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ATIVIDADE A1

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PROFESSORA: LETÍCIA GREZZANA CORRÊA 
DISCIPLINA: POSSSE PROPRIEDADE E RITOS ESPECIAIS 
NOME: Carolina Pedroso Alvarenga da Silva 
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1. (Valor – 2 pontos) Devido aos efeitos gerados pela pandemia do COVID 19, Maria precisou 
contrair empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES no 
valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), constituindo como garantia, hipoteca do seu sítio, 
com vencimento em 20 anos. Esgotado o prazo estipulado e diante do não pagamento da dívida, O 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES decide executar a hipoteca, 
momento em que toma conhecimento de que o imóvel foi vendido para João. João, por sua vez, 
alega que desconhecia a garantia hipotecária, apensar de averbada na matrícula do imóvel. 
 
a) Explique, utilizando 3 (três) princípios dos direitos reais, se a penhora no processo de execução 
pode recair sobre o sítio? 
 
Sim, a penhora pode recair sobre o sitio comprado por João, pois Maria e João agiram de má-fé, 
então o BNDES poderá abrir ação para a reintegração de sua posse, que foi adquirida por meio da 
hipoteca feita por Maria, em troca do empréstimo nunca quitado pela mesma. 
Princípio da publicidade: João, mesmo afirmando que não sabia sobre a garantia hipotecária, ela 
estava averbada na matricula do imóvel, e como todos os atos jurídicos são de domínio público, 
uma pequena análise demonstraria a hipoteca realizada, então podemos deduzir que João agiu de 
má-fé, mesmo que indiretamente, ao ser negligente. Ao mesmo passo que maria agiu de má-fé ao 
vender o imóvel hipotecado. 
Princípio da preferência: o BNDES tem preferência sobre o imóvel pois Maria havia negociado 
primeiramente com o banco, para só depois negociar com João. 
Princípio de sequela: o BNDES poderá abrir ação para tentar a reintegração de sua posse contra 
João, pois o mesmo efetuou a compra do sítio, apesar de constar na matrícula do imóvel que havia 
sido hipotecado por Maria. 
 
2. (Valor – 2 pontos) Clandestinamente João esbulhou a posse da Fazenda Irmão Coragem. Maria, 
vítima do esbulho, ajuizou ação de reintegração de posse em face de João após um ano e meio. 
Passados dois anos desde a invasão, João teve que trocar o telhado da casa situada na fazenda, 
pois estava danificado. Ressalta-se que durante todo o período em que João manteve-se na posse 
do imóvel o mesmo colheu e vendeu as frutas do pomar da Fazenda Irmão Coragem, que 
garantiram o seu sustento e da sua família. Passados cinco anos do ajuizamento da ação de 
reintegração de posse transitou em julgado. Diante de sua derrota, João argumentou que faria jus 
aos frutos e direito de retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Maria o reembolsasse. 
Analisando o problema acima responda: 
 
a) Em relação à proteção possessória, quais as medidas a serem adotadas por Maria? Justifique. 
 
Maria deverá ingressar com ação de reintegração de posse contra João, que esbulhou 
clandestinamente sua fazenda, pedindo indenização pelos frutos colhidos por João. Após o 
transito em julgado de decisão favorável à Maria, já em fase de execução, será expedido mandado 
para que o oficial de justiça expulse o esbulhador, no caso João, e reintegre a posse a Maria. 
 
b) Maria faz jus ao pleito liminar? Justifique 
 
O pleito preliminar não se admite em ação velha, ou seja, ação com mais de um ano e dia. Então 
Maria não faz jus ao pleito, pois ingressou com a ação depois de um ano e meio. 
 
c) Maria faz jus à indenização em relação aos frutos colhidos por João? Justifique 
 
Sim, Maria agiu de boa-fé, então deve ser indenizada pelos frutos colhidos por João em sua 
propriedade esbulhada. 
 
d) João faz jus a indenização com direito de retenção pelas benfeitorias erigidas? Justifique 
 
João não faz jus ao direito de retenção pelas benfeitorias, pois sua posse foi de má-fé e as 
benfeitorias, mesmo necessárias, não deverão ser indenizadas pois foram feitas em posse 
adquirida clandestinamente. 
 
3. (Valor – 2 pontos) Tendo em vista a doutrina e a Lei Civil acerca dos Direitos Reais, assinale V para as 
afirmativas VERDADEIRAS e F para as afirmativas FALSAS, bem como retifique as afirmativas FALSAS: 
(_F_) Considera-se detentor aquele que exerce a posse direta sobre determinado bem. 
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(_F_) a posse, no Direito Brasileiro, está limitada ao uso e fruição da coisa, retirando-se do possuidor o 
direito de sequela. 
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(_V_) O possuidor com justo título tem por si, em regra, a presunção de boa-fé. 
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(_V_) Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de 
qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
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(_F_) Para que seja caracterizada a posse de boa-fé, o Código Civil determina que o possuidor tenha a posse 
por mais de um ano e um dia sem conhecimento de vício. 
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(_V_) A posse, mesmo que injusta, ainda é posse e pode ser defendida por ações do juízo possessório, não 
contra aquele de quem se tirou a coisa, mas sim em face de terceiros. 
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(_F_) Um movimento popular, ao invadir, à noite e sem violência, uma propriedade rural produtiva que 
cumpre função social e está sendo utilizada pelo proprietário, assume a posse do imóvel com o vício de 
precariedade. 
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(_F_) O possuidor de boa-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se 
provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
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(_V_) Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Pode, 
porém, o possuidor mudar o título da posse, por um fundamento jurídico. 
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Assinale a resposta correta: 
a) duas afirmativas estão corretas; 
b) três afirmativas estão corretas; 
c) quatro afirmativas estão incorretas; 
d) cinco afirmativas estão incorretas. Resposta Correta 
 
4. (Valor – 2 pontos) João comprou, em janeiro de 2008, um lote de 260m2 de Maria, que se 
apresentou como proprietária do imóvel. João construiu uma casa de alvenaria, instalando-se no 
local com sua família. João não é proprietário de imóvel urbano ou rural. Depois de 12 (doze) anos 
de posse mansa e pacífica, Ana, a verdadeira proprietária, ajuizou ação para reaver a posse do 
imóvel. Só então, João descobriu que fora vítima de uma fraude, pois Maria havia falsificado os 
documentos para induzi-lo a erro. 
 
a) Qual das espécies de usucapião poderá ser utilizado por João para regularizar a propriedade? 
Aponte os requisitos legais e o dispositivo de lei. 
 
João, por ter agido de boa-fé, poderá utilizar a usucapião extraordinário para a regularização de 
sua propriedade. Os requisitos legais para esse tipo de usucapião constam no parágrafo único da 
lei e são: possuir por 10 anos e ter estabelecido moradia habitual e de sua família. Artigo 1.238, 
Código Civil. 
 
b) Em que data ocorreu a consumação da prescrição aquisitiva? Justifique. 
 
Conforme visto, João enquadra-se no parágrafo único da utilização de usucapião extraordinária, 
então a prescrição se dará quando findo o prazo de 10 anos, em janeiro de 2018, ao qual ele 
deverá permanecer no imóvel para que este seja considerado seu. 
 
5. (Valor – 1 ponto) Devido as fortes chuvas as águas do Rio dos Sinos acabaram por definir novo 
traçado, abandonando parte do antigo leitoe passando a correr em outra região. Com o desvio do 
rio e consequentemente esvaziamento das águas João que era proprietária de terreno localizado 
às margens do antigo traçado do Rio dos Sinos, tomou posse da área do álveo descoberto que 
ficava no limite de sua testada, totalizando 800 m2. Maria, a dona do imóvel ribeirinho localizado 
na mesma direção, mas na outra margem se insurge contra João. Com base nos fatos acima 
narrados responda: 
 
a) Qual a forma de acessão? 
 
Álveo Abandonado, previsto no artigo 1.252 do Código Civil. 
 
b) João agiu corretamente? Fundamente a sua resposta. 
 
Não, conforme diz o artigo 1.252 do Código Civil, o álveo abandonado pertence aos proprietários 
ribeirinhos das duas margens, até o meio, ou seja, João deverá dividir com Maria o álveo recém-
criado. 
 
6. (Valor – 1 ponto) Segundo os princípios do registro de imóveis, a prenotação assegura precedência do 
direito real ao qual o título se refere, por conseguinte a escritura pública levada a cartório antes de outra e 
prenotada sob número de ordem mais baixo é que deve ser registrada primeiro. Esta afirmação está 
consubstanciada em qual dos princípios estudados? Explique 
 
Princípio da prioridade: protege quem primeiro registra seu título. 
Todo o título protocolado está automaticamente prenotado, este então, passa a usufruir de 
prioridade de registro em relação àquele prenotado depois, está amplamente associado ao 
princípio da prioridade.

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