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BIOQUÍMICA II- Homeostasia da Glicose e Metabolismo Energético (Resumo Baynes 4ª Ed)

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Amanda Wernke - XXXVII 
1 
 
Homeostasia da Glicose e Metabolismo Energético 
(Resumo Baynes – Capítulo 21) 
Introdução: Os ácidos Graxos e a glicose são substratos energéticos mais 
importantes e ambos são armazenados no organismo. 
 
O metabolismo é direcionado para salvaguardar o fornecimento de glicose. 
Essa é armazenada na forma de glicogênio e pode também ser sintetizada a 
partir de compostos não carboidratos. O fornecimento continuo de glicose é 
essencial para a sobrevivência, já que, em condições normais, é o único 
combustível que o cérebro pode utilizar. É ela também o combustivel 
preferencialmente utilizado pelo múculo nas fases iniciais do exercício. A 
glicose é guardada em forma de glicogênio no fígado e nos músculos, esse 
polímero guarda energia para até 16 horas de jejum, acima disso é utilizado a 
síntese a partir de compostos não carboidratos pela gliconeogênese. Já os 
ácidos graxos são armazenados como triacilgliceróis ou trigicerídeos. 
 
Os aminoácidos em situação de estresse metabólico ou jejum prolongado 
podem ser convertidos em glicose pela gliconeogênese. Diferentes orgãos do 
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2 
 
corpo possuem diferentes fontes de energia. O cérebro utiliza 20% do oxigênio 
do corpo e de forma geral glicose é sua única fonte de energia, mas no jejum 
se adapta a utilização de corpos cetônicos. 
Duas vias fornecem glicose: glicogenólise e gliconeogênese. A primeira é 
utilizada em períodos de jejum e degrada o glicogênio presente no fígado, 
enquanto a segunda é utilizada em um jejum muito prolongado, ocorrendo 
principalmente no fígado e nos rins, sendo seus principais substratos o lactato, 
a alanina e o glicerol. O músculo utiliza tanto glicose como ácidos graxos como 
fonte de energia. Ele contribui para a gliconeogênese liberando lactato ao 
fígado. 
A insulina e o glucagon são os principais hormônios reguladores da glicose. A 
insulina é um hormônio anabólico, enquanto o glucagon é catabólico (assim 
como catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento), conhecidos como 
hormônios contrarreguladores. Esses dois hormônios são liberados pelas 
ilhotas pancreáticas de Langerhans, sendo a insulina secretada pelas células β 
e o glucagon pelas células α. 
 
 
Insulina: Consiste em duas cadeias peptídicas ligadas por suas ligações 
dissulfeto. A cadeia α possui 21 aminoácidos e a cadeia β 30 aminoácidos. Ela 
é produzida pelas células β do pâncreas e armazenada no complexo de Golgi. 
O precursor da insulina é a preproinsulina, que quando clivada gera a 
proinsulina, essa também é clivada formando insulina e peptídeo C, que são 
liberados em quantidades equimolares. Em pessoas que fazem uso de insulina 
administrada, o exame de insulina endógena pode ser alterado, por isso mede-
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3 
 
se a quantidade de peptídeos C, servindo de marcador da função das células β 
do pâncreas. 
 
 
O metabolismo da glicose nas células β determina a secreção de insulina: 
enquanto a glicose é absorvida na refeição, a célula β capta-a utilizando o 
transportador de membrana GLUT-2. Ao entrar na célula a glicose é fosforilada 
em glicocinase, o metabolismo da glicose aumenta, o que faz aumentar a razão 
ATP/ADP, esse aumento causa o encerramento dos canais de potássio 
sensíveis ao ATP, diminuindo o efluxo de potássio. A célula fica despolarizada 
e isso faz abrir os canais de cálcio tipo L. Os íons Ca2+ ativam as células 
dependentes desse íon o que causa a liberação de grânulos secretores de 
insulina pré-formada, essa é a primeira fase de secreção. A segunda fase 
envolve a síntese de novas insulinas e responde a sinais como o aumento da 
concentração citosólica de ácidos graxos de cadeia longa. 
 
O processo de correspondência da secreção de insulina devido ao aumento da 
concentração da glicose pelas células β do pâncreas é conhecido como 
acoplamento metabolismo-secreção. 
Ação da Insulina: A propagação celular do sinal da insulina inclui múltiplas 
fosforilações de proteínas. Essas ocorrem em diferentes locais das moléculas-
alvo proteicas. As fosforilações auxiliam na criação de mudanças 
Amanda Wernke - XXXVII 
4 
 
conformacionais que permitem a ligação (acoplamento) de outras proteínas e, 
assim, a propagação adicional do sinal. 
 
Primeiro a insulina se liga ao seu receptor, uma proteína de quadro 
subunidades que atravessa a membrana celular da écula-alvo. Uma 
subunidade contém um receptor para ATP e tem atividade de tirosina cinase. A 
ligação da insulina faz com que o receptor fosforile a ele próprio. O receptor 
recruta e fosforila também várias outras proteínas, como os substratos do 
receptor de insulina, as proteínas adaptadas Gab1, Shc, Grb2 e outras. Essas 
proteínas, por sua vez acoplam outro conjunto de proteínas, como a 
fosfotidilinostiol 3’-cinase (PI3K), a proteína tirosina fosfatase (SHP2) e a 
cinase Fyn. À medida que o sinal se propaga, a PI3K gera mensageiros 
baseados em lipídios, os fosfatos de fosfoinositol, sendo mais importante o 
fosfatidilinositol 3,4,5-trifosfato (PIP3). Estes, por sua vez, recrutam a cinase 
serina-treonina (proteína cinase B, PKB, também chamada Akt) e as cinases 
dependentes de 3’-fosfoinositídio 1 e 2 (PDK1 e 2). A PDK1 fosforila PKB e a 
proteina cinase C (PKC). Uma forma de PKC conhecida como PKCλ está 
envolvida no transporte e translocação de glicose nos adipócitos. As cinases 
serina-treosina podem também fosforilar o IRS-1; essa fosforilação diminui a 
susceptibilidade desse substrato à fosforilação pelo receptor da insulina, 
introduzindo mais um círculo regulador. Fosfatases, como a fosfotirosina 
fosfatase 1B, contribuem para a terminação do sinal de insiulina. 
Existe ainda uma vida independente de PK3 de sinalização da insulina, que 
ativa também o transporte de glicose; o receptor fosforila a proteína chamada 
Cb1, usando como adaptador o substrato associado a proteína (APS). A Cb1 
fosforilada se liga a proteína associada a Cb1 (CAP). A CAP, por sua vez, liga-
se à flotilina, uma proteína associada a balsas lipídicas presentes na 
membrana. A flotilina se acopla ao fator de troca de nucleotídeos guanil (C3G) 
através de outra molécula adaptadora, a CrKII. Esse acoplamento ativa a 
proteína G chamada TC-10, que participa na translocação do transportador 
GLUT-4 nos adipócitos para a membrana celular, afetando, assim, o transporte 
de glicose. 
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5 
 
Efeitos Metabólicos da Insulina: Ela promove anabolismo: armazenamento 
de carboidratos e lipídeos, e a síntese de proteínas. Também suprime as vias 
catabólicas. Ela age em 3 tecidos-alvo principais: fígado, tecido adiposo e 
tecido muscular. O fígado é o principal alvo da insulina no jejum, onde ela 
estimula glicólise e síntese de glicogênio, e os tecidos muscular e adiposo são 
os principais após a refeição. A insulina suprime a lipólise e a lipogênese, além 
de promover a formação de VLDL que transportam lipídeos para as células 
periféricas. No tecido adiposo ela estimula a síntese de trigicerídeos a partir do 
glicerol-3-fosfato e de ácidos graxos. E no músculo ela estimula o transporte e 
o metabolismo de glicose e a síntese de glicogênio, além de aumentar a 
captação de aminoácidos e estimular a síntese proteica. 
 
 
A insulina estimula o transporte de glicose através da membrana das células 
insulinodependentes. O transportados dessas células é o GLUT4 que controla 
a captação de glicose no músculo esquelético e nos adipócitos. Em uma célula 
não estimulada a maioria das moléculas de GLUT4 está presente no 
compartimento intracelular, e não mais de 10% estão na membrana plasmática. 
A insulina duplica o recrutamento de GLUT4 para a membrana. A concentração 
muscular aumenta a expressão de GLUT independente da insulina, já os 
ácidos graxos diminuem a expressão de GLUT4 no músculo. 
A resistência a insulina é uma condição em que uma dada dose de insulina 
produz uma resposta celular infeior à esperada. Ela afeta os principais tecidos 
responsivosà insulina. No fígado resulta no aumento do VLDL e em um estado 
pró-coagulante (aumento da síntese de fibrinogênio e aumento do inibidor do 
ativador de plasminogênio), no músculo causa a diminuição da captação de 
glicose, e no tecido adiposo causa a sobreprodução de ácidos graxos livres e 
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6 
 
alterações na secreção de adipocinas (produção diminuída de adiponectina e 
aumentada de resistina). 
 
A causa mais importante de resistência a insulina é a sinalização da insulina 
deficiente. A resistência a insulina pode ocorrer por defeitos em diversos níveis. 
Pode ocorre, por exemplo, uma mutação rara do gene do receptor da insulina, 
pode ser causada, também, por anticorpos contra o receptor. Mas as causas 
mais importantes são defeitos na via de sinalização da insulina. Na DM2 e em 
pessoas com histórico familiar, a via IRS-fosfoinositol cinase pode não 
funcionar normalmente. Isso compromete a translocação de GLUT e 
consequentemente o transporte da glicose. 
 
Outras causas de reistência incluem genes que codificam IRS-1 e 
fosfatidilinositol 3’-cinase. A resistência periférica a insulina, particularmente no 
músculo, é induzida pela presença de um excesso de ácidos graxos, que 
também podem exercer um papel prejudicial nas células β do pâncreas. 
Efeitos Metabólicos do Glucagon e outros Anti-insulínicos: Esses 
hormônios antagonizam o papel da insulina, promovendo hiperglicemia. Eles 
mobilizam glicose pois estimulam a glicogenólise e a gliconeogênese. 
Glucagon: Ele atua no fígado, é um peptídeo com uma única cadeia de 
aminoácidos. Ele mobiliza reservas de combustível para manter as 
concentrações de glicose no sangue entre as refeições. Ele também estimula a 
oxidação de ácidos graxos e cetogênese, além de inibis a glicólise, a síntese 
de glicogênio e a síntese de triacilgliceróis. 
 
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7 
 
 
O gluxagon se liga a um receptor de membrana próprio e sinaliza através da 
proteína-G associada à membrana e a cascata do AMP cíclico. Primeiro o 
complexo glucagon-receptor causa a ligação do GTP com um complexo de 
proteína G, o que leva a dissociação das subunidades da proteína-G. A 
subunidade Gα ativa a adenilato ciclase que, por sua vez, converte ATP em 
AMP cíclico (cAMP), que ativa a proteína cinase dependente de cAMP e 
através da fosforilação de várias enzimas reguladoras, controla os passos-
chave no metabolismo de carboidratos e lipídios. 
Não existe receptor para glucagon no músculo, a glicogenólise no músculo é 
estimulada pela epinefrina. 
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Epinefrina: A adrenalina é um hormônio-chave responsável pela hiperglicemia 
em resposta ao estresse. Possui efeitos semelhantes ao glucagon. Seus 
receptores são α e β adrenérgicos que estabelece a ligação à cascata de 
sinalização do cAMP. A epinefrina atua no fígado e no músculo. 
Os hormônios regulam enzimas-chaves nas vias metabólicas por vários 
mecanismos diferentes. A velociadade e a direção da via depende da atividade 
enzima-chave (reguladora), que são alvos dos hormônios, que fazem indução 
ou repressão dos genes que codificam as enzimas. 
Os fatores de transcrição controlam diretamente a indução de genes. A indução 
ou repressão de genes demora dias ou semanas a ter efeito, e pode ocorrer 
em resposta a dieta, estresse ou doença. 
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A fosforilação ou desfosforilação são mecanismos regulador de ação rápida. 
Comumente controla as enzimas-chaves da via metabólica. Essas também 
podem regular o fator de transcrição 
A insulina e o glucagon ligam e desligam genes durante o ciclo 
alimentação/jejum. FOXO1 promove gliconeogênese no fígado no estado de 
jejum, e FOXA2 regula a oxidação dos ácido graxos. Ambos são fatores de 
transcrição. Então no estado alimentado a insulina fosforila e inativa FOXO1 o 
que inibe a gliconeogênese hepática. Ela também fosforila e inativa a FOXA2 
que regula a quebra de gordura no estado de jejum. 
Hormônios Incretinas: Os hormônios gastrointestinais (GLP-1, GIP, VIP) 
potencializam a secreção da insulina. Eles são secretados após a ingestão de 
alimentos. 
Ciclo Alimentação-Jejum: O estado alimentado (estado absortivo ou pós-
prandial) ocorre durante a refeição e nas horas seguintes, e é caracterizado por 
um aumento nos níveis de insulina e diminuição nos níveis de glucagon 
(relação insulina/glucagon elevada). A insulina estimula a síntese de ácidos 
graxos no fígado e tecido adiposo, também estimula a captação de 
aminoácidos e síntese proteica, além de diminuir a degradação de proteínas no 
fígado, músculos e tecido adiposo. O jejum é um estado de insulina 
baixa/glucagon alto. Um jejum de 6 a 12 horas é chamado de estado pós-
absortivo. Acima disso é chamado jejum prolongado ou inanição. A 
glicogenólise que possui como substratos o lactato, a alanina e o glicerol, 
acontece no estado de jejum. 
 
 
O jejum prolongado (ou inanição) é um estado crônico de baixa insulina, 
elevado glucagon e baixa nos hormônios tireoidianos, o que diminui a 
velocidade metabólica. Essa fase os ácidos graxos livres se tornam os 
principais substratos energéticos. 
Resposta ao estresse: ação de hormônios anti-insulínicos (catecolaminas, 
principalmente a epinefrina, glucagon e cortisol). A prioridade no estresse é 
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fornecer glicose ao cérebro, e por isso o ácido graxo passa a ser a principal 
fonte de energia para o restante do corpo. 
Diabetes Melito 
O diabetes resulta do efeito combinado de influências genéticas e ambientais. 
O que quer dizer que os efeitos ambientais e o estilo de vida vão causar 
diabetes em pessoas geneticamente suscetíveis. O diabetes é uma doença do 
metabolismo energético caracterizada por hiperglicemia e lesão vascular 
(posteriormente). Existem 4 tipos de diabetes: DM1, DM2, diabetes secundário 
e DMG. A forma mais comum é a tipo 2 (90% dos pacientes) e 5-10% têm tipo 
1. 
 
 
 
A longo prazo o diabetes leva à alterações nas paredes das artérias de 
pequenos (microangiopatia) e grandes (macroangiopatia) calibre. A 
microangiopatia ocorre nos rins (nefropatia diabética) e pode causar 
insuficiência renal, pode também se desenvolver na retina (retinopatia 
diabética) podendo causar cegueira e pode também ocorrer no sistema 
nervoso, causando neuropatia diabética, que leva a um comprometimento da 
função do sistema nervoso autônomo. É comum em pacientes diabéticos a 
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opacificação do cristalino (cataratas). Já a macroangiopatia diabética está 
associada a um risco de 2-3 vezes superior de infarto no miocardio, se atingir 
artérias periféricas leva à doença vascular periférica diabética e à úlceração 
dos pés. 
Diabetes Tipo 1: É uma doença autoimune que se desenvolve geralmente em 
pessoas abaixo de 35 anos. A diabetes tipo 1 é causada por destruição das 
células β do pâncreas, por diversos motivos, como infecção viral, toxinas 
ambientais ou alimentos. O risco de desenvolver é maior se tiver história 
paterna. Esses genes estão localizados no MHC, nos genótipos HLA DR e QD. 
Nesse locus gênico também são encontrados genes de outras doenças 
autoimunes, o que significa que esses pacientes possuem maior 
suscetibilidade a outras doenças autoimunes, como doença de Graves, 
Addison e doença celíaca. E infiltração inflamatória das ilhotas pancreaticas 
são devido a resposta anormal das células T, mas uma parte dos pacientes 
possui uma resposta anormal das células B, com anticorpos circulantes contra 
várias proteínas das células β do pâncreas. Indivíduos com T1D são propensos 
ao desenvolvimento de cetoacidose e são dependentes de insulina. Os 
sintomas devem aparecer rapidamente e a cetoacidose pode estar presente no 
momento do diagnóstico. 
Diabetes Tipo 2: O principal fator de desenvolvimento da T2D é o 
comprometimento da função das células β do pâncreas. Esse tipo de diabetes 
se desenvolve geralmente em indivíduos obesos com mais de 40 anos. Mas 
esse tipo dediabetes vem sendo cada vez mais comum em pacientes mais 
novos. Os principais fatores são o comprometimento das células β do pâncreas 
(e consequentemente da secreção de insulina) ou a resistência periférica a 
insulina. Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento do 
diabetes tipo 2 é o historico familias e a obesidade, e essa última está muito 
relacionada com a resistência a insulina. A resistência a insulina se apresenta 
inicialmente como hiperinsulinemia com concentração de glicose normal, o que 
é um sinal de que as células beta compensaram de forma eficaz a resistência 
periférica à insulina. Mas quando essa compensação falha, a concentração 
plasmática da glicose pode aumentar ligeiramente em jejum (anomalia da 
glicose em jejum, IFG) ou em resposta a um aumento de glicose (diminuição da 
tolerância a glicose, IGT). A IGT está associada a doenças macrovasculares. A 
deterioração da tolerância a glicose pode ser abrandada ou até mesmo 
revertida, portanto IFG e IGT são alertas para uma mudança de estilo de vida. 
A herdabilidade da diabetes tipo 2 é alta, sendo de 40% em parentes de 
primeiro grau. Descobriu-se vários genes associados a diabetes tipo 2, entre 
eles os genes HNF1 hemebox A (HNF1A) e o HNF1 hemebox B (HNF1B), 
associados a diabetes monogênicas (MODY). Outros genes são o CGKR e o 
IGF1 que estão relacionados com a resistência à insulina. Genes associados a 
obesidade como o FTO também estão relacionados a T2D. A diabetes do 
adulto com inicio na juventude, antes dos 25 anos, (MODY) é uma forma rara 
de diabetes tipo 2. Ela é caracterizada pela secreção persistente de peptídeo C 
e por um padrão claro de herdabilidade, o MODY é resultante da mutação de 
pelo menos 6 genes diferentes, entre eles o gene que codifica a glicocinase 
(que afeta a sensibilidade das células beta à glicose e causando MODY2), o 
gene que codifica o fator de transcrição HNF1A causa o MODY3, e o gene 
HNF1B causa mo MODY 5. O MODY2 responde a dieta e não necessitam de 
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12 
 
insulina. Pacientes com mutação no HFN1A respondem às sulfoniureias. No 
T2D a cetoacidose é rara, esses pacientes devem desenvolver complicações 
microvasculares como os T1D, mas as principais complicações são as 
macrovasculares. 
 
Metabolismo no Diabetes: No diabetes tipo 1 a glicose não pode entrar na 
célulade depente de insulina, como adipócitos e miócitos, devido à carência de 
insulina. A carência de insulina significa que o metabolismo, por defeito, entra 
em um modo controlado pelo glucagon.A glicólise e a lipogênese são inibidas, 
ao passo que a glicogenólise, a lipólise e a cetoacidose são estimuladas. Como 
o fígado se torna um órgão produtor de glicose, e o transporte da mesma está 
comprometido, gera uma hiperglicemia em jejum. 
 
Quando a glicose plasmática excede o limiar de reabsorção renal ela começa a 
aparecer na urina. Como ela é osmoticamente ativa, sua excreção é 
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acompanhada a perda de água. Por isso pacientes com diabetes apresentam 
poliúria e polidipsia. A perda de fluidos pode levar a desidratação. 
Paralelamente a lipólise gera excesso de acetil-CoA, o que produz a 
cetogênese. A concentração plasmática de corpos cetônicos aumenta 
(cetonemia) e esses são excretados na urina (cetonúria). Há também uma 
diminuição do pH sanguíneo pela sobreposição do ácido acetoacético e do β-
hidroxibutírico. A acidose metabólica é conhecida como cetoacidose diabética. 
Em alguns pacientes a acetona pode ser sentida no hálito. 
 
 
A cetoacidose possui como caracteristica a hipoglicemia, a cetonúria, a 
desidratação e a acidose metabólica. É predominante em T1D, pois não a a 
produção de insulina, ou essa é muito baixa, e a razão insulina/glucagon é 
muito diminuida. 
 
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14 
 
 
A obesidade, a resistência a insulina e a intolerância a glicose ( ou diabetes) 
podem ser acompanhadas de dislipidemias e hipertensão arterial. Esse 
conjunto de condição é descrito como uma síndrome metabólica. E essa 
síndrome possui um risco aumentado de doenças cardiovasculares. 
 
 
Complicações Vasculares do Diabetes Melito: A glicose em excesso é 
tóxica, e na presença de metais como o cobre ela sofre auto-oxidação. A 
Amanda Wernke - XXXVII 
15 
 
glicose se liga também de forma não enzimática a resíduos de lisina e de valina 
em proteínas teciduais e plasmáticas, em um processo conhecido como 
glicação proteica. Quando a glicose interage com a proteína, forma 
primeiramente um comporto lábil conhecido como base de Schiff. Essem 
através do chamado rearranjo de Amadori trasnforma-se espontaneamente em 
cetoamina. O produto de Amadori mais amplamente estudado é a hemoglobina 
glicada. Oxidação, rearranjo e fragmentação adicionais dos produtos de 
Amadori levam à formação de uma família de compostos conhecidos como 
produtos finais da glicação avançada (AGE). Eles se ligam nos seus 
receptores, na parede das células epiteliais, e geram estresse oxidativo, o que 
faz o endotélio vascilar estimular a via pró-inflamatória. Isso favorece as 
complicações microvasculares. Esses AGEs podem também estar relacionados 
a doenças relacionadas a idade, como o Alzheimer. 
 
 
Na hiperglicemia há uma alteração do estado redoz das células e um aumento 
da razão NASH/NAD+ e diminuição da razão NADPH/NADP+. Isso desvia o 
substrato para via do poliol que transforma a glicose em sorbitol. A acumulação 
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16 
 
desse no tecido ocular contribui para o desenvolvimento da cataratas 
diabéticas. No tecido nervoso, as altas concentrações de sorbitol diminuem a 
captação celular de outro álcool, o mioinositol, inibindo a ATPase Na+/K+ da 
membrana e afetando a função nervosa. A acumulação do sorbitol, a hipóxia e 
o fluxo sanguíneo reduzido contribuem para a neuropatia diabética. 
 
 
 
Hipoglicemia: É a concentração de glicose no sangue inferior a 72 mg/dl. A 
glicose plasmática baixa estimula o sistema nervoso simpático. A epinefrina e o 
glucagon são liberados, iniciando a resposta ao estresse. A manifestação se da 
por sudorese, tremor e uma sensação de fome. A diminuição do fornecimento 
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de glicose ao sistema nervoso compromete a função cerebral: a pessoa fica 
confusa e pode perder a consciência (ocorre em concentrações abaixo de 45 
mg/dl). A hipoglicemia profunda pode ser fatal. A hipoglicemia em indivíduos 
saldáveis é normalmente ligeira pode ocorrer durante o exercício, após um 
período de jejum ou em resultado do consumo de álcool. Ela também pode 
ocorrer quando há uma quantidade insuficiente de hormônios 
contrarreguladores , isso ocorre na insuficiência adrenal. Tumor nas células β 
também podem causar hipoglicemia. 
 
 
 
A complicação aguda mais comum no diabetes é a hipoglicemia, podendo 
ocorrer no tipo 1 e no tipo 2. Resulta do desequilíbrio entre a dose de insulina e 
o fornecimento de carboidratos e a atividade física. A hipoglicemia leve pode 
ser controlada pela ingestão de água açucarada ou alguns grãos de açucar. Já 
a hipoglicemia grave é um quadro de emergência médica, requerendo 
tratamento com administração intravenosa de glicose ou injeção intramuscular 
de glucagon. 
 
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Avaliação Laboratorial: A análise da concentração plasmática de glicose é o 
teste mais importante do metabolismo energético. Deve ser interpretada em 
relação ao ciclo alimentação-jejum. O melhor momento para avaliar 
metabolismo de carboidratos é com 8-12 horas de jejum, que é quando o 
metabolismo energético atinge seu estado de equilíbrio. 
A glicose medida independente do horario das refeições é chamada de glicose 
plasmática ocasional, sendo útil para caso de hipo ou hiperglicemias graves. 
As análises diagnósticas para o diabetes são as concentrações de glicose em 
jejum (sem aporte calórico durante aproximadamente 10 horas) e a 
concentração medida 2 horas após a ingestão de uma quantidade de glicose 
padronizada.A glicose plasmática de um indivíduo em jejum é notavelmente estável. As 
anormalidades pré-diabéticas do metabolismo dos carboidratos são definidas 
como anomalia da glicemia em jejum (IFG) e diminuição da tolerância à glicose 
periférica (IGT). IGT está associado a desenvolvimento de risco cardiovascular, 
enquanto IFG é um fator de risco para o desenvolvimento futuro de diabetes. 
Habitualmente a concentração plasmática de glicose em jejum deve 
permanecer abaixo de 110 mg/dl. A IGT é caracterizada por um nível normal de 
glicemia em jejum, mas uma concentração elevada 2 horas após a carga de 
glicose. A IFG é definida como o nível “intermediário” de glicose plasmática em 
jejum de 126 mg/dl, se confirmada é diagnosticada diabetes. 
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A prova de tolerância à glicose oral é recomendada pela OMS para todos os 
paciente que estiverem na categoria IFG. Esse teste deve ter condições 
padronizadas. O paciente deve ser avaliado pela manhã, após em média 10 
horas de jejum. A pessoa deve permanecer sentada durante o exame. Não 
deve ser feita após uma doença aguda. Primeiro é medido a glicose em jejum, 
e depois deve beber 75 mg de glicose em 300 ml de água, e após 120 minutos 
é novamente medido a concentração plasmática de glicose. Se ela permanecer 
acima de 200 mg/dl após os 120 minutos é feito o diagnóstico de diabético, 
emsmo que a glicemia em jejum seja normal. Concentrações em jejum entre 
100-140 mg/dl são consideradas IGT. 
 
 
 
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A hemoglobina glicada tem como objetivo medir a concentração média das 
últimas 8 a 12 semanas. Isso é possível pois a HbA1C se forma nos eritrócitos a 
uma velocidade proporcional a concentração de glicose existente. 
 
 
O valor acima de 6,5% para homoglobina glicada é considerado como 
diagnóstico de diabetes. O objetivo é manter o paciente abaixo de 7%. 
Na presença de uma concentração normal de glicose plasmática, a glicose 
filtrada nos glomérulos renais é reabsorvida nos túbulos proximais renais e não 
aparece na urina. O limiar urinário de reabsorção é de aproximadamente 180 
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mg/dl. Perante valores superiores a capacidade reabsortiva é excedida e a 
glicose aparece na urina. Mas uma pessoa normal pode apresentar esse limiar 
baixo, e apresentar glicosúria mesmo sem concentrações consideradas 
diabéticas. É por isso que glicosúria não pode ser considerada como 
diagnóstico. 
 
A cetonúria em indivíduos diabeticos é considerado um sinal importante de 
descompensação metabólica, e requer ajuste no regime terapêutico. Em 
pessoas normais pode ser causado por jejum prolongado ou dieta rica em 
gordura. 
A presença de pequenas quantidades de albumina na urina (microalbuminúria) 
pode ser uma previsão de nefropatia diabética. 
O aumento de lactato plasmático indica oxigenação inadequada, pois está 
havendo um aumento do metabolismo anaeróbico. Em paragem cardíaca esse 
aumento do metabolismo anaeróbico pode causar acidose grave. 
Tratamento do Diabetes: O tratamento previne complicações agudas e 
crônicas, pois as complicações microvasculares estão associadas a gravidade 
da hiperglicemia. A modificação do estilo de vida é o pilar para a prevenção do 
diabetes, que abrange dieta e exercícios físicos. A diabetes tipo 1 precisa ser 
tratada com insulina. Estão disponíveis no mercado diversas insulinas que 
diferem em seu tempo de ação, a “classica” possui curta é a insulina humana 
regular, a de ação longa é a insulina intermediária que são as insulinas 
Isofãnicas e Lente, e a de ação longa é a insulina ultralente. Os pacientes 
geralmente fazem 2 injeções subcutâneas por dia de insulina de ação 
intermediária. Multiplas injeções de duração curta são utilizadas em pacientes 
com glicemia de difícil controle. É raro a necessidade de utilização da bomba 
de infusão. 
Tratamento de cetoacidose diabética: insulina intravenosa (para reverter o 
efeito dos hormônios anti-insulínicos), reidratação e suplementação de 
potássio. A cetoacidose se deve a 5 problemas : falta de insulina, 
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desidratação, depleção do potássio, acidose e a causa primária de 
descompensação ( por exemplo infecção). 
Já os pacientes T2D, são tratados com fármacos hipoglicemiantes orais, mas 
podem precisar de insulina também. 
Fármacos Antidiabéticos: Eles utilizam três processos: secreção de insulina, 
sensibilidade dos tecidos à insulina e absorção e ingestão de carboidratos. 
 
 
 
As Sulfonilureias se ligam aos receptores a membrana plasmática das células β 
pancreáticas. O fármaco fecha o canal de potássio sensível ao ATP, 
despolariza a membrana e abre os canais de calcio e estimula a exocitose da 
insulina. A hipoglicemia é um efeito adverso. 
As meglitinidas tem como alvo os canais de potássio sentíveis a ATP 
similarmente às sulfonilureias, mas se ligam em locais diferentes. 
Os fármacos que afetam o sistema das incretinas são agonistas do receptor 
GLP-1 que aumentam a secreção de insulina, e inibidores de DPP-4. Eles 
atuam na via do AMPc e potencializam a produção de insulina induzida pela 
aumento da glicose. 
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As biguanidas e as tiazolidinedionas sensibilizam os tecidos periféricos à 
insulina . É o tratamento mais comum do T2D. A metformina reduz a 
gliconeogênese e aumenta a sensibilidade periférica à insulina. Inibe também a 
glicogenólise. Ela aumenta a captação dependente de insulina no músculo 
esquelético e reduz a oxidação de ácidos graxos. E as tiazolidinedionas agem 
em nível de transcrição, aumentando a utilizaçaõ periférica da glicose e a 
sensibilidade a insulina. 
O grupo de fármacos Glitazar ainda está sendo testado. 
A acarbose inibem α-glicosidase intestinal que digere açúcares compelxos. 
Esse fármaco atrasa a absorção intestinal. 
A amilina é inibidor do transportados SGLT2 e atrasa o esvaziamento gástrico, 
promove saciedade e inibe o glucagon. 
Em pacientes T2D, se os exercicios fisicos com a dieta não controlarem a 
glicemia, é recomendado o uso de metformina. A insulina só é considerada 
para pacientes graves. Um agonista da insulina (GLP-1) ou a insulina podem 
ser adicionados mais tarde ao tratamento com metformina.

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