sessão. Após realizar 
a última pausa, o terapeuta tenta gerar com a família uma mudança 
comportamental-cognitiva-afetiva, na forma como eles lidam com o sintoma e no 
 
25 
 
sintoma mesmo. Os recursos técnicos que podem facilitar esse entendimento 
compreendem conotações positivas, redefinições, tarefas diretas e paradoxais, 
rituais e metáforas. (ZORDAN et al.2012) 
As tarefas diretas são técnicas de intervenção que visam mudar as regras 
e os papeis do sistema familiar, incluindo entre elas ensinar aos pais sobre como 
controlar os seus filhos, e estabelecer regras disciplinares. As tarefas paradoxais 
são técnicas de intervenção que contêm uma dupla mensagem, por um lado se 
afirma à família que seria bom mudar e por outro que seria bom que não 
mudasse, prescreve-se a continuidade da sequência sintomática por um tempo 
determinado, com a finalidade de interromper tal sequência. Os rituais 
caracterizam-se pela prescrição de uma série de ações destinadas a mudar as 
regras de um sistema familiar. Metáforas ou intervenções metafóricas são 
técnicas de intervenção que permitem evitar as estratégias de tipo relacional que 
o paciente ou a família podem opor à prescrição do terapeuta, revelar-lhes um 
padrão de interação, ou fazer com que os mesmos descubram a solução do seu 
problema. (ZORDAN et al.2012) 
 
Pós-sessão: A equipe se reúne entre 5 a 15 minutos para analisar a 
resposta da família à intervenção, observando tanto o feedback verbal quanto o 
não-verbal, conforme propõe o quarto axioma da comunicação. É também o 
momento de fazer predições sobre como a família reagirá durante o intervalo 
entre as sessões e quanto às tarefas propostas para iniciar a mudança. 
(ZORDAN et al.2012) 
Independente do modelo adotado, os autores destacam que nesse 
primeiro encontro é importante o terapeuta entrar em sintonia com a família, 
procurando encontrar um jeito, uma linguagem, uma postura que possa se 
adaptar ao funcionamento daquela família para ser reconhecido pela mesma 
como parte do sistema. Este aspecto é relevante porque facilita o vínculo de 
aceitação e de confiança (ACQUAVIVA, 1999 apud ZORDAN et al. 2012) 
Cabe ressaltar que a compreensão do funcionamento sistêmico fará uma 
profunda diferença nas relações entre pais e filhos. Na medida em que 
acreditarem que não existe certo e errado pré-definidos, vão treinar isso no dia 
a dia, não vão definir as regras a priori, mas redefinir caminhos a cada passo e, 
 
26 
 
portanto, estarão disponíveis para rever suas verdades e decisões (ROSSET, 
2008 apud ZORDAN et al. 2012) 
A entrevista na Terapia Familiar Sistêmica é baseada em causalidade 
circular total, reciprocidade, causalidade múltipla, a comunicação inclui todas as 
fórmulas, além das expressões verbais, as pessoas também expressam suas 
próprias formas ao se comunicar. É importante criar uma aliança com cada 
membro da família, priorizando a aliança com aquele capaz de manter a família 
em tratamento. 
 
6 ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: FAMÍLIA E CASAL 
 
 
 
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O modelo cognitivo de Beck tem sido aplicado a diferentes transtornos 
mentais e populações específicas (Falcone, 2001). Beck et al. (1979/1997 apud 
Peçanha et al. 2008), por exemplo, colaboraram para o entendimento do ser 
humano ao apresentar alguns processos cognitivos como influenciadores das 
emoções e comportamentos. Segundo esses autores, cognições inadequadas 
 
27 
 
ou disfuncionais, pensamentos automáticos e crenças estariam na base de uma 
variedade de desordens psicológicas. 
Beck (1995) apontou que muitos problemas encontrados no casamento 
também podem estar relacionados às cognições disfuncionais de ambas as 
partes. Alguns estudos confirmaram esta hipótese de que pensamentos, 
crenças, expectativas, atribuições, etc. têm um efeito negativo na qualidade do 
relacionamento 
Os pensamentos automáticos vêm sendo concebidos como ideias ou 
imagens que passam despercebidas e de forma muito rápida na mente das 
pessoas. Esses pensamentos por si só não são adequados ou inadequados. 
Devido ao fato de esses tipos de pensamento não serem sempre racionalmente 
avaliados, eles tendem a ser aceitos como algo razoável, em situações 
específicas. Tem sido apontado que esse fluxo de ideias instantâneas, que pode 
passar na cabeça de um dos cônjuges, pode influenciar seus estados 
emocionais e suas ações negativamente. Por exemplo, quando uma esposanão 
recebe a atenção que gostaria de receber de seu marido, a respeito de um 
problema de trabalho, pode chegar à seguinte conclusão: “ele nunca me ouve”. 
Nessa situação, a parceira pode sentir raiva e gritar com seu companheiro, 
dizendo que ele é um imprestável (Dattilio et al., 1998 apud Peçanha et al. 2008). 
Os pensamentos automáticos disfuncionais podem ser influenciados por 
distorções cognitivas. Estas seriam distorções sistemáticas no processamento 
da informação, falhas de interpretação e raciocínios desprovidos de lógica (Beck 
& Alford, 2000 apud Peçanha et al. 2008). A leitura mental, por exemplo, é um 
tipo de distorção segundo a qual uma pessoa acredita ser capaz de ler os 
pensamentos de alguém. Por exemplo, quando um homem está falando com a 
esposa e essa boceja por estar cansada, ele pode pensar: “ela está achando 
chato conversar comigo”. Ele, então, pode ficar magoado e evitar sua parceira 
ao longo do dia. Existem inúmeras outras distorções relatadas na literatura 
especializada que podem ter influência sobre o relacionamento de casais (Beck, 
1995; Dattilio, 2004 apud Peçanha et al. 2008). 
Beck et al. (1979/1997 apud Peçanha et al. 2008) apontaram que o 
surgimento das crenças intermediárias e centrais ocorre durante a interação das 
crianças com pessoas significativas em suas vidas e estão associadas a fatores 
socioculturais. São ideias que uma pessoa tem sobre si mesma, sobre as 
 
28 
 
pessoas de uma maneira geral, sobre o mundo, sobre relacionamentos, entre 
outros aspectos. Crenças mais centrais têm maior impacto sobre o pensamento 
de uma forma geral, são mais rígidas e mais difíceis de mudar do que crenças 
mais periféricas. Ambos os tipos podem ser inadequados e levar ao aumento de 
conflitos em um relacionamento amoroso. Por exemplo, um marido pode ter a 
seguinte crença central, “não sou uma pessoa digna de ser amada”. Para tentar 
não acreditar nesse pensamento, o esposo pode desenvolver uma crença 
intermediária do tipo, “se eu sempre recebo apoio em todas as minhas decisões, 
então eu sou amado”, ou do tipo “se minha esposa não concorda comigo a todo 
o momento, então estou sendo rejeitado”. Uma vez que a esposa não endossa 
todas as ideias do marido, este pode ficar triste e não expressar seus 
pensamentos, por acreditar que realmente não pode ser amado por alguém 
(Beck, 1995 apud Peçanha et al. 2008). 
Outros tipos de cognição também podem ter um impacto negativo na vida 
do casado. Entre essas cognições, podemos mencionar atenção seletiva, 
atribuição, expectativas, suposições e padrões. 
 
A atenção seletiva: É entendida como um processo de percepção no qual 
uma pessoa captura informações sobre a situação de acordo com categorias 
que são significativas para o seu ponto de vista. Além disso, ele ignora dados 
que não se enquadram em seu perfil de relacionamento. Por exemplo, uma 
mulher quando acredita que é fraca, pode ficar atenta aos comportamentos do 
seu marido que julgue serem de dominação. Quando ela pede ao parceiro para 
visitar os pais dela, e ele não quer ir, a esposa pode pensar que ele nunca atende 
aos seus desejos por não a respeitar. Então, ela pode sentir-se frustrada e 
passar a evitar o marido. Entretanto, o parceiro não aceitou o convite por estar 
sentindo enxaqueca. Em diversas situações, essa mulher busca fazer diferentes 
solicitações que em sua maioria são atendidas pelo marido. Contudo, ela 
geralmente presta atenção aos seus próprios desejos, que ele não atende (e.g., 
Baucom et al., 1989 apud Peçanha et al. 2008). 
 
Atribuição: Refere-se à inferência de um parceiro sobre a causa e a 
responsabilidade de uma determinada situação. Por exemplo, um parceiro pode 
culpar sua esposa por todos os problemas conjugais e não perceber que ele 
 
29 
 
também contribui. As expectativas referem-se ao que um indivíduo acha que vai 
acontecer no seu relacionamento. Por exemplo, uma mulher pode esperar que 
seu marido sempre pergunte como foi seu dia de trabalho (e.g., Baucom & 
Epstein, 1990 apud Peçanha et al. 2008). 
 
Pressupostos: São crenças que as pessoas mantêm sobre a natureza 
dos relacionamentos e das pessoas em geral Por exemplo, um homem pode 
pressupor que a existência de desacordo entre parceiros é algo prejudicial para 
a relação. Os padrões são crenças que um indivíduo tem sobre como “deveria” 
ser uma vida conjugal Por exemplo, uma mulher pode acreditar que, numa 
relação amorosa, deveria haver o eterno sentimento de paixão (e.g., Epstein & 
Baucom, 2002 apud Peçanha et al. 2008). 
Epstein e Baucom (2002 apud Peçanha et al. 2008) apontaram que as 
emoções desempenham um papel igualmente importante na vida amorosa. 
Emoções como raiva, medo, ansiedade e tristeza podem afetar negativamente 
a cognição e o comportamento. Por outro lado, emoções como amor e felicidade 
podem afetar positivamente o relacionamento conjugal. Os casais que estão sob 
muita pressão no relacionamento há muito tempo tendem a ter o primeiro 
sentimento mais do que o segundo. Por exemplo, se uma parceira pede ajuda 
ao marido para carregar objetos pesados e este deixa de cuidar dela devido a 
um problema de saúde que ele ainda não conhece, ela pode ficar com raiva 
porque não obteve uma resposta, e pode pensar: "Ele nunca me ajuda" o 
chamando de egoísta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
6.1 A terapia cognitivo-comportamental no tratamento de casais: 
objetivos e etapas 
 
 
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Pode-se afirmar que os principais objetivos da terapia cognitivo-
comportamental, no tratamento de casais em conflito, são a reestruturação de 
cognições inadequadas, o manejo das emoções, a modificação de padrões de 
comunicação disfuncionais e o desenvolvimento de estratégias para solução de 
problemas cotidianos mais eficazes (e.g., Beck, 1995 apud Peçanha et al. 2008). 
Outros procedimentos utilizados são as alterações de comportamentos que 
formam padrões negativamente específicos (Dattilio, 2004 apud Peçanha et al. 
2008). 
Normalmente, a primeira sessão é realizada na presença de ambos os 
cônjuges. Esta é uma oportunidade para o terapeuta examinar as áreas 
problemáticas no relacionamento, a interação entre o casal, seu estilo de 
comunicação, a força do relacionamento, fatores externos que podem exercer 
pressão sobre o parceiro, etc. As informações obtidas neste encontro ajudarão 
no processo de formulação de hipóteses preliminares sobre as causas do conflito 
conjugal. 
Um dos principais alvos da terapia é promover a reestruturação de 
cognições disfuncionais. Esse é um processo realizado em diferentes etapas. O 
objetivo é fornecer ao casal habilidades que possam diminuir os seus conflitos. 
 
31 
 
Inicialmente, o terapeuta explica a relação entre as ideias, sentimentos e 
comportamentos durante a interação conjugal destrutiva. Cada parceiro aprende 
a identificar, a avaliar e a responder aos pensamentos distorcidos que podem 
estar influenciando de forma negativa o relacionamento. As técnicas mais 
utilizadas são os registros de pensamentos automáticos, diários, 
questionamentos na sessão, recordações (e.g., Beck, 1995; Rangé & Dattilio, 
2001 apud Peçanha et al. 2008). 
A identificação das distorções cognitivas é outra etapa relevante. O 
terapeuta ensina o casal a relacionar essas distorções com os pensamentos 
automáticos. A apresentação de uma folha contendo uma lista de distorções é 
bastante eficaz para atingir esse objetivo. Ambos os cônjuges aprendem também 
a verificar e questionar suas crenças intermediárias e centrais. São empregadas 
algumas técnicas específicas, como, o questionamento socrático, a técnica da 
flecha descendente, e dramatizações (Dattilio, 2004 apud Peçanha et al. 2008). 
Parece óbvio dizer que, em uma conversa, uma pessoa deve ouvir 
enquanto a outra fala e vice-versa. No entanto, isso não parece acontecer com 
casais com altos níveis de conflito. Normalmente, os parceiros falam ao mesmotempo e não prestam atenção na conversa entre si, tornando essa relação cada 
vez mais insuportável. Em termos de comportamento de tratamento, o 
treinamento de comunicação é particularmente importante. O foco desse 
procedimento é fornecer aos casais habilidades para ouvir e falar para ajudá-los 
a reduzir brigas, aumentar a satisfação conjugal e a adaptabilidade. 
Existem algumas regras básicas que muitas vezes são discutidas com os 
casais, e essas regras são relevantes e úteis para os parceiros que desejam 
conversar. Algumas pessoas acreditam que relatórios breves, objetivos e claros 
que descrevem e enfocam questões específicas de uma maneira 
comportamental costumam ser o primeiro passo para uma comunicação mais 
eficaz. Por outro lado, o ouvinte precisa ser empático. Prestar atenção ao que os 
outros estão dizendo é o ponto de partida para um diálogo construtivo. Este 
comportamento de atenção pode ser alcançado por meio de expressão verbal 
ou mesmo por meio de gestos. 
É importante observar que cada relacionamento tem suas vantagens e 
desvantagens. Com o passar dos anos, as dificuldades conjugais só levarão à 
consciência das desvantagens da vida de duas pessoas. O terapeuta aponta e 
 
32 
 
fortalece ações positivas entre os parceiros. Além disso, ele tenta modificar 
alguns padrões de comportamento negativos que prejudicam essa relação. A 
intervenção de resposta emocional excessiva ou insuficiente é um aspecto 
importante da terapia cognitivo-comportamental de casais. O tratamento 
conjugal visa ajudar os parceiros a desenvolver habilidades para controlar e 
expressar suas emoções. Algumas pessoas tendem a não tolerar emoções 
desagradáveis e expressar seus sentimentos de maneiras exageradas. 
Uma técnica utilizada é a identificação de uma emoção e sua relação com 
os pensamentos automáticos. Outra é avaliar o grau de intensidade dos 
sentimentos em uma situação específica. O paciente aprende, ainda, a 
expressar seus sentimentos, ou seja, a direcionar sua fala para problemas 
específicos e comportamentais. O role-play é um procedimento utilizado ao logo 
do tratamento e que, na interação entre paciente e terapeuta, é possível 
treinarem-se essas habilidades específicas (Dattilio, 2004 apud Peçanha et al. 
2008). 
No trabalho com casais em conflito utiliza-se, ao final, a técnica de 
prevenção de recaídas. Esse é um procedimento importante, dentro da terapia 
cognitivo-comportamental, para o tratamento de diferentes transtornos 
psicológicos. A partir da primeira sessão, os pacientes são preparados para 
eventuais recaídas e vão sendo ainda orientados para o término dos 
atendimentos. O objetivo é a antecipação de prováveis “quedas” e retomadas de 
alguns comportamentos que eram responsáveis pelos conflitos conjugais 
(Schmaling et al., 1997 apud Peçanha et al. 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 RECURSOS TERAPÊUTICOS NA TERAPIA FAMILIAR E DE CASAL 
 
 
clinicapsicoplus.com.br 
 
Geralmente, casais e famílias em busca de tratamento sentem 
angustiados e em crise devido a problemas interpessoais. Um dos principais 
objetivos da terapia de casais e família é reconstruir o diálogo franco e sincero e 
desenvolver a capacidade de negociar e buscar sugestões para mudanças. 
Atender casais na perspectiva da análise do comportamento é entender que 
cada ser é único, e eles agirão de acordo com a história atual mais as histórias 
passadas de relacionamento. Isso significa que o psicólogo tomará medidas 
durante o processo de tratamento para analisar os efeitos dos comportamentos. 
Esses comportamentos são os papéis do casal na vida atual. Esses 
comportamentos são a soma das experiências e padrões de comportamento 
aprendidos em relacionamentos anteriores assim como, os modelados entre 
eles. 
Ao falar de técnicas, devemos considerá-las como parte dos 
procedimentos utilizados na terapia de casal para complementar a atuação do 
terapeuta, desde a coleta de dados e identificação de demandas até as 
intervenções. É importante dizer que o terapeuta é responsável por adquirir 
 
34 
 
conhecimentos teóricos, conquistar a empatia do casal e tornar o ambiente 
favorável para o seu contato durante o processo psicoterápico. 
Este processo pode ser entendido como um conjunto de procedimentos 
que promovem mudanças graduais no comportamento dos pares, podendo ser 
modificado durante o processo de tratamento através dos métodos de 
intervenção e dos recursos e técnicas utilizadas. 
A negociação entre os parceiros são estratégias construtivas onde 
envolvem comunicação respeitosa, percepção do conflito como oportunidade de 
melhorar o relacionamento, clareza sobre a corresponsabilidade dos cônjuges, 
autocontrole, flexibilidade, tolerância e a busca conjunta por uma solução 
satisfatória para o casal. As destrutivas, por sua vez, caracterizam-se pela 
identificação de culpados, foco demasiado no problema, racionalização, 
comportamentos de esquiva e de retraimento, hostilidade, reclamações, rigidez 
e negatividade (Anderson & Johnson, 2010; Sierau, & Herzberg, 2012; Sullivan, 
Pasch, Johnson, & Bradbury, 2010; Wheeler, Updegraff, & Thayer, 2010; 
Whiting, 2008 apud Costa et al). 
7.1 Técnicas da Análise Psicodramática no atendimento de Casal e 
Família 
 
terapiaaconselhamentofamiliar.com.br 
 
 
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Algumas técnicas são utilizadas na Análise Psicodramática e Abordagem 
Sistêmica e no atendimento de Casais e Famílias. As técnicas a seguir tornam o 
tratamento mais fácil e benéfico, para que possamos ajudá-los a resolver ou 
aliviar seus conflitos. 
 
Duplo: O duplo é uma técnica de psicodrama, realizada pelo ego-auxiliar 
ou às vezes pelo próprio terapeuta, que em determinado momento expressa o 
conteúdo que o paciente não consegue expressar, ou seja, fala com o conteúdo 
que ele não consegue colocar em palavras. 
Inicialmente o ego-auxiliar adota postura corporal do protagonista 
(paciente) procurando ter com ele uma sintonia emocional. A partir daí expressa 
questões, perguntas, sentimentos e ideias, fazendo com que ele se identifique 
com este duplo; possibilita assim um insight do protagonista. (Coelho, Maria 
Lúcia Mendonça. 2000) 
No atendimento, o terapeuta pode manejar essa técnica Duplo da maneira 
que acabamos de descrever, ou usar apenas os princípios da técnica para a 
expressão verbal, como usar frases como "Sinto-me no seu lugar/eu no seu lugar 
sinto ...". Nas terapias de casal e familiar, podemos usar essa técnica se 
conseguirmos a autorização do paciente enquanto ele estiver na Tribuna Livre, 
e houver certas dificuldades em expressar opiniões. 
 
Inversão de papéis: Essa provavelmente é uma das técnicas clássicas 
muito utilizada num processo clínico. Propicia além da vivência do papel do 
outro, o emergir de dados sobre o próprio papel que, sem este distanciamento, 
não seria possível. Consiste em assumir o papel do outro como ele o percebe na 
sua presença. Funciona para pessoas que estejam de alguma forma 
intimamente ligadas entre si (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000) 
As informações coletadas por meio desta técnica podem ajudar a alcançar 
várias funções: para entender melhor os sentimentos do paciente por meio de 
efeitos auxiliares; para ver novas verdades da perspectiva de outros; para 
responder pessoalmente às perguntas que você tem que fazer papéis 
complementares. 
A técnica também pode fornecer sua própria imagem como um espelho, 
de modo que, neste caso, você também pode obter uma melhor exibição de sua 
 
36 
 
própria visão através dos olhos dos outros. A inversão de papéis é realmente útil 
para estabelecer relacionamentos em qualquer tipo de grupo. Esta técnica, 
sempre foi amplamente utilizada em casais e terapia familiar para os fins acima 
mencionados, o que é favorável à comunicação e percepção. Ex: "Sente-se 
nesta cadeira e fale como se fosse seu pai. Tente entrar em contato com seu pai 
interior, sua maneira defalar, postura sentada, expressão. Vou entrevistá-lo 
como se fosse seu pai." 
O terapeuta faz algumas perguntas preliminares, como seu nome, sua 
idade, sua vida, etc. Continuaremos a entrevistá-lo sobre como ele se vê nesta 
família (ou relacionamento), como ele se vê e como vê os problemas que 
estamos resolvendo. 
 
Espelho: Técnica através da qual o protagonista olha uma cena em que 
está envolvido. Isto permite à pessoa (protagonista) olhar fora dela algo que ela 
produziu. Nesta técnica o terapeuta repete o discurso do paciente em direção do 
próprio paciente e, após a resposta, troca de papel com o paciente e torna a 
repetir o diálogo. Desta forma força-se o paciente a conversar consigo mesmo. 
Durante o espelho o terapeuta no papel do paciente deve sempre pressionar 
visando uma resposta do paciente à sua pergunta ou questão proposta pelo 
próprio paciente quando neste lado da conversa (Coelho, Maria Lúcia 
Mendonça. 2000) 
Usamos a técnica do Espelho, que na realidade é a técnica do Espelho 
que Retira, na terapia de casal/família com alguns objetivos específicos. O 
terapeuta repete o discurso do paciente (casal/família) enquanto o paciente fica 
no papel de observador de si mesmo e desta forma força-se o paciente a 
conversar consigo mesmo. Muitas vezes o paciente traz um discurso repetitivo, 
sem qualquer reflexão do que fala, e sem apresentar qualquer proposta de 
mudança. Neste caso esta técnica dribla as possíveis defesas instaladas, 
ajudando no processo de reflexão e contato com as próprias possibilidades. 
Esclarecemos ao casal que iremos repetir o discurso que trouxeram nas sessões 
até o presente momento. Assim sendo vamos assumindo o papel de cada um e 
repetindo o seu discurso. (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000) 
 
 
37 
 
Tribuna livre: Esta é uma técnica muito interessante e útil que pode ser 
usada para trabalhar com casais ou famílias. Isso também é eficaz para o 
trabalho em grupo. Seu principal objetivo é exercitar a audição e evitar 
interferências e contrastes (tremores) que ocorrem frequentemente na terapia 
domiciliar. 
A técnica envolve a colocação de cadeira no ambiente de tratamento 
(setting terapêutico). Esta cadeira será utilizada por cada membro do casal ou 
família (um rodízio), podendo "falar livremente". 
“A partir de agora vamos usar uma técnica chamada Tribuna Livre para 
trabalhar com vocês. Quem sentar na cadeira, só vai falar comigo, como se 
fôssemos apenas duas pessoas nesta sala. Os demais devem ouvir com 
atenção e ficar em silêncio. 
O terapeuta determina a ordem e cada membro do casal ou família pode 
ocupar a "Tribuna Livre" várias vezes. 
 
Cadeira vazia: A cadeira vazia é uma espécie de psicodrama imaginário 
em que o paciente ora assume seu próprio papel, ora o papel da outra pessoa 
em questão, sentando-se na cadeira vazia e representando a pessoa à qual 
deseja falar algo ou dela obter resposta, explicação ou qualquer outra fala que 
proporcione o fechamento da Gestalt aberta. É uma técnica muito usada 
também em trabalhos de despedida, nos processos de “dizer adeus”, seja a 
alguém que já morreu ou afastou-se definitivamente do paciente (Coelho, Maria 
Lúcia Mendonça. 2000) 
A técnica da cadeira vazia consiste em colocar uma cadeira vazia no 
setting na qual, imaginativamente, estará sentado um personagem qualquer a 
quem o paciente e o terapeuta devem se dirigir. Esta é uma experiência útil para 
a resolução de situações inacabadas, caso em que as pessoas não conseguem 
estabelecer conexões satisfatórias em seus relacionamentos devido a 
sentimentos como raiva, mágoa e ressentimento, consciente ou inconsciente. 
 
Átomo social: O átomo social é uma forma social de relacionamento 
interpessoal que se desenvolve desde o nascimento. Suas origens incluem mãe 
e filho. Com o tempo, a amplitude de todos que entram no círculo infantil vai 
aumentando que lhe são agradáveis ou desagradáveis e aqueles que 
 
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reciprocamente a têm como agradável ou desagradável. Essa técnica pode ser 
usada com o terapeuta, exigindo que o paciente apresente dramaticamente as 
pessoas que são emocionalmente importantes para ele. Das figuras imaginárias 
presentes, passadas e até futuras, elas podem estar próximas ou distantes, 
mortas ou vivas. 
Representa-se a si mesmo e a todos os membros do seu meio imediato 
do seu átomo social. Procura mostrar como atua em situações decisivas diante 
deles e como eles atuam nestas situações em relação a ele. Então, tenta mostrar 
como atua em situações chave. Procura reviver estas situações tão fielmente 
quanto possível. Apresenta a si mesmo de uma forma unilateral e subjetiva e 
apresenta diversas pessoas do seu meio, unilateral e subjetivamente, e não 
como elas são. Representa seu pai, sua mãe, seu irmão, sua esposa e qualquer 
membro do seu átomo social, com todo tendencionismo subjetivo. Representa e 
revive as correntes emocionais que enchem o átomo social. (Coelho, Maria Lúcia 
Mendonça. 2000). 
 
Átomo da Crise: O processo é igual ao do átomo social, mas com a 
seguinte frase: 
“Pensem nas pessoas que fazem parte deste tema (da crise, da dinâmica) 
que vocês estão trazendo. Imaginem que cada uma delas está sentada numa 
cadeira da sala. Falem para elas tudo que acharem que devem, que querem e 
que precisam falar”. (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000). 
Se for um casal, eles trazem o átomo da crise, isto é, as pessoas do 
conflito, e um por vez fala para cada uma das pessoas do átomo através da 
técnica da Cena de Descarga. Exemplo: Paciente: “Vou falar para meu sogro! 
”Terapeuta: “Isto! Imagine que ele está sentado nesta cadeira e fale tudo que 
deseja para ele”. (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000). 
Os outros membros apenas ouvem e, quando for a vez deles, eles farão 
o mesmo. O terapeuta que conduz a conversa pode ajudar o paciente a fazer 
uma Cena de Descarga usando a Técnica do Duplo ajudando a falar coisas que 
o paciente já falou em outras sessões, mas neste momento não está 
conseguindo falar. (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000). 
 
 
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Cena de descarga: A Cena de Descarga é uma técnica sistematizada e 
desenvolvida por Victor R.C.S. Dias. Uma Cena de Descarga pode ser sobre 
uma situação que nunca tenha acontecido e que podem até não acontecer na 
vida do paciente, mas com o auxílio desta técnica, pode-se fazer com que 
ocorram e os objetivos daremos após a descrição das duas subdivisões desta 
técnica. (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000). 
Cena de Descarga Direta: é feita pelo próprio paciente estimulado pelo 
terapeuta, expressando e comunicando seus conteúdos internos para um 
personagem do seu mundo externo (relacional) ou para um personagem do seu 
mundo interno (intrapsíquico). Estes personagens podem ser representados por 
almofadas, cadeiras vazias, objetos da sala e, quando existe a possibilidade, 
para um ego-auxiliar. (Coelho, Maria Lúcia Mendonça. 2000). 
Cena de Descarga pelo Espelho: é feita pelo próprio terapeuta usando a 
técnica do espelho. O paciente fica com o papel de observador, enquanto a 
terapeuta expressa e comunica os conteúdos, contidos ou reprimidos, do 
paciente para personagens do seu mundo interno (intrapsíquico). Nestes casos, 
muitas vezes, o terapeuta acaba acoplando ao espelho conteúdos latentes 
(Técnica do Duplo), aumentando assim a eficiência da descarga. (Coelho, Maria 
Lúcia Mendonça. 2000). 
Tendo o objetivo de reduzir o superaquecimento do paciente pela 
exacerbação dos conteúdos internos e conseguir um mínimo de postura reflexiva 
para examiná-los. E evitar cargas transferenciais para o terapeuta, dirigindo o 
fluxo de conteúdo do paciente para personagens do seu mundo externo ou para 
figuras internalizadas em questão, e não para o terapeuta. (Coelho, Maria Lúcia 
Mendonça. 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 BIBLIOGRAFIA 
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Conflito: Uma Revisão Sistemática. 2015

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