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Bioquímica Clínica 1

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ELETRÓLITOS
· Os eletrólitos são os principais responsáveis pela regulação osmótica
· Sódio: mais abundante no LEC, responsável pela pressão osmótica nos líquidos orgânicos.
· Potássio: mais abundante no LIC, responsável pela pressão osmótica intracelular. É necessário grandes quantidades para síntese proteica.
· Cálcio: mineral encontrado em maior quantidade no homem. Mantém a excitabilidade de nervos e músculos e é um fator de coagulação sanguíneo.
· Magnésio: constituinte de ossos e dentes; cofator enzimático.
Sódio
· Absorvido por meio de transporte ativo ligado a absorção de aminoácidos, bicarbonato e glicose.
· Processo de excreção diretamente relacionado com o de reabsorção de potássio e vice-versa, através do hormônio aldosterona.
· A concentração de sódio plasmático depende primariamente da ingestão e excreção de água e, em menor extensão, da capacidade renal de excretar o sódio quando ocorre excessiva ingestão do sal e conservar quando a ingestão é baixa. 
· Responsável pelo equilíbrio osmótico por ser o eletrólito em maior quantidade no LEC. 
· Uma hipernatremia acontece em casos de desidratação e pela ingestão aumentada de sal, alguns distúrbios hormonais, diabetes insipidus (aumento do ADH plasmático) são também causas importantes da hipernatremia.
· Uma hiponatremia: é observada em período pós-opertório e pelo uso excessivo de diuréticos, dieta hipossódica, hipoaldesteronismo, hipersecreção de ADH, acidose metabólica, a alcalose ou qualquer condição associada com urina alcalinizada aumenta a perda de sódio, acidose metabólica, cirrose, estados hipoproteicos, insuficiência renal, insuficiência cardíaca congestiva, etc. 
· Outras causas de hiponatremia: pseudohiponatremia encontrado nas amostras com intensa hiperlipemia ou hiperproteinemia (ex.: mieloma múltiplo) como resultado da diminuição da água. 
· Amostra: soro ou plasma heparinizado. 
Potássio
· Maior quantidade no LIC.
· Este baixo teor no LEC se deve à atividade da bomba iônica de Na+, K+-ATPase localizada na membrana celular, que expulsa o sódio das células, enquanto promove a captação ativa de potássio.
· Possui importantes funções na síntese de proteína e de glicogênio e na transmissão de impulso nervoso.
· Hipopotassemia ou hipocalemia pode ocorrer mesmo quando a quantidade total de K+ no corpo é normal. É resultante de: defict na ingestão de potássio, perdas gastrointestinais de potássio, perdas renais, incorporação celular de K+ (redução do teor de K+ plasmático quando a terapia insulínica é instituída no controle da hiperglicemia diabética. Ocorre também no tratamento da anemia megaloblástica severa com vitamina B12 ou folato.), alcalose, terapia diurética, adrenalina e outros beta-adrenérgicos estimulam a captação de K+ pelas células, isto contribui para hipocalemia em pacientes após infarto do miocárdio, já que níveis de catecolaminas estão elevados nesses pacientes. 
· Hiperpotassemia ou hipercalemia: excesso de ingestão de potássio, diminuição da excreção de potássio, deficiência de mineralocorticoides, movimento do potássio do espaço intracelular para o extracelular, pseudohipopotassemia (ocorre quando o K+ é liberado dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas durante a coleta ou separação do plasma sanguíneo. É encontrado em paciente com hemólise, leucocitose ou com contagem de plaquetas aumentada, acima de 500.000. são comuns em desordens mieloproliferativas agudas e crônicas, leucemias linfocíticas crônicas e em trombocitoses.), dibetes mellitus não controlada (a falta de insulina impede a entrada de k+ nas células, isto resulta em hipocalemia apesar da perda de k+ por diurese osmótica.), acidose (a concentração de hidrogênio no LEC afeta a entrada de potássio nas células.)
· Amostra: soro ou plasma heparinizado. 
Cálcio
· Em níveis de hipocalcemia provoca parada cardíaca em sístole, aumento da excitabilidade muscular, depressão da contração de músculos lisos e a diminuição dos fenômenos da coagulação. 
· Na hipercalcemia observa-se diminuição da excitabilidade muscular e depressão dos músculos lisos.
Cloro
· Concentrações elevadas de cloro (hipercloremia) estão associadas com a diminuição de bicarbonato, como na acidose metabólica, ao passo que reduções dos níveis de cloro (hipocloremia) são concomitantes com aumentos nos níveis de bicarbonato, como na alcalose metabólica.
· Hipercloremia com aumento proporcional de sódio causa desidratação.
Equilíbrio Ácido-Base
Mecanismos respiratórios de compensação
· Hiperventilaçao -> força a saída de CO2, diminuindo, assim, a p CO2 e, consequentemente, a concentração de H+, havendo uma alcalose, em virtude do deslocamento do equilíbrio da reação no sentido inverso da formação de H+.
· Hipoventilação -> força-se o aumento da Pco2 por acumulo de gas carbônico no organismo, aumentando a concentração de H+, havendo uma acidose. 
Mecanismos renais de compensação
· Troca ativa de H+ com Na+. Alcalose -> NaA do plasma é excretado pela urina; H+ da urina é reabsorvida e volta para o plasma em forma de HÁ. Acidose -> Na+ da urina é reabsorvido e volta para o plasma; HA do plasma é excretado pela urina (acidez titulável da urina).
· Excreção de amônia pela urina.
· Reabsorção de bicarbonato. Quando o organismo está em acidose há uma maior reabsorção de bicarbonato, o inverso acontece na alcalose, onde há uma maior excreção de bicarbonato. 
BIOQUÍMICA DOS FLUIDOS BIOLÓGICOS
Urinálise – termos clínicos 
· Oligúria -> diminuição do volume urinário. Geralmente ocorre em casos de desidratação, nefrite aguda, perda de água através de vômitos, diarreia, suor e queimaduras graves. 
· Anúria - > completa supressão da formação e excreção da urina. 
· Nictúria -> aumento na excreção noturna.
· Poliúria -> aumento do volume urinário. 
Controle de qualidade em urinálise
· O intervalo entre a coleta e a análise não pode ser superior a 2 horas. Caso não tenha como analisar dentro desse horário, a amostra deve ser refrigerada.
· Em circunstancias onde a mesma amostra será utilizada para análise microbiológica, como urocultura, esse teste deve ser realizado primeiro.
Tipos de amostra
· Amostra aleatória: pode ser coletada a qualquer momento. Porém a primeira urina da manhã é a mais indicada por ser mais concentrada e a amostra aleatória por apresentar-se mais diluída devido a ingestão hídrica, pode oferecer resultados falsos. 
· Primeira amostra da manhã (urina de jato médio): ou amostra de 8 horas, é a amostra de urina ideal para triagem. A coleta acontece com a primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato e coletando o jato médio. É indicada para análise de urina tipo 1, teste de gravidez e proteinúria ortostática, por apresentar-se mais concentrada, garante a detecção de elementos que não são possíveis detectar em amostras aleatórias. 
· Segunda amostra da manhã (amostra de jejum): é necessário permanecer em jejum após desprezar a primeira urina da manhã, afim de eu não haja interferência dos metabólitos oriundos da alimentação. É indicado para monitoramento da glicose. 
· Amostra de qualquer jato: é utilizado em pacientes que não possuem controle esfincteriano (pediátricos) ou comprometido (geriátricos), através de um saco coletor que deve ser colocado de forma asséptica, trocando-o em intervalos de 30min, repetindo a higiene em cada troca. 
· Urina de 24 horas: deve ser coletada toda urina produzida pelo paciente durante 24 horas, em garrafas coletoras fornecidas pelo laboratório. Ao acordar pela manhã, o paciente deve desprezar toda urina no frasco e anotar o horário, após a micção a amostra deve ser coletada toda vez que for urinar e mantida em refrigeração. Na manhã seguinte é preciso coletar toda urina e encerrar a coleta no horário correspondente à micção do dia anterior. 
· Amostra de 2 horas pós prandial: a amostra é testada para glicose e seus resultados são utilizados para monitorar pacientes com diabetes. O paciente deve ser orientado a realizar a micção pouco antes de realizar a refeição habitual e logo após realiza-la. 
· Amostra por sonda de alívio: amostra coletada emcondições estéreis, pela colocação de um cateter da uretra ate a bexiga, é muito comum para coletar amostras de pacientes idosos e acamados. Normalmente solicitado para cultura de bactérias e com menos frequência para avaliação da função de cada um dos rins.
· Amostra de jato médio, com assepsia: é utilizado para cultura de bactérias e exames de rotina, por fornecer um amostra menos contaminada e mais representativa da realidade do que amostras que contém o primeiro jato.
· Amostra para investigar prostatite: semelhante à coleta de jato médio com assepsia, o procedimento é realizado através da coleta de urina em três recipientes. O primeiro jato e o jato médio são coletados em frascos separadamente, logo após a próstata é massageada para que o líquido prostático seja eliminado com o restante da urina e coletado em um terceiro frasco. São realizadas culturas quantitativas nas três amostras, sendo a primeira e a última analisada s microscopicamente. 
Urinálise de Rotina (Urina I – EAS) 
EXAME FÍSICO
· Determina aspectos físicos da urina como: coloração, aspecto, volume e a densidade. 
· O volume mínimo de urina a ser utilizado é 5mL.
EXAME QUÍMICO
pH
· o pH urinário demonstra a capacidade do rim em preservar a concentração ideal dos íons através do trabalho dos rins/pulmões. 
· É a partir do pH urinário que pode-se observar se há mecanismos de compensação dos rins nos processos de acidose/alcalose metabólica ou respiratória. 
Sangue
· O valor obtido pela fita reagente é preditivo e não deve ser considerado, uma vez que o resultado final será obtido com a contagem de hemácias na sedimentoscopia.
· O aparecimento de uma pequena quantidade de hemácias é considerado normal com valores de até 10.000/ml (2 a 5 hemácias por campo). 
Bilirrubina
· É o produto de degradação da hemoglobina . 
· O aparecimento de bilirrubina na urina indica precocemente doença hepática, sendo detectada muito antes da icterícia.
· A ocorrência do seu aparecimento é decorrente de obstrução biliar ou uma doença hepatocelular. 
Urobilinogênio
· É formado através da degradação pelas bactérias após hidrolisarem a bilirrubina conjugada que não foi excretada pelas fezes.
· Em situações normais, é excretada em grande quantidade pelas fezes, como estercobilinogênio e pequena parte é excretada pela urina. 
· Na incapacidade do fígado em remover este composto, grande parte é desviada para os rins para serem eliminadas, está relacionada com danos hepatocelulares que pode ser decorrente de hepatite viral, drogas, substâncias tóxicas ou cirrose.
· Excesso de urobilinogênio com ausência de bilirrubina está associado à hemólise.
Glicose
· A urina não apresenta glicose detectável em estado normal. A glicosúria acontece quando a concentração de glicose plasmática excede a capacidade dos rins de reabsorvê-la nos túbulos renais. 
· Ocorre em condições de diabetes mellitus, distúrbios endócrinos, distúrbios do metabolismo e disfunção renal. 
Proteínas
· a proteína possui taxa máxima de reabsorção tubular e sua detecção na urina sugere danos renais.
· A desidratação é um fator que contribui para a proteinúria. 
· Diversas doenças pode causar proteinúria como: diabetes melitus, lúpus eritematoso, nefropatias, mieloma múltiplo, condições inflamatórias/malignas do trato urinário e pielonefrite crônica.
Estudo e avaliação do líquido peritoneal
Peritônio e Liquido peritoneal ou ascítico
· Membrana de constituição serosa, lisa e delicada, constituída fundamentalmente por fibroblasto, vasos sanguíneos, matriz extracelular e células mesoteliais, que revestem a parede dos órgãos e vísceras da cavidade abdominal e pélvis. 
· A cavidade peritoneal apresenta cerca ade 50 ml de liquido peritoneal, o qual se apresenta como líquido transparente, de coloração amarela-clara, viscoso e estéril.
· Produzido por células da membrana e também considerado um ultrafiltrado do plasma.
· O liquido ascítico pode ser transudato ou exsudato.
· Exsudato: formado pelo líquido secretado ativamente, geralmente associado a processos inflamatórios e/ou neoplasias. Apresenta como característica uma alta concentração de proteínas, pH baixo, pequena taxa de glicose e alta contagem de leucócitos.
· Transudato: resultam de um extravasamento, perda de líquido causada por um aumento da pressão no sistema porta hepático, responsável por drenar o sangue do intestino e de outros órgãos do sistema digestório para o fígado. Apresenta baixa concentração de proteína, pH elevado, glicose normal e contagem inferior de leucócitos, quando comparada com a contagem nos processos exsudativos. 
· Uma vez já determinado ser um liquido de origem exsudativa ou transudativa, é importante determinar a concentração de albumina no soro e no líquido.
Estudo e análise do líquido amniótico
· O líquido amniótico provém dos organismos maternos e fetais, em proporções variáveis de acordo com o período gestacional.
· Possui funções como: crescimento externo de forma harmônica do embrião, proteção contra eventuais traumas, manter e regular a temperatura fetal, contribuir para o movimento fetal e desenvolvimento muscular. 
· É constituído por: células esfoliadas do âmnio, substancias orgânicas como proteínas, aminoácidos, substancias nitrogenadas não-proteicas como lipídios, carboidratos, vitaminas, enzimas, hormônios, dentre outras; e inorgânicas como os eletrólitos.
· A alfafetoproteina é considerada a proteína mais importante do embrião e pode ser relacionada com patologias importantes quando em quantidade elevada, como: defeitos do tubo neural, necrose hepática, obstrução urinária, gestação múltipla, etc. baixos níveis sugerem alterações genéticas e óbito fetal. 
ANÁLISE DO LIQUIDO AMNIÓTICO
· Pode ser feita para analise cromossômica;
· Exames moleculares, para identificar possíveis alterações genéticas.
· Maturidade pulmonar fetal, através da presença de surfactante, substancia essencial para o desenvolvimento pulmonar.
· Avaliação de sofrimento fetal, através da análise da coloração do líquido. Verde: indica liberação de mecônio do tubo digestivo do feto. Amarelo âmbar: sugere a presença de bilirrubina. Vermelho: sangue materno ou fetal.
· Avaliação de doenças congênitas como citomegalovírus, rubéola, toxoplasmose, etc.
Estudo e análise do Liquido Cefalorraquidiano
· A composição do líquor é semelhante a um ultrafiltrado do plasma, contendo 99% de água e com concentração amentada de magnésio e íons clorídricos e menor concentração de glicose, proteínas, aminoácidos, ácido úrico, cálcio, fosfato e íons de magnésio, quando comparado a outro ultrafiltrado do plasma. 
· O liquor em condições normais é incolor.
· A amostra é considerada xantocrômica quando após centrifugação tem tonalidade que varia entre rosa, amarelo ou laranja o que ocorre em presença de hemoglobina (hemólise) ou por levadas concentrações de proteínas, bilirrubina.
· O aspecto do liquor deve ser límpido, porém em condições anormais por se apresentar como levemente turvo, muito turvo ou leitoso, a depender da celularidade encontrada, microrganismos, proteinas, etc.
· Em adultos saudáveis, o LCR apresenta leucócitos na proporção de 0 a 5 por microlitros em crianças pode chegar até 30. 
· Amostras contendo 200 a 400 leucocitos por microlitros podem apresentar um aspecto límpido e transparente. 
· A contagem é feita na câmara de Newbauer.
· A presença de macrófagos indica processos hemorrágicos.
Dosagem de proteínas
· É considerada a dosagem mais importante do LCR.
· A dosagem é pequena variando de 15 a 45 mg/dL.
· As proteínas encontradas no liquor são: a pré-albumina, albumina, ceruloplasmina, transferrina e imunoglobulinas como IgA e IgG, com valores diminuídos destas em relação ao soro. 
· O aumento de níveis proteicos totais nas amostras de LCR ocorre em processos patológicos, como rompimento da barreira hematoencefálica, produção de Ig no SNC, degeneração do tecido neural, meningite e processos hemorrágicos pós-traumaticos. 
· A glicose no LCR corresponde a 60-70% da glicose plasmática.
· A dosagem de glicose no LCR é importante principalmenteem situações onde se encontra níveis diminuídos, que geralmente é comum em meningites bacterianas. 
· O exame de FTA-ABS, apesar de ser mais sensível do que o VDRL para diagnóstico da neurosífilis, pode apresentar reação cruzada com hemácias, as quais podem ser reativas com nos anticorpos utilizados no teste. 
Análise e estudo do líquido Pleural
· Possui baixa celularidade, sendo que é composta principalmente por monócitos, linfócitos e células mesoteliais, mas também possui uma porção proteica formada principalmente por albumina, globulinas e fibrinogênio.
· A coleta da amostra deve ser fracionada em três tubos: um seco, para a bioquímica; um tubo contendo EDTA ou heparina para a citologia e um estéril sem anticoagulante para análises microbiológicas. 
· A observação da coloração e aspecto deve ser realizada antes e após a centrifugação. 
Espermograma
· Após o recebimento da amostra, o horário deve ser anotado e o pH medido.
· É necessário colocar o material em estufa a 37°C e cronometrar o tempo de liquefação, que em condições normais é de aproximadamente 1 hora. 
· Deve ser classificado a sua cor, aspecto e viscosidade. Medir o pH e volume.
· O volume normal é de 1,0 a 5,0ml.
· Para análise morfológica é necessário fazer um esfregaço do sêmen liquefeito e, após fixação e coloração com panótico, duzentos espermatozoides devem ser contados, avaliados e classificados de acordo com critérios determinados. 
ANÁLISE DE PROTEÍNAS SÉRICAS
Albumina
· Proteína mais abundante do plasma.
· Sintetizada exclusivamente no fígado.
· Transporta diversas substâncias e regula a pressão oncótica.
· Uma das menores moléculas proteicas e por isso tende a se perder com facilidade sempre que ocorrem danos nos glomérulos renais.
· Desempenha papel de regulação do equilíbrio ácido-base.
· Transporta grande número de substâncias fisiológicas como: moléculas lipossolúveis como os ácidos graxos de cadeia longa, hormônios como a tiroxina, cortisol e aldosterona e pequenos íons como o cálcio, cobre, níquel e zinco. 
Hipoalbuminemia
· Síntese prejudicada.
· Aumento do catabolismo (infecção bacteriana grave; neoplasias malignas; infecções crônicas, etc.).
· Ingestão proteica insuficiente (desnutrição) e perdas (por meio de glomérulos renais e intestino).
· Menores níveis encontrados na síndrome nefrótica ou acompanhando as enteropatias perdedoras de proteínas.
Alfa-1 Globulinas
· Composta por alfa-1 antitripsina, protrombina, trasncortina, gloulina ligadora de tiroxina e alfa-fetoproteína.
· Em geral, há aumento dessa fração em processos inflamatórios infecciosos, imunes, de forma inespecífica.
Alfa-2 Globulinas
· Composta por haptoglobina, alfa-2 macroglobulina, ceruplasmina, eritropetina e a colinesterase.
· Também se apresentam elevadas em processos infecciosos agudos.
· A alfa-2 macroglobulina é uma das maiores proteínas globulínicas presente no plasma
· Sua concentração aumenta em torno de 10x ou mais na síndrome nefrótica, quando são perdidas outras proteínas de peso molecular mais baixo.
· Seu aumento gera um pico maior ou igual ao da albumina na EPS.
· A elevação da alfa-2-macroglobulina associada à redução da albumina ocorre na síndrome nefrótica. A haptoglobina sofre uma redução em sua concentração quando há uma hepatopatia grave, hemólise e durante terapias com corticóides e estrógenos. A ceruloplasmina aumenta durante uma terapia com estrógenos e sofre uma queda quando há desnutrição, síndrome nefrótica e em enteropatias com perda de proteínas.
Betaglobulinas
· Composta por beta-lipoproteínas, transferrina e componentes C3 do complemento.
· O aumento das betaglobulinas indica perturbação do metabolismo de lipídeos ou na dificuldade de excreção biliar, verificada nas colinesterases. É geralmente encontrado um aumento também em anemias ferroprivas, por aumento da síntese de transferrina e a queda dessa fração é rara e tem valor prognóstico nos processos de evolução crônica.
Gamaglobulinas
· Fração constituída por imunoglobulinas.
· Principais padrões eletroforéticos da fração gama: 
· Pico policlonal -> representa resposta imunológica simultânea de diversos clones plasmocitários; produção de todas as classes de Ig; presença de curva de base larga. 
· Pico monoclonal -> produção de um único clone plasmocitário de um tipo específico de Ig e sendo idênticas entre si, apresentam a mesma mobilidade. Associado a gamopatias monoclonais, como o mieloma múltiplo. 
· A hipogamablobulinemia é encontrada em anomalias congênitas ou em processos patogênicos que geram destruição do setor linfoide. 
Picos que representam algumas anomalias
- pico de albumina em processo de cirrose hepática e enteropatias perdedoras. 
	
- perfil eletroforético de diminuição de alfa-1 antitripsina
- aumento das proteínas de fase aguda 
- perfil eletroforético da síndrome nefrótica com aumento de macroglobulinas.
- pico policlonal de gamaglobulinas
- pico monoclonal
- pico de hipogamaglobulinemia 
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA (APPs)
· São moléculas no soro, sintetizadas por diversas categorias de células, especialmente pelos hepatócitos.
· O estímulo para o aumento de síntese dessas proteínas é de 6 a 8 horas após a agressão e a concentração máxima ocorre dentro de 2 a 5 dias.
· A concentração sanguínea das PFA sintetizadas nos hepatócitos é modulada por citocinas pró-inflamatórias como: IL-1, IL-6 e TNF.
· A IL-6 diminui a síntese de albumina. 
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA NEGATIVAS
· São aquelas as quais os níveis diminuem quando se produz a resposta de fase aguda, como por ex.: albumina, pré-albumina, globulina e transferrina.
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA POSITIVAS
· Aquelas as quais os níveis aumentam com a resposta de fase aguda, como por ex.: PCR, proteína amilase A sérica (SAA), componentes do complemento e fibrinogênio. Essas proteínas interferem na adaptação ou defesa do organismo frente à resposta do patógeno. Proteínas como: alfa-1 antitripsina e alfa-1 antiquimiotripsina, limitam a atividade de enzimas produzidas por células fagocíticas, conservando a integridade da célula do hospedeiro. A ceruloplasmina, haptoglobina e hemopexina têm atividade antioxidante. 
Função pancreática
Amilase
· Amilase salivar e amilase pancreática;
· Dosagem de amilase plasmática se refere apenas à isoforma pancreática;
· Utilizada como indicador de lesão celular no pâncreas, podendo ser utilizada como marcador precoce de pancreatite aguda;
· Valores se elevam após 12 a 24 horas do início dos sintomas;
· O aumento do valor não é proporcional à gravidade da lesão;
· A especificidade dessa enzima para pancreatite é baixa, pois pode elevar-se em outras condições.
· Método: Caraway modificado e Cloronitrofenol.
· Possui estabilidade longa, aproximadamente uma semana em TA e um mês sob refrigeração.
· Deve ser usado o anticoagulante heparina.
Lipase
· Seus níveis se elevam um pouco mais tarde, com um pico entre 24 a 48 horas após o início dos sintomas;
· Sua elevação pode chegar a 5-10 vezes a mais do valor de referência;
· Apesar de ser menos sensível que a amilase, é a enzima mais específica para diagnóstico de lesões pancreáticas.
· Distúrbios renais que cursam com a alteração da capacidade tubular, pode gerar níveis detectáveis de lipase na urina.
· Método: cinético/colorimétrico.
Elastase
· Pouco utilizada, por demorar muito para se elevar.
⚠ Em casos de pancreatite crônica, ocorre redução da produção de amilase e lipase ⚠
Função hepática
AST/ALT
· A ALT é mais específica e a AST é a menos específica por estar presente em outros tecidos;
· Em caso de hepatite aguda, a ALT se eleva de forma mais pronunciada que a AST;
· Em casos de hepatite crônica, AST se eleva de forma mais expressiva que ALT;
· Índice de Ritis: relação ALT/AST, quando maior que 1 sugere lesão crônica (como doença hepática crônica) e AST maior que ALT. Inferior a 1, sugere lesão aguda (como esteatohepatite não-alcoólica e hepatite C), onde há aumento mais pronunciado de ALT.
Fosfatase alcalina - FAL
· Excretada pela bile;
· Possui várias isoenzimas, forma hepática ALP1 e formaóssea AlP2;
· Elevada em doenças ósseas;
· Aumento fisiológico em crianças, na recuperação de fraturas e em grávidas;
· Eleva-se em casos de pancreatite e úlceras gastrointestinais;
· Método cinético-colorimétrico (método de Roy modificado).
· Elevação pode estar relacionada à obstrução de ductos.
Gama glutamil transferase - Gama GT
· Está presente em praticamente todos os tecidos do corpo humano, sendo a maior concentração nos rins;
· A GGT encontrada no soro origina-se predominantemente do sistema hepatobiliar;
· Marcador mais específico para distúrbios hepáticos em comparação com AST e FAL;
· Correlaciona-se com doenças malignas, no caso de tumores hepáticos;
· Indicador de cirrose, principalmente de origem alcoólica.
· Método cinético-colorimétrico (método de Szasz modificado).
Bilirrubina
· Seu aumento gera icterícia e está relacionada a hemólise, colestase ou lesão hepatocelular.
· Causas de hiperbilirrubinemia:
	- Pré-hepática: aumento de bilirrubina indireta, causada por hemólise.
	- Hepática: aumento de bilirrubina indireta, causada por defeitos na conjugação.
	- Pós-hepática: aumento da bilirrubina direta, causada por obstrução das vias biliares.
· Determinação das bilirrubinas:
	- Direta: amostra solubilizada em meio ácido, bilirrubina direta reage com a dicloroanilina diazotada formando azobilirrubina, intensidade da cor é diretamente proporcional à concentração.
	- Bilirrubina total: a bilirrubina indireta é desligada da albumina e solubilizada por ação do acelerador. Dosada junto à bilirrubina direta por formação da azobilirrubina. Intensidade da cor diretamente proporcional à concentração.
	- Biliirrubina indireta: BT - BD.
LDH
· Marcador inespecífico de dano celular;
· Eleva-se em casos de IAM, neoplasias, hepatites, infecções, inflamações etc.;
· Composta por 5 isoenzimas: 
	- LDH-1: coração, hemácias e cérebro.
	- LDH-2: sistema reticuloendotelial.
	- LDH-3: pulmões.
	- LDH-4: rins, placenta e pâncreas.
	- LDH-5: fígado e músculo estriado.
Infarto agudo do miocárdio
CK-MB
· Marcador específico para IAM;
· Apresenta 3 isoenzimas:
	- CK-MM: muscular.
	- CK-MB: cardíaca.
	- CK-BB: cérebro.
· Determinação do valor percentual de cada fração através de eletroforese e cromatografia;
· Em casos de IAM, CK-MB se eleva dentro de 3 a 8 horas da ocorrência da lesão.
Troponina
· Regula a contração muscular (esquelética e cardíaca);
· Complexo de 3 enzimas:
	- Troponina T, I e C.
	- Anti-soros específicos são utilizados para determinação de cada forma, através de quimioluminescência e imunocromatografia.
· Padrão-ouro para diagnóstico de necrose do miocárdio;
· Detectável dentro de 4 a 6 horas após a lesão;
Mioglobina
· A enzima que se eleva mais precocemente em caso de IAM (2 horas após a lesão);
· Menos específica que as demais;
· Determinada através de quimioluminescência.
Ordem de elevação sérica: 1º - mioglobina (baixa especificidade); 2º CK-MB; 3º Troponina T e I (maior especificidade).
	
REFERÊNCIA
Livro: Uroanálise e Bioquímica dos fluidos biológicos. UNIP. 2015. 
MOTTA, Valter T. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações. São Paulo: Medbook, 2009. 
VIERIA, Ricardo. Fundamentos em Bioquímica. Pará. 2003.
Eletroforese de Proteínas Séricas: interpretação e corrrelação

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